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O impacto dos custos na formação do preço e no orçamento

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O IMPACTO DOS CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO E NO ORÇAMENTO
Franciele Denis Caldato
Jocimara Kil
Nilza Pereira Strey
Profº Tutor: Diana Claudia Freire
Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI
Bacharelado Ciências Contábeis (CTB0280)
06\11\2016
Resumo
Este trabalho expõe objetivamente o impacto dos custos, sejam eles diretos, indiretos, variáveis ou fixos na formação dos preços e orçamentos empresariais. Os gastos gerados pela falta de infraestrutura nos transportes para aquisição das mercadorias e os incorridos para manter os estoques são exemplos de custos que alteram o preço formado. Para alocar estes custos aos produtos, administradores utilizam métodos de custeio efetivos, destacando o de absorção, reconhecido pela legislação contábil e o variável para fins gerenciais. Já relacionado a formação dos preços a ferramenta utilizada é o Mark up, divisor ou multiplicador que sofre alterações conforme o método de custeio aderido. Retratando o Brasil como um dos países que mais se paga impostos, torna fundamental uma descrição esclarecedora dos principais tributos cobrados no país, são eles: IPI, ICMS, ISS, CONFINS, PIS, IRPJ e CSSL, reforçando que existem três regimes de tributação o Simples Nacional, Lucro Real e o Presumido. 
Palavras chave: Gestão de Custo, Formação de Preço, Impacto.
1- INTRODUÇÃO
 O impacto dos custos na formação dos preços e no orçamento organizacional vem se intensificando cada vez mais no Brasil, pois o país vem apresentando um cenário de grande crise política e econômica, afetando de diversas maneiras o setor empresarial do país e a sociedade em geral, pois quanto mais caro para produzir, mais caro fica para consumir. 
E reconhecendo que o alto custo das atividades sejam eles indiretos\fixos ou diretos\variáveis impacta na adequada formação de preços afetando o sucesso da empresa vale destacar que tanto fatores internos quanto externos são contribuintes para a divergência desta relação. Não negligenciando o fato de o Brasil apresentar uma das maiores cargas tributárias do mundo, acrescendo de forma considerável estes gastos.
Contudo é preciso uma gestão que priorize um efetivo controle destes custos para não elevar os preços e convergir os interesses empresariais e sociais, além do mais se deve considerar que os preços equilibram a lei da oferta e da procura que é quesito determinante de sobrevivência da empresa no mercado em que atua.
E é dentro deste contexto que este trabalho através de uma pesquisa bibliográfica objetiva expor o impacto dos custos na formação dos preços e orçamentos das empresas e mostrar ferramentas de como controlar e amortizar esses gastos atenuando a sua influência nos preços dos produtos que são ofertados ao consumidor e facilitando a árdua missão dos empresários em permanecerem competitivos perante os seus concorrentes.
2- DESENVOLVIMENTO
2.1 CUSTOS
Custos são os gastos agregado junto à mercadoria, durante o percurso de produção, envolve o somatório dos gastos que tem juntado ao produto, desde a entrada no sistema produtiva até a venda da mercadoria. Segundo Martins (2003, p.25), custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. 
Ainda na mesma obra Martins (2003, p. 26) reforça seu conceito afirmando: “O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço”.
Porém, custo corresponde à aquisição de bens, trabalho e serviços dentro da empresa, ou seja, são gastos com produtos efetuados para fabricar ou prestar serviços, devem-se gerar receitas, da matéria-prima, mão-de-obra, aluguel, seguro etc. Para Leone (2000, p. 48):
A Contabilidade de Custos olha os custos de maneira diferente para produzir informações diferentes que atendam a necessidades gerenciais diferentes. Olhar os custos de maneira diferente significa simplesmente que o contador de custos estabelece diferentes sistemas de custos e adota critérios diferentes de avaliação, cálculo e alocação para fornecer informações específicas exigidas por ambientes de produção e de administração em constante mutação.
