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Ciências Sociais
Aula 2 - Política, Sociedade e Estado
INTRODUÇÃO
Nesta aula, conheceremos as relações políticas que envolvem o fenônemo estatal em toda sua extensão, no que diz 
respeito ao dinamismo das diversas associações humanas ao longo da distória da civilização ocidental, desde a 
Antiguidade Clássica até os dias de hoje.
Examinaremos questões atinentes a essa qualidade exclusivamente humana de ser gregário, ou seja, de somente 
sobreviver a partir da troca simbólica entre seus pares, no seio social.
Essas questões levam os estudiosos a elaborar diversas teorias sociológicas, antropológicas e filosóficas que têm por 
condão explicitar o caráter associativo do ser humano e, ao mesmo tempo, entender como tais associações são 
interpenetradas pelo elemento do poder.
OBJETIVOS
Examinar as Teorias sobre o processo histórico de concepção do Estado;
Analisar os principais problemas relacionados aos fins e funções do Estado;
Esclarecer a Justificação e desaparecimento do Estado.
O FENÔMENO ESTATAL E AS TEORIAS NATURALISTAS
Como se chegou a esta complexa estrutura que denominamos Estado sempre foi fator que dividiu, no decorrer da 
história, os filósofos e teóricos políticos. Embora possamos apontar as teorias do Estado de Direito e Coletivistas como 
teorizações relevantes neste debate, sem dúvida as mais influentes neste processo são as teorias naturalistas e as 
teorias contratualistas.
Iniciaremos nossa análise pelas teorias naturalistas, segundo as quais o ser humano seria naturalmente gregário e a 
cidade é o fim (telos) e a causa final da associação humana. Nesse sentido, inclusive precederia a família e até mesmo o 
indivíduo, tendo em vista que responde a este citado impulso social natural do ser humano.
Fonte da Imagem:
Segundo Aristóteles, o homem é naturalmente um animal político, ou seja, um zoom politikon; e, para esse filósofo grego, 
só era possível aos dois extremos do ser humano a escolha pessoal pela vida reclusa e sem contato com outros homens: 
pela vilania, pela barbárie e ignorância total diante dos fatos da vida ou – no outro extremo – pela pureza do ser, pelo 
total desprendimento, abandono das coisas materiais, por um estado de quase santidade ou divindade humano.
Afirmava Aristóteles, que “os agrupamentos irracionais ocorrem tão somente pelo instinto, pois, entre os animais, 
somente o homem possui a razão, tendo noções de bem e mal, justo e injusto” (apud DALLARI, 2016). Aristóteles 
influenciou fortemente, com suas ideias naturalistas, entre outros, o pensador romano Cícero, no século I a.C. e o 
principal filósofo da Igreja Medieval, São Tomás de Aquino.
AS LINHAS CONTRATUALISTAS E SUAS CARACTERÍSTICAS 
DEFINIDORAS
O contratualismo é uma linha teórica que abarca várias teorias com características diversas, embora unidas, todas elas, 
pela ideia central de que o Estado é fruto de um contrato (ou pacto) entre humanos. Como linha teórica abrangente, tem 
por pretensão analisar os fundamentos que explicam o surgimento da sociedade, do Estado, bem como aqueles que 
justificam a autoridade política.
Por isso, é no interior do espaço teórico-filosófico por que transitam estas teorias que são estudados importantes 
conceitos como:
O CONTRATUALISMO HOBBESIANO
Thomas Hobbes é considerado um dos maiores filósofos 
políticos da Modernidade, tendo formulado uma teoria que 
ainda hoje é bastante influente entre os teóricos 
contemporâneos.
Fonte da Imagem: Georgios Kollidas / Shutter
A sua concepção antropológica afirma que o homem é naturalmente mal e egoísta, sendo que o Estado surge como 
forma de controlar os "instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a preservação da vida das 
pessoas.
