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Descontaminação de Utensílios

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5 DESCONTAMINAÇÃO
Conforme já foi discutido, os perigos biológicos são os mais presentes entre todos os perigos 
analisados. A quase onipresença dos microrganismos reduz a eficiência de medidas para evitar a sua 
presença e isso resulta na necessidade de adotar medidas para eliminá-los.
 Lembrete
Consideramos perigos biológicos os microrganismos, os parasitas e as 
toxinas geradas pelos microrganismos. Animais e insetos são considerados 
perigos físicos.
“Eliminação” não é uma palavra correta para este caso, pois, conforme será discutido a seguir, não 
existe eliminação total. Sempre existirá a probabilidade da sobrevivência de alguns microrganismos, do 
que decorre que qualquer processo de limpeza tem prazo de validade. A palavra adequada para esse 
processo é “descontaminação”.
Descontaminação é uma série de procedimentos cujo objetivo é reduzir a carga de microrganismos 
de um utensílio até um nível aceitável. Esse nível é dado pelo uso que o utensílio a ser descontaminado 
tem. Isso se torna óbvio ao analisarmos alguma situação cotidiana: em uma limpeza doméstica, esfrega-
se mais a panela que o vaso sanitário.
Porém, antes de descrever os processos de descontaminação, é necessário rever alguns conceitos 
associados a isso.
5.1 Noções sobre o tratamento matemático da letalidade de 
microrganismos
Os microrganismos se reproduzem por divisão celular. Uma célula dá origem a duas, duas dão origem 
a quatro e assim por diante. Dessa forma, depois de se adaptarem ao ambiente onde foram inoculados 
(chamada fase lag) os microrganismos começam a se duplicar. Depois de n ciclos, o número inicial de 
microrganismos foi multiplicado por 2n (chamada fase log).
O tempo de duração desses ciclos varia conforme a espécie do microrganismo, mas, na prática, 
consideram-se 20 minutos como um valor de referência. Assim, após uma hora de espera, o número de 
microrganismos inicial de uma amostra passou por três ciclos de divisão celular, e o número inicial de 
microrganismos foi multiplicado por 23, ou seja, por 8. 
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Biossegurança
A técnica matemática mais simples para se trabalhar com fatores exponenciais é o logaritmo. Observe 
a figura a seguir. Quando os dados de número de células em função do tempo são colocados em um 
gráfico, obtém-se uma curva exponencial (a), porém, ao se trabalhar com o logaritmo do número de 
células em função do tempo, essa curva torna-se uma reta, com que é mais fácil de trabalhar. 
300000000
250000000
200000000
150000000
100000000
50000000
0
9
8
7
6
5
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nú
m
er
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de
 m
ic
ro
or
ga
ni
sm
os
lo
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 n
úm
er
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de
 m
ic
ro
or
ga
ni
sm
os
tempo tempo
20 2022 2224 2426 2628 2830 30
(a) (b)
Figura 23 - Gráficos mostrando a curva de crescimento exponencial (a) e os mesmos dados em logaritmo (b)
Quando é aplicado algum processo para provocar a morte dos microrganismos, a taxa de morte 
concorre com a taxa de crescimento, o que também resulta em valores exponenciais, portanto, são 
valores trabalhados em logaritmo.
O decréscimo de 90% do número de células viáveis é chamado de década, e os processos de 
descontaminação são projetados para eliminar certo número de décadas. Dessa forma, se um processo 
eliminar três décadas de microrganismos, ele irá eliminar 90% de 90% de 90% dos microrganismos. É 
uma redução expressiva, porém nunca chegará a zero.
 Saiba mais
Caso você queira conhecer mais sobre esse tratamento matemático, 
procure livros sobre tecnologia de alimentos, mais especificamente nos 
capítulos referentes a tratamentos térmicos de alimentos.
5.2 Definição dos graus de descontaminação
5.2.1 Limpeza
Limpeza é o primeiro passo para o processamento de descontaminação. É um processo de remoção 
mecânica das sujidades e seu objetivo é a remoção de sujidades físicas e químicas. Nessa remoção, 
ocorre também a redução de microrganismos como resultado da ação mecânica.
Um processo de limpeza utilizado no cotidiano é a lavagem de louças. Partiremos desse exemplo 
para explicar as etapas da limpeza em detalhes, mas os conceitos são estendíveis a qualquer aplicação. 
Imagine um prato sujo com molho de tomate.
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5.2.1.1 Enxague inicial
Se a pessoa que lavar esse prato partir direto para esfregá-lo com bucha, vai sujar a bucha e espalhar 
resíduos de molho por toda a louça a ser lavada, dificultando todo o processo.
Porém, se a pessoa iniciar o processo com um enxague, vai remover as sujidades mais grossas apenas 
pela ação mecânica da água, reduzindo o trabalho futuro e o emprego de sabão.
O enxague inicial é a principal ação no processo de limpeza. Se benfeito, reduz gastos em tempo 
de operação, em produtos químicos e em tratamento de efluentes, além de aumentar a eficiência das 
próximas operações.
5.2.1.2 Ação mecânica
Após o enxague inicial, a pessoa lavando o prato deve esfregá-lo utilizando uma esponja com sabão.
O enxague inicial removeu as sujidades que estavam soltas, mas as sujidades incrustadas precisam ser 
removidas por meio do atrito mecânico entre a bucha e a camada superficial da incrustação. O sabão é um 
coadjuvante nesse processo, fazendo a solubilização dos lipídios e das proteínas. Existem microrganismos 
aderidos nessas incrustações e nas paredes do prato, e essa ação mecânica removerá parte dessa carga. 
Essa remoção de microrganismos é pequena em relação aos outros processos de descontaminação. 
Porém, como todas essas remoções de microrganismos são proporcionais à quantidade de microrganismos 
inicial, qualquer redução na quantidade de microrganismos na etapa anterior quer dizer aumento 
significativo na eficiência das etapas posteriores.
5.2.1.3 Enxágue final
Serve para remover os resíduos de detergente, incrustações e microrganismos.
Aqui, continua valendo o conceito: uma operação anterior benfeita reduz os custos operacionais das 
operações posteriores e aumenta a eficiência do processo
5.2.1.4 Exemplos de limpeza
Discutimos uma aplicação doméstica, mas os conceitos são os mesmos nas mais diversas aplicações. 
Seguem alguns exemplos:
• Em restaurantes: o uso de máquinas de lavar louças, o esfregaço com bucha é substituído por 
jatos d’água.
• Em indústrias farmacêuticas e de alimentos: a limpeza do interior de tubulações (CIP) é feita 
circulando-se água e soda cáustica em alta velocidade. A alta velocidade garante o atrito entre o 
fluido e as paredes dos tubos.
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Biossegurança
• Em hospitais: é feita a remoção de resíduos dos instrumentos cirúrgicos com o uso de banhos de 
ultrassom. O ultrassom faz a ação mecânica, quebrando as incrustações.
• Em laboratórios: é feita a limpeza da vidraria utilizando-se escovas.
5.2.2 Desinfecção
Desinfecção é um processo mais severo, cujo objetivo é destruir os microrganismos no estado 
vegetativo, sejam patogênicos ou não. Esse processo pode ocorrer por meios físicos ou químicos.
Partículas, incrustações, gorduras e qualquer outro tipo de sujidade funcionam como uma camada 
protetora dos microrganismos, por isso, antes de se executar uma desinfecção, é fundamental que se 
faça uma limpeza. 
5.2.2.1 Processos físicos de desinfecção
O principal processo físico de desinfecção é a elevação da temperatura. Em altas temperaturas,interrompe-se a divisão celular dos microrganismos e começa a acontecer a morte das células. Quanto 
maior o tempo na temperatura alta, mais células vão morrer. Quanto mais alta a temperatura, mais 
rápido esse processo acontece. Esse é o chamado binômio tempo x temperatura.
