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PUC Minas Virtual • 1 Cálculo I Capítulo 10 – GRÁFICOS DE CURVAS Notas de aula 10 Uma das aplicações da derivada é o estudo dos aspectos qualitativos de uma função, tais como, por exemplo: os intervalos em que a função cresce ou decresce, em que pontos assumem um valor máximo ou mínimo, em que intervalos seu gráfico tem concavidade voltada para cima ou para baixo e quais seus pontos de inflexão. Nesta capítulo, são apresentados cinco estudos nos quais retomam-se conceitos discutidos nas capítulos anteriores e usa-se a derivada para analisar alguns aspectos de funções. Para isso, cumpriremos o roteiro a seguir descrito para o estudo de uma função y f (x)= . A. Domínio da função Comece por determinar o conjunto de valores de x para os quais f(x) está definida. B. Interceptos O intercepto y é f(0) e nos diz onde a curva corta o eixo y. Para achar o intercepto y, faça x igual a zero na equação da função. O intercepto x é obtido fazendo f (x) 0= e resolvendo essa equação para x. Você pode omitir este cálculo se a equação for difícil de resolver. C. Assíntotas (i) Assíntotas horizontais: se x lim f (x) L →∞ = ou x lim f (x) L →−∞ = , então a reta y L= é uma assíntota horizontal da curva y f (x)= . (ii) Assíntotas verticais: A reta x a= é uma assíntota vertical da curva y f (x)= se pelo menos uma das quatro afirmativas seguintes for verdadeira: x a lim f (x) +→ = ∞ ou x a lim f (x) +→ = − ∞ ou x a lim f (x) −→ = ∞ ou x a lim f (x) −→ = −∞ . D. Intervalos de crescimento e decrescimento Para determinar esses intervalos, use o teste de crescimento e decrescimento de uma função. Calcule a derivada primeira e estude a variação de sinal de f ′ : nos intervalos em que a derivada f ′ é positiva, f é crescente e, nos intervalos nos quais f ′ é negativa, f é decrescente. E. Valores máximos e mínimos Título: Unidade 11 Autor: Jonas Lachini PUC Minas Virtual • 2 Encontre os números críticos de f (os números c nos quais f (c) 0′ = ou f (c)′ não existe). Use então o teste da derivada primeira: se f ′ mudar de positiva para negativa em um número crítico c, então f (c) é um máximo local; se f ′ mudar de negativa para positiva em um número crítico c, então f (c) é um mínimo local. F. Concavidade e ponto de inflexão Calcule a derivada segunda, f ′′ , e use o teste da concavidade: a curva é côncava para cima se f (x) 0′′ > , e é côncava para baixo se f (x) 0′′ < . Os pontos de inflexão ocorrem quando a concavidade muda de sentido. G. Esboço do gráfico Usando as informações obtidas nos itens A – F, esboce o gráfico da função y f (x)= . Coloque as assíntotas como linhas tracejadas. Marque os interceptos, os pontos de máximo e de mínimo e os pontos de inflexão. Faça a curva passar por esses pontos, subindo ou descendo de acordo com o item D e com concavidade de acordo com o item F. Depois, se possível, use um aplicativo computacional para verificar se o gráfico que você traçou se assemelha ao traçado pela máquina. Exemplo 1 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 3 2f (x) x 9x 15x 50= − + + . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função polinomial, ℜ=D . B. O intercepto y é 3 2f (0) 0 9 0 15 0 50 50= − ⋅ + ⋅ + = ; a curva corta o eixo y no ponto (0,50) . A equação f (x) 0= é do terceiro grau e de difícil solução; por isso não determinamos o intercepto x. C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função polinomial. D. Crescimento e decrescimento A derivada é 2f (x) 3x 18x 15′ = − + . Resolvendo a equação 23x 18x 15 0− + = , obtemos as raízes x 1= e x 5= . Assim, podemos estabelecer a variação de sinal da derivada e encontrar os intervalos de crescimento e decrescimento da função. Dado que f (x) 0′ > quando x 1< ou x 5> e que f (x) 0′ < para 1 x 5< < , a função f é crescente nos intervalos ( ],1−∞ e [ )5,∞ , sendo decrescente no intervalo [ ]1,5 . E. Valores máximos e mínimos Os números críticos são x 1= e x 5= . Como f ′ muda de positiva para negativa em x 1= , 3 2f (1) 1 9 1 15 1 50 57= − ⋅ + ⋅ + = é um máximo local; por outro lado, já que f ′ muda de negativa para positiva em x 5= , 3 2f (5) 5 9 5 15 5 50 25= − ⋅ + ⋅ + = é um mínimo local. F. Concavidade e pontos de inflexão PUC Minas Virtual • 3 A derivada segunda é f (x) 6x 18′′ = − . Resolvendo a equação 6x 18 0− = , obtemos a raiz x 3= e podemos obter a variação de sinal da derivada segunda. Como f (x) 0′′ < para x 3< , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo ( ],3−∞ e como f (x) 0′′ > para x 3> , a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo [ )3,∞ . O ponto x 3= é um ponto de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 10.1 estão os gráficos da função 3 2f (x) x 9x 15x 50= − + + e da sua derivada 2f (x) 3x 18x 15′ = − + , feitos no Graphmática. Figura 10.1 Exemplo 2 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 2f (x) x 10x 24= − + + . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função polinomial, ℜ=D . B. O intercepto y é 2f (0) 0 10 0 24 24= − + ⋅ + = ; a curva corta o eixo y no ponto (0, 24) . Resolvendo a equação f (x) 0= , temos 2 10 14 x 10x 24 0 x x 2 ou x 12 2 − ± − + + = ⇒ = ⇒ = − = − . Os interceptos x são os pontos ( 2,0)− e (12,0) . C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função polinomial. D. Crescimento e decrescimento A derivada é f (x) 2x 10′ = − + . Resolvendo a equação f (x) 0′ = , obtemos 2x 10 0 x 5− + = ⇒ = . Assim, podemos estabelecer a variação de sinal da derivada e encontrar os intervalos de crescimento e decrescimento da função. PUC Minas Virtual • 4 E. Dado que f (x) 0′ > quando x 5< e que f (x) 0′ < para x 5> , a função f é crescente nos intervalos ( ],5−∞ e decrescente no intervalo [ )5,∞ . F. Valores máximos e mínimos O único número crítico é x 5= . Como f ′ muda de positiva para em x 5= , 2f (5) 5 10 5 24 49= − + ⋅ + = é um máximo local. G. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é f (x) 2′′ = − . Como a derivada segunda é negativa para qualquer valor de x, a curva tem concavidade voltada para baixo. A derivada segunda não muda de sinal e por isso a função não tem ponto de inflexão. H. Esboço do gráfico Na Figura 10.2 estão os gráficos da função 2f (x) x 10x 24= − + + e da sua derivada f (x) 2x 10′ = − + , feitos no Graphmática. Figura 10.2 Exemplo 3 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 2xf (x) x 1 = − . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais diferentes de 1, }1/{ ≠ℜ∈= xxD . B. O intercepto y é 2 0f (0) 0 0 1 ⋅ = = − ; a curva corta o eixo y no ponto (0,0) . O intercepto x é x 0= . C. Assíntotas Como x x x 2x 2xlim lim lim 2 2 x 1 x→∞ →∞ →∞ = = = − , a reta y 2= é assíntota da curva 2xf (x) x 1 = − , à direita. Também x x x 2x 2xlim lim lim 2 2 x 1 x→−∞ →−∞ →−∞ = = = − , o que indica que a reta y 2= é assíntota horizontal à esquerda. PUC Minas Virtual • 5 Como x 1 2xlim x 1+→ = ∞ − , a reta x 1= é assíntota vertical (quando x se aproxima de 1, pela direita, a função assume valores positivos arbitrariamente grandes); o x 1 2xlim x 1−→ = −∞ − indica que a reta vertical x 1= é uma assíntota da curva 2xf (x) x 1 = − e que, á medida que x se aproxima de 1 pela esquerda, a função assume valores negativos arbitrariamente grandes em módulo. D. Crescimento e decrescimento A derivada é 2 2f (x) (x 1) − ′ = − . Como o denominador é um quadrado e o numerador é negativo, a derivada é negativa para todo x do domínio da função. Dado que f (x) 0′ < para todo x do domínio, a função f é sempre decrescente. E. Valores máximos e mínimos Não existe ponto crítico para esta função e, portanto, como seu domínio é a união de dois intervalos abertos, ela não tem pontos de Máximo e nem de mínimo. F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é 3 4f (x) (x 1)′′ = − . A variação de sinal da derivada segunda está no quadro abaixo. Como f (x) 0′′ < para x 1< , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo ( ),1−∞ e como f (x) 0′′ > para x 1> , a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo ( )1,∞ . A curva não tem ponto de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 10.3 estão os gráficos da função 2xf (x) x 1 = − e da sua derivada 2 2f (x) (x 1) − ′ = − , feitos no Graphmática. PUC Minas Virtual • 6 Figura 10.3 Exemplo 4 Use os itens do roteiro dado para esboçar o gráfico da curva 4 3f (x) 2x 8x 100= − + . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função polinomial, ℜ=D . B. O intercepto y é 4 3f (0) 2 0 8 0 100 100= ⋅ − ⋅ + = ; a curva corta o eixo y no ponto (0,100) . A equação f (x) 0= é do quarto grau e de difícil solução; por isso não determinamos o intercepto x. (No gráfico que está no item G, pode-se observar que a curva não corta o eixo horizontal, logo, não existe intercepto x.) C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função polinomial. D. Crescimento e decrescimento A derivada 3 2f (x) 8x 24x′ = − . Resolvendo a equação f (x) 0′ = , temos 3 2 28x 24x 0 8x (x 3) 0 x 0 ou x 3− = ⇒ − = ⇒ = = . Assim, podemos estabelecer a variação de sinal da derivada e encontrar os intervalos de crescimento e decrescimento da função. Dado que f (x) 0′ > quando x 3> e que f (x) 0′ < para x 3 (x 0)< ≠ , a função f é crescente nos intervalos [ )3,∞ e é decrescente no intervalo ( ],3−∞ . E. Valores máximos e mínimos Os números críticos são x 0= e x 3= . Como f ′ não muda de sinal em x 0= , 4 3f (0) 2 0 8 0 100 100= ⋅ − ⋅ + = não é nem máximo e nem mínimo. Por outro lado, já que f ′ muda de negativa para positiva em x 3= , 4 3f (3) 2 3 8 3 100 46= ⋅ − ⋅ + = é um mínimo local. F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é 2f (x) 24x 48x′′ = − . Resolvendo a equação 224x 48x 0− = para x, obtemos 224x 48x 0 24x (x 2) 0 x 0 ou x 2− = ⇒ − = ⇒ = = . Com essas raízes, podemos obter a variação de sinal da derivada segunda. PUC Minas Virtual • 7 Como f (x) 0′′ < para 0 x 2< < , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo [ ]0,2 e como f (x) 0′′ > para x 0< ou x 2> , a curva tem concavidade voltada para cima nos intervalos ( ],0−∞ e [ )2,∞ . Os pontos x 0= e x 2= são pontos de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 10.4 estão os gráficos da função 4 3f (x) 2x 8x 100= − + e da sua derivada 3 2f (x) 8x 24x′ = − , feitos no Graphmática. Figura 10.4 Exemplo 5 Use os itens do roteiro da para esboçar o gráfico da curva 1 3f (x) 9000x= . Solução A. O domínio é o conjunto dos reais porque f é uma função potência com expoente fracionário de denominador ímpar, ℜ=D . B. O intercepto y é 1 3f (0) 9000 0 0= ⋅ = ; a curva corta o eixo y no ponto (0,0) . A raiz da equação f (x) 0= é x 0= que é o intercepto x. C. A curva não tem assíntotas por ser o gráfico de uma função potência. D. Crescimento e decrescimento A derivada é 2 3 2 3 300f (x) 300 x x − ′ = = . A derivada f (0)′ não existe e, portanto, x 0= é um valor crítico da função. A variação de sinal da derivada e os intervalos de crescimento e decrescimento da função estão mostrados na tabela a seguir. PUC Minas Virtual • 8 Dado que f (x) 0′ > para todo x 0≠ , a função f é sempre crescente. E. Valores máximos e mínimos O número crítico é x 0= . Como f ′ não muda de sinal nesse valor de x, f (0) 0= não é nem máximo e nem mínimo da função f. F. Concavidade e pontos de inflexão A derivada segunda é 5 3 5 3 200f (x) 200 x x − ′′ = − ⋅ = − . A derivada segunda, como era de se esperar, não está definida para x 0= . A variação de sinal da derivada segunda e a concavidade da curva estão apresentadas na tabela a seguir. Como f (x) 0′′ < para x 0< , a curva tem concavidade voltada para baixo no intervalo ( ],0−∞ e como f (x) 0′′ > para x 0> , a curva tem concavidade voltada para cima no intervalo [ )0,∞ . O ponto x 0= é um ponto de inflexão. G. Esboço do gráfico Na Figura 10.5 estão os gráficos da função 1 3f (x) 9000x= e da sua derivada 2 3 300f (x) x ′ = , feitos no Graphmática. Figura 10.5 Exercícios 10 1) Esboce o gráfico de cada uma das funções: a) 2y x 2x= − b) 2y 2 x x= + − c) 1y x x = + d) 2 1y x x = + PUC Minas Virtual • 9 c) 3 2y 2x 3x 1= − + e) y x 3 x= − 2) Em cada um dos itens a seguir, esboce o gráfico de uma função com todas as propriedades enunciadas: a) f (1) 1, f (x) 0 para x 1, f (x) 0 para x 1.′ ′= > < < > b) f ( 1) 2 , f (2) 1, f (x) 0 para x 1 e x 2,′− = = − > < − > f (x) 0 para 1 x 2.′ < − < < c) f ( 2) 6, f (1) 2, f (3) 4,− = = = f (1) f (3) 0, f (x) 0 para x 2 1, f (x) 0 para x 2 1,′ ′ ′ ′= = < − > > − < f (x) 0 para x 2 ou x 1 1, f (x) 0 para x 1 1 ou x 2.′′ ′′< > + < > − < < − d) f (0) 0, f (2) f ( 2) 1= = − = , f (0) 0, f (x) 0 para x 0, f (x) 0 para x 0,′ ′ ′= > > < < f (x) 0 para x 2, f (x) 0 para x 2′′ ′′> < < > x x lim f (x) 2 e lim f (x) 2. →∞ →−∞ = =
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