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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA AULA 3 Prof. Pedro Salanek 2 CONVERSA INICIAL Teremos dois assuntos de maior relevância nesta nossa terceira aula: a formação de custos e a formação dos preços. Quando falamos em custos, de forma geral, estamos falando do volume de gastos e desembolsos que realizamos, ou seja, quanto vamos precisar despender para funcionar e produzir como empresa. É muito comum usar a palavra custos para concentrar todos esses desembolsos, mas vale ressaltar que não necessariamente esse termo é o único que existe para identificar todos os gastos realizados, uma vez que podemos ter podemos ter desembolsos também como despesas e investimentos. Existem diferenças conceituais entre termos, que trataremos durante esta nossa aula. Outro termo sobre o qual falaremos muito a partir de agora é preço. Essa palavra representa o valor pelo qual um determinado produto ou serviço será vendido, por isso é comum encontrarmos com mais frequência o uso do termo preço de venda. Um aspecto inicial que já podemos citar é que o preço sempre é referente ao valor de venda de uma determinada porção, ou seja, de uma quantidade vendida. Quando descemos ao detalhe dessa unidade, determinamos por quanto será vendido. Como exemplo, podemos destacar algumas unidades muito comuns que encontramos no nosso dia a dia. Em um supermercado, por exemplo, é muito comum encontrarmos produtos sendo vendido em quilos ou litros e, assim, efetuamos as compras e pagamos os preços referentes a esses volumes. Convencionou-se recentemente a menção do preço do produto e o seu equivalente em quilos ou litros para o consumidor efetuar a comparação entre diferentes marcas. Em outras ocasiões, encontramos relações de venda utilizando-se de unidades como dúzias, lotes ou algum outro tipo de volume (metro quadrado ou metro cúbico, por exemplo), mas é importante observarmos que sempre teremos obrigatoriamente a relação com uma determinada quantidade. Na prestação de serviços também se busca uma referência e a mais comum que encontramos é a unidade hora. Você presta um serviço por hora e passa a ser remunerado por esse fator. Encontramos também a relação com consulta (muito usada por profissionais da área de saúde). Nesse caso, independentemente do tempo, a unidade de remuneração será a consulta. Vale ressaltar que esses fatores, por serem intangíveis, preocupam muito os 3 prestadores de serviços e seus clientes. Imaginemos contratar um profissional por hora e o trabalho que ele se dispõe a realizar comece a demorar mais do que o esperado. Começamos a ter a sensação de que ele está demorando mais do que o necessário, certo? Passamos a ter a impressão de que ele estaria ampliando o tempo para ganhar mais. Diante dessas situações, é muito comum a pessoa ser contratada por serviço ou projeto a ser realizado, ou, para usar outro termo comumente usado nas negociações, a contratação é efetuada por empreitada. Nesse caso, também teremos uma unidade, que é o trabalho contratado através dessa empreitada. Para encerramos esse bate-papo inicial, é muito comum encontramos, nos livros de finanças, o termo formação de preços, porém, na prática, falamos muito mais em formação de custos. Isso ocorre pelo fato de que cada vez mais as empresas possuem menos poder de formação de preços (salvo em mercados de pouca concorrência). Atualmente, o preço é muito mais definido pelo próprio mercado (que cuida naturalmente de sua formação), restando para a empresa formar um custo para que ela ainda consiga ser competitiva. CONTEXTUALIZANDO Gestores empresariais geralmente comentam que o mercado consumidor está cada vez mais exigente. Isso é um fato que a maioria deles confirma quando busca viabilizar seus negócios. O ambiente competitivo em que a organização atua, as mudanças no sistema de desenvolvimento de produtos/serviços e a introdução de novas tecnologias conduzem, cada vez mais, as empresas a responderem de forma rápida aos apelos e às necessidades do seu mercado de atuação. Esses fatores contemplam a necessidade pela busca de aumento de produtividade, bem como pela redução de custos na gestão de seus negócios. Dessa forma, os métodos de controle de custos são considerados fontes gerenciais de extrema importância para a tomada de decisões, para a obtenção de lucros e para o alcance dos objetivos previamente traçados. Diante de toda a abordagem a respeito de custos e de preços na nossa conversa inicial e no contexto acima descrito, gostaria de questioná-lo sobre como equilibrar essas duas variáveis tão relevantes na gestão financeira. O que você observaria, para viabilizar a produção e a venda de um produto ou serviço, na relação entre todos os gastos (custos) e o preço de venda? 