Quando se aumenta a temperatura, tanto a membrana celular quanto as proteínas são afetadas. Isso 
porque os ácidos graxos que compõem a parede celular aumentam sua permeabilidade, permitindo a 
entrada de substâncias indesejáveis no interior da célula. Além disso, o aumento da temperatura acelera 
as reações dentro das células, atingindo níveis inaceitáveis para o funcionamento celular, ou ainda 
desnaturando proteínas.
Consideram-se altas as temperaturas acima de 60 ºC. O tempo de exposição vai depender do tipo de 
microrganismo e da quantidade de células a serem eliminadas. Cada microrganismo tem características 
próprias na determinação desses parâmetros. 
 Lembrete
O efeito dos processos de eliminação de microrganismos é proporcional 
à quantidade inicial de microrganismos, por isso, nunca chegará a zero.
Após a exposição à alta temperatura, um recurso muito utilizado é a redução da temperatura, para 
que os microrganismos sobreviventes não voltem a se multiplicar.
O processo mais conhecido de desinfecção por meios físicos é a pasteurização do leite. 
Até 1952, o leite era vendido de porta em porta, vindo diretamente da fazenda produtora. Porém, 
nessa mesma época, ocorria no Brasil um surto de tuberculose. A bactéria responsável por esse surto era 
a Micobacterium bovis, a da tuberculose bovina.
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Ao perceber essa relação, foi instituída a obrigação da pasteurização do leite, proibindo o comércio 
in natura (Decretos 39.093/56 e 66.183/70). Os parâmetros de pasteurização são fixados por lei nos 
seguintes valores:
• pasteurização lenta: 62 ºC durante 30 minutos;
• pasteurização rápida: 72 ºC durante 20 segundos.
Esses valores são calculados para a eliminação da M. bovis. Note que a variação desses não é linear.
5.2.2.2 Processos químicos de desinfecção
Nem todos os materiais suportam temperaturas elevadas. Para esses casos, é necessário lançar mão 
de produtos químicos para fazer a desinfecção, tomando muito cuidado na avaliação da compatibilidade 
química com os utensílios. A desinfecção química acontece porque algumas substâncias têm a capacidade 
de danificar a parede celular.
A desinfecção por produtos químicos pode ser dividida em três níveis, dependendo da resistência do 
microrganismo a ser combatido:
• Desinfecção de baixo nível: é quando objetiva eliminar bactérias vegetativas, vírus médios ou 
lipídicos. 
Um dos produtos mais comuns nesse processo é o quaternário de amônia, utilizado na limpeza de 
superfícies, paredes e mobiliários; tem a vantagem de ser pouco tóxico para humanos, mas pode 
causar irritações na pele e ataca borrachas sintéticas, cimento e alumínio.
• Desinfecção de nível médio: o objetivo é eliminar, além dos microrganismos citados no baixo 
nível, os fungos e alguns tipos de vírus. Álcool etílico a 70%, compostos fenólicos entre 2% e 5% 
e hipoclorito de sódio a 1% são produtos utilizados nesse processo. 
Os compostos fenólicos com concentração de 2% a 5% precisam de um período de exposição 
de 20 a 30 minutos. O consumo de produto é relativamente baixo, pois são pouco afetados por 
matéria orgânica, mas têm a desvantagem de impregnar materiais porosos, não sendo indicado 
para artigos que entrem em contato com o trato respiratório (borracha, látex). São contraindicados 
para uso em berços e incubadoras.
O hipoclorito a 1%, além de outros compostos clorados, tem ação rápida e baixo custo, mas 
é corrosivo para metais, inclusive o aço inox. É irritante das vias respiratórias e inativado por 
matéria orgânica.
O álcool etílico a 70% também é de ação rápida e de baixo custo, mas ataca plásticos, borrachas 
e verniz, além de ser inflamável. Curiosamente, o aumento da concentração do álcool reduz a 
eficiência do produto, pois ele evapora antes de degradar a parede celular dos microrganismos.
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Biossegurança
• Desinfecção de alto nível: elimina microbactérias e esporos, além dos microrganismos citados 
anteriormente. Os produtos mais usados são o glutaraldeído a 2% e o ácido peracético.
O glutaraldeído precisa de tempo de exposição de 20 a 30 minutos. Não produz corrosão 
de instrumentais e não altera componentes de borracha ou plástico, mas impregna matéria 
orgânica e pode ser retido por materiais porosos, além de ser irritante de vias aéreas, ocular 
e cutânea.
O ácido peracético a 0,2% precisa de tempo de exposição de 5 a 10 minutos, é pouco tóxico, mas 
bastante irritante das vias aéreas. É corrosivo para metais (aço, bronze, latão, ferro galvanizado).
 Observação
Não faz sentido enxaguar o utensílio após a desinfecção química, pois 
a água de enxague também possui uma carga microbiana própria. Além 
disso, o resíduo do produto ajuda a garantir a qualidade da operação. Por 
isso, é muito importante especificar corretamente o processo e o produto 
a serem utilizados.
5.2.3 Esterilização
Esterilização é a destruição de todas as formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus. Da mesma 
forma que a desinfecção, esse processo pode ocorrer por meios físicos ou químicos.
Como já foi discutido, o resultado final de um processo de eliminação de microrganismos é 
proporcional à quantidade inicial de microrganismos; é muito importante que se façam uma limpeza e 
uma desinfecção antes da esterilização.
 Observação
Esse conceito é frequentemente ignorado por causa da falsa ideia de 
que a esterilização vai matar todos os organismos. Lembre-se: por ser uma 
redução proporcional, o resultado nunca vai ser zero.
5.2.3.1 Processos físicos de esterilização
O principal processo físico de esterilização também é relacionado com o binômio tempo x temperatura, 
porém as condições de processo são mais severas. 
O processo de esterilização mais conhecido é a produção do leite longa vida ou UHT. Nesse processo, 
o leite cru é centrifugado (limpeza mecânica), a temperatura é elevada até cerca de 80 °C e mantida 
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durante alguns segundos (desinfecção), para depois ter sua temperatura elevada a cerca de 150 °C e 
mantida por alguns segundos (esterilização). 
Outro processo de esterilização bastante difundido é aquele por meio de radiações. As mais usadas 
são a radiação gama, as micro-ondas e a radiação ultravioleta.
A radiação gama, emitida pelo cobalto-60 ou pelo césio-137, é utilizada em materiais sensíveis 
ao calor, mas sua eficiência é condicionada à densidade do material, que irá determinar o grau de 
penetração da radiação. Esta afeta diretamente alguns processos fisiológicos, eliminando microrganismos 
e inativando enzimas.
As micro-ondas são ondas eletromagnéticas com frequência em torno de 2,5 GHz. Elas afetam 
diretamente a água, elevando sua temperatura.
A radiação ultravioleta, além de afetar diretamente os processos fisiológicos, também forma 
como resíduo o ozônio, uma substância que ataca a parede celular dos microrganismos. Porém, sua 
penetrabilidade é menor que a da radiação gama.
5.2.3.2 Processos químicos de esterilização
Existem duas formas de esterilização com produtos químicos: com produtos líquidos e com produtos 
gasosos.
A esterilização com produtos líquidos é feita por meio da imersão do utensílio num banho contendo 
o produto. Os esterilizantes mais utilizadosnesse processo são o glutaraldeído a 2%, o ácido peracético 
a 0,2% e o peróxido de hidrogênio a 6%. São produtos semelhantes aos da desinfecção, mas o tempo 
de exposição é maior.
Essa imersão deve ser feita com extremo cuidado para que não fiquem bolhas de ar adsorvidas 
nas superfícies dos utensílios, já que essas bolhas não permitem o contato entre a superfície a ser 
esterilizada e o produto esterilizante. Por essa razão, não é recomendável utilizar-se a esterilização por 
produtos líquidos. Esse problema não ocorre com o uso de produtos químicos gasosos.
O produto gasoso de esterilização mais comum, muito usado em hospitais, é o óxido de etileno (EtO). 
