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Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome 
Secretaria Nacional de Assistência Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA – SUAS Nº 1 
 
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, outubro de 2005 
 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patrus Ananias de Souza 
Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate à Fome 
 
Márcia Helena Carvalho Lopes 
Secretária Executiva 
 
Osvaldo Russo de Azevedo 
Secretário Nacional de Assistência Social 
 
 
 
 
 3
SUMÁRIO 
 
 
1. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS 6 
 
1.1. O que é o CRAS ................................................................................ 6 
1.2. Localização......................................................................................... 6 
1.3. Número de CRAS por município ...................................................... 7 
1.4. Capacidade de atendimento............................................................. 7 
1.5. Espaço físico ...................................................................................... 8 
1.6. Identidade visual ................................................................................ 9 
1.7. Profissionais que atuam no CRAS................................................... 9 
1.7.1. Composição da equipe .................................................................. 9 
1.7.2. Perfil dos técnicos ........................................................................ 10 
1.7.3. Coordenador ................................................................................. 11 
1.7.3.1. Atribuições da coordenação ..................................................... 12 
1.8. Capacitação...................................................................................... 12 
1.9. Avaliação do Processo de Trabalho .............................................. 13 
1.10. Direitos dos usuários ..................................................................... 14 
 
2. PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF ......... 15 
 
2.1. O que é o PAIF ................................................................................ 15 
2.2. Pressupostos.................................................................................... 16 
2.3. Diretrizes metodológicas do trabalho com famílias e indivíduos 16 
2.3.1. Articular o conhecimento da realidade das famílias com o 
planejamento do trabalho;......................................................................... 16 
2.3.2. Potencializar a rede de serviços e o acesso aos direitos:........ 17 
2.3.3. Valorizar as famílias em sua diversidade, valores, cultura, com 
sua história, problemas, demandas e potencialidades: ......................... 17 
2.3.4. Potencializar a função de proteção e de socialização da família 
e da comunidade:....................................................................................... 18 
2.3.5. Adotar metodologias participativas e dialógicas de trabalho com 
as famílias:.................................................................................................. 18 
2.3.6. Em caso de trabalho com famílias indígenas, quilombolas e 
outras comunidades tradicionais: ............................................................. 18 
2.4. Serviços e ações do PAIF ofertados pela equipe de profissionais 
do CRAS ..................................................................................................... 19 
2.5. Acesso, acompanhamento e desligamento das famílias............. 20 
2.5.1. Acesso das famílias...................................................................... 20 
2.5.2. Acompanhamento ........................................................................ 20 
2.5.3. Desligamento ................................................................................ 20 
 
3. AÇÕES CO-FINANCIADAS PELA UNIÃO, POR MEIO DO PISO 
BÁSICO FIXO............................................................................................. 21 
 
3.1. Ações desenvolvidas no CRAS:..................................................... 21 
3.2. Ações desenvolvidas de modo complementar e no território de 
abrangência do CRAS ............................................................................... 31 
 4
4. ORIENTAÇÕES SOBRE O REGISTRO DAS AÇÕES E 
SERVIÇOS ................................................................................................. 43 
 
4.1. Informações sobre os usuários ...................................................... 43 
4.2. Informações sobre serviços e ações ............................................. 43 
4.3. Registro e controle de vagas dos serviços ofertados no território 
de abrangência do CRAS.......................................................................... 45 
 
5. RESULTADOS ESPERADOS .......................................................... 46 
 
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 6
1. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS 
 
1.1. O que é o CRAS 
 
A Proteção Social Básica, prevista na PNAS/2004, tem como objetivo prevenir 
situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e do 
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Seus programas, projetos, serviços e 
benefícios, destinam-se à população em situação de vulnerabilidade social decorrente da 
pobreza, privação e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento 
social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). 
 
O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, também conhecido como, 
Casa das Famílias, é: 
 
• a unidade pública estatal responsável pela oferta de serviços continuados de 
proteção social básica de assistência social às famílias e indivíduos em situação de 
vulnerabilidade social. 
• a unidade efetivadora da referência e contra-referência do usuário na rede 
socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social - SUAS e unidade de 
referência para os serviços das demais políticas públicas. 
• a “porta de entrada” dos usuários à rede de proteção social básica do SUAS. 
No CRAS são oferecidas os seguintes serviços e ações: 
• apoio às famílias e indivíduos na garantia dos seus direitos de cidadania, com ênfase 
no direito à convivência familiar e comunitária; 
• serviços continuados de acompanhamento social às famílias ou seus representantes; 
• proteção social pró-ativa, visitando as famílias que estejam em situações de quase-
risco; 
• acolhida para recepção, escuta, orientação e referência. 
 
1.2. Localização 
 
A taxa de vulnerabilidade social, definida na NOB-SUAS, é um importante indicador 
da necessidade de oferta de serviços de Proteção Básica. Cada município deve identificar 
o(s) território(s) de vulnerabilidade social e nele(s) implantar um CRAS, de forma a 
aproximar os serviços dos usuários. O CRAS deve ser instalado próximo do local de maior 
concentração de famílias em situação de vulnerabilidade, conforme indicadores definidos na 
NOB-SUAS. 
No caso de territórios de baixa densidade demográfica, com espalhamento ou 
dispersão populacional (áreas rurais, comunidades indígenas, quilombolas, calhasde rios, 
 7
assentamentos, dentre outros), a unidade CRAS deverá localizar-se em local de maior 
acessibilidade, podendo realizar a cobertura das áreas de vulnerabilidade, por meio do 
deslocamento de sua equipe. 
 
1.3. Número de CRAS por município 
 
 Para fins de partilha dos recursos da União, a Norma Operacional Básica de 
Assistência Social (NOB-SUAS) estipula o número mínimo de CRAS de acordo com o porte 
do município. Estipula ainda dimensões de território, definidos por um número máximo de 
famílias nele referenciadas1, a saber: 
��Pequeno Porte I – município de até 20.000 habitantes/5.000 famílias – mínimo de 
1 CRAS para até 2.500 famílias referenciadas; 
��Pequeno Porte II – município de 20.001 a 50.000 habitantes/de 5.000 a 10.000 
famílias – mínimo de 1 CRAS para até 3.500 famílias referenciadas; 
��Médio Porte – município de 50.001 a 100.000 habitantes/de 10.000 a 25.000 
famílias – mínimo de 2 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas; 
��Grande Porte - município de 100.001 a 900.000 habitantes/de 25.000 a 250.000 
famílias – mínimo de 4 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas; 
��Metrópole - município de mais de 900.000 habitantes/mais de 250.000 famílias – 
mínimo de 8 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. 
 
1.4. Capacidade de atendimento 
 
 A capacidade de atendimento do CRAS varia de acordo com o porte do município e 
com o número de famílias em situação de vulnerabilidade social, conforme estabelecido na 
NOB-SUAS. Estima-se a seguinte capacidade de atendimento, por área de abrangência do 
CRAS: 
��CRAS em território referenciado por até 2.500 famílias – capacidade de 
atendimento: até 500 famílias/ano 
��CRAS em território referenciado por até 3.500 famílias – capacidade de 
atendimento: até 750 famílias/ano 
 
1
 O número de “famílias referenciadas” a um determinado CRAS e, portanto, que vivem no território de abrangência do 
CRAS, é definido de acordo com o porte e a taxa de vulnerabilidade do município. 
 
 8
��CRAS em território referenciado por até 5.000 famílias – capacidade de 
atendimento: até 1.000 famílias/ano 
 
1.5. Espaço físico 
O município e o Distrito Federal comprometem-se com a estruturação do espaço físico 
do CRAS como cumprimento do requisito de habilitação ao nível básico ou pleno de 
gestão do SUAS. 
 
 O espaço do CRAS deve ser compatível com os serviços nele ofertados. Abriga, no 
mínimo, três ambientes, com funções bem definidas: uma recepção, uma sala ou mais para 
entrevistas e um salão para reunião com grupos de famílias, além das áreas convencionais 
de serviços. Deve ser maior, caso oferte serviços de convívio e socioeducativo para grupos 
de crianças, adolescentes, jovens e idosos ou de capacitação e inserção produtiva; devendo 
contar com mobiliário compatível com as atividades a serem ofertadas. O ambiente do 
CRAS deve ser acolhedor para facilitar a expressão de necessidades e opiniões, com 
espaço para atendimento individual que garanta privacidade e preserve a integridade e a 
dignidade das famílias, seus membros e indivíduos. 
Deve obrigatoriamente prever meios de acessibilidade para pessoas idosas e com 
deficiência2. 
Deve prever meios e instrumentos de informação, comunicação e acolhida do (a) 
usuário (a) e seus familiares, inclusive para crianças e adolescentes. 
É recomendável a disponibilização de linha telefônica e computador conectado à 
rede Internet, permitindo agilidade de procedimentos e de registro de dados. 
Deve ser afixado, em local visível, mapa do território de abrangência do CRAS, 
indicando sua localização e a dos demais serviços disponíveis no território e nas 
proximidades. 
No caso da construção do CRAS para um público indígena, quilombola ou outra 
comunidade tradicional, a elaboração do projeto arquitetônico deve levar em conta a 
organização socio-cultural destes povos. Para que este ambiente seja acolhedor, sua 
identidade física deve referenciar-se a noções correlatas a elementos identitários do grupo 
usuário do serviço sem, no entanto, perder de vista que o CRAS é uma porta de entrada 
para o sistema de proteção social básica de assistência social e, enquanto tal, deve 
necessariamente ofertar serviços da Proteção Social Básica do SUAS. 
 
