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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL ANDIARA GOMES GRIJÓ DANDARA NUNES VITÓRIA GUILHERME REIS SILVA JESSYCA CRISTINA BARROS ARAÚJO LARA VIEIRA DE SOUZA ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS FACHADAS DA GLÓRIA Vila Velha 2017 ANDIARA GOMES GRIJÓ DANDARA NUNES VITÓRIA GUILHERME REIS SILVA JESSYCA CRISTINA BARROS ARAÚJO LARA VIEIRA DE SOUZA ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS FACHADAS DA GLÓRIA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, como requisito parcial para obtenção do título de técnico em edificações. Orientadora: Aline Fernandes de Oliveira Falcão Vila Velha 2017 ANDIARA GOMES GRIJÓ DANDARA NUNES VITÓRIA GUILHERME REIS SILVA JESSYCA CRISTINA BARROS ARAÚJO LARA VIEIRA DE SOUZA ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS FACHADAS DA GLÓRIA Este Trabalho de Conclusão foi julgado adequado à obtenção da aprovação do Curso Técnico em Edificações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Vila Velha, 14 de Dezembro de 2017. ______________________________________________________ Instrutora e orientadora – Aline Fernandes de Oliveira Falcão Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Aos nossos pais e familiares, que foram grandes incentivadores e que sempre acreditaram nos nossos sonhos. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradecemos à Deus. À empresa Vale S.A e a instituição SENAI por ter nos dado essa oportunidade. Aos nossos instrutores que só nos agregaram conhecimento durante todo o curso, e em particular a nossa prezada orientadora Aline Falcão, pelo incentivo e colaboração. Aos nossos familiares e amigos pela paciência e compreensão durante a elaboração deste trabalho. Aos nossos colegas de turma, pelo companheirismo e pela ajuda oferecida quando precisávamos. "O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário." (Albert Einstein). RESUMO As fachadas estão diretamente sujeitas às agressões externas do ambiente onde estão localizadas, e por esse aspecto são mais propensas ao aparecimento de manifestações patológicas. Neste trabalho, realiza-se uma análise de manifestações nas fachadas, das principais ruas do bairro da Glória, localizado no município de Vila Velha-ES. Para o levantamento das análises foi feito um estudo das manifestações patológicas, onde foram divididas em cinco classes conforme a sua aparição: revestimento, pintura, metais, concreto/estrutura e vidros. Ao total, foram analisadas 184 fachadas, sendo divididas em uso comercial, residencial e misto. A incidência das manifestações foi identificada através de registro fotográfico e aplicação de um check-list. Os dados coletados foram separados e contabilizados a partir do uso do edifício, quantidade de pavimentos, materiais de fachada e esquadrias, grau de incidência e quantidade de aparecimento das manifestações. Conclui-se que 50,54% dos edifícios possuem uso misto, sendo cerâmica o material mais presente com 20,44%, onde 39,06% das manifestações estão presentes no revestimento das fachadas. Palavras-chave: Patologia, manifestações patológicas, fachadas, grau de incidência. ABSTRACT The facades are directly subject to the external aggressions of the environment where they are located, and by this aspect are more prone to the appearance of pathological manifestations. In this work an analysis of manifestations in the commercial façades, as well as the level of incidence, is made in the main streets of the neighborhood of Glória, located in the municipality of Vila Velha-ES. A study of the pathological manifestations was carried out to collect the analyzes, where they were divided into five classes according to their appearance: Coating, painting, metals, concrete / structure and glass. In total, 184 facades were analyzed, being divided into commercial, residential and mixed. The incidence of the manifestations were, identified through photographic registration and application of a check-list. The collected data were separated and counted from the use of the building, number of floors, facade materials and frames, degree of incidence and quantity of manifestations. It is concluded that 50.54% of the buildings have mixed use, with 20.44% being the most present material, where 39.06% of the manifestations are present in the facade cladding. Keywords: Pathology, pathological manifestations, facades, degree of incidence. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Imagem comparativa entre a estrutura do edifício e o esqueleto humano ........................................................................................................................... 12 Figura 2 - Check-list para o levantamento de manifestações. ................................... 15 Figura 3 - Desplacamento de revestimento cerâmico ............................................... 18 Figura 4 - Deterioração das juntas ............................................................................ 19 Figura 5 - Abertura .................................................................................................... 19 Figura 6 - Abertura visível em um revestimento cerâmico. ........................................ 20 Figura 7 - Mofo e bolor em revestimento argamassado. ........................................... 21 Figura 8 - Fachada com manchas de sujeira. ........................................................... 21 Figura 9 - Oxidação em peça de granito. .................................................................. 22 Figura 10 - Presença de bolhas na pintura................................................................ 23 Figura 11 - Enrugamento da pintura .......................................................................... 24 Figura 12 - Descascamento da pintura...................................................................... 25 Figura 13 - Manchas na pintura. ................................................................................ 26 Figura 14 - Mofo causado pela presença de umidade. ............................................. 27 Figura 15 - Armadura exposta com corrosão. ........................................................... 28 Figura 16 - Desgaste por abrasão. ............................................................................ 29 Figura 17 - Desgaste por cavitação. .......................................................................... 29 Figura 18 - Desgaste por congelamento. .................................................................. 30 Figura 19 - Desgaste por fogo. .................................................................................. 30 Figura 20 - Desagregação. ........................................................................................ 31 Figura 21 - Lixiviação no concreto. ............................................................................ 32 Figura 22 - Eflorescência........................................................................................... 32 Figura 23 - Corrosão Uniforme. .................................................................................34 Figura 24 - Corrosão por Hidrogênio. ........................................................................ 34 Figura 25 - Corrosão Intergranular. ........................................................................... 35 Figura 26 - Corrosão Transgranular. ......................................................................... 36 Figura 27 - Corrosão Filiforme. .................................................................................. 36 Figura 28 - Corrosão por Esfoliação. ......................................................................... 37 Figura 29: Formação de pites no alumínio. ............................................................... 37 Figura 30 - Corrosão por Placas. .............................................................................. 38 Figura 31 - Corrosão Alveolar. .................................................................................. 38 Figura 32 - Flambagem Local. ................................................................................... 39 Figura 33 - Deformações Excessivas. ....................................................................... 40 Figura 34 - Fratura Dúctil........................................................................................... 40 Figura 35 - Fratura Frágil........................................................................................... 41 Figura 36: Manchas em vidro. ................................................................................... 42 Figura 37- Delimitação da área visitada. ................................................................... 