4 Não esqueça de considerar, nessa sua abordagem, que atualmente as empresas trabalham muito mais na formação dos custos do que pela formação de preços! TEMA 1 – GESTÃO DE CUSTOS 1.1 O custo como fator competitivo Sem dúvida, os custos possuem uma grande relevância na gestão financeira dos negócios. É tão importante que, quando as instituições de ensino estão elaborando seus cursos de gestão (como este nosso de Gestão Comercial) e distribuindo os respectivos conteúdos ao longo do processo de formação, geralmente se cria uma disciplina específica para tratar do fator custos. Como essa nossa disciplina é voltada para um conteúdo mais abrangente de finanças e orçamento, trataremos nesta aula de forma mais detalhada dos custos. Recomendo para quem quer aprofundar esse conteúdo que busque novos aprendizados e até se especialize nessa área, visto que existem muitas oportunidades no mercado de trabalho para gestores de custos. Retomando agora a importância da gestão de custos, é fundamental destacarmos a boa gestão dessa variável. O gestor financeiro precisa perceber que a variável que compõe o preço que ele possui o maior poder de gestão é no custo. Ele precisa ser criativo e competente para gerir os custos de forma que consiga combinar qualidade, produtividade e viabilidade comercial. Para Martins (1998, p. 66), os custos possuem uma importância considerável na relação gestão e integração: A expressão “Gestão Estratégica de Custos” vem sendo utilizada nos últimos tempos para designar a integração que deve haver entre o processo de gestão de custos e o processo de gestão da empresa. Entende-se que essa integração é necessária para que as empresas possam sobreviver em um ambiente de negócios crescentemente globalizado e competitivo. Em outra publicação minha sobre gestão de custo já destaquei o seguinte: É importante ressaltar que nem sempre um negócio será inviabilizado porque teve uma baixa receita de vendas, muitas vezes o problema está no alto volume de desembolsos, ou seja, dos gastos de forma geral. A empresa pode ter sido competente na gestão comercial (vendas), porém não foi tão competente em controlar bem os pagamentos podendo acabar gerando prejuízos (Salanek Filho, 2012). 5 Luz (2015), na etapa da sua publicação que faz destaque a planejamento e orçamento, menciona que as empresas devem elaborar orçamentos específicos que vão compor o orçamento geral. Entre eles devem ser elaborados os orçamentos de: a. custos de produção; b. custos indiretos de fabricação; c. despesas de vendas e administrativas; e d. orçamento de investimentos. Para Cruz (2012, p. 25), “o entendimento das abordagens de custos está diretamente relacionado à compressão da gestão e da operação dos gastos da empresa, que, por meio de suas atividades, procura espaço em meio às necessidades de nossa sociedade”.Saiba mais GONÇALVES, Y. A importância da gestão de custos. Comunidade ADM, 24 abr. 2012. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-da- gestao-de-custos/63090/>. Acesso em: 16 set. 2017. O aumento da concorrência que vem acontecendo em quase todos os tipos de negócio está levando as empresas a trabalharem, a cada dia, com uma menor margem de lucro e uma melhor gestão de seus custos. A maior liberdade nos preços e a crescente diversificação de produtos e serviços têm sido fatores que contribuíram para este novo cenário. Para Theiss e Krieck (2005, p. 51), “o cálculo do custo representa uma etapa importante no processo, sendo a primeira a ser requerida. Corresponde à obtenção de todos os elementos que integram, ou melhor, formam o produto ou serviço.” Em períodos de altos percentuais de inflação (no Brasil, principalmente até o início da década de 90), o empresário calculava todos os seus custos e aplicava uma margem de lucro satisfatória para determinar o preço. Para Theiss e Krieck (2005, p. 25), “nesta modalidade o custo era assimilado, o lucro era arbitrado e o preço imposto de forma unilateral”. Tivemos um período de ajustes e adaptações das empresas e buscou-se a viabilidade pela diferença de geração de lucratividade entre o preço de venda e os gastos. Nesse período intermediário buscou-se a continuidade nessa equação: PREÇO – GASTOS TOTAIS = LUCRO. Theiss e Krieck (2005, p. 25) ainda destacam que “a concorrência passou a exigir uma nova postura, o produto passou a melhorar, ficar mais barato e ter mais respeito. O lucro passou a ser imprevisível.” 