Ele é inflamável e carcinogênico, mas, se misturado com dióxido de carbono (8,5% de EtO e 91,5% de 
CO2), torna-se seguro para trabalhar.
5.2.3.3 Monitoramento do processo de esterilização
O grande problema dos riscos biológicos é que não vemos os microrganismos. Por isso, é necessário 
que se façam testes para verificar se a esterilização foi eficiente de fato.
O teste mais seguro para garantir que o produto foi esterilizado é promover a cultura dos 
microrganismos, mas trata-se de um procedimento que leva dias para apresentar algum resultado. Em 
um hospital onde se fazem milhares de esterilizações por mês, isso seria inviável.
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Biossegurança
Para resolver a essa questão, fazem-se avaliações práticas periódicas dos procedimentos e dos 
equipamentos, colocando-se indicadores químicos ou biológicos da eficiência da esterilização.
Essas verificações são feitas nas seguintes situações:
• na instalação e após a manutenção de equipamentos envolvidos no processo;
• após qualquer modificação proposta no processo de esterilização;
• periodicamente, para se estabelecer um histórico de confiabilidade do processo.
Por exemplo: um laboratório comprou uma autoclave úmida nova. Apesar de nova, não dá para 
garantir que o equipamento é eficiente, pois, se a distribuição de temperaturas no interior dele não for 
uniforme, alguma região do equipamento pode não ser esterilizada. Algo semelhante acontece no forno 
de um fogão doméstico: um lado do assado sempre queima mais que o outro.
No primeiro teste do equipamento, posiciona-se o indicador na pior posição possível e inicia-se o 
procedimento. Se ocorrer a esterilização, o equipamento está liberado para produção. Esse teste deverá 
ser repetido, por exemplo, a cada 12 horas.
Se, após alguns dias, o equipamento continuar eficiente, o tempo entre os testes pode ser estendido, 
já que o equipamento tem se mostrado confiável. 
Como testes rápidos, podem ser utilizados:
• Tiras indicadoras: são tiras impregnadas com tinta termoquímica que muda de coloração quando 
exposta à temperatura. São colocadas sobre todos os produtos a serem esterilizados.
• Teste Bowie e Dick: é um teste semelhante às tiras indicadoras que avalia remoção de ar, 
penetração do vapor, tempo e temperatura. Normalmente, é usado na primeira operação do dia.
• Indicadores biológicos: são culturas padronizadas de microrganismos comprovadamente 
resistentes a processos térmicos menos severos. Caso essa cultura sobreviva ao processo de 
esterilização, significa que este é falho. 
5.2.4 Classificação dos artigos médico-hospitalares
Dependendo da aplicação do utensílio, será exigido um nível de descontaminação. Na área da saúde, 
cada instrumento ou utensílio utilizado é um transmissor de infecções em potencial.
Os artigos médico-hospitalares são classificados em:
• Artigos não críticos: são os que não entram em contato com pacientes ou que interagem apenas 
com a pele íntegra. Apesar de apresentarem baixo risco de transmissão de infecções, podem servir 
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de disseminação de microrganismos entre os pacientes. Por exemplo: comadres, jarros, bacias, 
aparelhos de pressão e termômetros.
• Artigos semicríticos: são os artigos que entram em contato com a membrana mucosa que 
reveste os órgãos internos, como tubo digestivo, intestino ou pulmões, ou com a pele não íntegra. 
A pele íntegra é impermeável a microrganismos, mas, se estiver rompida, permitirá o ingresso 
destes. Estão incluídos nessa categoria endoscópios, equipamentos de terapia respiratória etc.
• Artigos críticos: são aqueles que penetram em tecidos ou têm contato com o sangue, portanto, 
possuem alto risco de infecção. Por exemplo: agulhas hipodérmicas, instrumentos cirúrgicos, 
cateteres etc.
Note que entender e aplicar o critério de classificação é muito mais importante do que generalizar. 
Desta forma, uma comadre que venha a ser utilizada por um paciente com queimaduras na região dos 
glúteos, por exemplo, deve ser tratada como um artigo semicrítico e não como um artigo não crítico, 
como seria normalmente.
De acordo com a classificação do artigo médico-hospitalar, o processo de descontaminação deve ser 
especificado da seguinte forma:
• Artigos não críticos devem receber apenas a limpeza.
• Artigos semicríticos devem receber a limpeza e, posteriormente, a desinfecção.
• Artigos críticos devem receber a limpeza, a desinfecção e, posteriormente, a esterilização.
 Saiba mais
Existem diversos catálogos sobre instrumentação cirúrgica disponíveis 
na internet. Por meio deles, você pode se familiarizar com os nomes 
específicos de diversos artigos médico-hospitalares.
6 LEGISLAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA
A biossegurança é uma disciplina nova, surgida no século XX, voltada para o controle e a minimização 
de riscos advindos da prática de diferentes ramos do conhecimento humano relacionados à saúde e ao 
meio ambiente, seja em laboratório, produção de alimentos ou quando aplicadas a trabalhos de campo. 
A biossegurança é regulada em vários países no mundo por um conjunto de leis, procedimentos ou 
diretivas específicas. 
No Brasil, a primeira legislação de biossegurança foi criada em 1995, enfocando apenas questões 
relacionadas com a engenharia genética, que é a tecnologia do DNA ou RNA recombinante, estabelecendo 
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Biossegurança
os requisitos para o manejo de organismos geneticamente modificados, para permitir o desenvolvimento 
sustentado da biotecnologia. 
O fundamento básico da biossegurança é assegurar o avanço dos processos tecnológicos e proteger 
a saúde humana e animal e o meio ambiente. Sendo assim, as tecnologias baseadas em DNA ou 
RNA recombinantes são tratadas, pela biossegurança, sob três aspectos: o primeiro diz respeito aos 
procedimentos empregados para garantir a segurança imediata dos manipuladores; o segundo aspecto, 
ao futuro, já que é muito difícil prever os efeitos de manipulações genéticas em populações e no meio 
ambiente em longo prazo; o terceiro aspecto é o questionamento sobre quais manipulações genéticas 
são adequadas em relação à ética. Nesse último aspecto, esbarramos em outra área do conhecimento, 
chamada bioética. 
Com relação ao aspecto relacionado ao trabalhador em sua atividade cotidiana, as normas tradicionais 
de segurança laboratorial enfatizam o uso de Boas Práticas de trabalho, equipamentos de contenção 
adequados, dependências bem projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma 
infecção acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório, e ainda que evitem a contaminação 
do meio ambiente.
Porém, medidas de biossegurança específicas precisam ser discutidas e adotadas por laboratórios de 
pesquisa, aliadas a um amplo plano de educação baseado nas normas nacionais e internacionais quanto 
ao transporte, à conservaçãoe à manipulação de microrganismos geneticamente modificados e seus 
produtos derivados.
Embora os laboratórios clínicos e de pesquisas possam conter uma variedade de materiais biológicos, 
químicos e radioativos perigosos, até o momento existem poucos relatórios sobre o uso intencional de 
quaisquer desses materiais de forma a causar prejuízos a outros.
Entretanto, há crescente preocupação sobre o possível uso de materiais biológicos, químicos e 
radioativos como agentes para o terrorismo. Em resposta a essas preocupações, há normas que orientam 
essas questões de segurança laboratorial, como a prevenção da entrada de pessoas não autorizadas em 
áreas laboratoriais e da remoção não autorizada de agentes biológicos perigosos, entre outras.
6.1 Conceito
O conceito de biossegurança surgiu na década de 1970, na reunião de Asilomar, na Califórnia, quando 
a comunidade científica iniciou a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade 
(COSTA; COSTA, 2002).
A partir daí, o termo “biossegurança” foi sofrendo alterações. Na década de 1970, a Organização 
Mundial da Saúde a definia como “práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos para 
o homem” (WHO, apud COSTA; COSTA, 2002). O foco voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos 
riscos biológicos no ambiente ocupacional. Já na década de 1980, a própria OMS incorporou a essa 
definição os chamados riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com 
agentes patogênicos para o homem, como os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. 
