Buscar

Conceito e Classificação de PNE para Odontologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE PNE PARA ODONTOLOGIA 
Norma Sampaio 
 
O encontro com a Pessoa com Deficiência, faz com que possamos perceber que 
muitos imprevistos acontecem, tornando os relacionamentos cheios de vida, 
favorecendo perceber, conviver, compartilhar e aprender com as diferenças e o 
diferente. 
 
Histórico : 
Na antiguidade, em diversos povos, as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência 
eram eliminadas (mortas) logo após seu nascimento. 
Na Idade Média, as pessoas com deficiência eram isoladas, seja porque eram vistas como 
pessoas sem alma, seja porque eram, em alguns casos, vistas como divindades. 
Nos palácios, podíamos encontrar pessoas com deficiência servindo como “Bobos da 
corte”. 
 
Nomenclatura: 
Mongolóide 
Debilóide 
Excepcional 
Especial 
Pessoa com Deficiência 
 
Pessoa com Deficiência: 
 Aquela que tem impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial que, em 
interação com diversas barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade. 
 
Discriminação: 
 Significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o 
propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o 
exercício em igualdade de oportunidades, com as demais pessoas, de todos os direitos 
humanos e liberdades fundamentais nas esferas política, econômica, social, cultural, civil 
ou em qualquer outra. 
 
Legislação Brasileira : 
Decreto n. 1744 de 08 de dezembro de 1995, capítulo 1, Art. 2, inciso II : Pessoa com 
deficiência é aquela que apresenta incapacidade para a vida independente e para o 
trabalho em razão de anomalias ou lesões irreversíveis de natureza hereditária, congênita 
ou adquirida, estando, portanto, impedida de desempenhar as atividades de vida diária e 
de trabalhar. 
Lei 7853 de 24 de outubro de 1989 Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de 
deficiência, sua integração social, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou 
difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá 
outras providências. 
§1ºValoresbásicos 
 § 2º - garantir às pessoas portadoras de deficiência 
 Da igualdade de tratamento e oportunidade, 
 Da justiça social, 
 Do respeito à dignidade da pessoa humana, 
 Do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais 
de direito. 
Artigo 2º: 
Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o 
pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao 
trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros 
que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e 
econômico. 
Artigo 8º - Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa: 
Recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-
hospitalar e ambulatorial, quando possível, à pessoa portadora de deficiência; 
 
 Política Nacional da pessoa com Deficiência 
Decreto 3298 de 20\12\1999 
Deficiência: 
“toda perda ou anormalidade de uma estrutura e/ou função psicológica, fisiológica ou 
anatômica, que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão 
considerado normal para o ser humano” 
Deficiência permanente: 
 “aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não 
permitir recuperação ou ter probabilidade de ser alterada apesar de novos tratamentos” 
Incapacidade: 
 “uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade 
de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa com 
deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal 
e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida” 
 
A deficiência é algo inerente ao corpo, à condição física ou intelectual da pessoa, por 
exemplo, a cegueira e a síndrome de Down. Esteja o mundo acessível ou não, a deficiência 
está lá. 
Já a incapacidade é o resultado da relação entre a deficiência e as eventuais barreiras do 
meio. 
 
 Decreto n.3298 de 20 de dezembro de 1999: 
Pessoa portadora de deficiência: 
Deficiências físicas 
Deficiência auditiva 
Deficiência visual 
Deficiência mental 
Deficiência múltipla 
 
O.M.S. 
10% da população mundial é portador de necessidades especiais. 
50% deficiência mental 
20% deficiência física 
15% deficiência auditiva 
5% deficiência visual 
10% deficiências múltiplas 
Brasil: Segundo o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
em 2010, 45 milhões de pessoas declararam possuir algum tipo de deficiência. 
 
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 
CIF (OMS,2004) 
A funcionalidade humana é organizada em três áreas interconectadas: 
1. Alterações das estruturas e funções corporais 
2. Limitações 
3. Restrições à participação em certas atividades 
 
HISTÓRICO 
Set/2001- Assembléia Nacional de Especialidades Odontológicas 
Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais - a especialidade que tem por 
objetivo o diagnóstico, a prevenção, o tratamento e o controle dos problemas de saúde 
bucal dos pacientes que apresentam uma complexidade no seu sistema biológico e/ou 
psicológico e/ou social, bem como percepção e atuação dentro de uma estrutura trans 
disciplinar com outros profissionais de saúde e de áreas correlatas com o paciente. 
 
