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TÉCNICAS-DE-AVALIAÇÃO-PSICOLÓGICAS-2

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1 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................02 
1. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ........................................................................03 
2. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA.....................................07 
3. ENTREVISTA PSICOLÓGICA ......................................................................15 
4. DAS CONDIÇÕES DO APLICADOR.............................................................22 
5. DA MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO..............................................................30 
6. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE 
PSICOLOGIA SOBRE DOCUMENTOS 
PSICOLÓGICOS...............................................................................................32 
7. REFERÊNCIAS.............................................................................................40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
2. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
 
 
Fonte:psicologiaprapassar.com 
 
 
Segundo Rabelo et al. (2012) a avaliação psicológica figura entre uma das 
mais importantes atividades do profissional da psicologia. Nessa perspectiva, o 
desenvolvimento de materiais adequados ao nível de conhecimento dos 
usuários, no que tange às atividades pertinentes à área, caracteriza o 
compromisso com a profissionalização dos psicólogos e a preocupação com os 
instrumentos que fazem parte deste processo. 
O Conselho Federal de Psicologia - CRP (2010), propõe que a avaliação 
psicológica é uma atividade restrita ao psicólogo, definida na Lei Nº 4.119 de 
27/08/62 (alínea "a", do parágrafo 1° do artigo 13) e isso implica que seus 
instrumentos, com destaque para os testes psicológicos, sejam de uso restrito a 
esse profissional, considerando que sua formação o habilita para essa finalidade. 
No entanto, esse tem sido um dos maiores desafios para a categoria, visto que 
profissionais de outras áreas de interface com a Psicologia desejam compartilhar 
o uso de alguns instrumentos psicológicos. 
 
4 
 
A avaliação psicológica é um processo de construção de 
conhecimentos acerca de aspectos psicológicos, com a finalidade de 
produzir, orientar, monitorar e encaminhar ações e intervenções sobre 
a pessoa avaliada, e, portanto, requer cuidados no planejamento, na 
análise e na síntese dos resultados obtidos (CONSELHO FEDERAL 
DE PSICOLOGIA, 2010, p.16). 
 
Avaliação em Psicologia, refere-se à coleta e interpretação de 
informações psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos 
confiáveis que permitam ao psicólogo avaliar o comportamento. Aplica-se ao 
estudo de casos individuais ou de grupos ou situações (MENDES et al; 2013). 
Segundo o referido autor são considerados como procedimentos 
confiáveis aqueles que apresentem alto grau de precisão e validade. Entende-
se por precisão o grau de confiabilidade do instrumento e por validade a 
capacidade para atingir os objetivos para os quais foi construído. 
A primeira etapa a ser vencida, em se tratando de avaliação psicológica, 
é a definição do que avaliar. Quando a avaliação psicológica tem por objetivo a 
seleção, a resposta a este quesito chama-se perfil profissiográfico (CESCON, 
2013). 
Segundo o referido autor, na prática, agregar todas estas informações em 
uma análise que seja capaz de utilizá-las de forma integradora e dialética ainda 
é um desafio. O debate e a reflexão sobre o papel do psicólogo nesta questão 
são extremamente importantes, uma vez que é necessário manter uma visão 
crítica que vai além da concepção de investigar o que é patológico ou não, e 
passa a ter como enfoque a compreensão acerca da subjetividade de 
determinado indivíduo, visando seu benefício. 
O conselho federal de psicologia (2013) propõe que o desenvolvimento 
da avaliação psicológica no seio da Psicologia dependeu do desenvolvimento de 
estratégias que permitiram derivar inferências acerca do funcionamento do 
psiquismo humano. Essas estratégias podem ser distinguidas em três grupos: a 
construção de testes por amostragem de comportamentos ou processos, a 
construção de testes por relação a grupos selecionados com base em critério e 
a construção de testes com base na análise da fantasia. 
 
5 
 
A seguir o CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (2013), descreve 
cada uma dessas abordagens. 
A estratégia de avaliação dos primeiros instrumentos dependia da 
elaboração de itens que representassem uma amostragem de comportamentos 
ou processos ligados aos construtos de interesse. Operações concretas que se 
acreditava estarem associadas a um determinado processo, por exemplo, um 
processo cognitivo − eram utilizadas para avaliar aquele construto. 
Essa relação construto-operação é refletida na conhecida alegação que 
define inteligência como sendo “o que os testes medem”. Claro que, sabemos, 
esta simplificação não é suficiente para sustentar um construto, mas marca bem 
a relação entre o construto e a observação da evidência de sua “existência”. 
Desse modo, essas técnicas dependiam de maneira importante de uma 
vinculação muito estreita entre o conteúdo dos itens associados ao construto e 
as operações requeridas nas respostas do sujeito. Em função dessa estratégia, 
testes desse tipo possuíam alta validade aparente. 
O resultado do teste então era indicado pela quantidade de acertos ou de 
respostas do sujeito coerentes com o construto de interesse; por exemplo, maior 
concordância com itens de natureza depressiva indicava maior probabilidade de 
um processo depressivo. Essa estratégia de construção de instrumentos de 
avaliação por endorso a itens supostamente representativos de comportamentos 
ou processos ganhava vulto com o progressivo desenvolvimento da psicometria 
e com o surgimento de novas medidas psicológicas. 
Mas ao longo desse processo, outra estratégia iria surgir, não baseada na 
amostragem de comportamentos e processos associados a um construto, mas 
na articulação de indicadores indiretos empiricamente relacionados ao fenômeno 
em questão. Essa estratégia depende menos da relação aparente entre o 
conteúdo do indicador e o construto de interesse: o que dá a relevância a um 
indicador desse tipo é sua capacidade de identificar pessoas pertencentes a 
grupos relevantes nos quais a presença desse construto fosse conhecida. 
 