47 Figura 38 - Vista da fábrica H. Meyerfreund & CIA (atual Garoto) e da área no entorno. .............................................................................................................. 48 Figura 39 - Mapa da visão de satélite do pólo de moda da Glória. ........................... 49 Figura 40 - Fachada CEBRAC. ................................................................................. 49 Figura 41 - Fachada encontrada na Rua Aurora com varias manifestações. ............ 50 Figura 42 - Desplacamento cerâmico encontrado em uma das fachadas da Rua Aurora. ............................................................................................................... 50 Figura 43 - Desgaste na superfície de um pilar. ........................................................ 51 Figura 44 - Aberturas e descascamento de pintura. .................................................. 51 Figura 45 - Oxidação por contato com material metálico. ......................................... 52 Figura 46 - Descascamento de pintura, bolhas, bolor/mofo e sujeira. ....................... 52 Figura 47 - Aberturas na fachada da Chocolates Garoto .......................................... 53 Figura 48 - Corrosão em material metálico. .............................................................. 53 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Levantamento quantitativo de manifestações patológicas. ...................... 44 Gráfico 2 - Manifestações patológicas por uso das edificações. ............................... 45 Gráfico 3 - Percentual de ocorrências das manifestações patológicas nas fachadas analisadas. ......................................................................................................... 46 Gráfico 4 - Uso do edifício. ........................................................................................ 54 Gráfico 5 - Quantidade de pavimentos ...................................................................... 54 Gráfico 6 - Materiais existentes nas fachadas analisadas. ........................................ 55 Gráfico 7 - Materiais existentes nas esquadrias analisadas. ..................................... 55 Gráfico 8 - Levantamento quantitativo da incidência das patologias, no seu determinado material. ......................................................................................... 56 Gráfico 9 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em concreto. ........................................................................................................................... 56 Gráfico 10 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em estrutura. ............................................................................................................ 57 Gráfico 11 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em metais e alumínio. ............................................................................................................. 57 Gráfico 12 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em revestimento. ...................................................................................................... 58 Gráfico 13 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em pinturas. ........................................................................................................................... 58 Gráfico 14 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em vidros. ........................................................................................................................... 59 Gráfico 15 - Grau de incidências das patologias. ...................................................... 59 Gráfico 16 - Grau de incidência das manifestações patológicas no concreto. .......... 60 Gráfico 17 - Grau de incidência das manifestações patológicas na estrutura. .......... 60 Gráfico 18 - Grau de incidência das manifestações patológicas na pintura. ............. 61 Gráfico 19 - Média do grau de incidência das manifestações em concreto............... 61 Gráfico 20 - Média do grau de incidência das manifestações em estruturas. ........... 62 Gráfico 21 - Média do grau de incidência das manifestações em pinturas................ 62 Gráfico 22 - Média do grau de incidência das manifestações em revestimento. ....... 63 Gráfico 23 - Média do grau de incidência das manifestações em metais e alumínio.63 Gráfico 24 - Média do grau de incidência das manifestações em vidros. .................. 64 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 14 2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 14 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 14 3 METODOLOGIA ................................................................................................ 15 4 PATOLOGIAS EM FACHADAS ........................................................................ 17 4.1 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS ........................................................... 17 4.1.1 Desplacamento ........................................................................................ 17 4.1.2 Deterioração das juntas ........................................................................... 18 4.1.3 Aberturas ................................................................................................. 19 4.1.4 Bolor ou mofo .......................................................................................... 20 4.1.5 Manchas de Sujeira ................................................................................. 21 4.1.6 Oxidação ................................................................................................. 21 4.2 PATOLOGIAS EM PINTURAS .......................................................................22 4.2.1 Bolhas ..................................................................................................... 22 4.2.2 Enrugamento ........................................................................................... 23 4.2.3 Descascamento ....................................................................................... 24 4.2.4 Manchas .................................................................................................. 25 4.2.5 Infiltração ................................................................................................. 26 4.3 PATOLOGIAS EM CONCRETO E ESTRUTURAS ........................................ 27 4.3.1 Armadura exposta com ou sem corrosão ................................................ 27 4.3.2 Desgaste da superfície ............................................................................ 29 4.3.3 Calcinação do concreto ........................................................................... 31 4.3.4 Desagregação do concreto...................................................................... 31 4.3.5 Eflorescência e lixiviação ........................................................................ 31 4.4 PATOLOGIAS EM MATERIAIS METÁLICOS ................................................ 33 4.4.1 Corrosão .................................................................................................. 33 4.4.2 Flambagem local ou global ...................................................................... 39 4.4.3 Deformações excessivas ......................................................................... 39 4.4.4 Fraturas ................................................................................................... 40 4.5 PATOLOGIAS EM VIDROS ........................................................................... 41 4.5.1 Irisação .................................................................................................... 41 4.5.2 Manchas e sujeira ................................................................................... 42 4.5.3 Aberturas ................................................................................................. 42 5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 44 6 APLICAÇÃO ...................................................................................................... 47 6.1 LOCALIZAÇAO............................................................................................... 47 6.2 HISTÓRICO .................................................................................................... 47 6.3 VISITAS TÉCNICAS ....................................................................................... 49 6.4 RESULTADOS ............................................................................................... 54 7 CONCLUSÃO .................................................................................................... 65 APÊNDICE ................................................................................................................ 