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Nos anos 1990, verificamos que a definição de biossegurança sofreu mudanças significativas. Em 
um seminário realizado no Instituto Pasteur, em Paris, foi observada a inclusão de temas como ética 
em pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em 
programas de biossegurança (COSTA; COSTA, 2002).
6.2 Histórico
No Brasil, por iniciativa do então senador Marco Antônio Maciel, um Projeto de Lei de Biossegurança 
foi submetido à aprovação do Congresso Nacional em 1989.
O conhecimento e o interesse por essa área, no entanto, só foram fortalecidos com a Convenção 
sobre a Diversidade Biológica, aprovada em 1992 durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente, popularmente conhecida como Eco 92 ou Rio 92. Um maior interesse por normas definidas 
para o manuseio e uso de organismos geneticamente modificados (OGM), mais conhecidos como 
organismos transgênicos, partiu de instituições de pesquisa que desenvolviam atividades de engenharia 
genética.
Em maio de 1994, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), com apoio da 
Unido/ICGEB, organizou o primeiro workshop internacional sobre organismos transgênicos no Brasil. 
Participantes de instituições de pesquisa e empresas privadas do Brasil e de outros países da América 
Latina receberam instruções sobre aspectos de biossegurança de organismos transgênicos e debateram 
o desenvolvimento de regulamentação desse setor na região.
Foi formado um grupo de trabalho que incluía a Embrapa, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) 
e a Associação Brasileira de Empresas de Biotecnologia (Abrabi) para acompanhar as discussões 
do Projeto de Lei de Biossegurança no Congresso Nacional, com o apoio do seu relator na Câmara 
dos Deputados, o deputado Sérgio Arouca. O resultado desse trabalho, que também contou com 
o apoio de empresas privadas, culminou com a aprovação da Lei de Biossegurança em dezembro 
de 1994, a qual veio a ser a primeira lei sancionada pelo então Presidente da República Fernando 
Henrique Cardoso, a Lei n. 8.794, de 6 de janeiro de 1995. O decreto regulamentador da lei, 
Decreto n. 1.974, elaborado por uma comissão interministerial presidida pelo Ministério da Ciência 
e Tecnologia, foi publicado em dezembro de 1995.
A Lei de Biossegurança de 1995 regulava todos os aspectos da manipulação e uso de OGM 
no Brasil, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, 
produção, armazenamento e comercialização. Seu escopo limitou-se ao uso da engenharia 
genética, ou uso da técnica do DNA/RNA recombinante, para a troca de material genético entre 
organismos vivos. Outras técnicas biotecnológicas, como fusão celular e cultura de tecidos, não 
foram incluídas.
Porém, por não abordar assuntos polêmicos, como o uso terapêutico de células-tronco embrionárias 
e a autorização para o uso comercial de alimentos transgênicos, a Lei n. 8.794/95 foi revogada e 
substituída pela Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005.
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6.3 Lei n. 11.105/2005
Esta lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, 
a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, 
a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGMs e seus 
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, 
a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal e a observância do princípio da precaução para a 
proteção do meio ambiente.
Ela regulamenta os incisos II, IV e V do § 1, do art. 225 da Constituição Federal. Esse artigo diz 
que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo 
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988).
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
• preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades 
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
• controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. 
6.4 Engenharia genética
No artigo das definições, a Lei n. 11.105/2005 explica diversos termos técnicos como:
• organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive 
vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;
• ADN e ARN: material genético que contém informações determinantes dos caracteres hereditários 
transmissíveis à descendência;
• ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante a 
modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-
se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; 
consideram-se também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN 
natural;
• engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN 
recombinante;
• organismo geneticamente modificado (OGM): organismo cujo material genético (ADN/ARN) 
tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética. 
Esta lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de diversas técnicas de 
manipulação celular, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador.
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Note que, para ser um OGN, o organismo deve ser resultado de técnicas utilizando ADN/ARN 
recombinante.
Esta lei também permite, 
para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias 
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não 
utilizados no respectivo procedimento, atendidas às seguintescondições:
I – sejam embriões inviáveis; ou 
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação 
desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de 
completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1. Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2. Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou 
terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus 
projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em 
pesquisa.
§ 3. É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este 
artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 
4 de fevereiro de 1997.
Art. 6. Fica proibido:
I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro 
de seu acompanhamento individual;
II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/
ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas 
previstas nesta Lei;
III – engenharia genética em célula humana;
IV – clonagem humana;
V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados 
em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e 
entidades de registro e fiscalização. (BRASIL, 2005).
6.5 Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS)
O Conselho Nacional de Biossegurança é um órgão de assessoramento do Presidente da República 
para a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança (PNB).
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Biossegurança
Compete ao CNBS:
I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais;
II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas 
e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados;
O CNBS é composto pelos seguintes membros:
I – Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá;
II – Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia;
III – Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário;
IV – Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
V – Ministro de Estado da Justiça;
VI – Ministro de Estado da Saúde;
VII – Ministro de Estado do Meio Ambiente;
VIII – Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
IX – Ministro de Estado das Relações Exteriores;
X – Ministro de Estado da Defesa;
XI – Secretário Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República.
6.6 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança é uma comissão multidisciplinar, de caráter consultivo 
e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao governo federal na formulação, 
atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados, bem como no estabelecimento de 
normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que 
envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco 
zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.
A CTNBio é o órgão que acompanha o desenvolvimento e o progresso técnico e científico nas áreas 
de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins, com o objetivo de aumentar sua capacitação para a 
proteção da saúde humana, dos animais e das plantas e do meio ambiente.
Art. 11. A CTNBio, composta de membros titulares e suplentes, designados 
pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por 27 
(vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de 
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notória atuação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com 
destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, 
biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente, sendo:
I – 12 (doze) especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo 
exercício profissional, sendo:
a) 3 (três) da área de saúde humana;
b) 3 (três) da área animal;
c) 3 (três) da área vegetal;
d) 3 (três) da área de meio ambiente;
II – um representante de cada um dos seguintes órgãos, indicados pelos 
respectivos titulares:
a) Ministério da Ciência e Tecnologia;
b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério do Meio Ambiente;
e) Ministério do Desenvolvimento Agrário;
f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
g) Ministério da Defesa;
h) Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República;
i) Ministério das Relações Exteriores;
III – um especialista em defesa do consumidor, indicado pelo Ministro da 
Justiça;
IV – um especialista na área de saúde, indicado pelo Ministro da Saúde;
V – um especialista em meio ambiente, indicado pelo Ministro do Meio Ambiente;
VI – um especialista em biotecnologia, indicado pelo Ministro da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento;
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VII – um especialista em agricultura familiar, indicado pelo Ministro do 
Desenvolvimento Agrário;
VIII – um especialista em saúde do trabalhador, indicado pelo Ministro do 
Trabalho e Emprego.
§ 1. Os especialistas de que trata o inciso I do caput deste artigo serão 
escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada com a participação das 
sociedades científicas, conforme disposto em regulamento.
§ 2. Os especialistas de que tratam os incisos III a VIII do caput deste artigo 
serão escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da 
sociedade civil, conforme disposto em regulamento.
§ 3. Cada membro efetivo terá um suplente, que participará dos trabalhos 
na ausência do titular.
§ 4. Os membros da CTNBio terão mandato de 2 (dois) anos, renovável por 
até mais 2 (dois) períodos consecutivos (BRASIL, 2005).
