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Sarcocystis, Isospora, Cryptosporidium e Microsporídeos Sarcocystis Esse gênero é formado por heteroxenos, com hospedeiro intermediário (presa) e hospedeiro definitivo (homem-predador). Os gêneros que parasitam o homem são: S.hominis / suihominis / lindemanni Morfologia: Merontes (esquizontes) – endotélio sanguíneo do hospedeiro intermediário – reprodução múltipla por merogonia originando merozoítos. Sarcocistos (cisto) – presente nos músculos e outros tecidos – formado de merozoítos que originam os metrócitos e depois os bradizoítos. Bradizoítos – dentro dos sarcocistos, forma alongada, infectante no hospedeiro definitivo Oocistos – presente nas fezes, esporulado, com 2 esporocistos, cada um com 4 esporozoítos. Parede é frágil, podendo se romper antes da eliminação, saindo apenas esporocistos nas fezes. Biologia Homem – hospedeiro do S.hominis e S.suihominis. Suínos ou bovinos se infectam com os esporozoítas das fezes humanas ( intestino ( atravessam parede ( células endoteliais da veia do fígado ( viram merontes primários (amadurecem) ( liberam merozoítos ( células endoteliais de qq órgão ( merontes secundários ( liberam merozoítos segundários ( células musculares ( merontes terciários ou sarcocistos ( homem se alimenta da carne ( ingere sarcocistos maduros com bradizoítos ( intestino ( formação de gametas ( Fecundação de micro e macrogametas ( oocisto ( esporulação ( esporocistos ( fezes. Patogenia S. suihominis – diarréia, náuseas, vômitos, distúrbios circulatórios, calafrios e sudorese. S. hominis – distúrbios gastrointestinais, diarréia, náusea, dor abdominal, anorexia e cólicas. Epidemiologia Cosmopolita. Prevalência alta nos hospedeiros intermediários e não é bem conhecida no homem. A S. suihominis pode aparecer em outros primatas. A doença é mais comum na Europa. No Brasil é baixa. Diagnóstico Encontro de oocistos ou esporocistos nas fezes por métodos de concentração. Profilaxia Não ingerir carnes bovinas ou suínas cruas ou mal cozidas. Uso de privadas ou fossas para evitar a contaminação do meio com as fezes humanas Isospora Parasito do homem. São coccídios – apresentam oocisto com 2 esporocistos, cada um com 4 esporozoítos. São monoxenos e possuem reprodução assexuada (merogonia) e sexuada (gametogonia). Há duas espécies: I.belli (mais freqüente, oocistos ovais, extremidades afuniladas, eliminados sem esporular) e I.natalensis (oocistos subesféricos e não foi assinalada no Brasil). Ciclo biológico: Homem ingere oocistos esporulados na água e alimentos ( esporozoítos no intestino ( evolução do parasito ( formação de oocistos. Patogenia: Alterações na mucosa do intestino delgado > síndrome da má absorção – destruição das células epiteliais, atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas e infiltração de células plasmáticas, leucócitos e linfócitos. Em pacientes com AIDS, encontra-se a I.belli na vesícula biliar. Em geral são infecções benignas, mas o caso grave causa febre, diarréia, cólicas abdominais, esteatorréia, vômitos, desidratação, perda de peso, astenia e emagrecimento. Epidemiologia: Aparece em regiões quentes com condições higiênicas precárias. É mais grave em crianças e em imunodeprimidos (diarréia aquosa crônica de longa duração, desidratação acentuada, perda de peso, etc.). Diagnóstico: Encontro de oocistos não esporulados nas fezes pelos métodos de concentração (poucos oocistos nas fezes). Profilaxia: Uso de privadas e fossas para evitar a contaminação do meio ambiente e higiene pessoal, principalmente grupos de alto risco. Cryptosporidium Morfologia Desenvolve-se nas microvilosidades de células epiteliais do trato gastrointestinal, mas pode aparecer o parênquima pulmonar, vesícula biliar, ductos pancreáticos, esôfago e faringe. È intracelular extracitoplasmático – parasita a parte externa do citoplasma. É encontrado nas fezes, nos tecidos e no meio. Oocistos – pequenos, esféricos ou ovóides e contém 4 esporozoítos livres no interior, quando eliminados. Biologia Monoxênico, coccídios, incluindo rep. assexuada (merogonia) – 2 gerações de merontes – rep. sexuada (gametogonia) – formação de gametas e fecundação formando oocistos. 