No entanto as principais classificações de custos, quanto aos produtos fabricados são: custo direto e indireto, e quanto aos níveis de produção divide-se em: custos variáveis e fixos.
2.1.2 Custos Diretos e Indiretos
Os custos diretos são gastos que podem estar ligados em serviços diretamente para a determinada empresa. Por exemplo, o custo de um computador, uma impressora, etc, que pode se utilizado dentro de um departamento na empresa, é visto como um custo direto, por ser utilizado por aquele determinado departamento. De acordo com Silva (2008), custo direto é aquele diretamente identificado e associado ao produto, e não necessita de nenhum critério de rateio para essa associação. Exemplo: matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta.
Sendo assim os custos diretos são os efetuados somente com a fabricação do produto, podendo ser identificados com facilidade aos itens no processo produtivo. Assim, Horngren, Foster e Datar (1997 p.20), conceituam cada qual com sua característica, “Custos diretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo)”. 
Já custos indiretos são os gastos que não pode ser ligado a serviços dentro da empresa, mas depende deste custo para o desenvolvimento em geral na empresa. Por Exemplos, aluguéis, seguros, energia elétrica, é um custo ligado com todos dentro da empresa, até mesmo com os clientes, assim relata Wernke (2005 p. 40):
custos indiretos são os gastos apresentados para a empresa exercer suas atividades, afim de não ter ligação direta com o produto específico, (aqueles no qual, não se identifica na produção) nas empresas que são objeto de fabricação de apenas um produto. Um exemplo de custo indireto é o aluguel da fábrica, o supervisor geral da fábrica, ou seja, o mesmo está indiretamente ligado ao produto.
A classificação de custos indiretos é justamente o oposto dos custos diretos, ou seja, não tem uma ligação direta com o produto de fabricação havendo uma dificuldade de identificá-los, sendo assim é feito a atribuição dos custos através de rateios entre produtos e serviços utilizados, ex: energia elétrica, seguros, aluguéis, etc.
2.1.3 Custos Variáveis e Custos Fixos
Custos variáveis têm uma ligação direta com o volume de produção ou serviços prestados, conceituado por Leone (2000, p. 53), os custos variáveis “[...] São os Custos (ou Despesas) que variam de acordo com os volumes das atividades. Os volumes das atividades devem estar representados por bases de volume, que são geralmente medições físicas [...]”.
No entanto custos variáveis oscilam na forma em que a produção de mercadorias são revendida ou os serviços prestados aumentam, o quanto maior for a venda ou os serviços prestados, maiores vão ser os custos. Tendo como exemplo de custos variáveis, a mão-de-obra direta e horas extras, a matéria-prima e outros custos que variam de acordo com a produção.
N o entanto os custos fixos são os gastos cujos valores tendem a permanecer (fixos), ou seja, mesmo se houver alteração na produção ou nos serviços prestados dentro da empresa, conforme relata Bertó e Beulke (2005 p 19):
relatam que os custos fixos se mantêm inalterados face ao volume de atividade, dentro de certos limites de capacidade, ou seja, não se modificam em razão do crescimento ou da retração ao volume dos negócios dentro desses limites. Exemplos: manutenção, folha de pagamento da administração.
Os custos fixos também podem ser classificados como custos de estrutura, exemplos mesmo se houver aumento ou diminuição de preço do aluguel, Salários, gastos com telefonia impostos, etc. Eles vão estar relacionados aos custos fixos.
2.2 APROPRIAÇAO DOS CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS
Como já foi mencionado neste trabalho os custos variáveis mudam em função da quantidadeproduzida, quanto maior for à produção maior serão os custos, com isso tornando mais complexa a alocação destes custos aos produtos para a formação do preço adequado. Já em relação aos custos fixos não variam, independente do volume de atividade da empresa e existem mesmo que não haja produção. Sendo que em determinado momento pode ocorrer variação, fato este que acontece com freqüência no caso do aluguel, pois sofre ajustes, mas no decorrer de todo o período permanece fixo. De acordo com LUNELLI(1999,p.01)
O Método de Custeio Direto, ou Variável, atribui para cada custo um classificação orma de custo fixos ou custos variável. O custo final do produto (ou serviço) será a soma do custo variável, dividido pela produção correspondente, sendo os custos fixos considerados diretamente no resultado do exercício. Gerencialmente, é um método muito utilizado, mas, por sua restrição fiscal e legal, sua utilização implica na exigência de 2 sistemas de custos.
