Buscar

Unidade 07 Direito das Sucessões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Direito das Sucessões
Unidade 07
Unidade VII- Disposições testamentárias em geral. Interpretação do testamento. Regras proibitivas e permissivas. Legados. Conceito e classificação. Efeitos do legado e seu pagamento. Caducidade dos legados. Direito de acrescer entre os herdeiros e legatários. 
Disposições testamentárias
	Ver artigos 1.987 a 1.911 do CC.
Legado
1 – Conceito – Para Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka “entende-se o legado – segundo o direito brasileiro – como a atribuição de certo ou certos bens a outrem por meio de testamento e a título singular. Envolve, assim, uma secessão causa mortis que produzirá efeitos apenas com o falecimento do testador. Consiste, sem dúvida, numa liberalidade deste para com o legatário, o que não exige dizer que se deva sempre traduzir em benefício para este último, já que pode ocorrer a vir a ser o legado pelos encargos que o acompanham ou mesmo vir a se converter num ônus pesado demais para quem o recebe”. (Direito ... , p. 322-323)
2 – Sublegado (1.913, CC) – Se o testador ordenar que o herdeiro ou legatário entregue coisa de sua propriedade a outrem – o sublegatário -, não o cumprindo ele, entender-se-á que renunciou à herança ou ao legado. Como se pode perceber, há uma firme penalidade no caso de a parte não cumprir o encargo, equiparada à renúncia à herança. Ex: Deixo a casa do Park Way para minha filha desde que ela doe a sua casa de Taguatinga para seu irmão.
3 – Prelegado ou legado precípuo – ocorre quando o herdeiro legítimo é beneficiado com um legado, participando da sucessão como herdeiro e como legatário. Em uma só pessoa, reúnem-se as duas qualidades: a de herdeiro e de legatário.
4 – Do legado de coisa alheia (1.912, CC) – é ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da liberalidade. Ex1: Deixo a casa localizada em Taguatinga para meu filho. Entretanto, quando ocorre o falecimento, descobre-se que o de cujus já havia vendido a casa. Ex2: Deixo o carro X que comprarei no próximo ano para meu filho. Entretanto, o de cujus falece antes de efetuar a compra.
5 – Do legado de coisa comum (1.914, CC) – se a coisa legada pertencer somente em parte ao testador, só quanto a essa parte valerá o legado em benefício do legatário. 
6 – Do legado de coisa genérica (1.915, CC) – se legado for de coisa que se determine pelo gênero, será ele cumprido, ainda que tal coisa não exista entre os bens deixados pelo testador. 
 	Segundo Sílvio de Salvo Venosa o dispositivo igualmente tem incidência para os imóveis, desde que existam forças na herança. Ex1: “Deixo uma casa de praia para minha filha”. Nesse caso, a casa será adquirida com bens ou valores do espólio.
	A respeito da escolha de qual bem será transmitido dentro do gênero determinado pelo falecido, (1.929,CC) caberá ao herdeiro, como regra, guardando o meio termo entre as congêneres da melhor e da pior qualidade. Em outras palavras, a escolha competirá ao devedor, que é o herdeiro não beneficiário, cabendo previsão em contrário nesse sentido.
	No entanto, em qualquer escolha devem ser excluídas as coisas de pior e melhor qualidade, com o fim de manter o equilíbrio da disposição testamentária.
	A máxima do meio-termo também rege a escolha que eventualmente for deixada ao arbítrio de terceiro (1.930,CC). Conforme o mesmo diploma, se este terceiro não a quiser ou não a puder exercer, ao juiz competirá fazê-la, guardando igualmente o disposto a respeito da necessidade de se manter o equilíbrio na prestação.
	Eventualmente, se, no ato de disposição, a opção foi deixada ao legatário, que é o credor da obrigação, este poderá escolher, do gênero determinado, a melhor coisa que houver na herança (1.931,CC). A norma claramente protege o legatário, pois, se o testador atribuiu a escolha a ele, “é de se supor que o testador queria que o beneficiado ficasse com a melhor coisa que houver na herança”.