Para que isso aconteça, é necessário, porém, que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos, que devem 
transferir seu poder ao governante, agindo este como soberano absoluto, a fim de manter a ordem. Esta concepção vai 
fundamentar o Estado absolutista moderno e repercutir enormemente entre os estudiosos da teoria e filosofia políticas 
pós-Hobbes.
No que se refere ao uso legítimo da força pelo soberano a fim de manter a paz, a ordem e garantir a vida dos súditos 
contratantes, ponto importante para justificar a presença coercitiva do Estado.
O Estado, em Hobbes, teria tripla finalidade:
Mesmo que não possamos deixar de ressaltar a existência do dever de obediência do cidadão em face do soberano, 
parece que para Hobbes ele não é eterno ou insuperável. Tanto em sua obra De Cive como em Leviatã, o dever de 
obediência termina quando uma ameaça pesa sobre a vida (principalmente) ou mesmo sobre a liberdade.
Fonte da Imagem:
A incapacidade do soberano de manter a ordem, a segurança e, consequentemente, a vida, geraria o direito de cada um 
(individualmente, e não coletivamente) utilizar-se de seus meios privados de defesa aos seus direitos naturais, o que 
transportaria o indivíduo de volta ao estado de natureza.
Ora, seguindo as linhas até aqui desenvolvidas, isso desencadearia novos conflitos, mas, novamente, a racionalidade 
levaria a um novo pacto e a escolha de um novo soberano e, consequentemente, a uma nova associação estatal. Embora 
mau e egoísta, para Hobbes, uma das marcas do homem, lembremos, é a racionalidade calculadora.
O CONTRATUALISMO LOCKEANO
Se o contratualismo hobbesiano é considerado uma das principais linhas teóricas fundamentadoras do absolutismo 
moderno, o contratualismo lockeano se distinguirá por ser um dos principais alicerces teóricos do liberalismo político.
Ao ordenar que cada um conserve sua própria vida, mas que também não lese a dos outros, a lei natural pressupõe um 
estado de natureza na qual, diferentemente do estado de natureza hobbesiano, a violência não é a regra.
Fonte da Imagem:
Em Locke, diferente de Hobbes, o estado de natureza não é um estado de luta, mas um estado de cooperação fundado 
sob o signo da racionalidade humana.
Na concepção de Locke são direitos naturais anteriores a qualquer decisão política:
Vida
Liberdade
Propriedade
E se o governo não for capaz, por meio das leis, de garantir os direitos à vida, à liberdade e à propriedade? Nesse caso, o 
pacto de consentimento de John Locke reconhece o direito de resistência e com isso justifica o Estado liberal.
A teorização política de Locke faz avançar a afirmação dos direitos naturais, na medida em que altera o paradigma 
contratual que passa a ser um “pacto de consentimento” e, não mais um “pacto de submissão” como na obra 
hobbesiana.
Estão presentes no pensamento de Locke algumas das principais linhas de defesa dos direitos fundamentais de 
liberdades (as liberdades públicas) hoje presentes nas constituições contemporâneas.
Na concepção do filósofo inglês, aos direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade (anteriores a qualquer decisão 
política tomada pelos detentores do poder) se junta, como garantia de que serão estes respeitados, o direito a resistir ao 
tirano que não estiver apto a garanti-los.
Fonte da Imagem:
O Contratualismo rousseauniano
O contratualismo rousseauniano parte do pressuposto da necessidade de se estabelecer um pacto legítimo, que lhes 
devolva a liberdade natural perdida com o surgimento das relações sociais. Isso porque, para Rousseau, o ser humano é 
bom por natureza, mas a sociedade é que o degrada. Para o autor, toda a desgraça da humanidade começou no 
momento em que alguém cercou um pedaço de terra e disse: - É meu! E encontrou alguém tão ingênuo a ponto de 
acreditar nisso.