E para alocar estes gastos aos produtos as empresas fazem uso de rateios, destacando o método de custeio variável,como o nome já diz, utiliza somente os custos que variam com o volume produzido, sendo mais útil para gerenciamento, pois oferece mais ferramentas para o controle interno. 
E quanto ao custeio por absorção é o método mais utilizado pelas as empresas por ser aceito legalmente conforme, o decreto 3,000/99. Neste método todos os custos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos, sendo fixos ou variáveis fazendo jus ao nome método de custeio por absorção. 
Desta maneira faz-se necessário uma descrição mais intensa relacionadas aos métodos de custeio variável ou de absorção para adequar um melhor entendimento sobre a sua função e importância para a administração empresarial.
2.2.1 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO
O custeio por absorção e um processo de apuração com o objetivo de ratear todos os seus elementos ao produto final, sejam custos fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos. De acordo com os autores Beulke e Bertó (2005, p. 32), “[...] esse sistema de custeio se caracteriza pela apropriação de todos os custos aos produtos (tanto variáveis como fixos, ou então tanto diretos como indiretos)”. Tendo como foco os custos fixos por não variarem com o volume produzido, que sobre as quais por também considerar os custos variáveis constata-se que o seu resultado sofre alterações. Segundo Souza e Diehl (p.121.2009):
Nos métodos de custeio são definidos quais elementos (gastos)serão considerados na apuração do custo do objetos de custeio(basicamente produtos e ou/serviços).os autores destacam que dentre os métodos conhecidos, o RIR/1999(regulamento do imposto de renda) determina que o único admitido e o ``método de custeio por absorção´´.
Ressaltando que o Custeio por absorção é o único aceito pela Auditoria Externa porque atende aos princípios contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação e pelo Imposto de Renda.
2.2.2 MÉTODO DE CUSTEIO VARIAVEL
O custeio variável não é aceito pela legislação do Imposto de Renda e nem pelas Auditorias Externas, bem como por um considerável número de contadores, pois fere alguns dos Princípios Contábeis, principalmente o do Confronto das Despesas com as Receitas. Logo, como o custeio variável determina que todos os custos fixos sejam lançados como despesa independentemente da venda, considera-se que ele viola tal princípio, bastando que ao final do exercício se efetuem os ajustes necessários para que sejam respeitados os critérios exigidos pela legislação. De acordo com Hendriksen (p, 10.1965) :
Considera que a principal vantagem do custeio variável é prover os administradores de informações para a tomada de decisão e para o controle dos custos. Porém, o considera muito restrito em suas proposições para servir de base para avaliação de ativos em todas as situações, pois na maioria dos casos os benefícios futuros que a empresa espera obter com os bens produzidos são superiores aos custos variáveis incorridos.
A utilização do custeio variável permite identificar a margem de contribuição de cada produto ou segmento da empresa. A contribuição representa a diferença entre a receita gerada pelo produto (preço de venda) e a soma dos custos e despesas variáveis. Normalmente é tratada de duas formas: unitária ou total. Representa a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos variáveis unitários de determinado produto, serviço ou área que deseje custear. A margem de contribuição total é o resultado obtido pela multiplicação da margem de contribuição unitária pela quantidade vendida.
Os custos e despesas de um período são separados entre fixos e variáveis . os custos variáveis são apropriados aos produtos e vao compor o valor do estoques, os fixos são encerrados diretamente contra o resultado do período da mesma forma da despesa fixas.