6 Nos períodos atuais, quem determina o preço não é mais o empresário! O próprio mercado, na sua relação entre oferta e demanda, vai ajustando o preço e limitando as margens de lucro. Para Salanek Filho (2012, p. 44): Atualmente o processo se inverteu e o preço passou a ser determinado pelo mercado, hoje o gestor financeiro que não perceber que é o cliente que influência no preço, está em grandes riscos no seu negócio. Desta forma o lucro, que antes era calculado pelo gestor (onde era possível colocar a margem que queria), passou a ser a diferença entre o preço aceito pelo mercado e o total dos custos e despesas. A mudança é significativa, pois, enquanto no modelo anterior o preço era função de uma planificação interna, propiciando meros repasses, no modelo atual o preço é arbitrado pelo mercado. Para Salanek Filho (2012, p. 45): Neste novo modelo é levado em conta o poder aquisitivo, valor do dinheiro, qualidade, alternativas de escolha e a utilidade do produto e/ou serviço. Na gestão financeira da empresa, isso significa repensar métodos de trabalho e gestão, planejando com base na variável externa, ou seja, de fora para dentro, buscando seu retorno via produtividade, redução de custos, eficiência, qualidade, o que significa repensar a empresa estrategicamente quanto aos métodos de gestão financeira. Atualmente as empresas atuam com a seguinte formulação: GASTOS TOTAIS = PREÇO – LUCRO. Para Theiss e Krieck (2005, p. 26), “... o desafio de operar com o custo adequado. O custo, que era a variável dominante, passou a ser variável dependente”. Na tabela 1, temos um pouco mais detalhada essa questão dos ajustes de formação de custos, preços e margens de lucratividade. Tabela 1 – Formação do preço de venda no brasil Início da década de 90 Período do Plano Real Final da década de 90 Período Inflacionário Período Intermediário Período de Estabilização Custo + Despesas + Impostos + Lucro = PREÇO PREÇO - Custos - Despesas - Impostos = Lucro PREÇO - Impostos - Lucro = Custos + Despesas Fonte: Elaborado com base em Theiss e Krieck (2005, p. 25 e 26). 7 Saiba mais THEISS, J. R.; KRIEK, M. Custos e preços sugeridos de venda: serviços, varejo e indústria. Blumenau: Odorizzi, 2005 TEMA 2 – TIPOS DE CUSTOS 2.1 Distribuição de custos Os custos são distribuídos conforme a sua natureza (padronização de contas), função (identificação do custo para determinada atividade), contabilização (patrimonial ou de resultados), apuração (diretos ou indiretos) e formação (fixos e variáveis). Dessa forma, os custos classificam-se em diretos e indiretos, sendo os diretos aqueles apropriados diretamente aos produtos/serviços através de uma medida de consumo. Já os custos indiretos são os que não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, na maioria dos casos). Os custos também podem ser classificados em fixos e variáveis. Os primeiros existem independentes do aumento ou diminuição do volume elaborado de produtos/serviços. Os segundos referem-se àqueles que variam de acordo com a quantidade produzida em um período de tempo. Esses termos ainda serão mais detalhados e exemplificados, oportunamente, nesta nossa aula. Vale ressaltar também que existem conceitos entre os termos utilizados para diferenciar os desembolsos que normalmente ocorrem em uma empresa. Os autores Theiss e Krieck (2005, p. 13-15) descrevem algumas dessas diferenças entre conceitos. Custo: são valores correspondentes aos elementos necessários à composição de um produto ou serviço. Despesa: são representados por diversos elementos, que embora não integram o valor final do produto, são necessários para ser colocado à disposição dos clientes. Investimento: associado a aplicação de recursos. São desembolsos não consumidos diretamente no processo e não representam despesas. 8 Gastos: Valores desembolsados relativos a compromissos futuros e representativos de custos, despesas ou investimentos. Vídeos Sobre as diferenças entre investimentos, custos e despesas: 1. CUSTOS, despesas e perdas: qual a diferença? Granatum, 27 jun. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zEza12vQME8&list=PLPe9 OdJ1CTvydRFISKM0vdPVO7QzsKwU4>. Acesso em: 16 set. 2017. 2. RODRIGUES, E. Qual a diferença entre custos e despesas? NF-e Protect, 29 jun. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=m_efvxYrGFc>. Acesso em: 16 set. 2017. 3. FRACAROLI, N. Gastos, custos e despesas. Fabricando resultados, 24 ago. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7_U4FNJRaIo>. Acesso em: 16 set. 2017. 2.2 Custos diretos e indiretos Os custos diretos de um bem ou serviço não estão sujeitos ao rateio e podem ser mensurados diretamente no produto ou serviço. Já o custo indireto não pode ser observado diretamente ao produto e serviço e necessita de algum critério de alocação ou rateio (Cruz, 2012). Zanluca [s/d] apresenta de forma bem detalhada alguns fatores relevantes sobre o custo direto: É aquele que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada tipo de obra a ser custeado, no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele que pode ser atribuído (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado. Ou ainda, são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Os custos diretos têm a propriedade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Os custos são qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente considerados. Os CUSTOS DIRETOS constituem todos aqueles