6 
 
Sujeitos para esses grupos são escolhidos com base em critérios independentes 
relacionados ao construto de interesse. 
O processo de validação da relação entre os indicadores e o grupo 
relacionado ao construto é conhecido como validade de critério. Essa estratégia 
de construção de testes por relação a grupos selecionados com base em critério 
foi utilizada tanto na seleção de itens para medidas objetivas (questionários e 
inventários) quanto para a confirmação de indicadores nas técnicasàs quais se 
convencionou chamar de testes projetivos. 
Nas medidas objetivas, o exemplo maior surgiu com o Inventário 
Multifásico Minnesota da Personalidade (MMPI) de Hathaway e McKinley 
(Graham, 1987). Esses autores validaram suas escalas por um processo que 
pode ser chamado de “chave empírica”: não importava o conteúdo do item, 
importava como respondiam as pessoas identificadas em uma determinada 
condição ou que apresentavam uma determinada característica (FRIEDMAN, 
LEWAK; NICHOLS, 2000, apud CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 
2013). 
 Por exemplo, um item capaz de discriminar grupos de pessoas com 
elevados níveis de paranoia passa a compor a escala de paranoia, 
independentemente da relação direta (teórica) entre o conteúdo do item e o 
construto paranoia. Outro exemplo marcante do uso de grupos de critério é o 
Método de Rorschach (EXNER, 1995/1999, apud CONSELHO FEDERAL DE 
PSICOLOGIA, 2013). 
Por exemplo, a distorção da forma foi relacionada à esquizofrenia ou a 
presença de sombreados ou cor acromática indicando angústia ou depressão. 
Uma vez demonstrada a relação entre um indicador e o fenômeno, inicia-se o 
esforço teórico para compreender os motivos dessa relação. 
Independentemente da estratégia de construção do instrumento, a validade de 
critério segue sendo uma importante forma de validação e suporte para 
identificação das qualidades associadas a uma medida, para classificação e 
inferência diagnóstica. 
 
7 
 
Portanto, o psicólogo deve buscar, da melhor maneira possível, apreender 
a relação entre saúde mental e subjetividade, sempre considerando a dimensão 
social do sujeito. Porém, estamos tão acostumados a pensar em utilizar a 
avaliação psicológica com o objetivo de chegar a um diagnóstico, que às vezes 
fica difícil conseguirmos separar o que é individual e o que é social. "Aceitar 
diferenças individuais, mantendo relações de igualdade, ou melhor, de não 
dominação, em uma sociedade onde as diferenças são valorizadas em termos 
de competição, torna-se algo extremamente difícil". (LANE, 1987, p. 72, apud 
CESCON, 2013). 
 
2. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
 
Fonte: google.com 
 
Avaliação psicológica sempre foi um empreendimento cientificamente 
fundamentado, intimamente atrelado ao surgimento e à consolidação da 
Psicologia como ciência e profissão. Em decorrência dessa íntima associação, 
a Psicologia e o psicólogo passaram rapidamente a ser identificados com a 
atividade da avaliação psicológica, do psicodiagnóstico e da construção e 
 
8 
 
validação de testes, instrumentos e procedimentos para esses fins (CONSELHO 
FEDERAL DE PSICOLOGIA,2013). 
O conselho ainda enfatiza que o elenco de instrumentos psicológicos é 
bastante variado, incluindo testes psicológicos, questionários, entrevistas, 
observações situacionais, técnicas de dinâmica de grupo, dentre outros. Os 
instrumentos de avaliação psicológica mais conhecidos são os testes 
psicológicos e as entrevistas psicológicas. 
A Psicologia não pode abdicar dos conhecimentos acumulados, nem 
retroceder para explicações reducionistas (estritamente sociológicas 
ou culturais) com o intuito de defesa da profissão. Por outro lado, não 
é possível negligenciar que a Psicologia detém uma história de 
desenvolvimento científico atrelada à origem dos testes psicológicos 
(Woody & Viney, 2017), e que possui um sistema de regulação da 
formação profissional e do uso de instrumentos psicológicos para 
oferecer serviços com competência e ética (Tavares, 2010, apud 
SANTANA,2019, p.03). 
 