“Pacientes com Necessidades Especiais” 
 
A razão pela qual o CFO utiliza-se desse termo deve-se ao fato de a odontologia levar em 
consideração as limitações apresentadas pela 
pessoa, sejam elas temporárias ou permanentes, de ordem intelectual, física, sensorial, 
emocional, de crescimento ou médica (diabetes, hipertensão), que a impeçam de ser 
submetida a uma situação odontológica convencional. 
 
Classificação: 
Deficiência mental: comprometimento intelectual de origem genética, ambiental ou 
desconhecida. 
Deficiência física: paralisia cerebral, acidente vascular cerebral, lesão medular, paralisia 
infantil, deficiências motoras limitantes, miastenia grave, distrofia muscular entre outras 
malformações. 
Anomalias congênitas 
Distúrbios comportamentais: 
Transtorno do espectro do autismo (TEA), Transtornos psiquiátricos 
Doenças infectocontagiosas: 
pacientes HIV+, hepatites virais, tuberculose. 
Condições sistêmicas: 
pacientes irradiados, transplantados, imunossuprimidos por medicamentos, condições 
sistêmicas alteradas 
 
Nasceu um Filho Especial, e agora? 
O desenvolvimento emocional ocorre como uma interação entre as condições orgânicas, o 
potencial herdado e o ambiente. 
 
 “O nascimento de uma criança portadora de deficiência torna-se uma experiência 
catastrófica e traumática para a mãe e toda a família, com a chegada de alguém não 
esperado e a perda da criança desejada. Essa perda cairá sobre os pais abrindo uma ferida 
narcísica, que pode evoluir para as vicissitudes de uma depressão melancólica ou ativar 
mecanismos dissociativos individuais…” 
 (Amilariam,1992) 
 
“…O sentimento de tristeza é, portanto, um componente onipresente nesse tipo de 
situação; sua vivência pode tomar dois caminhos: um é o do luto, no mergulho da 
depressão, na sensação de perda; outro é a não entrada em contato com essa emoção 
(através de mecanismos de defesa).” 
 
 (Amaral,1994) 
 
“Ninguém está realmente preparado para este susto. Quando acriança nasce a primeira 
pergunta é sempre a mesma: A criança é perfeita? Se isso não acontece, a decepção é 
grande, os pais ficam abalados e arrasados” – afirmaBenilde Justo Caniato, mãe de 
quatros filhos, sendo três deles deficientes mentais… 
 
Relações na assistência ao PNE: 
Família x Paciente 
Família x Profissional 
Profissional x Paciente 
Cirurgião-Dentista x Outros Profissionais – INTERAÇÃO MULTIPROFISSIONAL 
 
FamíliaxPaciente: 
Aceitação 
Participação 
Super-proteção 
 
 
 
Família x Profissional 
QQuuaall aa eexxppeeccttaattiivvaa ddaa ffaammíílliiaa eemm rreellaaççããoo aaoo ttrraattaammeennttoo?? 
EEnnvvoollvveerr ooss ffaammiilliiaarreess ee//oouu ccuuiiddaaddoorreess nnoo ccoonnttrroollee ddaa hhiiggiieenniizzaaççããoo ee ““aauuttoo--eexxaammee””.. 
EEnntteennddeerr qquuee oo ccuuiiddaaddoorr ee ooss ffaammiilliiaarreess nneecceessssiittaamm ddee aatteennççããoo eessppeecciiaall,, ppaarraa rreeaalliizzaarr 
aaddeeqquuaaddaammeennttee ssuuaass ffuunnççõõeess.. 
O cuidador não substitui a família do paciente. 
 
ProfissionalxPaciente 
iinntteerraaggiirr ccoomm oo ppaacciieennttee ee ggaannhhaarr aa ssuuaa ccoonnffiiaannççaa;; 
ccrriiaarr mmééttooddooss ppaarraa ffaammiilliiaarriizzaarr aa ppeessssooaa ccoomm oo ccoonnssuullttóórriioo ee ooss eeqquuiippaammeennttooss ddeennttáárriiooss;; 
ccoonnhheecceerr ee uuttiilliizzaarr ttééccnniiccaass ddee aabboorrddaaggeemm ee mmaanneejjoo nnoo aatteennddiimmeennttoo.. 
 
Técnicas de Abordagem 
Objetivo: estabelecer uma relação de confiança entre ambos, a qual é construída por um 
processo dinâmico de diálogo e expressão facial. 
São elas: 
 Educacionais; 
 Procedimentos de ajuda; 
Estabilização Física; 
Estabilização Química. 
 