2
 
Decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004. 
 9
No caso da construção de CRAS em área indígena, o projeto (localidade onde será 
construído, material de construção, estética, assim como disposição interna e externa do 
espaço físico) e a adequação dos serviços devem ser pensados e discutidos em conjunto 
com lideranças indígenas, representantes do grupo usuário do serviço, e órgãos 
responsáveis pela questão indígena como FUNASA e FUNAI. Visa-se, com isto, garantir a 
funcionalidade do serviço, pois seu projeto será norteado pela perspectiva cultural do grupo 
étnico-racial atendido, assim como pelas expectativas que eles tem em relação a um serviço 
como este. 
 
1.6. Identidade visual 
 
O espaço deve possuir uma identidade visual própria: Centro de Referência de 
Assistência Social – CRAS. Os CRAS co-financiados pela União deverão ter placa padrão, 
na frente do CRAS (ao lado da porta), cujo modelo poderá ser obtido no Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 
 
1.7. Profissionais que atuam no CRAS 
 
1.7.1. Composição da equipe 
 
 A equipe deverá ser composta por profissionais, assim minimamente dimensionados 
por categoria profissional: 
 
 
Categoria 
Profissional 
Até 500 famílias 
atendidas/ ano 
De 501 a 1000 famílias 
atendidas/ ano 
Carga Horária 
(sugerida) 
Assistente Social 1 2 
40 horas 
semanais 
Psicólogo 1 2 
40 horas 
semanais 
Auxiliar adm 1 2 
40 horas 
semanais 
Estagiários 4 6 
Coordenador 1 1 
40 horas 
semanais 
 
 10
��Observação 1: Esta equipe poderá ser ampliada por meio da incorporação de 
outros profissionais ou estagiários de áreas afins. A equipe proposta também 
poderá ser substituída por outros profissionais, desde que o município 
comprove dificuldades locais de disponibilidade de profissionais de Serviço 
Social e Psicologia, até que esta situação se regularize. 
��Observação 2: As equipes que desenvolverão trabalho em territórios com 
presença de populações tradicionais (indígenas, quilombolas) ou específicas, 
devem ser orientadas por um Antropólogo sobre as especificidades étnicas e 
culturais da população atendida, contribuindo no planejamento, 
monitoramento e avaliação dos serviços e ações. Neste sentido, também é 
importante que a equipe técnica estabeleça interlocução com as lideranças 
da comunidade atendida, para legitimar e auxiliar o trabalho realizado junto à 
comunidade. 
 
De acordo com a NOB-SUAS, a União, os Estados, os municípios em gestão plena e 
o DF são responsáveis por elaborar e executar política de recursos humanos, com 
a implantação de carreira para os servidores públicos que atuem na área de 
assistência social. 
 
1.7.2. Perfil dos técnicos 
 
��Conhecimentos sobre: 
• Constituição Federal de 1988; 
• Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS/1993; 
• Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA/1990; 
• Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004; 
• Política Nacional do Idoso-PNI/1994 ; 
• Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência/ 1989; 
• Norma Operacional Básica da Assistência Social – NOB SUAS/2005; 
• Leis, decretos e portarias do MDS; 
• Fundamentos éticos, legais, teóricos e metodológicos do trabalho social com 
e para famílias, seus membros e indivíduos; 
• Trabalho com grupos e redes sociais. 
 
 
 
 
 11
��Capacidade de: 
• executar procedimentos profissionais paraescuta qualificada individual ou 
em grupo, identificação de necessidades e oferta de orientações a 
indivíduos e famílias, fundamentados em pressupostos teórico-
metodológicos, éticos e legais; 
• articular serviços e recursos para atendimento, encaminhamento e 
acompanhamento das famílias e indivíduos; 
• trabalhar em equipe; 
• produzir relatórios e documentos necessários ao serviço; 
• desenvolver atividades socioeducativas de apoio, acolhida, reflexão e 
participação, que visem o fortalecimento familiar e a convivência 
comunitária. 
 
Estagiários 
 
Estagiários de cursos de Serviço Social e de Psicologia podem ser admitidos no 
serviço, em caráter opcional, acompanhando e tendo um papel ativo no atendimento à 
população. Deve-se buscar a firmatura de convênio com instituições de ensino superior 
e definição das atividades de estágio, de acordo com a regulação das respectivas áreas. 
O estagiário poderá participar, junto ao técnico, ou sozinho, desde que orientado, 
acompanhado e supervisionado pela equipe técnica (da mesma categoria 
profissional) e com o consentimento dos usuários, das seguintes atividades: 
a) atendimento à família (acolhimento, entrevistas, orientação, visitas domiciliares), 
devendo apresentar planejamento e relatório ao supervisor da equipe técnica; 
b) atividades de grupo de famílias, atividades de identificação e articulação da rede 
prestadora de serviços e demais atividades coletivas, acompanhado do técnico 
responsável pela atividade e, ou, sozinho, a critério do técnico responsável e com a 
sua orientação, devendo lhe apresentar planejamento e relatório; 
c) elaboração de relatórios e participação em reuniões para discussão e avaliação do 
trabalho. 
 
1.7.3. Coordenador 
 
Cada CRAS deve ter um coordenador(a). Deve ser um profissional com formação e 
prática na área social, com nível superior completo, com facilidade de comunicação, 
experiência em trabalho coletivo, com perfil gerencial e de liderança. É recomendável que 
 12
seja um técnico do quadro do órgão local (Secretaria de Assistência Social ou órgão 
congênere). 
 
1.7.3.1. Atribuições da coordenação 
 
- articular o processo de implantação, execução, monitoramento, registro e 
avaliação das ações, usuários e serviços; 
- coordenar a execução das ações de forma a manter o diálogo e a 
participação dos profissionais e das famílias inseridas nos serviços ofertados 
no CRAS e pela rede prestadora de serviços no território; 
- definir, com os profissionais, critérios de inclusão, acompanhamento e 
desligamento das famílias; 
- definir, com os profissionais, o fluxo de entrada, acompanhamento, 
monitoramento, avaliação e desligamento das famílias; 
- definir, com a equipe técnica, os meios e os ferramentais teórico-
metodológicos de trabalho com famílias, grupos de famílias e comunidade, 
buscando o aprimoramento das ações, o alcance de resultados positivos para 
as famílias atendidas e o fortalecimento teórico e metodológico do trabalho 
desenvolvido; 
- monitorar regularmente as ações de acordo com as diretrizes do programa, 
instrumentos e indicadores pactuados; 
- realizar reuniões periódicas com os profissionais e estagiários para discussão 
dos casos, avaliação das atividades desenvolvidas, dos serviços ofertados e 
dos encaminhamentos realizados, entre outras; 
- promover e participar de reuniões periódicas com representantes da rede 
prestadora de serviços, visando contribuir com o órgão gestor na articulação 
e avaliação relativa a cobertura da demanda existente no território e 
acompanhar os encaminhamentos feitos; 
- promover e participar de reuniões periódicas com representantes de outras 
políticas públicas, visando articular a ação intersetorial no território; 
- contribuir com o órgão gestor municipal na avaliação relativa à cobertura dos 
serviços no território e no estabelecimento de fluxos entre os serviços da 
Proteção Social Básica e Especial de Assistência Social. 
 
1.8. Capacitação 
 
A equipe técnica deve ser capacitada periodicamente. 
 13
É recomendável a realização de reuniões semanais com a equipe e os estagiários 
para discussão do trabalho com famílias, seus membros e indivíduos, e os serviços que isso 
envolve; avaliação bimensal do trabalho desenvolvido com base em indicadores de 
resultado a serem oportunamente definidos. 
 
A equipe destinada a trabalhar em áreas de abrangência de comunidades indígenas, 
quilombolas, ou outras comunidades tradicionais, deve ser capacitada e orientada por um 
antropólogo acerca da realidade étnico-racial do grupo específico que será atendido naquela 
região. É importante também que haja neste processo, a presença e participação de 
lideranças e membros da comunidade, garantindo a adequação do serviço à realidade do 
grupo cultural em questão. 
 
De acordo com a NOB-SUAS: 
 - Os municípios habilitados em gestão básica e plena e o DF estão aptos a 
receber o incentivo de participação em programas de capacitação de 
gestores, profissionais, conselheiros e da rede prestadora de serviços, 
promovidos pelo Estado e União. 
- Os Estados co-financiam a Proteção Social Básica de Assistência Social, 
mediante aporte de recursos para o sistema de informação, monitoramento, 
avaliação, capacitação, apoio técnico e outras ações pactuadas 
progressivamente. Também são responsáveis por coordenar, gerenciar, 
executar e co-financiar programas de capacitação de gestores, profissionais, 
conselheiros e prestadores de serviços, recebendo recursos federais, em 
incentivo, para o cumprimento desta responsabilidade. 
- A União é a responsável pela formulação da política para a formação 
sistemática e continuada de recursos humanos no campo da assistência 
social. 
 
