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Resumo de Patologia — A1 Lucas Silva 5º Período — FCMS/JF Aula 1 - Imuno-histoquímica 1.0 Introdução - Patologia: - Etiologia: O que inicia o processo; - Patogênese: Mecanismo, fisiopatologia da doença/da alteração; - Morfologia: Aspecto observado com determinada doença, adaptação ou envelhecimento; - Manifestação Clínica: Como as alterações são percebidas; 2.0 Imuno-histoquímica/citoquímica - Definição: Método que utiliza anticorpos como reagentes específicos para a detecção de antígenos presentes em células (imunocitoquímica) ou tecidos (imunocitoquímica); - Métodos baseados na reação antígeno x anticorpo em tecido/célula; - Emprega-se um anticorpo conhecido contra um antígeno tecidual/celular específico; 2.1 Anticorpos: Proteínas imunoglobulinas (Ig) encontradas no plasma - Podem pertencer as classes: IgG; IgA; IgM; IgD ou IgE; - Policlonais: São produzidos por diferentes células, imunohistoquimicamente diferentes, podendo reagir com vários epítopos do antígenos contra o qual foram gerados; - Monoclonais: Produzidos por um clone individual de plasmócito. Anticorpos de um dado clone são imunohistoquimicamente idênticos e reagem com apenas um epítopo (específico); - Afinidade do anticorpo: Sua afinidade está relacionada com a região variável da cadeia pesada, sendo determinada pela sequência de aminoácidos que determinam a especificidade do anticorpo (quando maior a especificidade, maior a afinidade); - Reação cruzada: Atividade imunoquímica que ocorre entre um anticorpo e 2 ou mais antígenos ou vice-versa; 2.2 Indicações da imunohistoquímica - Diagnóstico de neoplasias indiferenciadas - Subtipagem de neoplasias - Caracterização da origem de carcinomas - Caracterização de produtos de secreção celulares - Discriminação entre benigno x maligno - Avaliação prognóstica de neoplasias - Identificação de agentes infecciosos 2.3 Diagnóstico Patologico Plano 1: Fragmento da realidade <— Observação Plano 2: Achado observacional <— Compreensão (pelo interpretador); Plano 3: Achado interpretativo Achados imuno-histoquímicos x Diagnóstico imuno-histoquímicos Page � of �1 35 2.3 Reação Imuno-histoquímica - Sítio antigênico preservado e acessível; - Ligação específica antigeno-anticorpo; - Detecção da ligação por uma reação cromogênica - Boa qualidade depende de: - Condições pré-analíticas - Fixação; - Processamento adequado; - Parâmetros do procedimento técnico - Seleção do anticorpo; - Recuperação antigênica; - Diluição; - Sistema de detecção; - Sistema de revelação; - Contra-coloração; - Avaliação e interpretação dos resultados, em conjunto com a morfologia; - Controle interno e externo; - Interpretação em conjunto com a morfologia; 2.3 Métodos de imunohistoquímica A) Método Polímero-Conjugado 1. Tecido; 2. Incubação com anticorpo primário; 3. Lavagem; 4. Incubação com anticorpo secundário conjugado com polímero; 5. Lavagem; 6. Incubação com substrato cromógeno; 3.0 Receptores Hormonais: Estrogeno e progesterona - Fatores preditivos da resposta terapêutica bem estabelecidos —> terapêutica hormonal; - *Maioria dos tumores bem diferenciados e de pacientes pós-menopausa são positivos (expressam o receptor —> receptor é detectado na imunohistoquímica); - Localização nuclear e intermediam efeito trófico dos hormônios no crescimento celular; - Receptores de estrógeno: - Anticorpo: ideal é que possa ser utilizado em material de parafina; - Clones: 1D5 e 6F11; - 6F11 —> mais estável e maior qualidade em material de parafina; 3.1 Marcadores de Proliferação - Ki-67 —> antígeno nuclear de proliferação; - Anticorpo —> MIB-1 detecta a expressão da proteína KI-67 em material parafinado - Melhor marcador de proliferação; Page � of �2 35 3.2 Proto-oncogenes/oncognes 3.2.1 Her2 - Feceptor de fator de crescimento epidermal - c-erb-B2 ou Her2/neu —> protooncogene (cromossomo 17, braço longo); - Receptor para fator de crescimento epidermal (EGF) —> metabolismo e proliferação celular. Receptor do tipo tirosina-quinase, ao se ligar ao ligante (EGF), torna-se um dímero e transmite o sinal para o interior da célula, estimulando proliferação e aumento da síntese de DNA; - Amplificação desse gene é encontrado em 20% dos carcinomas invasores —> pode ser detectado por FISH ou Southern Blotting; - Sistema de Score que vai de 0 a 3+ em análise imunohistoquímica; 3.2.2 Proteína p53 - gene p53 está no braço curto do cromossomo 17; - Codifica proteína que regula ciclo celular, reparo no DNA e controla apoptose de células lesadas —> papel de supressor tumoral; - p53 mutado liga-se e inativa a p53 selvagem —> leva a transformação maligna; - p53 mutado pode ser detectado por imunohistoquímica; 4.0 Avaliação de carcinomas - SnNout: Achado imunohistoquímico com alta sensibilidade —> resultado negativo exclui o diagnóstico; - SnPin: Achado imunohistoquímico com alta especificidade —> resultado positivo inclui o diagnóstico esperado; 4.1 Exemplo - Caso: - Paciente M 61 anos; - Nódulo cervical; - Múltiplos nódulos pulmonares; - Hipótese —> carcinoma papilífero metastático para o pulmão? - Suporte: - Nódulos pulmonares solitários —> favorece diagnóstico de ser primário; - Nódulos múltiplos —> favorece diagnóstico de secundário; - Metástases (30% a 55%), podendo ocorrer por extensão direta; por invasão vascular; por semeadura pleural; disseminação broncogênica Page � of �3 35 5.0 Exemplos de Antígenos A) Antígeno Leucocitário Comum (LCA/CD45); - Marcador geral leucocitário: - Alta sensibilidade para linfomas em geral; - *Mas há casos negativos: 1) estágios finais na maturação de linfócitos B; 2) Reed- Sternbern; 3) plasmocitomas; 4) linfomas anaplásico CD30+; - Alta especificidade para neoplasias hematopoieticas (linfomas e leucemias) ** SpPin B) Proteína S-100 - Marcador sensível para melanoma (SnNout); - Baixa especificidade: - Schwanomas; - Carcinomas; - Diferenciação mioepitelial; - Células de Langerhans; C) Desmina - Marcador relativamente específico de diferenciação muscular; - Leiomio-; Rabomio-; - Tumor desmoplásico de pequenas células; - Angiomiofibroblastomas; - Proliferação mesotelial benigna x maligna (especificidade e sensibilidade de 0,83 para diferenciar); D) Actina de músculo liso (1A4) - Sensibilidade relativamente alta para diferenciação muscular lisa; - Especificidade limitada: - Miofibroblastos; - Células mioepiteliais; - Diferenciação mioide; - Lesões fuscelulares; E) CD34 - Sensibilidade alta para: - Tumor fibroso solitário; - Dermatofibrosarcoma protuberans (DFSP); - Marcador útil em: - Sarcoma epitelioide; - Tumor do estroma gastrointestinal (GIST); - Baixa especificidade F) Antígeno de membrana epitelial - Sensível para carcinoma (com exceções); - Útil para meningioma e sarcoma sinovial; - Baixa especificidade para: - Linfomas (anaplásicos); - Plasmocitomas/mielomas; G) Vimentina - Marcador sensível para sarcomas em geral; - Meningiomas - SnNout - Baixa especificidade Page � of �4 35 H) Melanossomo (HMB45) - Específico para melanomas; - Cuidado com: - Sarcoma de células claras - PEComas; - Angiomiolipoma; - Angioleiomiomatose; I) c-Kit (CD117) - Sensível e específico para GIST (tumor do estroma gastrointestinal); - Seminomas, leucemias, mastócitos, fibromatoses, pecomas; - Alvo terapêutico; J) Actina músculo específica - Marcador para neoplasias com diferenciação muscular; K) GFAP - Diferenciação glial e ependimária; - Tumores de glândula salivar L) CD31 - Marcador sensível e específico paraneoplasias vasculares; M) Melan-A - Marca melanócitos; - Expressão em Pecomas - neoplasias adrenais; N) Antígeno associado ao fator VIII - Marcador endodelial; - Marca também megacariócitos (precursores das plaquetas); O) Citoqueratinas AE1 e AE2 - Comprovam a natureza epitelial da neoplasia P) CK7 e CK20 —> CK7+/CK20+: - Urotelial; - Pancreático; - Mucinoso de ovário —> CK7+/CK20-: - Pulmão não-pequenas células; - Pulmão pequenas células; - Mama - ductal e lobular; - Não mucinoso de ovário; - Endométrio; - Mesotelioma; - Colo uterino - CCE; —> CK7-/CK20+: - CA dee colon; - CA de Merkel —> CK7-/CK20-: - Pulmão CCE; - Próstata; - Células renais; - Hepatoma; Page � of �5 35 - Timo; R) TTF-1 - Muito específico para adenocarcinoma de pulmão e tireóide; S) PSA - Antígeno específico para próstata - Boas especificidade e sensibilidade para adenocarcinomas prostáticos; - 1/3 dos carcinomas de mama, alguns de glândula salivar e glândulas sudoríparas; 5.1 Marcadores Neuroendócrinos A) Sinaptofisina B) Cromogranina A Aula 2 — Patologia Cardiovascular 1.0 Introdução - Sistema fechado, responsável por transportar o sangue rico em oxigênio e nutrientes e remover CO2 e outros dejetos; - Sistema valvar permite que o fluxo seja unidirecional —> quando uma valva está incompetente, permite o refluxo; - **Sangue que passa nas câmaras não irriga o coração —> o coração é irrigado pelas artérias coronárias*; 1.1 Coração - Pesa em torno de 300-350g (homens); 250-300g (mulheres); 1.2 Pericárdio - Membrana serosa dupla; - Pericárdio visceral —> interno; - Pericárdio parietal —> externo; - Há um espaço virtual entre ambos é preenchido por cerca de 50mL de líquido; 1.3 Parede cardíaca - Endocárdio; - Miocárdio; - Epicárdio; 1.4 Estruturas cardíacas - Lados direito e esquerdo atuam separadamente; A) Átrios —> recebem o sangue, tem paredes finas; - Átrio direito: recebe o sangue venoso sistêmico pelas veias cavas (VCI e VCS); - Septo