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Resumo crítico sobre o filme servidão moderna

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Faculdade Multivix- Vitória 
Curso de Odontologia 
Alunos: Anna Carolinna Costa Machado e Mayara Marvila Miranda
 
Resenha crítica
A SERVIDÃO MODERNA. 
Ano 2009. 
Quando chegamos a momentos complicados dentro da história, muitas vezes é necessário olhar para trás para tentar compreender o que ocorre no presente, dado que a história nunca é algo pronto, mas algo que vai sendo construído a partir das interrelações temporais. Desse modo, ao analisar a situação do trabalho no mundo antigo, podemos traçar paralelos importantes que nos ajudam a melhor entender o que ocorre na contemporaneidade.
No mundo antigo, mais precisamente, no mundo greco-romano, o trabalho não possuía as mesmas condições e status que possui hoje, em um mundo industrial (ou pós-industrial). Enquanto na nossa sociedade podemos dizer que o homem se faz no trabalho, nas sociedades supracitadas esse processo se dava de forma diametralmente oposta, uma vez que a realização do homem enquanto ser estava ligada à sua esfera de liberdade e, por conseguinte, ociosidade. Em outras palavras, o exercício da intelectualidade, das virtudes, do raciocínio e da cidadania estavam dissociadas completamente do trabalho, de tal maneira que para que uma parte pudesse gozar da sua “humanidade” nas cidades, outros tantos tinham que trabalhar, sobretudo, no campo.
Posto isso, percebemos que há um distanciamento enorme entre o exercício do trabalho e a esfera da liberdade, que é elemento imprescindível para que o homem possa gozar da sua condição humana. Como nos diz o historiador Perry Anderson: “O divórcio entre o trabalho material e a esfera da liberdade era tão rigorosa que os gregos não tinham uma palavra em sua língua nem mesmo para expressar o conceito de trabalho, tanto como conduta pessoal, quanto como função social. O trabalho na agricultura e o trabalho artesanal eram supostas ‘adaptações’ à natureza, e não transformações dela; eram formas de serviço”. Os próprios filósofos da antiguidade, como Platão, viam o trabalho como algo alheio a qualquer valor humano.
A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. A escolha do explorador quem deverão servir para que isso acontecesse, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Ficando assim o raciocino do quanto estranho é a modernidade da nossa época. O reverso dos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, o curta demonstra que estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, pessoas que são manipuláveis por todo tipo de veículos de comunicação, que traz o entretenimento para amenizar e maquiar a verdadeira face da realidade. Sendo ignorado o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. O curta traz as minorias que reagem a este estilo de vida inaceitável da exploração humana e de recursos naturais para fins de obtenção de capital. A mensagem do curta seria até que ponto estamos sendo manipulados, fingimos não ver o obvio, deixamos o lado humano social e mergulhamos no individualismo na cobiça por ascensão materialista nos tornando cegos diante de uma situação exploradora que o capitalismo selvagem traz, sendo as pessoas passivas diante desse.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comparato, Fábio Conder. A servidão moderna. Disponível em> https://www.cartacapital.com.br/politica/a-servidao-voluntaria Acesso em 09.04.2018
Etienne De La Boétie. Discurso da Servidão Voluntária. Tradução: Laymert Garcia dos Santos. Comentários: Claude Lefort. Pierre Clastres e Marilena Chauí. Editora Brasiliense. São Paulo, 1982.

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