1.9. Avaliação do Processo de Trabalho 
 
A equipe deve realizar reuniões semanais para discussão do trabalho com famílias, 
seus membros e indivíduos, e os serviços que isso envolve; avaliação bimensal do trabalho 
desenvolvido e dos indicadores de resultado a serem oportunamente definidos. 
 
Deve-se fomentar a participação dos usuários no planejamento e avaliação dos 
serviços prestados pelo CRAS e pela rede complementar prestadora de serviços no 
território do CRAS. 
 
 14
1.10. Direitos dos usuários 
 
 Aos usuários do CRAS estão assegurados os direitos a: 
- conhecer o nome e a credencial de quem o atende (profissional técnico, 
estagiário ou administrativo do CRAS); 
- escuta, à informação, à defesa, à provisão direta ou indireta ou 
encaminhamento de suas demandas de proteção social asseguradas pela 
Política de Assistência Social; 
- ter local digno e adequado para seu atendimento; 
- receber explicações sobre os serviços e seu atendimento de forma clara, 
simples e compreensível; 
- receber informações sobre como e onde manifestar seus direitos e 
requisições sobre o atendimento socioassistencial; 
- ter seus encaminhamentos por escrito, identificados com o nome do 
profissional e seu registro no Conselho ou Ordem Profissional, de forma clara 
e legível; 
- ter protegida sua privacidade, dentro dos princípios e diretrizes da ética 
profissional, desde que não acarrete riscos a outras pessoas; 
- ter sua identidade e personalidade preservada e sua história de vida 
resgatada; 
- poder avaliar o serviço recebido, contando com espaço de escuta para 
expressar sua opinião; 
- ter acesso ao registro dos seus dados, se assim o desejar. 
 
 15
2. PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF 
 
2.1. O que é o PAIF 
 
O Programa de Atenção Integral à Família - PAIF é o principal programa de Proteção 
Social Básica, do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Desenvolve ações e 
serviços básicos continuados para famílias em situação de vulnerabilidade social na unidade 
do CRAS. O PAIF tem por perspectivaso fortalecimento de vínculos familiares e 
comunitários3, o direito à Proteção Social Básica e a ampliação da capacidade de proteção 
social e de prevenção de situações de risco no território de abrangência do CRAS. 
O PAIF é necessariamente ofertado no CRAS. Em áreas com espalhamento ou 
dispersão populacional, por meio do deslocamento de sua equipe. 
O PAIF, criado em 18 de abril de 2004 (Portaria nº 78), pelo Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, aprimorou a proposta do Plano 
Nacional de Atendimento Integrado à Família – PNAIF, implantado pelo Governo Federal no 
ano de 2003. Em 19 de maio de 2004, o PAIF tornou-se “ação continuada da Assistência 
Social”, passando a integrar a rede de serviços de ação continuada da Assistência Social, 
financiada pelo Governo Federal (Decreto 5.085/2004). 
 
Os serviços e ações do Programa de Atenção Integral à Família – PAIF não poderão ser 
terceirizados”. 
 
 O Programa de Atenção Integral à Família – PAIF passa a se referenciar por nomenclatura 
padrão em todo o país e deve ter significado semelhante para a população em qualquer 
território da federação. 
 
 
 
 
 
3
 O trabalho de fortalecimento de vínculos deve interligar as relações internas ao grupo familiar e as relações deste com a 
comunidade, a sociedade e o Estado. São três as dimensões do vínculo: legal ou jurídica, sócio-cultural e afetivo-relacional. Na 
dimensão legal, ou jurídica, o vínculo implica em obrigações e direitos mútuos, tendo caráter normativo, regulado por lei. 
Busca-se o esclarecimento, delimitação, cumprimento (e apoio para o cumprimento) das obrigações e direitos definidos pelos 
estatutos legais. Na dimensão sócio-cultural, os vínculos estão associados aos papéis familiares, suas representações e 
relações. Busca-se fortalecer a identidade e resgatar a historia do grupo familiar, seus valores, regras, ideais e relação da 
família com o contexto sócio-cultural. Na dimensão afetivo-relacional, são abordadas as relações de cuidado, afeto e 
comunicação na família, buscando superar contingências que levam a violação de direitos no interior das relações familiares e 
comunitárias. 
 
 
 16
2.2. Pressupostos 
O PAIF deve se pautar nos seguintes pressupostos: 
• a defesa do direito à convivência familiar na proteção de assistência social 
supera o conceito de família como unidade econômica, mera referência de 
cálculo de rendimento per capita e a entende como um núcleo afetivo, cujos 
membros se vinculam por laços consangüíneos, de aliança ou de afinidade, 
onde os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, 
organizadas em torno de relações de geração e de gênero; 
• não existe “a” família, e sim uma pluralidade de arranjos e de fases4, com 
carências, vulnerabilidades e potencialidades distintas e distintos graus de 
dependência. 
• a relação entre família e proteção social de assistência social, como dever 
de Estado e direito de cidadania, tem por parâmetros, de um lado, o 
entendimento de que a família é o núcleo básico de afetividade, acolhida, 
convívio, autonomia, sustentabilidade e referência no processo de 
desenvolvimento e reconhecimento do cidadão e, de outro, que o Estado 
tem o dever de proteção social respeitada a autonomia dos arranjos 
familiares; 
• o fortalecimento de possibilidades de convívio, educação e proteção social 
na própria família não restringem as responsabilidades públicas de 
proteção social para com os indivíduos e a sociedade; 
• a família deve ser apoiada pela proteção social de assistência social e ter 
acesso a condições para responder ao dever de sustento, guarda e 
educação de suas crianças, adolescentes e jovens, bem como a proteção 
dos seus membros em vulnerabilidade, principalmente, de seus idosos e 
pessoas com deficiência. 
 
2.3. Diretrizes metodológicas do trabalho com famílias e indivíduos 
 
2.3.1. Articular o conhecimento da realidade das famílias com o planejamento do 
trabalho; 
 
- conhecer o território de abrangência do CRAS; 
- conhecer a realidade sócio-econômica e cultural das famílias: estruturas, 
valores, crenças e demandas; 
- conhecer os recursos de serviços e atenções e as vulnerabilidades existentes 
no território; 
- conhecer as características da rede de serviços existentes no território de 
abrangência do CRAS, bem como a rede local, municipal e regional; 
 
4
 As etapas do ciclo da vida familiar, cuja variação se dá de acordo com a idade dos filhos, são: fase de formação da família 
(período em que os filhos têm menos de quatorze anos, ou, em que os recém-casados não têm filhos); fase intermediária (há 
filhos maiores e menores de quatorze anos); fase de maturidade (todos os filhos têm quatorze anos ou mais); e fase de 
envelhecimento (quando os filhos deixam de morar com os pais). 
 
 17
- conhecer as iniciativas de organização e mobilização social no território; a 
situação de organização e mobilização comunitária no território, detectando 
seus potenciais individuais e coletivos; 
- criar formas de participação das famílias no planejamento e execução das 
ações. 
 
2.3.2. Potencializar a rede de serviços e o acesso aos direitos: 
 
- encaminhar a família e os indivíduos para a rede de serviços 
socioassistenciais básicos e especiais; 
- articular o encaminhamento da família e indivíduos para os serviços das 
demais políticas sociais; 
- promover o acesso aos direitos sociais e à informação; 
- promover o fortalecimento dos laços e vínculos familiares e comunitários; 
- acompanhar e monitorar os encaminhamentos realizados; 
- promover a inclusão de pessoas com deficiência e seus familiares nos 
serviços e ações da Proteção Básica. 
 
2.3.3. Valorizar as famílias em sua diversidade, valores, cultura, com sua história, 
problemas, demandas e potencialidades: 
 
- valorizar e fortalecer capacidades e potencialidades das famílias; acreditar na 
capacidade da família e trabalhar com vulnerabilidades, riscos e 
potencialidades; 
- acolher a família, favorecendo uma escuta empática - no lugar de uma 
atenção “burocrática” - e a expressão da subjetividade; 
- favorecer a participação da família em propostas de seu processo de inclusão 
social e de mudanças e melhorias esperadas na transformação das relações 
intrafamiliares; 
- construir, em conjunto com as famílias, planos de ação que concretizem 
projetos de vida, a partir de necessidades sociais existentes e expectativas e 
desejos para o futuro; levantamento, identificação das necessidades e 
desenvolver plano de ação das famílias (com e pela própria família). 
 
 
 
 18
2.3.4. Potencializar a função de proteção e de socialização da família e da 
comunidade: 
 
- valorizar e estimular a participação tanto da figura materna quanto da figura 
paterna, respeitando a igualdade constitucional de direitos e 
responsabilidades; 
- tomar o grupo familiar com referência (conjunto de vínculos); 
- valorizar a relação entre gerações, sua convivência e trocas afetivas e 
simbólicas; 
- valorizar a cultura do diálogo e dos direitos, combatendo também as formas 
de violência, discriminação e estigmatização social; 
- estimular as formas de solidariedade social que potencializam e protegem os 
direitos de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e pessoas com 
deficiência. 
 