Compete à CTNBio:
I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM;
II – estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos 
relacionados a OGM e seus derivados;
III – estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação e 
monitoramento de risco de OGM e seus derivados;
IV – proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a 
atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados;
V – estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas 
de Biossegurança – CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedique ao 
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção 
industrial que envolvam OGM ou seus derivados;
VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de 
funcionamento de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá 
atividades relacionadas a OGM e seus derivados;
VII – relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM 
e seus derivados, em âmbito nacional e internacional;
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VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM 
ou derivado de OGM, nos termos da legislação em vigor;
IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa;
X – prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na 
formulação da PNB de OGM e seus derivados;
XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o 
desenvolvimento de atividades comOGM e seus derivados em laboratório, 
instituição ou empresa e enviar cópia do processo aos órgãos de registro e 
fiscalização referidos no art. 16 desta Lei;
XII – emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a biossegurança de OGM e 
seus derivados no âmbito das atividades de pesquisa e de uso comercial de 
OGM e seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau de risco e 
nível de biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e 
restrições ao uso;
XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e 
os respectivos procedimentos e medidas de segurança quanto ao seu uso, 
conforme as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei, bem como 
quanto aos seus derivados;
XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios 
estabelecidos no regulamento desta Lei;
XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na 
biossegurança de OGM e seus derivados;
XVI – emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua 
competência;
XVII – apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de prevenção 
e investigação de acidentes e de enfermidades, verificados no curso dos 
projetos e das atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante;
XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de registro e fiscalização, 
referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atividades relacionadas a 
OGM e seus derivados;
XX – identificar atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus 
derivados potencialmente causadores de degradação do meio ambiente ou 
que possam causar riscos à saúde humana;
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Biossegurança
XXI – reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de seus membros ou 
por recurso dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, fundamentado 
em fatos ou conhecimentos científicos novos, que sejam relevantes quanto 
à biossegurança do OGM ou derivado, na forma desta Lei e seu regulamento;
XXII – propor a realização de pesquisas e estudos científicos no campo da 
biossegurança de OGM e seus derivados (BRASIL, 2005).
7 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
A NR-5 é a Norma Reguladora que trata das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa).
 Lembrete
As NRs são anexos da Consolidação das Leis Trabalhistas, principal 
documento da legislação trabalhista brasileira.
A Cipa tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo 
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da 
saúde do trabalhador. As empresas devem constituir a Cipa de acordo com a atividade econômica 
e o número de empregados.
A formação de uma Cipa é obrigatória para todas as empresas. Ela é responsável por tratar questões 
sobre a segurança do trabalho de todos os trabalhadores, qualquer que seja o vínculo de emprego. Por 
exemplo, empresas públicas que tenham funcionários estatutários (concursados), celetistas, terceirizados 
e autônomos em seu quadro de funcionários, todos eles são cobertos pela ação da Cipa.
Curiosamente, a NR-5 faz diferenciação entre trabalhadores e empregados. Empregados são aqueles 
que têm algum tipo de vínculo de emprego, e trabalhadores são todos aqueles que executam atividades 
dentro da empresa, o que inclui os terceirizados e prestadores de serviço.
A Cipa tem mandato de um ano e um número igual de representantes do empregador (indicados 
pela empresa) e de representantes dos empregados (eleitos).
O presidente da Cipa deve ser escolhido pela empresa, dentre os membros por ela indicados; o vice-
presidente da Cipa deve ser eleito dentre os representantes eleitos titulares, em eleição de que participam 
todos os representantes eleitos, inclusive os suplentes; o secretário da Cipa pode ser escolhido entre os 
membros da Comissão ou até mesmo ser um funcionário que dela não faça parte, mas seu nome precisa 
ser necessariamente aprovado por todos os cipeiros, eleitos e indicados. 
Cabe ao presidente e ao vice-presidente da Cipa mediar conflitos, elaborar o calendário de reuniões 
ordinárias e constituir comissão eleitoral para regular o processo de eleição da Cipa subsequente. Cabe 
ao secretário da Cipa elaborar as atas das reuniões ordinárias da Comissão.
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Quando o estabelecimento não se enquadra na obrigatoriedade de constituição de Cipa, é exigida a 
designação de uma pessoa com o treinamento específico para desempenhar as atribuições da Comissão. 
A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá garantir a 
integração das Cipas e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de 
segurança e saúde no trabalho.
As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, por meio de membros de 
Cipa ou designados, mecanismos de integração com o objetivo de promover o desenvolvimento de 
ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, 
podendo contar com a participação da administração do local.
7.1 Estabilidade provisória
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de 
Cipas desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
Serão garantidas aos membros da Cipa condições que não descaracterizem suas atividades normais 
na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência.
7.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
O PPRA é um conjunto de ações visando à preservação da saúde e da integridade dos 
trabalhadores, por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do consequente 
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente 
de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Ele é 
regulamentado pela NR-9.
No Brasil, a legislação do trabalho obriga todas as empresas a elaborarem e implementarem o PPRA, 
além de manter um documento-base de registro dessas ações, que incluem:
• levantamento dos riscos;
• planejamento anual com estabelecimento de metas e prioridades;
• cronogramas;
• estratégia e metodologia de ação;
• forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
• periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
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A figura a seguir mostra um esquema do funcionamento do PPRA.
Diagnóstico da 
situação
Estabelecimento de 
metas de redução
Planejamento de 
ações preventivas
Execução de ações
Medição de 
resultados
Divulgação de dados
Levantamento 
dos riscos
Estratégia
metodologia de ação
Cronograma
Registro
Figura 24 - Esquema do funcionamento do PPRA
 Observação
O PPRA funciona de forma semelhante a qualquer sistema da qualidade, 
como o ISO 9000, por exemplo. Repare que o PGRSS tem estrutura 
semelhante.
É um programa de gerenciamento. O documento-base, previsto na estrutura do PPRA, permanecerá 
na empresa à disposição da fiscalização, junto com um roteiro das ações a serem empreendidas para 
atingir as metas do programa. 
A implementação do PPRA é obrigatória para todos os empregadores e instituições que admitam 
trabalhadores como empregados, não importando o grau de risco ou a quantidade de empregados. Por 
exemplo, uma padaria, uma loja ou uma planta industrial, todos estão obrigados a ter um PPRA, cada 
um com sua característica e complexidade diferentes. 
A Cipa e seus participantes devemparticipar da elaboração do PPRA, auxiliando na sua implementação. 
Mas não se esqueça: o PPRA é uma obrigação legal do empregador e, por isso, deve ser de sua iniciativa 
e responsabilidade direta. 
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7.3 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é um procedimento legal 
estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho no Brasil, mediante a Norma Regulamentadora 7, 
visando proteger a saúde ocupacional dos trabalhadores.
Algumas de suas exigências básicas são a realização e registros dos seguintes exames em todos os 
empregados de uma empresa:
• exame admissional;
• exame periódico;
• exame de retorno ao trabalho (após afastamento por doença ou acidente);
• exame de mudança de função;
• exame demissional.
No auxílio do diagnóstico, o médico coordenador do PCMSO pode lançar mão de uma série de 
recursos, entre eles a elaboração de exames complementares. Entre os mais comuns, podemos citar os 
laboratoriais, audiométricos, radiológicos, entre outros. 
Do ponto de vista processual, quase tão importante quanto a elaboração dos diagnósticos é a guarda 
de documentos, pois estes podem ser solicitados para fins trabalhistas ou previdenciários muitos anos 
após o desligamento do funcionário. 
A NR-7 preconiza que os documentos, entre eles os prontuários médicos e o resultados dos exames 
complementares, sejam guardados por um período mínimo de 20 anos após o desligamento do 
colaborador.
7.4 Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS)
Em 1991, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou uma resolução desobrigando 
“a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos 
estabelecimentos de saúde” (Resolução n. 6, BRASIL, 1991). 
Para que os resíduos dos estabelecimentos de saúde não sejam despejados indiscriminadamente, 
o Conama estabeleceu a obrigação da criação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos de 
Serviços de Saúde (PGRSS), um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de 
resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos 
geradores de resíduos de serviços de saúde. 
