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Aula 01 FUNDAMENTOS HIST TEO METOD DO SERVIÇO SOCIAL

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Aula 01: POLÍTICAS SOCIAIS COMO ESPAÇO DE LUTAS: O DEBATE ACERCA DO PAPEL DO ESTADO E AS POLÍTICAS SOCIAIS
Nesta aula, dando prosseguimento ao estudo realizado na disciplina de Política Social I, enfatizaremos questões relacionadas ao papel do Estado e das políticas sociais numa sociedade capitalista. Será um aprofundamento, de forma crítica, sobre o papel do Estado e das políticas sociais nesse contexto.
De início, é importante que fique claro que o Estado não é uma espécie de “árbitro neutro”, acima de qualquer interesse, porque:
Ele congrega interesses de ambas as classes, respondendo parte das demandas da classe trabalhadora de forma que também não ameace o poder dos governantes;
Essas respostas podem ser mais ou menos intensas, de acordo com a conjuntura política e social vivenciada, tendo como objetivo a regulação da força de trabalho, para a acumulação permanente de riquezas.
Como se dá a regulamentação dessa força de trabalho?
Regulamentação da força de trabalho
Para os governantes, não é interessante que o trabalhador exerça suas funções exaustivamente, porque se assim o fizer, esse esgotamento, que é físico e mental, esgotará o trabalhador de uma só vez. 
É importante que esse trabalhador esteja sempre disposto, para que a produção e acumulação de riquezas para a classe dominante seja permanente. Para isso, o Estado “regula” essa força de trabalho, estabelecendo jornadas fixas de trabalho (por exemplo, 8h/dia) e deliberando legislações trabalhistas e sociais, oferecendo a este trabalhador um mínimo de subsistência, para que possa se recuperar e reiniciar sua jornada de trabalho no dia seguinte.
O Estado
O Estado, na verdade, é uma relação social, permeada por conflitos. Não tem nada de neutro. 
Para Vicente de Paula Faleiros, em seu livro Política social do Estado capitalista (9ª edição, de 2006 – Ed. Cortez), o próprio grupo que está no poder entra em conflito por seus interesses, mesmo dentro do aparelho do Estado:
O Estado não é um árbitro neutro, nem um juiz do bem-estar do cidadão. Não é um instrumento, uma ferramenta nas mãos das classes dominantes, para realizar seus interesses. O Estado é uma relação social.
Nesse sentido, o Estado é um campo de batalha, onde as diferentes frações da burguesia e certos interesses do grupo no poder se defrontam e se conciliam com certos interesses das classes dominadas (2006, p. 53).
A ampliação da legislação social, para o economista Ernest Mandel, em seu livro O capitalismo tardio (1985, p.338), possui uma contraditoriedade, pois ao mesmo tempo em que é concessão à crescente luta do proletariado, também corresponde aos interesses gerais do modo de produção capitalista, assegurando a reconstituição física da força de trabalho. Funciona como uma espécie de “freio” à superexploração desse trabalhador.  
O papel que o Estado exerce, nesse contexto é fundamental para a manutenção da produção de riquezas. Mandel, neste mesmo livro, (1985, p. 333-4) destaca que as principais funções do Estado são:
1-Criar as condições gerais de produção que não podem ser asseguradas pelas atividades privadas dos membros da classe dominante;
2-Reprimir qualquer ameaça das classes dominadas ou de frações particulares das classes dominantes ao modo de produção corrente através do Exército, da polícia, do sistema judiciário e penitenciário;
3-Integrar a classe trabalhadora, garantindo que a ideologia da sociedade continue sendo a da classe dominante e, em consequência, que as classes exploradas aceitem sua própria exploração sem o exercício direto da repressão contra elas (porque acreditam que isso é inevitável, ou que é  “dos males o menor”, ou  “a vontade suprema”, ou porque nem percebem a exploração).
Ou seja, entre as funções exercidas pelo Estado, a principal seria a “manutenção da ordem”, evitando conflitos que possam ameaçar a “paz social”, se propondo a aceitar e responder algumas demandas dos trabalhadores.
O Estado e as demandas das classes trabalhadoras