2.3.5. Adotar metodologias participativas e dialógicas de trabalho com as famílias: 
 
- desenvolver um trabalho interdisciplinar (psicologia e serviço social) com uma 
compreensão de que a família atendida deve ser abordada na sua totalidade; 
- abordar, no trabalho interdisciplinar, questões de gênero, orientação sexual e 
étnica, fortalecendo os direitos de cidadania; 
- realizartrabalho com grupos de famílias ou seus representantes, fortalecendo 
a socialização e a definição de projetos coletivos; 
- problematizar as principais questões levantadas pelo(s) grupo(s); 
- favorecer e incrementar a sociabilidade entre as famílias; 
- facilitar na definição de projetos coletivos e na viabilização de sua 
implementação. 
 
2.3.6. Em caso de trabalho com famílias indígenas, quilombolas e outras 
comunidades tradicionais: 
 
- para implementação dos serviços, para além das diretrizes metodológicas já 
mencionadas, é indispensável que a equipe técnica estabeleça uma 
interlocução com lideranças, conselhos e associações indígenas, quilombolas 
e outras, para melhor condução dos trabalhos, levando sempre em conta a 
opnião dos beneficiários dos serviços, suas necessidades e o planejamento 
do trabalho. Importante também incluir nesta interlocução orgãos estatais 
responsáveis pela questão indígena e quilombola, como a FUNASA, a 
 19
FUNAI, INCRA, FUNDAÇÃO PALMARES, assim como possíveis 
organizações indigenistas do terceiro setor; 
- deve ser feita a adequação metodológica necessária para que os serviços 
ofertados sejam adequados e tenham efetividade à comunidade atendida. 
 
2.4. Serviços e ações do PAIF ofertados pela equipe de profissionais do CRAS 
 
a) recepção e acolhida de famílias, seus membros e indivíduos em 
situação de vulnerabilidade social; 
b) oferta de procedimentos profissionais, em defesa dos direitos sociais e 
humanos e relacionados às demandas de proteção social de Assistência 
Social; 
c) conhecer as famílias referenciadas e as beneficiárias do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC) e do Programa Bolsa Família (PBF); 
d) acompanhamento familiar: em grupos de convivência, reflexão e serviço 
socioeducativo para famílias ou seus representantes; dos beneficiários 
do PBF, em especial das famílias que não estejam cumprindo as 
condicionalidades; das famílias com beneficiários do BPC; 
e) proteção pró-ativa, por meio de visitas às famílias que estejam em 
situações de quase-risco (como, por exemplo, as famílias que não estão 
cumprindo as condicionalidades do PBF); 
f) encaminhamento: para avaliação e inserção dos potenciais beneficiários 
do PBF no CadÚnico, e do BPC, na avaliação social e do INSS; das 
famílias e indivíduos para a aquisição dos documentos civis 
fundamentais para o exercício da cidadania; encaminhamento (com 
acompanhamento) da população referenciada no território do CRAS, 
para serviços de proteção básica e de proteção social especial – quando 
for o caso; 
g) produção e divulgação de informações de modo a oferecer referências 
para as famílias e indivíduos sobre os programas, projetos e serviços 
socioassistenciais do SUAS, sobre o Programa Bolsa Família-PBF e o 
Benefício de Prestação Continuada-BPC, sobre os órgãos de defesa de 
direitos e demais serviços públicos, de âmbito local, municipal, do 
Distrito Federal, regional, da área metropolitana e ou da micro-região do 
estado; 
 20
h) apoio nas avaliações de revisão dos cadastros do PBF e do BPC e 
benefícios. 
A Proteção Social Básica de Assistência Social deve promover a inclusão e o acesso 
de pessoas com deficiência aos serviços locais que compõem o SUAS. 
 
2.5. Acesso, acompanhamento e desligamento das famílias 
 
2.5.1. Acesso das famílias 
 
Os serviços e ações ofertados no CRAS são acessados por demanda espontânea 
das famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, 
privação e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social 
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras)5, pela busca 
ativa de famílias feita pelos técnicos e, ou, o encaminhamento realizado pela rede 
socioassistencial e pelos serviços das demais políticas públicas. 
 
2.5.2. Acompanhamento 
 
O acompanhamento deve levar em consideração os objetivos do programa, o 
conjunto de indicadores, a dinâmica do atendimento à família, presença e absenteísmo, 
contrato feito com as famílias, resultados esperados e grau de complexidade da demanda e 
da situação familiar. 
* Serão acompanhadas, com prioridade, às famílias beneficiárias do Programa Bolsa 
Família (em especial, as famílias que apresentarem dificuldade no cumprimento das 
condicionalidades de saúde e educação) e do Benefício de Prestação Continuada – BPC. 
 
2.5.3. Desligamento 
 
É importante definir quando e sob que condições as famílias serão desligadas dos 
serviços; se há metas a cumprir; se há tempos definidos de participação; se há 
encaminhamentos a fazer para famílias que são desligadas; diferenciação de tipos de 
desligamento (por exemplo, não cumprimento de metas, mudança de condição para 
participação, ou superação de riscos); procedimentos a adotar para o desligamento; 
processos e prazos de acompanhamento das famílias durante e/ou após o desligamento. 
Propõe-se que o desligamento seja planejado e realizado de maneira progressiva, com 
acompanhamento familiar por período determinado para verificar a permanência dos efeitos 
positivos das ações. 
 
5
 Para maiores detalhes, verificar na NOB-SUAS as variáveis que compõem a taxa de vulnerabilidade social. 
 21
3. AÇÕES CO-FINANCIADAS PELA UNIÃO, POR MEIO DO PISO BÁSICO FIXO 
 
Essas ações devem ser desenvolvidas no CRAS ou, de modo complementar, 
exclusivamente no território de abrangência do CRAS 
 
A Portaria nº 442, de 26/08/05, que regulamenta os pisos da proteção social básica 
estabelecidos pela NOB – SUAS, sua composição e as ações financiadas, em seu art. 3º 
define que o valor do Piso Básico Fixo, co-financiado pela União, é de R$1,80, por mês, por 
família referenciada. 
Em seu art. 4º, elenca ações a serem ofertadas exclusivamente pelos CRAS. No § 2º 
deste artigo, autoriza o desenvolvimento de ações e serviços de modo complementar e 
exclusivamente no território de abrangência do CRAS, co-financiadas por meio do Piso 
Básico Fixo. 
O Piso Básico Fixo6 é destinado exclusivamente às despesas em custeio. São 
consideradas despesas em custeio as despesas correntes destinadas à manutenção e ao 
funcionamento dos serviços (ex.: material de consumo; serviços de terceiros; reforma, 
adequação/recuperação). 
 
3.1. Ações desenvolvidas no CRAS: 
 
O Piso Básico Fixo financia as seguintes ações: 
��Entrevista familiar; 
��Visitas Domiciliares; 
��Palestras voltadas à comunidade ou à família, seus membros e indivíduos; 
��Grupo: oficina de convivência e de trabalho socioeducativo para famílias, seus 
membros e indivíduos; ações de capacitação e de inserção produtiva; 
��Campanhas socioeducativas; 
��Encaminhamento e acompanhamento de famílias, seus membros e indivíduos; 
��Reuniões e ações comunitárias; 
��Articulação e fortalecimento de grupos sociais locais; 
 
6
 O plantão social de atendimento às famílias poderá ser financiado com o Piso Básico Fixo, ainda que não ofertado nos CRAS 
- “Casas das Famílias”. É vedada a utilização do Piso Básico Fixo para o financiamento de Benefícios Eventuais (Portaria 442, 
de 26/08/2005). 
 22
��Atividade lúdica nos domicílios com famílias em que haja criança com 
deficiência; 
��Produção de material para capacitação e inserção produtiva, para oficinas 
lúdicas e para campanhas socioeducativas, tais como vídeos, brinquedos, 
materiais pedagógicos e outros destinados aos serviços socioassistenciais; 
��Deslocamento da equipe para atendimento de famílias em comunidades 
quilombolas, indígenas, em calhas de rios e em zonas rurais. 
Entrevista 
 
A entrevista é um procedimento que serve para acolher, conhecer, coletar dados, 
orientar, acompanhar e avaliar a família em seu processode mudança. A entrevista é feita 
após a família ter passado pelo serviço de acolhimento/recepção do CRAS. Neste 
momento, deve ser feito um registro do atendimento e a marcação de uma entrevista ou 
visita domiciliar, conforme indicação. A entrevista deve ser realizada em local que assegure 
a privacidade da(s) pessoa(s) entrevistada(s). 
O instrumento de entrevista é composto de questões comuns a todas as famílias, 
quantificáveis e objetivas. Deve conter questões qualitativas que possam captar a família 
em sua singularidade. A ênfase é o levantamento de dados sobre as condições de vida e 
vulnerabilidades da família7 e a avaliação junto com ela sobre o risco de violação de direitos. 
As perguntas visam captar, sempre que possível, a percepção do(s) entrevistado(s) 
de suas dificuldades, potencialidades e demandas. No parecer do técnico, sua avaliação 
sobre a família, suas dificuldades, potencialidades e demandas. A consistência entre dados 
percebidos pelo técnico e pelo(a) entrevistado(a) deverão ser também registrados e 
avaliados. 
 
