Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Forças evolutivas que alteram o EHW: seleção e deriva genética Dra. Patrícia de Abreu Moreira Deriva Genética O EHW supõe a reprodução aleatória em uma população infinitamente grande... Apenas nessa condição os gametas representam perfeitamente o pool gênico parental Deriva Genética Mas nenhuma população real é infinitamente grande Então, com um tamanho limitado, os gametas que se unem para formar a próxima geração levam uma amostra dos alelos presentes na composição gênica parental Apenas por acaso, a composição dessa amostra geralmente se desvia da composição gênica parental... ...e esse desvio pode fazer com que as frequências alélicas mudem Deriva Genética Quanto menor for a amostra gamética, maior a chance de que sua composição se desvie da composição gênica total O papel do acaso em alterar as frequências alélicas é análogo a lançar uma moeda 1.000 vezes e 10 vezes (desvio da proporção esperada 1:1) Erro de amostragem Deriva Genética O erro de amostragem surge quando os gametas se unem para formar a prole Quando o tamanho da população é pequeno, um número limitado de gametas se une para produzir os indivíduos da geração seguinte O acaso está influenciando nos alelos presentes nessa amostragem limitada... Deriva Genética ...assim o erro pode levar à deriva genética Mudanças na frequência alélica devido ao acaso Como os desvios das proporções esperadas são aleatórios, a direção da mudança é imprevisível A magnitude da Deriva Genética O efeito da deriva genética pode ser visto de dois modos 1. Podemos ver como ela influencia a mudança nas frequências alélicas de uma única população com o passar do tempo 2. Podemos ver como ela afeta as diferenças que se acumulam entre as séries de populações A magnitude da Deriva Genética Imagine que temos 10 populações pequenas, todas começando com as mesmas frequências alélicas de p = 0,5 e q = 0,5 Com a deriva, as frequências alélicas dentro das populações mudam, mas, como a deriva é aleatória, o modo como as frequências alélicas mudam em cada população não será o mesmo Devido ao acaso, em algumas populações p e em outras populações p A magnitude da Deriva Genética Com o tempo, as frequências alélicas nas 10 populações ficarão diferentes: as populações irão divergir geneticamente À medida que o tempo passa, a mudança na frequência alélica dentro de uma população e a divergência genética entre populações são devidas à mesma força: à mudança aleatória nas frequências alélicas A magnitude da Deriva Genética A quantidade de deriva genética pode ser estimada pela variança (s2) em frequências alélicas Medida estatística que descreve o grau de variabilidade em uma característica Suponha que observemos um grande número de populações, cada uma com N indivíduos e frequências alélicas de p e q Após uma geração de reprodução aleatória a deriva entre populações ( ) será A magnitude da Deriva Genética = pq 2N A quantidade de mudança resultante da deriva genética é determinada por dois parâmetros As frequências alélicas (p e q) E o tamanho da população (N) A magnitude da Deriva Genética • Suponha que uma população consista em 50 indivíduos • Quando as frequências p = q = 0,5 a variança alélica será = 0,5 x 0,5 = 0,0025 2x50 • Em contraste quando p = 0,9 e q = 0,1 a variança alélica será apenas de 0,0009 A magnitude da Deriva Genética • A deriva genética também será maior quando o tamanho da população é pequeno • Se p = q = 0,5, mas o tamanho da população é de 10 indivíduos em vez de 50 então a variança se torna igual a 0,0125 • Cinco vezes tão grande quanto quando o tamanho da população é 50 Fr eq u ên ci a d e p Fr eq u ên ci a d e p Fr eq u ên ci a d e p Geração Geração H et er o zi go si d ad e m éd ia H et er o zi go si d ad e m éd ia H et er o zi go si d ad e m éd ia Tamanho da população = 4 Tamanho da população = 40 Tamanho da população = 400 • 107 populações • Cada população com 8 machos e 8 fêmeas e com um frequência do alelo bw75 igual a 0,5 • Dentro