Educacionais: 
Distração, Demonstrar/Mostrar, Dar modelo, Dar ajuda física, Reforço positivo, 
Dessensibilização 
 
Procedimentosdeajuda 
Almofadas;“Calçadavovó”, estabilização protetora 
 
Técnicas Farmacológicas: 
Sedação Oral; 
Sedação consciente com Oxido Nitroso e Oxigênio; 
Anestesia Geral. 
 
Dificuldades Específicas 
as dificuldades motoras e dificuldades devido à falta de comunicação; 
hiper ou hipomotricidade muscular; 
sialorréia, macroglossia, microdontia, microtomia, 
apinhamento dental e as necessidades odontológicas; 
graus de limitação física, graus de riscos anestésicos e a idade do paciente. 
 
 
 
Dificuldades Inespecíficas 
falta de profissionais habilitados e barreiras arquitetônicas; 
 discriminação para com os pacientes especiais e rompimento da rotina de tratamento 
odontológico; 
falta de compreensão da família dos pacientes em relação à importância do tratamento 
odontológico; 
situação socioeconômica do paciente e superproteção da criança especial; 
rejeição da criança e falta de compreensão quanto à importância da remoção diária da 
placa dental. 
 
 
 
RELAÇÂO INTERDISCIPLINAR: Sugere atuação em zonas limítrofes do 
conhecimento, em que é necessária a troca de informação entre profissionais de 
diferentes disciplinas, mantendo-se suas funções originais, porém, com 
transferência de informações de modo colaborativo. 
Produção de conhecimento científico novo a partir de duas ou mais áreas de 
conhecimento que se integram para tal. Coloca as disciplinas em diálogo entre si que 
permita uma nova visão da realidade. Trata-se de conhecimento que só existe porque duas 
ou mais áreas se encontraram e enquanto se encontraram. Não existia previamente em 
cada uma delas. Começou a existir após integração 
Sua razão atual: 
Complexidade dos fenômenos humanos e mundiais 
Explicações científicas disciplinares são insuficientes diante dos desafios 
Surgimento de novas tecnologias 
 
RELAÇÂO MULTIDISCIPLINAR: Vários profissionais de formações e áreas de conhecimento 
diversas, formando uma equipe, que, necessariamente, não precisa trabalhar num mesmo 
espaço geográfico, mas havendo uma troca de informações e opiniões entre seus 
componentes tornando o tratamento muito mais eficaz. 
 
RELAÇÃO TRANSDISCIPLINAR: Saber que percorre as diversas ciências, indo para além 
delas, sem se preocupar com limites ou fronteiras, mas integrando em sua 
investigação outros modos de conhecimento como a religião, o transcendente, o 
antropológico cultural com suas riquezas de tradições,com fenômenos paranormais. 
Pressupõe uma quebra de paradigma, em que o conhecimento do homem e de seu 
mundo é o foco e não apenas os limites de uma determinada disciplina. Não exclui 
a multidisciplinaridade ou a interdisciplinaridade, mas é complementar a essas 
duas. 
Objetivo: unidade do conhecimento , indo para além das investigações científicas e 
agregando novos saberes, procura a abertura de todas as ciências e as atravessa; reconcilia 
ciências exatas, humanas, arte, literatura, poesia, experiência interior; não exclui a 
existência dum horizonte transhistórico; rigor, abertura e tolerância são suas 
características fundamentais 
Quais as barreiras que devemos transpor para viabilizar o tratamento odontológico? 
Primeiro contato com sentimentos e expectativas frente ao diferente. 
Observar mecanismos de defesa. 
Qualidade do vínculo profissional/paciente 
Conhecimentos técnicos 
 Habilidades pessoai 
 Escolha do procedimento 
 
Abordagem: deve-se levar em conta 
Estado emocional 
Estado mental 
Estado neurológico 
Estado fisiológico modificado 
Moléstia sistêmica 
 
Mobilidade: deve-se observar 
Amputados de membros inferiores 
Plegias e paresias 
Alteração de coordenação motora 
 
Estabilização: deve-se atentar 
Distúrbio neuro-motor 
Síndromes genéticas 
Mal de Parkinson 
Deficiência mental 
 
Plano de Tratamento 
Quando a moléstia de base determina o curso do tratamento 
Quando o plano de tratamento é adequado em função da moléstia de base 
 
Medicamentos 
Medicação prévia ao tratamento odontológico 
Medicamento contra indicado ou necessidade de ajuste da dose 
Alteração bucal decorre do uso continuado do medicamento 
 
Procedimento 
Materiais contra indicados 
Procedimentos contra indicados

Outros materiais