Visita domiciliar 
 
A visita domiciliar é uma ação voltada para localizar famílias potenciais usuárias do 
serviço, previamente identificadas, compreender a realidade do grupo familiar, suas 
demandas e necessidades, recursos e vulnerabilidades, fortalecer os vínculos familiares e 
comunitários, fortalecer o vínculo da família com o serviço, avaliar as mudanças ocorridas a 
partir da sua participação no serviço. A visita domiciliar deve se pautar nos princípios de 
respeito à privacidade da família, dialogicidade e protagonismo familiar, tanto no que diz 
respeito à receptividade quanto à disponibilidade para responder às perguntas específicas. 
 
7
 As variáveis da taxa de vulnerabilidade devem ser consideradas neste levantamento. 
 23
A família deve sempre ser informada sobre o PAIF, programas de interface e as razões da 
visita, sempre associadas à defesa e promoção de direitos. 
A visita se dará por uma ou mais das seguintes razões: 
- família é moradora do território de abrangência do CRAS e necessita ser 
contatada para cadastro e mobilização para participação; 
- família foi indicada para visita por agentes dos serviços locais ou de 
entidades parceiras, em função de vulnerabilidades, riscos e potencialidades 
percebidos; 
- busca ativa de famílias e indivíduos em situação de quase risco; 
- família demandou a visita do trabalhador social em virtude de melhor 
identificação e avaliação de vulnerabilidades “in loco” e dos procedimentos 
necessários para a sua superação; 
- há necessidade de contato e, ou, acompanhamento “in loco” da família, a 
partir de encaminhamento feito e para avaliação de seus resultados na 
dinâmica familiar; 
- para acompanhamentos específicos nos programas de transferência de 
renda; 
- por descumprimento de condicionalidades das famílias beneficiárias do PBF; 
 
Em casos explícitos de violação de direitos, uma denúncia deve ser encaminhada às 
instâncias competentes e acompanhado o encaminhamento. A família deve ser informada e 
acompanhada pela rede socioassistencial. 
 
Palestra 
 
Exposição oral e/ou audiovisual a respeito de um tema, conforme expectativas e 
necessidades dos participantes, dirigida a um grupo de famílias, seus membros ou um grupo 
de pessoas na comunidade, seguido de debate. Na palestra é ressaltada a natureza 
educativa do grupo, a transmissão de informações e o debate. A dimensão da reflexão é 
maximizada. A palestra é uma atividade que pode ser dirigida a grupos de tamanhos 
variados. 
Devem ser considerados as exposições de temas sobre os direitos sociais, os 
serviços socioassistenciais do SUAS e das outras políticas públicas. 
Ao público potencial ou beneficiário do PBF e do BPC, devem ser expostos temas 
sobre o PBF, suas condicionalidades, compromissos, ações complementares etc., bem 
como sobre o BPC. 
 24
Grupos socioeducativos para famílias ou seus representantes e oficinas de reflexão e 
convivência 
 
Nos grupos, a experiência de cada um pode ser comunicada e receber novos 
sentidos, as atitudes de cada membro podem ser repensadas e as relações novas podem 
trazer a possibilidade de revisão e superação do que foi anteriormente vivido. O grupo é 
definido como: “... um conjunto restrito de pessoas que, ligadas por constantes de tempo e 
espaço, e articuladas por sua mútua representação interna, se propõe de forma explícita ou 
implícita a uma tarefa, que constitui a sua finalidade, interatuando através de complexos 
mecanismos de assunção e distribuição de papéis.” (Pichon-Rivière, 1980). 
Os grupos são uma “rede de vínculos, comunicação e poder” e o que faz a diferença 
entre eles é justamente a forma como organizam tais vínculos. O trabalho com grupos, 
portanto, tem um grande potencial de mobilização, aprendizagem e reflexão, sendo 
necessária uma coordenação que potencialize e colabore com o processo do grupo. 
O trabalho com grupos no PAIF parte de uma abordagem interdisciplinar onde se 
articulam a cidadania dos indivíduos, os vínculos familiares e os processos grupais e 
comunitários. 
 O trabalho com as famílias ou seus representantes deve abranger o acesso aos 
direitos e serviços básicos, a sua inclusão em redes sociais de participação e solidariedade, 
a apropriação de informações e conhecimentos relacionados à sua capacidade de proteger 
os seus membros e defender os seus direitos. Estende-se também à reflexão em grupo 
sobre o cuidado com seus membros e o desenvolvimento de referências éticas e afetivas 
para crianças e adolescentes. É importante compreender essas ações no contexto da 
política social como orientadas por uma ética dos direitos – seu eixo fundamental – e não 
como uma visão controladora e reguladora da vida privada. 
A participação de famílias ou seus representantes, beneficiários do PBF ou do BPC, 
nos grupos socioeducativos, é uma oportunidade de reflexão mais global sobre a situação 
social e econômica dos beneficiários envolvidos, oportunidade de construção coletiva de 
alternativas aos seus problemas, fortalecimento das suas condições de cumprimento das 
condicionalidades do PBF e de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. 
 
Núcleos socioeducativos com famílias ou seus representante 
 
Devem oferecer a garantia de convívio, com oportunidades e ações para o 
enfrentamento das condições de vida, o fortalecimento de laços de pertencimento, a 
construção de projetos pessoais e sociais e o desenvolvimento da cultura da 
solidariedade e da equidade. 
 25
- Fundamentação: o grupo socioeducativo para as famílias é um excelente 
espaço para trocas, para o exercício da escuta e da fala, da elaboração de 
dificuldades e de reconhecimento de potencialidades. Contribui para oferecer 
aos cidadãos a oportunidade de melhor viver os seus direitos dentro de um 
contexto de proteção mútua, afeto, desenvolvimento pessoal e solidariedade. 
Neste sentido, os núcleos socioeducativos devem introduzir elementos de 
discussão, vivência e reflexão relacionados às etapas dos ciclos de vida 
familiar. 
- Procedimentos: a presença de crianças e de adolescentes pode ensejar o 
interesse das famílias em trocar experiências relacionadas aos diferentes 
ciclos de vida familiar. Sugere-se: 
��Criar situações em que as famílias possam expressar suas dúvidas e 
conflitos, construindo soluções para os problemas cotidianos 
relacionados ao cuidado de suas crianças, adolescentes, jovens e 
pessoas com deficiência. 
��Facilitar a expressão de afetividade e a comunicação com a criança, o 
adolescente, o jovem e o idoso na família, contribuindo para que cada 
participante desenhe seu projeto de vida. 
��Refletir com a família sobre as mudanças em sua dinâmica e 
redistribuição de papéis a partir do desenvolvimentode seus filhos. 
Desenvolver habilidades de cuidado, orientação e acompanhamento 
das crianças. Debater aspectos relacionados ao desenvolvimento 
infantil, às necessidades de estimulação nessa fase da vida, à 
importância de propiciar espaços e oportunidades voltadas e 
orientadas pelas necessidades infantis; à importância da escuta e de 
os adultos participarem das brincadeiras infantis; à importância do 
"brincar"; à adequação dos ambientes nos quais a criança está 
inserida - inclusive para a prevenção de acidentes domésticos. 
Debater temas relacionados ao desenvolvimento da criança, do 
adolescente e do jovem, características e interesses. Refletir sobre a 
necessidade de proteção aos seus membros idosos e de valorização 
do seu saber. Discutir as estratégias para o desenvolvimento das 
competências da pessoa com deficiência, destacando o papel 
fundamental das famílias e da comunidade no processo de 
reabilitação e de inclusão social das pessoas com deficiência. 
 26
��Desenvolver trabalho social com a família da pessoa com deficiência 
para fortalecimento da autonomia, dos vínculos familiares e mudança 
de paradigma do atendimento, rompendo com a lógica da 
institucionalização. Desenvolver projetos em articulação com a 
política de saúde e educação que envolvam as famílias e a 
comunidade por meio da ação preventiva. 
��Apoiar e facilitar a convivência da criança, do adolescente, do jovem , 
do idoso com a sua família, por meio de atividades culturais, 
desportivas, de lazer e comunitárias; promover a convivência familiar 
e comunitária bem como as trocas simbólicas e afetivas entre as 
gerações. Auxiliar no desenvolvimento de habilidades de cuidado e 
socialização. Trabalhar a importância da expressão de afetividade e 
de comunicação com a criança pequena na família, com o idoso e 
com a pessoa com deficiência. 
��Conscientizar, apoiar e mobilizar a comunidade para a defesa e 
promoção dos direitos da criança, do adolescente, do jovem, do idoso 
e da pessoa com deficiência. 
��É importante levar em consideração as principais tendências recentes 
de transformação do universo familiar: a redução do tamanho da 
unidade familiar, a diminuição e casamentos cada vez mais tardios, o 
aumento da maternidade precoce, de uniões consensuais, de rupturas 
conjugais, de lares monoparentais, de famílias unipessoais e de 
famílias reconstituídas. 
��A eqüidade entre gêneros deve ser um tema orientador, no sentido de 
reverter situações injustas e onerosas para as mulheres dentro do 
contexto familiar. 
��Periodicidade: os núcleos socioeducativos devem funcionar 
diariamente de 2ª a 6ª feira, em meio período ou em dias alternados 
da semana. 
 
