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IMPACTO DOS CUSTOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS E NO ORÇAMENTO Custos na Formação de Preços Paloma Tolardo Tutora: Suelen Zabloski Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ciências Contábeis (CTB 1214/5) – Seminário Interdisciplinar V RESUMO Definir o quanto você irá cobrar por seus produtos ou serviços não é uma tarefa das mais fáceis. Diferenciar gastos, custos e despesas é importante, porque é através da definição clara destes termos que se torna possível formar o preço de venda do produto ou da prestação de serviço. É fato que para se chegar ao preço de venda é imprescindível o conhecimento do valor do custo. Além disso, a diferenciação desses termos traz ao gestor a informação de onde os valores estão concentrados, dessa forma, auxiliam na tomada de decisão e na evidenciação das demonstrações contábeis. Palavras-chaves: Custos. Preço de Venda. Gasto. Despesa. Orçamento. 1 INTRODUÇÃO Custos e Orçamento são dois conceitos que andam lado a lado e se complementam quando falamos em saúde financeira de uma empresa. Segundo RH Portal (2020), “o Orçamento Empresarial é o ato de planejar, estimar as despesas, investimentos, ganhos e os custos de um período futuro”. Desse modo é possível acompanhar o processo, comparar os resultados e, sobretudo tomar ações preventivas se necessário. Assim sendo, dentro do orçamento há uma parte muito importante chamada custo. Para que uma empresa funcione, ela tem gastos. E esses gastos são divididos em duas partes: os custos e as despesas. Os custos são os gastos ligados com à atividade da empresa e com a produção. Já as despesas não têm ligação direta com a atividade da empresa, são gastos relacionados à administração, venda do produto, salário dos funcionários, etc. Quando os custos possuem relação direta com o que será produzido, é mais fácil de identificar o seu impacto direto no preço de um produto. O mesmo não ocorre com as despesas, como são gerais, não há como saber o que foi direcionado a cada produto em particular. É importante que todos os gestores tenham um pouco de conhecimento em cada área sendo elas: científico, teórico e prático dos formatos de custos para calcular o preço de venda de seu produto ou serviço. Além disso, é necessário também ter entendimento e habilidades para identificar todos os fatos que fazem parte do processo de precificação, para oferecer o produto com uma margem lucrativa e não sofrer um prejuízo. O propósito deste estudo é compreender as definições que englobam os custos e expor diretamente o impacto dos custos na formação de preços. Iremos detalhar uma das etapas mais importantes da administração de uma empresa, que é a precificação do produto ou serviço oferecido. Após conhecer a aplicabilidade dos custos na formação de preços, discutiremos sobre sua relação como o orçamento empresarial. Para acesso a essas informações buscamos referências em escritores, livros e blogs de fontes confiáveis, para maior conhecimento e entendimento do que será exposto. 2 CUSTOS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS 2.1 Definições de Contabilidade de Custos É o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões, bem como tornar possível a alocação mais criteriosamente possível dos custos de produção aos produtos. A contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. Exemplos de dados físicos operacionais: unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de materiais e de ordens da produção, entre outros. A contabilidade de custos requer a existência de métodos de custeio para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. Para melhor compreender que aspectos são considerados para a formação de preços, vamos entender como ela ocorre baseada em custos. Chegar ao preço de venda ideal depende do conhecimento sobre as próprias finanças. Antes de partir para uma estratégia agressiva junto à concorrência, a sugestão é que identifique os seus gastos. 2.2 Gastos Conceito amplo dos sacrifícios financeiros que a empresa tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. São pagamentos feitos para obtenção de recursos para dar seguimento à produção, execução de algum serviço e a gestão do negócio. Diferenciando cada grupo da seguinte forma: entre custos e despesas. Figura 1- Gastos: Custos e despesas 2.3 Custos Envolvidos diretamente na produção de um bem ou na realização de algum serviço. Ex.: matéria-prima; mão-de-obra; embalagens; logística; depreciação das máquinas. Para Kaplan e Cooper (1998), "Os gerentes precisam de informações precisas e adequadas sobre custos para tomar decisões estratégicas e conseguir aprimoramentos operacionais". 