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UTI aula nova

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UTI
Prof. Enf. Artur Tortorella Afonso
UNIDADES DE TRATAMENTOS INTENSIVOS
Bases conceituais e organizacionais
A UTI é o local dentro do hospital destinado ao atendimento em sistema de vigilância contínua a pacientes graves ou de riscos, potencialmente recuperáveis.
UTI
A UTI é uma unidade obrigatória em hospitais secundários e terciários, com capacidade igual ou superior a 100 leitos, destinada ao atendimento de adultos e crianças.
UTI
Pode ser classificada como:
- Neonatal: internação de crianças com até 28 dias de vida.
- Pediátrica: internação de crianças com 29 dias a 18 anos. (as normas de cada serviço variam podendo se estender ou não atendimento até os 18 anos).
UTI
- Adulto: acima de 14 anos ou dependendo da norma de serviço.
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM ESPECIALIDADE
- Denomina-se UTI Especializada aquela destinada ao atendimento de pacientes em uma especialidade médica ou selecionados por grupos de patologias, podendo compreender: 
- Cardiológica
- Coronariana 
- Neurológica
- Respiratória
- Trauma
- Queimados
INFRA-ESTRUTURA
- Área Coletiva de Tratamento Adulto, em UTI’s Adulto
- Área Coletiva de Tratamento de Neonatologia, em UTI Neonatal. 
- Quarto de Isolamento. 
- Posto/Área de Serviços de Enfermagem. 
- Área para Prescrição Médica. 
- Sala de Utilidades. 
- Sala Administrativa. 
- Copa. 
- Rouparia. 
- Sala de Preparo de Equipamentos/Material. 
ISOLAMENTO
Deve ser previsto 01 Quarto de Isolamento, com sanitário ou banheiro, para cada 10 leitos de UTI, ou fração. O Quarto de Isolamento deve ser provido de antecâmara e lavatório exclusivo para uso da equipe de assistência, além de bancada com pias de despejo.
CARACTERÍSTICAS DOS AMBIENTES 
- Posto de Enfermagem
- Deve dispor de observação visual ou por meio eletrônico, devendo, neste caso, dispor de uma central de monitores. 
- No mínimo 1 posto para cada 10 leitos.
RECONHECENDO E ATUANDO NOS AGRAVOS CARDIOVASCULARES
Antes de falarmos do assunto, que no qual envolve alguns problemas cardíacos. Devemos antes relembrar os aspectos anatômicos do coração. 
ANATOMIA CARDÍACA
Apesar de toda a sua potência, o coração, em forma de cone, é relativamente pequeno, aproximadamente do tamanho do punho fechado, cerca de 12 cm de comprimento, 9 cm de largura em sua parte mais ampla e 6 cm de espessura. Sua massa é, em média, de 250g, nas mulheres adultas, e 300g, nos homens adultos. 
Camadas da Parede Cardíaca: 
Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe o coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de movimentação para contrações vigorosas e rápidas.
Epicárdio: a camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso. O epicárdico é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericárdio, denominado camada visceral do pericárdio seroso. 
Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que o sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração.
Configuração Interna: 
O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios (as câmaras superiores) recebem sangue; os ventrículos (câmaras inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração. 
Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura enrugada, em forma de saco, chamada aurícula (semelhante a orelha do cão). 
O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória chamada septo interatrial; o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo interventricular. 
ÁTRIO DIREITO
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. 
A veia cava superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, já a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e membros inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o miocárdio e leva o sangue ao átrio direito. 
ÁTRIO ESQUERDO
O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores e anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado; por meio de quatro veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, através da valva bicúspide (mitral), que tem apenas duas cúspides. 
VENTRÍCULO DIREITO
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas carnosas. 
VENTRÍCULO ESQUERDO
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A principal função do ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação sistêmica (corpo). A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força necessária para bombear sangue para a circulação sistêmica. 
Agora que aprendemos um pouco de anatomia cardíaca, podemos então conhecer seus problemas, os tipos, como diagnosticar, tratamentos e cuidados.
VAMOS LÁ!!!!!!
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A IC é a incompetência do coração em promover o bombeamento sanguíneo para o organismo e assim atender às necessidades metabólicas. 
É a via final da maioria das cardiopatias podendo ser uma consequência de outras afecções cardíacas (IAM, HAS, Valvopatias, arritmias) ou sistêmicas (anemias, problemas tireoidianos, distúrbios hidroeletrolíticos, diabetes, tabagismo).
IC
O mecanismo responsável pelos sintomas e sinais clínicos de IC pode ser a disfunção sistólica (contração), diastólica (relaxamento) ou ambas.
TIPOS DE IC
Insuficiência cardíaca esquerda:
A principal queixa do paciente costuma ser a dispneia, que se inicia de uma forma lenta e progressiva, no principio aos grandes esforços, tornando-se frequente mesmo ao repouso, podendo chegar ao Edema Agudo de Pulmão. Além disso, observa-se tosse, expectoração, dispneia paroxística noturna (períodos agudizados da doença), ortopneia e edema de MMII.
TIPOS DE IC
Insuficiência cardíaca direita:
Uma das principais características é a sobrecarga de volume na circulação sistêmica. Essa sobrecarga gera um aumento da pressão intravascular fazendo com que os líquidos extravasem para o interstício gerando edema sistêmico. A estase jugular ( lentidão ou parada da circulação), a hepatomegalia e a ascite costumam estar presentes. 
COMO DIAGNOSTICAR?
O diagnóstico de IC é estabelecido a partir da história atual e pregressa do individuo, considerando as cormobidades (associação de duas patologias), o exame físico, exames laboratoriais (Hmg, glicemia, ureia, creatinina, Na, K, CPK-MB, troponina), ECG e exames de imagem (RX de tórax, ecocardiograma).
TRATAMENTO
O tratamento visa a melhora imediata da sintomatologia, principalmente do quadro pulmonar, edema generalizado, problemas relacionados à função renal, a distúrbios hidroeletrolíticos e correção de possíveis alterações relacionadas à causa básica. 
VAMOS DETERMINAR OS CUIDADOS?
Outras áreas de atuação de enfermagem englobam o apoio ao diagnostico, o suporte à equipe médica e o cuidar frente a possíveis intercorrências e/ou agravamentos da ICC descompensada durante sua internação na UTI. Dependendo da evolução da doença o paciente poderá apresentar graus variados de dependência, limitações e gravidade.
Cabe à equipe um consenso quanto às orientações sobre a prognostico do paciente e da real necessidade de mudanças no estilo de vida que envolve alimentação especifica, limitações de atividades diárias, regularidade das consultas médicas e do uso dos medicamentos.
CORONARIOPATIAS AGUDAS
Coronariopatias são as síndromes coronarianas agudas e iniciaremos com algumas definições que levarão ao entendimento do próprio termo.
POR QUE SÍNDROME?
Por estar atrelada
a um conjunto de sinais e sintomas como:
-Dor precordial ;
-Dor em opressão (com ou sem irradiação para membro superior esquerdo)
-Dor em região cervical, mandibular e retroesternal;
-Sudorese, dispneia, palidez, náuseas e vômitos. 
POR QUE CORONARIANAS?
Por estar relacionada diretamente à redução do fluxo sanguíneo causada pela aterosclerose das artérias coronárias e suas ramificações.
CAUSAS
O mecanismo mais frequente das síndromes coronarianas é a formação de placa de ateroma. Quando essa placa apresenta instabilidade favorece a agregação plaquetária e a formação de trombos. Consequentemente ocorre diminuição da luz das artérias podendo acarretar em sub-oclusão levando à isquemia (Angina) ou à oclusão total (IAM).
PORQUE AGUDA?
Por se tratar de um evento agudo mesmo que o individuo já tenha diagnóstico de cardiopatias, faça uso de medicamentos ou até tenha sido internado pelo mesmo motivo.
FATORES PREDISPONENTES
Ambas tem como fatores predisponentes como:
- Hereditariedade;
- Idade (sendo mais relevante a partir dos 50)
- Pessoas do sexo masculino;
- Tabagistas;
- Dislipidemias;
- Sedentarismo;
- Hipertensos e Diabéticos;
- Estresse.
COMO IDENTIFICAR
- Histórico do paciente;
- Exames diagnósticos como:
- ECG;
- Exames de sangue como biomarcadores de ecrose miocárdica (CKMB, CPK e Troponina);
- Radiografia de tórax.
TRATAMENTO
O tratamento para essas patologias pode variar como:
- Tratamento clinico (educação);
- Tratamento medicamentosos;
- Angioplastia ou revascularização miocárdica.
VAMOS DETERMINAR OS CUIDADOS?
ATIVIDADES
Para que você possa entender melhor pesquise sobre os tipos de tratamento que vimos anteriormente.
A pesquisa faz parte do aprendizado. Pratique-o.
Lembre-se, estas atividades de pesquisa poderá ser cobrada em prova!
ARRITMIAS CARDÍACAS
As arritmias cardíacas são caracterizadas por um distúrbio no sistema de condução elétrica do coração como também na formação desse estimulo. Algumas vezes esse problema pode estar em associação desses dois elementos.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
Significa que o estimulo elétrico não esta partindo do nó sinusal, considerado nosso marcapasso natural. Esse estimulo anormal chamado de foco ectópico gera uma contração (sístole) também anormal do músculo cardíaco podendo causar outra complicações.
Podemos classificar as arritmias de acordo com sua frequência ou localização.
Quando a frequência cardíaca do paciente estiver elevada denominamos taquiarritmias e quando estiver baixa denominamos bradiarritmias.
Já em relação a localização, quando os focos ectópicos também chamados de extrassístoles (batimentos extras) estão localizados nos átrios, temos as arritmias supraventriculares ou atriais.
Quando os focos se localizam nos ventrículos as arritmias são denominadas de ventriculares.
DIAGNÓSTICO
É fundamental para o estabelecimento do diagnóstico:
- ECG que demonstre a atividade elétrica do coração;
0 A partir da história clínica do paciente;
- Radiografia do tórax;
- Exames laboratoriais (Na, K, Ureia, Creatinina, Mg, T4 livre e TSH).