Os testes psicológicos surgiram a partir da análise de associações e da 
fantasia (Henry, 1956/1987), em grande parte estimulado pelos 
desenvolvimentos em psicanálise. O Teste de Associação de Palavras de Carl 
Gustav Jung pode ser considerado o primeiro deles. Entre os mais conhecidos 
atualmente estão as técnicas de complementação de frases, as técnicas de 
apercepção temática (Bellack, 1986; Murray, 1943/2005; Shentoub, 1999; Silva, 
1983; Tardivo, 1998), o Teste das Relações Objetais (Rosa & Silva, 2005), o 
Teste das Fábulas de Duss (Cunha & Nunes, 1993). 
Algumas técnicas de avaliação permitem estratégias mistas, como o 
Método de Rorschach (Winer, 2000) e os testes gráficos (Goodenough, 1974; 
Machover, 1949; Sisto, 2005; Wechsler, 2003), avaliando indicadores com base 
em critérios empíricos e também se apoiando em análise de elementos de 
fantasia. Desenvolvimentos recentes têm demonstrado indicadores objetivos 
relevantes em técnicas que dependiam quase que exclusivamente da análise da 
fantasia, como é o caso do TAT (SHENTOUB, 1999, apud CONSELHO 
FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2013). 
 
9 
 
 Dá-se grande destaque a esses instrumentos na prática clínica por 
permitirem a interpretação de aspectos relacionais, estruturais e dinâmicos da 
personalidade, de modo muito próximo ao processo de análise e interpretação 
que ocorre na relação terapêutica (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 
2013). 
 
Fonte:rogacionista.edu.br 
 
 SEGUE ABAIXO ALGUMAS ORIENTAÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE 
PSICOLOGIA (2013), SOBRE TESTES E ESCALAS DE AVALIAÇÃO PSICÓLOGICA, 
QUE O PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA DEVE SE ATENTAR. 
Etapa 1 – Seleção de testes e escalas para avaliação psicológica 
Ao selecionar um teste ou escala, o psicólogo deverá: 
 
• Definir os atributos e características a serem avaliados, investigando na 
literatura especializada os melhores instrumentos disponíveis para cada 
objetivo desejado. 
 
• Avaliar as características psicométricas dos instrumentos a serem 
utilizados, tais como: sensibilidade, validade, precisão e existência de 
normas específicas e atualizadas para a população brasileira. 
 
10 
 
 
• Considerar a idade, sexo, nível de escolaridade, nível socioeconômico, 
origem (rural ou urbana), condições físicas gerais, presença de 
deficiências físicas, nacionalidade e necessidade de equipamentos 
especiais para aplicação dos instrumentos. 
 
• Verificar se os manuais dos testes e/ou escalas possuem informações 
necessárias para aplicação, correção e interpretação dos resultados dos 
testes. 
 
• Solicitar a ajuda de outro psicólogo para esta atividade, caso não possua 
algumas das informações acima. 
Etapa 2 − Administração de testes e escalas psicológicas: 
No processo de administração de testes ou escalas, o psicólogo deverá: 
 
• Prestar informações aos indivíduos envolvidos quanto à natureza e ao 
objetivo da avaliação e dos instrumentos a serem empregados, obtendo, 
por escrito o seu consentimento livre e esclarecido para participar no 
processo de avaliação psicológica. No caso de menores ou pessoas em 
situação de vulnerabilidade, este consentimento deverá ser obtido por 
meio de seus responsáveis. 
 
• Verificar se o ambiente no qual será realizada a avaliação possui as 
condições físicas adequadas em termos de espaço, ventilação, mobiliário, 
qualidade de silêncio, a fim de assegurar o melhor desempenho dos 
indivíduos envolvidos. 
 
• Organizar o material que irá utilizar antes de iniciar uma aplicação, 
verificando as especificidades de cada tipo de teste envolvido, como 
mesas especiais, gravadores, etc. 
 
 
11 
 
• Motivar os indivíduos para realizar a tarefa, tendo, entretanto, o cuidado 
para não interferir no desempenho do teste. 
 
• Desenvolver um relacionamento de confiança (rapport), visto como 
essencial no processo de aplicação de instrumentos psicológicos em 
forma individual. 
 
• Atentar para os comportamentos dos indivíduos na situação de avaliação, 
observando a forma de resposta e o envolvimento na situação de 
avaliação, considerando que estas são variáveis influenciáveis no 
desempenho nos instrumentos utilizados. 
 
• Seguir rigorosamente as instruções, os exemplos, o tempo e outras 
orientações que se encontrem no manual ou no próprio caderno do teste 
ou escala, evitando quaisquer improvisações que possam comprometer avalidade dos instrumentos utilizados. 
 
