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Carla Bertelli – 3° Período Resumo de cada APG Problema 1 – Hipertensão Arterial Fatores de Regulação da PA: Neural – Barorreceptores e Quimiorreceptores Hormonal – SRAA, Vasopressina, Epinefrina e Norepinefrina, Peptídeo Natriurético Atrial Lembrar da questão de retenção de água e sal nos rins = elevam ou diminuem o volume sanguíneo Condição clínica multifatorial caracterizada pela elevação dos níveis pressóricos iguais ou superiores a 140/90 mmHg. Frequentemente associada à distúrbios metabólicos e outras alterações funcionais. Essa doença é um fator de risco para desencadear outras complicações como AVC, aterosclerose e cardiopatia hipertensiva. Hipertensão Primária ou Essencial -> É multifatorial, não tem uma causa definida. Hipertensão Secundária -> Derivada de alguma outra alteração fisiológica ou metabólica. Ex: Estenose da Artéria Renal Pré-Hipertensão, Hipertensão do Jaleco Branco, Hipertensão Mascarada Fatores de Risco Modificáveis – Ingestão Exagerada de Sal, Obesidade, Ingestão Dietética de Potássio, Cálcio e Magnésio. Potássio em níveis baixos causa o aumento da PA - A ingestão de potássio ajuda a regular a pressão e ameniza a quantidade de sódio no corpo, estimulando os rins a funcionarem melhor Fatores de Risco Não-Modificáveis – Histórico Familiar, Alterações da Pressão associadas ao envelhecimento, Raça, Anormalidades Metabólicas (Ex. Diabetes) Exames Solicitados (não fazem o diagnóstico, fazem uma estratificação) - Dosagem sérica de potássio, ácido úrico, creatinina, glicemia e perfil lipídico, realização de um exame sumário de urina e eletrocardiograma Creatinina -> Filtração Glomerular Ácido Úrico -> Deve ser eliminado, e seu aumento causa consequências como gota. Diagnóstico – Aferições repetidas da PA. A pressão deve ser aferida em diversas ocasiões ao longo de um período de vários meses. Avaliação do Equilíbrio Eletrolítico para tratamento; hiperaldosteronismo primário ou secundário -> Potássio Avaliação do Risco Cardiovascular -> Perfil lipídico Detecção e monitoramento da Disfunção Renal -> Ureia Avaliação da Função Renal -> Exame de Urina (urina rotina, urina I e EAS) Triagem para diabetes -> Glicose Fator de risco cardiovascular, desenvolvimento de gota ou nefrolite -> Ácido Úrico Avaliação da Filtração Glomerular -> Creatinina Carla Bertelli – 3° Período Doença de Chagas Antropozoonose causada pelo protozoário Trypanossoma Cruzi, protozoário intracelular transmitido ao humano através dos triatomíneos infectados (barbeiros) – eles picam e eliminam seus parasitas através das fezes que entram no hospedeiro a partir da mucosa ou da lesão. Ciclo – São eliminadas pelas fezes várias Tripomastigotas que entram no organismo -> no momento em que eles caem na corrente sanguínea começam a invadir as células e se transforma em Amastigotas (não invade as hemácias) -> quando a célula está próxima a se romper ela se transforma em Tripomastigota que saem na corrente sanguínea e continuam a invadir as células -> no momento em que um barbeiro se alimentar da pessoa infectada, ele vai ingerir a forma Tripomastigota que vai se transformar em Epimastigota que depois se transforma nas Tripomastigotas Metacíclicas para serem liberadas nas fezes. Triponomastigota Metacíclica -> Amastigota -> Tripomastigota -> Epimastigota Vias de Transmissão – Vetorial, Oral, Transmissão Sanguínea através de Transplantes de Órgãos, Via Congênita e Sexual. Patogenia e Sintomatologia - Quando o parasita entra no organismo a gente produz anticorpos – ocorre uma ativação da resposta imune para resistir contra ele, porém o parasita tem ótimos mecanismos de escape. Dividido em Fase Aguda ou Crônica. Aguda – Ocorre no momento em que o parasita entra no corpo até uns 5/6 meses. Ocorre um grande aumento de protozoários no sangue causando uma parasitemia alta. (IgM alta e IgG baixa) Com o decorrer do tempo, o número das amastigotas começam a aumentar e o número de protozoários no sangue decai, dando início a fase crônica. Sintomas – Febre baixa, diarreia, vomito, cefaleia, mialgia, tosse, dispneia ou assintomático. Crônica - A fase crônica não