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Professor (a):
 Raquel 
 
Curso:
 Direito
Disciplina:
 
 
Sociologia Jurídica
 
Data de Entrega da Tarefa: _
01
__/_
11
__/_
2017
____
Turma:
 Manhã
Aluno(a):
 Ana Cristina 
do N. 
Vieira
Matrícula:
	Nota do trabalho: 
_______________
	CASO CONCRETO A2
	
O PLURALISMO JURÍDICO INDICANDO SE EXISTE ALGUMA MANIFESTAÇÃO DESTE FENOMENO NA SOCIEDADE ATUAL.
A idéia de pluralismo jurídico, apesar de existir antes mesmo da formação do Estado Moderno,somente foi retomada a partir de fins do século XIX e inicio do século XX, como reação ao dogma do centralismo jurídico estatal.Segundo Boaventura de Sousa Santos:
 No século XIX e primeiras décadas do nosso século, o problema do pluralismo jurídico teve amplo tratamento na filosofia e na teoria do direito. Foi sendo depois progressivamente suprimido pela acção de um conjunto de factores em que se deve distinguir: as transformações na articulação dos modos de produção no interior das formações capitalistas centrais, de que resultou o domínio cada vez maior do modo de produção capitalista sobre o modo de produção pré-capitalista; a consolidação da dominação política do estado burguês nomeadamente através da politização progressiva da sociedade civil; o avanço concomitante das concepções jus-filosóficas positivistas.
 Posteriormente, o tema do pluralismo jurídico foi retomado pela antropologia do direito. Boaventura de Sousa Santos identifica duas origens possíveis para o surgimento do pluralismo: uma origem colonial e uma não colonial. No primeiro caso, o pluralismo desenvolveu-se em países que foram dominados econômica e politicamente e onde, por isso, vigorou o ordenamento jurídico do estado colonizador paralelamento ao direito tradicional. No segundo caso, o autor identifica três situações diferenciadas: o caso dos países com cultura e tradição jurídicas próprias, mas que adotaram o direito europeu como forma de modernização e de consolidação do poder do Estado (Turquia, Tailândia e Etiópia), e que não eliminaram, no plano sociógico, o direito tradicional; o caso dos países que, após passarem por uma revolução social, continuaram mantendo o direito tradicional, muito embora esse conflitisse com o direito revolucionário (repúblicas da Asia Central, de tradição islâmica, incorporadas pela antiga URSS); e, por último, os casos da populações indígenas ou nativas que foram dominadas por uma métropole, mas tiverem permissão, implícita ou explícita para, em certos domínios, manterem seus direito tradicional (populações indígenas da América do Norte, da Oceania etc).
 O pluralismo jurídico questiona, portanto, os alicerces da teoria política e da jurisprudêncialiberais, principalmente no que diz respeito à congruência entre o território, o Estado e o direito, ou seja, a centralidade do direito elaborado pelo Estado e a exigência de exclusividade no ordenamento normativo davida social. Boaventura de Sousa Santos, ao realizar um trabalho empírico em uma comunidade no Rio de Janeiro, batizada por ele de Pasárgada, assim definiu a situação de pluralismo jurídico:
 Existe uma situação de pluralismo jurídico espaço geopolítico vigoram (oficialmente ou não) mais de uma ordem jurídica. Esta pluralidade normativa pode ter uma fundamentação econômica, rácica, profissional ou outra; pode corresponder a um período de ruptura social como, por exemplo, um período de transformação revolucionária; ou pode ainda resultar, como no caso de Pasárgada, daconformação específica do conflito de classes numa área determinada da reprodução social- neste caso,a habitação.
 Na mesma esteita, Wolkmer entende pluralismo jurídico como a “multiplicidade demanifestações ou práticas normativas num mesmo espaço socio-político, interagidas por conflitos ou consensos, podendo ser ou não oficiais e tendo sua razão de ser nas necessidades existenciais materiais”.
 Joaquim Falcão, ao realizar um estudo empírico sobre os conflitos urbanos por moradia na cidade de Recife conclui que a causa direta do pluralismo jurídico é encontrada na crise de legalidade por que passa o poder político.
 Arnaldo Vasconcelos, ao discorrer sobre o pluralismo, ressalta a aptidão que esta doutrina possui para equacionar satisfatoriamente o problema da justiça e da legimidade.
Apesar da sociologia evidenciar a existência de um pluralismo jurídico nas sociedades atuais, para