70 12 1 INTRODUÇÃO A palavra “patologia” faz parte da Medicina e nela se relaciona a doença, na Engenharia Civil ela é modestamente relacionada aos problemas que agridem o corpo do edifício. Palavra grega que significa o estudo da doença, busca nos sintomas as causas de possíveis anomalias existentes numa construção depois de finalizada (FRANÇA, et al., 2011). Visando que este termo usado em uma área se deriva a outra houve certa associação de ambas para que os problemas na Engenharia Civil obtivessem resolução, aceitando que um edifício assim como o corpo humano necessita igualmente como base de: diagnóstico, profilaxia (cautela), e terapia (FRANÇA, et al., 2011). Figura 01 - Imagem comparativa entre a estrutura do edifício e o esqueleto humano Fonte: Silva1, 2011. O emprego da palavra patologia às vezes é usada erroneamente, a patologia é as teorias que explicam as causas das ocorrências de determinadas manifestações patológicas, é a ciência que explica tudo relacionado à degradação de uma edificação, já a manifestação patológica é toda causa decorrente de um mecanismo de degradação (FRANÇA, et al., 2011). 1 Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/174/patologia-das-construcoes-uma- especialidade-na-engenharia-civil-285892-1.aspx>. Acesso em 26 de Novembro de 2017. 13 As manifestações atingem as fachadas por estarem diretamente sujeitas as agressões externas, com a necessidade de manutenção periódica. A manutenção, segundo a NBR 5674 (1999), é de grande importância, pois ela visa preservar e prevenir, para que o edifício não tenha perda de desempenho decorrente da deterioração dos seus sistemas. A falta de manutenção pode acarretar em maiores incidências de manifestações, podendo vim afetar a estética do edifício assim como o seu desempenho, a segurança das pessoas que utilizam o local, além de desvalorizar o imóvel e gerar gastos excessivos com reparos e multas. Em virtude dos fatos mencionados, este trabalho foi escolhido para ser aplicado no bairro da Glória por influência na ampla seleção de ruas e avenidas com variáveis fachadas afetadas por algumas manifestações patológicas bastante comuns, com o nível de incidência baixo, médio ou alto. A elevada movimentação da localidade também foi um forte fator em decisão de escolha da região, pela provável presença de problemas com seu certo grau de gravidade nas áreas analisadas. 14 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Identificar e fotografar os principais problemas patológicos encontrados em fachadas comerciais na Glória, e determinar seu grau de incidência. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS · Identificar as manifestações patológicas existentes; · Estudar e entender porque ocorrem tais manifestações; · Determinar a incidência dessas patologias nas fachadas do bairro; · Pesquisar os principais efeitos causados por esses problemas. 15 3 METODOLOGIA Para a primeira etapa desta pesquisa foi utilizada a pesquisa bibliográfica, a partir da leitura de artigos, dissertações de mestrado, trabalhos disponibilizados na internet e livros. Em um segundo momento, foi montado um check list contendo as principais manifestações patológicas estudadas, conforme figura 02. A partir desse documento, foi realizada uma aplicação piloto, onde todo o grupo esteve presente para determinar como seriam avaliados os problemas e realizou registro fotográfico. Figura 2 - Check-list para o levantamento de manifestações. Fonte: Autoria própria, 2017. 16 Foi realizado um estudo de caso para entender qual a importância de se determinar o grau de incidência desse tipo de ocorrência. Após a correção de algumas dúvidas do grupo, outras visitas foram realizadas para levantamento dos problemas e registro fotográfico. A partir daí os resultados foram coletados para análise do grupo. 17 4 PATOLOGIAS EM FACHADAS Na construção civil o revestimento em fachadas possui sua importância não somente por oferecer uma boa estética como não deixa de interferir na proteção das vedações, no acústico do edifício, em possíveis infiltrações assim também quando mantida sua manutenção colabora com á durabilidade. Porém, tendo as patologias como inimigas o revestimento perde suas qualidades quando se é aplicado pormão de obra desqualificada como também sem perícia no assunto, ou até mesmo sem planejamento algum, muitas das vezes deixando prevalecer a negligência e a imprudência. (FRANÇA; FRANÇA, 2011). 4.1 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS As patologias em revestimentos normalmente ocorrem por falha de projeto, material inadequado para a aplicação, por erro na execução do sistema ou intempéries, tendo como característica a deterioração de parte ou até todo o sistema (RHOD, 2011). 4.1.1 Desplacamento A perda de aderência do revestimento ou da argamassa colante é a característica do desplacamento ou também chamado descolamento e destacamento. Essa perda ocorre quando há tensões maiores que ultrapassam os limites de aderência colante. É a patologia mais comum associada ao revestimento, mas não deixa de ser o mais grave, causando riscos aos usuários (ROSCOE, 2008). Na figura 03 é observado um desplacamento em um sistema de revestimento cerâmico. 18 Figura 3 - Desplacamento de revestimento cerâmico Fonte: Imgrum2, 2014. O estufamento, na área do acabamento e o som cavo da placa são os primeiros sinais de descolamento, podendo haver a queda do revestimento, que às vezes leva com ele parte do emboço. Para Roscoe (2008. p 53), “as situações mais comuns de descolamento costumam ocorrer por volta de cinco anos após a conclusão da obra”. Deve-se averiguar tal problema, evitando que se propague para áreas não afetadas. O reparo tem um custo alto, pois dependendo de como está o problema é necessário que se tire todo o revestimento, ou até parte do reboco e emboço para a sua recuperação total (ROSCOE, 2008). 4.1.2 Deterioração das juntas Está diretamente ligada à argamassa de preenchimento (rejunte), este problema compromete o sistema ao todo, pois é responsável pela estanqueidade e da absorção de deformações do revestimento (RHOD, 2011). Um dos sinais e motivos pelo qual pode se ocorrer esta patologia é: [...] perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo apos a sua execução, através de procedimentos de limpeza inadequados. [...] Pode acontecer, também, que a junta esteja preenchida apenas superficialmente, formando uma capa frágil que pode desagregar-se após alguns meses da entrega da obra. Esta situação pode acontecer em casos onde a junta é muito estreita (ex.: porcelanatos) ou quando o rejunte perde a trabalhabilidade rapidamente devido à temperatura ambiente elevada [...] (ROSCOE, 2008. p 61). Na figura 4 observa-se uma trinca na junta do revestimento, que é a deterioração da mesma. 2Disponível em: <http://www.imgrum.org/tag/desplacamento>. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 19 Figura 4 - Deterioração das juntas Fonte: Defeitos...3, 2014. 4.1.3 Aberturas As aberturas decorrentes dos revestimentos são fissuras, trincas e rachaduras. Este problema está relacionado à perda de integridade da superfície da placa. Normalmente ocorrem nos primeiros e últimos andares do edifício (RHOD, 2011). As fissuras são aberturas até 0,5 mm, o que não causa ruptura total. Já as trincas são aberturas maiores que vão de 0,5 mm até 1 mm e podem causar a ruptura total (RHOD, 2011). Para Watanabe (2017) as rachaduras têm aberturas maiores, mais profundas e acentuadas. Às vezes você vê ou sente entrar luz, água ou vento por suas frestas. As figuras 05 e 06 mostram rachadura e a trinca respectivamente. Figura 5 - Abertura Fonte: Shutterstock4, 2015. 3Disponível em: <http://licelioribeiro.blogspot.com.br/2014/06/defeitos-construtivos-2014.html>. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 4Disponível em: <https://revista.zapimoveis.com.br/rachaduras-na-parede-saiba-como-identificar-o- perigo/>. Acesso em 03 de Novembro de 2017. 20 Figura 6 - Abertura visível em um revestimento cerâmico. Fonte: Tratar...5, acesso em: 3 de novembro 2017 Podem ocorrer por causa da dilatação e retração da camada do revestimento, deformações e retração da argamassa. Normalmente ocorrem nos primeiros e últimos andares da edificação (RHOD, 2011). 4.1.4 Bolor ou mofo Causado pela umidade, o bolor ou mofo segundo Segat (2005) é a mudança vista macroscopicamente na área dos materiais, que é o desenvolvimento dos microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos. A existência de umidade constante, principalmente em áreas que não ficam expostas ao sol, facilita o surgimento destes fungos (SEGAT, 2005, apud CINCOTTO, 1988). Esse problema afeta a estética do edifício, pois ele aparece como manchas escuras marrons ou verdes, ou mais claras, esbranquiçadas ou amareladas, exemplificado na figura 07. (SEGAT, 2005). 