• Evitar ausentar-se da sala onde está realizando a avaliação, ou realizar 
quaisquer outros comportamentos que o possam desviar do processo de 
avaliação, tais como: conversar com outras pessoas, atender ao telefone, 
etc. Responsabilizar-se pela qualidade da aplicação dos testes e escalas 
psicológicas, sendo esta condição essencial para a obtenção de um 
resultado fidedigno. 
 
• É vedado ao psicólogo: Reproduzir material de teste em forma de 
fotocópias ou em outras formas que não sejam os originais do teste. 
 
• Realizar avaliações psicológicas em situações nas quais não ocorra uma 
relação interpessoal, por exemplo, correios, telefone ou internet. De 
acordo com as orientações do CFP, os inventários administrados via 
internet somente poderão ser utilizados com finalidades de pesquisa, 
 
12 
 
respeitando-se as normas específicas para esta situação, como a ser 
apresentado posteriormente. 
 
• Efetivar gravações de sessões de avaliação psicológica sem o 
consentimento do (s) indivíduo (s) envolvido(s). 
 
• Realizar atividades de avaliação psicológica que interfiram no trabalho de 
outro colega. Utilizar material informatizado como substituição total da 
presença do psicólogo no processo de avaliação. 
 
Etapa 3 – Correção e interpretação dos resultados psicológicos no processo de 
correção e interpretação dos resultados colhidos na avaliação psicológica, cabe 
ao psicólogo: 
• Corrigir os instrumentos utilizados, seguindo os critérios e as tabelas 
apropriadas para cada finalidade. 
 
• Avaliar não só quantitativamente os comportamentos e respostas do 
sujeito, como também qualitativamente, integrando esses dados com as 
observações realizadas durante as entrevistas ou aplicação dos 
instrumentos. 
 
• Interpretar os resultados obtidos de forma dinâmica, considerando-os 
como uma estimativa de desempenho do (s) indivíduo (s) sob um dado 
conjunto de circunstâncias. 
 
• Considerar na interpretação dos resultados dos testes e escalas a 
atualidade das normas nas tabelas apresentadas, assim como a 
finalidade de sua avaliação. 
 
 
13 
 
• Utilizar a análise computadorizada dos resultados, caso assim preferir, 
somente como um apoio e nunca em total substituição às informações 
colhidas pelo psicólogo. 
 
• Arquivar os dados coletados, de forma confidencial, por um período 
mínimo de cinco anos, seguindo as normas estabelecidas no nosso 
código de ética. 
Etapa 4 – Elaboração de laudos psicológicos e entrevistas de devolução, ao 
elaborar um laudo psicológico ou realizar uma entrevista para devolução 
dos resultados obtidos no processo de avaliação, o psicólogo deverá: 
 
 
• Evitar ser influenciado, nas suas conclusões, por valores religiosos, 
preconceitos, distinções sociais ou pelas características físicas do (s) 
indivíduo(s) avaliado(s). 
 
• Elaborar o seu relatório de maneira clara, abrangendo o indivíduo em 
todos os seus aspectos, enfatizando a natureza dinâmica e circunstancial 
dos dados apresentados. 
 
• Utilizar-se de linguagem adequada aos destinatários, de modo a evitar as 
interpretações errôneas das informações, devendo sempre incluir 
recomendações específicas para os solicitantes. 
 
• Evitar fornecer resultados em forma de respostas certas e esperadas aos 
instrumentos psicológicos utilizados, considerando que tal 
comportamento inviabilizará o uso futuro destes instrumentos. 
 
• Respeitar o direito de cada indivíduo conhecer os resultados da avaliação 
psicológica, as interpretações feitas e as bases nas quais se 
fundamentam as conclusões. 
 
 
14 
 
• Devolver informações sobre avaliação de crianças e adolescentes para o 
seu responsável, garantindo-lhe o direito previsto em lei. 
 
• Guardar sigilo das informações obtidas e das conclusões elaboradas, 
observando que o anonimato deverá ser sempre mantido, quer seja em 
congressos, reuniões científicas, entrevistas a rádio ou televisão, 
situações da prática profissional, ensino ou pesquisa. 
 
• Redigir as informações obtidas no processo de avaliação psicológica em 
forma de laudo, mesmo que seja solicitado somente um parecer. Nesta 
situação, este laudo deverá ser arquivado, juntamente com as demais 
informações sobre o indivíduo. 
 
Desse o teste psicológico é uma medida objetiva e padronizada de uma 
amostra do comportamento do sujeito, tendo a função fundamental de mensurar 
diferenças entre indivíduos, ou entre as reações do mesmo indivíduo em 
diferentes momentos (VALENTE, 2016). 
 