Para Raquel Raichelis, em seu livro “Legitimidade popular e poder público”, de 1988 (Editora Cortez, p. 28-9), o Estado percebe a necessidade de responder as demandas das classes trabalhadoras, para:
Reduzir ou amainar o confronto político e a tensão social produzidas por estas pressões, buscando impedir o acirramento da luta de classes e recuperar, assim, a ordem e a “paz social”.   Nesse sentido, as classes dominadas conseguem maior ou menor resposta aos seus interesses, dependendo do nível de pressão que exercem sobre os setores dominantes e o Estado;
Atender a exigência do próprio processo de desenvolvimento econômico, na medida em que os movimentos reivindicatórios das classes dominadas podem trazer consequências negativas para o processo de produção e, portanto, interferir nas condições de acumulação do capital;
Criar condições que garantam a reprodução material da força de trabalho, seja colocando certos limites à sua exploração (por exemplo, através de leis sociais e trabalhistas), seja através de políticas sociais (habitação, saúde, educação, previdência social, etc), para que se tenha disponível no mercado um trabalhador em melhores condições de ser explorado produtivamente e que possa responder às exigências requeridas pelo processo de trabalho.
As políticas sociais
O papel do Estado, numa sociedade regida pelo modo de produção capitalista, sempre terá como uma de suas funções a regulamentação das relações de trabalho, com a finalidade de interferir no processo de reprodução da força de trabalho. Ao regulamentar essas relações, tenta impedir que a trabalhador seja explorado ao ponto que impeça ou ameace o processo de acumulação. 
Uma das medidas para regulamentar as relações de trabalho são as políticas sociais. Importante compreender que as políticas sociais não são instrumentos exclusivos do Estado para dominação da classe trabalhadora. Essa é uma visão reducionista das políticas sociais.
TEXTO PDF
Qual é a demanda da população em relação, por exemplo, às políticas de saúde?
A população quer, na verdade, que seja efetivado um direito que consta na Constituição Federal de 1988 – a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Os governantes apresentam alternativas que possam efetivar esse direito, como a implementação de Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, pensando  que essa seria a alternativa para que as pessoas não se deslocassem de seu município de origem para buscar atendimento em grandes hospitais, em especial do município do RJ.
Ao implementar alternativas, os governantes têm que, periodicamente, avaliar se a alternativa implementada está de fato atendendo a demanda dessa população. Isso quer dizer que, além de implementar políticas sociais, é necessário que estas sejam reavaliadas permanentemente, de modo a atender a real demanda da população.
Dessa forma, não basta implementar políticas sociais: é fundamental a reavaliação constante dessas políticas, senão não será atendido o objetivo principal, que é responder às demandas da população (Esse é o ponto crucial de nosso estudo: o Estado só conseguirá se legitimar a partir do momento que atenda às reais necessidades da população mais empobrecida.  Sendo assim, as políticas sociais que serão implementadas são de fato, resultado da luta da população pela concretização de seus direitos, e ao mesmo tempo, constitui-se em mecanismo do Estado para regulação da força de trabalho, buscando sua legitimação como mantedor da ordem social. ) para manter a “paz social”.
ATENÇÃO: Outro ponto importante a salientar é que, quando os governantes proporcionam algum tipo de política social ao cidadão, não estão fazendo mais do que sua obrigação, que é zelar pelo bem-estar da população.
A pobreza no Brasil
A pobreza no Brasil não é algo recente, mas fruto de uma política econômica dependente dos países de capitalismo avançado – lembre-seque nossa economia era baseada na importação de nossos produtos, que eram vendidos para países de capitalismo avançado, além de nosso passado de origem escravocrata.  
Os frutos dessa relaçãode dependência refletiram nas políticas sociais que foram implementadas a partir dos anos 1930, com o Estado Novo, tema que será desenvolvido em nossa próxima aula.
	1a Questão
	