atrial direito: estruturas originadas de dois septos, embriologicamente diferentes (septum primam e septum secundum) que se superpõe, mas deixam traços da sua origem. Na vida fetal, este septo apresenta uma abertura —> forame oval; - Após o nascimento há a fusão desse forame, formando o assoalho da fossa oval - Átrio esquerdo: Veias pulmonares se abre na parede dorsal do AE e não possuem valvas —> drenam sangue arterial vindo do pulmão; B) Ventrículos - Ventrículo direito: A espessura do VD sem as trabéculas é de 4 a 6mm; - Ventrículo esquerdo: Curvo para a esquerda; - Forma o ápice cardíaco; - Espessura de 11 a 15mm; - Septo ventricular —> espesso e muscular com exceção da porção membranas que fica próxima da raiz da aorta; - *Septo membranoso —> é a última parte que se forma e é freqüentemente local de defeitos congênitos interventriculares; Page � of �6 35 C) Valvas - Permitem que o fluxo seja unidirecional; - Valvas: constituidas por tecido conjuntivo cercado por endotélio; - Valva incompetente: permite refluxo; - Estenose valvar —> pode ocorrer por endurecimento = sobrecarga; - Músculos papilares: - Ligam os ventrículos as cordas tendíneas; - Impedem que as cúspides se projetem para os átrios durante a sístole; - Valvas Átrio-ventriculares: - 2 valvas —> - Valva bicúspide - esquerda; - Valva tricúspide - direita; - Valvas Arteriais: - São semi-lunares, localizadas entre os ventrículos e artérias; D) Vasos - Aorta —> carrega o sangue saído do ventrículo esquerdo; - Artéria pulmonar —> carrega o sangue saído do ventrículo direito; - Veias cavas —> Levam o sangue até o átrio direito; - Veias pulmonares —> Levam sangue oxigenado até o átrio esquerdo; E) Coronárias - Sangue bombeado pelo coração não irriga o orgão; - A irrigação do coração é feita pelo sistema vascular cardíaco: - Artérias coronárias; - Veias cardíacas 1.5 Vascularização Cardíaca A) Irrigação arterial: - Realizada pelas artérias coronárias: esquerda e direita; - Artéria coronária esquerda: Originada no seio coronário de Valsalva —> divide-se em duas: artérias descendente anterior e circunflexa: - Artéria descendente anterior irriga: - A parede anterior do ventrículo esquerdo; - 2/3 anteriores do septo interventricular; - Parte da parede anterior do ventrículo direito; - Artéria circunflexa irriga: - Parede lateral do ventrículo esquerdo; - *Extende-se através do sulco átrio-ventricular anterior esquerdo —> dá origem as artérias marginais esquerdas; - Artéria coronária direita: Artéria dominante na maioria dos corações. Irriga o restante do coração, dando origem a: artéria descendente posterior B) Veias cardíacas: - Correm paralelas as artérias e retornam ao átrio direito pelo seio coronário ** Em taquicardia, pode haver fluxo inadequado nas artérias coronárias podendo levar a angina; 1.6 Sistema de Condução - É intrínseco; - Miocárdio se contrai de maneira regular e contínua; Nó sinoatrial —> nó atrioventricular —> feixe de His —> Fibras de Purkinje; 1.6.1 Danos A) Dano no nó sinoatrial —> gera deficiência no impulso inicial; - Pode levar a bradicardia; Page � of �7 35 - Pode levar a fibrilação; - Pode haver hipóxia tecidual; 1.7 Ciclo cardíaco - Átrios contraem simultaneamente; - Relaxamento atrial/contração ventricular; - Sístole —> contração dos ventrículos e relaxamento dos átrios; - Diástole —> relaxamento dos ventrículos; 1.8 Débito cardíaco - Quantidade de sangue bombeado pelo coração; - DC= Frequência x volume por batida; 1.9 Regulação do Ciclo cardíaco Aumento da Frequência - Mediada pelo Sistema Nervoso Simpático: - Diminuição da pressão arterial; - Hormônios; - Adrenalina; - Tireoglobulina - Exercício; - Redução do volume sanguíneo —> diminuição da PA —> Ativação do sistema nervoso simpático Diminuição da Frequência - Sistema Nervoso Parassimpático; - Aumento da pressão arterial; - Diminuição do Retorno Venoso; 2.0 Sistema Vascular - 2.1 Leito capilar - Shunt vascular natural —> permite a troca de O2, CO2, nutrientes e metabólitos teciduais; 2.2 Pressão Sanguínea - Controlada por: - Fatores neurais: sistema nervoso autônomo - Fatores renais: - Regulação do volume; - Sistema renina-angiotensina-aldosterona (renina produzida nos rins); 3.0 Patologias - Mecanismos da disfunção cardíaca: 1) Falhas no Bombeamento: - Condições em que o miocárdio contrai mais fracamente; - Débito cardíaco prejudicado; - Também pode haver relaxamento insuficiente durante a diástole (enchimento ventricular inadequado) 2) Obstrução do fluxo: - Lesões podem obstruir o fluxo ou impedir a abertura das valvas —> aterosclerose; - Pode aumentar a pressão no ventrículo —> estenose de válvulas aórticas; coarctação da aorta; 3) Fluxo Regurgitante: - Parte do débito retorna para a câmara anterior por conta de uma valva incompetente; - Aumenta o volume, sobrecarregando átrios ou ventrículos; 4) Fluxo com Shunt: Page � of �8 35 - Exemplo: do ventrículo esquerdo para o direito; - Normalmente ocorre por defeitos congênitos 5) Desordens da condução cardíaca: - Podem gerar fibrilações, como fibrilação ventricular; 6) Ruptura de grandes vasos: - Traumas; - Grande exsanguinação para outros compartimentos do corpo 3.1 Exemplos de patologias A) Insuficiência Cardíaca Congestiva - Pode ser causada por: - Distúrbios da contratilidade; - Obstrução do fluxo; - Fluxo regurgitante; - Distúrbios da condução; - Ruptura da continuidade do fluxo circulatório - Diminuição da eficiência da bomba; - Circulação inadequada;- Ocorre aterosclerose progressiva —> gerando infartos subclínicos; - Falha na bomba esquerda —> congestão e edema pulmonar; - Falha na bomba direita —> edema e congestão periférica; - Disfunção Sistólica —> diminuição da capacidade de ejeção do ventrículo — contração; - Disfunção Diastólica —> diminuição da capacidade do ventrículo de encher - Tipos: 1. IC esquerda: - Congestão pulmonar progressiva; - Diminuição do fluxo sanguíneo periférico —> para rins e encéfalo;; - Diminuição do DC —> Diminuição da perfusão renal —> ativa o SRAA —> aumenta retenção de H2O e Na —> aumenta o volume de sangue e aumenta a produção do peptídeo Natriurético; - Etiologia: Cardiopatia isquêmica; Hipertensão arterial sistêmica; Doença valvar aórtica e mitral; Cardiomiopatia; **Cardiopatia hipertensiva: - Critérios diagnósticos: - Hipertrofia do VE; - Sobrecarga de pressão; - História ou evidência de hipertensão; - Causa de morte súbita 2. IC direita: - Congestão venosa; - Comprometimento de diversos órgãos: fígado; baço; rim; encéfalo; cavidades; tela celular subcutânea; - Etiologia - Pode ser secundária a ICE; - Pode ser causada por Cor pulmonale —> hipertensão pulmonar —> compromete o ventrículo direito: - Cor pulmonale aguda —> ex: embolia pulmonar; - Cor pulmonale crônica —> ex: DPOC 3. IC congestiva: 4. IC aguda: - Exemplo: Acidentes que levam a hipovolemia; 5. IC crônica: - Exemplo: dilatação; hipertrofia; fibrose — coisas que demandam tempo Page � of �9 35 B) Síndromes da Cardiopatia Isquêmica 1) Infarto Agudo do Miocárdio - É ocasionado por um evento tromboembólico; - Pode gerar uma lesão reversível ou irreversível; - Tempo de sobrevida —> evolução alterações morfológicas do infarto agudo do miocárdio; - Diante um evento de interrupção do fluxo sanguíneo em uma determinada área. As células locais tem o aporte de O2 e nutrientes interrompidos, ocasionando, então, a diminuição do aporte de ATP, aumento da concentração de Ca2+ intracelular levando a turgência celular, aumentando o diâmetro das células, desencadeando a morte celular —> evento que leva cerca de 15 minutos para acontecer; - **Quanto maior o tempo de interrupção do fluxo, maior a área isquêmico; - Complicações do infarto: - Disfunção contrátil; - Arritmias; - Ruptura miocárdica; - Pericardite; - Trombo mural; - Aneurisma; - Insuficiência cardíaca; 2) Angina - A estável é mais comum —> do trabalho cardíaco; 3) Aterosclerose - Repouso —> pode ocasionar angina em repouso; - Vasoespasmo; - Instável ou progressiva; - Angina pré-infarto; - Maior duração - Sinais e sintomas aparecem apenas em 30% dos casos; - Doença multi-fatorial — fatores de risco: - Dislipidemias; - Diabetes; - Tabagismo —> *nicotina é importante vasoespasmódico, em vasos já complicados pode desencadear infarto; - Hipertensão; - Sedentarismo; - Sobrepeso; - Fisiopatologia: I) Agressão ao endotélio arterial; II) Disfunção endotelial —> aumenta a permeabilidade da camada íntima das artérias a lipoproteínas plasmáticas; III) Há retenção de proteínas plasmáticas no espaço subendotelial; IV) Oxidação —> gera o LDL-oxidado (LDL-ox) —> torna-se imunogênico; V) Pode haver também aumento da expressão de moléculas de adesão para leucócitos no endotélio; VI) Aumento da adesão e migração de leucócitos para a camada subendotelial. Monócitos diferenciam-se em macrófagos; VII) Macrófagos reconhecem e fagocitam o LDL-ox —> tornam-se células espumosas e desencadeiam inflamação **por isso, tornam-se, principais responsáveis pela progressão da placa aterosclerótica no vaso; VIII) Macrófagos amplificam a inflamação e produção de enzimas proteolíticas que degradam o colágeno e outros componentes teciduais; IX) Outras células inflamatórias também participam —> linfócitos T também interagem com os macrófagos e modulam a inflamação local; Page � of �10 35 X) Mediadores da inflamação estimulam migração e proliferação das células musculares lisas da camada média das artérias —> produzem