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TEMA E PROBLEMA

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TEMA: A ILEGITIMIDADE DO CRITÉRIO ETÁRIO PARA A APURAÇÃO DO CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL
A dignidade da pessoa humana é um valor tão desejado para a sociedade que houve sua positivação como um dos Fundamentos da República Federativa do Brasil. As modificações ocorridas na sociedade trouxeram novas e graves preocupações, fazendo com que o Estado se deparasse diante de situações em que deve agir para proteger, ou melhor, garantir tal Fundamento. 
Dentre as espécies do gênero dignidade da pessoa humana, pode-se citar a dignidade sexual. Essa está ligada à autoestima do ser humano, em sua íntima e privada vida sexual, não cabendo qualquer intervenção estatal nesse contexto, a não ser para coibir atuações violentas contra quaisquer indivíduos. Sendo assim, pode-se deduzir que o ser humano pode realizar-se, sexualmente, satisfazendo a lascívia e a sensualidade como bem lhe aprouver, sem que haja qualquer interferência estatal ou da sociedade, porém, tal satisfação deve dar-se de acordo com a estrita legalidade, ou seja, sem afronta a direito alheio ou a interesse socialmente relevante.
A atual lei penal brasileira trata os menores de 14 anos como absolutamente incapazes de consentir validamente com a prática dos atos sexuais. Essa situação é corroborada pelas jurisprudências dos tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. Sendo assim, nega-se a tais indivíduos o exercício da liberdade sexual, sob o pretexto de que não são suficientes capazes, carentes de entendimento e autodeterminação nesse aspecto. Isto é, o legislador previu que essa incapacidade de discernir é própria das pessoas que possuírem tal faixa etária, estabelecendo a hipótese, segundo a maioria da doutrina, de vulnerabilidade absoluta.
Àqueles que ignoram o que fora imposto pelo ordenamento jurídico envolvendo a situação supracitada é imputada a conduta tipificada no artigo 217-A do Código Penal. Trata-se do crime de estupro de vulnerável, o qual afirma que ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com menor de catorze anos gera uma sanção penal de 8 a 15 anos de reclusão. Vale ressaltar que em seu §1º traz a ideia de que incorre na mesma pena quem pratica tais condutas com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Porém, o tema a ser desenvolvido neste artigo é voltado para a situação identificada pelo critério etário, uma vez que adotar a rígida tipicidade de tal norma pode contrariar os interesses sociais, isto é, antes de olhar o texto normativo deve ser dada atenção ao caso concreto, pois em determinadas hipóteses a própria norma pode causar uma injustiça social.
PROBLEMA: QUAL JUSTIFICATIVA PARA A VULNERABILIDADE ETÁRIA NO CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL SER ABSOLUTA? É JUSTO?

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