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Biossegurança
A implantação do PGRSS é obrigatória a todo gerador de resíduos de serviços de saúde, como
a todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana 
ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos 
de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, 
funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, 
serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; 
estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle 
de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, 
distribuidores produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, 
unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços 
de tatuagem, dentre outros similares (BRASIL, 2005).
A Resolução Conama n. 5/1993 define resíduos sólidos como: 
resíduos nos estados sólido e semi-sólido que resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de 
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas 
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de 
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades 
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de 
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em 
face à melhor tecnologia disponível (BRASIL, 1993).
Todos os resíduos gerados na área da saúde, inclusive alguns fluidos corporais contaminados, são 
tratados como resíduos sólidos. Tratam-se os fluidos corporais contaminados como resíduos sólidos 
porque devem ser acondicionados em embalagens específicas antes de serem descartados. 
Os resíduos produzidos nos serviços de saúde são classificados como:
• Grupo A: são os resíduos que podem apresentar agentes biológicos que, por suas características 
de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção ou contaminação. 
• Grupo B: são os resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade e toxidade, medicamentos, resíduos de saneantes, desinfetantes, resíduos contendo 
metais pesados, reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.
• Grupo C: são as substâncias radioativas em níveis superiores aos limites de eliminação especificados 
nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é 
imprópria ou não prevista. 
• Grupo D: são os resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou 
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Por exemplo: papel de uso 
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sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, sobras de alimentos e 
do preparo de alimentos, resíduos provenientes das áreas administrativas, resíduos de varrição, 
flores, podas e jardins. 
• Grupo E: são os materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, 
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de 
bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios 
de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros 
similares.
O Programa de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde segue a mesma lógica aplicada 
a sistemas de qualidade: escreve-se o que se faz, depois faz-se o que está escrito. 
O primeiro requisito neste processo é que alguém da alta administração da unidade geradora de 
RSS esteja envolvido na implantação do programa. Neste caso, temos a figura do responsável legal 
pelo programa. Ele é uma figura central nesse processo, pois está hierarquicamente acima de todos 
os envolvidos no gerenciamento do RSS e vai obrigá-los a seguirem rigorosamente o estabelecido no 
PGRSS.
Em geral, o responsável legal é um administrador e, portanto, um sujeito que está distante ou que 
não domina o conhecimento técnico necessário à implantação de um programa. O indivíduo que tem 
esse conhecimento é o responsável técnico, a pessoa que irá assinar a Anotação de Responsabilidade 
Técnica (ART) no respectivo conselho de classe e responder por qualquer falha técnica no programa.
Após o estabelecimento dessas duas figuras, formam-se grupos de trabalho que irão analisar os 
diversos aspectos, desde a geração até a destinação final do RSS. Essas etapas estão descritas a seguir:
1. Levantamento dos tipos de resíduos e das quantidades geradas: esta fase consiste na 
verificação dos tipos de resíduos e das quantidades em que eles são gerados em cada uma das 
fontes geradoras.
2. Acondicionamento dos resíduos: consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos 
ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a 
geração diária de cada tipo de resíduo. Além disso, cada tipo de resíduo deve ser embalado 
em recipientes adequados e facilmente identificáveis por tipo para garantir a segurança do 
manuseio.
3. Coletae transporte interno: consistem no recolhimento e remoção dos RSS das unidades 
geradoras e salas de resíduos até o abrigo externo de armazenamento final. São necessárias 
ações planejadas para garantir uma movimentação segura dos RSS, sem oferecer riscos ao meio 
ambiente e à saúde dos funcionários e da população.
4. Armazenamento temporário dos RSS: consiste na guarda temporária dos recipientes contendo 
os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta 
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Biossegurança
dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto 
destinado à disponibilização para coleta externa. Dependendo da distância entre os pontos de 
geração de resíduos e do armazenamento externo, poderá ser dispensado o armazenamento 
temporário, sendo o encaminhamento direto ao armazenamento para coleta externa.
5. Armazenamento externo: o armazenamento externo ou provisório consiste na guarda provisória 
de RSS em ambiente próprio, denominado abrigo de resíduos. O armazenamento provisório tem 
como objetivos liberar a unidade geradora da presença dos RSS e possibilitar o armazenamento 
provisório de resíduos infectantes e químicos em condições de segurança para funcionários e para 
o meio ambiente.
6. Coleta e transportes externos: é a coleta e o transporte externos de RSS, do abrigo de resíduos 
até a etapa de tratamento e/ou disposição final, consiste nas operações de remoção e transporte 
dos resíduos, de forma planejada e exclusiva, com uso de veículos próprios e específicos por 
empresa licenciada para essas atividades segundo legislação específica.
7. Disposição final dos RSS: consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais 
previamente preparados para recebê-los. Pela legislação brasileira, a disposição deve obedecer a 
critérios técnicos de construção e operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental de 
acordo com a Resolução Conama n. 237/97. O projeto deve seguir as normas da ABNT.
Os geradores de RSS, isto é, os estabelecimentos de serviços de saúde, são os responsáveis pelo 
correto gerenciamento de todos os RSS por eles gerados, cabendo aos órgãos públicos, dentro de suas 
competências, a gestão, regulamentação e fiscalização. É possível terceirizar alguns dos serviços, mas 
esta terceirização não os isenta da responsabilidade sobre o resíduo e essa responsabilidade do gerador 
perdura mesmo após a disposição final do resíduo.
7.5 Mapa de Riscos
Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de 
trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. 
Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, 
instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico, 
ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, 
treinamento etc.).
O Mapa de Risco surgiu na Itália no final da década de 1960. No início da década de 1970, o 
movimento sindical desenvolveu um modelo próprio de atuação na investigação e controle das condições 
de trabalho pelos próprios trabalhadores. 
O conhecido “modelo operário italiano” consiste em valorizar o saber operário, não delegando 
tais funções aos técnicos, possibilitando dessa forma a participação dos trabalhadores nas ações de 
planejamento e controle da saúde nos locais de trabalho.
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O Mapa de Risco se disseminou por todo o mundo, chegando ao Brasil na década de 1980.
 Lembrete
A elaboração dos Mapas de Risco é obrigatória. 
A realização de mapeamento de riscos tornou-se obrigatória para todas as empresas que tenham 
Cipa, por meio da Portaria n. 05, de 17/08/92 do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do 
Trabalhador do Ministério do Trabalho (DNSST).
De acordo com o artigo 1° desta portaria, cabe às Cipas a elaboração dos Mapas de Risco dos locais 
de trabalho (BRASIL, 1992). 
Por meio de seus membros, a Cipa deverá ouvir os trabalhadores de todos os setores e poderá contar 
com a colaboração do serviço especializado de medicina e segurança do trabalho.
A elaboração do Mapa de Risco deve ser feita de maneira a permitir a participação do maior número 
de trabalhadores, sem delegar a terceiros essa tarefa. 
O que interessa aos trabalhadores é que sua elaboração seja um processo pedagógico em que se 
ampliem os espaços de elaboração da identidade desses trabalhadores e que exerçam realmente o seu 
papel.
Para a elaboração do mapa, deve-se:
• conhecer o processo de trabalho no local analisado: número de trabalhadores, sexo, idade, 
treinamentos profissionais e de segurança e saúde, jornada; os instrumentos e materiais de 
trabalho; as atividades exercidas; o ambiente;
• identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação específica dos riscos 
ambientais;
• identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia. Medidas de proteção coletiva; medidas 
de organização do trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene e conforto: 
banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer;
• identificar os indicadores de saúde, as queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores 
expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças profissionais diagnosticadas, 
causas mais frequentes de ausência ao trabalho;
• conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
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Biossegurança
A figura a seguir mostra exemplo de um Mapa de Risco. 
sala 1
sala 4
sala 2 sala 3
1
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Grande Físico
Químico
Biológico
Ergonômico
Acidente
Médio
Pequeno
1
Figura 25 - Exemplo de um Mapa de Risco
Ela mostra as diversas salas, indicando os perigos associados às atividades executadas ali e o número 
de pessoas envolvidas nessas atividades.