Para isso, o corpo soberano formado pelo povo (concomitantemente súdito e soberano) é quem detém os poderes para 
elaborar as leis, de forma a reforçar a concepção de legitimidade advindo desta (as leis são dirigidas a quem as fez). 
Assim, o governo (corpo administrativo) está absolutamente limitado pela vontade geral (lei) do povo soberano que tem a 
função desubmeter as vontades particulares.
Com isso, a visão rousseauniana concebe que a representação política não deve se dar por meio de uma democracia 
representativa, mas sim por intermédio de uma democracia direta, nos moldes daquela experimentada pelos gregos.
OS PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS AOS FINS E FUNÇÕES DO 
ESTADO
Estado na concepção hegeliana
Fonte da Imagem:
Friedrich Hegel (1770-1831), importante filósofo alemão, em seu livro Filosofia do Direito, considera que o Estado surge 
como o objetivo final da atividade da vida ética de uma comunidade (que vincula a família e sociedade civil). Assim, a 
forma estatal, o conceito de Estado não surge somente como um instrumento institucional, mas como o modelo que 
materializa a realização social plenamente – isto é, que ajunta toda a vida ética.
Desse modo, esse filósofo alemão analisou a questão da representação política na modernidade, considerando o 
conceito de estado a partir de uma definição que leva em conta sua missão de agregar as liberdades subjetivas 
(individuais) na vontade substancial universal (o Estado).
Assim, Hegel traz a concepção de uma suprema autoridade pública que, mediante as instituições, as leis e as ações, 
promove o equilíbrio das formas de eticidade. Isto lhe deu base para afirmar que todo direito natural é, em verdade, o 
resultado de movimentos de objetivações na História, contrariando as teorias que levam em conta um contrato social, 
como pensaram Hobbes, Locke e Rousseau.
Do mesmo modo que Marx, Hegel faz uma crítica à ideia do Estado como constituição de ‘muitos’, de ‘multidão’, de 
comunidade sem forma, que caracterizaria uma visão não política ‘burguesa’, isto é, da liberdade individual largada “à 
contingência subjetiva da opinião e da arbitrariedade”. Contra esta ideia de ‘Estado burguês’, este autor considera o 
Estado político como o espírito objetivo (a liberdade concreta).
Fonte da Imagem:
Estado e dominação nos pressupostos de Marx
Para o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), a sociedade civil é concebida como um conjunto das relações econômicas 
que explicam o surgimento do Estado, seu estilo, a razão de ser das suas leis, e tudo o mais.
Ao contrário dos demais filósofos modernos que acreditavam que o Estado avançaria progressivamente rumo a um 
aperfeiçoamento cada, Marx, muito ao contrário, vaticinava que o Estado caminhava para sua extinção em uma futura 
sociedade que tivesse abolido as classes sociais.
Então, Marx entende a existência do Estado como uma relação entre dois elementos estruturais que compõem a 
sociedade humana, a infraestrutura e a superestrutura. Sendo que:
INFRAESTRUTURA
Base econômica ou o conjunto das relações de produção que corresponde a um momento histórico determinado do 
desenvolvimento das forças produtivas. Assim, na Antiguidade a infraestrutura era escravagista, na Idade Média era feudal e, a partir 
do advento da Revolução Industrial liberal burguesa, passa a ser capitalista.
SUPERESTRUTURA
Serve de fundamento de validade para a infraestrutura e é por ela determinada. Assim, se a infraesturua se baseia no trabalho 
escravo, toda a sociedade e suas instituições estarão a serviço da defesa da escravidão. A superestrutura teria como parte principal 
o Estado, constituído pelas instituições jurídicas e políticas, religiosas e pelas tradições, ou seja, formas de consciência social 
(ideologia).
Para Marx, o Estado, como superestrutura que é, depende da base econômica em que se estrutura a sociedade civil e é 
nela que estão estabelecidas as classes sociais e os antagonismos de classe que, para Marx e os marxistas, são 
inconciliáveis. Para Marx, o Estado e o Direito nascem da luta de classes, para perpetuar as relações entre explorados e 
exploradores, de tal forma que os explorados/exploradores continuem como tal.