também matriz extracelular que formará parte da capa fibrosa da placa aterosclerótica; XI) A placa aterosclerótica plenamente desenvolvida é composta por: elementos celulares, matriz extracelular, núcleo lipídico necrótico (formado principalmente por debris de células mortas) *As placas podem ser classificadas em estáveis e instáveis: - Estáveis: predomínio de colágeno, organizada com placa fibrosa espessa; escassa em células inflamatórias e núcleo lipídico necrótico de proporções menores —> originam sintomas crônicos, como angina de peito e claudicação intermitente devido a obstrução parcial do vaso comprometido; - Instáveis: atividade inflamatória intensa; grande atividade proteolítica; grande quantidade de lipídios acumulados; núcleo lipídico necrótico volumoso; hemorragia intraplaca capa fibrótica muito delgada; 3.1) Sinais e Sintomas - Aparecem em apenas 30% dos casos; - Nenhum: isquemia crônica e lenta —> ateroma crescente e íntegro; - Dor torácica (angina): surge caso o fluxo sanguíneo seja insuficiente; - Dispneia: aparece quando há o desenvolvimento da ICC (com sintomas, por exemplo: edema de extremidades); - *IAM: - Acontece quando o suprimento sanguíneo é obstruído por completo causando a necrose tecidual 3.2 Fatores de risco Mutáveis: - Sexo (prevalência maior em homens e mulheres pós-menopausa); - Hereditariedade; - Raça (maior prevalência em negros); - Idade Não-mutáveis: - Hipertensão arterial; - Colesterol; - Tabagismo; - Sedentarismo; - Obesidade; - Diabetes **Indicação —> reperfusão mais rápida possível com cateter ou stent. 4) Cardiopatia isquêmica crônica: - 5) Morte Súbita C) Doença do pericárdio - Derrame pericárdico; - Hemopericárdio; - Pericardite: - Serosa (Lupus eritematoso sistêmico; Fator reumatoide; uremia); - Fibrinosa e serofibrinosa (IAM; pós-cirurgico; trauma; Lupus eritematoso sistêmico; Fator reumatoide; uremia); - Purulenta ou supurativa (infecciosa) Page � of �11 35 Aula 3 — Embriologia e Defeitos Congênitos Cardíacos 1.0 Desenvolvimento Inicial - Deriva do mesodenrma esplâncnico; - Inicia-se na terceira semana; - Começa a bater no 21º dia; 1.1 Coração primitivo - Tronco arterioso —> originará os grandes vasos; - Bulbo cardíaco —> futuro ventrículo direito; - Ventrículo primitivo —> futuro ventrículo esquerdo; - Átrio; - Seio venoso 1.2 Rotação do tubo cardíaco - A rotação do tubo cardíaco derivará a formação das cavidades cardíacas; 1.3 Conformação dos átrios - *Continuação da embriologia na apostila 2.0 Anomalias do coração e dos grandes vasos A) Dextrocardia: - Tubo cardíaco inclina-se para a esquerda; - Coração a direita —> sem alterações fisiológicas B) Defeitos dos septos atriais **Da sétima para oitava semana, os dois óstios são ocluídos pelo estímulo do coxim endocárdio. As CIA ocorrem quando esse estímulo não é suficiente para que sejam fechados os ostios. A comunicação após a vida uterina é patológica. Após o nascimento, a pressão sangüínea passa a ser maior no átrio esquerdo, o que pressiona o tecido que cobre o forame oval de maneira que o mantem fechado —> com o passar do tempo, passa a estar fechado de maneira definitiva - Forâme oval permeável; - Comunicação interatrial ostium secundem; - Comunicação interatrial ostium primum; - Comunicação interatrial do seio venoso; - Átrio comum — quando o forame oval for envolvido; C) Defeito do septo ventricular - Tipo membranoso; - Mal alinhamento; - Tipo muscular; - Ventrículo único; D) Tronco Arterioso - Ausência do septo aórtico-pulmonar, devido a uma má formação —> o tronco não se divideadequadamente formando os grandes vasos; E) Defeito do septo aórtico-pulmonar - Janela aórtico-pulmonar; - A septação não ocorre de maneira adequada; F) Transposição das grandes artérias - Falha na espiralização das artérias; Page � of �12 35 - Inserção ocorre de maneira errada. Ex.: Aorta saindo do ventrículo direito e artérias pulmonares saindo do ventrículo esquerdo; G) Divisão desigual do tronco arterioso - Tetralogia de Fallot — 4 componentes principais: Colocar imagem da wikipedia jpeg - A) Estenose pulmonar —> diminuição do diâmetro do trato de saída do ventrículo direito; - B) Aorta se sobrepõe ao defeito septal ventricular —> a valva aórtica tem conexão biventricular, ou seja, está situada no defeito septal ventricular e conectada com os dois ventrículos; - C) Defeito septal ventricular —> Comunicação entre os dois ventrículos; - D) Hipertrofia do ventrículo direito —> ventrículo direito torna-se hipertrofiado e a hipertrofia aumenta com a idade. Visível em raio-x de tórax como uma forma de bota. - Atresia pulmonar com septo íntegro - Leva a obstrução no nível da valva pulmonar; - Normalmente desenvolve-se hipertrofia direita (atresia não é completa); - Em caso da valva ser completamente atrésica, não há comunicação entre o ventrículo direito e os pulmões —> o ventrículo torna-se hipoplásico e o sangue chega aos pulmões passando por um ducto arterioso patente; 3.0 Derivados dos arcos aórticos - Entre sexta e oitava semana —> forma-se o arranjo arterial adulto: - 3º par; - 4º par; - 6º par; 4.0 Patologia Cardíaca Congênita - Frequência de 0,65% dos nascimentos; - Corresponde a 6% dos óbitos em crianças de até 1 ano; - Etiologia: - Base familial, mas sem mecanismo de herança conhecido; - Herança multifatorial em 90% dos casos; - Fatores genéticos primários 10% dos casos; - Nomenclatura: - Dados de ordem clínica; - Origem embriologia dos defeitos; - Marcas anatômicas; 4.1 Exame do coração com má-formação Análise segmentar sequencial: - Situs atrial (situs solitutus é normal; inversus pode ser em todos as estruturas ou só no coração; ambíguo) —> determinado pela ausculta —> procura saber se há comunicação entre átrio e ventrículo; - Situação de conexão das veias sistêmicas e pulmonares —> visa detectar locais anómalos de drenagem; - Inspeção da junção atrio-ventricular —> concordância ou discordância entre átrios e ventrículos de cada lado; ausência de cconexão e dupla via de entrada; - Tipo de conexão ventrículo arterial —> - Concordante: aorta emerge do ventrículo morfologicamente esquerdo e tronco pulmonar do direito; - Situs solitus (AD e AE nos locais morfologicamente normais); - Situs inversus (AD e AE invertidos morfologicamente) - Discordante: aorta emerge do ventrículo direito e tronco pulmonar do esquerdo; Page � of �13 35 - Dupla via de saída: dois vasos emergem de um mesmo ventrículo; - Via de saída única: apenas um vaso arterial emerge do coração e supre a circulaçao pulmonar e sistêmica; - Descrição das anomalias associadas (defeitos septais; disfunções valvares; estreitamentos arteriais e anomalias das artérias sistêmicas ou pulmonares); 4.1.1 Anomalias com conexão normal de câmaras entre si ou com grandes artérias (Colocar imagens) Defeitos septais A) Defeitos do septo atrial (comunicação interatrial - CIA): - Dentre as anomalias mais comuns; - Como permitem a passagem do átrio esquerdo para o direito, causam hiperfluxo nos pulmões; - **Causa desenvolvimento de hipertensão pulmonar de maneira tardia* - A hipertensão é de progressão lenta e pode ser reversível - Causa hipertrofia de AD e VD; - *Há passagem do sangue do do átrio esquerdo para o direito, pois o sangue passa mais facilmente pela comunicação. Há mistura de sangue oxigenado e desoxigenado e sobrecarga do átrio direito, levando a hipertrofia desse, seguida da hipertrofia do ventrículo direito; - Com a hipertrofia do AD, o shunt diminui, de maneira que a circulação se aproxima da normal —> aos poucos a pressão no AD aumenta - Com o passar do tempo, há perda de função do coração direito —> levando a insuficiência cardíaca - Local mais freqüente —> fossa oval; - Quando ocorre na desembocadura das veias cavas —> CIA do tipo seio venoso; - Quando há descontinuidade da parede da veia do seio coronário no sulco do lado esquerdo —> CIA do tipo seio coronário - Crianças acometidas podem ter o desenvolvimento e deambulação atrasadas - Correção: - “Céu aberto” —> é utilizado retalho de pericárdio bovino; - Cateterismo —> dispositivos em “guarda-chuva”; **DIFERENÇA ENTRE DEFEITO SEPTAL ATRIAL E PATÊNCIA DO FORAME OVAL - Na potência do forame oval, o forâme permanece aberto, mas não permite a passagem de sangue do AE para o AD, pois a lâmina da fossa oval funciona como uma valva; - **Ocorre por alterações anatômicas em uma certa proporção dos indivíduos (11% a 25%); - Não acarreta alterações fisiológicas normalmente; - Se a pressão do AD se sobrepor a do AE —> há passagem de sangue do Direito para o esquerdo; B) Defeitos do Septo Ventricular (comunicação interventricular - CIV) - São as anomalias mais frequentes; - Podem aparecer isoladamente, mas em alguns casos podem ocorrer em conjunto com outra má-formação; - Pode contribuir para a sobrevivência de pacientes com certas anomalias: - Exemplo: Pacientes com dupla via de saída. Como ambos os vasos saem do mesmo ventrículo, o fato de que o sangue do VE é misturado com o do VD, contribui para que o paciente consiga sobreviver, uma vez que o sangue ejetado tanto para os pulmões como para o sistema será uma mistura de sangue arterial e venoso; - **Ocorre hiperfluxo pulmonar —> levando a hipertensão pulmonar: - Ocorre por haver passagem de sangue do VE para o VD, aumentando a quantidade de sangue ejetado pelo VD; - Nesse caso é rápida —> irreversível aos 2 anos; - Com dois anos anos a criança já apresenta características