Assim é possível estabelecer um diagnóstico, associa-lo a um evento agudo ou crônico e determinar se seu aparecimento foi de origem cardiológica ou metabólica
TRATAMENTO
Dentre os principais tratamentos das arritmias destacam-se:
- Marcapasso destinado a bradiarritmias
- Cardioversor / desfibrilador implantável ( CDI ) para arritmias do tipo fibrilação ventricular;
- Tratamento medicamentoso que são drogas antiarrítmicas utilizadas para vários tipos de taquiarritmias.
Pesquise sobre os cuidados de enfermagem voltados a estes tipos tratamento.
DICA:
É importante que o técnico conheça a ação das drogas e seus efeitos colaterais, orientando o paciente sobre possíveis reações, inclusive no momento da administração.
RECONHECENDO E ATUANDO NOS AGRAVOS RESPIRATÓRIOS
Para que possamos entender melhor todos os agravos deste sistema, devemos antes relembrar a anatomia e a fisiologia respiratória.
ANATOMIA RESPIRATÓRIA
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FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA
Ventilação pulmonar:
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões.
VOCÊ SABIA?
O volume total de ar que cabe no sistema respiratório de um adulto sadio pode chegar a 6,5 litros?
E em uma criança cerca de 2Litros?
Estes volumes podem ser medidos por um equipamento chamado Espirômetro.
A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com consequente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões. 
VOCÊ SABIA
Na expiração forçada podemos expelir certa de 4,5 a 5 Litros. Porem por mais forçada que seja sua expiração, ela não permite um esvaziamento completo dos pulmões, sobrando sempre neles um volume cerca de 1 a 1,5 Litros.
Este volume residual serve para manter o funcionamento dos alvéolos e impedir que eles colabem.
TRANSPORTE DE GASES RESPIRATÓRIOS
O transporte de gás oxigênio está a cargo das hemoglobinas, proteína presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina.
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar (processo chamado hematose). 
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Compreende a dificuldade encontrada pelo sistema respiratório em desempenhar adequadamente sua principal função, ou seja, a promoção das trocas gasosas.
É caracterizado quando o sistema respiratório não consegue manter níveis aceitáveis de oxigênio e gás carbônico impedindo que o paciente respire em condições normais para atender as necessidades metabólicas.
Essa condição é analisada por meio do exame de gasometria arterial que poderá indicar:
- Hipoxemia (PO2 < 50 mmHg) ou uma
- Hipercapnia (PCO2 > 50 mmHg)
ETIOLOGIA (CAUSAS)
HIPOXEMIA:
- Infecções por vírus, fungos e bactérias;
- Traumas;
- Embolia pulmonar;
- Insuficiência cardíaca;
- DPOC;
- SARA.
HIPERCAPNIA:
- Neoplasias do SNC;
- HIC;
- Meningite;
- Metabólicos: Hipo e Hipernatremia, Hipercalcemia e Hipoglicemia.
CLASSIFICAÇÃO
A IR pode ser classificada quanto a sua velocidade de instalação em aguda e crônica.
AGUDA
A forma aguda é de rápida instalação evidenciando alterações gasométricas.
A forma crônica se apresenta de maneira progressiva e lenta, podendo perdurar por meses ou anos sem alterações de valores gasométricos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
De forma geral as manifestações clínicas se constituem em alterações:
- Do Sistema Nervoso Central
- Do Sistema Respiratório;
- Do Sistema Cardíaco.
 Junto com o professor, definam quais são estas alterações.
agitação, alucinações e convulsões; alterações do padrão, amplitude, frequência, ritmo e expiração prolongada; arritmias, hipertensão ou hipotensão
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SINAIS E SINTOMAS
Vocês já conhecendo o Sistema respiratório e sua importância, ajude a determinar quais são os sinais e sintomas comum a algum problema neste órgão. roncos ou ausência de murmúrios vesiculares.
SONS PULMONARES
Estertores – Parecem pequenos “cliques”;
Roncos – Ocorre quando há obstrução de via aérea;
Estridor – Ocorre quando à obstrução de ar na traqueia;
Sibilos – São sons agudos produzido pelo estreitamento da via. (Miado).
TRATAMENTO
O tratamento visa à correção da causa básica para o restabelecimento da respiração.
Enquanto a condição da capacidade respiratória estiver comprometida, esse paciente necessitará de assistência ventilatória mecânica invasiva ou não invasiva.
DPOC
O contingente de indivíduos tabagistas, a poluição de grandes centros urbanos, o próprio envelhecer e nossa carga genética são fatores que influenciam diretamente na ocorrência de afecções respiratórias.
As DPOC são caracterizadas pela obstrução do fluxo de ar dificultando a difusão dos gases O2 e CO2. 
São de caráter progressivo e irreversível levando os indivíduos às limitações de atividades cotidianas devido à diminuição da capacidade pulmonar.
Dentre as DPOC, destacamos:
- Enfisema pulmonar, o qual se caracteriza pela degeneração e destruição dos alvéolos;
- A bronquite crônica que é caracterizada pela formação de secreção mucoide e tosse persistente.
	TRATAMENTO E CUIDADOS
Na UTI, o paciente recebe, além do suporte ventilatório drogas que facilitam a expansão pulmonar e favorecem a hematose. 
Estamos falando dos broncodilatadores e corticoides. 
A fisioterapia respiratória é de suma importância porque auxilia, por meio de exercícios, a expansibilidade pulmonar.
Por se tratar de uma patologia crônica não há tratamento para a cura. O que ocorre é a estabilização do quadro pulmonar até que novos episódios agudos se instalem e recaiam em novas internações. 
EMBOLIA PULMONAR
É caracterizada pelo desprendimento de um trombo de qualquer parte do sistema venoso profundo que percorre a rede vascular atravessando as câmaras cardíacas e obstruindo a artéria pulmonar ou um de seus ramos.
Essa obstrução impede que determinada área do parênquima pulmonar seja oxigenado levando ao infarto pulmonar.
FATORES PREDISPONETES
São muitos esses fatores: 
- Acamados por tempo prolongado;
- Contraceptivos orais;
- Cirurgia de grande porte (ortopédicas e cardíacas);
- Envelhecimento associado às cormobidades – ICC e IAM. 
SINAIS E SINTOMAS
As principais manifestações clínicas variam de acordo com o tipo de embolia e sua gravidade.
Nas embolias submaciças, observa-se dor torácica, dor pleurítica, dispneia, taquipneia, tosse, hemoptise, taquicardia, febre e cianose.
Nas embolias maciças observa-se síncope, hipotensão arterial, dispneia, cianose e choque.
CURIOSIDADE:
BRAQUIAMENTO DA PONTA DOS DEDOS
DIAGNÓSTICO
Os exames de imagens utilizados para auxiliar no diagnóstico são: RX de tórax, TC, RMN. Fundamental para a confirmação de embolia maciça é a cintilografia.
Dependendo do resultado da gasometria arterial, poderá ser necessária a entubação do paciente.
CUIDADOS
O tratamento depende das condições hemodinâmicas do paciente.
A equipe de enfermagem tem sua atuação nos vários níveis de atenção. Na atenção primária onde devemos prevenir da TVP.
Determine cuidados para este problema!
Em relação à atenção secundaria, é essencial que o técnico de enf. Conheça os cuidados com a terapia anticoagulante endovenosa. Deve estar atento aos possíveis sangramentos, coleta e resultados de exames de coagulação sanguínea.
Pesquise sobre medicamentos anticoagulantes e sobre o exame de coagulação sanguínea
Monitorar o paciente, administrar drogas inotrópicas (vasoconstritoras e vasodilatadores)
Pesquise sobre drogas vasoativas!!
TRATAMENTO
A terapia trombolítica é utilizada em alguns casos, dependendo das condições do paciente. Os medicamentos utilizados são a Estreptoquinase e a rTPA (alteplase).
O tratamento cirúrgico (embolectomia) é considerado um procedimento de alto risco, sendo indicado somente para pacientes que não foram submetidos à terapia trombolítica.
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
O EAP é uma situação de emergência que requer atuação imediata da equipe. Considerado um evento secundário, pode se instalar em decorrência de uma patologia aguda ou crônica.
Define-se como o extravasamento dos líquidos dos espaços intravasculares para o interstício e alvéolos pulmonares, acarretando dificuldade na troca gasoso.
CAUSAS
Sua etiologia pode ser de origem cardiogênica ou não cardiogênica.
As causas cardiogênicas são: miocardiopatia, arritmias, valvopatia ou IAM. Sua fisiopatogênese ocorre pelo enfraquecimento da musculatura do coração, prejudicando o bombeamento sanguíneo. O sangue, então, de forma retrograda, se acumula nos pulmões, ocasionando a congestão pulmonar.
As causas não cardiogênicas são: infecção pulmonar, septicemia, insuficiência renal e hepática.
Vamos fazer uma analogia?
SINAIS E SINTOMAS
- Desconforto respiratório com angustia respiratória;
- Taquicardia com pulso filiforme;
- Sudorese e palidez estão sempre presentes.
A tosse é acompanhada de expectoração rósea em virtude do rompimentos de microcapilares. Estertores e crepitação às vezes são percebidas mesmo sem o uso de estetoscópio (sororoca).
TRATAMENTO E CUIDADOS
A intervenção é iniciada antes mesmo dos resultados dos exames, que se resumem:
- RX de tórax;
- Gasometria arterial e 
- História clínica do paciente.
Se considera risco de morte iminente.
O tratamento consiste em diminuir o retorno venoso para os pulmões e, consequentemente, diminuição da congestão pulmonar e dos líquidos intersticiais e alveolares.
Pergunto... Como fazer isso?
Podemos fazer assim:
- VMI;
- Diuréticos é importante para o alivio do edema pulmonar. 
- Outros grupos farmacológicos – sedativos e drogas vasoativas – podem ser necessários, e dependem da causa básica do EAP.