Fonte da Imagem:
De acordo com Marx, se antes eram os nobres os detentores do poder, com a Revolução Francesa a burguesia toma esse 
lugar e passa a ocupar o poder político e assim organizar o Estado de modo a favorecer seus interesses.
Para nosso clássico, não existe nenhum Estado neutro, este é sempre um instrumento de dominação da classe 
proprietária sobre a classe trabalhadora. Os partidos, que hora se revezaram na luta pelo poder, consideravam a 
conquista do Estado como a mais importante presa do vencedor (MARX, 1990).
Quando o autor fala do Estado como domínio de classe ou como ditadura de uma classe sobre a outra, ele está quase 
sempre se referindo ao Estado burguês, Estado este que ele esboça muito bem na sua obra As lutas de classe na França
(1850), em que descreve os acontecimentos franceses entre 1848 e 1850.
ESTADO E DOMINAÇÃO SEGUNDO WEBER
Enquanto Marx estava preocupado com as relações sociais derivadas do modo de produção capitalista, na busca da 
construção de uma teoria sistemática da estrutura e das transformações sociais, o sociólogo também alemão Max 
Weber (1864-1920) usa como referência em seus estudos a ação social, a conduta humana dotada de sentidos. Assim, 
Weber propõe incluir o ponto de vista e as percepções subjetivas dos atores humanos no centro do estudo da sociedade 
em seus aspectos políticos.
Além disso, Marx e Weber têm visões diferentes do desenvolvimento do fenômeno capitalista. Para Marx, são 
unicamente os fatores econômicos que determinam o curso da história, em última instância. Já Weber considera que o 
princípio metodológico utilizado por Marx é insuficiente e limitado para a compreensão da realidade social em sua 
totalidade e cada vez mais crescente complexidade.
Explica Quaresma (2016), que o Estado no modelo racional proposto por Weber é uma comunidade humana que pretende o 
monopólio do uso legitimo da força física dentro de determinado território. O Estado assim é a única fonte do direito de uso à 
violência e se constitui em uma “relação de homens dominando homens” e essa relação é mantida por meio da violência (força) 
considerada legítima.
Segundo Weber, a existência do Estado se deve necessariamente a um conjunto de pessoas que se submetam à 
autoridade alegada pelos detentores do poder nesse mesmo Estado e, além disso, para que os dominados se submetam 
e sejam obedientes é necessário que os detentores do poder tenham uma autoridade reconhecida como legítima. Assim, 
podemos dizer que para Weber são dois os elementos essenciais que constituem o Estado:
A partir da análise desses dois elementos, Weber concebe três tipos puros de dominação legítima, cada um deles 
gerando diferentes categorias de autoridade. São considerados como puros porque só podem ser encontrados isolados 
na teoria, e podem estar combinados quando considerados em exemplos concretos. São eles:
DOMINAÇÃO TRADICIONAL
Nela, a obediência se dá por motivos de hábito, porque esse comportamento de submissão já faz parte dos costumes. É a relação 
de dominação que está enraizada na cultura daquela sociedade. Nela, os poderes de mando são herdados pela tradição. Os 
detentores do poder de dominação estão determinados pela tradição. Os dominados não são membros de uma associação, mas 
companheiros ou súditos do senhor. As ordens são legítimas tanto pela força da tradição quanto pelo arbítrio do soberano ao 
decodificar essa tradição.
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA
Nesse tipo de dominação, a relação de poder se sustenta pela crença dos subordinados nas qualidades superiores do líder. Essas 
qualidades podem ser tanto dons considerados sobrenaturais quanto coragem e inteligência destacados. A dominação aqui 
encontra legitimidade no fato de que a obediência dos dominados é uma obediência ao carisma de seu portador. Sendo que 
podemos conceituar carisma como uma qualidade extraordinária de certa personalidade considerada sobrenatural, sobre-humana 
ou mágica. A administração do estado se dá sem qualquer viés racional, sem regras fixas, hierarquia ou competências. 