 Para que isso ocorra, de acordo com o referido autor quatro condições 
devem ser satisfeitas a fim de configurar status científico aos instrumentos de 
avaliação: 
 
• A existência de dados científicos sobre os instrumentos, sobretudo 
validade e precisão; 
 
• O registro preciso e objetivo de todas as respostas do sujeito, que em 
concordância com o tipo de prova podem ser gráficas, de execução ou 
verbais; 
 
• A existência de uma situação padronizada tanto para a aplicação quanto 
para as condições do material do teste, demonstrando objetividade e 
clareza nas instruções, de modo que o teste possa ser administrado 
igualmente para todos os sujeitos; 
 
15 
 
 
• A presença de normas padronizadas para avaliação e classificação das 
respostas que o sujeito apresentou, em relação a um grupo de referência; 
 
• A fim de ampliar, organizar e sistematizar as observações colhidas pelos 
testes psicológicos, a avaliação psicológica tem, como uma de suas 
principais ferramentas, a entrevista. 
Por fim, como já vimos os testes são de uso exclusivo de Psicólogos. 
Qualquer pessoa que não seja psicólogo, ao aplicar um teste, pratica o exercício 
ilegal da profissão, o que caracteriza contravenção penal, punível com prisão de 
15 (quinze) dias a 03 (três) meses e multa. 
 
 
3. ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
 
 
Fonte: google.com 
 
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2013) a entrevista psicológica 
é uma conversação dirigida a um propósito definido de avaliação. Sua função 
básica é prover o avaliador de subsídios técnicos acerca da conduta do 
candidato, completando os dados obtidos pelos demais instrumentos utilizados. 
Tavares (2002, apud Almeida, 2004) ressalta que as técnicas de 
entrevistas favorecem a manifestação das particularidades do sujeito, permitindo 
assim ao profissional: 
https://www.google.com/search?q=entrevista+psicol%C3%B3gica&tbm=isch&ved=2ahUKEwjX4cmt5K7mAhW8B7kGHTnXBtEQ2-cCegQIABAA&oq=entrevista&gs_l=img.1.0.0i67j0j0i131j0l7.20286.22382..23607...0.0..0.115.1009.6j4......0....1..gws-wiz-img.CYDALL8U7iI&ei=aoDxXdeEBLyP5OUPua6biA0&bih=591&biw=1007&rlz=1C1GCEU_pt-BRBR874BR874&hl=pt-BR#imgrc=3d4Zs2ZuQ1ngWM&imgdii=zIxnMbmZ8gzhKM
 
16 
 
Acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de se estruturar e de 
se relacionar, mais do que qualquer outro método de coleta de 
informações. Por exemplo, a entrevista é a técnica de avaliação que 
pode mais facilmente se adaptar às variações individuais e de contexto, 
para atender às necessidades colocadas por uma grande diversidade 
de situações clínicas e para tornar explícitas particularidades que 
escapam a outros procedimentos. Por meio dela, pode-se testar 
limites, confrontar, contrapor e buscar esclarecimentos, exemplos e 
contextos para as respostas do sujeito. Esta adaptabilidade coloca a 
entrevista clínica em um lugar de destaque inigualável entre as 
técnicas de avaliação (p. 75). 
 
Segundo o referido autor, pode-se dizer que o objeto da entrevista 
psicológica é a relação entre entrevistador (a quem se pede ajuda) e o 
entrevistado (aquele que pede ajuda). Da mesma forma, mesmo que a entrevista 
psicológica seja usada com a finalidade explícita de se fazer algum tipo de 
avaliação, e nesse caso seu objeto seria o de avaliação de aspectos psicológicos 
da personalidade, a observação participante, como diz Sullivan (1970), ou a 
observação da interação,ou a observação do campo, segundo Bleger (1998), é 
o ponto básico e principal dessa técnica. 
Entretanto cabe salientar que, apesar de suas vantagens, a entrevista 
está sujeita a interpretações subjetivas do examinador (valores, estereótipos, 
preconceitos, etc.). Deve-se, portanto, planejar e sistematizar indicadores 
objetivos de avaliação correspondentes ao perfil examinado. Sem a manutenção 
destas condições, a avaliação psicológica corre o risco de ser ineficaz e 
ineficiente, razão pela qual reforça-se alguns cuidados básicos do trabalho com 
o seu instrumental (NUNES; NORONHA; AMBIEL, 2012). 
Pode-se encontrar muitos instrumentos de avaliação nos distribuidores, 
porém, deve-se selecionar aqueles que sejam adequados aos usuários, ao perfil 
desejado, validação, padronização, suporte teórico, entre outros. 
Indica-se a adoção dos seguintes critérios para a escolha dos 
instrumentos: 
 
• Validação e padronização com amostragem brasileira; 
 
17 
 
• Manual em português; 
• Boa qualidade gráfica e/ou do equipamento e, 
• Fundamentação teórica aceita pela comunidade científica. 
 