clínicas dessa patologia - Com o passar do tempo, a hipertrofia do VD faz com que a pressão nessa câmara se sobreponha a do VE, de forma que há reversão do fluxo (reversão do shunt) —> o sangue do VD passa a ir em direção ao VE: Page � of �14 35 - *Com isso sangue desoxigenado passa a ser bombeado para o corpo, causando a cianose tardia - Correção: “Céu aberto” —> é utilizado retalho de pericárdio bovino; C) Defeitos no Septo Átrio-Ventricular (atriventricularis comunis; defeito dos coxins endocárdicos; e canal átrio-ventricular comum persistente ) - Defeitos da porção átrio-ventricular do septo cardíaco; - Amplo espectro de apresentações morfológicas; - Distorções na arquitetura do coração (devido a ausência do septo atrioventricular); - Características comuns nesse tipo de defeito: - 1) Encurtamento da via de entrada ventricular; Alongamento e estreitamento da via de saída do ventrículo esquerdo (morfologicamente esquerdo) —> pescoço de ganso; - 2) Anteriorização da aorta; - 3) Aspecto escavado do septo ventricular na via de entrada; - Forma mais grave (total): - CIA do tipo ostium primum; - CIV na via de entrada ventricular; - Valva atrio ventricular comum cavalgando o septo ventricular; - Gera hipertensão pulmonar precoce; - Cardiopatia mais comum em portadores de Síndrome de Down; - Formas parciais —> alterações menos intensas; D) Persistência do canal arterial - Canal arterial (ducto arterioso) —> é fundamental no período fetal, mas recebe estímulos para fechar. O septo aórtico pulmonar divide o tronco arterioso, fisiologicamente, separando o vaso em aorta e artéria pulmonar; - Também é fisiológico um ducto ou canal arterial na porção distal das artérias unindo as duas —> sendo fechado nosegundo mês de vida e desaparecendo no sexto mês de vida; - O fechamento ocorre devido a: - 1) Aumento da oxigenação arterial; - 2) Diminuição da resistência vascular nos pulmões; - O fechamento pode ser atrasado em crianças que: - 1) Apresentem hipóxia (por alterações pulmonares ou cardíacas); - 2) Apresentem CIV, de forma que há maior pressão nas artérias pulmonares —> mais sangue permanecerá passando pelo ducto arterioso; - **Em caso de uma CIV: a persistência do canal pode diminuir o problema, pois o sangue ejetado pelo ventrículo direito (em maior quantidade por conta do shunt esquerdo para direito) passa a passar também para a aorta pelo canal arterial. A CIV ajuda a manter a circulação constante - O não fechamento (por qualquer motivo) ocasiona: - 1) Hiperfluxo pulmonar; - 2) Hipertensão pulmonar tardia; - **Outras causas —> essa alteração ocorre frequentemente na rubéola congênita; - Correção: - Ligadura ou sutura (pode ser feita por videotoracoscopia); E) Coarctação da aorta - Coarctação —> significa estreitamento focal ou segmentar de qualquer vaso; - O afilamento reduz a possibilidade de fluxo sanguíneo; - Localização: - Pre-ductal: antes da desembocadura do canal arterial; - Justaductal: em frente a desembocadura do canal arterial; - Pós-ductal: após a desembocadura do canal arterial; - Após o estreitamento há dilatação da aorta; - Geralmente, o canal arterial (ducto arterioso) é persistente (maioria dos pacientes com coarctação da aorta também apresentam persistência do canal arterial): - Coarctação pré-ducal é menos danosa, pois o sangue passa pelo ducto arterioso em direção a aorta (apesar de ser sangue venoso, ainda pode suprir parte da demanda); Page � of �15 35 - Quando a coarctação é pós-ductal, há aumento da pressão na aorta, que leva a um aumento na passagem de sangue para a artéria pulmonar, aumentando a pressão nessas e, por consequência, aumenta a pressão nos pulmões (hipertensão pulmonar); - Pode haver cianose diferencial: - A aorta ascendente supre a necessidade de sangue para cabeça e pescoço —> não há cianose, pois o sangue sai diretamente do ventrículo esquerdo (oxigenado); - A partir da coarctação há passagem de sangue venoso das artérias pulmonares para a aorta, de forma que os órgãos irrigados pelas artérias vindas da aorta descendente sofrem cianose; - *Exemplo de sinal e sintoma: claudicação intermitente - Coarctação pós-ductal: mortalidade de 80%; - Coarctação pré-ductal: pode ser feita correção cirúrgica quando há tempo hábil F) Tetralogia de Fallot - Composta por 4 componentes principais - A) Estenose pulmonar (estenose do infundíbulo pulmonar)—> diminuição do diâmetro do trato de saída do ventrículo direito; - B) Aorta se sobrepõe ao defeito septal ventricular (cavalgamento da aorta sobre o septo ventricular) —> a valva aórtica tem conexão biventricular, ou seja, está situada no defeito septal ventricular e conectada com os dois ventrículos; - C) Defeito septal ventricular (CIV) —> Comunicação entre os dois ventrículos; - D) Hipertrofia do ventrículo direito —> ventrículo direito torna-se hipertrofiado e a hipertrofia aumenta com a idade. Visível em raio-x de tórax como uma forma de bota. - Defeito básico: desvio anterior da porção infundibular do septo ventricular: - Defeito iniciado no coxim endocárdico gerando, inicialmente, a estenose do infundíbulo pulmonar; - O infundíbulo não se desenvolve adequadamente, de maneira que as outras estruturas ficam deslocadas para a direita —> desloca também a aorta para a direitas (dextroposição da aorta) que passa a ficar sobre o septo ventricular, que não se forma de maneira normal (CIV). A CIV ocasiona a hipertrofia do ventrículo direito; - Principal consequência clínica —> cianose precoce e hipoxemia por conta disso (circulação e oxigenação sanguíneas inadequadas); - Fallot extremo: atresia do infundíbulo e valva pulmonar —> conexões colaterais fazendo conexões sistêmico-pulmonares; - Quando existe cianose e hipoxemia em crianças pequenas —> deve ser feita a correção pela cirurgia de Blalock-Taussing (anastomose término-lateral de subclávia com ramo da pulmonar); - Correção cirúrgica completa: ampla ressecção do infundirão estenosado. As vezes, com ampliação da via de saída com placa de pericárdio. É feito fechamento da CIV; G) Transposição das grandes artérias (TGA) TRANSPOSIÇÃO COMPLETA - Defeito na espiralização das artérias de maneira que ganham conformação invertida —> leva a conexão ventrículo-arterial discordante; - Aorta saindo do ventrículo morfologicamente direito; - Tronco pulmonar saindo ventrículo morfologicamente esquerdo; - A circulação torna-se invertida —> ventrículo direito tendo que bombear sangue para todo o corpo (apesar de ser menos espesso: - Ventrículo direito (pela aorta) —> bombeia sangue venoso no sistema arterial - Ventrículo esquerdo (tronco pulmonar) —> bombeia sangue já oxigenado de volta aos pulmões; - Paciente desenvolve cianose —> sobrevivência depende de comunicações entre os lados do coração (pelo forame oval; pelo canal arterial ou CIV); - Coração torna-se ovoide —> aorta anteriormente e à direita da pulmonar ou então aorta e pulmonar lado a lado; - Quando não há CIV —> ocorre hipertrofia do VD e atrofia do VE; - Cirurgias corretivas: plano atrial (Mustard e Senning) ou arterial (Jatene). - Cirurgia paliativa: atrioseptostomia de Rashkind; Page � of �16 35 TRANSPOSIÇÃO CORRIGIDA - Há duas conexões discordantes: - Atrioventricular —> atrio direito conecta-se ao ventrículo morfologicamente esquerdo (mas localizado a direita); - Ventrículo-Arterial —> ventrículo esquerdo conecta-se ao tronco pulmonar - *Aorta costuma estar localizada anteriormente e a esquerda do tronco pulmonar; - Como há duas discordâncias —> circulação funcionalmente normal —> **maioria dos indivíduos assintomáticos; - É comum que os pacientes com essa anomalia também apresentem CIV e/ou insuficiência tricúspide (IT) —> apresentam sintomas; H) Dupla saída ventricular - Aorta e tronco pulmonar saindo de um mesmo ventrículo; - *Normalmente saem do ventrículo direito; - A existência de uma CIV é essencial para a vida dos pacientes —> a localização da CIV é importante para o planejamento de cirurgias; - Pode haver hipertrofia do VD (quando ambas as vias saem dele); I) Tronco arterial comum - É uma forma de saída única do coração —> não há duas grandes artérias, mas apenas um grande tronco; - Apenas um grande vaso emerge da base do coração —> supre a circulação sistêmica e pulmonar (e coronariana); - Há uma valva para todo o tronco —> valva trunca (com 3 ou 4 ou mais semilunares); - Sempre CIV (que é subtruncal); - A manifestação que ocorre é de hiperfluxo pulmonar J) Atresia Aórtica (hipolplasia do VE) - Anomalia grave, poucos pacientes sobrevivem o período neonatal; - Características: - Atresia ou estenose acentuada da valva aórtica; - Hipoplasia do ventrículo esquerdo; - Valva mitral rudimentar, podendo não haver conexão atrioventricular esquerda; - Aorta ascendente hipoplásica; - Sobrevivência relacionada a: - Comunicação interatrial (CIA); - Patência do canal arterial; - *Quando o canal tente a se fechar, há sinais de isquemia cardíaca e de outros orgãos; - Cirurgia apenas paliativa —> ampliar a CIA; - Prognóstico reservado K) Atresia Pulmonar com Septo ventricular Íntegro - Anomalia também grave —> período neonatal com difícil manuseio clínico; - Características: - Tronco pulmonar normalmente tem bom calibre (apesar da atresia); - VD pode estar hipoplásico ou dilatado; - *Quando está hipoplásico a tricúspide é estenótca e displásica; - Sobrevida depende da Patênciado canal arterial; - Pacientes tornam-se cianóticos —> há dificuldade