Simplesmente, o chefe carismáticocria ou anuncia novos mandamentos (normas contendo direitos, deveres e punições) por meio 
da revelação ou por sua vontade de organização. Podemos estabelecer três espécies do gênero dominação carismática: o grande 
demagogo, o profeta e o herói guerreiro.
DOMINAÇÃO LEGAL (RACIONAL-LEGAL)
É aquela que se dá através das leis. Por ela, os indivíduos se submetem a um conjunto de regras formalmente elaboradas e aceitas 
por todos os membros daquele grupo social.
Assim, são essas regras que determinam quem domina e em que medida as pessoas devem se submeter. A legitimidade 
da dominação racional-legal se encontra no direito estabelecido de modo racional, elaborado para ser respeitado pelos 
membros da sociedade. Esse direito racional é um conjunto abstrato de regras gerais a serem aplicadas em casos 
concretos, pretensamente elaboradas para servir ao interesse de todos.
A administração racional supõe cuidar dos interesses da sociedade como um todo, nos limites da lei. Ou seja, Weber, 
diferente de Marx, não leva em consideração a existência de uma sociedade de classes em que uma delas se impõe 
sobre as outras, com o discurso de uma pretensa generalidade, quando em verdade, de acordo com Marx, o que estaria 
por trás seriam seus próprios interesses.
ESTADO E DOMINAÇÃO PARA DURKHEIM
É importante esclarecer que Durkheim (1858-1917) não concebeu propriamente uma teoria do Estado. Tal como Marx, ele 
concebeu uma forma de Estado que considerava a melhor, pelo menos para a França de sua época.
Para esse sociólogo, considerado o pai da Sociologia do Direito, o Estado deveria funcionar como agente para garantir a 
organização moral da sociedade e deveria atuar como centro de organização mental dos grupos secundários, ou seja, 
aqueles grupos que refletiam os objetivos da coletividade (BELLAMY, 1994:169 apud QUARESMA, 2016)).
Fonte da Imagem:
Para o autor, seriam esses grupos secundários que comporiam originariamente a sociedade política e esta, então, 
estabeleceria o Estado como seu órgão supremo encarregado de representar uma autoridade dotada de soberania. 
Desse modo, o Estado estaria subordinado à sociedade, de tal modo que não basta a existência do Estado para justificar 
a existência das sociedades e do próprio indivíduo, na medida em que “O Estado não se move com suas próprias forças, 
ele tem de seguir o rastro dos obscuros sentimentos da multidão. Ao mesmo tempo, entretanto, os poderosos meios de 
ação de que dispõe o tornam capaz de exercer uma pesada repressão sobre os mesmos indivíduos de quem, por outro 
lado, permanece servo” (DURKHEIM, s.d. apud QUARESMA, 2016).
Para Durkheim, os denominados grupos secundários são de grande importância por quê:
Desse modo, a nossa individualidade moral é um produto do Estado, pois é ele que “tende a assegurar a individuação 
mais completa que o estado social permita. Longe de ser o tirano do indivíduo, ele é quem resgata o indivíduo da 
sociedade” (DURKHEIM, 2002:96 apud QUARESMA 2016).
JUSTIFICAÇÃO E DESAPARECIMENTO DO ESTADO
Assim como aprendemos as teses a respeito da origem e da justificação da criação do Estado, existem as teses sobre o 
declínio do Estado, em particular sobre o declínio do Estado-nação da modernidade.
Essas diversas teses estão construídas em torno de três ideias principais:
Necessário se faz desenvolvermos uma breve análise crítica sobre tais teses. Para isso, abordaremos o conceito de 
globalização, na medida em que está repetidas vezes associado a esse processo de constituição de uma economia 
global sem fronteiras, já em curso, no qual o mercado se coloca em conflito com o Estado.