tem período de duração certo, podendo durar o resto da vida. Acontece quando os parasitas invadem o tecido cardíaco liso, principalmente no trato gastrointestinal. Se apresenta de 4 formas: indeterminada (assintomática) (60%), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. Nessa fase o parasita não é encontrado mais por métodos tradicionais – são feitos por marcadores sorológicos IgM baixo e IgG alto Sintomas – Forma Cardíaca: fibrose nas áreas inflamaras, aumento no diâmetro das fibras musculares, aumento do volume cardíaco, dispneia. Forma Digestiva – Megacólon e Megaesôfago Forma Assintomática - Os indivíduos apresentam o exame parasitológico positivo para o T. cruzi, mas não apresentam quadro sintomatológico próprio da doença e com ECG e exames radiológicos de esôfago, tórax e cólon normais. Exames: Parasitológico – esfregaço de sangue na lâmina para ver se se observa a presença de Tripomastigotas. Sorológica - Para detecção de anticorpos anti-T cruzi da classe IgG são necessárias duas coletas com intervalo mínimo de 21 dias entre uma coleta e outra Para confirmação é necessária preferencialmente execução pareada, que possibilite comparar os resultados, ou seja, sorologia negativa na primeira amostra e positiva na segunda por qualquer um dos métodos Carla Bertelli – 3° Período Miocardiopatia Dilatada Os miócitos cardíacos não são capazes de proliferar, mas conseguem se adaptar a um aumento da carga de trabalho, reunindo número maior de sarcômeros, uma alteração que é acompanhada pelo aumento de tamanho dos miócitos (hipertrofia). Sobrecarga de Pressão (HAS) – Hipertrofia Concêntrica, aumento na espessura das paredes. Sarcômeros são adicionados juntos em paralelos (aumentam transversalmente) Sobrecarga de Volume – Hipertrofia Excêntrica, sarcômeros adicionados em série, aumentam longitudinalmente e dilatam o coração. As Miocardiopatias são divididas nas formas dilatada, hipertrófica, restritiva e arritmogênica do ventrículo direito Miocardiopatia Dilatada – Uma das principais causas de insuficiência cardíaca e transplante de coração. O coração aumenta de tamanho e peso, é flácido e todas as suas câmaras estão dilatadas – geralmente fica livre no saco pericárdico. Na morfologia, dilatação de todas as câmaras, hipertrofia associada (a parede não se espessa bruscamente, mas há aumento no peso do coração), não se encontra lesões valvares e vasculares primárias. Ela é consequência de inúmeras outras alterações no miocárdio: doenças virais, processos autoimunes, toxicidade, transtornos associados à gravidez e anormalidades genéticas. Na clínica, esse paciente vai ter um déficit sistólico muito acentuado, fração de ejeção inferior a 15%, potencial de regurgitação valvar, arritmias e formação de trombos murais. Insuficiência Cardíaca - ocorre quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma proporção suficiente para atender às demandas metabólicas dos tecidos. É consequência de outras patologias do próprio coração. Pessoas com insuficiência cardíaca frequentemente precisam utilizar sua reversa cardíaca (elevação do débito cardíaco) muitas vezes em repouso, ou em situações comum, causando falta de ar porque ultrapassa a reserva presente. Sinais e Sintomas – Falta de ar, fadiga, retenção de líquidos, edema. Principalmente manifestações respiratórias Remodelamento Cardíaco – conjunto de mudanças moleculares, celulares e intersticiais que se manifestam clinicamente e mudam o tamanho, massa, geometria e função do coração em resposta à umaagressão. Seu diagnóstico se baseia na detecção das mudanças morfológicas: alterações na cavidade, massa (hiper ou atrofia) ... Exames para diagnóstico de Insuficiência Cardíaca – Ecocardiograma, Ventriculografia, Ressonância Magnética, ECG, Raio-X de tórax e Tomografia. Carla Bertelli – 3° Período Doença Arterial Coronariana Angina – é um desconforto no tórax ou na região precordial causado por isquemia miocárdica (redução do fluxo sanguíneo) que tem como principal causa a doença aterosclerótica. É classificada com estável, variante e instável. Estável – Quando a isquemia é transitória, ocorre quando se faz um esforço e dura menos