de preenchimento do VD, por isso o sangue passa pelo forame oval (sangue venoso passa para o VE e é bombeado para o corpo); - Correção cirúrgica —> valvotomia (em casos de VD com dimensões próximas às normais); Page � of �17 35 L) Atresia Tricúspide - Anomalia em que há ausência de comunicação atrioventricular a direita; - Características: - AD hipertrófico e dilatado; - Não há evidências de valva atrioventricular; - Geralmente, AE comunica-se com VE; - VD é rudimentar e ântero-superior; - Geralmente há uma CIV (muscular); - Conexão ventrículo arterial é concordante (na maioria dos casos); - Os pacientes, normalmente apresentam-se cianóticos —> pois há, normalmente, uma CIA na fossa oval, permitindo passagem de sangue de direito para esquerda; - Fluxo pulmonar depende do tamanho da CIV; - Há hiperfluxo pulmonar quando é discordante; - Correção cirúrgica: derivação átrio-pulmonar (necessária baixa pressão na artéria pulmonar); **Anomalia de Ebstein —> má formação da tricúspide: é localizada em direção ao ápice; 4.2 Cardiopatias no Recem-Nascido - Principais repercussões das má formações cardíacas: - 1) Falha na oxigenação sanguínea; - 2) Insuficiência Cardíaca (ICC)/choque cardiogênico; A falha na oxigenação ocorre pois o sangue não chega até o pulmão; ou chega até o pulmão, mas não para a circulação sistêmica —> cianose ou choque cardiogênico; —> Hipertensão pulmonar Persistente no Recém nascido - Cianose precoce; - Pode haver cianose diferencial; - Pequena resposta ao teste de hiperoxia; - Pode ser causada por: - Aspiração de mecônio; - Pneumonia - Sindrome do desconforto respiratório; - Hipoplasia pulmonar; - Asfixia perinatal; - Idiopática; - Nesses casos—> há liberação de vaso constritores (ET1, tromboxanas, leucotrienos) e redução da atividade de vasodilatadores —> com isso há redução do fluxo pulmonar e hipoxemia acentuada. Esses eventos levam também a um aumento no tônus muscular na vasculatura pulmonar levando a um remodelamento patológico. *Aumento da resistência pulmonar e da pressão pulmonar - Como resultado, permanece um shunt direita-esquerda por ser mantido o forame oval e ducto arterioso; A) Cianose - Presença de shunt direito-esquerdo ou shut misto; - Fluxo pulmonar depende do ducto arterioso —> sangue que chega aos pulmões passa pelo ducto arterioso (passa da aorta para a artéria pulmonar); - Circulação em paralelo; - Pode se dar por problemas cardíacos ou pulmonares - Há cianose precoce nas situações em que é impedido o fluxo da artéria pulmonar; - Ocorre em: - I) Disturbios pulmonares; - II) Cardiopatias congênitas: - Fluxo pulmonar reduzido (shunt D-E); - Fluxo pulmonar normal ou aumentado com shunt misto (transposição das grandes artérias, síndrome da hipoplasia do coração esquerdo); - III) Hipertensão pulmonar persistente no recém nascido; Page � of �18 35 - IV) Cianose com PO2 normal (policitemia) - A cianose no caso de doenças pulmonares pode ser diferenciada da cianose causada por cardiopatias congênitas: - Cianose por doenças pulmonares: - Desconforto respiratório precoce; - Acidose respiratória; - Cianose precoce (dentro das primeiras 24 horas); - Alterações pulmonares significativas em Rx de tórax; - Cianose por cardiopatias congênitas: - Desconforto respiratório é tardio; - Cianose tardia (depois das primeira 24 horas) - Sem acidose respiratória; - Sem alterações no Rx de torax; - Podem haver sopros por turbilhonamento na ausculta cardíaca; - No caso de haver dúvida fazer teste de hiperoxia —> oferecer ao paciente FiO2 100%: - Se houver hiperssaturação (PO2 > 250mmHg) —> descartar cardiopatia congênita; - Se 100 < PO2 < 250mmHg —> Provável cardiopatia congênita com shunt misto (hipertensão pulmonar persistente do recem-nascido); - Se PO2 < 100mmHg —> Provável cardiopatia congênita com fluxo pulmonar dependente do canal arterial ou hipertensão pulmonar persistente do recem-nascido; B) Choque cardiogênico - Presença de shunt E-D ou shunt misto; - Ocorre em: - Atresia aórtica; - Coarctação da aorta; - Interrupção do arco aórtico; - Grandes CIV e patência do ducto arterioso; Page � of �19 35 **Exemplos de alterações cardíacas: 5.0 Etapas no Tratamento do Recém Nascido com Cardiopatia Congênita 1) Apresentação clínica (hipóxia; choque cardiogênico, ICC); 2) Estabilização inicial e transporte para centro especializado; 3) Confirmação diagnóstica; 4) Tratamento cirúrgico; 5) Tratamento intensivo pós-operatório; Idealmente é feito o diagnóstico ainda fetal 1) Diagnóstico fetal; 2) Confirmação diagnóstica e referenciamento para centro especializado; Page � of �20 35 3) Tratamento cirúrgico; 4) Tratamento intensivo pós-operatório; Aula 4 - Valvopatias Adquiridas 1.0 Introdução - Valvopatia: doença do aparelho valvar de qualquer junção átrio-ventricular ou ventrículo-arterial; - Causa de cerca de 1/4 das cirurgias cardíacas no Brasil; - Doença reumática apresenta frequência maior do que as degenerativas como causa de doenças valvares; - As valvopatias reumáticas também apresentam maior morbi-mortalidade; - História natural da doença comumente: - 1) Infecção respiratória por estreptococos do grupo A de lancefield; - 2) Após o episódio agudo, os anticorpos formados contra as bactérias reagem de maneira cruzada contra o tecido valva; - 3) Deposição de imunocomplexos sobre as valvas; - 4) Reação inflamatória; 1.1 Tipos de disfunções valvares A) Estenose: incapacidade da valva se abrir completamente, resultando em dificuldade de passagem do sangue; B) Insuficiência: dificuldade ou falta do fechamento completo da valva, permitindo que parte do sangue volte para câmara de onde saiu (regurgitação); C) Dupla lesão: é a associação das alterações da estenose da insuficiência (o que é o mais freqüente), quase sempre havendo o predomínio de uma ou outra lesão; 2.0 Estenose - A estenose pura é rara; - A estenose trata-se de uma incapacidade na abertura da valva —> impede a passagem normal do sangue através dela, levando ao turbilhonamento - Etiologia mais comum —> doença reumática (não infecciosa); - As valvopatia aórtica são causadas mais comumente por causas reumáticas, seguidas de causas degenerativas; - Alterações cardíacas são adaptativas à valvopatia: - Hipertrofia atrial —> pois há necessidade de maior contração do músculo cardíaco para permitir a passagem do sangue dos átrios para o ventrículo; - Espessamento endocárdico; - As estenoses podem causar congestão passiva sistêmica —> sangue se acumula nos átrios pela dificuldade de passar para os ventrículos; - *Pode ocorrer nos pulmões e fígado; - *A dilatação das fibras cardíacas acaba por remodelar o miocárdio que deixa de conseguir comportar a quantidade de sangue que entra - **A hipertensão venocapilar pulmonar pode ser severa; - Estenose mitral (mais comum): - Hipertensão Pulmonar: pois a quantidade de sangue que sai dos pulmões não é acomodada no átrio esquerdo, aumentando a pressão no sistema acima; - Hipertrofia do Ventrículo esquerdo: pois em um primeiro momento o átrio esquerdo bombeia mais sangue para o ventrículo esquerdo (uma vez que tem que acomodar mais sangue); - Outra etiologia —> a estenose degenerativa ocorre em todos os indivíduos ao longo da vida (em maior ou menor grau); - Cura muito rara; - Repercussões: - Hipertrofia miocárdica e posteriormente Dilatação a montante: - *Montante —> se a estenose é mitral, inicialmente, a hipertrofia é no Átrio esquerdo; - Hipertensão Pulmonar; - Repercussão em câmaras direitas; -Congestão passiva pulmonar (esquerda - Mitral); - Congestão passiva hepática (direita -tricúspide) 3.0 Insuficiência Page � of �21 35 - Lesões que causam a incapacidade de fechamento da valva; - Normalmente as lesões são mistas (a valva podem apresentar-se enrijecidas, sem capacidade de fechar adequadamente, mas também incapazes de permitir o fluxo sangüíneo normal através dela; - Etiologia mais ampla: - Doença reumática; - Prolapso quer por alteração degenerativa isolada, quer fazendo parte de uma síndrome; - Endocardite infecciosa; - Ruptura de músculo papilar; - Degeneração anulovalvar mitral; - Afecções da raiz da aorta; - Congênita - Repercussões: - Dilatação e posteriormente Hipertrofia miocárdica a montante; - **Montante —> se a estenose é mitral, inicialmente, a dilatação é no Átrio esquerdo; - Alterações na dependência da etiologia do processo (fenômenos embólicos isquêmicos ou com abscessos); - Edema agudo pulmonar, congestão e hemorragia pulmonar; 4.0 Endocardite Infecciosa 4.1 Conceito - Inflamação do endocárdio causada por microorganismos; - Na pratica a maioria das endocardites infecciosas ocorrem nas valvas: - Porque? A infecção poderia ocorrer em qualquer local do endocárdio, entretanto, em valvas já lesionadas (estenoses, hipertensão etc), as escoriações no endocárdio levam ao acontecimento da cascata de coagulação com a formação de fibrina e outros fatores que favorecem a colonização bacteriana no local. Essa colonização é seguida da reação inflamatória que amplifica os danos no tecido da valva. - Também são consideradas EI as infecções que ocorrem nas próteses valvares e em orifícios cardíacos anômalos (CIV, CIA) ou pontas de cateter ou marcapasso; - Endocardite infecciosa é rara em valvas normais; - Doença de base é bastante variada; - Doença reumática é um fator de risco; - Na maioria dos casos a endocardite se assesta na face valvar de maior impacto do fluxo sanguíneo (atrial das valvas atrioventriculares