elementos de custo individualizáveis com respeito ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a produção dos mesmos, mantendouma correspondência proporcional. Um mero ato de medição é necessário para determinar estes custos. Zanluca [s/d] trata sobre o custo indireto através do seguinte texto: 9 Indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critérios predeterminados e vinculados a causas correlatas, como mão de obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc. Atribui-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou função por meio de critérios de rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Ou ainda, pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos produtos por algum critério de rateio. De forma resumida, podemos conceituar da seguinte forma então essas duas classificações de custos: Custos diretos: custos relacionados diretamente ao produto/serviço. Normalmente fazem parte da composição desse produto/serviço. Custos Indiretos: custos que não são relacionados diretamente ao produto/serviço. Vídeo Assista a esse vídeo sobre custos diretos e indiretos: “Classificação de custos em diretos e indiretos” 1 fev. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BNZ9cOcb5n8>. 2.2 Custos variáveis e fixos Os custos fixos são gastos voltados à produção de um bem ou serviço que não se alteram com a quantidade produzida, ou seja, independem dos volumes de produção. Os custos variáveis já se alteram com o volume produzido e ocorrem apenas nos casos de evento operacional. (Cruz, 2012) Zanluca (2017) apresenta, no Portal da Contabilidade, os conceitos de custos fixos e variáveis: Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção. Independem, portanto, do nível de atividade, conhecidos também como custo de estrutura. [...] custos [...] variáveis são aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período. 10 Também de forma resumida, quanto à sua formação e aos seus volumes, os custos dividem-se em: Custos variáveis: custos que se alteram com as quantidades de produtos/serviços produzidos, ou seja, são os custos de produção. O custo variável é o valor gasto diretamente com os produtos/serviços que a empresa comercializa. Custos fixos: Quanto temos os custos fixos, dizemos que temos os custos de estrutura, que não se alteram com as quantidades de produtos ou serviços produzidos. São determinados para funcionamento da empresa e não possuem relação direta com o total dos valores das vendas. Vídeo Assista ao vídeo “Como classificar custos e despesas em fixos ou variáveis, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lRutsY8c_Jk>. TEMA 3 – CUSTOS VERSUS PROCESSOS E CRITÉRIOS DE RATEIO 3.1 Critérios de rateio De certa forma, já mencionamos o rateio nos temas anteriores desta nossa terceira aula, mas vamos agora aprofundar um pouco mais. Para deixarmos bem claro, os custos que não podem ser apropriados diretamente a cada tipo de produto ou serviço, no momento de sua ocorrência, são denominados de custos fixos e/ou indiretos. Estes custos são distribuídos por algum critério de rateio. O rateio é um critério de distribuição adequada pelo volume consumido por uma determinada área, considerando um gasto geral que precisa ser distribuído. É necessário fazer o rateio quando não ocorre o direcionamento do gasto diretamente para uma área, produto ou centro de custo. Podemos definir também o rateio como uma divisão realizada de forma proporcional em cada área, com o objetivo de apurar o custo total (fixo e variável). Deve-se observar também, para o critério de rateio, se as áreas que receberão os respectivos custos possuem efetivamente uso e correlação com eles. 11 Questiona-se sempre se o critério de rateio é justo. Geralmente são arbitrados e nem sempre representam a realidade de consumo das áreas envolvidas. É muito comum ocorrer a definição de um critério de rateio, em um determinado período, e deixá-lo estático por muito tempo, como se os processos de consumo de cada área também permanecessem estáticos. Áreas que se sentem prejudicadas geralmente reclamam dos critérios de rateio estabelecidos anteriormente. A base mais comum para distribuição de um custo fixo é a quantidade. Nessa linha o custo fixo é distribuído, ponderadamente, para a área ou para o produto que teve o maior volume de produção. Outra forma é distribuir pelo maior volume de custos variáveis. Dessa forma, o produto que gastou mais em custos variáveis também absorverá um maior volume de custos fixos. Normalmente quando estabelecemos critérios de rateio de custos e despesas fixas, denominamos esses critérios de aplicação de rateio de direcionadores. Vamos agora para um exemplo de uma pequena empresa industrial que fabrica três produtos distintos, os quais possuem volume produzidos também diferentes, o que nos leva automaticamente à ideia de que o volume de custos fixos que