que 5 min, alivia em repouso. Variante – ocorre durante o repouso e é causada pelo espasmo de uma artéria coronária. Instável – Ocorre de um estreitamento abrupto com isquemia devido a uma redução de sangue, ocorre em repouso e dura mais que 10 min. Associada à ruptura de uma placa aterosclerótica acompanhada de trombose superposta. Muitas vezes é percursora do IAM A classificação dessa síndrome é a seguinte: - Classe I (angina grave de início recente) - Classe II (angina em repouso no último mês, mas não nas últimas 48 h) - Classe III (angina em repouso nas últimas 48 h) IAM - caracterizado pela necrose do tecido muscular cardíaco, em que as células atingidas morrem. Ocorre, na maioria dos casos, devido a aterotrombose, ou seja, formação de um trombo que interrompe o fluxo sanguíneo das coronárias de forma súbita e intensa O infarto é agudo, o que significa que acontece em um tempo determinado, enquanto a angina de peito é crônica e se diagnostica como uma doença para a vida inteira. A causa de ambas síndromes coronárias se deve a uma obstrução das artérias coronárias. A diferença entre uma e outra se encontra em que, no infarto a obstrução dessas artérias é completa levando à morte do miocárdio (músculo do coração) e no caso da angina do peito encontramos uma obstrução parcial levando a uma lesão Por consequência, a morte ou necrose do miocárdio nos infartos são produzidos pela perda total de oxigenação do coração. Mas na angina de peito a falta de oxigênio é transitória. Exame Físico e Anamnese – avaliar as características da angina: Qualidade, duração, localização, fatores que desencadeiam e que atenuam. Exames - Hemograma, glicemia de jejum, colesterol total e fracionado e triglicérides. ECG e Raio X de tórax. Doença Arterial Coronariana - tipo de cardiopatia causada por redução do fluxo sanguíneo das coronárias. Na maioria dos casos, a DAC é causada por aterosclerose. A doença arterial coronariana é dividida em 2 tipos: síndrome coronariana aguda e cardiopatia isquêmica crônica. Farmacologia da DAC - O tratamento indicado são os antiplaquetários para prevenir a formação de coágulos e as estatinas para baixar os níveis de LDL (melhorando os resultados em curto e longo prazo, provavelmente aumentando a estabilidade da placa ateromatosa e melhorando a função endotelial) Bloqueadores são eficazes para reduzir os sintomas da angina – diminuindo a frequência e contratilidade cardíacas. Bloqueadores dos canais de cálcio também são úteis Nitratos dilatam modestamente as artérias coronária e diminuem o retorno venoso Ex: Aspirina, Derivados Tienopiridínicos e Antagonistas dos Receptores de Ilb-Illa Carla Bertelli – 3° Período Febre Reumática É considerada uma complicação tardia autoimune decorrente de uma infecção faríngea do Estreptococos Beta-Hemolítico grupo A de Lancefield. Ocorre uma reação cruzada com antígenos do hospedeiro. O indivíduo tem que ser disposto geneticamente para ter a Febre Reumática Tudo se inicia com uma infecção faríngea por essa bactéria, que depois de 2-3 semanas, se não tratada corretamente, tem uma predileção por articulações, coração e SNC. Inicia-se com uma febre e poliartrite migratória, preferencialmente em grandes articulações. É dividida em fase aguda e crônica: Aguda - Acometimento dos componentes do tecido conjuntivo do coração, dos vasos sanguíneos, das articulações e das estruturas subcutâneas. Os Nódulos de Aschoff consistem em acúmulos de linfócitos (basicamente células T), plasmócitos dispersos e macrófagos denominados células de Anitsschkow – pode ser encontrada em qualquer uma das 3 camadas do coração. Crônica - É caracterizada pela organização da inflamação aguda e pela subsequente cicatrização das valvas cardíacas. A consequência funcional mais importante da cardiopatia reumática é a estenose e a regurgitação valvar: a estenose tende a predominar. Manifestações Clínicas – Poliartrite, Cardite (acomete as camadas do coração e podem atingir as valvas), Nódulos Subcutâneos e a Córeia de Sydenham (manifestação neurológica central, irritabilidade, distúrbios comportamentais e espasmos). Critérios de Jones - Subdividem as manifestações