2.3.1 Custos fixo São os que existem mesmo que nenhum produto ou serviço seja comercializado em determinado período, não varia em relação ao volume produzido. O custo fixo não significa que o valor é fixo, ou seja, não significa que seja sempre o mesmo valor. Ele significa que ocorre todo mês e isso independe da quantidade de produtos vendidos ou serviços prestados. Ex.: salário funcionário. 2.3.2 Custos variável São os valores que alteram conforme a produção, sempre irão acompanhar as mudanças de volume, podendo ser empresa, restaurante ou algo semelhante. Desse modo se o nível de produção for alto no mês, os custos também vão aumentar. 2.3.3 Custo Direto Os Custos abrangem os gastos com a obtenção de bens ou serviços aplicados na produção. Conforme Sens, Marcos (2011, pág.25): Os custos diretos são aqueles que podemos identificar com precisão o seu real consumo por produto. Geralmente, para esta identificação temos um controle de medida, uma receita, uma ficha técnica de produto, um controle interno. Neste controle, temos a quantidade precisa dos componentes integrantes do produto. Podemos citar vários exemplos: matéria-prima, insumos como embalagem, adesivos, etiquetas, parafusos e arruelas, que são agregados ao produto e também à mão de obra direta. O custo direto está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele que pode ser atribuído (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessita de rateios para ser agregado ao produto custeado. A regra básica para classificar o custo direto: se identificada à quantidade do elemento de custo aplicada no produto, o custo será direto. Se não conseguir identificar essa quantidade, o custo será indireto. Crepaldi (2002, p. 49) entende custos diretos como aqueles “[...] que podemos apropriar diretamente aos produtos e variam com a quantidade produzida”. Exemplo: material direto (MD) e mão de obra direta (MOD). ● Os Materiais diretos são as matérias-primas, material de embalagem, componentes e outros materiais necessários à industrialização, ao acabamento e à apresentação final do produto acabado. Isto envolve todo o material necessário para que o produto fique pronto para ser comercializado pelo consumidor final. ● A Mão de obra direta é o trabalho dos colaboradores aplicados diretamente na confecção do produto ou na prestação de serviços. O custo de mão de obra é composto pelos salários, encargos sociais e provisões para férias e décimo terceiro dos colaboradores. 2.3.4 Custo Indireto Os custos indiretos são aqueles em que é difícil atribuir um valor para cada unidade produzida. Pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído (ou identificado) diretamente a um produto,linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. Os custos indiretos são apropriados mediante o emprego de critérios pré- determinados e vinculados, como mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas. Para calcular estes custos utilizando o rateio, é definido um valor aproximado para que o custo de cada unidade do produto possa ser calculado. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Exemplos: ● Mão-de-obra indireta: é representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas indústrias ou prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado, como a mão de obra de supervisores, controle de qualidade, etc. ● Materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares de produção, ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante. São eles: graxas e lubrificantes, lixas etc. ● Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à existência do setor fabril ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de equipamentos, etc. Figura 2 – Definição de Custos 2.4 Despesas São recursos utilizados na gestão do empreendimento, necessárias à atividade da empresa e a sua manutenção. Mais ligada a questões administrativas e comerciais. Ex.: aluguel, telefone, comissão de vendedores, salários. 