serão direcionados, obviamente, será diferentes para cada produto, certo? Vamos então considerar que, além dos custos diretos que já estão apontados para cada tipo de produto, a empresa precisa efetuar o rateio de R$ 300.000,00 de custos e despesas fixas. Para o critério X, os custos fixos serão rateados pelo volume de unidades produzidas. Para o critério Y, os custos fixos serão rateados pelo volume de custos diretos. Observe a aplicação dos critérios de rateio demonstrados nas tabelas abaixo: Tabela 3 – Critério de rateio pelo volume de unidades produzidas Produto A B C TOTAL Quantidades 90.000 80.000 70.000 240.000 Custo Direto R$ 340.000,00 R$ 250.000,00 R$ 210.000,00 R$ 800.000,00 Critério X R$ 112.500,00 R$ 100.000,00 R$ 87.500,00 R$ 300.000,00 Custo total R$ 452.500,00 R$ 350.000,00 R$ 297.500,00 R$ 1.100.000,00 Custo Unitário R$ 5,03 R$ 4,38 R$ 4,25 12 Tabela 4 – Critério de rateio pelo volume de custos diretos Produto A B C TOTAL Quantidades 90.000 80.000 70.000 240.000 Custo Direto R$ 340.000,00 R$ 250.000,00 R$ 210.000,00 R$ 800.000,00 Critério Y R$ 127.500,00 R$ 93.750,00 R$ 78.750,00 R$ 300.000,00 Custo total R$ 467.500,00 R$ 343.750,00 R$ 288.750,00 R$ 1.100.000,00 Custo Unitário R$ 5,19 R$ 4,30 R$ 4,13 Podemos observar que, pelo primeiro critério de rateio, o custo total do produto A foi de R$ 452.500,00 e o custo unitário total ficou em R$ 5,03. No segundo modelo de rateio, o custo total aumentou para R$ 467.500,00 e o custo unitário ficou em R$ 5,19. Para o produto B, aplicando o primeiro modelo de rateio, o custo total foi de R$ 350.000,00 e o custo unitário fechou em R$ 4,38. Para a segunda opção de critério de rateio, o custo total diminuiu para R$ 343.750,00 e o unitário baixou para R$ 4,30. Finalmente, para o produto C, o custo total foi de R$ 297.500,00 e de R$ 4,25 quando aplicado o primeiro modelo de rateio. Para a segunda forma de avaliação, o produto C ficou com um custo total de R$ 288.750,00 e o custo unitário de R$ 4,13. Fica evidente por essesmodelos de rateio, que dependendo o critério adota os produtos apresentaram valores totais e unitários diferentes. Resta ao gestor financeiro adotar o critério mais justo e adequado para o negócio como um todo. Saiba mais ALMEIDA, C. C. de. Como fazer o rateio de forma simples e rápida. BGE – Blog da Gestão Empresarial, 23 jul. 2015. Disponível em: <http://blogdagestaoempresarial.blogspot.com.br/2015/07/custos-como-fazer-o- rateio-de-forma.html>. Acesso em: 17 set. 2017. 3.2 Custos e processos Atualmente muito se discute a relação entre custos e processos. Acredita- se que, para a redução dos custos, é necessário a avaliação adequada dos 13 processos que envolvem valores. Dessa forma, para se reduzirem custos, será necessário ocorrer melhorias nos processos da empresa. Para Dubois, Kulpa e Souza (2006, p. 159), “não são os serviços ou os produtos que consomem recurso, mas sim os recursos são absorvidos pelas atividades e consequentemente estas são consumidas pelos serviços ou produtos”. Nessa mesma linha, Santos (2009, p. 45) destaca o seguinte: “os produtos não consomem recursos. Os produtos consomem processos e os processos consomem recursos. Portanto o que geram custos não são os produtos e sim os processos”. Diante a abordagem destes dois autores, é possível perceber que a gestão de custos precisa considerar também o fator “processo” e tudo que envolve a sua gestão. Nessa linha, o critério de avaliação dos custos passa a ser visto pelo custeio por atividade ou também denominado de custeio ABC (Custeio baseado em atividades). Saiba mais SISTEMA de custeio ABC. Perítia Econômica, 17 fev. 2015. Disponível em: <http://peritiaeconomica.com.br/sistema-de-custeio-abc/>. Acesso em: 17 set. 2017. Outra questão importante nos processos e na relação com os custos diz respeito à redução de desperdícios. Se não observarmos os processos, não conseguiremos identificar onde estamos tendo custos que não conseguimos controlar, também chamados de custos invisíveis (aqueles que não agregam valor). Saiba mais Assista ao vídeo “Gestão estratégica de custos”, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qJQSf_36xUk>. 