2.3 A RELAÇÃO DOS CUSTOS E A FORMAÇÃO DOS PREÇOS DE VENDA
 Os empresários brasileiros vivenciam uma realidade instável nos negócios e de extrema globalização, onde decisões importantes devem ser tomadas em tempo real, exigindo dos mesmos uma grande bagagem de conhecimento e dinâmica para sobreviverem no complexo mercado em que atuam. 
Considerando que o grande propósito empresarial é se manter competitivos no mercado que está inserido vale destacar a grande importância da formação dos preços de venda, pois este fator vem se destacando como uma estratégia de grande valia para os gestores alcançarem os seus objetivos organizacionais, assim afirma Bruni (2010, p. 241):
A formação de preços representa uma das mais importantes e nobres atividades empresariais. A definição equivocada do preço pode arruinar um negócio. Embora discussões e dúvidas permaneçam sobre o fato de ser arte ou ciência, existe a certeza de que, sob a óptica da empresa, o preço deve ser superior aos custos plenos incorridos, aí incluindo os tributos.
	 Contudo ao mencionar que os preços devem encobrir todos os gastos alocados aos produtos, ressalva aí a necessidade de um rigoroso controle interno dos custos, notando que quanto mais caro ficar para produzir, ou adquirir os produtos e ou prestar os serviços mais alto será os preços finais que chegarão aos consumidores, podendo ocasionar uma redução substancial da demanda. De acordo com Ferreira (2007, p. 283):
o processo de decisão de preços está relacionado com a busca de um equilíbrio interno e externo [...]. Sendo assim, os preços podem ser fixados visando objetivos diferentes, tais como maximizar os lucros, elevar a quantidade vendida, conquistar novos mercados, ganhar concorrências etc.
	Com isso para uma melhor elucidação sobre os custos e sua relação com o preço de venda pode ser utilizado como exemplo o caso do transporte brasileiro, que é predominante o rodoviário e em disparada um dos mais caros, como afirma Fernandez (2014, p.167) ”O custo do transporte representa, por si só, perto de 2\3 do custo logístico total”, devido à precariedade de estrutura e de segurança das rodovias do país.
	E não fica só nisso, com certeza as deficiências dos transportes brasileiros respingam em outros quesitos nos orçamentos empresariais, pois com a freqüência de atrasos na entrega de mercadorias por parte dos fornecedores, os empresários para assegurar que os produtos estarão disponíveis em seus comércios acabam criando estoques. 
Estoques estes que só em sua manutenção geram diversos custos adicionais sem contar que por muitas vezes acarretam em perdas por estocagem inadequada das mercadorias ou até mesmo por excesso de acúmulos por insuficiência de demanda e assim também estocando o capital investido do empresário que para não ficar no prejuízo mais uma vez aloca esses custos ao preço final e novamente sobre cai no bolso do consumidor. Como relata Fernandez (2014, p.170) “Torna-se, pois, estratégico para qualquer empresa o controle adequado de seus estoques, de forma a reduzir os custos gerados pela existência deles”.
Contudo, esses exemplos expõem de forma clara os problemas causados pela falta de controle internodos custos empresariais e o quanto impactam negativamente no preço de venda , Cogan (2013, p. 1) diz “que a questão da determinação dos custos dos produtos e serviços, os esforços para reduzi-los e a conseqüente tomada de decisão empresarial que torne a empresa mais competitiva há décadas vêm desafiando executivos e acadêmicos”.
 Sendo que os custos empresariais devem ser enxugados para que os preços formados não cheguem aos consumidores superando os oferecidos pela concorrência e automaticamente perdendo vendas, nem tão pouco inferiores aos custos alocados ao produto, pois acarretaria em prejuízos para a empresa.
2.3.1 A APLICAÇÃO DO MARK-UPS E A INFLUÊNCIA DO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO OU VARIÁVEL
	Reconhecendo a relação dos custos na formação dos preços de venda, se torna essencial o conhecimento sobre o MARK-UPS que é um método utilitário dos custos unitários de fabricação acrescidos de uma margem percentual para formar o preço de venda ideal, cobrindo todo o custeamento do produto e garantindo um nível de lucratividade, assim afirma Sens (2011, p.259) “Este termo, originário do inglês, quer dizer “marca acima”, que podemos entender como um marcador que será aplicado no valor de um custo para encontrar o preço de venda”.