OUTROS CUIDADOS
- Manter acesso venoso pérvio
- Promover oxigenioterapia auxiliar na instalação da VMI;
- Proceder monitorização cardíaca e instalação de oximetria de pulso;
- Administração das drogas pertinentes.
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
- Na medicina, a ventilação mecânica é o método de substituição da ventilação normal. A ventilação mecânica pode salvar vidas e é usada na ressuscitação cardiopulmonar e anestesia.
 Em muitas situações que o organismo é incapaz de manter o ciclo respiratório, que é representado pelo processo de inspiração e expiração. 
OBJETIVOS:
- Reverter a hipoxemia, aumentando a ventilação alveolar, o volume pulmonar e a oferta de oxigênio; 
- Reverter a acidose respiratória aguda;
- Prevenir ou reverter atelectasia;
- Reverter fadiga dos músculos respiratórios;
- Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromusculares;
- Reduzir consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico;
- Reduzir pressão intracraniana (PIC); Estabilizar caixa torácica. 
PARÂMETROS
Atualmente existem vários modelos de respiradores artificiais, mas existem alguns parâmetros básicos que devem ser ajustados a todos eles.
AJUSTES/PARÂMETROS
- Fração inspiratória de oxigênio – (fiO2): é a porcentagem de O2 que o paciente pode receber. Varia de 21% a 100%;
- Frequência respiratória (FR): número de vezes por minuto;
- Volume corrente (VC): é a quantidade de volume inspirado e expirado. Varia de 10 a 15 vezes o peso corpóreo do paciente. (falando em litros);
- Pressão positiva expiratória final (PEEP).
MODO VENTILATÓRIO
- Ventilação com pressão positiva intermitente, assistida e/ou controlada;
- Ciclada a volume ou pressão (IPPV);
- Ventilação a pressão controlada (PCV);
- Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV);
- Ventilação com suporte pressórico (PSV);
- Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP);
VENTILAÇÃO CONTROLADA
Este método o equipamento realizara todo o processo respiratório (inspiração/expiração).
Volume Constante + Frequência Constante.
(Salvo quando o fisioterapeuta ou o médico decidem alterar estes parâmetros)
Este módulo quer dizer que o VMI controla por completo a respiração.
Entre suas indicações estão os pacientes que não conseguem realizar esforço respiratório (traumatismo raquimedular, depressão do SNC por drogas, bloqueio neuromuscular).
VENTILAÇÃO ASSITO-CONTROLADA
No modo assisto-controlado, o ventilador "percebe" o esforço inspiratório do paciente e "responde" oferecendo-lhe um volume corrente predeterminado.
VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE 
A IMV interage com o paciente.
Os ciclos mecânicos predeterminados são liberados quando o paciente necessita deste suporte. 
Pois este paciente já esta fazendo muitos mais ciclos
sozinho.
Comumente mais utilizados em crianças.
Pesquisem sobre o CPAP e BIPAP
CUIDADOS COM O VMI
A primeira providência da equipe é manter os alarmes ligados, a fim de garantir o aviso sonoro e luminoso no caso de possíveis intercorrências: dobras no circuito, obstrução da cânula e escape de ar.
Cuidados com a fixação do tubo orotraqueal e aferição de pressão do balonete da cânula previnem a extubação acidental.
- Higiene oral periódica;
- Troca de circuito e do filtro do ventilador evitam a proliferação de bactéria;
- Observação da expansibilidade torácica;
- Observar o sincronismo da respiração entre paciente e respirador;
- Avaliação da perfusão periférica;
- Analise da oximetria de pulso;
- Aspiração das vias aéreas
A mudanças de decúbito e tórax em posições mais elevadas facilitam a expansibilidade pulmonar e previnem áreas de atelectasias.
ANATOMIA NEUROLÓGICA
Antes de falarmos dos problemas existentes no complexo mundo neurológico, devemos antes relembrar o básico da anatomia.
O sistema nervoso  é responsável pela maioria das funções de controle em um organismo, coordenando e regulando as atividades corporais. O neurônio é a unidade funcional deste sistema.
NEURÔNIOS
O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso. Os neurônios comunicam-se através de sinapses elétrica e química; por eles propagam-se os impulsos nervosos. Anatomicamente o neurônio é formado por: 
- Dendrito;
- Corpo celular;
- Axônio. 
A transmissão ocorre apenas no sentido do dendrito ao axônio.
SNC/P
O sistema nervoso é divido em:
 Sistema Nervoso Central 
 Sistema Nervoso Periférico.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Medula espinhal
A medula espinhal é o centro dos arcos reflexos. Encontra-se organizada em segmentos (região cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). 
É uma estrutura subordinada ao cérebro, porem pode agir independente dele.
CÉREBRO
O cérebro está relacionado com a maioria das funções do organismo como a recepção de informações.
O cérebro encontra-se protegido pelas meninges:
- Dura-máter;
- Aracnoide e
- Pia-máter.
CORTE SAGITAL
BULBO OU MEDULA OBLONGA
Tem a função relacionada com a respiração e é considerado um centro vital. Também está relacionado com os reflexos cardiovasculares e transmissão de informações sensoriais e motoras.
CEREBELO
É responsável pelo controle motor. Pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja a coordenação sensorial e não só o controle motor.
PONTE
A função da ponte é transmitir as informações da medula e do bulbo até o córtex cerebral. Faz conexão com centros hierarquicamente superiores.
PRINCIPAIS DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Sistema Nervoso Voluntário
Está relacionado com os movimentos voluntários. Os neurônios levam a informação do SNC aos músculos esqueléticos, inervando-os diretamente. Pode haver movimentos involuntários.
Sistema Nervoso Autônomo
Está relacionado com os movimentos involuntários dos músculos como não-estriado e estriado cardíaco, sistema endócrino e respiratório.
RECONHECENDO E ATUANDO NOS AGRAVOS NEUROLÓGICOS
As afecções neurológicas são doenças que afetem o sistema nervoso.
A incidência vem aumentando por causa das complicações das doenças cardiovasculares e do envelhecimento populacional. 
ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO
O AVE é uma doença que compromete a circulação cerebral, interrompendo a irrigação sanguínea aos tecidos encefálicos, com manifestação por mais de 24 horas após o evento súbito.
DEFINIÇÃO
O AVE se define como:
Sendo o resultado da interrupção de suprimento sanguíneo ao cérebro por obstrução ou rompimento de uma artéria que irriga uma ou mais áreas cerebrais. 
Causando a isquemia.
A complexidade do AVE dependera da extensão da lesão e da área acometida. 
As incapacidades motoras ou sensoriais são resultantes do processo de necrose do tecido.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Incluem alterações como:
- Hemiplegia(paralisia de um dos lados do corpo);
- Hemiparesia(paralisia leve de um dos lados do corpo);
- Afasia(impossibilidade de falar);
- Dislalia(dificuldade de falar);
- Disartria(dificuldade de articulação e pronuncia);
- Anopsia(cegueira);
- Amaurose(cegueira temporária);
- Ataxia(falta de coordenação motora);
- Cinestesia( dificuldade de movimentação);
- Incontinências vesicais e intestinais;
- Distúrbios emocionais(choro sem razão aparente, irritabilidade, agressividade );
- Atonia(falta de força; perda da força geral).
Outro problema pode ser o edema cerebral, essa é uma complicação grave no AVE, ocasionando a hipertensão intracraniana.
CLASSIFICAÇÕES
O AVE pode ser classificado em isquêmico (AVEI) ou hemorrágico (AVEH).
O AVEI é desencadeado pela interrupção total ou parcial do fluxo sanguíneo ao tecido cerebral, devido a um trombo ou êmbolo, desprendido da artéria carótida, decorrentes de aterosclerose, hipertensão arterial, diabetes mellitus ou proveniente do coração por doenças cardíacas.
AVE ISQUEMICO
O AVEI é desencadeado pela interrupção total ou parcial do fluxo sanguíneo ao tecido cerebral, devido a um trombo ou êmbolo, desprendido da artéria carótida, decorrentes de:
- Aterosclerose;
- Hipertensão arterial;
- DM ou 
- Proveniente do coração por doenças cardíacas.
FATORES DE RISCOS
Os principais fatores:
- Idade;
- Hereditariedade;
- Raça;
- Hipertensão:
- Dislipidemias;
- Aterosclerose
- Patologia cardíaca;
- DM;
- Elevada taxa de colesterol (LDL);
- Predisposição genética;
- Antecedentes de acidentes isquêmicos transitórios (AIT) ou de acidentes vasculares encefálicos;
- Tabagismo, etilismo, obesidade;
- Sedentarismo e 
- Contraceptivos hormonais orais.
AVE HEMORRAGICO
O AVEH ocorre principalmente pelo extravasamento de sangue de uma ou mais artérias cerebrais, desencadeado por:
- Crise hipertensiva;
- Distúrbios de coagulação sanguínea;
- Rompimento de aneurisma cerebral;
- TCE e 
- Raramente por tumores cerebrais.
SINAIS E SINTOMAS
Os sinais e sintomas são: 
- Cefaleia holocraniana;
- Vômitos;
- Torpor;
- Inconsciência;
- Crise convulsiva;
- Perda motora de um dos lados do corpo;
- Confusão mental.
O inicio é súbito e pode evoluir rapidamente para o coma, dependendo da extensão do sofrimento cerebral devido a ausência de fluxo sanguíneo da artéria comprometida e da quantidade de sangue extravasado. Hemorragias maciças podem ocasionar morte cerebral óbito.
O individuo tem geralmente comportamento anômalo como:
- Perda do movimento de um lado do corpo;
- Perda do equilíbrio;
- Perda da consciência;
- Fala pastosa ou desconexa e 
- Pode referir cefaleia intensa.
EXAMES / DIAGNÓSTICO
- Exames laboratoriais para identificar alterações sanguíneas eletrolítica e de glicemia;
- Tomografia de crânio é imprescindível para determinar a etiologia do AVE, se isquêmico ou hemorrágico;
- LCR, pode auxiliar a elucidar a presença de sangue nos espaços meníngeos.
CUIDADOS
Vamos determinar os cuidados?