 Saiba mais
Existem disponíveis na internet diversos documentos comentando sobre 
a CLT e as Normas Regulamentadoras. As NRs citadas aqui são de interesse 
da biossegurança, mas conhecer essas leis é importante de forma geral para 
entender as relações do trabalho.
8 PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos e, a partir do seu domínio, 
presumivelmente, foi o primeiro grande passo do Homem para a conquista de ambientes inóspitos. Ao 
seu redor, graças ao seu calor, têm vivido centenas de gerações.
Entre muitos fatores, o fogo foi um dos maiores responsáveis pelo grau de desenvolvimento que a 
humanidade atingiu. Por outro lado, é um elemento de difícil controle. Portanto, o Homem não tem 
total domínio sobre seu poder destrutivo.
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No século XVIII, Antoine-Laurent de Lavoisier descobriu as bases científicas do fogo.
Ele colocou mercúrio dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou 
a 300 ºC, observou a formação de um pó vermelho que pesava mais que o líquido original. Ele notou 
que a quantidade de ar que havia no recipiente diminuíra em 1/5, e que esse mesmo ar possuía o poder 
de apagar qualquer chama e matar. Concluiu que a queima do mercúrio absorveu a parte do ar que nos 
permite respirar (essa mesma parte que faz um combustível queimar: o oxigênio).
Combustão é uma reação químicade oxidação, na qual há liberação de calor e luz. A figura a seguir 
ilustra essa equação.
Qualquer 
substância
Gás carbônico + água + 
outras substâncias+ O2
Figura 26 - Reação de combustão
Essa reação pode ser classificada como:
a) oxidação: quando não provoca liberação de energia luminosa nem aumento de temperatura; 
b) combustão viva: quando libera energia luminosa e calor sem aumento significativo de pressão no 
ambiente;
c) explosão: quando libera energia em uma velocidade muito rápida, com elevado aumento de 
pressão no ambiente. 
Para facilitar a compreensão dessa equação química, foi criado o conceito do triângulo do fogo. Ele 
é uma forma didática que serve para melhor ilustrar a reação química da combustão; cada ponta do 
triângulo representa um elemento participante dessa reação. Para que exista fogo, os três elementos 
que compõem o triângulo são necessários: o combustível, o comburente (oxigênio) e a fonte de calor 
(energia de ignição). A figura a seguir mostra o triângulo do fogo.
Combustível
Ignição
(fonte inicial de energia)
Oxigênio
(no mínimo 13%)
Figura 27 - Triângulo do fogo e seus componentes
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Biossegurança
Quando uma substância combustível é submetida à ação do calor, suas moléculas movem-
se mais rapidamente. Com o aumento do calor, poderá haver libertação de gases, que, ao se 
inflamarem, formarão chamas, dando início à combustão. Note que somente os gases entram em 
combustão.
Uma vez iniciada a combustão, os gases nela envolvidos reagem em cadeia, alimentando-a, dada a 
transmissão de calor de umas partículas para outras no combustível; mas, se a cadeia for interrompida, 
não poderá continuar o fogo.
Pela lógica do triângulo do fogo, somente existirá fogo se os três lados do triângulo forem colocados 
juntos, portanto, para se evitarem incêndios, não se devem colocar os três elementos juntos; logo, para 
combater um incêndio já estabelecido, deve-se, de alguma forma, separar ou eliminar algum dos três 
elementos:
• A água, ao ser jogada sobre o fogo, evapora rapidamente, resfriando o combustível. Remove-se 
a fonte de ignição.
• Apaga-se o fogo de um botijão de gás colocando-se o dedo sobre a válvula. Remove-se o 
oxigênio.
• No combate a um incêndio florestal, remove-se a vegetação para criar uma trincheira. O fogo 
consome tudo o que estiver de um lado, mas depois se apaga. Remove-se o combustível. 
Da mesma forma, os incêndios ocorridos nos edifícios Joelma (em 1974) e Andraus (em 1972), 
ambos em São Paulo, são exemplos práticos da aplicação dessa teoria. Todos os prédios de escritório em 
São Paulo estão cheios de papel, carpetes, móveis e divisórias de madeira (ou seja, combustíveis). Por 
mais que nada disso pegue fogo sozinho, uma sobrecarga no sistema elétrico (ignição), em ambos os 
casos, foi o suficiente para iniciar incêndios de grandes proporções. 
 Observação
Os grandes acidentes acontecem pela associação de muitas pequenas 
permissões que, isoladamente, podem não significar nada, mas, em 
conjunto, se tornam um grande perigo.
Existem vários equipamentos que auxiliam no combate a incêndios. Os principais são os hidrantes, 
os extintores e os sprinklers.
Os hidrantes são grandes sistemas de equipamentos interligados por tubulações. São compostos, 
basicamente, por reservatórios de água, bombas de incêndio, tubulações, hidrantes, abrigos e registros 
de recalque. O sistema de hidrantes tem como objetivo dar continuidade à ação de combate a incêndios 
até o domínio e possível extinção. 
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Ao se utilizar o sistema de hidrantes, é fundamental desligar a chave principal de entrada de energia 
da edificação e/ou do setor onde se vai efetuar o combate, no intuito de evitar acidentes (descargas 
elétricas).
Um equipamento frequentemente utilizado em construções comerciais novas é o rociador de 
incêndios (em inglês sprinkler). Os sprinklers são dispositivos montados em malhas para a extinção de 
incêndios. Ele consiste numa armadura, com um cano conectado a uma tubagem de água a pressão. O 
cano se fecha com uma tampa sujeita por uma cápsula de vidro recheada de um líquido cujo ponto de 
ebulição se dá a uma temperatura determinada (temperatura de disparo), a qual está sujeita contra um 
dispersor. Quando se produz um incêndio, o calor gerado ferve o líquido, e o vapor rompe a cápsula; a 
tampa salta e sai a água, que se choca contra o dispersor, aspergindo a zona incendiada.
Os extintores de incêndio são a melhor ferramenta para combater pequenos fogos, principalmente na 
sua fase inicial. São equipamentos móveis, muitas vezes portáteis, distribuídos em pontos estratégicos, 
de modo que seja possível extinguir um princípio de incêndio nos primeiros minutos. Esta é a função do 
extintor: apagar o incêndio no começo, quando ainda é pequeno. Depois que o incêndio se alastrou, o 
extintor perde muito de sua eficiência.
O tipo de extintor a ser empregado depende do tipo de incêndio a ser combatido:
• Classe A: usado em combustíveis que, quando queimam, deixam resíduos (madeiras, papel, 
borrachas etc.). São indicados os extintores de água ou espuma.
• Classe B: usado em incêndios que não deixam resíduos. Esses combustíveis são, normalmente, 
líquidos (álcool, gasolina etc.). São indicados os extintores de dióxido de carbono, espuma ou pó 
químico seco.
• Classe C: são usados nos incêndios em que a eletricidade é um elemento presente. Nesses 
incêndios, o extintor tem uma carga de pó químico seco e gás carbônico.
• Classe D: são extintores especiais que serão discutidos a seguir.
Esse tipo de incêndio exige extintores com agentes especialmente produzidos para combatê-los, pois 
é um incêndio em que há metais pirofóricos. 
Os pirofóricos são metais com capacidade de entrar em combustão. Um exemplo comum de material 
pirofórico é a pedra de isqueiro, que, na verdade, é uma liga de ferro-cério que solta faíscas quando 
atritada. Outros exemplos de pirofóricos: metais alcalinos e alcalino-terrosos, selênio, antimônio, 
alumínio ou chumbo pulverizado, zinco, titânio, urânio e zircônio.
O magnésio, por exemplo, é um metal pirofórico. O ponto de ebulição do magnésio é próximo de 
1.000 °C. Depois de iniciada a combustão, a aspersão de água não é normalmente suficiente para apagar 
a chama. Dependendo da quantidade de magnésio, a chama pode ser submersa, mas o calor liberado 
ainda consegue manter a chama acesa.