e ventricular das arteriais); 4.2 Incidência - Mitral e aórtica —> em equilíbrio quanto a incidência; - 10% ambas; - 25% em próteses; - 10% do lado direito do coração (intracath, marcapasso, uso de drogas lícitas ou ilícitas ou cardiopatias congênitas); - *Em uso de drogas —> compromete o lado direito devido a aplicação no sistema venoso - 10% em endocárdio mural em pacientes sem valvopatias; 4.3 Etiologias - Infecciosas: - Bactérias dos grupos estreptococos e estáfilococos (Streptococcus viridans e Staphylococcus aureus, bactérias Gram-negativas); - Fungos (Candida, Aspergillus); - Rickétsia ou clamídia; - Maior impacto do sangue e turbulência favorecem a adesão e colonização bacteriana no endocárdio; - A infecção poderia ocorrer em qualquer local do endocárdio, entretanto, em valvas já lesionadas (estenoses, hipertensão etc), as escoriações no endocárdio levam ao acontecimento da cascata de coagulação com a formação de fibrina e outros fatores que favorecem a colonização bacteriana no local. Essa colonização é seguida da reação inflamatória que amplifica os danos no tecido da valva. Page � of �22 35 4.4 Patogênese - Bacteremias ou fungemias de curta ou longa duração - Podem ser causadas por: - Focos dentários; - Queimaduras; - Uso prolongado de sondas uretrais; - Procedimentos invasivos; - Uso de drogas venosas injetáveis; - Contaminação de prótese (aparece em menos de 60 dias); - O estado imunológico está relacionado com o desenvolvimento da endocardite (sobretudo infecciosa): - Uso de imunossupressores; - Neoplasias malignas —> também relacionado ao uso de quimioterapia; - Idosos com tumor de intestino; - AIDS; - Doenças hematológicas; - Doenças do tecido conjuntivo; 4.5 Morfologia - Destruição do endocárdio: - Ulcerações das válvulas; - Destruição ou perfuração das cúspides; - Ruptura das cordas tendíneas; - Formação de vegetações (trombos sépticos, colonizados por bactérias): - Massas pardacentas avermelhadas e friáveis; - Massas de fibrina, plaquetas, elementos celulares leucocitários e microrganismos; 4.6 Complicações Locais - Falência cardíaca decorrente da destruição e insuficiência valvar (além de obstrução valvar, abscessos cardíacos, fístulas e IAM); - *O trombo séptico (vegetação) pode desprender-se e causar o IAM; - Aneurisma do seio de Valsalva; - Perfuração dos septo membranoso; - Fístulas de AE para AD; Sistêmicas - Embolias sistêmicas (aneurismas micóticos) —> dependendo do local de deslocamento do trombo/ vegetação; - Glomerulonefrite —> devido a deposição dos imunocomplexos formados na reação contra os microorganismos; 4.7 Sinais e sintomas (clínica) - Febre, mal-estar, cefaleia, anorexia, linfadenomegalia —> causados pela presença de uma infecção (sintomas inespecíficos, mas que indicam uma infecção); - Hepatoesplenomegalia; - Embolias sépticas: necroses e infecções em outros órgãos com os sintomas correspondentes; Page � of �23 35 Aula 5 - Patologia Pulmonar 1.0 DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; - Doença que obstrui cronicamente o pulmão —> leva a uma limitação do fluxo aéreo; - Gera uma barreira mecânica; - Pode ser irreversível ou parcialmente reversível; - *O quadro pode ser estabilizado - É progressiva; - Está associada a uma resposta inflamatória anormal no pulmão que causa destruição e obstrução; - *O tratamento pode envolver anti-inflamatórios - * *Agentes externos, quando inalados por uma pessoa com predisposição a uma hiperresponsividade —> leva a uma inflamação mais exacerbada que o normal. Qualquer injúria que o corpo sofra a partir daquele momento levará a uma reação inflamatória pequena ou grande, de acordo com o nível da agressão - Pode ser secundária a inalação de partículas ou gases nocivos —> aumento das mortes por DPOC com o aumento da poluição; - *Mas também relacionada a fatores pessoais: genética; hiperresponsividade brônquica etc; - **Tabagismo —> principal causa (20% dos fumantes com mais de 40 anos) - Asma x DPOC: - *Causas diferentes; - Asma tem um prognóstico benigno; - Na DPOC há alteração da relação ventilação/perfusão; - *Pode haver ventilação de alvéolos sem que haja perfusão —> por destruição do leito vascular (há ventilação, mas não perfusão —> espaço ventilatório morto); ou por obstrução (há perfusão, mas não há ventilação —> shunt pulmonar); 1.1 Avaliação - A avaliação da progressão pode ser feita pela espirometria; - É avaliado tanto a entrada quanto a saída do ar; - A espirometria é útil pois avalia o fluxo aéreo (a doença causa a limitação do fluxo) 1.2 Fatores de risco PESSOAL - Genético (ex: alfa1-antitripsina); - Hiperresponsividade brônquica; - Crescimento pulmonar reduzido AMBIENTAL - Tabagismo; - Poeiras e produtos químicos; - Infecções; - Condições sócio-econômicas 1.3 Controle da Inflamação no pulmão - Após o início do processo inflamatório, ele é controlado pelos níveis de algumas interleucinas e enzimas, principalmente: - Anti-oxidases; - Anti-proteinases; - *A inflamação causa danos aos tecidos também do indivíduo, essas enzimas ajudam a controlar os danos causados pela inflamação ao tecido; - Em pacientes com DPOC, além da inflamação exacerbadas, há também diminuição da atividade ou ausência dos níveis dessas enzimas; Page � of �24 35 1.4 Alterações na luz brônquica - É a principal alteração inicial; - Ocorrem alterações na - Secreção: - Torna-se aumentada (observado na bronquite crônica); - Edema - Relacionado com a insuficiência cardíaca; - Incapacidade de eliminar secreções: - Doença dos cílios imóveis —> perda da capacidade de movimentação doscílios, acarretando acúmulo de secreções e muco, estando também relacionada com a capacidade de liminar particular sólidas e líquidos que entram no pulmão: - Aspiração de sólidos —> risco de aspiração de corpo estranho e dificuldade em elimina-lo - Aspiração de líquidos —> causa distúrbios da deglutição 1.5 Alterações na parede brônquica - Todas as alterações na parede crônica contribuem para diminuir a sua luz e, portanto, causa a obstrução; - As alterações ocorrem por: - Contração do músculo liso: - O broncoespasmo é auto-limitado e, por isso, não está relacionada com a irreversibilidade da doença; - Na asma, há o mesmo mecanismo de obstrução (contração da musculatura lisa), mas não causa as mesmas repercussões; - Hipertrofia das glândulas mucosas: - Causada pelo processo inflamatório crônico; - Aumenta o tecido da parede e diminui o lumen; - Ocorre na bronquite crônica; - Inflamação - Aparece também na asma brônquica; - Edema - Relacionado também com a insuficiência cardíaca congestiva; 1.6 Alterações peribrônquicas - Grupo de doenças causa destruição tecidual peri-bronquica - Ocorre destruição do parênquima do parênquima com perda da tração radial e o recolhimento elástico; - Enfisema pulmonar; - Edema peribrônquico: - Insuficiência cardíaca congestiva; - Compressão extrínseca - Aparece em neoplasias de pulmão; 1.7 Hiperinsuflação pulmonar Hiperinsuflação pulmonar fixa - Relacionada a destruição do parênquima do pulmão; - Leva a um desequilíbrio entre as forças que determinam a forma da caixa torácica —> a destruição do pulmão leva perda da sua capacidade elástica; - É irreversível Hiperinsuflação pulmonar fixa - A obstrução lentifica o fluxo aéreo (expiratório) gerando aprisionamento de ar em partes do pulmão; - É reversível —> alguns broncodilatadores melhoram a hiperinsuflação diretamente; - *Tórax ganha torna-se deformado permanentemente —> tórax em barril - Consequências da hiperinsuflação: - Altera a função do diafragma —> alteração na forma do pulmão e capacidade de retorno a posição normal; - Altera a função dos músculos intercostais —> maior uso da musculatura acessória (tiragem intercostal) Page � of �25 35 - Gera gasto de energia acentuado, ocasionando fadiga muscular - Aumenta o trabalho respiratório com consumo de energia —> uso da musculatura acessória; - Desnutrição —> fadiga ao respirar; várias outras causas 1.8 Distúrbio ventilação-perfusão - Trata-se do mecanismo básico relacionado a hipoxemia arterial em pacientes com DPOC; - Das doenças principais causadoras da DPOC: enfisema pulmonar e bronquite crônica - Enfisema Pulmonar: - Ocorre a destruição do parênquima pulmonar —> é destruído tanto o alvéolo quanto o leito vascular (capilar pulmonar); - Ocorre na porção distal (alveolos) - Com uma injúria que causa inflamação há progressiva destruição tecidual, com atividade da elastase e outras enzimas proteolíticas; - Ocorre em pacientes que tem ou já tiveram bronquite durante a vida; - Pulmão tem complacência diminuída (destruição das fibras elásticas); - Hiperinsuflação fixa (paciente inspira mais que expira) —> alvéolos começam a não suportar a pressão e estourar —> formam as fóveas alveolares; - Com a perda do alvéolo, perde-se a superfície de troca gasosa - Pink Puffer (soprador rosado) - O enfisema paraceptal está relacionado ao acontecimento de pneumotórax; - Bronquite Crônica: - Doença inflamatória dos brônquios, na qual há obstrução proximal dos brônquios - Decorre de uma aspiração de partículas nocivas provocando injúria e um processo inflamatório exacerbado: - Não ocorre inativação de proteases relacionadas com a inflamação —> destruição do tecido peribronquial; - Há hipertrofia da mucosa brônquica —> diminuindo o lumen; - Ocorre dificuldade na ventilação —> os capilares são preservados, mas não ha ventilação - Asma: - Semelhante a bronquite, mas