Oficina 
 
Atividade desenvolvida com um grupo de pessoas que propicia a construção de um 
conhecimento, materializada em algum produto, podendo ou não utilizar abordagem 
lúdica ou estética. São exemplos: 
 27
Oficinas de Reflexão – Trabalho estruturado com grupo de usuários ou de 
famílias, com definição de uma questão sobre vínculos familiares e/ou comunitários 
que o grupo se propõe a elaborar, com recursos lúdicos, interativos e reflexivos que 
facilitem a reorganização de suas formas de pensar, sentir e agir diante de tal 
questão. 
- Fundamentação: o objetivo do grupo é refletir sobre uma questão relacionada 
à experiência dos participantes. Não se restringe a uma dimensão cognitiva, 
mas envolve a reflexão a experiência e mudanças de postura no cotidiano. 
- O trabalho se baseia na promoção da comunicação, permitindo a troca de 
experiências de forma não banalizada e pertinente ao contexto. A oficina de 
reflexão articula aquilo que o grupo pensa, sente e faz sobre o tema ou 
questão em discussão. Assim, transmite informação, mas também promove a 
reflexão e a compreensão sobre esta questão na vida cotidiana das pessoas 
envolvidas. 
- Seu planejamento é sempre flexível, levando em conta o contexto, o público, 
a demanda e recursos disponíveis, em uma seqüência de procedimentos: 
escolha do tema a ser tratado, conforme a necessidade e a demanda do 
grupo, organização da oficina (numero de participantes, numero de 
encontros, tempo e local dos encontros, articulação com outras atividades), 
preparação de materiais informativos e formativos e de técnicas de 
dinamização para trabalhar os temas no grupo, organização de cada encontro 
do grupo de forma participativa, com uso de recursos lúdicos, reflexivos e 
informativos, avaliação da oficina ao final de cada encontro e ao final do 
processo como um todo. O grupo participa na definição de suas regras, 
escolha de temas e sub-temas e formas de discussão. A partir da escolha dos 
temas e sub-temas, os coordenadores organizam cada encontro. 
- Periodicidade: A oficina se realiza periodicamente, conforme a disponibilidade 
dos técnicos e dos participantes, dando-se preferência a períodos semanais 
ou quinzenais. 
- A freqüência dos membros e importante. A rotatividade deve ser mínima e o 
tamanho do grupo definido em torno de 15 participantes. 
- O tempo de duração: é variável dependendo dos objetivos do grupo, de sua 
articulação com atividades de intersetorialidade e outras, com um mínimo de 
30 minutos e um máximo de 4 horas por encontro, com um numero variável 
de encontros, conforme a necessidade do grupo. 
 
Oficinas de Convivência – Encontros periódicos com um conjunto de pessoas 
 28
que vivenciam questões de interesse comum e que serão compartilhadas e refletidas 
coletivamente através de metodologias diversas. As oficinas de convivência maximizam a 
dimensão da convivência. 
- Fundamentação: o objetivo do grupo é conviver, e para tal precisa trabalhar 
as suas relações. No caso do grupo de convivência, conviver é praticamente 
organizar e experienciar as relações do grupo: organizar conversas, passeios, 
lanches, troca de habilidades, cuidados mútuos, promoções do grupo. Esse 
trabalho deve envolver um certo grau de reflexão sobre temas de interesse do 
grupo ou de produção de algum produto (objetos produzidos, habilidades 
desenvolvidas) mas, nesse caso, tanto a reflexão quanto a produção são 
secundárias e relativas ao objetivo maior que é “convivência”. O grupo pode 
combinar, por exemplo, uma troca de receitas, e fazer salgados em um dado 
dia, sem necessariamente se tornar um “grupo de produção”. Pode também 
combinar discutir um determinado tema sem necessariamente se tornar um 
“grupo de reflexão”. O manejo do processo do grupo de convivência pode ser 
fundamentado em diferentes referências teóricas que trabalham com grupos. 
- Procedimentos: as famílias serão convidadas a participar de um “grupo de 
convivência” que terá suas regras e atividades escolhidas em ação conjunta 
da coordenação com o grupo, em processo de construção coletiva. 
- Periodicidade: semanal, podendo ser quinzenal/mensal conforme 
disponibilidade técnica e dos participantes. 
- Freqüência: o grupo de convivência admite uma certa flutuação de 
freqüência. Os participantes não precisam comparecer a todas as atividades. 
Sugere-se que não haja mais de 3 faltas seguidas para cada membro sem 
justificativa relevante, que deverá ser analisada junto com o grupo. 
- Grupo aberto de baixa rotatividade: núcleo de participantes e flutuação 
permitida. 
- Número sugerido de pessoas: núcleo de 15 com possibilidades de flutuação 
de até mais 15 visitantes por encontro, sendo que cada participante pode 
trazer um convidado. 
- Tempo de duração do encontro: variável conforme combinação feita, e a 
atividade a ser desenvolvida. Sugere-se o tempo ideal de 90 minutos, com 
um mínimo de 60 minutos, podendo esse tempo ser ampliado conforme as 
atividades desejadas (uma palestra, um piquenique, entre outras). 
- Atividades: o grupo definirá e escolherá as suas atividades ao longo do 
processo. Essa escolha pode ser prévia ou acontecerno próprio encontro, 
dependendo da necessidade. O técnico pode fazer sugestões de atividades e 
 29
temas, ajudar a organizar materiais, sugerir técnicas de dinamização de 
grupo, conforme as necessidades percebidas no contexto do programa. É 
importante que o grupo aceite, ainda que parcialmente, essas sugestões, 
para que sejam realizadas com proveito. 
 
Campanha socioeducativa 
 
Formas coletivas de sensibilização e mobilização da comunidade, visando promover 
a sociabilidade, a reflexão, o enfrentamento e a superação de problemas, bem como a 
mobilização de recursos. As campanhas têm foco definido e período de execução pré-
determinado. 
É uma importante estratégia de informação sobre os direitos sociais e sobre o PBF e 
BPC, para além dos outros serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais e 
das outras políticas públicas, disponíveis no território e proximidades. 
 
Encaminhamento e acompanhamento 
 
 Procedimentos que visam facilitar o acesso de famílias, seus membros e indivíduos 
aos projetos, benefícios e serviços socioassistenciais, através da identificação da demanda, 
indicação apropriada aos serviços oferecidos pela rede de Proteção Social de Assistência 
Social e verificação e avaliação da efetividade dos atendimentos e encaminhamentos 
realizados. Incluí encaminhamentos para a proteção social especial e demais serviços 
ofertados por outras políticas públicas no território de abrangência do CRAS ou por redes 
municipais ou regionais. 
Todo encaminhamento deve ter um acompanhamento, definido de acordo com a 
necessidade, principalmente voltado para a avaliação de sua efetividade. A articulação aos 
demais serviços sociais locais é necessária para a efetivação dos direitos das famílias 
referenciadas. 
 
Reunião e ações comunitárias 
 
Encontro de diversas pessoas para reflexão e discussão de questões de interesse 
comum. As reuniões são situações em que se destacam dois aspectos: a dimensão a social 
- refletida no seu aspecto grupal -, e a dimensão socioeducativa - refletida na ação 
comunitária - como forma de inserção e de participação social e política na vida do bairro e 
 30
da cidade ou superação solidária e coletiva dos problemas vividos pelos participantes do 
grupo. 
As reuniões e ações comunitárias também são importantes estratégias de 
mobilização dos beneficiários e demais agentes sociais envolvidos no acompanhamento dos 
beneficiários do PBF e do BPC, como espaços de reflexão, avaliação, planejamento de 
estratégias de monitoramento e mobilização dos beneficiários e da comunidade. 
 
Articulação e fortalecimento de Redes de Grupos Sociais 
 
O termo “rede social” se refere a grupos da comunidade ou da sociedade e não deve 
ser confundido com o termo “rede de serviços”. O trabalho com redes envolve grupos de 
famílias e indivíduos que se reúnem em torno de um objetivo em comum, com prazo 
determinado, que deverá ser realizado não apenas através de reuniões, mas também de 
atividades realizadas extra-grupo, envolvendo o grupo todo ou parte dele, e podendo 
eventualmente receber colaborações de pessoas não pertencentes à rede. 
As redes têm as funções de companhia, apoio emocional, guia cognitivo e de 
conselhos, ajuda material e de serviços, acesso a novos contatos. A efetividade dessas 
funções depende da história da rede, suas prioridades, versatilidade, reciprocidade, 
compromisso e freqüência de contatos. Depende também da relação do trabalho da rede 
com o seu contexto social, se há apoio e se há desdobramentos possíveis e se geram 
soluções, entre outros aspectos. 
Os objetivos do trabalho com redes sociais são: favorecer o estabelecimento de 
vínculos positivos através da interação entre os indivíduos; favorecer a reflexão, troca de 
experiências e busca de soluções para problemas comuns; estimular o exercício da 
solidariedade e da cidadania; mobilizar pessoas, grupos e instituições para utilizar os 
recursos da própria comunidade; fortalecer os vínculos comunitários e estimular o 
protagonismo social. 
O trabalho com “redes sociais” envolve a cooperação mútua entre diversos atores 
sociais, em torno de um objetivo comum ou pode reunir pessoas que aceitam colaborar para 
a solução de um problema de um indivíduo ou família. Após a definição de um problema a 
ser trabalhado com a participação da comunidade, moradores serão convidados para 
compor a rede, a partir de seu envolvimento inicial com o problema ou com as pessoas nele 
implicadas. Um “mapa de rede”, mostrando os participantes e suas relações, será traçado 
para orientar o convite e acompanhar a participação de cada membro. Um primeiro encontro 
apresenta o problema, os participantes e promove a discussão dos objetivos, metas, ações 
e contribuições de cada participante. Os encontros de toda a rede são periódicos, mas os 
participantes podem encontrar-se, em grupos menores, nos intervalos para dialogar ou atuar 
 31
juntos diante de seus objetivos. A rede deve indicar seus coordenadores para o período 
combinado e eleger metas para o período. O apoio técnico se dará na mobilização e 
constituição, materiais, palestras etc. 
 