2.4.1 Despesas fixas Independe ao nível de consumo, ou seja por mais que você utilize o produto ou serviço, não será preciso pagar nada a mais do que o esperado. Exemplo quando assinar um plano de internet, você estará adquirindo uma despesa de custo fixo 2.4.2 Despesas Variáveis Estas, assim como os custos variáveis, são aquelas influenciadas pelo volume vendas/período. Como exemplos: ● Administrativas: podemos citar os gastos com materiais de escritório; impostos. ● Comerciais: gastos realizados com o objetivo final de gerar receitas e diretamente relacionados com a natureza específica dos negócios de uma companhia. Alguns exemplos são os gastos com: marketing e propaganda; com transporte para visitar clientes; comissões pagas a vendedores. Figura 3 – Despesas Fixas e Variáveis 2.5 Investimentos É a aplicação de recursos visando obter um retorno. São gastos ativados (classificados no ativo), que gerarão suporte tecnológico, estrutural e operacional, em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos. Ou seja, ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuros períodos. Exemplo: aquisição de máquinas e equipamentos, móveis, ferramentas, etc. Figura 4 - Investimento 2.6 Perdas As perdas representam bens ou serviços que de forma involuntária e anormal são desperdiçados. (BRUNI; FAMÁ, 2004). Consistem em: (i) um gasto não intencional decorrente de fatores externos extraordinários ou (ii) atividade produtiva normal da empresa. Na primeira situação, devem ser considerados como despesas e lançados diretamente contra o resultado do período. Na segunda situação, devem ser classificados como custo de produção do período. Temos como exemplo: produto quebrado no manuseio, produto fora de garantia. 2.6.1 Perdas Normais de Produção Todo o processo produtivo pode gerar restos decorrentes da atividade desenvolvida, de forma previsível. Estes são considerados normais à atividade, portanto devem englobar o custo do produto fabricado. Por isso, tais perdas são custos. Exemplo disso temos as perdas de material por evaporação ou consumo no processo produtivo. 2.6.2 Perdas Extraordinárias As perdas anormais são provenientes de eventos ocasionais e de força maior, tal como: incêndio, obsolescência, roubo, inundação, etc., são considerados perdas do período, sendo contabilizadas como tal, incidindo diretamente no resultado do exercício, não sendo ativadas (não compõem os custos dos produtos, simplesmente reduzem o resultado do período). Exemplos: Estoques que devem ser baixados, por obsolescência. Baixa de estoques, por roubo. 2.7 Desembolsos Os desembolsos têm o seguinte conceito conforme Bruni e Famá (2004): consistem no pagamento do bem ou serviço, independentemente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. É importante ressaltar que a contabilidade registra os fatos de acordo com o princípio da competência. Por competência entende-se que o registro das receitas e despesas deve ser feito de acordo com a real ocorrência, independentemente de sua realização ou quitação. Por exemplo, se foram empregadas 40 horas de mão de obra no mês de março, que somente foram quitadas em abril, o lançamento contábil do gasto deve ser feito em março. Já o registro financeiro da quitação ou do desembolso será registrado no mês de abril. Logo, não se deve confundir despesa com desembolso. Em uma situação pessoal, nossa do dia a dia, desembolso significa tirar dinheiro do bolso. Porém, na linguagem empresarial, a palavra desembolso significa extrair um montante do caixa para pagar algo que a empresa adquiriu, seja um bem ou serviço. É o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Portanto, seria a saída financeira da empresa, à vista ou a prazo, para pagamento de uma obrigação. Ele pode ocorrer antes (pagar antecipado), no presente (pagamento à vista) e posteriormente (pagamento a prazo) da ocorrência do gasto, tendo em vista que esta forma de pagamento não interfere na classificação do gasto como investimento, custo ou despesa. Exemplo: Pagamento do salário dos funcionários; compra com pagamento à vista, terá que pagar (desembolsar) no momento da compra o valor e, quando o pagamento é a prazo, a empresa só vai ter o desembolso no momento em que for pagar o que comprou. 