	E para obter o valor do MARK-Up é preciso ter conhecimento de todos os dispêndios de venda, como, comissões, impostos e lucro, ainda sob afirmação do Sens (2011, p. 260), ”Na constituição do Mark-up, precisamos conhecer todos os gastos relacionados diretamente com as vendas [...]”. Sobre as quais o MARK-UPS apresenta dois tipos: divisor que para ser encontrado é necessário somar todos os gastos incidentes, dividir por cem e o resultado diminuir o valor 1, já quanto ao Mark-up multiplicador divide o valor 1 pelo Mark-up divisor.;
Contudo para um melhor entendimento sobre o tema aqui exposto segue o quadro abaixo:
Quadro 01: Constituição do Mark-up Divisor e Multiplicador
	Gastos
	Percentual
	Percentual Dividido por 100
	Mark-up divisor
	Mark-up multiplicador
	COFINS
	3,00 %
	 0,03
	
	
	PIS
	0,65%
	 0, 0065
	
	
	ICMS
	17%
	 0,17
	
	
	Comissões 
	0,5%
	 0, 005
	
	 
	Lucro
	25%
	 0,25
	0, 4615 – 1 =
	 1\ 0.5385 =
	TOTAL
	46,15%
	 0, 4615
	0, 5385
	1, 857010214
 Fonte: As Autoras
Após encontrar os valores do Mark-up divisor e multiplicador é preciso apresentar as suas fórmulas que são:
Quadro 02: Fórmulas Mark-up Divisor e Multiplicador
	Fórmula Mark-up Divisor
	Fórmula Mark-up Multiplicador
	Preço de venda= Custo da mercadoria
 Mark-up divisor
	Preço de venda= Custo da mercadoria X 
 Mark-up multiplicador
Fonte: Caderno de Estudos UNIASSELVI: Gestão de Custos 
	 E por fim apresentação no quadro 03 do preço de venda obtido através das fórmulas com um custo unitário do produto de R$ 30,00:
 Quadro 03: Preço de Venda Com Aplicação do Mark-up
	Mark-up Divisor = Preço de venda= 30,00 = 55,71
 0, 5385
	
Mark-up Multiplicador = Preço de venda= 30,00 X 0,5385 = 55,71
 
 Fonte: As autoras 
 E finalmente ao exemplificar a aplicação do Mark-up para formar o preço de venda é conclusivo que o produto deve ser ofertado por R$ 50,71, cujo valor irá cobrir todos os seus gastos de aquisição e propiciará para a empresa uma margem de lucro satisfatória.
 Sendo que o valor alcançado sofrerá alterações conforme o método de custeio aderido pela organização, por exemplo, método de custeio por absorção ou variável. De acordo com Ferreira (2007, p. 307) “Esse método pode apresentar variações em sua aplicabilidade, dependendo da base de custo escolhida [...]”. E, contudo que foi relatado acima sobre a importância do método Mark-up e a influência dos custos do produto na formação dos preços se torna claro a necessidade dos gestores serem criteriosos em sua administração para que seja alcançado o objetivo da empresa de lucratividade e perpetuação no mercado atuante. 
	
2.4 O IMPACTO DOS TRIBUTOS NOS CUSTOS
O grande efeito dos tributos nos custos e na formação de preços, estão relacionados aos impostos sobre os produtos industrializados (IPI), o imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), imposto sobre os serviços ele e um imposto não cumulativo (ISS), e a contribuição para o seguro social (CONFINS), do programa de integração social (PIS), do imposto de renda sobre pessoa jurídica (IRPJ), da contribuição sobre o lucro (CSSL),e o sistema simples. De acordo com Bruni e Fáma (2010, p.235), “[...] o físico Albert Einstein disse em certa ocasião que a ´´coisa`` mais dura de entender no mundo era o imposto de renda. Naturalmente, uma referência clara aos meandros e prerrogativas da legislação fiscal”.