5Disponível em:<https://www.weber.com.pt/revestimento-e-renovacao-de-fachadas/conselhos-e- ajuda/problema-solucao/tratar-fissuras-em-revestimentos-de-fachadas.html> 21 Figura 7 - Mofo e bolor em revestimento argamassado. Fonte: Como...6, acesso em: 7 de outubro de 2017 4.1.5 Manchas de Sujeira É caracterizada pelo cobrimento do revestimento por pó ou partículas contaminantes devido à poluição atmosférica, que pode ser por meio natural ou biológico ou proveniente a poluição das indústrias. As manchas de sujeiras (Figura 08) que surgem afetam esteticamente o edifício. (GROFF, 2011). Figura 8 - Fachada com manchas de sujeira. Fonte: Nogueira7, 2010. 4.1.6 Oxidação Comum em revestimentos de mármore, granito e em materiais metálicos, a oxidação acontece devido a sua composição mineralógica ou por contato com materiais 6 Disponível em: <https://www.cleanipedia.com/br/materiais-e-superficies/como-remover-mofo-e-bolor- das-paredes#IX2FQrrb5GeQbOIh.97>. 7Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/imoveis/detalhes-que-protegem- 1tptrxpd37lujlhk5k83bsy8e>. Acesso em 03 de Novembro de 2017. 22 ferrosos. Como observada na figura 09, aparecem normalmente com cores amareladas ou alaranjadas (FIGUEROLA, 2001). Figura 9 - Oxidação em peça de granito. Fonte: Oxidação...8, 2015. 4.2 PATOLOGIAS EM PINTURAS A pintura é um importante sistema na construção civil, pois tem como finalidade proteger os elementos construtivos trazendo uma durabilidade maior a edificação, além de trazer um aspecto estético agradável exercendo grande influência no espaço público. A pintura também é de grande importância para o conforto térmico, pois dependendo da cor utilizada sua edificação pode possuir uma resistência ou absorbância sendo capazes de refletir ou difundir a luz solar. 4.2.1 Bolhas As bolhas (Figura 10) podem surgir sobre a superfície pintada por diversos fatores, mas sempre relacionado à aderência da tinta à superfície. Uma das principais causas é a aplicação de argamassa em áreas sujeitas a contato com a água. Neste caso, a área proporciona uma maior absorção da umidade, fazendo com que a argamassa não suporte a presença da água por absorver grandes quantidades. O excesso da água ao tentar sair, em forma de vapor, força a tinta formando as bolhas. Outra causa é a pintura em superfícies pulverulentas, que é bem parecido com o aparecimento a partir da umidade. A presença de pó na superfície prejudica a 8Disponível em: <https://policentercasa.wordpress.com/2015/10/15/oxidacao-como-remover- manchas-de-ferrugem-em-granitos/ >. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 23 aderência da tinta e a absorção da umidade, ao evaporar a água presente natinta e voltar ao substrato, força a tinta por estar mal aderida e formam-se as bolhas. As bolhas também podem surgir a partir de repinturas sem lixamento prévio ou repinturas sobre tintas de má qualidade ou muito antiga. Neste caso, respectivamente, a tinta aplicada não terá aderência adequada ou quando aplicado sob uma camada mal aderida, a nova tinta umedece-a fazendo com que surjam as bolhas. Figura 10 - Presença de bolhas na pintura. Fonte: Guia...9, 2008. 4.2.2 Enrugamento Quando a superfície da tinta apresenta ondulações, distorção ou encolhimento apresentando formato de rugas chama-se de enrugamento (figura 11). Elas surgem na maioria das vezes por erro de execução ou pela utilização de materiais de má qualidade (POLITO, 2006) Podem surgir devido à aplicação (muitas vezes excessiva) sobre uma superfície pintada que não esteja totalmente seca. Também pode surgir por aplicar a tinta em superfícies excessivamente quentes ou que estejam sob incidência do sol. Neste caso é necessário lixar a superfície afetada e pintar novamente sob condições ideais (MANUAL...,2017). 9Disponível em <http://www.megacortintas.com.br/guia-de-pintura-problemas-e-solucoes/>. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 24 Figura 11 - Enrugamento da pintura Fonte: Guia...10, 2008. 4.2.3 Descascamento O descascamento (figura 12) ocorre quando parte da pintura, ou na sua totalidade, por falta de aderência começa a se soltar da superfície pintada. (SANTANA, 2014). Podem surgir ao aplicar a tinta sobre uma superfície empoeirada ou sobre uma pintura antiga que possui pouca aderência ou com partes soltas. Neste caso é recomendado preparar a superfície a ser pintada corretamente lixando o substrato retirando às partes soltas e/ou a poeira presente. (ANDRADE, 2017). Outra causa é a pintura realizada sobre uma parede úmida ou com temperatura extremamente alta. Em tal caso, é recomendado eliminar a umidade antes de pintar, e caso já tenha sido pintado, retirar a pintura, eliminar a umidade, se for um problema constante, e/ou esperar a parede secar para voltar a pintar. No caso de altas temperaturas é recomendado pintar a parede somente quando esta estiver em uma aconselhada (aconselha-se pintar abaixo de 52°C, ou para alguns tipos de tinta 40°C), pelo tipo de tinta utilizado. (SOLUÇÕES..., 2017). O descascamento também pode surgir pela contaminação da parede por óleos, graxas, gorduras, cal, entre outros. Assim sendo, é necessário limpar muito bem a superfície a ser pintada. (SANTANA, 2014) 10Disponível em <http://www.megacortintas.com.br/guia-de-pintura-problemas-e-solucoes/>. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 25 Figura 12 - Descascamento da pintura. Fonte Guia...11, 2008. 4.2.4 Manchas As manchas (figura 13) podem surgir devido a vários fatores, necessitando de atenção ao tipo de mancha que surgiu, dando um aspecto estético ruim ao ambiente. (SANTANA, 2014) a) Manchas químicas e de ferrugens: Esses tipos de manchas podem surgir por ataque químico, onde a parede começa a perder sua coloração ou pela presença de resíduos de minério presente no substrato (principalmente por causa da areia presente na argamassa de reboco). No caso do ataque químico, é necessário lixar a superfície afetada e fazer uma boa limpeza. Em casos mais graves é necessário retirar toda a pintura e utilizar uma tinta mais adequada e resistente. Já no caso dos resíduos de minério, deve-se retirar o reboco do local afetado pelas manchas e reparar com argamassa adequada. Recomenda-se após a secagem da argamassa, aplicar uma demão de tinta apropriada para esse tipo de parede e fazer o acabamento com tinta plástica, ambas de boa qualidade. (SANTANA, 2014) b) Sujidade: Esse tipo de mancha (possui um aspecto amarelado) pode surgir pela presença de gordura, óleos, fumo ou poluição, e em alguns casos, como o gesso, por exemplo, podem surgir pela presença de umidade. Nesta circunstância, é necessário lavar a superfície afetada com água e detergente neutro, esperar até que seque bem para depois pintá-la. Se a mancha for muito forte, pode-se aplicar um isolador de manchas e, após, uma tinta plástica. (SANTANA, 2014) 11Disponível em <http://www.megacortintas.com.br/guia-de-pintura-problemas-e-solucoes/>. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 26 c) Umidade: Surgem, como o próprio nome já diz, pela presença de umidade na superfície pintada. Diante disto, o primeiro passo é identificar a origem do problema, porque se não o problema irá persistir. Resolvendo a origem do problema, é necessário lavar a superfície com água e detergente neutro, após deixe secar bem e pinte com uma tinta isoladora de manchas e faça o acabamento com uma tinta anti- bolor. Figura 13 - Manchas na pintura. Fonte: Itamaro12,2015. 4.2.5 Infiltração A infiltração (figura 14) é uma das principais causas de patologias de revestimento, provocando manchas, mofo, bolor, bolhas, descascamento e diversas outras patologias, causando estragos à pintura e afetando a estética da parede pintada. O primeiro passo é identificar a origem da infiltração e resolve-la, porque se não o problema irá persistir. Após identificar e resolver o problema é necessário retirar toda a pintura afetada e lavar com água sanitária higienizando o local, evitando o desenvolvimento de micro-organismos. Estando a parede higienizada e seca, recomenda-se aplicar um impermeabilizante em seguida aplicar uma tinta resistente a umidade. 12Disponível em: <http://www.condominiosc.com.br/jornal-dos-condominios/infraestrutura/2161- predios-em-regioes-litoraneas-sofrem-com-a-umidade>. Acesso em 28 de Outubro de 2017. 27 Figura 14 - Mofo causado pela presença de umidade. Fonte: Guia...13, 2008. 