TRATAMENTO DO AVEI
É estritamente medicamentoso, visando a minimizar os danos da área de penumbra, restabelecendo a pressão arterial e a manutenção da pressão intracraniana. Quando o diagnostico é realizado até 3 horas após o inicio dos sintomas, está indicado a terapia trombolítica com tPA, ativador plasminogênio tecidual, este restabelece a circulação da área de necrose melhorando o prognóstico do cliente.
Inicia-se a terapia anticoagulante com heparina endovenosa. 
Quais cuidados devemos tomar com essas medicações??
Quais os riscos que elas podem trazer ao paciente??
Ambas a medicações, tPA e heparina, podem provocar sangramento como efeito colateral. 
Portanto, devem ser monitorados os locais de inserção de cateteres venosos e artérias, sondas, bem como observar sinas de choque e sinais indicativos de alterações neurológicas.
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CUIDADOS NO AVEH
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.
A abordagem cirúrgica geralmente é por crâniotomia. Nos casos de aneurismas cerebral esta
indicada a microcirurgia para clipagem do aneurisma, afim de restabelecer a circulação local. Enquanto o aneurisma não é abordado cirurgicamente, o individuo corre o risco de apresentar um novo sangramento.
ARTERIOGRAFIA CEREBRAL
A arteriografia cerebral (É uma técnica utilizada para detecção de anomalias dos vasos)
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA
Chama-se assim por ser um aumento da pressão no interior do crânio o que pode acontecer de repente ou ir aumentando ao longo do tempo.
A pressão normal dentro do crânio é de 5 a 15mmHg.
CAUSAS
É causada pelo aumento do tamanho do cérebro ou pela quantidade aumentada de liquido devido a um tumor cerebral, hemorragia, infecção, acidente vascular.
O QUE OCORRE?
Se o valor da pressão estiver acima do normal este aumento do tecido poderá impedir que o sangue entre no cérebro, assim deixando de haver oxigenação adequada deste órgão.
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
A complexidade dos agravos decorrentes da HIC depende da velocidade de instalação do quadro e da magnitude do processo expansivo. 
As manifestações clinicas são da terminadas por lesões causadas por hipóxia e/ou isquemia do tecido cerebral.
SINAIS E SINTOMAS
Relacionando esta problemática defina quais são os sinais e sintomas que este paciente com esta patologia poderá apresentar??
Cefaleia intensa; latejante; náuseas; vômitos; alteração na visão; sonolência; confusão; irritação; pode ouvir sons.
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TRATAMENTO
A implantação de um cateter intracerebral permite a monitorização dos valores da PIC e com isso a avaliação precoce do sofrimento cerebral. 
Punção lombar pode ser necessária para remover o excesso de liquido cefalorraquidiano.
Extração da massa que esteja causando a pressão.
A utilização de medicamentos como diuréticos e corticoides são amplamente recomendados.
MEDICAMENTOS UTILIZADOS
Os medicamentos utilizados para a contenção da HIC são:
- Fenitoina – anticonvulsivante;
- Manitol – diurético osmótico;
- Dexametazona – corticoide;
- Tiopental – anestésico e hipnótico;
- Fentanil – analgésico potente;
- Midazolan – sedativo; anticonvulsivante; miorrelaxante e ansiolítico.
CUSHING
O fenômeno de Cushing é caracterizado por hipertensão arterial, bradicardia e alterações do padrão respiratório, simultaneamente.
Atenção: identificar sinais e sintomas que indicam alterações do nível de consciência e da hipertensão intracraniana (HIC) é papel fundamental atribuído à equipe de enfermagem.
OUTROS CUIDADOS
As ações especificas para a contenção da HIC visam melhorar o retorno venoso cerebral por meio do posicionamento neutro da cabeça e decúbito dorsal com elevação da cabeça em 30°, garantir uma boa oxigenação cerebral por meio de suporte ventilatório monitorado e higienização brônquica. Mobilizar o paciente no leito contribui para a prevenção de UPP e infecções respiratórias, identificação de sinais e sintomas indicativos de HIC e de alterações do nível de consciência, com a aplicação da escala de coma de Glasgow ou Ramsey
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
É um exame importantíssimo para acompanhamento da evolução do paciente.
Consiste na avaliação do nível de consciência, avaliação pupilar, avaliação do padrão respiratório e dos movimentos oculares.
AVALIAÇÃO PUPILAR
Compreende a observação do tamanho pupilar e da resposta motora à incidência a luz.
A incidência luminosa estimula a contração da musculatura pupilar, caso isso não ocorra pode indicar comprometimento neurológico.
A avalição deve ser realizada em cada pupila separadamente.
Os padrões encontrados são:
- Isocória = pupilas de tamanhos iguais;
- Anisocória = pupilas de tamanhos diferentes;
- Miose = pupilas contraídas;
- Midríase = pupilas dilatadas.
AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA
A avaliação respiratória compreende a monitorização da frequência, amplitude e o ritmo. Nos distúrbios do SNC os padrões respiratórios apresentados podem ser respiração Cheyne-Stokes.
DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICO
A regulação dos líquidos do organismo compreende a manutenção de concentrações adequadas de água e eletrólitos para melhor funcionamento celular.
A distribuição dos líquidos corpóreos esta dividida em dois compartimentos que são:
- Intra e extracelular – 40 e 20% respectivamente.
- Espaço intravascular – 15%.
A água contida nos compartimentos intracelular, intersticial e intravascular representa o volume total de água do organismo.
Os líquidos orgânicos contem nutrientes como: colesterol, oxigênio, gás carbônico, aminoácidos, proteínas e eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fosforo, magnésio etc.)
Os fluidos corpóreos e os eletrólitos se transportam para outros compartimentos, o que facilita os processos corporais e tem como objetivo final o metabolismo celular. Esses transportes é feito pela diferença de concentração.
Osmose: passagem do meio menos concentrado para o mais concentrado.
Difusão: passagem do meio mais concentrado para o menos concentrado.
Transporte ativo: processo bioquímico que ocorre com gasto de energia. Ex: a difusão utiliza este tipo de transporte.
ALTERAÇÕES DE VOLUME
É de suma importância a avaliação do paciente para a definição da conduta quanto a reposição ou restrição hídrica. O exame físico associado às condições clinicas, ao valor da pressão venosa central, ao resultado do balanço hídrico e aos exames laboratoriais norteiam essa conduta.
A reposição de líquidos dependera da volemia e poderá ser feita com a solução isotônica ou hipertônica.
Determine quais são os sinais e sintomas de uma hipovolemia e hipervolemia??
O que são soluções isotônicas e hipertônicas??
HIPOVOLEMIA
Causas: Uso de diuréticos, pouca ingestão de líquidos, queimaduras, hemorragias e diarreia.
Sinais e sintomas: hipotensão, taquicardia, letargia, turgor cutâneo não elástico e mucosas secas.
Tratamento: reposição de volume e tratamento da causa básica.
HIPERVOLEMIA
Causas: Insuficiência renal, ICC, ingestão excessiva de sódio.
Sinais e sintomas: hipertensão, ganho de peso, pulso cheio, taquipneia.
Tratamento: tratamento da causa básica, restrição hídrica de volume e sódio, administração de diuréticos.
ATENÇÃO
Cabe ao técnico a vigilância constante em relação ao turgor da pele, aspecto das mucosas, volume de diurese e resultados de exames laboratoriais.
A reposição da volemia e dos eletrólitos deve ser feita de forma gradual, acompanhada da analise dos resultados dos exames e da resposta clinica do paciente.
Os distúrbios eletrolíticos mais comuns evidenciados em pacientes em estado critico são:
- Hiponatremia;
- Hipernatremia;
- Hipocalemia e 
- Hipercalemia.
ALTERAÇÕES DE ELETRÓLITOS
Sódio 
O sódio tem como principal função manter o equilíbrio da água no organismo. O seu valor normal é de 135 a 145 mEq/l.
Participa da transmissão de impulsos nervosos e da contração muscular.
HIPONATREMIA
Ocorrência: ingestão diminuída de sódio, excreção aumentada de sódio, excreção diminuída de água. 
Causas: doenças renais, queimaduras, diuréticos em uso prolongado e perdas gastrointestinais.
Sinais e sintomas: letargia, sonolência, convulsão, coma, náuseas, vômitos, diarreias, taquicardias e hipotensão.
Tratamento: administração de sódio ou restrição de água.
HIPERNATREMIA
Ocorrências: ingestão aumentada de sódio, excreção diminuída de sódio, excreção aumentada de água.
Causas: afogamento em água salgada, excesso de excreção de aldosterona, administração iatrogênica de solução salina.
Sinais e sintomas: agitação, sede intensa, pele e mucosas secas, oliguria ou anúria.
Tratamento: administração de solução hipotônica.
Aldosterona é um hormônio (da família dos mineralocorticóides) sintetizado na zona glomerulosa do córtex das glândulas supra-renais. Tem como alvo os rins. A sua principal função consiste na regulação do balanço eletrolítico.
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Potássio
O potássio é um eletrólito importante na regulação da excitabilidade neuromuscular e na manutenção da contração muscular cardíaca. O seu valor normal pé de 3,5 a 5,0 mEq/l.
HIPOCALEMIA
Ocorrência: ingestão deficiente ou perda excessiva.
Causas: uso de diuréticos, diarreia e vômitos.
Sinais e sintomas: fadiga, arritmias, perda do tônus muscular, parestesias, pulso e respiração irregulares.
Tratamento: reposição de potássio.
HIPERCALEMIA
Ocorrência: ingestão excessiva ou ganho excessivo.
Causas: insuficiência renal e queimaduras.
Sinais e sintomas: arritmias, fraqueza muscular e cólicas intestinais.
Tratamento: remoção de potássio através de dialise, diuréticos, uso de antagonista (cálcio).
ANATOMIA RENAL
O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos, isto é, incumbidos de elaborar a urina e armazená-la temporariamente até a oportunidade de ser eliminada para o exterior. Na urina encontramos ácido úrico, ureia, sódio, potássio, bicarbonato, etc. 
