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Crimes contra a liberdade pessoal III

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DISCIPLINA: Direito Penal III (turmas: 2005, 3001, 3003) 
PROFESSORA: Luciana Correa (email: lucianacsouza.adv@gmail.com) 
	CRIMES CONTRA LIBERDADE – PARTE III
	VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – Art. 150
	Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Para maioria da doutrina, este parágrafo foi revogado pela Lei 4. 898/65 (Abuso de Autoridade) , estatuto este superveniente e especial.
Aspectos Introdutórios
O dispositivo não visa proteger a posse ou propriedade, mas sim a liberdade privada e doméstica do indivíduo, punindo a sua ilegal perturbação. 
Conduta: Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.
Pune-se entrar ou permanecer em residência alheia contra a vontade do possuidor diretor. Deve ser praticada essa conduta de forma clandestina (oculta, sem o consentimento do morador), astuciosa (mediante emprego de fraude), ou contra a vontade expressa (manifestação certa e precisa, induvidosa) ou tácita (deduzida das circunstâncias) de quem de direito (dissentimento, proibição desobedecida).
Conceito de casa: coube à lei, no § 4° (conceito positivo) e no § 5o (conceito negativo), delimitar o conceito penal de "casa".
Pode ser considerado como “casa” qualquer compartimento habitável, ainda que em caráter eventual, independentemente da sua destinação, bem como suas dependências.
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": 
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição nº II do parágrafo anterior; 
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
2. Sujeitos do crime: Crime comum
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, inclusive o proprietário (locador), ao invadir a casa do inquilino (locatário) sem autorização deste (crime comum).
Sujeito passivo é o morador (não necessariamente o proprietário).
OBS: Na hipótese de habitação familiar, a colidência de decisões será resolvida pela prevalência da vontade dos pais, mesmo que o imóvel seja de propriedade do filho menor. No entanto, se a casa pertencer ao filho maior, a preferência é deste.
3. Elemento subjetivo: Dolo 
4. Consumação e tentativa
Trata-se de delito de mera conduta (não sendo necessária a previsão de resultado naturalístico).
Consumação: Consuma- se tão logo o agente entre completamente na casa (ou dependência) alheia, ou, quando ciente de que deve sair, fica no local por tempo maior que o permitido, desobedecendoa ordem de retirada. Na primeira hipótese, o crime é instantâneo, e, na segunda, permanente.
Tentativa: Admissível. Ex: haverá a tentativa quando o agente escala uma janela e é detido pelo policial que faz a ronda noturna.
5. Forma qualificada 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
6. Causas de exclusão do crime: Sabendo que nenhuma liberdade pública é absoluta, menciona o § 3° casos em que, apesar de típica, cessa a antijuridicidade da ação (entrada ou permanência lícita):
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: 
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; 
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. 
	INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO – ART.154 –A
	
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.
 
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. 
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. 
§ 4º Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. 
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: 
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 
Aspectos introdutórios
O art. 154-A do CP tipifica o comportamento do agente que invade dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. 
Por dispositivo informático entende-se qualquer aparelho (instrumento eletrônico) com capacidade de armazenar e processar automaticamente informações/programas (notebook, netbook, tablet, Ipad, Iphone, smartphone, etc.). É indiferente o fato de o dispositivo estar ou não conectado à rede interna ou externa de computadores (intranet ou internet).
Sujeitos do crime: crime comum
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de invasão de dispositivo informático, haja vista que o tipo penal em estudo não exige qualquer condição especial. Sujeito passivo é o proprietário (pessoa física ou jurídica) do dispositivo informático invadido, ou mesmo qualquer outra pessoa que nele tenha arquivados dados ou informações.
OBS: Causa De Aumento nos termos do § 5°, do art. 154-A, do Código Penal, a pena é aumentada de um terço à metade se o crime for praticado contra: 
(1) Presidente da República, governadores e prefeitos; 
(2) Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
(3) Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; 
(4) Dirigente máximo da administração direta e indireta, federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
3. Tipo objetivo
Conduta: Pune-se a invasão de dispositivo informático alheio, mediante violação indevida de mecanismo de segurança ou instalação de vulnerabilidades. SÃO DUAS CONDUTAS POSSÍVEIS:
na primeira, o agente vence os obstáculos de proteção do dispositivo (senha, chave se segurança, mecanismos de criptografia, assinatura digital, mecanismos de controle e acesso, mecanismos de certificação etc.) para obter, adulterar ou destruir dados ou informações, sem autorização do titular do dispositivo.Ex: O agente consegue entrar em um ipad e obter dados nele armazenados. Só configura esse crime se o dispositivo informático estiver protegido por mecanismo de segurança, se não tiver ou o agente, vítima, não acionou não será configurado o crime equívoco do legislador. 
 na segunda conduta, o agente instala no dispositivo vulnerabilidades – brechas no sistema computacional (conhecidas como "bugs" ou "worms") – para espalhar software malicioso que serve para atacar, degradar, impedir a utilização correta de um equipamento ou obter informações de forma encoberta, visando o agente conquistar vantagem ilícita.
ATENÇÃO: Nos termos do §1º na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput (obter, adulterar ou destruir dados ou informações, ou instalar vulnerabilidades) Produzir significa criar, gerar, fabricar; oferecer importa em ofertar, gratuita ou onerosamente; distribuir tem o sentido de partilhar, repartir; vender tem o significado de transferir (o dispositivo ou o programa de computador) mediante um preço determinado; difundir diz respeito a propagar, divulgar, espalhar.
Tipo subjetivo: Dolo. Não há modalidade culposa.
Atenção: o tipo prevê elementos subjetivos específicos, representados pelas expressões "com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações" e "para obter vantagem ilícita". 
Atenção: se o agente invade o computador da vítima para descobrir sua senha e subtrai valores de sua conta bancária, comete furto (mediante fraude), ficando a invasão absorvida (princípio da consunção).
Consumação e tentativa
Consumação: Crime formal. Consuma-se no momento em que o agente consegue, efetivamente, invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Portanto, a obtenção, adulteração ou destruição dos dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou a instalação de vulnerabilidades para a obtenção de vantagem ilícita são considerados como mero exaurimento do crime.
Tentativa: É possível. Como por exemplo, a hipótese em que o agente seja descoberto quando procurava invadir dispositivo informático alheio, durante suas tentativas de violar indevidamente o mecanismo de segurança, para os fins previstos no tipo penal em estudo.
Forma qualificada 
Quando a invasão resulta na obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas (como e-mail), segredos comerciais ou industriais (fórmulas, projetos etc.), informações sigilosas, assim definidas em lei (norma penal em branco). Quando a invasão resulta no controle remoto não autorizado do dispositivo. Aqui, o dispositivo informático do agente passa a se denominar guest (hóspede), e o da vítima host (hospedeiro). Essa figura qualificada ocorre quando, após a invasão, o agente instala um programa para acesso e controle remoto do dispositivo, sem a autorização da vítima.
Causas de aumento
Nos termos do §2º, aumenta-se a pena de 1/6 a 1/3 se da invasão resulta prejuízo econômico para a vítima recai sobre o caput e a forma equiparada.
E conforme o §4º que a pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se houver divulgação (propagação, tornar público ou notório), comercialização (atividade relacionada à intermediação ou venda) ou transmissão (transferência) a terceiros, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. recai sobre a forma qualificada.
Ação penal
A ação penal, em regra, é condicionada à representação da vítima, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos, hipóteses em que a ação será pública incondicionada.
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime e cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.

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