4.3 PATOLOGIAS EM CONCRETO E ESTRUTURAS No Brasil, as principais origens para se ocorrer as patologias em concreto/estrutura, é por erro de execução, erro de projeto e a sua má utilização. (PIANCASTELLI, 2017) Em basicamente 100% das obras feitas com concreto, podem ocorrer de ter trincas e fissuras, “Essas fissuras ocorrem devido a ações mecânicas ou químicas, diferentemente de rachadura, as trincas são semelhantes a fissuras, pois possuem aberturas maiores que 0,5mm.” (MAGNO 2015) Existem algumas patologias que aparecem mais em obras com concreto, como: 4.3.1 Armadura exposta com ou sem corrosão Existem dois motivos pelos quais a armadura pode se encontrar exposta, por corrosão ou por oxidação (figura 15). Por corrosão é, ”propriamente dita entende-se o ataque da natureza preponderantemente eletroquímica, que ocorre em meio aquoso”. A corrosão acontece quando é formada uma película de eletrólito sobre a superfície dos ou barras de aço. Esta película é causada pela presença de umidade no concreto. (PEREIRA, SILVA, OLIVEIRA, FERREIRA, AMARAL, 2014) Corrosão em meio aquoso: “O mecanismo de corrosão do aço no concreto é eletroquímico, ele conduz a formação de óxidos/hidróxidos de ferro, produtos da corrosão avermelhados, pulverulentos e porosos, denominados ferrugem.” (PEREIRA, SILVA, OLIVEIRA, FERREIRA, AMARAL, 2014) 13 Disponível em <http://www.megacortintas.com.br/guia-de-pintura-problemas-e-solucoes/>. Acesso em 07 de Outubro de 2017. 28 Por oxidação entende-se o ataque que provocado por uma reação gás-metal, com formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente lento à temperatura ambiente e não provoca deterioraçãosubstancial das superfícies metálicas. (PEREIRA, SILVA, OLIVEIRA, FERREIRA, AMARAL, 2014) Figura 15 - Armadura exposta com corrosão. Fonte: Medeiros14, 2017. 4.3.2 Deformação A deformação do concreto pode acontecer por duas causas, por causa da variação do ambiente: retração; por causa da variação de temperatura e umidade, e pela ação de cargas externas: imediata ou lenta. (ALMEIDA, 2002) a) Deformação por retração: Retração é o período de menor volume do concreto até o período de fim de cura ate atingir o equilíbrio com o ambiente. A retração ocorre rápido ate o quarto mês, depois disso fica lenta. (ALMEIDA, 2002) b) Variação de temperatura e umidade: A variação de temperatura não atinge em certo ao concreto, mas tem uma ação direta na temperatura do próprio. "O coeficiente de dilatação térmica para o concreto armado, segundo a NBR 6118, é considerado igual a 10-5/ºC, salvo quando determinado especificamente parta o concreto a ser usado. " (ALMEIDA, p 10, 2002) 14Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/corrosao-do-concreto-e-causada-por- umidade-e-gases-nocivos_6412_0_1>. Acesso em 08 de Novembro de 2017. 29 c) Deformação imediata: É aquela observada por ocasião da aplicação da carga (ALMEIDA, 2002). d) Deformação Lenta: É o acréscimo de deformação que ocorre no concreto se a solicitação for mantida, e com a manutenção da carga ao longo do tempo (ALMEIDA, 2002). 4.3.2 Desgaste da superfície Abrasão: É encontrado por causa do atrito seco devido ao tráfego de pessoas, passagem de carros e até do vento. “Quanto maior a dureza e menor a porosidade da pasta, maior a resistência à abrasão” (CHOCIAY, 2013). Observa-se na figura 16. Figura 16 - Desgaste por abrasão. Fonte: Restauração...15, acesso em 08 de novembro de 2017. Cavitação: Geralmente encontrado em lugares com fluído de água corrente, se forma bolhas de ar que estouram pela pressão mais elevada, sua superfície fica irregular (CHOCIAY, 2013). Observa-se na figura 17. Figura 17 - Desgaste por cavitação. Fonte: Chociay16, 2013. 15 Disponível em: <http://www.guedespisosindustriais.com.br/restauracao-piso-concreto>. 16 Disponível em: <https://pt.slideshare.net/andreachociay/aula-durabilidade-das-estruturas-de- concreto-e-concretos-especiais>. Acesso em 08 de Novembro de 2017. 30 Congelamento: Em lugares com a temperatura mais baixa a água do concreto congela e descongela simultaneamente, fazendo com que o concreto apresente fissuras e tipos de destacamento em sua superfície. (CHOCIAY, 2013). Observa-se na figura 18. Figura 18 - Desgaste por congelamento. Fonte: Chociay17, 2013. Fogo: A ação do fogo provoca danos ao concreto como fissuras, lascamento na estrutura e expõem à armadura, temperaturas muito altas (chegando a 350 graus) tira toda a hidratação do concreto, sendo que a água que é usada para apagar o fogo causa um choque térmico e a reidratação acontece com inchamento e fissuramento (CHOCIAY, 2013). Observa-se na figura 19. Figura 19 - Desgaste por fogo. Fonte: Silveira18, 2011. 17 Disponível em: <https://pt.slideshare.net/andreachociay/aula-durabilidade-das-estruturas-de- concreto-e-concretos-especiais >. Acesso em 08 de Novembro de 2017. 18 Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2011/10/01/concreto-duravel-2/>. Acesso em 08 de Novembro de 2017. 31 4.3.3 Calcinação do concreto A calcinação é o resultado da ação do fogo no concreto que faz com que tenha a expansão dos agregados internos ocorrendo às fraturas. Há mudança de cor durante o processo sendo visível a perda de resistência. (NUNES; SANTOS, 2016) 4.3.4 Desagregação do concreto Desagregação no concreto (figura 20) é quando ocorre a separação de sua mistura. Em consequência, a estrutura acaba se despedaçando em varias partes ou em placas inteiras. Essa patologia é resultante de diversos fatores. Tais como: a movimentação de formas ou em função da corrosão e desgaste do concreto. No entanto, quando esse fenômeno acontece em determinada edificação, a estrutura de concreto perde a capacidade de resistência determinada. Essas deformações além de afetar a estrutura em si, afeta a edificação visualmente. (NUNES; SANTOS, 2016) Figura 20 - Desagregação. Fonte: Causas...19, 2014. 4.3.5 Eflorescência e lixiviação a) Lixiviação Ocorre nas estruturas de concreto por causa do contato com a água, principalmente quando se tem infiltração, transportando hidróxido de cálcio e magnésio, sendo assim fazendo o problema aparecer depois de certos dias (THOMAZ, 2009). 19 Disponível em: <http://asaserv.blogspot.com.br/2014/01/causas-de-defeitos-em-estruturas- de.html>. Acesso em 27 de Novembro de 2017. 32 Essa manifestação (figura 21) é realmente nociva ao concreto, pois reduz a resistência, desgasta o concreto abrindo caminho para água e gases entrarem em contato com as armaduras (THOMAZ, 2009). Figura 21 - Lixiviação no concreto. Fonte: Sabai20, 2017. b) Eflorescência Eflorescência são cristais de cor branca (figura 22), que surgem em diversos locais como no concreto, revestimento, piso cerâmico, paredes e tetos, por causa de evaporação de soluções aquosas salinizadas. É comum acontecer por causa dos sais solúveis presentes na argamassa, rejunte e outros materiais levados pela água que são usados na construção, por infiltração ou ate mesmo pela água usada para limpeza. Os sais em contato com o ar ficam solidificados, em casos que as áreas ficam constantemente molhadas, como quando há infiltração, ocorre uma “exsudação” que da uma cor branca a área, comprometendo diversos fatores como a estética do local e a saúde dos usuários (PINHAL, 2009). Figura 22 - Eflorescência. Fonte: Hering21, 2017. 20 Disponível em: <http://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/os-problemas-causados-pela- lixiviacao-do-concreto/>. Acesso em 13 de Novembro de 2017. 33 4.4 PATOLOGIAS EM MATERIAIS METÁLICOS Já no início da utilização do material metálico, no século XIII, pôde-se observar que o aço conquistou um determinado espaço na construção civil ao promover alta qualidade como também eficiência em seu uso, não sendo diferente na atualidade com seus diversos e modernos edifícios em estrutura metálica encontrados aos arredores (INABA, 2017). Existente tanto numa estrutura quanto em esquadrias numa edificação, tendesse haver precaução das possíveis manifestações patológicas do metal, que futuramente virão a florescer ou até mesmo afetar os aspectos em uma fachada pela falta de manutenção e análise das normas, de tal forma deve-se tomar conhecimento destas (CASTRO, 1999). 4.4.1 Corrosão Há 17 anos, a National Association of Corrosion Engineers (NACE) buscou num profundo estudo uma estimativa do gasto anual com a corrosão e somente nos Estados Unidos concluiu-se um gasto de mais de 270 bilhões de dólares, que convertendo em reais no atual se estima em 888 bilhões de reais. Por esse motivo entre outros não se deve ignora-la, esta que possui algumas classificações em vínculo de sua aparência e morfologia (PORBST, 2017). A corrosão é uma reação do processo eletroquímico que degrada e causa perda de propriedades químicas, físico-químicas ou mecânicas do metal; assim como também se origina da oxidação de um material metálico que em contato com substâncias cause redução. A identificação de algumas corrosões por diferentes características facilita no procedimentonecessário com o metal que sofre do fenômeno (OLIVEIRA, 2012). a) Uniforme Sua característica de generalização existe por se tratar de uma corrosão expansiva, que quando manifestada pode ser capaz de dominar toda uma superfície de um 21 Disponível em: <http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que- e-lixiviacao.html/>. Acesso em 27 de Novembro de 2017. 