a Ciência Jurídica propriamente dita, a existência desse pluralismo pressupõe o entendimento do conceito de direito. Assim, o positivismo jurídico nega a existência do pluralismo porque entende, entre outas coisas,que a diferença entre as normas juridicas e as sociais reside no fato de aquelas serem impostas pelo Estado, que detém, igualmente, o monopólio da sanção em caso de descumprimento.Para as teorias críticas do direito, o fenômeno jurídico nao se esgota nas leis, e sim é produto das relações humanas. O sociólogo do direito Eugen Ehrlich compreende o direito como produto espontâneo da sociedade, que não se prende a doutrinas, dogmas, norma de decisão ou prescrições estatais, mas provém das relações entre as pessoas. Boaventura de Sousa Santos concebe o direito como: O conjunto de processos regularizados e de princípios normativos, considerados justiciáveis num dado grupo, que contribuem para a criação e prevenção de litígios e para a resolução destes através de um discurso argumentativo, de amplitude variável, apoiado ou não pela força organizada.
 Assim, a partir dos conceitos de direito aqui apresentados, nao restam dúvidas acerca da existência de uma pluralidade de ordenamentos jurídicos, que se relacionam entre si, dentro de um mesmo espaço geopolítico, independente do seu reconhecimento por parte do direito Estatal. O reconhecimento desse direito insurgente é fundamental para as sociedades, principalmente para os grupos sociais que vivem à margem do sistema Estatal, já que o pluralismo jurídico pode ter o condão de reduzir essa exclusão social. Como dito anteriormente, o pluralismo jurídico é fundamental para o resgate da tensão entre regulação e emancipação. Entretanto, é necessário distinguir práticas de pluralismo que realmente estão à serviço desse projeto, daquelas que, apesar de não Estatais, reforçam o direito hegemônico, contribuindo para a sua reprodução. Entre referidas práticas encontra-se a nova lex mercatoria, identificada com um espaço jurídico internacional regulado por regras impostas pelas empresas multinacionais, pelos bancos mundiais ou por associações internacionais dominadas por umas ou por outros e que reforça a globalização neoliberal e aprofunda a exclusão social. 
 Nesse sentido, há de se distinguir entre o pluralismo jurídico que, de fato, contribui para a redução das desigualdades nas relações de poder e que reduz a desigualdade social, daquele que deixa ainda mais rígida a desigualdade, e contribui com o agravamento da exclusão social. Seguindo esse mesmo raciocínio, Wolkmer diferencia o pluralismo como instrumental contra-hegemônico de emancipação das estruturas sociais dependentes, de uma outra prática de pluralismo vinculada a projetos neoliberais e neocoloniais, que está a apresentar-se como alternativa. O pluralismo de corte conservador opõe-se radicalmente ao pluralismo progressista e democrático. A diferença entre o primeiro e o segundo está, fundamentalmente, no fato de que o pluralismo consevador inviabiliza a organização das massas e mascara a verdadeira participação, enquanto que o pluralismo transformador como estratégia democrática de integração procura promover e estimular a participação do segmentos populares e dos novos sujeitos coletivos de base. Conforme se pode observar, o fenômeno do pluralismo jurídico, apesar de ter sempre por base de sustentação a assertiva de que o Estado não é o único centro produtor de normatividade jurídica, possui diferentes vertentes, que, segundo Robert Nisbet podem ter um caráter mais conservador, mais liberal ou maisradical. Griffiths reconhece a existência de dois tipos de pluralismo: aquele que é permitido pelo próprio Estado e aquele, realmente autêntico, que consegue desgarrar-se do controle estatal. Além disso, não se pode reduzir a uma categoria conceitual todas as formas de manifestação do pluralismo jurídico, pois as sociedades, apesar de serem juridicamente plurais, o são de forma diferentes.
 Essa diferenciação deriva da forma como os sistemas jurídicos existem e coexistem com o direito estatal, da influência que recebem do ordenamento oficial, do reconhecimento, por parte deste, da existência de normatividades paralelas etc. Interessa, pois, para o presente trabalho, as formas de pluralismo jurídico que têm em comum o fato de serem práticas normativas autênticamente desgarradas do controle estatal e que, se não aptas a propiciar a emancipação social propriamente dita, pelo menos tem o condão de resgatar a tensão regulação-emancipação, perdida no momento em que o desenvolvimento da sociedade reduziu-se ao desenvolvimento do capitalismo. A tal pluralismo, seguindo a linha de Boaventura de Sousa Santos, dá-se o nome de contra-hegemônico.
	DESENVOLVIMENTO DA TAREFA
	
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