14 TEMA 4 – FORMAÇÃO DE PREÇOS 4.1 O fator preço “Preço é o que você paga. Valor é o que você leva” (Warrent Buffet) O preço de venda nada mais é do que o valor pelo qual o produto deve ser vendido considerados os custos/despesas variáveis, os custos/despesas fixos proporcionais (aluguel, água, luz, telefone, salários, etc.) e ainda o lucro líquido estimado. Além disso, outros fatores influenciam diretamente: conhecimento de marca, tempo de mercado, volume de vendas já conquistado e agressividade da concorrência. Caso o preço determinado pelo mercado for menor que o encontrado a partir dos custos da empresa, o gestor financeiro deve rever os cálculos financeiros para avaliar a viabilidade de continuar atuando no seguimento daquele serviço. Para Cruz et al. (2012, p. 5), “trata-se de uma quantia em moeda que deve ser entregue em troca de um produto ou serviço”. Se o preço é dado pelo mercado, por que então se preocupar tanto com a política e formação de preços? Dentro desse novo cenário e dessa nova forma de calcular os preços, passa a ser fundamental um bom gerenciamento de custos, como já falamos bastante nos outros temas dessa aula. Podemos comparar que antigamente (período inflacionário) era o período de “formação dos preços” enquanto que atualmente é o período de “formação dos custos”. Para Salanek Filho (2012, p. 54): Sabemos que o lucro provém dos preços e dos volumes de vendas, portanto, muito mais do que qualquer outra situação, é de importância vital que a empresa conheça seus desembolsos de forma detalhada, que examine cuidadosamente sua política e formação de preços e administre de forma harmônica todas as variáveis envolvidas na questão, de forma a conhecer exatamente seus limites de atuação, no que diz respeito ao mercado, volumes e retornos possíveis. Para Cruz et al. (2012, p. 17), “a questão principal se apresenta no equilíbrio das variáveis do preço de venda, que possibilita a empresa vender um bem ou um serviço por um valor justo para todos os envolvidos no processo de compra e venda”. 15 Para se ter uma boa noção da formação do preço de venda dos serviços da empresa, é fundamental atentar para as seguintes questões: Qual a minha capacidade de produção? Quanto quero atingir de lucro? Quais são meus custos/despesas fixos e variáveis? Quanto vou pagar de despesas sobre as vendas? No momento da relação comercial, o cliente recebe o pacote de valor, com todos os seus benefícios associados, e o vendedor recebe o preço, que é a quantidade de dinheiro ou algo mais de valor que a empresa entregue em troca de um serviço. Saiba mais 1. CHAMOVITZ, M. Formação de preços. SEBRAE, 26 mar. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ijTwvPB_bwY>. Acesso em: 17 set. 2017. 2. GALHARDO, M. Como definir o preço de um produto. Praxis Business, 3 dez. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=m91R7rylwY0>. Acesso em: 17 set. 2017. 4.2 Informações para o cálculo do preço de venda Para Salanek Filho (2012, p. 51): É importante que o gestor financeiro tenha claramente definido qual é a sua capacidade de produção, considerando as variáveis da sua atividade. A capacidade de produção pode ser dada em diversas referências, a definição da qual é a mais interessante de ser adotada, normalmente é naquela que define o preço. Abaixo citamos alguns exemplos de empresas [...] e suas referências de capacidade de produção. Produção: Indústria de mineração – Toneladas? quilos? Alimentos industrializados – Quilos? Unidades? Lotes? Comércio: Revenda de produtos químicos: Sacas? Toneladas? Litros? Revenda de calçados: Pares? Serviços: Consultoria e Assessoria: Horas? Contratos? Visitas? Atividades? Serviços de Estocagem: Horas? Volume? Serviços Médicos: Horas? Contratos? Visitas? Consultas? 16 4.3 Definir o CUT (custo unitário total) É preciso definir dentro de um determinado período (mês) qual é a minha capacidade de produção e, em seguida, definir o CUT (custo unitário total). Capacidade de produção 3.000.000quilos por mês Custo Unitário Total O cálculo do custo unitário total consiste na soma dos custos variáveis mais os custos fixos por unidade. CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = R$ 1,75 CUSTO FIXO TOTAL = R$ 750.000,00 CUT = Custo variável unitário + (custos fixos/capacidade de produção) CUT = 1,75 + (750.000,00/3.000.000) = 1,75 + 0,25 = 2,00 Utilizamos o critério de rateio dos custos fixos baseado no volume de quantidade de produto (3.000.000 unidades). O cálculo do custo unitário total consiste na soma dos custos variáveis mais os custos fixos por serviço, mas é preciso lembrar que os custos variáveis são os custos que se alteram com as quantidades produzidas, ou seja, são os custos de produção. O custo variável é o valor gasto diretamente com os produtos/serviços que a empresa vende. Nas atividades comerciais, é o valor de aquisição das mercadorias a serem revendidas. Nas atividades industriais são os valores gastos na fabricação dos produtos a serem vendidos, envolvendo matérias-primas e mão de obra diretamente utilizada no processo de fabricação. Nas atividades de prestação de serviços, são os gastos com a mão de obra diretamente envolvida e materiais utilizados na realização do serviço vendido. O gestor financeiro agora deverá calcular (%) diretamente sobre as receitas os valores que desejade resultados com aquele serviço, bem como os impostos e as comissões, mas isso será conteúdo do nosso quinto tema. 17 TEMA 5 – MARK-UP E VISÃO MERCADOLÓGICA E FINANCEIRA 5.1 Mark-up A taxa de marcação é uma etapa importantíssima para a definição do preço de venda. Nesse