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Para uma chama desse tipo, é necessário o uso de um extintor de classe D, abastecido com 
cloreto de sódio, cujo ponto de fusão é em torno de 800 °C. Ao derreter, o cloreto de sódio recobre 
toda a superfície e, após o resfriamento, impede a penetração de oxigênio, interrompendo a 
reação.
 Saiba mais
O conhecimento básico sobre prevenção e combate a incêndios é 
baseado no triângulo do fogo, mas colocar esse conhecimento em prática 
é algo muito difícil. O treinamento prático das brigadas de incêndio é 
fundamental para que as pessoas estejam capacitadas a agir em um 
momento de crise.
Se você quer conhecer mais sobre prevenção e combate a incêndios, o 
melhor caminho é se voluntariar para participar dessas brigadas.
 Resumo
Estudamos que os perigos biológicos são os mais presentes dentre todos 
aqueles analisados, não sendo possível evitar sua presença e sendo necessário 
adotar medidas para eliminá-los. Porém, nunca haverá a eliminação total. 
Levando isso em conta, o termo “eliminação” é inadequado, sendo correto 
o usoda palavra “descontaminação”, que objetiva a redução da carga de 
microrganismos até um nível aceitável.
Em um processo de descontaminação, a taxa de morte concorre com 
a taxa de crescimento de microrganismos, o que também resulta em uma 
curva exponencial. Trabalha-se, portanto, em logaritmos. 
O processo de descontaminação mais básico é a limpeza. Na desinfecção, 
o objetivo é eliminar microrganismos no estado vegetativo.
O principal processo de desinfecção por meios físicos é o controle do 
binômio tempo x temperatura. Elevando-se a temperatura do utensílio 
acima de 60°C e conservando-se essa temperatura durante um determinado 
tempo, rompe-se a parede celular, ocasionando a morte dos microrganismos. 
Quanto mais alta a temperatura, menor o tempo necessário. Quando um 
material não suporta temperaturas elevadas, torna-se necessário fazer a 
desinfecção por meios químicos.
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O terceiro processo de descontaminação é a esterilização. Seu objetivo 
é a eliminação de células nas formas vegetativa e esporulada, e ainda de 
fungos e vírus. A esterilização também pode ser feita por meios físicos e 
por meios químicos.
Também estudamos que todos os equipamentos e utensílios empregados 
na área da saúde são potenciais transmissores de infecção. O nível de 
descontaminação exigida para um artigo médico-hospitalar depende 
da sua aplicação. Esses artigos são classificados em: artigos não críticos, 
semicríticos e críticos.
Sobre a legislação em biossegurança, vimos que a Lei 8.794, de 6 de 
janeiro de 1995, foi a primeira lei brasileira que tratou sobre questões 
relacionadas com a biossegurança. Ela focava apenas questões relacionadas 
com tecnologias derivadas de DNA ou RNA recombinantes, também 
conhecidas como engenharia genética. Essa lei estabelecia parâmetros 
para trabalhos com organismos geneticamente modificados, garantindo 
o desenvolvimento sustentado da biotecnologia. Entretanto, essa lei não 
cobria assuntos polêmicos, como o uso terapêutico de células-tronco 
embrionárias e o uso comercial de alimentos transgênicos, sendo então 
revogada e substituída pela Lei 11.105, de 24 de março de 2005, que cria 
dois órgãos responsáveis pela biossegurança relacionada a organismos 
geneticamente modificados: o CNBS e o CNTBio.
O CNBS (Conselho Nacional de Biossegurança) é um órgão de 
assessoramento do Presidente da República para a formulação e 
implementação da Política Nacional de Biossegurança. Ele é composto por 
ministros, e seu objetivo é estabelecer diretrizes para a ação administrativa 
dos órgãos e entidades federais.
A CNTBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) é uma 
comissão multidisciplinar, de caráter consultivo e deliberativo, para prestar 
apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal. A CTNBio é o órgão 
que acompanha o desenvolvimento e o progresso técnico e científico nas 
áreas de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins, com o objetivo de 
aumentar sua capacitação para a proteção da saúde humana, dos animais 
e das plantas e do meio ambiente.
Em 1991, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou 
uma resolução desobrigando “a incineração ou qualquer outro tratamento 
de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde”. 
Para que os resíduos dos estabelecimentos de saúde não sejam despejados 
indiscriminadamente, o Conama estabeleceu a obrigação da criação de um 
Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), 
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Biossegurança
que é um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo 
de resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, no 
âmbito dos estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde.
Todos os resíduos gerados na área da saúde, inclusive alguns fluidos 
corporais contaminados, são tratados como resíduos sólidos. Isso se deve 
ao fato de tais resíduos precisarem ser acondicionados em embalagens 
específicas antes de serem descartados.
Os resíduos produzidos nos serviços de saúde são classificados em grupos: 
A (presença de agentes biológicos), B (substâncias químicas), C (substâncias 
radioativas), D (resíduos domiciliares) e E (materiais perfurocortantes ou 
escarificantes).
Também vimos que a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(Cipa) tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho. As empresas devem constituir essa comissão de acordo com a 
atividade econômica e o número de empregados.
A Cipa tem mandato de um ano e um número igual de representantes do 
empregador (indicados pela empresa) e de representantes dos empregados 
(eleitos).
Em empresas pequenas, quando o estabelecimento não se enquadra na 
obrigatoriedade de constituição de Cipa, é exigida a designação de uma pessoa 
com o treinamento específico para desempenhar as atribuições da comissão.
Os membros da Cipa têm estabilidade no emprego, sendo vedada a 
dispensa sem justa causa do empregado eleito para cargo de sua direção 
desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. 
Também é proibida a transferência para outro estabelecimento sem a sua 
anuência.
Já o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é um 
documento obrigatório, que segue uma estratégia semelhante a um 
sistema de gerenciamento da qualidade (como o ISO 9000, por exemplo), 
cujo objetivo é gerar ações visando garantir a saúde dos trabalhadores, por 
meio da avaliação e, consequentemente, do controle de riscos de acidentes, 
tendo em consideração, além do ambiente de trabalho, a proteção do meio 
ambiente e dos recursos naturais.
A implementação do PPRA é obrigatória, não importando o grau de risco 
ou a quantidade de empregados, e a Cipa deve participar da elaboração do 
PPRA, auxiliando na sua implementação.
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O Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional (PCMSO) também 
é um documento legal obrigatório, criado pela Norma Regulamentadora 
7, visando ao controle da saúde dos trabalhadores. Por esse programa, 
a empresa é obrigada a manter registros periódicos sobre a saúde do 
trabalhador. Desta forma é possível acompanhar esse histórico, desde a 
admissão do sujeito até a sua demissão, garantindo que serão tomadas 
providências caso seja detectado algum problema.
Os exames realizados são o admissional, os periódicos, o de retorno ao 
trabalho (após afastamento por doença ou acidente), o exame de mudança 
de função e o exame demissional.
Os registros devem ser guardados por um período mínimo de 20 anos, 
pois podem ser solicitados para fins trabalhistas ou previdenciários muitos 
anos após o desligamento do funcionário.
Mapa de risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores 
presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos 
trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. A elaboração do mapa de 
risco, que é obrigatória, deve ser feita de maneira a permitir a participação 
do maior número de trabalhadores, sem delegar a terceiros essa tarefa. O 
que interessa aos trabalhadores é que sua elaboração seja um processo 
pedagógico em que se ampliem os espaços de elaboração da identidade 
desses trabalhadores e que exerçam realmente o seu papel.
A combustão é uma reação química de oxidação na qual há liberação 
de calor e luz. Essa reação química pode ser vista no triângulo do fogo, uma 
representação gráfica em que cada lado do triângulo é equivalente a um 
componente dessa reação química. Da mesma

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