clínicas dessa doença em critérios maiores e menores com base em sua prevalência e especificidade. O diagnóstico da febre reumática aguda é feito com base nas evidências sorológicas da infecção estreptocócica prévia em combinação com dois ou mais dos chamados critérios de Jones Valvulopatias Estenose de uma valva consiste na incapacidade de ela se abrir completamente, o que resulta em dificuldade de passagem do fluxo sanguíneo. Insuficiência significa falta de fechamento completo da valva, o que permite que parte do sangue volte para a câmara de onde saiu (regurgitação). Dupla lesão é a associação de estenose e insuficiência Nas valvopatias, o coração sofre mudanças adaptativas sob a forma de hipertrofia da parede e/ou dilatação das cavidades. Podem ser congênitas ou adquiridas, a congênita mais comum é a que acomete a valva aórtica bicúspide. Valvulopatia Mitral - A valvulopatia mitral é a mais comum e surge devido a lesões na válvula mitral (esquerda) Valvulopatia Aórtica - A valvulopatia aórtica é uma lesão na válvula aórtica, localizada no lado esquerdo do coração. Valvulopatia Pulmonar - A valvulopatia pulmonar surge devido a lesões na válvula pulmonar que se localiza no lado direito do coração Valvulopatia Tricúspide - A valvulopatia tricúspide ocorre na válvula tricúspide localizada entre o ventrículo e o átrio direito que permite a passagem de sangue entre estes dois locais do coração. Disfunções da valva cardíaca incluem Regurgitação Aórtica Insuficiência da valva aórtica que causa fluxo reverso do sangue da aorta para o ventrículo esquerdo durante a diástole. Estenose aórtica Estreitamento da valva aórtica, obstruindo o fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta ascendente durante a sístole. Regurgitação Mitral Insuficiência da valva mitral que provoca o fluxo do sangue do ventrículo esquerdo para o A durante a sístole ventricular. Estenose Mitral Estreitamento do orifício mitral que obstrui o fluxo sanguíneo do AE para o ventrículo esquerdo. Regurgitação Pulmonar Insuficiência da valva pulmonar que provoca o fluxo sanguíneo da artéria pulmonar para o ventrículo direito durante a diástole. Estenose Pulmonar Estreitamento da via de saída pulmonar provocando obstrução do fluxo sanguíneo do ventrículo direito para a artéria pulmonar durante a sístole. Carla Bertelli – 3° Período Endocardite Infecciosa A Endocardite Infecciosa é a inflamação do endocárdio provocada por micro-organismos. Na prática, a maioria das endocardites ocorrem nas valvas cardíacas. São também consideradas endocardite as infecções que ocorrem em próteses valvares. Outras sedes da doença são os orifícios anômalos (por exemplo as comunicações intercavitárias) e locais de implante de ceteteres ou outros dispositivos intracardíacos ou intravasculares. A valvas mais atingidassão as mitrais e as aórticas, em proporções aproximadamente iguais. Inúmeros microrganismos podem causar endocardite, sobretudo bactérias dos grupos estreptococos, enterococos e estafilococos. Para haver colonização endocárdica e, portanto, para se desencadear uma endocardite há necessidade de bacteremia ou fungemia, transitória ou duradoura; estas se originam de infecções em diversos locais do organismo (cutâneas, urinárias, pulmonares etc.) ou são secundárias a manipulações dentárias, queimaduras, procedimentos invasivos (uso prolongado de sondas uretrais, hemodiálise e, sobretudo, cateteres intravasculares) ou uso de substâncias injetáveis dos em drogas. Indivíduos nas duas últimas situações constituem grupo de risco para endocardite, sobretudo no lado direito do coração. Aspectos Morfológicos -> é caracterizada pela formação de vegetações (ou trombos), de tamanhos variados, algumas de difícil visualização, outras suficientemente grandes para levarem a estenose da valva por obstrução mecânica. Histologicamente, as vegetações são constituídas de inflamação aguda, com predomínio de neutrófilos e número menor de macrófagos e outras células, de permeio a rede de fibrina e produtos da destruição tecidual. Aspectos Clínicos -> O paciente com endocardite infecciosa evolui com quadro infeccioso e septicêmico e, portanto, tem