Os preços devem ser suficientes de renumerar os custos, produzir uma margem aceitável de lucro para cobrir todos os impostos incidentes, que podem ser de três tipos, federal, estadual e municipal, podem ser cumulativos e não cumulativos. E importante destacar as formas de tributação. De acordo com Bruni e Fáma (2012, p.6):
Comentam sobre os cuidados que se deve ter na elaboração do preço de venda com relação a incorporação dos tributos, já que eles se distinguem em cumulativos e não cumulativos. O tributo cumulativo não gera crédito fiscal, não podendo assim aproveitar o tributo já pago anteriormente. O tributo não cumulativo permite recuperar uma parte do valor pago na aquisição, quando da apuração do saldo final do período de apuração a ser pago ao Estado.
Atualmente as empresas têm três opções de tributar os seus resultados, de acordo com a lei 9.430/96 no seu artigo 1º com base no lucro real e presumido. Nas micro e pequenas empresas existem a tributação simplificada que é estabelecida pela lei 123/06, chamado simples nacional essa tributação interferira no calculo dos tributos que incidiram sobre os custos de aquisição, e também nas vendas. Algumas tributações são:
2.4.1 LUCRO REAL
De acordo com o art. 247 do RIR/1999, “lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações previstas ou autorizadas pela Lei”. O lucro real é determinado através da receita líquida excluindo as despesas do período, claro seguindo as regulamentações legais comerciais. De acordo com SILVA (1997,p.10):
§ 1º - O lucro líquido do exercício é a soma algébrica de lucro operacional (art. 11), dos resultados não operacionais, do saldo da conta de correção monetária (art. 51) e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial.
O lucro real e o conceito fiscal que através do resultado contábil ajustado pelas adições, que são despesas consideradas difícil pelo fisco e as exclusões, que as receitas não tributáveis, sera tributáveis pelo imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ) e pela contribuição social sobre o lucro liquido (CSLL).
2.4.2 LUCRO PRESUMIDO
É a forma de imposto trimestral com base no lucro presumido, sobre a receita bruta do faturamento através de vendas, serviços prestados. É aplicado um percentual de acordo com as atividades da empresa, que podem ser 1,6%, 8%, 16% ou 32%, índices do Art. 25, inciso I da Lei nº. 9.430 de 1996. Segundo Santos (2008, p.2), “O Lucro Presumido é uma forma de tributação simplificada para efeito da determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não são sujeitas à apuração do lucro real”. No entanto as empresas deste regime aderem o sistema cumulativo para o PIS com alíquota de 0,65 e o COFINS de 3,00, impossibilitado-as de os compensarem, caso seria possível no sistema não cumulativo porém com alíquotas mais altas, PIS 1,65 e COFINS 7,60. 
O regime de tributação sob o lucro presumido vem a ser, de acordo com a Receita Federal do Brasil.Segundo Santos (2013,p.13), “[...] uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real”,
E ainda acrescenta que o imposto de renda é recolhido trimestralmente. diferente do regime lucro real, essa opção de tributação não pode ser exercida por todas a empresas, sendo permitida a opção somente para aquelas empresas que não estão obrigadas a optar pelo Lucro Real. 
Sendo que a tributação para encontrar o Lucro Presumido é regulamentada pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto 3000 de 1999, onde definem de que serão aplicados o percentual de 8% - oito por cento - sobre a receita bruta auferida durante o período de apuração, no caso do IRPJ. Para a determinação da base de cálculo da CSLL esse percentual é de 12%.
2.4.3 SUPER SIMPLES
	O regime de tributação Super Simples, antes conhecido como Simples Federal possui um sistema próprio que por sua vez oferece uma carga tributária única e menor a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. A Lei do Super Simples que é a Lei Complementar nº 123\2006 diz que, é “um regime único de arrecadação para micro e pequenas empresas desde 1º de julho de 2007”.