cálculo, o gestor financeiro definirá um coeficiente que será utilizado para o cálculo do preço de venda. Nesse coeficiente estão embutidos os percentuais que foram definidos para aplicarmos no exemplo do tema da aula anterior. Para Theiss e Krieck (2005, p.16), mark-up “é um multiplicador que se aplica sobre o custo do produto. A metodologia é praticada com frequência para cálculo dos preços de venda de forma rápida”. No mark-up são aplicados os percentuais que incidem sobre o preço de venda. Geralmente encontramos o percentual de lucro, os impostos sobre venda e as comissões que também são aplicadas sobre a venda. Para casos mais específicos, é possível encontramos outros percentuais aplicados no mark-up, como seguros e fretes. Saliento que, neste nosso módulo de gestão financeira e orçamentária, trabalhamos apenas com lucro, comissões e impostos. Existem dois tipos de mark-up: o multiplicador e o divisor, os quais serão demonstrados abaixo: Lucro = 7% Impostos (s/venda) = 12% Comissões sobre venda = 1% Taxa de marcação multiplicadora TM = 1 / (1 – (% lucro + % impostos + % comissão de vendas)) TM = 1/(1 – (0,07 +0,12 + 0,01)) = 1,25 PV = 2,00 x 1,25 = 2,50 Taxa de marcação divisora TM = Custo total / (1 – (% lucro + % impostos + % comissão de vendas)) PV = 2,00 / (0,80) = 2,50 18 Abaixo, a demonstração do faturamento total, quantidade multiplicado pelo preço de venda. PV (unitário) = 2,00 x 1,25 = R$ 2,50 FATURAMENTO (total) = R$ 2,50 x 3.000.000 = R$ 7.500.000,00 5.2 Preço: visão mercadológica e visão financeira A formação do preço de venda deve respeitar as duas perspectivas (interna e externa) e ambas são importantes de serem consideradas. Portanto, para definir o preço de venda, o gestor financeiro deve considerar dois aspectos: o financeiro (interno) e o mercadológico (externo). Pelo aspecto financeiro, o preço de venda deverá cobrir tanto os custos (variável e fixo) quanto o lucro líquido. Pelo aspecto mercadológico, o preço de venda deverá estar próximo do praticado pelos concorrentes diretos da mesma categoria de serviços e qualidade. Nessa mesma linha, o autor Guerreiro (2006, p. 50) destaca que “o modelo de simulação de preços pode ter duas concepções: formar preços a partir da estrutura de custos e formar preços a partir de referências de preços de mercado”. Para Salanek Filho (2009, p. 11): Na financeira (interna) é considerado o paradigma tradicional, onde o preço é formado de dentro para fora. Nesta visão permite cobrir os custos e despesas e gerar a rentabilidade desejada. Considera-se como o produto e/ou serviço ideal ao cliente e neste modelo respeita-se a LUCRATIVIDADE. Na mercadológica (externa) é observado o comportamento dos preços no mercado. O preço é formado de fora para dentro. Nesta perspectiva existe interação com a liberdade de preços e com a necessidade de mercado e respeita-se a COMPETITIVIDADE. Figura 1 – Perspectivas internas e externas do preço de venda O termo preço de venda comporta várias conceituações. Do ponto de vista do cliente, tem relação com a sua necessidade, utilidade, desejo, entre outros 19 fatores. Existem também os fatores psicológicos, que contemplam aspectos subjetivos de benefícios. Do ponto de vista dos custos, são desprezadas as questões relacionadas aos fatores externos, concentrando-se em contemplar os custos de produção, as despesas com vendas e o retorno dos investimentos. Deve-se observar com muito cuidado para o preço, que pode ficar defasado em relação àquilo que o mercado deseja pagar (Theiss; Krieck, 2005). Nesta relação interna e externa, a empresa define preço e o mercado define valor. Para a empresa, o preço é uma referência definida para um produto ou serviço (perspectiva interna), portanto um piso ou podemos classificá-lo como preço sugerido. Para o mercado, o valor é uma referência que se está disposto a pagar pelo benefício recebido. TROCANDO IDEIAS Na abertura desta aula, mencionamos que dois assuntos, de grande relevância, seriam tratados aqui: os custos e os preços. Destacamos também que atualmente as empresas atuam muito mais na formação de custos do que na formação de preços. Os cálculos dos preços são efetuados dentro da ótica interna da empresa e calculado através do mark-up, apenas para apresentar ao mercado o preço sugerido, o qual irá se concretizar quando o mercado estiver disposto a pagar por ele. Quando falamos em percepção de preço pelo mercado, começamos a demonstrar o fator valor. Para debates, nessa etapa final da aula, quero questionar o seguinte: Qual é a sua percepção de preço e de valor? Qual é a diferença entre preço e valor? Saiba mais Sobre os conceitos de preço e de valor: 1. ROCHA, S. R. Diferença entre preço e valor, 4 jun. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zsSPRY1cUyU>. Acesso em: 17 set. 2017. 2. ROCHA, N. Qual a diferença entre preço e valor? O lobo das vendas, 19 out. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kwZPwHRegRE>. Acesso em: 17 set. 2017. 3. NETO, J. A. P. Preço X valor. Teamwork, 17 jun. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uiPI06z7OiI>. Acesso em: 17 set. 2017. 20 NA PRÁTICA Vamos praticar um pouco mais os cálculos de formação de preço de venda sugerido. Aprendemos, no tema 4, que o preço deve ser formado por meio do cálculo do mark-up, podendo ser por meio do cálculo multiplicador ou divisor. Nesse cálculo, a margem de lucro sempre deve ser calculada com base na venda e não baseada no custo. Além da margem de lucro, devemos incluir também o percentual de impostos sobre a venda e o percentual de comissão, se for o caso. Nessa linha de cálculo, observaremos que não será possível que a margem de lucro (somados com os demais percentuais) ultrapasse a 100%. Diante dessa afirmação, observamos que jamais um produto poderá ter uma margem de lucro acima de 100%. Possivelmente alguém está pensando que se tiver R$ 10,00 de custo e vender esse produto por R$ 40,00, por exemplo, não estará ganhando mais de 100%? Não! Pelo seguinte motivo: o lucro deve ser visto sobre a venda e não sobre o custo. Nesse caso, o seu lucro é de R$ 30,00 e a venda é de R$ 40,00, portanto seu lucro será de 75%, calculado através da divisão de 30,00 por 40,00 (considerando que não existem impostos e comissões). Vamos praticar um pouco mais através dos exemplos abaixo! Qual deve ser o preço de venda para cada um dos exemplos? EXEMPLO 1 EXEMPLO 2 EXEMPLO 3 CUT R$ 60,00 R$ 1.000,00 R$ 15,00 % LUCRO 20% 25% 40% % IMPOSTOS 10% 20% 30% % COMISSÃO 10% 5% 0% PREÇO DE VENDA Saiba mais UM PRODUTO pode ser vendido com margem de lucro acima de 100%? Learts, 7 ago. 2014. Disponível em: <https://leartshp.wordpress.com/2014/08/07/um-produto- pode-ser-vendido-com-margem-de-lucro-acima-de-100/>. Acesso em: 17 set. 2017. FINALIZANDO Chegamos ao final de mais uma aula! Foi possível compreender a relação entre os gastos e o preço de venda. 21 Essas duas informações serão muito úteis quando estivermos falando em orçamento de venda, orçamento de produção e orçamento de custos indiretos e despesas. Foi possível conhecermos e identificarmos as diferenças entre custos, despesas e investimentos. Além disso, conseguimosaprofundar nas classificações de diretos, indiretos, fixos e variáveis. Em relação à venda, identificamos a diferença entre preço e valor. Esse conceito foi enaltecido com a célebre frase de Warrent Buffet: “preço é o que você paga e valor é o que você leva”. Nosso cliente sempre deseja o valor e muitas vezes está disposto a pagar o preço justo para consegui-lo. A variável que chamamos tanto de preço quanto de valor demonstra que existe um lado comportamental. O cliente precisa identificar no preço que está sendo vendido o valor que ele deseja adquirir. Foi possível aprendermos a forma correta de calcularmos o preço de venda através da aplicação do conceito de mark-up. É preciso salientar que os percentuais (do mark-up) sempre devem ser calculados sobre a venda e não sobre o custo. Espero que as exposições dos textos e os artigos e vídeos sugeridos tenham sido úteis para seu aprendizado. 22 REFERÊNCIAS DUBOIS, A.; KULPA, L.; SOUZA, L. E. de. Gestão de custos e formação de preços: conceitos, modelos e instrumentos − abordagem do capital de giro e da margem de competitividade. São Paulo: Atlas, 2006. CRUZ, J. A. W. Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2012. CRUZ J. A. et al. Formação de preços: Mercado e estrutura de custos [livro eletrônico. Curitiba: InterSaberes, 2012. CUSTOS diretos e indiretos – apuração. Portal de contabilidade. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custos_direitos.htm>. Acesso em: 16 set. 2017. GUERREIRO, R. Gestão do lucro. São Paulo: Atlas, 2006 LUZ, A. E. Introdução financeira e orçamentária. Curitiba: Intersaberes, 2015. MARTINS, E. Contabilidade de custos (inclui ABC). 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. SALANEK FILHO, P. Gestão financeira para eventos. 2012. Disponível em: < https://pt.scribd.com/document/121830011/Gestao-Financeira-para-eventos>. Acesso em: 17 set. 2017. _____. Administração financeira. UTFPR, jun. 2009. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:6OUg33gPOo0J:xa.yi mg.com/kq/groups/25056476/154558051/name/apostila_finan%25C3%25A7as _jun2009.pdf+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br, Acesso em: 17 set. 2017. SANTOS, J. J. dos. Formação de preços e do lucro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. THEISS, J. R.; KRIECK, M. Custos e preços sugeridos de venda: serviços, varejo e indústria. Blumenau: Odorizzi, 2005. ZANLUCA, J. S. Custos fixos e variáveis. Portal da Contabilidade. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-fixo- variavel.htm>. Acesso em: 16 set. 2017.
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