manifestações sistêmicas em geral exuberantes, como febre, mal-estar, cefaleia, anorexia, aumento de linfonodos e hepatoesplenomegalia. Em consequência da embolia séptica, podem surgir necrose e infecções em outros órgãos, com os sinais e sintomas clínicos correspondentes. Sinais periféricos de endocardite incluem petéquias, nódulos ou pápulas eritematosas muito dolorosas na polpa dos dedos e nos artelhos, hemorragias nas palmas das mãos e na planta dos pés e hemorragias conjuntivais e na retina. A nefropatia pode causar sintomas. As complicações podem ser cardíacas ou extracardíacas. Parte da vegetação pode desprender- se, constituindo um êmbolo séptico, potencialmente causador tanto de infarto quanto de infecção em órgãos distantes. Endocardite Aguda – Infecção destrutiva e turbulenta causada com frequência por um microrganismo altamente virulento que ataca previamente uma valva normal. Essa infecção é capaz de causar morbidade e mortalidade substanciais mesmo com antibioticoterapia e/ou cirurgia apropriadas. Endocardite Subaguda - infecção causada por microrganismos de baixa virulência que atacam um coração previamente doente, principalmente as valvas cicatrizadas e deformadas. A maioria dos pacientes se recupera após receber a antibioticoterapia adequada. Endocardite Bacteriana, fúngica, reumática, endocardite Libman Sacks. Diagnóstico -> Não pode ser estabelecido por nenhum teste isolado. Se baseia no exame clínico, nos resultados dos exames laboratoriais e do ecocardiograma. Critérios de DUKE – padronizam a avaliação dos pacientes com quadro suspeito de EL, que incorpora os resultados da hemocultura e do exame cardiográfico, as manifestações clínicas e os dados laboratoriais. Carla Bertelli – 3° Período Doenças do Pericárdio e Doenças Autoimunes Doenças Autoimunes - As doenças autoimunes representam um grupo heterogêneo de distúrbios que ocorrem quando o sistema imunológico do organismo não consegue diferenciar self de não self e monta resposta imunológica contra tecidos do hospedeiro. Tolerância Imunológica -> A capacidade do sistema imunológico para diferenciar self de não self é chamada de autotolerância. O desenvolvimento de autotolerância depende de dois processos coordenados: tolerância central, que é a eliminação de linfócitos autorreativos durante o processo de maturação nos tecidos linfoides centrais, e tolerância periférica, que é a supressão de linfócitos autorreativos funcionais em tecidos periféricos que escaparam da destruição pelo timo. Autorreatividade é o processo pelo qual o organismo age contra o próprio tecido. A ativação do sistema imunológico requer a apresentação de antígenos estranhos a células B e T imunologicamente ativas. Durante o desenvolvimento das células T no timo, os linfócitos T (protimócitos) sofrem rearranjo aleatório de loci genéticos específicos, responsáveis pela codificação dos receptores de antígenos. Os protimócitos com TCR que se ligam de modo adequado ao MHC são positivamente selecionados, enquanto protimócitos com alta afinidade para o autoantígeno ou autorreatividade são destruídos. Ocorrem processos similares na eliminação de linfócitos B que apresentam elevada afinidade para autoantígenos. O objetivo principal é produzir uma população de linfócitos B e T imunologicamente não responsivos diante de autoantígenos antes de sua liberação na circulação central. Anergia é a perda completa de resposta dos linfócitos para um antígeno e pode resultar na diminuição ou falta de resposta imunológica celular e/ou humoral. Pericardite - Quase sempre as pericardites representam envolvimento secundário de inflamações de estruturas vizinhas como miocárdio, pulmões ou mediastino. Em alguns casos, porém, a pericardite é a manifestação inicial. Principais Causas - Aguda idiopática (provavelmente viral); Associada a infecção sistêmica; Pós-infarto do miocárdio; Pós-cardiotomia ou pós-toracotomia; Por ruptura de abscesso no saco pericárdico; Urêmica... Aguda -> Definida por sinais e sintomas resultantes da inflamação pericárdica com duração menor do que 2 semanas. É provavelmente viral, ou bacteriana/microbacteriana. Está associada a