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PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA FORENSE:PERÍCIA E EXAMES COMPLEMENTARES PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA FORENSE:PERÍCIA E EXAMES COMPLEMENTARES INTRODUÇÃO A psicologia é uma Ciência recente, cujo objeto de análise é o comportamento em geral,precisamente, conformando ao contexto da temática em questão, ela estuda o que motiva o comportamento humano. Por outro modo, temos a Psiquiatria, qual seja o seu campo de estudo o lidar com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das doenças mentais, sejam elas de cunho orgânico ou funcional, tais como depressão, doença bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade e tantas outras. Em esteira contígua a psicologia Forense,a qual consiste na aplicação dos princípios e conhecimentos psicológicos em diversas atividades relacionadas à aplicação das leis, como disputas judiciais pela guarda de crianças, abusos sexuais dentre outras. Para tratarmos desses assuntos, de forma resumida, este trabalho procura mostrar teoricamente a relação entre a perícia em Psiquiatria e Psicologia Forense, e a contribuição dos métodos periciais ao Direito, precisamente, no que diz respeito a decisão do Juiz, as argumentações do advogado de defesa, bem como o de acusação, a ótica do promotor público e, por fim, a imputabilidade e inimputabilidade do acusado. 2 A PERÍCIA EM PSIQUIATRIA FORENSE A Psiquiatria Forense corrobora com seus conhecimentos para a interface entre psiquiatria e Direito, observando todas as possibilidades e dúvidas sobre a capacidade de uma pessoa. Em outro contexto, com os pilares da psiquiatria forense podemos conhecer e avaliar a natureza, bem como, as conseqüências de um comportamento, possibilitando-nos decidirmos sobre a imputabilidade de um acusado. O Código Penal brasileiro em seu artigo 26 relata que é isento de pena o doente mental ou, terá a pena reduzida os com desenvolvimento mental incompleto ou retardado. È nesse contexto que o psiquiatra forense exerce suas competências a pedido dos juízes, advogados, familiares, em alguns casos o próprio acusado solicita pareceres periciais. O perito psiquiatra estudará, em sua grande maioria, os caracteres da personalidade, tais como: personalidade psicopática, personalidade dissocial, personalidade impulsiva,personalidade narcisíca, personalidade sádica, além de outras síndromes cerebrais. O exame pericial em psiquiatria, cuidará da análise comportamental, discurso, humor, idéias delirantes,alucinações, ilusões, concentração, atenção e outras características comportamentais que se façam necessárias. A conclusão do perito psiquiatra será fundamental para a correta aplicação da lei, seja o contexto do Direito Penal ou Civil. 3 A PERICIA EM PSICOLOGIA FORENSE A psicologia forense contribui, com seus conhecimentos, para a eficaz aplicação das leis. A técnica utilizada para tal, diz respeito ao processo de avaliação psicológica do paciente. A avaliação psicológica é um procedimento utilizado para diagnosticar a situação de conflito e estudar o contexto do problema e as pessoas envolvidas, desenvolvendo a escuta e trazendo para a realidade toda a complexidade e subjetividade do indivíduo avaliado, de como ele se relaciona com os fatos sociais. De outra forma, a avaliação parte dos elementos que vão embasar uma perícia, analisando a biografia longitudinal, observação clinica, entrevistas e técnicas de avaliação psicológica aplicada, as quais servirão de base para o laudo ou parecer final do perito psicologo. 4 O PARACER, O LAUDO E O PSICÓLOGO PERITO O perito é um profissional com grandes conhecimentos técnicos, nomeado pelo magistrado para fazer um laudo e um parecer sobre o caso. Neste contexto, convém deslindarmos a diferença entre parecer e laudo, tal a importância de tais instrumentos para ao trabalho final do perito psicólogo. O conceito usual de parecer consiste na manifestação técnica fundamentada e resumida sobre uma questão, caso concreto do campo psicológico, cuja finalidade persiste em apresentar respostas esclarecedoras, no campo do conhecimento psíquico, adotando avaliações técnicas especializadas de modo a eliminar dúvidas que interfiram na decisão final de uma lide. O parecer é composto de cabeçalho (identifica o perito e do autor da solicitação),exposição de motivos (apresenta as dúvidas apresentadas pelo solicitante),discussão(análise minuciosa da questão problema) e conclusão(o psicólogo apresenta seu posicionamento respondendo a questão levantada). Por outro lado, analisa-se o laudo como sendo o relato sucinto, sistemático, descritivo, interpretativo de um exame ou diversos, onde o perito psicólogo descreve e