 
Fonte:talentosbrasil.com.br 
Em relação a avaliação psicológica no contexto judiciário é válido destacar 
que ambas caminham juntas. A inclusão da psicologia forense nos processos 
legais foi proveniente da necessidade da justiça de atestar a veracidade de um 
testemunho, de avaliar a capacidade psicológica de familiares em casos de 
disputa de guarda, com o objetivo de avaliar se o indivíduo tem ou não algum 
distúrbio que o incapacite de se responsabilizar pelo ato que cometeu, a 
avaliação psicológica foi introduzida em causas penais com a finalidade de 
periciar, e se fazer presente em questões relacionadas ao Direito de Família, ao 
Juizado da Infância e Juventude, ao Direito Civil, ao Direito Penal e ao Direito do 
Trabalho (COSTA, et al. 2015). 
Recorre-se à prova pericial das avaliações psicológicas quando os 
argumentos ou demais provas de que se dispõe não são suficientes 
para o convencimento do juiz em seu poder decisório, portanto, esta 
tem como finalidade última auxiliar o juiz em sua decisão acerca dos 
fatos que estão sendo julgados. (SILVA, 2003, apud JUNG, 2014, p. 2, 
apud COSTA, et al. 2015). 
 
18 
 
 
Conforme Silva (2003) citado por Costa et al. (2015) a influência dos 
laudos psicológicos nas decisões judiciais é de responsabilidade do psicólogo, 
apesar de saber que a decisão final será do juiz, o psicólogo forense deve ter 
uma postura neutra, imparcial, porém não perdendo o foco da solicitação feita 
pelos agentes judiciais, a escolha dos instrumentos que serão utilizados para o 
processo de avaliação psicológica deve se adequar as demandas do caso 
avaliado. 
Os testes são muito usados não apenas por serem instrumentos de uso 
exclusivo dos psicólogos, mas por fornecerem indícios mais acurados quanto às 
necessidades, às defesas psicológicas e aos prejuízos psíquicos, devem ser 
válidos e fidedignos, de forma a garantir seu uso de forma confiável. Apesar da 
constante discussão acerca da validade dos instrumentos de avaliação, uma 
pesquisa realizada por Rovinski e Elgues (1999 apud JUNG, 2014, apud COSTA 
et al., 2015) com psicólogos forenses no estado Rio Grande do Sul revelou que 
87% dos participantes faziam uso de instrumentos psicológicos, além da 
entrevista clínica. Entre as técnicas mais utilizadas, foram citadas entrevistas, 
observações de comportamentos. 
Os testes projetivos e gráficos foram os mais citados (87%), seguidos dos 
percepto-motores (71%) e, em menor frequência, os inventários e escalas (18%). 
Com bases nestas pesquisas, os testes projetivos são mais aplicados no âmbito 
jurídico. Conforme Shine (2005, apud Costa et al., 2015) na entrevista o 
psicólogo pode envolver terceiros, pessoas da família que possam fornecer mais 
dados sobre o sujeito para conferir a fidedignidade das respostas fornecidas pelo 
avaliado. Os testes psicológicos geralmente devem responder as hipóteses 
levantadas pelo solicitante da avaliação. 
No Direito Penal, Rovinsky (2003 apud Jung, 2014, apud Costa et al., 
2015) afirma que há a utilização dos exames de determinação da 
responsabilidade penal, quando se necessita esclarecer quão preservadas 
encontravam-se as capacidades de entendimento e autodeterminação do réu no 
momento do crime. O exame de insanidade mental, para determinar o grau de 
 
19 
 
culpabilidade, é muito solicitado, pois muitas vezes é utilizado deste artifício para 
se livrar de uma penalidade. 
Nos processos por danos morais, por meio da perícia psicológica, leva-se 
aos autos a realidade psíquica da vítima, o que auxilia na garantia dos direitos 
humanos ao permitir que tais vítimas reivindiquem seus direitos. Os exames de 
interdição, também, são pedidos frequentes no Judiciário e consistem em avaliar 
a capacidade civil do sujeito, se realmente não possui discernimento pleno para 
exercer os atos da vida civil. Nessas perícias o psicólogo utilizará com frequência 
testes que avaliam a inteligência e as funções neuropsicológicas, além dos 
testes que avaliam a personalidade (COSTA et al., 2015). 
Segundo Jung (2014, apud Costa et al., 2015), no Direito Trabalhista a 
perícia psicológica busca entender se há nexo de causalidade entre o 
sofrimento psicológico ou transtorno mental alegado pelo sujeito e o 
seu ambiente de trabalho, devendo atentar-se para a existência de 
transtornos psicológicos prévios por consequência de diferentes 
situações que ocorrem no trabalho, nos casos de assédio moral e o 
assédio sexual. 
 