um aumento da permeabilidade capilar possibilitanto que proteínas plasmáticas entrem no espaço pericárdico. A pericardite aguda comumente está associada a um exsudato fibrinoso (que contém fibrina). Pode ser Fibrinosa/Serofibrinosa, Purulenta/Fibrinopurulenta, pericardite hemorrágica, pericardite granulomatosa. Crônica -> A pericardite crônica pode estar associada a aderências delicadas ou a cicatrizes fibróticas densas que obliteram o espaço pericárdico. Em casos extremos, o coração fica totalmente envolvido por fibrose densa e não consegue se expandir normalmente durante a diástole. Constritiva -> Pericardite constritiva resulta da cicatrização de uma pericardite prévia. Caracteriza-se por espessamento fibroso acentuado e aderências entre os folhetos visceral e parietal, que restringem os movimentos cardíacos, principalmente o relaxamento diastólico ventricular e o esvaziamento das veias cavas nos átrios. Derrames Pericárdicos -> Acumulo de líquido na cavidade pericárdica, geralmente em consequência de um processo infeccioso ou inflamatório. O derrame pericárdico pode causar uma condição conhecida como tamponamento cardíaco, na qual há compressão do coração em consequência da acumulação de líquido, pus ou sangue no saco pericárdico. Pode resultar em um tamponamento cardíaco Carla Bertelli – 3° Período Doença Arterial Obstrutiva Periférica É uma obstrução variável do fluxo sanguíneo para os membros inferiores podendo ou não gerar sintomas e geralmente é associado a aterosclerose nas principais artérias que nutrem os membros inferiores. É causada principalmente devido a uma aterosclerose, que se situa principalmente nas bifurcações e angulações dos vasos. Podem ocorrer sintomas agudos ou crônicos, em decorrência de embolia proveniente de vasos mais proximais ou trombose de uma artéria que foi progressivamente estreitada. A aorta infrarrenal, artérias coronárias proximais, artérias iliofemorais (especialmente a artéria femoral superficial), bifurcação carotídea e as artérias poplíteas são comumente envolvidas. Formação da Placa de Ateroma -> 1 - Adesão de monócitos ao endotélio; 2 - Migração para a íntima e diferenciação em macrófagose células espumosas; 3 - Acúmulo de lipídios no interior dos macrófagos, com liberação de citocinas inflamatórias; 4 - Recrutamento de células musculares lisas devido aos fatores liberados pela ativação de plaquetas; 5 - Macrófagos e células da parede vascular e proliferação de células musculares lisas para formação do ateroma maduro. Fatores de Risco – Tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo, idade maior que 50 anos, homem e histórico familiar O quadro clínico tem inicio assintomático devido a uma obstrução parcial da artéria – porém com o tempo ela pode iniciar uma hipoperfusão maior causando sintomas como a claudicação intermitente (dor causada por esforço físico). Ocorre uma melhora em repouso e com os membros inferiores para baixo para facilitar a perfusão por meio da gravidade. Ela pode ser assintomática, causar dor nos membros inferiores, claudicação intermitente, dor atípica nas extremidades, dor isquêmica em repouso, dor difusa grave, feridas/ulcerações sem cicatrização e descoloração da pele gangrena. Tratamento -> Controle dos hábitos de vida (tabagismo, dislipidemia, controlar diabetes, HAS, dietas, exercício físico Oclusão Periférica Aguda Causada por uma oclusão advinda de um trombo, embolo, dissecção da aorta ou síndrome do compartimento agudo de algum outro lugar do corpo que se desloca até os membros inferiores e oclui um vaso. A oclusão aguda das artérias periféricas pode ser o resultado de ruptura e trombose da placa aterosclerótica, embolia proveniente do coração, aorta torácica ou abdominal, dissecção aórtica ou síndrome de DIC aguda – entender que é um trombo de outra parte do corpo. Os sintomas incluem a aparição súbita de cinco sintomas: dor intensa, sensação de frio (extremidade fria), parestesia (anestesia), extremidades pálidas e falta de pulso. A oclusão pode detectar aproximadamente numa bifurcação arterial distalmente lugar onde pulso palpável mais (por exemplo, no local da bifurcação da artéria