34 metal dependendo da sua resistência (figura 23), com principal característica de perca de espessura regular, uniformemente (OLIVEIRA, 2012). Figura 23 - Corrosão Uniforme. Fonte: Gentil22, 1982. Ocorrem desde reações químicas a eletroquímicas, e por ser um fenômeno de fácil orientação e cuidado foi denominado de um ponto de vista técnico um meio de corrosão que não origina grandes problemas (OLIVEIRA, 2012). b) Por hidrogênio Em estado atômico tem uma maior propagação em metal. Sendo assim, o hidrogênio na camada superficial do material sensorialmente se instá-la nas imperfeições ali existentes (figura 24). Da deteriorização da água cristalina pode resultar este hidrogênio em acúmulo, podendo ser no mesmo reflexo de produtos com reações corrosivas (HALECK, 2016). Figura 24 - Corrosão por Hidrogênio. Fonte: Gentil23, 1982. 22 Disponível em <http://engenheirodemateriais.com.br/2017/04/26/as-formas-de-corrosao/>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 35 Ou também gerado por intervenção de gases com alto teor de hidrogênio, ou até mesmo dentre outros modos. Acumulado passa de atômico a molecular, procriando imensas compressões no interior das falhas, que ocorrendo em erros diante da superfície pode causar empolamentos (HALECK, 2016). c) Intergranular É um fenômeno que intercorre entre os cristais da rede cristalina do material metálico, perante isto quando realizado esforços de mecanismos, de empenho prático, acaba-se resultando fratura do material pela perda de propriedades mecânicas (figura 25). Impureza se faz sua real causa. Depois da fratura sucedida o fenômeno então se denomina corrosão por tensão sob fraturante (OLIVEIRA, 2012). Figura 25 - Corrosão Intergranular. Fonte: Gentil24, 1996. d) Transgranular Assim como na corrosão intergranular esta perde propriedades mecânicas, podendo estar diante de possíveis fraturas à menor solicitação mecânica, mas abertamente avaliando seus feitos são muito mais trágicos que o caso da intergranular (figura 26). Neste caso á ocorrência desta se evidência sob a forma de trincas, que se propagam pelo núcleo dos grãos do material (OLIVEIRA, 2012). 23 Disponível em <http://engenheirodemateriais.com.br/2017/04/26/as-formas-de-corrosao/>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 24Disponível em <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_ctrl_proc_indust/tec_metal/corr_trat_superf/16 1012_corr_trat_superf.pdf>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 36 Figura 26 - Corrosão Transgranular. Fonte: Gentil25, 1982. e) Filiforme Composta por ligamentos finos que se multiplicam em diversas orientações que se cruzam (figura 27). Um acontecimento que costuma ocorrer em superfícies metálicas com revestimentos em metais decorrentes do transcurso de metalização ou de tinta, visto que produzem o deslocamento do revestimento. É comum observar sua origem em ambiente com umidade de ar, em volta de 90% mais especificamente, em revestimentos com alta porosidade á penetração de oxigênio (OLIVEIRA, 2012). Figura 27 - Corrosão Filiforme. Fonte: Gentil26,1982. f) Esfoliação Esta corrosão se faz comum em ligas de alumínio, e tem como característica distinta uma laminação simultânea à superfície metálica. Cumpre-se em divergentes 25 Disponível em <http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2013/05/corrosao-sob-tensao-cst.html>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 26 Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASVEAE/formas-corrosao-com-imagens- detalhadas>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 37 demãos, exibindo uma manufatura de corrosão entre os grãos alongados e, com isso, separa as camadas (Figura 28), acarretando uma condição de inchamento do material metálico (OLIVEIRA, 2012) Figura 28 - Corrosão por Esfoliação. Fonte: Gentil27,1982. g) Puntiforme ou pites Corrosão comum no alumínio, tem como característica de quase imperceptível, por ser a corrosão localizada mais difícil de identificar-se numa chapa qualquer, visando que floresce em áreas pequenas na superfície metálica (figura 29), formando por baixo da corrosão generalizada cavidades com fundo anguloso e fundura deliberadamente mais ampla que sua abertura. Além de tudo, dificultando seu diagnóstico, causa um baixo peso na estrutura afetada. (MAXWELL, 2012). Figura 29: Formação de pites no alumínio. Fonte: Veja...28, acesso em 29 de novembro de 2017. 27 Disponível em <http://engenheirodemateriais.com.br/2017/04/26/as-formas-de-corrosao/>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 28 Disponível em: <http://www.rijeza.com.br/novidades/veja-como-reduzir-o-desgaste-por-corrosao- por-pitting-corrosao-por-pites-ou-alveolar>. 38 h) Placas Não mostra ser uma corrosão de longo prolongamento (figura 30) nem muito menos apresenta escavações na suposta placa de aço (MAXWELL, 2012). Figura 30 - Corrosão por Placas. Fonte: Gentil29, 1996. i) Alveolar Diferente da puntiforme o diâmetro, no caso a abertura, se faz maior que sua profundidade (figura 31). Esta se desenvolve na camada metálica formando sulcos iguais a alvéolos com o fundo de formato moderadamente abaulado (MAXWELL, 2012). Figura 31 - Corrosão Alveolar. Fonte: Gentil30, 1982. 29Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_ctrl_proc_indust/tec_metal/corr_trat_superf/16101 2_corr_trat_superf.pdf>. Acesso em: 08 de Novembro de 2017. 30Disponível em: <http://engenheirodemateriais.com.br/2017/04/26/as-formas-de-corrosao/>. Acesso em: 08 de Novembro de 2017. 39 4.4.2 Flambagem local ou global Definida como curva modificada ao flanco de um componente estrutural constrito pela pesada acumulação sobre a mesma. Basicamente flambagem é visto como uma ocorrência de inconsistência elástica podendo decorrer em rudimentos comprimidos delgados (figura 32), que alarma pelo aparecimento de movimentações consideravelmente transversais à direção de compressão (FLAMBAGEM..., 2013). O acontecimento se revela especificamente nos pilares e nas colunas dentro da Engenharia Estrutural, também representa o aspecto de um adicional de arqueamento ou curva no pilar no momento em que ele é impedido à ação de força em forma de eixo com alguma importância (FLAMBAGEM..., 2013). Figura 32 - Flambagem Local. Fonte: Pravia e Kripka31, 2008. 4.4.3 Deformações excessivas Nos materiais metálicos esta patologia se faz existente pelo fator de sobrecargas excessivas (figura 33) ou também por impactos exclusivamente térmicos não calculados muito menos planejados no projeto original, por fim, insuficiência na disposição do conjunto de vigas. Sendo assim ocorrem determinadas deformações no metal, meramente pelo fator de sustentação inviável (CHAMBERLAIN; BETINELLI, 1998). 40 Figura 33 - Deformações Excessivas. Fonte: Souza32, 2015. 4.4.4 FraturasEm uma visão global, tais fraturas em materiais metálicos se dividem em duas classificações e possivelmente pode-se englobar ambas as fraturas que se estabelecem como sendo a ramificação de um sólido sob tensão em duas ou mais porções (PARDAL, 2015). Figura 34 - Fratura Dúctil. Fonte: Ferreira33, 2013. 31 Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370- 44672008000300016>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 32Disponível em: <http://fp2engenharia.com.br/servicos.php?titulo=RECUPERA%C7%C3O%20ESTRUTURAL>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 41 Fratura dúctil (figura 34), num olhar basicamente decorre seguindo de uma grande deformidade plástica e se distingue por um lento alastramento de fissuras. Em oposição á fratura frágil (figura 35) acontece em planos cristalográficos, apresentados por traços de separação e com uma ligeira propagação de fissuras. (PARDAL, 2015) Figura 35 - Fratura Frágil. Fonte: Ferreira34, 2013. 4.5 PATOLOGIAS EM VIDROS Por possuir grande flexibilidade, o vidro é extremamente utilizado na construção civil, seja para fachadas, esquadrias, acessórios ou parede. O vidro além de possuir grande importância estética, também oferece maior utilização da iluminação natural, equilíbrio ao projeto, possuir resistência a impactos e/ou fatores climáticos e é um elemento prático e sustentável (O VIDRO..., 2016). 4.5.1 Irisação A irisação é um tipo de corrosão que ocorre nos vidros tendo aparência de manchas óleo na superfície do vidro semelhante a um arco-íris. (AMEAÇA..., 2015) 33 Disponível em: <http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2013/09/fratura-dos-materiais-fragil-e- ductil.html>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 34 Disponível em: <http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2013/09/fratura-dos-materiais-fragil-e- ductil.html>. Acesso em: 08 de Novembro 2017. 