Atividade lúdica para famílias com presença de criança com deficiência (nos 
domicílios e, ou outras) 
 Atividades lúdicas realizadas nos domicílios com crianças com deficiência, visando o 
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e o estímulo à brincadeira como forma 
de aprendizagem e de interação com a criança8. Desenvolvimento de atividades coletivas 
que estimulem o convívio entre estas famílias e com as demais, favorecendo o acolhimento 
e a inclusão das mesmas nos serviços sociais do território. 
Produção de material 
Para capacitação e inserção produtiva, para oficinas lúdicas e para campanhas 
socioeducativas, tais como vídeos, brinquedos, materiais pedagógicos e outros destinados 
aos serviços socioassistenciais. 
Deslocamento da equipe 
Para atendimento de famílias em áreas de dispersão populacional, em territórios 
extensos, em comunidades quilombolas, indígenas, em calhas de rios e zonas rurais. 
 
3.2. Ações desenvolvidas de modo complementar e no território de abrangência do 
CRAS 
O Piso Básico Fixo poderá financiar, de modo complementar9 e 
exclusivamente no território de abrangência do CRAS, a rede socioassistencial para 
desenvolvimento das seguintes ações, voltadas a indivíduos e membros vulneráveis 
das famílias referenciadas: 
��Grupos de convivência e sociabilidade geracionais e intergeracionais, para 
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. 
��Atividades lúdicas para crianças de 0 (zero) a 6 (seis) anos, que visam o 
fortalecimento de laços familiares e a interação entre a criança e os demais 
membros das famílias e da comunidade. 
 
8
 O desenvolvimento destas atividades requer a utilização de instrumentos adequados a metodologias participativas e 
dialógicas. 
 
9
 Os serviços de convívio e socioeducativo para grupos de crianças, adolescentes, jovens e idosos ou de capacitação e 
inserção produtiva poderão ser ofertados também no CRAS, desde que haja espaço, mobiliário e profissionais disponíveis para 
o desenvolvimento das atividades ofertadas. 
 32
�� Implementação das ações de capacitação e inserção produtiva. 
��Ações complementares de promoção da inclusão produtiva para beneficiários 
do Programa Bolsa Família-PBF e do Benefício de Prestação Continuada-
BPC. 
 
Grupos de convivência e sociabilidade geracionais e intergeracionais, para 
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos 
Os serviços de convívio social e socioeducativos buscam a restauração e o 
desenvolvimento de vínculos sociais em grupos de convívio geracional ou 
intergeracional, em grupos territoriais, em grupos de interesses comuns ou de vivências 
de contingênciasde vitimizações. 
A segurança de convívio/convivialidade que orienta a proteção social da 
Assistência Social busca fazer transitar a atenção, de situações de âmbito pessoal para 
o social, fortalecendo a malha social, a cidadania e rompendo com apartações, 
discriminações, estigmas e desfiliações. O isolamento, a vida fragmentada, a solidão, o 
abandono são expressões de vulnerabilidade no âmbito das relações humanas e sociais. 
O esgarçamento do tecido social leva a anomia, a desfiliação, à apartação e à exclusão 
social, o que traz os riscos de violência e de agravos conviviais, dentre eles, o 
desrespeito: ao reconhecimento social, ao fortalecimento de auto-estima, à 
representação e ao protagonismo social. 
Instalações e funcionamento 
 Os núcleos de convívio e de trabalho socioeducativo devem: 
- ser instalados em prédios públicos, ou em espaços de organizações de 
assistência social vinculadas ao SUAS10. 
- funcionar diariamente de 2ª a 6ª feira, em meio período ou, excepcionalmente, 
em período integral. 
Freqüência 
A freqüência dos usuários aos núcleos de convívio pode variar, de acordo com o 
momento do ciclo de vida e a condição pessoal e social. A freqüência pode ser: 
- diária em meio período; 
 
10
 Só poderão ser ofertados esses serviços e projetos, no espaço físico do CRAS, se o espaço físico for compatível. Além 
disso, devem-se prever profissionais que possam desenvolver adequadamente estas ações e serviços, garantida a oferta das 
ações e serviços previstos no PAIF. 
 
 33
- em dias alternados da semana, em meio período ou excepcionalmente em 
período integral; 
- uma vez por semana. 
Metodologias 
Os núcleos de convívio e socioeducativos podem ser operados sob diversas 
metodologias sócio-pedagógicas atendidas as características etárias dos usuários e o 
padrão de freqüência à atividade. 
1 - A perspectiva do trabalho socioeducativo desenvolvido nesses núcleos visa, 
ao mesmo tempo, desenvolver habilidades pessoais, formas de expressão, ludicidade, 
identificação de situações comuns para soluções coletivas, exercício de cidadania, 
sociabilidades, pertencimento, empoderamento. 
2 - O trabalho técnico-operativo, apoiado em metodologias específicas, pode 
contar com oficineiros de artes e artesanato, de ludicidade, música, expressão corporal, 
contadores de histórias, entre outros. Enfim, um acervo de possibilidades que 
fortaleçam laços sociais, capacidades de enfrentamento de situações adversas, 
conhecimento e defesa dos direitos de cidadania, capacidade de argumentação e de 
fazer valer opiniões, construção de condições de autonomia pessoais e grupais e defesa 
de interesses comuns e públicos. 
3 - Os núcleos socioeducativos devem oferecer a garantia de convívio, com 
oportunidades e ações para o enfrentamento das condições de vida, o fortalecimento de 
laços de pertencimento, a construção de projetos pessoais e sociais e o 
desenvolvimento da cultura da solidariedade e da equidade. 
Atenções 
Os serviços socioeducativos deverão oferecer as seguintes atenções: 
- desenvolvimento de atividades orientadas para o fortalecimento de vínculos 
familiares, sociorelacionais e societários, através de trabalho pautado pelas 
necessidades, expectativas e desejos das pessoas, pelo compartilhamento de 
histórias e pelo reconhecimento da realidade vivida; 
- desenvolvimento de atividades socioeducativas com grupos especiais para o 
restauro de danos decorrentes da presença de estigmas, discriminações, 
vitimizações e a promoção do acesso e defesa de direitos. atividades lúdicas, 
esportivas, culturais – geracionais e intergeracionais – de modo a desenvolver ações 
socializadoras, a partir de interesse ou demanda; 
 34
- acesso a oportunidades e vivências culturais ofertadas por outras esferas: 
espetáculos, atividades esportivas, acervo de produções do patrimônio arquitetônico, 
histórico e cultural; 
- desenvolvimento de atividades orientadas para a aquisição de conhecimentos e 
habilidades que facilitem o ingresso/reinserção no mundo do trabalho e para 
atividades individuais e grupais de geração de renda; 
- inclusão da pessoa com deficiência nos grupos. 
 
O serviço socioeducativo, por ciclo de vida, oferece 
 
��Às crianças, adolescentes e jovens 
Garantir o reconhecimento da condição peculiar de desenvolvimento de crianças, 
adolescentes e jovens, considerando as dimensões histórico, social e cultural de cada 
faixa etária. As crianças, os adolescentes e os jovens são sujeitos de direitos e com 
características próprias. Devem ser garantidos o respeito aos processos de 
desenvolvimento, de socialização, as possibilidades de trocas culturais diversas, 
conforme características particulares de cada grupo e formação cultural, considerando 
suas capacidades para produzir conhecimento e cultura. Os profissionais responsáveis 
pelas crianças, adolescentes e jovens devem estar sensíveis a aspectos 
comportamentais que possam constituir indicativos de possível violação e/ou 
comprometimento da integridade física e/ou psicológica dos mesmos. 
Devem ser oferecidos espaços e profissionais, responsáveis pelas crianças e 
adolescentes, durante o período de permanência nas atividades, de forma a favorecer o 
desenvolvimento de relações de afetividade, a sociabilidade e a convivência em grupo e 
intergeracional; o acesso a conhecimentos e a possibilidades de construção crítica do 
seu próprio conhecimento; o reconhecimento, o apoio e a oportunidade de troca entre as 
diversas realidades por meio de atividades lúdicas e a viabilização do acesso às diversas 
manifestações culturais e esportivas. 
 