femoral comum, pulso femoral quando palpado; bifurcação da artéria poplítea, poplítea quando o pulso é determinado). Casos graves podem causar perda de função do motor. Após 6-8 horas, os músculos podem ser moles na palpação. Carla Bertelli – 3° Período Insuficiência Venosa Profunda Anatomia → O sangue proveniente dos tecidos cutâneos e subcutâneos da perna é coletado nas veias superficiais e transportado através das veias comunicantes para as veias profundas para o retorno ao coração. O sistema venoso está equipado com válvulas que impedem o fluxo retrógrado do sangue. As válvulas possuem localização irregular ao longo do comprimento das veias, elas sempre se encontram nas junções em que as veias comunicantes se fundem com as grandes veias profundas e as duas veias se encontram. A função da chamada bomba muscular, localizada nos músculos gastrocnêmio e sóleo dos membros inferiores, pode ser comparada com a ação de bombeamento do coração. Durante o relaxamento muscular, que é semelhante à diástole, as válvulas de comunicação se abrem, tornando possível que o sangue das veias superficiais se mova para as veias profundas. Fisiopatologia → Quando há função inadequada da bomba muscular, válvulas venosas incompetentes ou obstrução do fluxo venoso, o paciente pode desenvolver um aumento da pressão venosa. Quando essa pressão alcança 60 a 90 mmHg, é chamada de hipertensão venosa. A Hipertensão venosa sustentada é capaz de promover alterações anatômicas, fisiológicas e histológicas que estão associadas a insuficiência venosa crônica. Pode ser Primária: nesses casos, a insuficiência venosa ocorre devido a uma incompetência das válvulas, determinada por um aumento fisiológico da pressão nas veias. Secundária: está associada a doenças que aumentam a pressão venosa, como é o caso da Trombose Venosa Profunda (TVP). Superficial: quando há defeito nas válvulas venosas superficiais. Profunda: associada a lesão das válvulas venosas do compartimento profundo. Fatores de Risco → Idade avançada, sedentarismo, obesidade, sexo feminino, posição supina prolongada, tabagismo, gestação, hipertensão arterial, anticoncepcional oral e trauma em membros inferiores. Quadro Clínico → O principal sintoma referido pelos pacientes é o desconforto na região dos membros inferiores pode ser referido como dor ou sensação de peso. A dor da doença venosa costuma piorar quando o paciente se mantém em posição supina por períodos prolongados e, melhora com a elevação dos membros e com a deambulação. Outros sintomas incluem fadiga e prurido, que são ocasionados pela congestão venosa e pela liberação de histamina devido ao processo inflamatório local. Pode ter edema, as veias podem se dilatar e passam a ser chamadas de varizes, ocorre alterações na pigmentação da pele por conta da degradação de hemossiderina dos glóbulos vermelhos. Nos casos mais graves, os pacientes podem desenvolver a lipodermatosclerose, que é uma inflamação crônica associada a fibrose no tecido subcutâneo e também a formação de úlceras. Tratamento → O tratamento da insuficiência venosa, a princípio, é clinico para quase todos os pacientes e inclui medidas conservadoras, como a elevação dos membros, cuidados com a pele, exercícios e terapias de compressão. Ademais, é importante ficar atento aos fatores de risco, controlando aqueles que são modificáveis, como a obesidade, tabagismo, hipertensão e diabetes mellitus. Elevação dos membros, cuidados com a pele, exercícios, terapia de compressão, tratamento cirúrgico, ligadura da veia safena magna e safenectomia. Carla Bertelli – 3° Período Trombose Venosa Profunda O termo trombose venosa, ou tromboflebite, descreve a existência de trombo em uma veia e a resposta inflamatória que se desenvolve na parede do vaso. Os trombos podem se desenvolver em veias superficiais ou profundas. O trombo se forma a partir de um fluxo lento de sangue que causa uma baixa tensão de cisalhamento (força exercida paralela a parede do vaso) A trombose venosa está associada a estase do sangue, aumento da coagulação sanguínea e lesão da parede vascular – Tríade de Virchow • Fluxo sanguíneo anormal: estase (redução da velocidade do