RECONHECENDO E ATUANDO NOS AGRAVOS RENAIS
A IR é um síndrome que compromete o organismo de forma sistêmica.
Decorre da incapacidade dos rins em excretar os resíduos resultantes do metabolismo corpóreo e também em manter as funções de equilíbrio hidroeletrolítico.
Pode se apresentar de forma aguda( IRA ) ou de crônica ( IRC ).
Essa definição influi diretamente na condução do tratamento e na qualidade de vida da pessoa.
As doenças que mais se relacionam com o aparecimento de IR são: HAS, DM, glomerulopatias de causa imune e doença policística renal de causa hereditária.
COMO OCORRE
A IRA decorre da diminuição súbita da função renal, reduzindo a taxa de filtração glomerular, podendo ocorrer de forma abrupta, no decorrer de dias ou mesmo horas. Pode ser provocada por circulação sanguínea deficiente, doença renal subjacente ou por obstrução ao fluxo urinário. Em consequência, os resíduos resultantes do metabolismo não são adequadamente eliminados, elevando os níveis séricos de ureia e creatinina, o que provoca vários distúrbios orgânicos.
A IRA é uma situação preocupante e frequente na UTI por causa do alto índice de mortalidade (em torno de 50% dos casos). Dentre os fatores associados a essa taxa de mortalidade, destacam-se a agressividade das técnicas terapêuticas (drogas cada vez mais potentes e de alta nefrotoxidades), idade (idosos), tempo de internação.
MEDICAMENTOS NEFROTOXICOS
- ANTIVIRAIS;
- ANTIBIOTICOS;
- ANTIFUNGICOS;
- ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS;
- IMUNOSSUPRESSORES;
- ANTINEOPLÁSICOS.
Na maior parte dos casos, a IRA se apresenta de forma transitória e passível de reversibilidade, desde que haja detecção dos fatores desencadeantes e sua rápida correção. Isto é possível devido a grande capacidade de regeneração das células renais não afetadas. Porem, se não for percebida e corrigida a tempo pode avançar para um estagio de irreversibilidade, caracterizando o quadro de IRC.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da IRA é feito pela identificação da elevação da creatinina por meio de exame bioquímico do sangue. Sendo esse um marcador importante para a sinalizar sua gravidade, no entanto, quando a elevação da creatinina é percebida, aproximadamente 50% da função renal já esta comprometida.
VALORES
UREIA = PRODUTO FINAL DO METABOLISMO PROTEICO – 10 a 40 mg/dl.
CREATININA = PRODUTO RESIDUAL DO METABOLISMO ENERGÉTICO MUSCULAR
 - 0,60 a 1,30 mg/dl. 
CLASSIFICAÇÃO
As causas de IRA, de acordo com o local que a origina, são classificas em:
- PRÉ – RENAIS.
- RENAIS.
- PÓS – RENAIS.
PRÉ - RENAIS
Tem como causa a perfusão renal diminuída, mas as estruturas essências do rim que garantem o seu funcionamento estão preservadas. Essa baixa perfusão é desencadeada por vários mecanismos (volume circulante reduzido. Ex: choque, sangramento e perdas gastrointestinais) baixo debito cardíaco (Ex: arritmias, IAM) ou baixo fluxo sanguíneo renal (Ex: ICC, sepse, insuficiência hepática)
RENAIS
O dano acontece no próprio rim, com perda da integridade das suas estruturas funcionais. Dentre as causas mais frequentes estão a necrose, patologias vasculares, glomerulopatias e nefrites.
PÓS RENAIS
É quando há obstrução do trato urinário. Pode ocorrer, por exemplo, por coágulos, infecções, cálculos e tumores.
SINAIS E SINTOMAS
Dependendo da gravidade do quadro uma pessoa com IRA pode apresentar:
- Congestão pulmonar;
- Ascite;
- EAP;
- Hipotensão;
- Choque e parada cardiorrespiratória;
- Arritmias;
- Fadiga, palidez, câimbras;
Vômitos, soluços;
- Cefaleia e alterações no volume urinário, e o débito urinário pode variar de anúria até poliúria.
Outros problemas podem aparecer como a produção deficitária de hormônios.
A ERITROPOETINA é um hormônio produzido pelos rins, sendo sua secreção condicionada à queda do oxigênio no sangue arterial. Sua função é estimular a medula óssea na produção de glóbulos vermelhos.
DIAGNÓSTICO
Para o diagnóstico de IRA, além de atentar para os sinais e sintomas mais frequentes, outros fatores precisam ser considerados: 
- Faixa etária;
- Presença de doenças sistêmicas crônicas;
- Uso de drogas nefrotóxicas;
- Trauma e cirurgia renal.
OUTRAS CAUSAS
Muitos fatores contribuem para o desenvolvimento IRA na UTI. Estudos recentes revelam que os principais problemas relacionados a fatores isquêmicos, nefrotóxico, presença de obstruções, queda da pressão arterial, câncer, disfunções respiratórias, hepáticas e cardiovasculares. Outro fator agravante é o tempo médio de permanência do paciente na UTI.
TRATAMENTO
O tratamento da IRA depende do grau de comprometimento renal e visa a preservar a sua função por meios terapêutico (manejo dialítico ou não dialítico)
TERAPIA NUTRICIONAL PARA PACIENTE EM ESTADO CRÍTICO
O cliente em estado critico, por muitas vezes, é privado de ter uma alimentação adequada por necessitar de jejum por causa de procedimentos cirúrgicos, exames de diagnósticos ou mesmo por intolerância alimentar durante a internação.
Quanto maior o tempo de internação maior é o risco de desnutrição. A deficiência nutricional durante o período de internação agrava o estado do cliente, causando fraqueza, comprometimento da imunidade, demora na cicatrização, sepse e deficiência de múltiplos órgãos. Acarreta aumento de tempo de internação, piora do prognóstico e alto custo hospitalar.
INDICAÇÃO
Ao cliente impossibilitado de se alimentar por mais de cinco dias ou vitimas de traumas graves, queimaduras extensas, complicações cirúrgicas e com risco de desnutrição, está indicado o suporte nutricional o mais precoce possível, em tempo inferior a 72horas.
Atenção:
A equipe de enfermagem tem papel importante na avaliação, acompanhamento diário do estado nutricional e evolução dos pacientes, além do controle das soluções, escolha e monitoramento dos equipamentos necessários para essa prática.
	TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
A TNE é a administração de nutrientes líquidos, seguindo um valor calórico total necessário para o cliente. Pode ser realizado por via:
- Oral, sonda oro ou nasogástricas;
- Oro ou nasoentérica;
- Ou então por ostomias: esofagostomia, gastrostomia ou jejunostomia e Iliostomia.
A nutrição enteral é o suporte nutricional mais próximo do fisiológico e apresenta vantagens em relação a nutrição parenteral.
A NE mantem a integridade da parede intestinal evitando a translocação de bactérias do intestino para o sistema linfático, o que diminui o risco de contaminação.
TIPO E VELOCIDADE
A infusão pode ser continua ou intermitente, nas infusões continuas há necessidade do uso da bomba de infusão, pois fornece segurança e confiabilidade na velocidade de infusão, diminui o risco de aspiração e de distensão abdominal. Porem, há o inconveniente de limitar o paciente ao leito.
Nas infusões intermitentes os volumes devem ser monitorados e a velocidade de infusão varia de 60 a 150 ml/h, dependendo da tolerância da pessoa. 
Esse modo de administração é indicado para clientes com esvaziamento gástrico normal, possibilita a deambulação entre as infusões.
COMPLICAÇÕES
Vamos definir quais complicações este paciente poderá apresentar??
As complicações mais comuns sã0: náuseas e vômitos, cólicas, distensão abdominal e flatulência
estão associadas a grandes volumes e infusão rápida da dieta.
Pode ocorrer obstipação por desidratação, diminuição da motilidade intestinal, uso de medicamentos e dietas sem fibras.
A diarreia pode se apresentar por alterações metabólicas, uso de antiácidos e antibióticos, infusões rápidas, dietas frias e contaminadas.
Outras complicações podem estar relacionados com ao manuseio e manutenção da sonda. A obstrução pode ocorrer por lavagem insuficiente ou incorreta ou, então, por soluções densas. Após a administração da dieta ou medicamentos pela sonda administra-se 20 ml de água filtrada para manter a parede interna da sonda livre de impregnações.
O deslocamento da sonda pode ocorrer por hiperperistaltismo, tosse, vômitos, aspiração traqueal, por agitação ou pela não aceitação da sonda pelo paciente, descuidos com a fixação podem ocasionar deslocamento acidental.
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TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL
A TNP é a administração de suporte nutricional por via endovenosa, é adotada quando o cliente se encontra impossibilitado de receber a NE por apresentar distúrbios fisiológicos ou anatômicos em seu trato gastrointestinal.
A NPP é utilizada em clientes que necessitam de períodos curtos de TNP, não desnutridos e sem restrição hídrica. Por esta via é aconselhável ter cautela quanto a formação de flebite, recomendando-se rodizio de membros. Mantendo a mesma punção periférica no máximo até 48horas. Se houver necessidade, medicamentos endovenosos podem ser administrados com NPP. Nesse caso, aconselha-se que seja realizada mais próxima do cateter periférico, para evitar obstruções e interações medicamentosas.
COMPLICAÇÕES
Estando este tipo de dieta diretamente ligada ao sistema sanguíneo por acesso venoso seja periférico ou central, qual complicações este paciente poderá apresentar??
Complicações como infecções e sepse estão relacionadas à técnica inadequada na passagem do cateter e ao descuido em mantê-lo em condições assépticas. Sinais de dor no local da inserção do cateter, eritema, saída de secreção, febre, rubor, calafrios e hipotensão e taquicardia.
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INTERPRETANDO EXAMES
Seria interessante que trouxessem seus exames ou de seus familiares e ou do seu trabalho para analisarmos juntos!!