7 – Do legado de coisa singular (1.916, CC) – trata-se de hipótese em que a coisa está individualizada, sendo o objeto do legado determinado, não havendo a necessidade de qualquer escolha. Ex: “Deixo minha única casa em São Paulo, localizada no bairro de Moema, na Rua X, n. Y, para meu filho Carlos”.
	Se o testador legar coisa sua, singularizando-a, só terá eficácia o legado se, ao tempo do seu falecimento, ela se achava entre os bens da herança. Se a coisa legada existir entre os bens do testador, mas em quantidade inferior à do legado, este será eficaz apenas quanto ao que for existente. 
8 – Do legado de coisa localizada (1.917, CC) – Pode ocorrer que o testador faça disposição de coisa que deva ser encontrada em determinado lugar. Ex: “Deixo meu relógio de ouro que está no cofre da minha casa para o meu sobrinho”. Em casos tais, a disposição só terá eficácia se nele for achada, salvo se removida a título transitório.
9 – Do legado de crédito e de quitação de dívida (1.918, CC) - Ex1: “Deixo para meu filho João a nota promissória emitida por Maria, minha devedora”. Com tal disposição, há uma cessão de crédito a favor do legatário. Ex2: “Deixo para meu sobrinho José a quitação da dívida de R$100.000,00 que ele tem comigo”.
10 – Do legado de alimentos (1.920, CC) – abrange o sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além da educação, se ele for menor.
11 – Do legado de usufruto (1.921, CC) – sendo realizado pelo testador sem fixação de tempo, entende-se como vitalício, ou seja, deixado para toda a vida do legatário. Ex: “Deixo o bem X aos meus filhos, com a reserva do usufruto ao meu esposo”.
12 – Do legado de imóvel (1.922, CC) – Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas aquisições, estas, ainda que contíguas, não se compreendem no legado, salvo expressa declaração em contrário do testador. Tal premissa não se aplica à benfeitorias necessárias, úteis ou voluptuárias feitas no prédio legado, que devem ser tidas como incorporadas ao legado.
13 – Do legado de dinheiro (1.925, CC) – é possível que a coisa legada seja dinheiro, só vencendo os juros desde o dia em que se constituir em mora a pessoa obrigada a prestá-los. Ex: “Deixo R$100.000,00 do meu patrimônio ao meu amigo Santiago”. Os juros, que são os frutos civis ou rendimentos, somente serão contados a partir da constituição em mora do herdeiro, e não do falecimento do legante.
14 – Do legado alternativo (1.932 e 1.933, CC) – é aquele em que o legatário tem a opção de escolher entre alguns bens descritos pelo autor da herança. Ex: “Deixo um dos meus carros para meu amigo André, cabendo a ele a escolha do bem”. 
	O testamento pode prevê ao contrário, que caberá ao herdeiro ou a terceiro escolher o bem. 
15 – Do legado puro e simples e o legado com elementos acidentais – Assim como ocorre com o testamento, o legado pode apresentar ou não a presença de elementos acidentais, quais sejam a condição, o termo e o encargo.
	O legado puro e simples é aquele que não contém qualquer elemento acidental. Ex: “Deixo minha casa em Taguatinga para minha amiga Ana”. A respeito dessa categoria, pertence ao legatário desde a abertura da sucessão a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva.
	O legado condicional é aquele cuja eficácia depende de evento futuro e incerto. Ex: “Deixo minha casa no Park Way para meu filho Carlos se ele se formar em Direito”.
	O legado a termo ou a prazo tem a sua eficácia subordinada a evento futuro e certo. Ex: “Deixo meu carro para meu filho Carlos quando ele atingir a maioridade”. Ressalta-se que a doutrina majoritária entende que não se aplica o art. 1.998 do CC aos legados. Desta forma, é perfeitamente possível o legado a termo ou a prazo.