de cada réplica as moscas se reproduziam aleatoriamente e, em cada geração, 8 machos e 8 fêmeas eram selecionadas para serem os genitores da próxima geração • Durante as 19 gerações a frequência média de bw75 foi 0,5312 • Se p = 0,5312 e q = 1- p, q = 1 – 0,5312 = 0,46875 •A variança esperada devido à deriva genética é pq = 0,5312 x 0,46875 = 0,0156 2N 2x16 A magnitude da Deriva Genética A evolução de um pool de genes depende apenas dos indivíduos que contribuem com genes para a geração seguinte Dessa forma, a população será definida como o número de adultos reprodutivos, ou seja, o tamanho efetivo da população (Ne) Proporção de sexo, variação entre indivíduos no sucesso reprodutivo, flutuações no tamanho da população, estrutura etária da população e se a reprodução é aleatória Causas da Deriva Genética Toda deriva surge de erro de amostragem, mas existem vários modos diferentes pelos quais podem surgir esses erros I. Uma população pode ser reduzida em tamanho por várias gerações devido à limitação de espaço, alimento ou de alguma outra fonte crítica Causas da Deriva Genética Toda deriva surge de erro de amostragem, mas existem vários modos diferentes pelos quais podem surgir esses erros II. O erro de amostragem pode surgir pelo efeito do fundador, estabelecimento de uma população por um pequeno número de indivíduos Causas da Deriva Genética Em 1922 , apenas 12 ovelhas (4 machos e 8 fêmeas) estabeleceram a população do National Bison Range Causas da Deriva Genética Toda deriva surge de erro de amostragem, mas existem vários modos diferentes pelos quais podem surgir esses erros III. A deriva genética também surge pelo gargalo genético, quando uma população sofre uma drástica redução Efeitos da Deriva Genética A deriva tem vários efeitos importantes na composição genética de uma população Produz mudanças nas frequências alélicas dentro de uma população Como essa mudança é aleatória a frequência alélica é tão provável de aumentar como é de diminuir e oscilará com o tempo Efeitos da Deriva Genética Efeitos da Deriva Genética A deriva tem vários efeitos importantes na composição genética de uma população A deriva genética também reduz a variação genética dentro das populações Por mudanças aleatórias , um alelo pode acabar atingindo uma frequência igual a 1 ou 0 e, nesse ponto, todos os indivíduos na população são homozigotos para um alelo Efeitos da Deriva Genética COMO RESTAURAR UM ALELO PERDIDO POR DERIVA? Efeitos da Deriva Genética Havendo tempo suficiente todas as populações pequenas irão fixar um alelo ou outro Qual alelo irá se fixar depende de sua frequência inicial Se um alelo é mais comum inicialmente, é mais provável que se torne fixado Efeitos da Deriva Genética A deriva tem vários efeitos importantes na composição genética de uma população Populações diferentes divergem geneticamente com o tempo Como a deriva é aleatória as frequências alélicas em populações diferentes não mudam do mesmomodo Assim, as populações vão se divergindo entre si Efeitos da Deriva Genética Seleção Natural A última força evolutiva capaz de alterar as frequências alélicas é a seleção natural, a reprodução diferencial de genótipos A seleção natural ocorre quando indivíduos com características adaptativas produzem um número maior de prole do que a produzida por outros na população Seleção Natural Se as características adaptativas são herdadas pela prole elas aparecem com maior frequência na geração seguinte Uma característica que fornece uma vantagem reprodutiva aumenta com o passar do tempo permitindo uma adequação da população ao seu ambiente Seleção Natural Valor adaptativo e coeficiente de seleção O efeito da seleção natural no pool gênico de uma população depende dos valores adaptativos dos genótipos na população O valor adaptativo é o sucesso reprodutivo relativo de um genótipo (sobrevivência e reprodução) Quando comparado com o sucesso reprodutivo de outros genótipos na população Análise comparativa Valor adaptativo (W) varia de 0 a 1 Para