HEMOGRAMA COMPLETO
Série Vermelha
Geralmente a primeira parte do Hemograma é a série vermelha (Eritrograma) onde são avaliados os números de hemácias e a concentração de hemoglobina. Geralmente, encontram-se os seguintes itens no exame:
HEMÁCIAS: São os glóbulos vermelhos, os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade. Valores baixos de hemácias podem indicar um caso de anemia normocítica (aquela que as hemácias tem tamanho normal, mas existe pouca produção dessas células).
valores altos são chamados de eritrocitose e podem indicar policitemia (oposto da amenia, pode aumentar a espessura do sangue, reduzindo a sua velocidade de circulação).
HEMOGLOBINA é uma proteína presente nas hemácias. É um pigmento que dá a cor vermelha ao sangue e é responsável pelo transporte de oxigênio no corpo. A hemoglobina baixa causa descoramento do sangue, palidez do paciente, e falta de oxigênio em todos os órgãos.
HEMATÓCRITO é a porcentagem da massa de hemácia em relação ao volume sanguíneo. Valores baixos podem indicar uma provável anemia e um valor alto também pode ser um caso de policitemia.
VCM (Volume Corpuscular Médio): Ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia. No exame pode vir escrito: microcíticas (indica hemácias muito pequenas), macrocíticas (hemácias grandes). Todas essas alterações indicam que algo está errado.
HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): é o peso da hemoglobina dentro das hemácias. Também ajudam a decifrar casos diferentes de anemias.
CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. Pode vir escrito: hipocrômica (pouco hemoglobina na hemácia), hipercrômica (quantidade de hemoglobina além do normal).
Série Branca
A segunda parte do hemograma é a série branca (leucograma) é constituída pelos glóbulos brancos. Nesta parte, acontece a avaliação do número de leucócitos, além disso, é feita a diferenciação celular.
LEUCÓCITOS: É o valor total dos leucócitos no sangue. Valores altos, é chamado leucocitose e assinala, principalmente, uma infecção. Claro, mas também pode indicar outras doenças. Quando essa contagem dá mais baixa que o normal (leucopenia) indica depressão da medula óssea, resultado de infecções virais ou de reações tóxicas. Os leucócitos são diferenciados em cinco tipos no hemograma. Seus valores colaboram para esclarecer e diagnosticar doenças infecciosas e hematológicas.
Basófilos: Em um indivíduo normal, só é encontrado até 1%, além desse valor indica processos alérgicos.
Eosinófilos: Seu número além do normal, indica casos de processos alérgicos ou parasitoses.
Neutrófilos: É a célula mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral.
Linfócitos: É a célula predominante nas crianças. Em adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou, mais raramente, leucemia.
Monócitos: Quando estão aumentados indica infecções virais. Os valores são alterados também, após quimioterapia.
CONTAGEM DE PLAQUETAS: As plaquetas são componentes do sangue fabricados pela medula óssea responsáveis pela coagulação do nosso sangue. E por isso que a queda brusca do valor das plaquetas pode indicar a dengue hemorrágica.
EXAME DE URINA
O famoso exame de urina, um dos procedimentos laboratoriais mais comuns, é empregado para avaliar e identificar problemas nos rins e no aparelho urinário. É claro que existem vários tipos, hoje vou explicar apenas o exame mais comumente realizado: Exame de Rotina da Urina, também conhecido como EAS (Elementos Anormais e Sedimento).
FASE 1: Análise Física
COR: Uma urina normal tem coloração amarela ou amarela clara, neste momento o laboratorista observa o aspecto (límpido ou turvo) e odores anormais, um cheiro fétido indica infecções.
 A presença de sangue na urina dá uma cor de laranja a vermelha, é um sinal de várias doenças dos rins e do trato urinário e merece muita atenção.
 Medicamentos podem conferir coloração verde, azul ou laranja escuro. É por isso que os laboratórios sempre perguntam se você está usando medicamento.
 Urina turva: pode ser por presença de bactérias, ou descamações de células em excesso do trato urinário. Pode indicar infecção.
FASE 2:  Análise Bioquímica
Determina a presença ou ausência de algumas substâncias químicas na urina.
- pH: Avaliação de cristalúria e de distúrbios renais que causam incapacidade renal de secretar ou reabsorver ácidos ou bases. Valores altos podem indicar presença de cálculos renais, infecção das vias urinárias, especialmente por microrganismos que utilizam uréia. As drogas e medicamentos podem elevar o pH urinário. Valores baixos indicam perda de potássio, dieta rica em proteínas, infecção das vias urinárias por Escherichia coli, diarreias severas. O uso de anestésicos, assim como medicamentos podem diminuir o pH urinário.
- DENSIDADE: avalia a capacidade do rim de concentrar a urina. Densidade baixa indica uso excessivo de líquidos por via intravenosa, insuficiência renal crônica, hipotermia, aumento da pressão intracraniana, diabetes e hipertensão. Densidade alta mostra desidratação, diarreia, vômitos, febre, diabetes mellitus, glomerulonefrite, insuficiência cardíaca congestiva, etc.
- PROTEÍNA: Ausentes na urina normal. Presentes em diversas doenças renais e diabetes.
- GLICOSE: Ausente na urina normal. Presente em pacientes diabéticos e casos de glicosúria renal.
- CETONAS (Corpos Cetônicos): Presentes em pacientes diabéticos ou após jejum prolongado.
- HEMOGLOBINA (sangue): Ausente na urina normal. Presente nas hemorragias de qualquer causa que atingem o sistema urinário (Infecções urinárias, cálculo renal etc). É normal que a mulher menstruada apresente hemoglobina na urina por contaminação.
-
BILIRRUBINA: É a substância resultante do metabolismo da hemoglobina e que dá à urina coloração muito amarela. Valores altos indicam doenças hepáticas e biliares, neoplasias hepáticas ou do trato biliar. Lembrando que os Bebês recém-nascidos possuem valores altos de bilirrubina.
- UROBILINOGÊNIO: Também é substância resultante do metabolismo da hemoglobina. Valores anormais indicam doenças no fígado, distúrbios hemolíticos ou porfirinúria.
- NITRITO: Ausente na urina normal. Sua presença indica presença de alguns tipos de bactérias na urina.
Porfiria – é derivada da degradação dos glóbulos vermelhos, juntamente com a bilirrubina.
Em pessoas com excesso de porfirina apresentam mudanças na coloração dos pelos ou pele das partes genitais, axilas, nas dobras de articulações ou ate mesmo na face.
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FASE 3:  Análise de sedimento.
Nesta etapa o sedimento concentrado da urina é analisado no microscópio, à procura de elementos anormais. Urinas anormais podem conter os seguintes elementos:
- LEUCÓCITOS (glóbulos brancos): Indica processos inflamatórios e infecciosos do sistema urinário.
- HEMÁCIAS (glóbulos vermelhos): Sua presença pode ser percebida nas 3 fases da análise e indica lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas dos rins ou vias urinárias.
- CÉLULAS EPITELIAIS: Sua presença em quantidade elevada é anormal.
- CRISTAIS: Presença normal e tem ligação com a dieta do paciente. Cristais de oxalato de cálcio são normais no uso de algumas verduras na alimentação, mas valores muito altos podem indicar pedra nos rins.
- PARASITAS: Aparecem em casos como infecção por Cândida ou protozoários (Trichomonas vaginalis).
- ESPERMATOZOIDES: No homem, é normal que apareçam por contaminação e nas mulheres que tiveram relação sexual recente. Geralmente, os laboratórios ignoram sua presença no exame.
- CILINDROS: Cilindros hialinos em pequena quantidade é normal, principalmente após o exercício físico.
Então...... Já consegue analisar um exame?
Que tal tentar com os que tem em casa ou no seu trabalho?
Ainda esta em duvida??
ANALISANDO UMA GASOMETRIA
Aqui estão algumas noções básicas do desequilíbrio ácido-base, sem nos prendermos à bioquímica. Isso vai ajudá-los na interpretação dos resultados da gasometria arterial.
Lembrando:
Ácidos são quaisquer substâncias capazes de ceder H+
Exemplos: ácido clorídrico, ácido lático, ácido úrico
Bases são quaisquer substâncias capazes de captar H+
Exemplos: bicarbonato de sódio, fosfatos, amônia
- Equilíbrio – Sistema Tampão
Para que as células possam desempenhar suas funções, o organismo necessita que a concentração de H+ seja mantida em níveis (pH) que oscilem entre 7,35 e 7,45.
Em condições normais existe um balanço entre os componentes metabólico e respiratório, que mantém o pH estável dentro da normalidade.
Este balanço é conhecido como Sistema Tampão, e é representado pelo equilíbrio entre pCO2 e HCO3, e ácidos e bases:
- Distúrbios de natureza metabólica
Alterações primárias na concentração de bicarbonato são chamados de distúrbios metabólicos e resultam de anormalidades no conteúdo de bases ou ácidos.
Acidose ou alcalose metabólicas compreendem, assim, alterações do metabolismo como causas do distúrbio.
- Acidose Metabólica
Se o organismo acumula ácidos do metabolismo (lático, pirúvico, fosfórico, clorídrico, sulfúrico, bromídrico), o pH do sangue se reduz. Então temos a acidose metabólica.
- Alcalose Metabólica
Se o organismo acumula bases (por exemplo, bicarbonato de sódio) em excesso, ou perde ácidos em excesso, o pH se eleva. Então temos a alcalose metabólica.
- Distúrbios de natureza respiratória
Alterações primárias na pCO2 são chamadas de distúrbios respiratórios, e são decorrentes de desordens na ventilação pulmonar, pois:
Na hiperventilação: diminui o pCO2
Na hipoventilação: aumenta o pCO2
Acidose ou alcalose respiratórias, compreendem assim alterações da ventilação, como causas do distúrbio.
- Acidose Respiratória
Se o organismo acumula CO2, não eliminado adequadamente pela ventilação, o pH se reduz. Então temos a acidose respiratória.
- Alcalose Respiratória
Se o organismo elimina CO2 em excesso por hiperventilação, o pH se eleva, pois maior quantidade de CO2 é liberada. Então temos a alcalose respiratória.