interpreta dados. A finalidade precípua do laudo pertine em avaliar psicologicamente os pormenores do caso concreto e apresentar diagnóstico ou prognóstico, de modo a fornecer orientações ou subsidiar decisões judiciais. A estrutura básica do laudo consiste na identificação(refere-se a dados básicos do avaliado), descrição da demanda(os motivos, a problemática apresentada,quesitos), métodos e técnicas utilizadas(recursos utilizados e resultados obtidos), por fim, a conclusão(síntese do diagnóstico ou do prognóstico da avaliação realizada). O psicólogo perito reveste-se da imparcialidade e neutralidade, deixa de lado o juízo de valor, para escutar as mensagens conscientes e inconscientes transmitida pelo objeto avaliado. O psicólogo deve sempre guiar-se pelo pleno respaldo ético legal, revestir-se de imparcialidade, dado que, do contrário, sendo a avaliação eivada de vícios, a consequência precípua será a invalidação do trabalho do perito psicólogo, isto é, a parte prejudicada pode contestar as informações aposta ao processo. O psicólogo perito realiza as avaliações psicológicas de todas as pessoas que compõem o caso a ser julgado. As entrevistas e a utilização de técnicas de exame e investigação são fixadas de acordo com a natureza e gravidade do caso. A elaboração do laudo pericial, com a apresentação de um parecer indicativo ou conclusivo sobre a matéria examinada é a maior diferenciação quanto à forma de documentar o trabalho psicológico no processo. O laudo pericial encerra o trabalho do perito nos autos e oferece ao juiz elementos do ponto de vista psicológico, para que ele possa decidir o processo balizado em novos dados, conhecimento fundamental, além da aplicação seca das leis. Convém lembrar que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos, CPC, art. 436. 5 AS CONSEQUENCIAS DO RESULTADO DA PERÍCIA A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação e se consubstancia, em várias situações como um guia para a decisão do magistrado, muito embora não esteja o juiz adstrito exclusivamente aos dados levantados pelo perito, pode ele decidir diversamente. Diante de tal situação, pergunta-se: tem o resultado da perícia consequências para os advogados, promotores e partes? Sem dúvida, as consequências são reais. Contestar um laudo de um profissional, profundo conhecedor das técnicas da psicologia e da psiquiatria não é tarefa fácil para um advogado. O profissional do Direito pode analisar quanto ao esclarecimento, em caso de crimes contra a vida, se o laudo pericial esclarece as dúvidas aposta em quesitos, a saber: estava o acusado no momento da ação capaz de se avaliar e praticar o ato de acordo com a sua avaliação? Qual a probabilidade de o indivíduo cometer o mesmo delito novamente? Também, pode alegar o advogado, quanto aos procedimentos éticos legais ou que a avaliação não está isenta de neutralidade. Estes e outros questionamentos podem ser formulados, com isso, pode o advogado requisitar uma nova perícia ou solicitar que o juiz indefira nos termos do artigo 420, parágrafo único do CPC e até impugnação do laudo. Outro ponto, consequência do laudo, diz respeito à imputabilidade e inimputabilidade. Se o indivíduo teve necessário discernimentopara a pratica do ato, com certeza, será condenado. Entretanto, caso não o tenha, será aplicada a regra do Código Penal, artigo 26, a saber, isenção de pena. Para tanto, faz-se primordial que o relatório pericial esclareça tais fatos ou caso contrário, decidirá o juiz pela imputabilidade do réu, baseando-se nas contestações apostas pelo advogado de acusação ou promotor público. 5-1 A NECESSIDADE DE EXAMES COMPLEMENTARES Diante da importância do trabalho do experto, perito, sabedores somos da necessidade de uma análise rigorosa acerca da capacidade de discernimento do indivíduo quando da prática do ato criminoso ou incapacidade para discernir e ilegalidade do ato. Desse modo, não basta ao psicologo e psiquiatra fazer análise técnica, baseando-se no exame clínico,em aspectos físicos e comportamentais do indivíduo. Para uma melhor e confiável avaliação, vislumbra-se por importante a realização de exames complementares, assim expressar o diagnóstico correto no laudo pericial. Portanto, em casos de criminosos, tanto para determinar a imputabilidade ou inimputabilidade, justificam solicitação de exames complementares de diagnóstico. Também, no caso de indivíduos que cometeram crimes bárbaros, por motivos torpes, antes de beneficiar o criminoso com a liberdade, se verifica por certo a solicitação de exames complementares ao clínico. Por fim, os exames complementares podem responder a uma questão específica que surgiu como consequência do exame clínico ou para atender a exigência de natureza terapêutica, prevenção da sociedade por não por em liberdade um potencial criminoso nato, doente, sedendo por praticar crimes. Por evidente, correto será a continuidade do tratamento do criminoso em hospital de custódia, por tempo indeterminado. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Psicologia e o Direito têm a responsabilidade de fornecer condições à construção de uma sociedade mais consciente, resgatando também sua cidadania, com vista a implementação da paz ou preceitos fundamentais para o bom convívio. Neste trabalho procurei mostrar de forma teórica, baseado no ordenamento jurídico e na psicologia, a relação entre o Direito e a Psicologia. De modo especial, estudar as ferramentas da Psicologia e confrontá-las com os normativos vigentes, nos possibilita entender os direitos, bem como os deveres e os comportamentos de cada membro da sociedade, principalmente, as responsabilidades de cada um no convívio social. A perícia em psiquiatria e psicologia forense tem seu papel destacado, quando as práticas do homem em sociedade fogem aos padrões preestabelecidos por lei. O papel da perícia nesse diapasão pertine em esclarecer as dúvidas que bailam sobre o ato ilícito, elencando às patologias psicológicas do indivíduo avaliado. Um ponto que considero crítico, detectado na pesquisa, consiste que,quando Juízes e advogados,utilizam os informativos periciais para auxiliar, municiar-se na tomada de posição ou decisão, devem vislumbrar, também, outros elementos ou fatos provados nos autos, a exemplo dos pareceres dos assistentes técnicos nos termos do artigo 433, parágrafo único do CPC. Neste contexto, conclui-se que o resultado da perícia não pode ser a única opção para o processo de tomada de decisão, mas apenas mais um elemento de prova. Outros pontos de destaque, os quais merecem análise, consiste em especial, no papel desempenhado pelo perito das partes ou até mesmo o especialista do juiz. Será que o perito psicólogo da parte expressará a verdade acerca dos fatos ou tenderá a ajudar o cliente? E o perito do juiz tem respaldo ético legal, vez que em algumas situações são amigos? São inquisições que precisam de respostas. Neste momento, apenas convém afirmarmos os preceitos do artigo 436 do CPC, qual seja: o juiz não está adstrito, única e exclusivamente, ao laudo pericial para tomada de decisão. Da análise inferida ao tema, convém destacar que o psicólogo perito (em psiquiatria ou psicologia forense) não deve ater-se apenas aos seus conhecimentos específicos, dado que é essencial a compreensão das premissas jurídicas para que sua atuação seja facilitada, entenda as peculiaridades do mundo jurídico. Por conseguinte, quanto aos advogados ou até mesmo os juízes, devem estar familiarizados com os termos da psicologia, bem como conhecer (estudar) acerca das patologias psicológicas. Nessa esteira de entendimentos, recomendamos aos psicólogos peritos, especializações na área jurídica, tal qual, para os profissionais do Direito,importante será, especializar-se em campos da psicologia, fundamentais ao entendimento dos laudos e pareceres do perito psicólogo. O tema, exames e avaliações complementares em psiquiatria e psicologia forense é deveras fascinantes. Os desafios para o pesquisador, estudante da ciência jurídica, são diversificados. Para os profissionais e estudantes do Direito a certeza de que a nossa Ciência carece do auxílio de outros conhecimentos, consequentemente, exige-se dos advogados um conhecimento polivalente, não basta apenas conhecer as nuanças da ciência jurídica, precisa-se de visão holística. REFERÊNCIAS CAROLO. Rui Manoel Ribeiro. Psiquiatria e Psicologia Forense: Suas Implicações na Lei.,2005 .Disponível em :<:http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0278.pdf>, acesso em 01/04/07. CRUZ, R. M. Perícia em Psicologia e laudo. In: CRUZ, R. M., ALCHIERI, J. C. & SARDÁ JR, J. J. (org) Avaliação e medidas psicológicas – produção do conhecimento e da intervenção profissional. São Paulo: Casa do psicólogo, 2002. pp. 265-277 NUCCI, Guilherme de Souza.Manual de Direito Penal. 3 ed.São Paulo:Editora Revista dos Tribunais,2007. Portal do Psicólogo. Laudos e Pareceres-Diferenças.Disponível em :<http://www. portaldopsicologo.com.br\diversos/diferenças.htm,acesso em 14/04/07. ROVINSKI, S. L. R. Fundamentos da perícia psicológica forense. São Paulo: Vetor, 2004. 175 p. TEIXEIRA, Sávio de Figueiredo. Código de processo civil anotado. 