é reversível (melhora com tratamento); - Causada pela hiperresponsividade, relacionada com respostas alérgicas no tecido; - Normalmente o paciente também tem outras doenças relacionadas a hipersensibilidades tipo I; - Eosinofílica ou neutrofílica; 1.9 Bronquite Crônica - Processo inflamatório do pulmão crônico do pulmão com tosse e expectoração por longa data; - Três meses seguidos por pelo menos 2 anos consecutivos; - Brônquios vão apresentar 3 a 4 vezes mais glândulas que um brônquio normal (devido a hiperplasia); - A hiperplasia glandular e aumento da mucosa brônquica está relacionada a secreção de fatores inflamatórios e outros fatores de crescimento; - A progressão é insidiosa —> paciente se acostuma. Quando o paciente sente os sintomas, já há obstrução grande; - Pode também causar alterações distais —> há preservação dos septos alveoláres, mas ocorre inflamação e alteração no epitélio —> maior produção de muco; - O muco acumulado não permite a passagem do ar —> tem que ser fagocitado, o que estimula a migração de macrófagos - Relaciona-se de maneira importante com a retenção de microorganismos e propiciando infecções; - Brônquios e bronquiolos desenvolvem fibrose periférica; - Ocorre hiperinsuflação dinâmica —> pois há limitação no fluxo pela obstrução - *Causa o shunt pulmonar; - *Aparece cianose (blue puffer) pois não ocorre troca gasosa em parte do pulmão, por isso hipoxemia; - Hipertensão pulmonar; Page � of �26 35 1.10 Enfisema Pulmonar: - Causada pela destruição dos alvéolos distais; - Há dilatação do alvéolo até o pontoem que não consegue mais conter a pressão —> ruptura do septo alveolar; - *A ruptura do septo é classificada de acordo com a localização: - Centracinar: no centro do ácino pulmonar; - Panacinar: acomete todo o ácino; - Na enfisema ocorre hiperinsuflação fixa por perda dos septos alveoláres; - Também leva a hipertensão pulmonar —> leva ao cor pulmonale (insuficiência cardíaca direita); - *Cor pulmonale é causada por qualquer quadro de hipertensão pulmonar; - Pneumotórax como consequência do enfisema: - *Ocorre, principalmente, quando há destruição paraceptal (enfisema paraceptal); - Com a progressão da enfisema: - A saturação de O2 do sangue não ocorre de maneira correta —> leva a taquipneia como maneira de compensar; - Com a destruição tecidual no pulmão há hipertensão pulmonar e remodelação da trama vascular —> inicialmente dentro do pulmão e, em seguida, dos órgãos cardiovasculares associados —> estase sanguínea cardíaca e, posteriormente, cor pulmonale; 2.0 Resumo do padrão fisiopatológico das doenças obstrutitvas **Obstrutiva: fluxo obstruido** - Bronquite Crônica e Enfisema - Bronquite crônica: cianose periférica leve; hiperinsuflação dinâmica; - Enfisema: Vasodilatação periférica (paciente róseo); hiperinsuflação fixa; - DPOC e Asma - DPOC: Início após os 40 anos; antecedentes de atopias ausente; história familiar de asma ausente; tabagismo; melhora variável com tratamento; obstrução parcialmente reversível - Asma: início na infância; antecedents de atopias presente; história familiar de asma presente; tabagismo pode ser ausente; melhora com o tratamento —> obstrução reversível; 3.0 Doenças Pulmonares Restritivas - São doenças que restringem a complacência pulmonar; - A expansão pulmonar está reduzida (limitada); - São causadas por qualquer alteração no parênquima pulmonar; - Causas mais comuns: - Alterações do parênquima pulmonar - Doenças pleurais - Doenças da caixa torácica - Doenças neuromusculares - Obesidade Page � of �27 35 - Fisiopatologia: - Redução da distensibilidade - Complacência BAIXA - Volumes pulmonares pequenos - Altas pressões para distensão - Resistência de vias aéreas: - Normal - Reduzida- Elevada - Patogênese: - Resposta pulmonar à agressão —> ativação de resposta inflamatória e reparação —> remodelação tecidual com aumento da matriz extracelular; - Esses eventos, quando ocorrem de maneira descontrolada, culminam e aumento da proliferação de fibroblastos e deposito de colágeno (fibrose) —> perda da elasticidade do pulmão 3.1 Acometimento Heterogêneo e Homogêneo - Homogêneo —> alvéolos não são destruídos, permitindo que continue havendo troca gasosa; - Heterogêneo —> quadro enfisematoso, há ruptura da estrutura alveolar —> perda da capacidade de de troca gasosa; - *Há hiperinsuflação acima de 100% —> ocorre no comprometimento heterogêneo —> irreversível; **A formação de colmeia/faveolamento é um marcador de mau prognóstico —> indicam a destruição dos septos alveolares secundários ao acometimento heterogêneo do espessamento do interstício 3.2 Achados Radiológicos - Vidro fosco; - Condensação Aula — Padrões de Resposta Pulmonar a Injúria 1.0 Dano Alveolar Difuso — Síndrome da Angústia Respiratória Adulta - Dano alveolar difuso —> padrão histológico assumido; - Definição: - Conjunto de achados clínicos, patológicos, e radiológicos (condensação confluente com evolução para opacificação total); - Aumento da permeabilidade do endotélio capilar e do epitélio da parede alveolar permitindo que haja extravasamento de líquido do capilar para o interstício e alvéolo resultando em edema pulmonar, apesar da pressão hidrostática capilar estar normal; - Deposição de proteínas na superfície do alvéolo criando uma membrana; - Estabelecimento rápido de insuficiência respiratória, cianose e hipoxemia grave refratária a oxigenioterapia; - Freqüentemente progride para falência orgânica extrapulmonar multissistêmica. - Sequência básica da doença: - 1) Hipoxemia inicial; - 2) Estabilização clínica inicial temporária (enquanto a doença progride); - 3) Angústia respiratória: dispneia intensa; taquipneia; cianose —> necessidade de suporte respiratório no CTI. Paciente é dependente respiratório mecânico; - 4) Hipoxemia refratária grave (PaO2<60mmHG com FIO2=100%); Page � of �28 35 1.1 Causas - Múltiplas causas —> tudo o que pode causar uma injúria ao pulmão; - Quando injúrias ocorrem de maneira difusa, essas tem potencial para causar a SARA; - Exemplos: - 1) Paciente frente a um politrauma teve perda de sangue volumosa —> choque hipovolêmico e transfusão de sangue; - Sangue transfundido trás proteínas estranhas ao paciente —> resposta inflamatória difusa; - Suporte ventilatório —> saturação aumentada de O2 (diferente do ar atmosférico) por período prolongado leva a danos pulmonares; - Agravamento da inflamação no tecido; - Paciente susceptível a sepse e embolia gordurosa; 1.2 Estrutura Pulmonar - Barreira alveolar-capilar fina, constituida pelo endotélio capilar e pelo epitélio alveolar; - Pneumócito Tipo I: Pouco resistente; 90% das células que revestem o pulmão; Formam (junto com o endotélio) a barreira alvéolo-capilar; - Pneumócito Tipo I: Mais resistente; produz surfactante; promove reepitelização; 1.3 Fisiopatologia da SARA Page � of �29 35 1.3.2 Explicação da Fisiopatologia - Inicialmente, ocorre uma agressão; - Injúria causa lesão do endotélio do septo alveolar; - Ativação da cascata de coagulação; - Deposito de proteínas do complemento; - Quimiotaxia de neutrófilos para a região; - O defeito capilar é causado pela agressão inflamatória, onde os principais responsáveis são os neutrófilos e ativação do sistema do complemento; - Ao mesmo tempo, a injúria que agrediu o endotélio também lesa o epitélio alveolar; - Inicialmente são afetados os pneumócitos tipo I (mais frágeis) —> levando a ruptura do alvéolo; - Em seguida, destrói pneumócitos tipo II também —> diminuição da produção de surfactante —> colabamento pulmonar —> atelectasia - Eventos levam a uma insuficiência respiratória aguda; - Ao mesmo tempo, são formados microtrombos em alguns capilares; - Processo inflamatório —> cascata de inflamação leva a uma congestão do vaso, aumentando a permeabilidade capilar e permitindo exudação para o interior do alvéolo; - *O alvéolo fica preenchido de plasma, levando a grande angústia respiratória; - Há reabsorção do edema com o tempo, mas ainda permanecem proteínas no interior do alvéolo —> a fibrina (após ativação da cascata da coagulação) fica depositada no interior do alvéolo formando uma membrana que impede a troca gasosa; - A soma desses eventos —> insuficiência respiratória - 50% morre; - 50% sobrevive com recuperação perfeita ou com fibrose pulmonar de grau variado; **Esse quadro pode ocorrer em pacientes neutropênicos (exemplo: quimioterapia) —> nesse caso, a resposta ocorre principalmente por macrófagos; 1.3.3 Fases da Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto - 1) Fase Precoce - Aguda e Exudativa - Ocorre na primeira semana; - Processo inflamatório agudo neutrofílico; - Leva a espessamento do septo alveolar; - Capilares alveolares congestos; - Destruição e descamação dos pneumócitos tipo I—> atelectasia; - *Obliteração dos vasos - Inicio da formação da membrana hialina; - Descamação dos bronquiolos podendo chegar aos brônquios; - 2) Fase Tardia - Proliferativa - Final da Primeira semana; - Processo começa a entrar em fase de resolução; - Epitélio pulmonar destruído começa a ser re-epitelizado (com proliferação rápida dos pneumócitos do tipo II); - Atipia citológica a biópsia —> devido a proliferação diferente dos pneumócitos tipo II; - Pode ser gerada uma displasia escamosa; - Processo inflamatório não é mais aguda; - Padrão mais crônico de inflamação —> macrófagos e linfócitos - Macrófagos fagocitam a fibrina; - Capilares são desobstruídos; - Septo volta a