42 Pode ocorrer por haver condensação da umidade presente entre as laminas, onde a água por reação química começa a corroer a superfície do vidro. Algo que influência para a ocorrência dessa patologia é a estocagem dos vidros em locais sem controle da umidade (AMEAÇA..., 2015). 4.5.2 Manchas e sujeira Um desafio que algumas vezes compromete o aperfeiçoamento do vidro é o surgimento de manchas e sujeiras no material, identificar a causa dessas formações é importante para ajudar a evitar que essa ocorrência não se repita. Não se pode dizer que estas ocorrem no momento de fabricação do vidro, no entanto é bastante acreditável que ocorra na inexistência de materiais que possam estar separando as lâminas de vidro ou na estocagem das folhas de vidro em áreas úmidas sendo que é recomendável armazená-los em locais sem movimentação de água, devidamente conservado e sem vestígio algum de umidade. Figura 36: Manchas em vidro. Fonte: Vidros...35, 2015. 4.5.3 Aberturas A fibra de vidro é um material severamente propício a desenvolver aberturas paralelas, com linhas que avançam em certa semelhança uma da outra, na parte superior da matéria diante a sua sensível estatura laminar. Pode ser motivada devido à fraqueza decorrente de erros no momento de produção ou até mesmo por 35 Disponível em: <https://www.artwax.com.br/blog?single=Vidros-Como-Remover-Manchas-Limpar-e- Proteger>. Acesso em: 01 de Dezembro de 2017. 43 meio de certa pressão forçada de maneira inadequada. Tais fissuras muitas vezes no interior ou mesmo ocultas no material podem possuir uma considerável influência na integridade estrutural, muitas vezes não sendo detectáveis entre métodos de ensaios indestrutíveis (DETECÇÃO...,2017). 44 5 ESTUDO DE CASO O estudo de caso foi baseado nas seguintes pesquisas: a) Estudo 1: Levantamento quantitativo de manifestações patológicas de fachadas em edificações multipavimentos na área urbana central de Patos de Minas –.MG (SILVA; et al., 2016) Neste estudo foi feito o levantamento quantitativo das manifestações patológicas na região de Patos de Minas em MG, onde se foi classificado as 12 patologias em 4 classes: percolação de líquidos, revestimento/substrato, pintura e deformações. Foram analisadas 127 fachadas entre elas: comerciais, residenciais, residenciais/comerciais e institucionais. O levantamento contou com registro fotográfico, analise quantitativa das manifestações existentes sem fazer distinção do grau de existência de cada uma delas, além de sua orientação geográfica. Após as analise foi possível observar o estado de conservação das fachadas e quais eram as patologias predominantes. O gráfico 1 abaixo mostra a porcentagem de manifestações encontradas nas fachadas de acordo com a sua classificação. Gráfico 1 - Levantamento quantitativo de manifestações patológicas. Fonte: SILVA; et al., 2016 Foi identificado que a predominância era de manifestações patológicas em revestimento/substrato, correspondendo 31,5% dos casos estudados. 45 Também foi analisado o surgimento de manifestações em relação tipo de uso da edificação (gráfico 2). Gráfico 2 - Manifestações patológicas por uso das edificações. Fonte: SILVA; et al., 2016 b) Estudo 2: Estudo da incidência de manifestações patológicas em fachadas de edifícios localizadas em região litorânea (ULIANA; et al., 2014). Neste estudo foram analisadas fachadas de edifícios localizados de frente para o mar, em Vila Velha-ES. Seu objetivo foi identificar, e definir o grau de incidências das manifestações patológicas encontradas. Foram analisadas 444 fachadas, sendo 168 referentes às fachadas frontais, 125 laterais direitas, 124 laterais esquerdas e 27 fachadas de fundo, com uso de formulários e registro fotográfico. O grau utilizado foi de 0 a 3, sendo 0 para manifestações inexistentes, 1 quando pontual, 2 quando apareceram algumas ou 3 para generalizada. Foi verificada cada fachada, observando a existência das manifestações e seu nível de incidência. Identificando assim a predominância de manchas e sujeiras com 91,4%, fissuras e trincas com 74,1% e corrosão de componentes da fachada 35,1%. 46 Gráfico 3 - Percentual de ocorrências das manifestações patológicas nas fachadas analisadas. . Fonte: ULIANA; et al., 2014 47 6 APLICAÇÃO 6.1 LOCALIZAÇAO A aplicação do tema será feita no bairro da Glória em Vila Velha – ES, nas ruas principais dos comércios: Aurora, Santa Teresinha e Santa Rosa. E parte das Av. Carlos Lindemberg e Jerônimo Monteiro. Como mostra na figura 37. Figura 37- Delimitação da área visitada. Fonte: Google Earth36, 2017. (adaptação dos autores) 6.2 HISTÓRICO A história do comércio do Bairro da Glória começa com a chegada do imigrante alemão Henrique Meyerfreund que instalou a atual Fábrica Garoto. Teve um grande impacto na urbanização e ocupação do bairro, aumentando a circulação de pessoas. Devido aos próprios funcionários da fábrica que ao comprarem lotes nas imediações, atraíram-se estabelecimentos comerciais para o local (POLO..., 2017) Na figura 38 pode-se observar como era o bairro da Glória no início de sua urbanização. 36 Disponível em <https://goo.gl/maps/K25ZLxeqaGJ2>.Acesso em 02 de Novembro de 2017. 48 Figura 38 - Vista da fábrica H. Meyerfreund & CIA (atual Garoto) e da área no entorno. Fonte: Acervo da Casa de Memória da Fábrica de Chocolates Garoto37, 1930. Com a inauguração da Avenida Carlos Lindemberg, 1950, e da Avenida Jerônimo Monteiro, ligou-se o bairro da Glória ao Centro de Vila Velha e aos bairros do entorno, criando uma maior circulação de tráfego no local (POLO..., 2017) O pólo de Moda da Glória iniciou-se em 1975, quando um imigrante de Minas Gerais implantou a primeira loja de confecções de vestuário, então a partir do sucesso deste tipo de empreendimento mais empresários se puseram a investir no local. Em 1980 já eram 80 lojas de confecções (POLO..., 2017). Com o crescimento das lojas, foi necessário á criação de entidades, com o objetivo de defender os interesses comuns e o desenvolvimento econômico do bairro. Em 1983 foi criada a Associação Comercial e Industrial de Vila Velha (ACIVIVE), logo após substituída pela Associação Comercial, Industrial e Agropastorial de Vila Velha (ACIAGRO) em 1991, que em 1999 foi substituída novamente pela Associação dos Comerciantes da Glória (UNIGLÓRIA), que administra o pólo até hoje (POLO..., 2017). De acordo com o levantamento de 2012, o bairro abriga mais de 1.200 empresas, sendo 800 delas de confecção de malhas, gerando emprego direto para mais de 5.000 pessoas e indireto para 12.000 pessoas de todo o estado (PREFEITURA DE VILA VELHA, 2013). Na figura 39 observa-se a dimensão do pólo de confecções da Glória, e como foi expandida. 37 Disponível em <http://modagloria.com.br/historia-do-polo/#.WfzyOFtSyM8>. Acesso em 03 de Novembro de 2017. 49 Figura 39 - Mapa da visão de satélite do pólo de moda da Glória. Fonte: O Melhor...38, 2012. 6.3 VISITAS TÉCNICAS A coleta de dados foi dividida em duas partes: A visita piloto e a visita individual. O principal a ser ressaltado, é que foram recolhidos dados com o check-list e registros fotográficos, como ilustrado na figura 40, de todas as fachadas presentes nas cinco ruas selecionadas. Figura 40 - Fachada CEBRAC. Fonte: Próprio autor, 2017. a) Visita piloto: A visita piloto, realizada no dia 03 de Novembro de 2017 na Rua Aurora, teve como objetivo determinar qual seria o critério para definir os graus de incidência, onde todo o grupo estava presente. A análise foi feita em todos os edifícios encontrados, dos dois lados da rua e classificando-os entre comercial, 38 Disponível em <https://www.omelhordobairro.com/vilavelha-gloria/historia>. Acesso em 03 de Novembro de 2017. 50 residencial ou misto. Foram fotografadas as fachadas e seus problemas encontrados com auxilio do check-list elaborado pelos autores para a identificação. As figuras 41, 42, 43 e 44 a seguir são algumas das manifestações encontradas nas fachadas analisadas da Rua Aurora na visita piloto. Figura 41 - Fachada encontrada na Rua Aurora com varias manifestações. Fonte: Próprio autor, 2017. Figura 42 - Desplacamento cerâmico encontrado em uma das fachadas da Rua Aurora. Fonte: Próprio autor, 2017. 51 Figura 43 - Desgaste na superfície de um pilar. Fonte: Próprio autor, 2017. Figura 44 - Aberturas e descascamento de pintura. Fonte: Próprio autor, 2017. b) Visita Individual: Após definir como seria feito o grau de incidência, o grupo se dividiu em dois tendo como objetivo realizar a coleta dos dados nas demais ruas e avenidas. No dia 18 de Novembro de 2017 uma parte do grupo realizou a coleta de dados na Rua Santa Rosa, 20 de Novembro de 2017 foram coletados os dados da Rua Santa Teresinha e 21 de Novembro de 2017 terminando a coleta nas Avenidas Carlos Lindemberg e Jerônimo Monteiro. 