3 PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIO A análise de um sistema de custos pode ser efetuada sobre dois enfoques. Primeiro, conforme a espécie de informação gerada, observando-se se ela é adequada às necessidades da empresa. E se esse estudo está intimamente ligado com os objetivos do sistema, pois a relevância da informação depende de sua finalidade. Assim, Método significa caminho pelo qual se chega a um certo resultado. E, na Contabilidade de Custos, método também tem este significado, ou seja, de que maneira será possível atender aos objetivos do sistema e como suprir as necessidades dos usuários. Para tal, constituíram-se diversas escolas que desenvolveram métodos específicos, com a intenção de apresentar caminhos factíveis de desenvolvimento de cálculos e análises de custos, buscando encontrar os gastos efetivos e a melhor maneira de alocá-los aos portadores finais. Apresenta-se assim, alguns dos sistemas de custeamento utilizados pela Contabilidade de Custos e tidos como mais usuais, caracterizando-os e demonstrando sua filosofia. Figura 5 – Métodos de Custeio 3.1 Custeios por Absorção Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Esse método foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha no início do século 20 conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit). Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção, isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. É útil em empresas que tem processo de produção pouco flexível e com poucos produtos. A auditoria externa tem-no como base. Dessa forma, são perfeitamente inventariáveis e tratados como custos dos produtos acabados e em elaboração. Apesar de não ser totalmente gerencial, é aceito parafins de avaliação de estoques (para apuração do resultado e para o próprio balanço). Características: ● Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos. ● Necessita de critério de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos (gastos gerais de produção) quando houver dois ou mais produtos ou serviços. ● É o critério legal exigido no Brasil. Entretanto, nem sempre é útil como ferramenta de gestão (análise) de custos, por possibilitar distorções ao distribuir custos entre diversos produtos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e outras ineficiências produtivas. ● Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. Vantagens: ● Está totalmente de acordo com os princípios da contabilidade e com as leis de tributação; ● Define com maior precisão o custo final de cada produto; ● Possibilita um planejamento a longo prazo por possuir informações completas sobre todos os itens; Desvantagens: ● Não considera os momentos de parada da empresa; ● A dificuldade em elaborar um preço de venda competitivo. Isso porque não existe clareza sobre a margem de contribuição de cada produto comercializado; ● Os critérios de rateios são sempre arbitrários, por tanto nem sempre justos. A aplicação do custeio por absorção pode ser feita levando-se em conta a departamentalização ou não. Isto após de feita uma avaliação criteriosa da composição dos custos, para verificar o volume dos custos indiretos, conforme a convenção da materialidade. 3.2 Custeio Direto e Variável O Método de Custeio Direto, ou Variável, atribui para cada custo uma classificação específica, na forma de custo fixo ou custo variável. O custo final do produto (ou serviço) será a soma do custo variável, dividido pela produção correspondente, sendo os custos fixos considerados diretamente no resultado do exercício. O sistema de custeio variável procura as distorções existentes nos critérios de rateios exigidos no sistema de custeio por absorção. No custeio por absorção os custos fixos são rateados aos produtos e/ou serviços enquanto no custeio variável estes custos são tratados como despesas. Conforme o pensamento de Crepaldi (1998, p. 111): Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os Custos Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerradas diretamente como resultado do período. Gerencialmente, é um método muito utilizado entre as empresas, principalmente entre as da indústria e do comércio. Simples e objetivo, essa metodologia considera como custos de fabricação os custos variáveis, diretos e indiretos, mas, por sua restrição fiscal e legal, não é aceito para fins societários e fiscais e, sua utilização implica na exigência de 2 sistemas de custos: ● O sistema de custo contábil (absorção ou integral) e ● Uma sistemática de apuração paralela, segregando-se custos fixos e variáveis. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja, de fato, produção (como aluguel e salários dos funcionários, por exemplo), não são considerados como custo de produção, mas sim como despesas nesse método. Esse sistema apura informações muito importantes, como a margem de contribuição, e gera os dados necessários para tomada de decisão nas empresas. Crepaldi (2002) salienta que método de custeio variável segue os princípios de contabilidade do regime de competência e confrontação, por isso não é reconhecido para efeitos legais. No entanto é de grande auxilio para a tomada de decisão gerencial. Porém, um ponto negativo é que comparando ao sistema por absorção, o custeio direto é pouco usado nas empresas, por se tratar de um método mais sofisticado. Veja abaixo, algumas vantagens e desvantagens do custeio direto: 3.2.1 Vantagens do Custeio Direto • O custo fixo, que não depende do processo fabril; • Não é utilizado rateio; • Evita Manipulações; • Fornece o ponto de equilíbrio; • Enfoque Gerencial, auxílio na tomada de decisão; • Os dados necessários para análise da relação custo/lucro/volume são rapidamente obtidos; • É totalmente integrado com o custo padrão e orçamento flexível. Desvantagens do Custeio Direto • O custeio direto não é aceito pela auditoria externa das empresas que tem capital aberto e nem pela legislação do IR, assim como grande parte dos contadores. A razão disto é que o custeio direto não condiz com os princípios fundamentais da contabilidade, em especial aos princípios de realização da receita, da confrontação e da competência; • O valor do estoque não mantém relação com o custo total; • Sendo somente ele, não se aplica para formação do preço de venda. Quadro 1 – Custeio por absorção e custeio variável 4 MARK-UP Você já deve ter ouvido a palavra, mark-up. Esse termo significa “marca acima”, que pode ser considerado como um marcador que será aplicado no valor de um custo para encontrar o preço de venda. Temos dois tipos de Mark-Up que os dois são aplicados nos custos de mercadorias. Na constituição do Mark-Up precisamos conhecer todos os gastos relacionado as vendas. Exemplo 1: Mark-up divisor: para obtê-lo basta deduzir o valor 1 do montante de percentuais. Para somatória= 48,25% Ex.: 48,25/100-1= 0,5175 Fórmula para precificação produto com custo R$5,70=> custo da mercadoria / Mark-up divisor=> 5,70 /0,5175= R$ 11,01 Mark-up multiplicador: é encontrado na divisão do valor 1 pelo mark-up divisor. Usando o exemplo anterior: 1/ 0,5175= 1,9323671497584 Fórmula para precificação produto com custo 5,70=> custo da mercadoria * Mark-up multiplicador=> 5,70 *1,9323671497584 = R$ 11,01 5 ORÇAMENTO DE CUSTOS O orçamento de custo é um instrumento de planejamento e um controle do empreendimento, tem uma parte dele no passado mais passa a olhar as possíveis mudanças. Como o orçamento é um ato planejado requer que os empreenderes mantem os gastos ajustados. Figura 7 – Gerenciamento dos custos / Planejamento do orçamento Serve também para comunicar aos donos e administradores, as intenções e realizações da empresa e para que estes possam avaliar se a realidade da empresa está de acordo com aquilo que desejam dela. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conseguiu trazer um pouco de todo o conteúdo exposto, que o cuidado com os custos é essencial para a saúde financeira da empresa. Práticas erradas envolvendo os custos podem resultar em prejuízo, como ocorre com a má formação de preços e com o mau planejamento do orçamento empresarial. Muitas empresas enfrentam problemas financeiros por falta de informação e conhecimento na hora de identificar seus produtos. Um estudo aprofundado em contabilidades de custos, conhecimento e experiências na área, pode direcionar para se obter o real custo do produto. A formação dos custos não é tarefa tão fácil, pois depende de muitas variantes. É essencial que o gestor tenha conhecimento de todos os gastos, despesas e custos envolvidos, faça o rateio desses custos de forma detalhada, para que os valores sejam calculados de forma correta e assim melhorar a gestão de custos do negócio. Sem essa análise de custos, o gestor pode estar calculando de maneira incorreta seus gastos e lançando em seu orçamento um valor que pode afetar a meta estabelecida. Também é a através dos custos de produção que o gestor conseguirá precificar os serviços e produtos. Por isso, ao manter um bom controle de custo, é possível definir os preços de forma mais assertiva e lucrativa para a companhia. Desse modo, a empresa oferece um valor justo para os clientes e, ao mesmo tempo, valoriza seus serviços ou produtos, evitando prejuízos ou preços forado padrão do mercado. Uma boa precificação pode representar, inclusive, uma vantagem competitiva para o negócio. REFERÊNCIAS ADMINISTRADORES. Custeio Direto e Custeio por absorção. 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