fluxo sanguíneo) ou turbulência; • Estado de hipercoagulabilidade: é um mecanismo homeostático concebido para aumentar a formação de coágulos • Lesões endoteliais: associadas à ativação endotelial ou alterações na expressão gênica da célula endotelial que favorece a coagulação Constituição do Trombo – Fibrina, Hemácias e Poucas plaquetas. A trombose venosa superficial (TVS) consiste em um evento que culmina com a formação de um trombo no leito venoso da circulação superficial, acometendo, desse modo, veias que se localizam acima da fáscia superficial. A Trombose Venosa Superficial ocorre em veias de pequeno calibre, por conta disso, o coágulo acaba se fixando no local, podendo ocasionar inchaço, vermelhidão, dor e até endurecimento da veia. Ao contrário das veias profundas, as veias superficiais não têm músculos que as rodeiam que podem comprimir e desalojar um coágulo de sangue. Por essas razões, na trombose venosa superficial, raramente ocorre o desprendimento de um trombo. Trombose Venosa Profunda - Em geral, um trombo isolado na panturrilha é assintomático. Se deixado sem tratamento, pode se estender para veias maiores, mais proximais, aumentando o risco de embolia pulmonar em até 90%. Trombose venosa profunda (TVP) é um dos espectros da doença chamada de tromboembolismo venoso (TEV), que por sua vez é definida pela migração de trombos oriundos do sistema venoso. Consequentemente, as TVPs são totalmente assintomáticas em cerca de 50% dos pacientese reconhecidas somente depois de terem embolizado para os pulmões. Distal: acomete as veias profundas da panturrilha. Proximal: acomete as veias femoral, poplítea e ilíaca Manifestações Cínicas → Muitos indivíduos com trombose venosa são assintomáticos; em até 50% dos casos a TVP é assintomática. A inexistência de sinais e sintomas provavelmente ocorre porque a veia não está totalmente ocluída ou por causa da circulação colateral. Quando manifestos, os sinais e sintomas mais comuns de trombose venosa estão relacionados com o processo inflamatório, incluindo dor, edema e sensibilidade dos músculos profundos. Fatores de Risco → A trombose pode ser causada por deficiências hereditárias ou adquiridas de determinadas proteínas plasmáticas que normalmente inibem a formação de trombos, como a antitrombina III, proteína C e proteína S. Uso de contraceptivos orais e a terapia de reposição hormonal parecem incrementar a coagulação e predispõem à trombose venosa, um risco que é ainda maior em mulheres fumantes. Complicações → Insuficiência venosa crônica: disfunção da bomba muscular e das válvulas venosas, que causam a obstrução do fluxo venoso. Síndrome pós-flebítica: é a insuficiência venosa crônica sintomática após TVP. Embolia pulmonar: oclusão de artérias pulmonares por trombos originados em outro local. Depois que a TVP se desenvolve, o coágulo pode se deslocar e se mover pelo sistema venoso e coração, se alojando diretamente nas artérias pulmonares. Embolia Pulmonar → Tromboembolia pulmonar, portanto, não deve ser considerada uma doença isolada dos pulmões, pois representa quase sempre complicação da TVP. Embolia pulmonar e TVP são componentes de um mesmo processo patológico de tromboembolia venosa, devendo a doença de base ser tratada para prevenção de novos fenômenos embólicos. Lembrando que a gravidade do evento embólico depende dos fatores do individuo e das características dos embolo. Além de prejuízos na perfusão pulmonar, sobrecarga do coração direito e isquemia do parênquima. Exames TVP → Doppler ultra-som, D-dímero, USG Doppler Colorido, Tomografia computadorizada (TC), Pletismografia de impedância (PGI), Ressonância nuclear magnética, Testes sanguíneos Exames TEP → O diagnóstico do tromboembolismo pulmonar agudo é baseado na probabilidade clínica, uso do dímero D (quando disponível) e na avaliação por imagem. Os principais métodos de imagem utilizados no diagnóstico são representados por cintilografia ventilação perfusão, angiografia pulmonar e tomografia computadorizada (TC). Dímero-D, Cintilografia pulmonar, Angiografia pulmonar, Tomografia computadorizada espiral
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