7ª ed.São http://www.portaldopsicologo.com.br/diversos/diferencas.htm 7. - Modelos Modelo I LAUDO PSICOLÓGICO 1. Identificação Nome: Data de nascimento:_______________ Idade:___________ Estado civil: __________ Natural: ___________________ Escolaridade: __________________ Profissão: _________ Filiação: ______________________________________________ _________________________________________________ Responsável: ___________________________________________ Solicitante: Escola Estadual _______________________________ Finalidade: Diagnóstico Psicológico 2. Descrição da Demanda Em decorrência de dificuldade de adaptação às regras e normas escolares de déficit de atenção, falta de estímulo, reprovações subsequentes, falta de socialização, atitudes suicidas impulsivas, excessiva agressividade, acusações de furtos e danos materiais a patrimônio da escola e de professores, bem como experiência de expulsão em várias escolas, o adolescente (Nome do adolescente) foi submetido à avaliação psicológica como condição necessária à sua permanência na atual escola onde estuda. A família tem total conhecimento do comportamento do adolescente, afirmando que desde pequeno o mesmo apresentava dificuldade no seu desenvolvimento social. Gostava de ficar isolado, de quebrar seus brinquedos e atear fogo em objetos. Não conseguia se envolver emocionalmente com os membros da família, parecendo distante de todos. Ainda em relação à família, particularmente em relação aos genitores, detectou-se na figura paterna dificuldades de se impor, tendo o mesmo história de dependência alcóolica. Na figura materna, observou-se uma excessiva autoridade, bem como comportamento ambivalentes nos métodos disciplinares utilizados com o filho, ora se mostrando indiferente, negligenciando nas condições essenciais de desenvolvimento, ora abusando do seu poder, com castigos físicos exagerados, ficando evidenciado o caráter conflituoso na interação familiar. 3.Métodos e Técnicas Nas primeiras sessões de avaliação, o examinado demonstrou excessiva tensão,irritabilidade, agitação, ansiedade, auto estima negativa, pensamento auto destrutivo e revolta em relação à sua mãe. Passado o período de comprometimento emocional, procedeu-se à aplicação dos testes buscando a investigação dos campos de percepção familiar, personalidade, inteligência e memória. No teste de percepção familiar, demonstrou desarmonia familiar, insegurança, introversão e sentimento de inferioridade. Foi observado distanciamento entre os familiares, rejeição ou desvalorização dos membros. No interrogatório, os conteúdos apresentados demonstraram bastante desinteresse pela vida. A avaliação de personalidade foi realizada através da observação e da aplicação dos Testes (A - percepção Temática (T A T), Rorschach e Casa, Árvore, Pessoa (HTP). Observou-se total conhecimento da realidade vivida por ele. Os principais traços encontrados foram:introversão, imaturidade, auto-estima negativa, egocentrismo, ambivalência de comportamento, oscilação de humor, insegurança, agressividade, falta de objetivos e interesse, excessiva fantasia, fixação por objetos, insatisfação com as normas e regras sociais, imprudência, satisfação com as situações de perigo, gosto pela velocidade, forte tendência piromaníaca e bastante capacidade para planejar ações. Quanto à avaliação da inteligência, os resultados obtidos através do R-1 e do Raven demonstraram boa capacidade intelectual, colocando-se acima da média para sua escolaridade e idade. Porém, em relação à memorização, verificou-se dificuldades no campo da memória auditiva e visual, classificando-se em categoria inferior ao esperado. 4 -Conclusão: Através dos dados analisados no psicodiagnóstico não foram verificados indícios de Deficiência Mental, porém, dificuldades de ordem social e afetiva, piromania, fixação por objetos, obsessão, pensamento auto-destrutivo e oscilação de humor. Diagnóstico: O paciente apresenta transtorno de personalidade anti-social, CID-10: F60.2 + F91.3. Encaminhamentos: Encaminhado para tratamento psicoterápico e acompanhamento psiquiátrico. Modelo 2 7.2 - Identificação Nome: Data de nascimento: ______________ Idade: _________________ Estado civil: ______________ Natural: __________________ Escolaridade: __________________ Solicitante: (Nome) Gerente de Recursos Humanos da Indústria___________________ Cargo que concorre : Médico do Trabalho_____________________________________ http://www.portaldopsicologo.com.br/diversos/diferencas.htm 4.3.2.1 - Modelo Neste item serão feitas algumas considerações após a apresentação do Modelo. PARECER PARECERISTA: Nome do psicólogo, CRP Nº ___________________________________ SOLICITANTE: Mm. Sr. Juiz Dr. _____________________________________________ Da _____ Vara _______________ da Comarca _____________________ ASSUNTO: Validade de Avaliação Psicológica. I. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS O presente Parecer trata de solicitação do Mm. Sr. Juiz Dr. ___________________, da _____ Vara Familiar, da Comarca ______________________, sobre a validade de Avaliação Psicológica. A Avaliação Psicológica, que se encontra nos Autos do Processo Nº 000 / 2013 de Separação Judicial, é peça utilizada por uma das partes como prova alegada de incapacidade emocional da parte que ficou com a guarda dos filhos quando da separação, motivo pelo qual requer do juiz a "revisão de guarda". A parte, agora contestando, solicita a invalidação da Avaliação Psicológica alegando que o documento não tem respaldo ético legal, vez que o psicólogo era muito amigo da parte que está pleiteando a guarda. Diz ainda que aquela avaliação não está isenta da neutralidade necessária, pois o psicólogo deu informações baseadas na versão do "amigo" e que consigo só falou uma vez, apresentando interpretações pessoais e deturpadas. Requer, portanto, o Mm. Juiz, Parecer sobre a validade da contestada Avaliação Psicológica. Finalidade: Avaliação para Seleção de Pessoal__________________________________ 2 - Descrição da Demanda O candidato é formado em medicina desde 2000, com especialização em Clínica Médica, Neurologia e Medicina do Trabalho, participa de congressos e eventos na área, demonstra bastante experiência profissional, tanto em serviço público como em empresas particulares. Já atuou em hospitais, clínicas e grandes empresas. Hoje, trabalha numa Instituição pública e em consultório particular, mas acredita poder conciliar seu trabalho com o novo horário proposto pela empresa. Segundo suas informações mora sozinho, com participação ativa da família nuclear. Apesar de ser solteiro, tem uma filha que convive com ele. Diz não ter nenhum vício como fumo, álcool e drogas, como também, tem bom estado de saúde física. Apresenta boa adaptação aos empregos anteriores. 3 - Métodos e Técnicas Na entrevista, apresentou-se com bom aspecto físico, firmeza e seriedade. Não demonstrou ansiedade excessiva, como também nenhum descontrole emocional, mostrando-se colaborador, interessado e atento a todo o processo de avaliação. Através dos instrumentos psicométricos procedeu-se à investigação dos campos de inteligência, saúde mental, personalidade e atenção. No teste de Atenção Concentrada da bateria Vetor e de Atenção Concentrada Nomes e Números, apresentou boa capacidade de concentração para atividades que requeiram repetição. Encontrou-se um percentil classificado acima da média esperada para sua idade e escolaridade. Em relação ao perfil sintomalógico do avaliado, utilizou-se o Questionário de Saúde Geral de Golberg, concebido para avaliar a saúde mental de não psicóticos. Não foi detectada a presença de indicadores de distúrbios momentâneos. Nenhum valor significativo foi encontrado em relação aos fatores analisados. Quanto aos aspectos cognitivos, apresentou facilidade de aprendizagem, Inteligência Mediana (obtida pela Escala Geral de Raven), raciocínio rápido e boa capacidade de memorização. Os aspectos da personalidade foram analisados através do Teste do Desenho Casa, Árvore e Pessoa (HTP) / Palográfico. Observou-se dificuldade no relacionamento social, valorização dos aspectos externos, vaidade, vivacidade e preocupação com a aparência. A expectativa de produção pode ser considerada alta, demonstrando certa prudência. Apresentou rigidez de conduta, pontualidade, adaptação ríspida ao meio,habilidade motora, sobriedade de atitudes, como também características que levam à programação, controle, sistematização de atitudes e diplomacia. Para se verificar a relação interpessoal foi realizada dinâmica de grupo com mais cinco candidatos a variados cargos na empresa. Observou-se certa introversão, seriedade, segurança e respeito aos outros membros. Mostrou-se com iniciativa nas atividades e capacidade de liderança, sem demonstrar autoritarismo exagerado. 4 - Conclusão Diante dos dados analisados no processo de Avaliação Psicológica, colhidos na entrevista, nos testes, na dinâmica de grupo e na observação, não se verificou nenhum distúrbio que no momento possa interferir no seu desempenho profissional. Pode-se considerar o candidato com boa capacidade de aprendizagem, memorização e raciocínio, bastante interesse em conciliar as funções a que se propõe, com características rígidas que demonstram compromisso, introversão e dificuldades de ordem social e pessoal que necessariamente, neste período, não repercutem significativamente na sua profissão. Síntese: No momento considera-se o candidato apto para a função. Document Outline PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA FORENSE:PERÍCIA E EXAMES COMPLEMENTARES PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA FORENSE:PERÍCIA E EXAMES COMPLEMENTARES
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