- Quadro-resumo
Abaixo, um quadro que vai lhe ajudar a fixar os conceitos de acidose e alcalose, tanto metabólica quanto respiratória. Observe o que acontece com o pH e as concentrações de HCO3 e pCO2 em cada uma das situações ácido-base:
EXERCÍCIOS
- Análise da gasometria
Para analisar uma gasometria arterial, precisamos olhar os parâmetros abaixo:
pH – Potência de Hidrogênio
pCO2 – Pressão parcial de Dióxido de Carbono
HCO3 – Bicarbonato
pO2– Pressão parcial de Oxigênio
BE – Quantidade de Base
- Passo 1: Há distúrbio ácido básico? Olhe para o pH
Atenção: o pH pode estar normal na presença de um distúrbio misto, particularmente se outros parâmetros do exame estiverem anormais.
- Passo 2: Onde está o problema? 
Olhe para o pCO2 e para o HCO3 Que processo (alcalose, acidose) está contribuindo para o pH anormal?
VAMOS PRATICAR!!
R: 
Diagnóstico:Acidose Respiratória
Algumas causas possíveis: depressão do centro respiratório, obstrução do trato respiratório, doenças pulmonares, doenças neuromusculares, entre outras.
R:
Diagnóstico:Acidose Metabólica
Algumas causas possíveis: cetoacidose diabética, insuficiência renal, diarreia grave, ingestão desalicilatos, jejum prolongado, entre outras.
R:
Diagnóstico:Alcalose Respiratória
Algumas causas possíveis: ventilação mecânica excessiva (hiperventilação), febre elevada,bacteremia, insuficiência hepática, hipertireoidismo, entre outras
R:
Diagnóstico:Alcalose Metabólica
Algumas causas possíveis: estenose pilórica, vômitos, uso excessivo de diuréticos, redução da ingesta de potássio, entre outras
INFECÇÕES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
DESCRIÇÃO DO AMBIENTE UTI
A UTI é um espaço reservado nos hospitais para o tratamento de pacientes graves.
Você já sabe que:
ENQUADRAM-SE NA DEFINIÇÃO DE PACIENTES GRAVES:
- Os que necessitam de cuidados intensivos e frequentes, destinados a manter suas funções vitais;
- Os agudamente enfermos, acometidos de doença aguda ou crônica, que resulta em risco imediato de vida; 
- Os com exacerbação de doenças crônicas nas mesmas condições;
- Os que convalescem de eventos agudos, mas que persistem necessitando de cuidados intensivos e;
- Os que estão em pós-operatório de cirurgias de grande porte que requerem monitorização intensiva.
307
ALGUNS FATORES CONTRIBUEM PARA ESTE RISCO.
Vamos então determinar quais são esses riscos??
a quebra de barreiras naturais que separam o microrganismo do ambiente interno;
invasão da pele por cateteres, drenos, tubo orotraqueal e perda da barreira protetora da glote, sonda vesical etc.;
 o estado de imunodepressão representado pela gravidade da doença.
A NECESSIDADE DE MONITORIZAÇÃO INTENSIVA associada à sobrecarga de trabalho da equipe multiprofissional , resultando em muitos e frequentes procedimentos inadequados em relação ao paciente internado. 
	Isto leva a uma reconhecida menor adesão às práticas de higienização das mãos, facilitando a transmissão de microrganismos entre pacientes, em geral, através das mãos destes mesmos profissionais.
O aumento da taxa de infecções hospitalares em UTIs, em relação às demais unidades de um hospital, é causado por:
pacientes com suscetibilidade aumentada a infecções tanto pelo estado clínico como pelos procedimentos invasivos e;
 risco aumentado de transmissão de microrganismos entre pacientes.
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RESUMINDO:
- O aumento da taxa de infecções hospitalares em UTIs, em relação às demais unidades de um hospital, é causado por:
- Pacientes com suscetibilidade aumentada a infecções tanto pelo estado clínico como pelos procedimentos invasivos e;
- Risco aumentado de transmissão de microrganismos entre pacientes.
INFECÇÕES MAIS FREQUENTES
- Infecções pulmonares,
principalmente associadas à ventilação mecânica;
- Infecções da corrente sanguínea primária, a maioria associada a cateteres centrais;
- Infecções urinárias;
- Infecções intra-abdominais e;
- Infecções de sítio cirúrgico.
OUTRAS IMPORTANTES INFECÇÕES EM UTI
- Endocardites, em geral associadas a cateteres vasculares;
- Sinusites, em geral associadas à presença do tubo oro ou nasotraqueal;
- Meningites e ventriculites, em geral associadas à presença de cateter de monitoração de pressão intracraniana e infecções de pele e partes moles, como escaras, queimaduras etc.
PRINCIPAIS MICRORGANISMOS RESPONSÁVEIS PELAS INFECÇÕES EM UTI
	Nas UTIs predominam infecções causadas por:
- Bactérias Gram-negativas: 
- Enterobacter spp., E.coli, Serratia spp., Klebsiella spp., Proteus spp., Citrobacter spp. e;
- Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii.
- Bactérias Gram-positivas:
- Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativa e Enterococcus spp.
Lembre-se: As infecções respiratórias fora do hospital são causadas por Streptococcus penumoniae, Haemophylus influenza, Mycoplasma pneumoniae, entre outros.
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Sabem me dizer qual é a diferença entre esses tipos de bactérias?? (Grans + e -)
Não?
Que tal pesquisar??
EXISTEM VÍRUS CAUSADORES DE INFECÇÕES EM UTI?
	Menos frequentemente, alguns vírus podem causar infecções em UTI. Entre estes, principalmente citomegalovírus e herpes simples são os mais recorrentes. 
	
AS BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES
As UTIs são reservatórios frequentes das bactérias multirresistentes. As principais razões para tal estão associadas ao:
risco intrínseco de transmissão de agentes infecciosos entre pacientes e;
uso excessivo de antimicrobianos.
Lembre-se: a transmissão Inter pacientes é amplificada em UTIs, em função da menor adesão à higienização das mãos, associada ao excesso de trabalho.
POR QUE SE OBSERVA USO EXCESSIVO DE ANTIMICROBIANOS?
	O uso excessivo de antimicrobianos decorre da necessidade de tratar agressivamente infecções graves. Muitas vezes, empregam-se antimicrobianos de amplo espectro como primeira escolha, e submete-se os pacientes a tratamentos muito prolongados. 
	 
Uso desnecessário de antimicrobianos 
Seleção de bactérias e fungos resistentes
Infecções por microrganismos resistentes
Sabem me explicar o por que as Bactérias se tornam multirresistentes?
Sabem explicar o por que o Governo proibiu o uso indiscriminado de Antibióticos??
 
INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO
- As infecções respiratórias são as infecções mais prevalentes em UTIs, principalmente as broncopneumonias, devido à maior gravidade das doenças e ao elevado número de intervenções terapêuticas como assistência ventilatória, utilização de sondas nasoenterais e nasogástricas, rebaixamento do nível de consciência por drogas e procedimentos cirúrgicos de grande porte.
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO
- Educação dos profissionais para que equipamentos e acessórios respiratórios sejam trocados periodicamente;
- Conscientização da importância da lavagem das mãos;
- Utilizar técnica asséptica;
- Trocar a extensão de látex e o frasco coletor de secreções rotineiramente;
- Usar líquido estéril nos umidificadores e nunca completar volume na presença de líquido remanescente, entre outros cuidados.
INFECÇÕES DECORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADAS E RELACIONADAS A CATETERES VASCULARES
- O aumento na utilização de cateteres venosos centrais, como forma de administração de drogas e para realização de hemodiálise.
Desta maneira, como todos os tipos de dispositivos apresentados são muito utilizados em UTI, a infecção de corrente sanguínea associada a estes dispositivos é uma complicação, hoje, muito frequente.
O RISCO VARIA DE ACORDO COM O TIPO DE CATETER USADO:
- Maior: para cateteres de hemodiálise e cateteres de artéria pulmonar; 
- Intermediário: para cateteres de curta permanência;
- Menores: para cateteres de longa permanência e cateteres centrais de inserção periférica e;
- Muito baixo: para cateteres venosos periféricos.
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DECORRENTE SANGUÍNEA
- Ações da equipe multiprofissional, no cuidado ao paciente com AVP.
- Ações direcionadas à técnica de inserção, envolvendo escolha do melhor local, tipo e métodos;
- Ações voltadas para a manutenção do cateter, envolvendo cuidados com o sítio de inserção e manipulação do cateter e conexões e;
- Ações envolvendo a instalação, preparo e manutenção de fluidos para uso venoso.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
	O principal fator de risco para a aquisição de infecções urinárias é a presença de sonda vesical, usado com muita frequência em UTIs. 	Sua presença, além do trauma da mucosa, provoca pequeno acúmulo residual de urina em bexiga, propício à proliferação bacteriana. 
PREVENÇÃO DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
- fixação apropriada do cateter;
- usar técnica asséptica para obtenção de espécimes para análises;
- esvaziamento periódico da bolsa coletora;
- manter o saco coletor abaixo do nível da bexiga;
- manter fluxo urinário livre de obstrução. 
Higienização das Mãos
- A higienização das mãos é tradicionalmente o ato mais importante para a prevenção e o controle das infecções hospitalares.
- A higienização das mãos é o meio mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de microrganismos no ambiente assistencial.
PACIENTES OBSTÉTRICAS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
INTRODUÇÃO
	Hoje, não há dúvidas que a mortalidade materna global está em declínio, contudo é preocupante que a mortalidade de gestantes internadas em UTI permaneça excessivamente alta (10 a 20%).
	
MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS E ORGÂNICAS DURANTE A GRAVIDEZ
	Alguns dos elementos que se constituem como riscos podem estar presentes ainda antes da ocorrência da gravidez como:
- Idade materna (menor de 15 anos e maior que 35 anos);
- A existência de anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;
- Situação conjugal insegura; conflitos familiares; baixa escolaridade;
- Dependência de drogas lícitas ou ilícitas e 
- Exposição a riscos ocupacionais.