crianças de 0 a 6 anos 
A infância é a fase inicial da vida e um período próprio vivido pela criança. 
Esta deve ser percebida como um ser ativo e como agente do seu próprio 
desenvolvimento, mas que precisa da mediação e estimulação dos adultos para agir 
sobre o meio e para conhecer o mundo e acumular experiências pessoais. A 
 35
incidência de famílias vivendo abaixo da linha de pobreza é maior entre famílias com 
presença de crianças pequenas do que nas famílias em geral. Além da pobreza, há 
outras variáveis que indicam a possibilidade de a família se encontrar em situação de 
vulnerabilidade social. 
O serviço socioeducativo voltado para a criança deve necessariamente 
envolver a família ou um representante. Tem como objetivos: fortalecer vínculos 
familiares e atuar de forma preventiva às situações de negligência e de violência. É 
importante que as famílias conheçam os direitos da criança e seus próprios, assim 
como os deveres. O desenvolvimento infantil e as necessidades de estimulação 
nessa fase da vida são temas a serem debatidos, tendo como fundamento a 
importância do brincar nesta fase da vida, além de debater a importância da escuta 
e da participação nas atividades infantis por parte dos adultos com o objetivo de 
descobrir múltiplas estratégias de atender, acolher, estimular, apoiar e educar as 
crianças, cuidando e protegendo-as. 
Ao se estruturar o serviço, ou a atividade, deve-se prever espaços 
compatíveis com o desenvolvimento de ações orientadas pelas necessidades 
infantis, com a atenção voltada para as atividades ora espontâneas, ora dirigidas, 
tendo o brincar como o foco principal, envolvendo a família nestas atividades. 
 
crianças e adolescentes de 7 a 14 anos 
 
Esta fase é marcada pela obrigatoriedade da entrada da criança no ambiente 
educacional. Isso representa uma transformação na vida de crianças e adolescentes, 
porém não se deve perder de vista que o lúdico perpassa este período de vida, 
devendo ser privilegiado nas atividades propostas. Esta fase caracteriza-se por 
maior autonomia, os grupos de relacionamentos tornam-se mais permanentes e se 
ampliam, inserindo-seem diferentes espaços. Nessa fase revelam-se habilidades e 
talentos que, identificados e orientados, podem ser potencializados. 
Devem ser oferecidas atividades que promovam o desenvolvimento de 
relações de afetividade, sociabilidade, convivência em grupo, acesso a 
conhecimentos e experimentação, além de atividades direcionadas ao esporte, lazer 
e expressão de manifestações culturais. 
Deve-se propiciar ambientes que possibilitem diálogos sobre temas sugeridos 
pelas próprias crianças e adolescentes, assim como sobre temas mais específicos 
que começam a ser despertados nessa faixa etária (sexualidade, meio ambiente, 
diversidade cultural, crenças etc). Os espaços devem possibilitar a ampliação de 
trocas culturais, de convivência intergeracional e o acesso à tecnologia. 
 36
Os profissionais responsáveis pelas crianças e adolescentes devem respeitar 
os aspectos das individualidades humanas, valorizar a autonomia e a inserção social 
e sugerir atividades que estimulem, desenvolvam e formem o senso de 
responsabilidade, de coletividade e de participação na vida pública do território. 
 
jovens de 15 a 24 anos 
Desenvolver atividades direcionadas ao exercício pleno da cidadania a partir 
das diretrizes apontadas para a Política de Atenção à Juventude: o protagonismo 
juvenil e formação para a cidadania; a centralidade na família; a integração entre as 
várias áreas de políticas públicas (Educação, Cultura, Esporte, Assistência Social, 
Trabalho, Justiça e Saúde); a participação e integração com a sociedade e a 
promoção da inclusão social na escola, nos equipamentos de cultura, lazer e 
desporto e no mundo do trabalho. As atividades devem favorecer a participação na 
vida pública do território e o reconhecimento do mundo do trabalho como um direito 
de cidadania 
 
 Esse período pode ser subdividido em dois ciclos: 
 
Aos jovens entre 15 e 17 anos, devem ser oferecidas atividades que propiciem o 
desenvolvimento pessoal, social e comunitário, a ampliação de trocas culturais e 
intergeracionais e o acesso à tecnologia, estabelecendo compromisso do jovem quanto à 
sua permanência no sistema de ensino. Devem ser desenvolvidas atividades 
direcionadas ao protagonismo no território, ou seja, participação social que contribua 
para o fortalecimento das relações no território e ao reconhecimento do trabalho como 
um direito de cidadania, por meio de experimentação. 
 
O ciclo compreendido de 18 a 24 anos, caracterizado pela maioridade civil, além 
de atividades direcionadas ao protagonismo no território a programação deve incluir a 
educação para o trabalho, voltada para jovens e adultos, que possibilite a ampliação de 
trocas culturais, o acesso à tecnologia e a formação em competências específicas 
básicas e uma efetiva integração entre os programas e projetos voltados para 
capacitação e integração no mercado de trabalho e emprego. 
 
 
 37
��Aos idosos 
Oferecer espaços de convívio, com a garantia de acessibilidade, e o objetivo de 
promoção de autoconhecimento quanto à condição de vida, a relação familiar e de 
vizinhança, favorecendo um processo de envelhecimento ativo e saudável, a motivação 
para novos projetos de vida e a prevenção ao isolamento e ao asilamento; Suas 
atividades devem incluir o conhecimento, promoção e defesa de direitos, conhecimento 
de experiências de vida, desenvolvimento de projetos intergeracionais que valorizem 
conhecimentos e experiências e potencialidades para o exercício do protagonismo 
social. 
 
As atenções à pessoa com deficiência devem incluir: 
- trabalho social com a família da pessoa com deficiência para 
fortalecimento da autonomia, dos vínculos familiares e mudança de 
paradigma do atendimento, rompendo com a lógica da 
institucionalização. 
- projetos integrados com a política de saúde e educação, que envolvam 
as famílias e a comunidade em ações preventivas. 
- Ações e procedimentos por intermédio dos quais se possam: 
- a) Criar situações em que famílias expressem suas dúvidas e conflitos 
construindo soluções para os problemas; 
- b) Conscientizar e mobilizar a comunidade para a defesa de direitos da 
pessoa com deficiência; 
- c) Informar as famílias sobre as estratégias para o desenvolvimento das 
competências da pessoa com deficiência, destacando o papel 
fundamental dos familiares e da comunidade no processo de 
reabilitação e inclusão social das pessoas com deficiência. 
 
Aquisições dos usuários 
- acesso a benefícios, serviços, programas e projetos socioassistenciais; 
- acesso à informação e aos serviços sociais públicos; 
- permanência na escola e maior aproveitamento escolar de crianças, 
adolescentes e jovens; 
- oportunidades de convívio e fortalecimento de laços sociais, familiares e 
societários; 
- fortalecimento de auto-estima; 
 38
- acesso a diversas manifestações artísticas e culturais; 
- reconhecimento de direitos e responsabilidades, da importância da 
intervenção na vida pública e acesso a oportunidades para o exercício do 
protagonismo e da cidadania; 
- desenvolvimento de potencialidades, ampliação do universo informacional e 
cultural e de competências específicas para a inserção no mundo do trabalho; 
- estímulo à construção de projetos pessoais e sociais e alcance de autonomia 
pessoal e social. 
- às pessoas com deficiência, para além das aquisições já mencionadas, são 
oportunizados: 1) o convívio com iguais da mesma faixa etária; 2) o acesso a 
brinquedos e brincadeiras que respeitem as diferenças; 3) o acesso a 
espaços físicos inclusivos e acolhedores. 
 
Implementação das ações de capacitação e inserção produtiva e Ações 
complementares de promoção da inclusão produtiva para beneficiários do Programa 
Bolsa Família-PBF e do Benefício de Prestação Continuada-BPC 
A vivência de uma experiência produtiva é entendida como uma estratégia para a 
organização de pessoas em uma prática comum e associada de produção em duas 
dimensões: 
a) Material - se concretiza na realização de estratégia de sobrevivência e na 
produção de parte dos próprios meios de vida; 
b) Socioeducativa - que se expressa no favorecimento à organização dos 
participantes, seja para a construção coletiva dos seus próprios mecanismos de 
sobrevivência, seja para terem garantidos os seus direitos humanos e sociais. 
 
Características das ações de capacitação e de inserção produtiva 
 
As ações de capacitação e de inserção produtiva possibilitam a garantia do 
convívio social, enquanto exercício de fortalecimento de vínculos, viabilizando a 
transição de pessoas/famílias e grupos da situação de vulnerabilidade e risco, para 
situação de autonomia e protagonismo na definição e consolidação de projeto de vida 
pessoal ou coletivo. Devem possibilitar ainda a melhoria da qualidade de vida, a 
preservação do meio ambiente e o exercício da cidadania. 
 39
Caracterizam-se como projetos de enfrentamento da pobreza conforme 
estabelecido no Art. 25, Inciso V da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS; 
compreendem o investimento econômico e social nos grupos populares, buscando 
subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade 
produtiva e de gestão, para melhoria de condições gerais de subsistência, elevação do 
padrão de qualidade de vida, preservação do meio ambiente e sua organização social. 
Consistem na provisão dos meios para a construção de autonomia, mediante 
articulações de ações intersetoriais que possibilitem a transferência de conhecimentos e 
tecnologias, apoio e estímulo a formas coletivas de produção e gestão. 
A implementação de serviços e o apoio a projetos dessa natureza representam 
uma etapa do processo da inclusão social. Seus beneficiários são pessoas e grupos que 
se encontram em situação de vulnerabilidade e risco, com perda

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