O psicólogo, também, poderá realizar avaliações psicológicas periciais no 
contexto da delinquência juvenil; poderá emitir parecer para fornecer subsídios 
à decisão judicial, nessa avaliação, este profissional deve realizar um amplo e 
aprofundado estudo das condições psicológicas, socioculturais e familiares, a 
fim de atender, de fato, às necessidades do adolescente (SERAFIM; SAFFI, 
2012 APUD JUNG, 2014, apud COSTA et al., 2015). 
Em testagem psicológica, o profissional deve realizar investigação in loco, 
visando conhecer as características dos comportamentos da criança ou do 
adolescente na escola, em casa e em outros contextos de interação e 
consequentemente deve também considerar os resultados de forma 
contextualizada, a partir dos resultados das demais técnicas e procedimentos 
conduzidos ao longo do processo, incluindo dados de outros profissionais como 
neurologistas e fonoaudiólogos. 
Para os casos de disputa de guarda, os avaliadores devem deter-se a 
examinar o ajustamento da criança, a saúde mental de cada um dos pais, a 
 
20 
 
atitude da criança com cada genitor, a atitude de cada genitor com a criança e a 
natureza do relacionamento entre os membros da família (JUNG, 2014, apud 
COSTA et al., 2015). 
Jung (2014) citado por Costa et al (2015) assegura que a ética do 
psicólogo forense não se diferencia dos psicólogos de outras áreas de 
atuação, devem ser observados os códigos de ética do CFP, devem 
sujeitar-se as avaliações aprovadas pelo Sistema de Avaliação de 
Testes Psicológicos (SATEPSI). O psicólogo deve garantir o sigilo, 
assegurar ao avaliado quais os objetivos da avaliação e qual a 
demanda do judiciário. 
 
Jung (2014, apud Costa et al., 2015) afirma que no Brasil existe uma 
carência de pesquisas no campo da psicologia jurídica, existem poucos testes 
exclusivamente indicados para o contexto judicial, porém as demandas da 
sociedade moderna, os direitos humanos, pressionam para que novas técnicas 
sejam adaptadas. A autora, também, afirma que no Brasil, apenas dois 
instrumentos que são direcionados às avaliações psicológicas no âmbito jurídico, 
o PCL-R ou Escala Hare e o IFVD, em outros países existem vários instrumentos 
para auxiliar as avaliações psicológicas. 
O Conselho Federal de Psicologia (2013) propõe que, na área jurídica, é 
imprescindível que aposição do psicólogo no processo de avaliação psicológica 
seja informada a todos os envolvidos. Assim, sua função, bem como o sigilo do 
conteúdo das entrevistas e demais dados obtidos com a avaliação, será 
respeitada, mas aquilo que for relevante para a elucidação da matéria legal será 
encaminhado ao solicitante do relatório/laudo, evitando com isso transtornos no 
manejo das técnicas a ser empregadas na construção de qualquer tipo de 
registro. Vale lembrar que nesse processo estão envolvidos vários atores, entre 
eles juízes, procuradores, advogados e partes. 
Shine (2005) apud CFP (2013) registrou exemplo de perícia em ação de 
disputa de guarda em uma Vara de Família, realizada por uma psicóloga, 
conforme o episódio que se segue: 
[...]após entrevistar os adultos em litígio, ele chamou as crianças de 10 
a 13 anos para uma entrevista psicológica. Na entrevista ficou sabendo 
 
21 
 
que o avô materno buscava manipular as reações das duas crianças a 
escreverem “bilhete de amor” à mãe. No enquadre feito com as 
crianças, o psicólogo garantiu total sigilo para que falassem como meio 
de assegurar a confiança no vínculo profissional-criança. Na hora de 
redigir o laudo, se deparou com quesitos complementares do advogado 
da parte contrária da mãe em que se perguntava ao profissional se os 
“bilhetes escritos pelas crianças eram autênticos”. 
 
Segundo o autor, o erro da psicóloga foi se posicionar como 
psicoterapeuta e utilizar, no referido caso, o mesmo enquadre para a guarda de 
sigilo de um psicodiagnóstico infantil, em vez de um enquadre de perícia 
psicológica, que tem [...] “como objetivo informar a quem de direito sobre o objeto 
da investigação” (Shine, 2005, p. 05-06, apud CRP, 2013). O sigilo deve ser 
mantido naquilo que for irrelevante na matéria de investigação. Na compreensão 
de Zamel e Werlang: 
Nas perícias psicológicas, os limites do sigilo e dos princípios de 
confidencialidade sempre deverão constar no consentimento 
informado de uma avaliação pericial. Fica assim estabelecida como 
mais uma tarefa inicial de uma perícia colocar para o avaliando quem 
terá acesso ao laudo e o que poderá constar neste documento. Porém 
observa-se uma importante diferença entre quebra de 
confidencialidade (juiz, promotor e advogado tendo acesso aos 
documentos periciais) e inconfidencialidade, sendo este último um 
cuidado importante por parte do perito de não permitir o acesso às 
informações por parte de terceiros. 
 