	No legado modal ou com encargo, a liberalidade testamentária vem acompanhada de um ônus ou fardo. Ex: “Deixo meu terreno em Santos, São Paulo, para meu amigo João construir ali um orfanato”.
16 - Dos efeitos do legado e do seu pagamento 
a) (1.923, CC) – Desde a abertura da sucessão, o que se dá com a morte do autor da herança,pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo. Isso, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva.
	Entretanto, como restrição a tal direito, enuncia o §1º da norma em comento que não se defere de imediato a posse direta da coisa, nem nela o legatário pode entrar por autoridade própria. Em outras palavras, a posse imediata ou corpórea sobre o bem deve ser atribuída em posterior momento, por decisão judicial no inventário ou em ação reivindicatória, ou, ainda, por atribuição voluntária de um herdeiro.
	No §2º há a especificação que o legado de coisa certa existente na herança transfere também o legatário os frutos que produzir, desde a morte do testador, exceto se dependente de condição suspensiva, ou de termo inicial. Assim, se o imóvel objeto de legado estiver locado, o legatário terá direito aos aluguéis desde a morte do testador. 
b) (1.926, CC) – Em havendo legado de renda vitalícia ou pensão periódica, como nos casos de legado de alimentos, a renda ou pensão correrá da morte do testador. A norma não é de ordem pública podendo ser afastada pelo legante ou testador.
c) (1.927, CC) – Se o legado for composto de quantidades certas, em prestações periódicas, dará da morte do testador o primeiro período, e o legatário terá direito a cada prestação. Ex: “Deixo para meu amigo de infância Carlos a renda mensal de R$2.000,00”. Se o testador falecer no dia 30 de abril de 2010, a partir deste dia surgirá o direito do legatário, que deverá receber a mesma quantia em todos os dias iguais dos meses sucessivos. 
d) (1.934, CC) – A respeito do cumprimento do legado, no silêncio do testamento, este incumbe aos herdeiros e, não os existindo, aos legatários, na proporção do que herdaram, havendo legado conjuntivo.
	Tal encargo, não havendo disposição testamentária em contrário, caberá ao herdeiro ou legatário incumbido pelo testador da execução do benefício que foi instituído. Quando indicados mais de um, os onerados dividirão entre si o ônus, na proporção do que recebam da herança.
e) (1.936, CC) – As despesas e os riscos da entrega do legado correm à conta do legatário, igualmente se não dispuser diversamente o testador.
f) (1.937, CC) – A coisa legada deve ser entregue, com seus acessórios, no lugar e estado em que se achava ao falecer o testador, passando ao legatário com todos os encargos que a onerarem.
	Nesse contexto, se são transmitidos os bônus, casos dos frutos, dos produtos e das benfeitorias do principal, também o são os ônus, cabendo a menção aos encargos relacionados a obrigações propter rem, hipóteses dos impostos relacionados ao imóvel (IPTU) e das despesas de condomínio.
17 – Da caducidade dos legados
	A caducidade do legado representa a sua ineficácia por causa posterior. Zeno Veloso menciona que “não se deve confundir caducidade com invalidade. A caducidade inutiliza disposição originalmente válida, atuando, pois, não no plano da validade, mas no da eficácia. Caducidade é a ineficácia do testamento ou de cláusula testamentária por fato superveniente”. (Código ..., 2012, p. 2.152).
	Ver artigos 1939 e 1940 do CC.
18 – Do direito de acrescer entre os herdeiros e os legatários
	Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka menciona que o direito de acrescer “consiste no direito de o herdeiro ou legatário também receber, respeitada a proporção do número de contemplados no testamento, a parte que caberia a um outro herdeiro ou legatário que não pôde ou não quis receber sua herança ou legado” (Direito ..., 2007, p. 335).
	Ver artigos 1.941 a 1.946. 
	
�PAGE �
�PAGE �1�

Outros materiais