Fonte da Imagem:
A globalização, notadamente em relação aos seus aspectos econômicos, afeta as fronteiras nacionais, na medida em 
que as relações econômicas são geridas pelo mercado em um mundo sem fronteiras, em um cenário dominado pela total 
reestruturação das tecnológicas, que se faz presente tanto as formas de produção, organização e gestão empresarial 
quanto na própria natureza do Estado e sua função enquanto instituição reguladora e promotora do bem-estar social e 
econômico.
Em uma economia mundial caracterizada pela estrutura imperialista, o Estado-nação, mais precisamente o Estado 
capitalista, tende a assumir um papel estratégico. Assim, ainda que para muitos a tendência venha no sentido do 
desaparecimento do órgão estatal tal como o conhecemos hoje, através do Estado-nação (país), cremos que ainda 
prevalece a necessidade do Estado para as sociedades capitalistas e do sistema de Estados para a economia capitalista 
mundial, explicando que um aparato tão importante para o capitalismo está longe de desaparecer.
Por fim, nunca é demais trazer à baila uma discussão, à luz do pensamento não superado de Marx sobre o papel das 
denominadas classes dominantes e de seu projeto neoliberal de poder de classe, o que nos permite chegar, em termos 
gerais, ao conceito atual de Estado neoliberal e assegurar que o Estado-nação, longe do declínio, continua cumprindo um 
papel indispensável para a dominação e exploração sobre as classes dominadas.
ATIVIDADE
Após a leitura do ítem Estado e dominação segundo Weber, procure exemplos concretos de cada uma das três formas 
de dominação propostas pelo autor, a saber: dominação tradicional, dominação carismática e dominação legal (racional-
legal).
Resposta Correta
EXERCÍCIOS
1- A situação de violência urbana expressa na charge a seguir, infelizmente costuma ocorrer nas grandes cidades 
brasileiras. A respeito desta cena, o que supostamente poderia ser dito por Hobbes a partir dos termos do Contrato 
Social feito pelos homens?
Fonte: http://goo.gl/0nmYlV (http://goo.gl/0nmYlV)
Resposta Correta
2- Como foi dito, o contratualismo é um rótulo teórico que guarda concepções bastante diferenciadas de organização do 
poder estatal. Nas várias visões contratualistas, embora a soberania seja percebida como um conceito central para 
justificar a forma de organização do Estado, os diversos filósofos a enxergaram de forma diversa uns dos outros. Então, 
tendo por pressuposto a questão da soberania nos três filósofos contratualistas clássicos (Hobbes, Locke e Rousseau), a 
esse respeito, responda:
O exercício da soberania popular no contratualismo lockeano se dá na mesma forma que no contratualismo 
rousseauniano? Por quê? Justifique.
Resposta Correta
3- Para Max Weber, em sua perspectiva de construção de tipos ideais, o estudo das relações de poder implica na 
compreensão das formas de legitimação da dominação. Sobre a teoria da dominação do sociólogo alemão, assinale a 
alternativa INCORRETA:
A) A Dominação Tradicional é aquela sustentada pelos valores das instituições que perduram no tempo em uma dada sociedade.
B) A Dominação Legal-Racional é aquela que tem sua legitimidade fundada em um estatuto, ou um corpo de regras em um 
determinado sistema.
C) O conceito de Legitimidade permite dar conta dos fundamentos do poder em uma sociedade, como valor que leva as pessoas a 
aceitarem uma forma de dominação.
D) A Dominação Carismática é aquela fundamentada no apreço ou afeto para com um Líder.
E) A Dominação Estatal é aquela própria de um Estado Moderno, em que a legalidade da burocracia acaba por impedir os outros 
tipos de dominação.
Justificativa
Glossário

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