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The Doors (1967) e a música latina - Resenha

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Os anos 60 foi uma década muito importante para o cenário musical mundial, nessa época houve uma grande orda de bandas de rock que misturavam seus estilos iniciais com outros quaisquer, fazendo assim surgir um sincretismo musical onde se encontravam o Blues e o Jazz misturados com instrumentos indianos, música clássica ou até ritmos latinos. Dentre os grupos musicais que surgiram nesse tempo, um em especial se destaca por ser precursor, nos EUA, da psicodélica cena que viria à tona nos anos 70, o The Doors. Uma banda que é caracterizada principalmente por sua experimentação musical, utilizando sempre letras poéticas e impactantes para a época, além da própria mistura de estilo que havia no grupo.
Nessas misturas, podemos pegar em especial o estilo latino contido, principalmente, em algumas músicas do primeiro álbum auto-intitulado da banda, The Doors (1967). Essa influência veio principalmente do músico Robby Kreiger (guitarra) que se diferenciava dos outros membros da banda por ter em seu estilo próprio a música latina, tanto é que o guitarrista não usava palheta (tocava dedilhando) isso fazia com que suas progressões de acordes e solos lembrassem muito um músico de flamenco tocando numa guitarra elétrica. 
Já na primeira música desse álbum, Break On Through, podemos notar a influência sul-americana que o The Doors pegou quando observamos o ritmo levado por John Densmore (bateria), claramente de bossa nova, essa foi a primeira grande contribuição do baterista para o estilo. Em outras músicas, o gênero continua a se acentuar, como é o caso de quarta faixa, Twentieth Century Fox, a parte logo após o refrão é marcada pelos acordes de guitarra usados, de certa forma, no latin groove; essa sequência consiste em descer um tom a cada tempo da música e, na última batida, descer apenas meio tom. Logo após, vem a quinta música do álbum, Alabama Song, que se pode notar bem sutilmente ao longo da música e no solo, alguns ‘’riffs’’ de viola flamenca adicionado com o efeito de eco. 
A sexta canção, além de ser o maior single da banda, veio com alguns traços latinos. Dessa vez, a introdução. levada principalmente pelo tecladista Ray Manzarek, lembra muito o estilo lambada, que é seguido, já nos primeiros versos, pela guitarra e o teclado acompanhando a voz de Jim Morrison com apenas dois acordes, já a bateria de Densmore volta a levar uma batida meio bossa nova, como na primeira música, porém, de um jeito mais leve . Por fim, o solo de guitarra de Krieger utiliza vários métodos como os modos gregos (escala dórica); escala cromática; escala pentatônica menor (normalmente utilizada para o blues); além de dedilhar os próprios solos como num violão, tudo isso para compor uma harmonia meio hispânica.

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