calcular o valor adaptativo de cada genótipo • Dividimos o número de prole viável produzida por um genótipo pelo número da prole produzida pelo genótipo mais prolífico W11 = 10 = 1 W12 = 5 = 0,5 W22 = 2 = 0,2 10 10 10 Genótipos A1A1 A1A2 A2A2 N° médio de prole produzida 10 5 2 A1A1 A1A2 A2A2 Valor adaptativo e coeficiente de seleção Uma variável correlata é o coeficiente de seleção (s) que é a intensidade relativa de seleção contra um genótipo Quando a seleção é a favor de um genótipo ela é, automaticamente, contra pelo menos um outro genótipo O coeficiente de seleção será igual a 1 – W, logo: Valor adaptativo e coeficiente de seleção Os coeficientes de seleção para os três genótipos precedentes são s = 1 – W s11 = 0 s12 = 0,5 s22 = 0,8 A1A1 1 A1A2 0,5 A2A2 0,2 Valor adaptativo e coeficiente de seleção Modelo Geral de Seleção O valor adaptativo diferencial entre os genótipos com o passar do tempo leva a mudanças nas frequências dos genótipos Leva a mudanças nas frequências dos alelos que constituem os genótipos Podemos prever o efeito da seleção natural nas frequências alélicas usando o modelo geral de seleção Modelo Geral de Seleção Método para determinação das mudanças nas frequências alélicas devido à seleção Nota: W = p2W11 + 2pqW12+ q 2W22 Modelo Geral de Seleção O uso desse modelo requer o conhecimento tanto das frequências alélicas iniciais quanto dos valores adaptativos dos genótipos E supõe que a reprodução seja aleatória e que a única força que atua na população seja a seleção natural O modelo geral de seleção pode ser usado para calcular as frequências alélicas após qualquer tipo de seleção Resultados da Seleção Os resultados da seleção dependem dos valores adaptativos dos genótipos Considere três genótipos A1A1, A1A2 e A2A2 com valores adaptativos W11,W12 eW22, podemos identificar seis diferentes tipos de seleção Resultados da Seleção Mudança na frequência de um alelo recessivo devido à seleção A taxa na qual a seleção muda as frequências alélicas depende da frequência alélica em si Se um alelo a é letal e recessivo, W11 = W12 = 1, enquanto W22 = 0 A frequência do alelo a diminui com o tempo (porque o indivíduo aa não gera prole) A taxa de diminuição será proporcional à frequência do alelo recessivo Mudança na frequência de um alelo recessivo devido à seleção A taxa na qual a seleção muda as frequências alélicas depende da frequência alélica em si Se a frequência é alta, a mudança em cada geração é relativamente alta Uma proporção maior pode ser encontrada em genótipos heterozigotos, nos quais estão imunes à seleção natural A seleção natural contra um alelo recessivo raro é muito ineficiente Mudança na frequência de um alelo recessivo devido à seleção A frequência de a jamais chegará a zero, uma vez que os heterozigotos têm valor adaptativo máximo Alteração da frequência gênica de a em seleção contra o homozigoto recessivo (aa) Mutação e Seleção Natural A mutação e a seleção atuam como forças opostas em alelos detrimentais A mutação aumenta a frequência e a seleção natural diminui Ao final, essas duas forças atingem um equilíbrio no qual o número de alelos adicionados por mutação é balanceado pelo número de alelos removidos da população Mutação e Seleção Natural A frequência de um alelo recessivo em equilíbrio ( ) é igual à raiz quadrada da taxa de mutação dividida pelo coeficiente de seleção = Para a seleção agir em um alelo dominante, a frequência do alelo dominante em equilíbrio pode ser mostrada como sendo = Mutação e Seleção Natural Acondroplasia em humanos As pessoas com essa condição produzem 74% da prole que é produzida por pessoas sem acondroplasia O valor adaptativo dessas pessoas é, portanto, 0,74 e o coeficiente de seleção é 1 – W, ou seja, 0,26 Se for suposto uma taxa de mutação para acondroplasia de cerca de 3 x 10-5 então a frequência de equilíbrio para o alelo de acondroplasia será = 0,00003 = 0,0001153 0,26 Efeitos de diferentes forças evolutivas Efeitos de diferentes forças evolutivas OBRIGADA!
Compartilhar