	Contudo essas especificidades do Super Simples acabam facilitando o dia a dia dessas empresas reduzindo os seus custos e também os impactos no preço de venda dos seus produtos e ou serviços, garantindo assim estabilidade para permanecerem ativas e principalmente competitivas no mercado. E também é uma forma de tributação que considera toda a receita empresarial, como relata Bruni e Famá (2010, p.239), “um exemplo especial de tributação sobre o lucro presumido pode ser visto no caso do super simples”.
 	Regime este que apresenta alíquota particular para cada ramo que a empresa venha exercer seja industrial, comercial ou prestadora de serviços que simultaneamente expõe uma variedade de restrições para que a sociedade adira o regime de tributação Super Simples, assim relata Sens (2011, p. 240):
 Não podem aderir ao imposto Supersimples as cooperativas (exceto as de consumo), empresas de cujo capital participe outra pessoa jurídica e empresas cujo sócio ou titular também seja administrador de outra empresa com fins lucrativos, e a receita bruta [...] supere 2,4 milhões de reais [...]. Outra particularidade é a existência de alíquotas diferenciadas por ramo de atividade, ou seja, uma para o comercio, outra para a indústria e outra para o setor de serviços.
	E por fim pode-se afirmar que a maioria das empresas do Brasil são optantes pelo regime de tributação Super Simples devido o espelho empresarial do país ser em grande número Micro ou de Pequeno Porte.
3- CONCLUSÃO
Chegando ao término desta pesquisa é possível concluir que para os empresários custear as suas atividades seja industrial, mercantil ou prestador de serviços está cada vez mais caro no Brasil, devido à falta de estrutura externa exigindo maiores desembolsos interno e também considerando a alta carga tributária, destacada como uma das mais altas do mundo. 
 Custos estes que causam forte impacto nos preços e orçamentos, pois quanto maiores os gastos mais altos ficam os preços que chegam aos consumidores finais, desestimulando a demanda e prejudicando o alcance do resultado desejado pela organização. 
Contudo ao evidenciar a influência dos custos na formação dos preços e no orçamento este trabalho expõe a Contabilidade de custos como aliada administrativa para controle destes gastos disponibilizando ferramentas para que os gestores obtenham informações eficientes para a tomada de decisão. 
Pois é necessário formar preços adequados para cobrir os seus custos e ao mesmo tempo satisfazer os bolsos do consumidor. E para essa formação de preço é utilizado um índice chamado o Mark-up, ele ajuda a definir exatamente os custos dos produtos ou serviços e da mais segurança nas negociações em relação a quanto se pode dar de desconto, sem que toda às vezes no atendimento precisar chamar o superior. Porem em alguns casos não dará certa a utilização desse índice, então a empresa terá que procurar outra forma de estabelecer seus preços.
E concluindo que a formação dos preços e orçamento é afetada pelos custos empresariais fica evidente a dificuldade do empreendedor brasileiro em buscar o sucesso organizacional.
 
4- REFERÊNCIAS
.A GESTÃO DE CUSTOS E O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL. Disponível Em:<bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8434/000318067.pdf?>.Acesso em: 24/08/2016 as 15hrs05min.
BEIFUSS, Marlene. GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PANAMBI LMTD. Faculdade Regional Do Noroeste do Rio Grande do Sul, 2010. 
CUNHA, Ulisses do Carmo; RODRIGUES, José Roberto F. A Importância da Contabilidade de Custos na Formação de Preços em uma Microempresa de Uniformes Profissionais. Redige. v. 3. N. 03 dez. 2012. Disponível em:<http://www2.cetiqt.senai.br/ead/redige/index.php/redige/article /viewFile/156/225>. Acesso em: 10/08/2016. 10:00 H.
Disponível em https://blog.contaazul.com/lucro-presumido-lucro-real-o-que-são Acesso em 17/10/2016 as 16hrs40min.
HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant M. Contabilidade de
custos. 9. ed. Rio de Janeiro, 1997 p 25
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