52 Mantendo a mesma metodologia, fotografando a fachada e seus problemas identificados, coletando os dados com o auxilio do check-list. As figuras 45, 46, 47 e 48, representam algumas das manifestações encontradas nas fachadas analisadas na visita individual. Figura 45 - Oxidação por contato com material metálico. Fonte: Próprio autor, 2017. Figura 46 - Descascamento de pintura, bolhas, bolor/mofo e sujeira. Fonte: Próprio autor, 2017. 53 Figura 47 - Aberturas na fachada da Chocolates Garoto Fonte: Próprio autor, 2017. Figura 48 - Corrosão em material metálico. Fonte: Próprio autor, 2017. 54 6.4 RESULTADOS Com o total de 184 fachadas analisadas percebeu-se que a maioria dos edifícios era de uso misto, com 50,54%, conforme o gráfico 4. Mesmo tendo como maioria mista, também há vários edifícios de uso somente comercial com 49,46%. Inexistindo edifícios com o uso apenas residencial nas ruas analisadas. E desses edifícios, 45,65% apresentavam 3 pavimentos, conforme o gráfico 5. Gráfico 4 - Uso do edifício. Fonte: Próprio autor, 2017. Gráfico 5 - Quantidade de pavimentos Fonte: Próprio autor, 2017. Outro detalhe observado foram quais tipos de materiais foram utilizados nas fachadas analisadas (gráfico 6), conclui-se que o material mais utilizado é o revestimento cerâmico, com 20,44%, e em seguida a pintura com 15,36%. 55 Gráfico 6 - Materiais existentes nas fachadas analisadas. Fonte: Próprio autor, 2017. Também foi observado o tipo de material existente nas esquadrias das fachadas (gráfico 7). O vidro e o alumínio foram os mais encontrados, com 45,75% e 33,72% respectivamente. Gráfico 7 - Materiais existentes nas esquadrias analisadas. Fonte: Próprio autor, 2017. Independente do grau foi feito o levantamento quantitativo das ocorrências de manifestações (gráfico 8). Com 39,06%, no revestimento foi onde teve mais aparições de manifestações patológicas nas fachadas. 56 Gráfico 8 - Levantamento quantitativo da incidência das patologias, no seu determinado material. Fonte: Próprio autor, 2017. Analisando as manifestações do concreto estudadas (gráfico 9), as que mais apareceram foram as aberturas (trinca, fissuras ou rachaduras), com 28,36%, e o desgaste da superfície do concreto com 27,61%. Gráfico 9 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em concreto. Fonte: Próprio autor, 2017. Das manifestações estudadas em estrutura, as que mais apareceram com 38,46% foram armadura exposta com corrosão e armadura exposta sem corrosão (gráfico 10). . 57 Gráfico 10 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em estrutura. Fonte: Próprio autor, 2017. Conforme o gráfico 11, a manifestação patológica em metais e alumínio que mais apareceu nas análises, foi à corrosão com 100,00% em grau três, sem se diferenciar da manifestação deste com 62,98% ficou o grau um e com 60,98% o grau dois. Gráfico 11 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em metais e alumínio. Fonte: Próprio autor, 2017. . No sistema de revestimento, a manifestação estudada que mais apareceu em grau um foi à deteriorização com 24,09%, no grau dois apareceu a sujeira com 35,33% e no grau três também sujeira com 46,88% (gráfico 12). 58 Gráfico 12 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em revestimento. Fonte: Próprio autor, 2017. Nos edifícios que tinham pintura na sua fachada, a manifestação que mais apareceu foi às manchas com 34,02%, seguida pelo descascamento com 25,43% (gráfico 13). Gráfico 13 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em pinturas. Fonte:Próprio autor, 2017. Nos vidros a manifestação que mais teve aparições tanto no grau, dois quanto três foi as manchas de sujeira, com 65,52% no primeiro grau, no segundo 82,05% e no terceiro 80,00%. 59 Gráfico 14 - Levantamento quantitativo da incidência das manifestações em vidros. Fonte: Próprio autor, 2017. O grau de incidência foi feito de 0 á 3, sendo, respectivamente, inexistente, baixo, médio e alto. No gráfico 15, é apresentado o grau de incidência entre todas as patologias, sendo o de revestimento a mais presente com 36,15% no grau 1, 42,17% no grau 2 e 47,76% no grau 3. Gráfico 15 - Grau de incidências das patologias. Fonte: Próprio autor, 2017. No gráfico 16, é apresentado o grau de incidência de 1 a 3 das manifestações patológicas no concreto. Com o grau 1, as mais aparentes com 29,03% são 60 desgaste da superfície do concreto e as aberturas. Com grau 2, a mais aparente com 33,96% são as aberturas. E com o grau 3, a infiltração com 47,37%. Gráfico 16 - Grau de incidência das manifestações patológicas no concreto. Fonte: Próprio autor, 2017. No gráfico 17, observa-se o grau de incidência das manifestações em estrutura. Com o grau 1 a mais aparente com 41,67% é a armadura exposta com corrosão. Com o grau 2 apenas apareceu a armadura exposta sem corrosão, e nenhuma das manifestações em estruturas apareceram como grau 3. Gráfico 17 - Grau de incidência das manifestações patológicas na estrutura. Fonte: Próprio autor, 2017. 61 O gráfico 18, apresenta o grau de incidência das manifestações patológicas em pinturas. Com 38,46% as manchas se fazem mais presentes em grau três, e com 33,33% em grau um. Gráfico 18 - Grau de incidência das manifestações patológicas na pintura. Fonte: Próprio autor, 2017. O gráfico 19, é apresentado como média do grau de incidência das manifestações em concreto. Infiltração à frente com um número de 2,24. Gráfico 19 - Média do grau de incidência das manifestações em concreto. Fonte: Próprio autor, 2017. O gráfico 20, apresenta uma média do grau de incidência das manifestações em estruturas. Armadura com corrosão à frente com sua média de 1,20. 62 Gráfico 20 - Média do grau de incidência das manifestações em estruturas. Fonte: Próprio autor, 2017. O gráfico 21, disponibiliza a média do grau de incidência de manifestações em pintura. Infiltração dispara na frente com 1,58 de média. Gráfico 21 - Média do grau de incidência das manifestações em pinturas. Fonte: Próprio autor, 2017. 63 O gráfico 22, apresenta a média do grau de incidência das manifestações em revestimento. E pode se observar que sujeira se distaca com uma média de 1,88. Gráfico 22 - Média do grau de incidência das manifestações em revestimento. Fonte: Próprio autor, 2017. No gráfico 23, é possível conferir a média do grau de incidência das manifestações em metais e alumínios. Tendo a corrosão bem adiante dos demais, com uma média de 1,41. Gráfico 23 - Média do grau de incidência das manifestações em metais e alumínio. Fonte: Próprio autor, 2017. No gráfico 24, é representada a média do grau de incidência das manifestações em vidros. A maior entre as três manifestações se faz a de manchas, com 1,49 de média. 64 Gráfico 24 - Média do grau de incidência das manifestações em vidros. Fonte: Próprio autor, 2017. 65 7 CONCLUSÃO O levantamento de manifestações patológicas no bairro ajudou a melhor entender, um geral dos problemas presentes nas fachadas das principais ruas da Glória. Avaliou-se também que em poucos casos os índices de manifestações se faziam bem maior que em outras, onde os níveis presentes nos gráficos mostraram-se elevado diante de manifestações menos agressivas, segundo a conclusão vinda do grau de incidência. Através do levantamento dos dados, pode-se concluir que dos 184 edifícios analisados, 50,54% são de uso misto, onde os edifícios se encontram entre 1 a 5 pavimentos, sendo que 55,65% possuem 3 pavimentos. Também foi observado que o revestimento mais utilizado nas fachadas é o cerâmico seguido de pintura, sendo responsáveis por revestir, respectivamente, 20,44% e 15,36% dos edifícios. Em relação às manifestações patológicas, a mais predominante é a de revestimento, sendo identificadas em 39,06%. Contudo foi concluído que entre baixos e médios muitos dos materiais encontrados nas fachadas frontais dos edifícios não estavam tão degradadas por intempéries, ações humanas, ou mau uso. Em sua maioria as faces dos prédios estavam apresentando, aparentemente, uma poluição visual. Notou-se que as manifestações presentes não traziam riscos aos consumidores nem aos comerciantes que vivem pela redondeza, porém diante dos resultados encontrados, havia uma grande atenção em serem realizadas manutenções de maneira periódica. 66 REFERÊNCIAS A HISTÓRIA da Glória. 2017. Disponível em <http://modagloria.com.br/historia-do- polo/#.Wfz6HFtSyM8> Acesso em 03 de Novembro de 2017. ALMEIDA, L. C. Concreto. 2002. Aula ministrada para o curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas. Disponível em < http://www.fec.unicamp.br/~almeida/au405/Concreto.pdf> Acesso em 29 de Novembro de 2017. AMEAÇA à aparência perfeita. 2015. 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