espessura normal; - Reabsorção e desaparecimento da membrana hialina - 3) Fase Fibrótica Page � of �30 35 *O ápice da agressão pulmonar ocorre entre 4 a 5 dias, quando há mais chances do paciente morrer 1.3.4 Fatores que levam a ocorrência do DAD A) Choque: - Estado prolongado de hipotensão (ocorre em trauma; hipovolemia; falência cardíaca; sepse; anafilaxia); - Hipoxemia tecidual; - Falência múltipla de órgãos; - Patogênese: a diminuição da perfusão leva a uma vasoconstrição periférica para manter a circulação nos órgãos importantes, de maneira compensatória, entretanto, com o agravamento, há vasodilatação generalizada e queda da pressão; - Leva a dano sistêmico e pulmonar —> DAD B) Infecções (bacterianas, fúngicas ou virais) - Produção de toxinas que geram dano tecidual —> liberação de TNF-alfa; - Recrutamento de macrófagos e neutrófilos; - Síntese de óxido nítrico; - Ativação da cascata de coagulação e deposição de proteínas do complemento; - É favorecida a formação de trombos; - Sequestro de neutrófilos da microcirculação pulmonar; - Formação de microembolos na circulação pulmonar; - Destruição dos septos alveolares; - *Paciente com sepse tem grande risco de desenvolvimento de CIVD quanto para SARA; - *Exemplos de agentes etiológicos: - Bactérias; - Vírus, como o vírus da gripe aviária C) Transfusão de sangue - Iatrogenias causadas por transfusão de sangue vem diminuindo, uma vez que o processo de seleção de hemácias e filtração vem melhorando; - Mas ainda sim, a transfusão pode desencadear esse processo de forma mais grave; - *Deve se esperar que o processo se resolva e dar suporte respiratório D) Embolia Gordurosa - Quando há quebra de grandes ossos, há exposição de conteúdo intraósseo —> medula óssea contendo gordura; - Vasculite química causada por efeito tóxico de acidos livres de gordura liberados pela ação de lipases pulmonares sobre gorduraneutra. E) Bypass Cardiopulmonar - Sangue é circulado extracorporeamente em grandes cirurgias etc; - O sangue é exposto a grandes quantidades de material sintético do aparelho —> ativação do sistema do complemento; - Leva a lesão da barreira alvéolo-capilar e DAD; - *O processo pode ser diminuído pela hipotermia F) Toxicidade pelo Oxigênio - Pacientes com quadro que precise de ventilação mecânica com fluxo inspiratório de O2 aumentado (FIO2); - Fração inspirada de pressão alta —> pode gerar um barotrauma (ruptura de alvéolos em um pulmão em que já há poucos alvéolos funcionando); - A maior quantidade de oxigênio gera mais danos oxidativos ao pulmão G) Aspiração de Conteúdo Gástrico (Síndrome de Mendelson) - Comum em pacientes semicomatosos e inconscientes; - Alta mortalidade; - Medidas preventivas: - Jejum; - Administração de antiácidos Page � of �31 35 2.0 Bronquiolite Obliterante com Pneumonia em Organização (BOOP) - Processo inflamatório do brônquio e bronquiolo; - Caracterizada por: - Fibrose bronquiolar e peribronquiolar; - Proliferação intraluminal de tecido fibrótico até chegar nos alvéolo; - Limitação do fluxo aéreo; - O tabagismo não atua como fator desencadeante - O padrão de resposta afeta as vias aéreas não cartilaginosas (bronquiolos), ductos alveolares e alvéolos; - Pode ocorrer frente a: - Processo infeccioso; - Processo auto-imune, como doença reumatoide e miosite; - *Ocorre uma resposta antígeno-anticorpo exacerbada no pulmão, que leva a: - Destruição tecidual; - Formação de tecido cicatricial que invade os bronquiolos; 2.1 Achados Clínicas - Não é rara; - 75% dos pacientes são sintomáticos - Tosse não produtiva persistente - dispnéia há várias semanas - perda de peso - 50% dos casos - febre, mal-estar e fadiga - hemoptise - Baqueteamento digital; - **Principal diagnóstico diferencial: tuberculose; - Normalmente é um quadro auto-limitado; - Hipoxemia arterial de repouso e/ou de exercício em 80% dos casos - Distúrbio ventilatório restritivo leve a moderado. 2.2 Achados laboratoriais - Leucocitose 50%; - Proteína C reativa 80%; 2.3 Achados radiológicos - Infiltrado alveolar bilateral (normalmente na periferia); - O infiltrado pode ter padrão migratório —> diferentes estágios do processo no pulmão; - Pode chegar a uma opacificação focal (nádulo ou massa) - Pode haver área de espessamento pleural; - Pode haver faveolamento; 2.4 Histopatologia - Áreas micronodulares; - Áreas de espessamento - *Apresentam proliferação intraluminal de tecido conjuntivo (pólipos); - Há também um infiltrado mononuclear; - **Há preservação da arquitetura pulmonar (organização alveolar); - Achados histopatológicos específicos - Exuberante inflamação e fibrose nos bronquíolos respiratórios terminais. - Bronquíolos terminais preenchidos por tecido de granulação (fibrina, neutrófilos, neoformação conjuntivo vascular). - Atingindo alvéolos – componente de pneumonia de organização. - Células gigantes multinucleadas, mononuleares, granulócitos (neutrófilos e eosinófilos). - Arquitetura do interstício alveolar preservada. - Fibrose geralmente não esta presente. - **Biópsia é o último recurso para excluir o diagnóstico de câncer; Page � of �32 35 2.5 Tratamento - Tratar a causa da injúria; - Nos casos de BOOP associada a colagenose e formas idiopáticas: - Corticoide; 2.6 Prognóstico - Cerca de dois terços dos pacientes com BOOP idiopática apresentam resolução completa do quadro clínico com o tratamento; 3.0 Pneumonia Intersticial Aguda - Difere-se das outras pneumonias intersticiais por ser aguda e progredir de forma rápida; - Inicia-se, clinicamente, com insuficiência respiratória aguda; - *Indistinguível da angústia respiratória apresentada na SARA: - Histologicamente: - Dano alveolar difuso; - Fase exudativa; - Fase fibroproliferativa; - Com a sobrevivência do paciente, a histologia evolui para: - Fibrose ou Restauração da arquitetura pulmonar 4.0 Tuberculose - Doença comum em países em desenvolvimento; - *Pacientes negros, por razões socioeconômicas, são mais susceptívels; - Extremos etários; - Desnutrição; - Alcoolismo; - HIV; - Pode manifestar-se de forma: - Pulmonar —> mais comum; - Extrapulmonar - *Apesar de que o início da doença dá-se no pulmão; 4.1 Agente etiológico - Mycobacterium tuberculosis: - Bacilo álcool-ácido resistente —> necessidade de coloração de Ziehl-Neelsen para o diagnóstico; - O ser humano é o reservatório da doença; 4.2 Transmissão - Bacilos são expelidos em perdigotos que podem ser aspirados pela pessoa sendo contagiada; - *Em seguida, os bacilos são fagocitados por macrófagos —> desencadeia resposta inflamatória; - A transmissão ocorre apenas por pacientes bacilíferos: - Bacilíferos —> pacientes que tem quantidade de patógeno e estado da infecção que faz com que elimine bacilos nos perdigotos; - *Pacientes após uma semana do início do tratamento deixam de ser bacilíferos; - **Pacientes com a forma extra-pulmonar não oferecem risco de transmissão; Page � of �33 35 4.3 Reação Imunológica - Inicia-se com uma reação inespecífica, com migração de neutrófilos e outros leucócitos; - Com a não resolução da infecção —> inicia-se uma resposta específica, mediada por linfócitos e alteração do padrão imunológico de forma que ocorre uma resposta granulomatosa (com migração de macrófagos) 4.3.1 Tuberculose Primária A) Reação Exudativa - Macrófagos alveolares e neutrófilos reagem contra o Mycobacterium tuberculosis - Reação inespecífico nas três primeiras semanas; - A destruição do patógeno pelos leucócitos é inibida por componentes da parede do bacilo; - *Grande quantidade dos bacilos permanecem vivos e voltam a proliferar; - Há resposta exsudativa B) Reação Produtiva - Resposta inespecífica é insuficiente; - Macrófagos liberam mediadores (como IL-12) que estimulam a resposta pelos linfócitos para o perfil Th1; - Liberação de IFN-gama, principalmente —> ativa macrófagos de forma que tornam-se mais capazes de destruição dos bacilos; - Citocinas liberadas pelos linfócitos Th1 e macrófagos estimulam uma reação de hipersensibilidade tardia (tipo IV) e a formação de granuloma pelos macrófagos (que lá estão e que migram para o tecido); - **Inflamação adquire um padrão granulomatoso; - Granulomas com células gigantes (macrófagos unidos); - Células epitelioides no exterior do granuloma - Necrose caseosa ocorre no centro do granuloma C) Reação produto-caseosa - Morte de bacilos no interior do granuloma; - *O interior do granuloma trás condições desfavoráveis para o bacilo; - Quanto maior a carga do patógeno, maior a extensão da necrose nos granulomas; D) Reação cicatricial - Estímulo a proliferação de fibroblastos; - Lesão toma um processo cicatricial com hialinização e calcificação; - Pode haver: - Cura —> com destruição total dos bacilos nos granulomas; - Dormência dos bacilos —> permanecem em formas viáveis e retornam a proliferar quando há alterações imunológicas no paciente; - Evolução para a tuberculose propriamente dita —> bacilos proliferam-se e disseminam-se para outros locais do pulmão ou outros órgãos (por via sanguínea); - A tuberculose, nesse caso, pode tomar o padrão de: - Pneumonia caseosa: Disseminação para os alvéolos adjacentes com expansão das lesões exsudativas e granulomas. Causa danos uniformes nos ácinos e lóbulos pulmonares; - Tuberculose miliar: forma extrapulmonar, com formação de nódulos nos órgãos atingidos Page � of �34 35 4.3.2 Tuberculose Secundária - É a que ocorre no indivíduo que teve uma
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