2 tipos são formados: - parede espessa, excretado com as fezes. - parede delgada, se rompe no intestino – casos de auto-infecção. Esporulam no interior e são infectantes quando liberados. Ciclo dura de 2 a 7 dias. Transmissão Ingestão ou inalação de oocistos, ou pela auto-infecção. - pessoa a pessoa (ambiente com alta densidade populacional – creche e hospitais – ou por contato direto, como relações sexuais). - animal a pessoa – pessoas em contato com animais eliminando oocistos - água de beber, alimentos ou água de recreação contaminada por oocistos Patogenia e Sintomas Influenciados pela idade, competência imunológica e associação com outros patógenos. Interferem nos processos digestivos e resultam na síndrome da má absorção. Em imunocompetentes – diarréia aquosa, anorexia, dor abdominal, náusea, flatulência, febre e dor de cabeça. Benigno e autolimitante. Em crianças / imunodeficientes há quadros mais graves – vômitos, desidratação / diarréia aquosa por meses, perda de peso, má absorção, emagrecimento acentuado e mortalidade elevada. É um dos responsáveis pela diarréia de verão e dos viajantes, além da diarréia infantil. Epidemiologia Zoonose, mundial, cosmopolita e aparece em imunocompetentes e deficientes. Ooocistos são pequenos leves e imóveis, se dispersam facilmente e permanecem viáveis por semanas. Resistem a desinfetantes usuais e são destruídos pela água oxigenada, amônia, formol, aquecimento e dessecção. A prevalência depende da idade, hábitos da população, época do ano, área geográfica, densidade populacional, estado nutricional e estado de imunocompetência. É maior em crianças 6 meses a 3 anos. Diagnóstico Oocistos nas fezes (métodos de concentração), biópsia intestinal ou material raspado da mucosa, anticorpos circulantes (técnicas sorológicas – RIFI, ELISA, H passiva reversa, etc.). Ainda há o PCR. Profilaxia Privadas ou fossas com proteção dos reservatórios de água, evitando contaminação. Higiene pessoal, com vestuário, utensílios e instrumentos, por pessoas em contato com material contaminado, pessoas doentes ou animais infectados. (creche, hospitais) Alto risco: evitar contato com animais e rigorosa higiene pessoal Microsporídeos Intracelular obrigatório. Morfologia: espécies que infectam mamíferos são pequenas. O organismo maduro é o esporo (parede celular espessa, resistente, filamento polar – tubo no interior do esporo que durante a infecção é projetado para fora passando seu conteúdo para a célula hospedeira sem danificar a membrana – ou tubo polar). Pode ser internalizados por macrófagos (fagocitose). Biologia: penetra no hospedeiro, entram em fase proliferativa, multiplica-se por merogonia, diferenciam-se em esporos (esporogonia). Há ruptura da célula liberando esporos que podem infectar células adjacentes ou outros tecidos. Podem ser eliminados nas fezes e urina. Ingestão por via fecal-oral e urinária-oral, pela ingestão de água e alimentos contaminados. Pode ser por inalação também. Em mamíferos infectam coelhos, roedores, carnívoros jovens. Em indivíduos adultos ou imunocompetentes – infecções crônicas, subclínicas. Em jovens ou imunodeificientes – infecções agudas, podendo ser fatais. Patogenia / Sintomas: Associada a diversas síndromes como conjuntivite, sinusite, encefalite, hepatite, miosite, enteropatia, etc. Sintomas – diarréia, má absorção e perda de peso. Isso devido à morte de células do epitélio intestinal. Diagnóstico: colorações especiais para detectar esporos ou estágios prematuros. Esfregaços fecais, mas não permite identificação de espécie. Pode ser usado PCR, microscopia eletrônica e biópsia. Distribuição Geográfica: pacientes com AIDS, países em desenvolvimentos e desenvolvidosda América, Ásia, África, Europa e Oceania.
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