	
	
	Dentre as afirmativas abaixo, indique a opção que exemplifica a situação em que se apresentaram as primeiras formas de políticas sociais:
		
	 
	Logo após a Segunda Guerra Mundial e a revolução industrial, motivado pela desigualdade que se instalava por conta do Capitalismo, surgem as primeiras manifestações de política social.
	
	Ainda não há, na sociedade atual, manifestações acerca de políticas sociais.
	
	Logo após a Segunda Guerra Mundial e a revolução industrial, motivado pela desigualdade que se instalava por conta do Socialismo, surgem as primeiras manifestações de política social.
	
	No início do século XX, tardiamente, já que antes essa não era uma preocupação da sociedade.
	
	As políticas sociais sempre foram uma preocupação da sociedade, no entanto, apenas no século XX houveram as primeiras manifestações legais buscando as políticas sociais.
	
	 
	Ref.: 201607712597
		
	
	 2a Questão
	
	
	
	
	A introdução da política social no Brasil apresenta, como característica do desenvolvimento de Estado brasileiro, a cidadania, pois, eram considerados portadores de alguns direitos aqueles que dispunham de:
		
	
	filiação estatal
	
	Nenhuma das respostas
	 
	carteira de trabalho
	 
	grau de nobreza
	
	título de eleitor
	
	 
	Ref.: 201607207039
		
	
	 3a Questão
	
	
	
	
	Podemos afirmar que:"Uma das medidas para regulamentar as relações de trabalho são -------------. Importante compreender que as políticas sociais não são instrumentos exclusivos do Estado para dominação da classe trabalhadora."
		
	
	as ações governamenmtais
	
	as questões sociais
	 
	as políticas sociais
	
	as políticas públicas
	
	nenhuma das respostas
	
	 
	Ref.: 201607207027
		
	
	 4a Questão
	
	
	
	
	Para Vicente de Paula Faleiros, em seu livro Política social do Estado capitalista (9ª edição, de 2006 ¿ Ed. Cortez)o Estado é um campo de batalha, onde as diferentes frações da burguesia e certos interesses do grupo no poder se defrontam e se conciliam com certos interesses das classes dominadas:
		
	 
	não representa interesses de nenhuma classes, pois precisa mediá-los.
	 
	congrega interesses de ambas as classes, sendo espaço também de conflitos.
	
	congrega apenas interesses das classes mais favorecidas.
	
	nenhuma das respostas esta correta
	
	congrega apenas interesses das classes trabalhadoras.
	
	 
	Ref.: 201607207030
		
	
	 5a Questão
	
	
	
	
	Em uma análise crítica das políticas sociais, é correto afirmar que:
		
	
	medidas que suprem todas as necessidades da população mais empobrecida.
	 
	mecanismo que envolve as demandas da população por seus direitos e, ao mesmo tempo, resposta dos governantes a estas demandas para manter ¿a paz social¿.
	
	instrumento exclusivo do Estado para dominação de classe trabalhadora.
	
	instrumento exclusivo da sociedade civil organizada.
	
	medidas de bondade dos governantes, que se sensibilizam com a pobreza da maioria da população.
	
	 
	Ref.: 201607712590
		
	
	 6a Questão
	
	
	
	
	Nos anos 1930, quando a economia brasileira deixava de ter predominância agroexportadora e passava a ser também urbano- industrial, a emergência do sistema de seguridade social brasileiro no campo estatal foi marcada pela proteção
		
	
	à saúde maternoinfantil oferecida pela rede de Santas Casas de Misericórdia
	
	a crianças e adolescentes regulando as leis trabalhistas com limitação de carga horária de trabalho para esse segmento
	
	ao trabalho, tendo como inspiração o modelo bismarkiano
	 
	ao trabalho formal no campo para que não houvesse evasão exagerada de seus trabalhadores
	
	aos escravos livres em função da edição da lei de terras
	
	 
	Ref.: 201607149578
		
	
	 7a Questão
	
	
	
	
	As Políticas Sociais são representadas por um conjunto de ações e iniciativas públicas, privadas e não governamentais, visando garantir as necessidades sociais básicas. Contudo, a primazia e responsabilidade será:
		
	
	das organizações não governamentais.
	
	das Ongs
	 
	do Estado
	
	da iniciativa privada
	
	do mercado
	
	 
	Ref.: 201607251060
		
	
	 8a Questão
	
	
	
	
	Para Raquel Raichelis, em seu livro ¿Legitimidade popular e poder público¿, de 1988, o Estado percebe a necessidade de responder as demandas das classes trabalhadoras com algumas finalidades. Dentre as alternativas abaixo qual NÃO se configura como uma resposta do Estado?
		
	
	Criar limites a exploração da força de trabalho;
	
	Reduzir ou amainar o confronto político e a tensão social produzidas por pressões populares;
	
	Atender a exigência do próprio processo de desenvolvimento econômico.
	 
	Tributar o capital financeiro para financiamento das políticas sociais;
	
	Criar condições que garantam a reprodução material da força de trabalho;

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