		
MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS E ORGÂNICAS DURANTE A GRAVIDEZ
 Alterações Cardiovasculares
- O débito cardíaco (DC) aumenta cerca de 30-50%
- A freqüência cardíaca aumenta de 70bpm, em média, para 80-90bpm.
Alterações Renais
- A taxa de filtração glomerular (TFG) e o fluxo plasmático renal (FPR) são aumentados durante a gravidez.
Alterações Pulmonares
- Os estímulos hormonais de progesterona e problemas posicionais causados pelo aumento do útero são os responsáveis pelas alterações na função pulmonar. Ocorre aumento do PO2 e diminuição do PCO2, causando hiperventilação. A circunferência torácica aumenta cerca de 10cm.
- A dilatação da pélvis renal e do ureter, devido a mudanças hormonais ou efeitos mecânicos, pode aumentar a incidência de infecções urinárias;
- Na grávida, ocorre uma redução progressiva da pressão no esfíncter inferior do esôfago. A posição do estômago é deslocada, levando a uma diminuição adicional na efetividade do esfíncter gastresofágico;
	A mulher grávida deve, portanto, sempre ser considerada de risco para aspiração do conteúdo gástrico.
OXIGENAÇÃO FETAL
	O fornecimento de oxigênio para a placenta e o feto é dependente do conteúdo de oxigênio arterial materno e do fluxo sanguíneo uterino.
	Normalmente, os vasos uterinos estão dilatados ao máximo; desta forma, uma redução no débito cardíaco materno afeta diretamente o fluxo uteroplacentário. 
	A melhoria da oxigenação fetal deve ser considerada no manejo de qualquer gestante em estado crítico. 
Dependendo da idade gestacional, o parto pode ser a melhor opção. Caso não o seja, o fornecimento de oxigênio deve ser ampliado, o que pode ser conseguido otimizando a oxigenação materna.
AVALIAÇÃO DO BEM-ESTAR FETAL
- É necessário considerar que mudanças no bem estar fetal podem afetar as decisões no manejo da paciente grávida em estado crítico e que os diversos procedimentos para diagnóstico de terapêutica, rotineiros em UTI, podem
implicar em comprometimento fetal. Tais fatos justificam o emprego de técnicas para a monitorização da vitalidade.
PRINCIPAIS MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DA VITALIDADE FETAL 
Método
Vantagens
Limitações
Cardiotocografia
Simplicidadee elevada sensibilidade
Limitações em fetos de menos de 32 semanas, por depender damaturação neurológica
Perfil BiofísicoFetal (PBF) e PBF ampliado
Elevada especificidade
Necessidade de equipamento ultrassonográfico
Status Acidobásico
Método mais preciso
Requer procedimento invasivo
CAUSAS OBSTÉTRICAS DE INTERNAÇÕES EM UTI
- As principais causas associadas à gestação são: a DHEG (doença hipertensiva específica da gestação), a embolia por líquido amniótico, a hemorragia de causa obstétrica, a sepse de causa obstétrica.
A embolia de líquido amniótico é a obstrução de uma artéria pulmonar da mãe pelo líquido amniótico (o líquido que rodeia o feto no útero).
339
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO
- A DHEG é uma desordem induzida pela gestação, caracterizada por alterações no endotélio vascular materno, relacionadas a um desequilíbrio entre substâncias vasodilatadoras e vasoconstritoras.
- A DHEG representa uma importante causa de morbimortalidade materna.
- A DHEG, também denominada pré-eclâmpsia, é caracterizada pela tríade: edema, proteinúria e hipertensão arterial. 
É uma síndrome que acontece no final do 2º trimestre da gestação e persiste durante todo o período gestacional, impondo, desta forma, assistência pré-natal de qualidade, já que este quadro clínico apresenta gravidade de intensidade variáveis.
- Entre os fatores de risco para o desenvolvimento das SHG estão a nuliparidade, extremos de idade materna, a cor e a obesidade. 
- Gestantes com hipertensão estão predispostas a desenvolver complicações como o deslocamento prematuro de placenta, coagulação intravascular disseminada, hemorragia cerebral, falência hepática e renal. 
- Entre as complicações fetais está a redução do suprimento de oxigênio e nutrientes, o baixo peso ao nascer e o maior risco de desenvolver doenças pulmonares agudas e crônicas. 
- As pacientes acometidas podem evoluir, em casos mais graves, para episódios de eclâmpsia, edema agudo de pulmão, AVE e oligúria (com possível evolução para insuficiência renal). 
- O princípio do tratamento da PE consiste na redução da pressão sanguínea materna com a hidrazina e a metildopa;
- O repouso em decúbito lateral esquerdo; 
- O manejo envolve o reconhecimento precoce da doença e o planejamento do parto.
- O tratamento é de suporte, não existem tratamentos efetivos que não a remoção do feto e da placenta.
SINAIS E SINTOMAS DE PRÉ-ECLÂMPSIA SEVERA
Pressão Sanguínea>160mmHg e diastólica >110mmHg
Dor epigástrica ou em quadrante superiordireito do abdômen
Distúrbios visuais
Cefaleia
Perda da consciência
Convulsões
Edema pulmonar
HEMORRAGIAS DE CAUSA OBSTÉTRICA
	As hemorragias de causa obstétrica, desencadeadas tanto por fatores prévios ao parto, como:
- Descolamento prematuro da placenta;
- Rotura uterina;
- Atonia uterina (quando o útero é incapaz de realizar contrações).
O manejo ideal implica em medidas de suporte e medidas para conter a hemorragia. 
PROCEDIMENTOS DE UTI DURANTE A GESTAÇÃO
O manejo ideal da paciente em estado crítico implica na necessidade frequente da utilização de procedimentos radiológicos, de terapêutica medicamentosa, de ventilação mecânica, de monitorização hemodinâmica invasiva e de procedimentos para ressuscitação cardiorrespiratória.
PROCEDIMENTOS RADIOLÓGICOS
Embora a exposição à radiação, durante a gestação, possua riscos bem definidos, como o de malformações fetais e o de carcinogênese, procedimentos essenciais para a mãe não devem ser omitidos. 
UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
- Em pacientes críticos, há necessidade de inúmeros medicamentos com risco potencial para o feto. Entre eles, merecem destaque os anti-hipertensivos, os anticoagulantes, drogas utilizadas para sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular.
- O uso de anti-hipertensivos vasodilatadores é necessário em pacientes críticas, principalmente na presença de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). 
Contudo, a instabilidade hemodinâmica tem se mostrado mais danosa ao feto do que qualquer droga vasoativa utilizada. 
Em tal contexto, devem ser sempre consideradas, inicialmente, manobras não farmacológicas como restauração da volemia e posicionamento da paciente em decúbito lateral esquerdo. Mas, quando os agentes farmacológicos forem necessários, devem ser utilizados da forma convencional.
349
VENTILAÇÃO MECÂNICA
- As indicações para intubação e ventilação mecânica são semelhantes aquelas que ocorrem na paciente não gestante.
- As mudanças fisiológicas próprias da gestação implicam em alguns cuidados adicionais na técnica de intubação, a hiperemia e o edema das vias aéreas resultam em maior susceptibilidade ao trauma mecânico.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
- A monitorização hemodinâmica invasiva é particularmente valiosa nessas pacientes, durante o trabalho de parto, quando ocorrem marcantes modificações hemodinâmicas.
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR
- Os principais eventos que levam à parada cardíaca, na gestação, incluem a embolia por líquido amniótico, embolia pulmonar, cardiomiopatias, complicações anestésicas, e infarto do miocárdio.
- O manejo da parada cardíaca, na paciente grávida, segue os protocolos padrões com algumas modificações. 
- A massagem cardíaca pode ser tecnicamente difícil na gestação avançada devido ao tamanho do útero e a ressuscitação na posição supina pode levar à compressão da veia cava inferior e da aorta, com consequente redução do débito cardíaco.
- É importante saber que uma força de compressão efetiva do tórax pode ser gerada com a paciente em uma posição de decúbito lateral esquerdo.
- A cardioversão elétrica e a desfibrilação podem ser realizadas durante a gestação, tomando-se o cuidado de remover o monitor fetal antes do procedimento para evitar a formação de um arco de corrente. 
- A cesariana pós morte pode ser indicada quando tentativas iniciais de ressuscitação falharem em uma mulher com gestação de mais de 24-26 semanas, o tempo entre a interrupção da massagem cardíaca efetiva e o nascimento é o principal fator de prognóstico fetal. 
- A sobrevida sem sequelas neurológicas do feto é melhor quando o procedimento é realizado dentro de 4 min da massagem cardíaca. Os esforços de ressuscitação devem ser continuados durante a cesariana para manter a máxima perfusão uteroplacentária. 
CESARIANA NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
A realização de operação cesariana na vigência de uma para cardiorrespiratória é uma decisão difícil, objetivando o aumento das sobrevidas materno e fetal. Fatores a serem considerados são a:
- Causa da parada cardíaca;
- Disponibilidade de material para reversão;
- Tempo de duração da parada;
- Idade gestacional e disponibilidade de acesso à estrutura de UTI neonatal. 
Na vigência das manobras de ressuscitação, considerar tempo de avaliação de 4 minutos. 
Caso não ocorra melhora significativa da gestante, ou se verifique comprometimento fetal progressivo, está indicada a cesariana. 
De forma geral, no tocante a idade gestacional, considera-se que: abaixo de 24 semanas a gestação é inviável, sendo todos os esforços no sentido da salvação da vida gestante. Entre 24 e 32 semanas já há possibilidade de sobrevida fetal, devendo ser considerada a possibilidade de cesariana. 
TRATAMENTO GERAL DE GESTANTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
- Decúbito dorsal a 30º em casos graves. Repouso em decúbito lateral esquerdo, o maior tempo possível, ou decúbito elevado a 45º, se paciente consciente e orientada;
- Controle da frequência respiratória;
- Monitorização cardíaca;
- Controle rigoroso de níveis pressóricos;
- Sondagem vesical de demora com controle rigoroso de diurese e balanço hídrico;
- Monitorização fetal, que deve ser realizada após estabilização da paciente.
Não menos preocupante é o fato de que a maioria dessas mortes

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