Ainda no campo da avaliação pericial, ressalta-se a importância do 
posicionamento legítimo e fundamentado em dados empíricos do perito que 
conduz a avaliação psicológica. Se um psicólogo é chamado pelo sistema judicial 
para responder a quesitos relativos, por exemplo, à existência de dano moral ou 
outros que possam implicar a perda de pátrio poder, a institucionalização infantil 
ou a guarda de uma criança, é porque sua formação o capacitara a compreender 
a dinâmica envolvida nos casos avaliados e as consequências psicológicas 
dessas decisões. Assim, pouco contribui quando um perito responde aos 
quesitos sobre os quais é questionado de forma vaga ou leniente, deixando o 
juiz com poucos argumentos para uma tomada de decisão em prol da saúde 
mental e do bem-estar dos envolvidos (CRP, 2013). 
 
22 
 
Da mesma forma que na área pericial, os cuidados com o sigilo de dados 
na área de saúde, da educação e do trabalho vão além daquilo que se quer 
resguardar, pois nessas circunstâncias está implicado o vínculo de confiança 
estabelecido entre os envolvidos. Desse modo, todo informe requer a anuência 
de quem está sendo submetido ao processo de avaliação. Essa é uma 
recomendação que pode ser estendida a outros campos de atuação do psicólogo 
(CRP, 2013). 
 
 
4. DAS CONDIÇÕES DO APLICADOR 
 
 
Fonte: viacarreira.com 
 
Conforme CRP-RJ (2005), os psicólogos só obtiveram a regulamentação 
do seu trabalho no sistema penitenciário em 1984, com a criação da Lei de 
Execução Penal (LEP). Ressalva-se que antes mesmo da promulgação dessa 
lei os psicólogos já desenvolviam suas práticas principalmente nos manicômios 
judiciários, hoje chamados de Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. 
 
Nos antigos manicômios judiciários, os estudantes e psicólogos, 
contratados ou remanejados de outras secretarias do estado, faziam 
atendimentos a internos e seus familiares, elaboravam pareceres e 
https://viacarreira.com/como-ser-fiscal-do-enem/
 
23 
 
acompanhavam a evolução do tratamento dispensado aos “loucos 
infratores”. (CONSELHO, 2005, p. 4). 
 
Por meio da Lei de execução Penal, Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, 
foram instituídos o exame criminológico, a classificação da personalidade do 
sujeito junto à comissão técnica de classificação (CTC) composta por um 
psicólogo, um assistente social, um psiquiatra, dois chefes de serviço e presidida 
pelo diretor da unidade prisional; nos demais casos a Comissão atuará junto ao 
Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social (Art. 7º). 
Segundo CFP (2007) citado por Costa et al., (2015) foi por meio desta lei 
que a prática do psicólogo na área da execução penal foi se aperfeiçoando ao 
longo dos anos, sem uma formação específica nesse campo de intervenção, já 
que não era uma discussão privilegiada nos meios acadêmicos. 
A inserção do psicólogo nestes estabelecimentos prisionais e as atuações 
serão definidas por seu estilo próprio, seu potencial criativo e as condições 
institucionais, moldando sua forma de atuar, mesmo tendo como função principal 
realizar perícia, ou seja, elaborar laudos e/ou pareceres psicológicos para 
integrar o exame criminológico. Apesar das diferenças regionais, a presença dos 
psicólogos nas prisões tem sido marcada por muitas lutas e confrontos diários, 
diante da cultura prisional imposta e por questionamentos sobre a prática pericial 
do exame criminológico diante desta problemática o CFP regulamentou a 
Resolução nº 012/2011 que formalizou a atuação do psicólogo no âmbito do 
sistema prisional. 
A resolução do CFP nº 017/2012 compreende a atuação do psicólogo 
como perito, destinando-se a responder questões específicas mediante 
aplicação de observações, vi sitas domiciliares e institucionais, aplicação de 
testes psicológicos, utilização de recursos lúdicos e outros instrumentos, 
métodos e técnicas reconhecidas pela ciência psicológica. O psicólogo deve 
prezar pelo princípio da autonomia teórico-técnica e ético- -profissional, 
explicando e informando ao periciando sobre o objetivo, esclarecimento das 
técnicas utilizadas, data e local da avaliação pericial psicológica. 
 
24 
 
O sigilo dos documentos e avaliações é de total responsabilidade do 
psicólogo e, quando atuar em equipe multidisciplinar, deve fornecer informações 
estritamente necessárias às intervenções específicas àquele profissional. 
Bernadi (2010, apud Costa et al., 2015) afirma que o psicólogo é responsável 
pelo fornecimento de informação ao magistrado para a decisão do processo 
judicial, como também trabalhar todas as dimensões do caso. 
Segundo o referido autor a avaliação psicológica nas instituições é 
realizada por meio de técnicas e instrumentos psicológicos, os quais são 
direcionados por meio da dinâmica entre a problemática diagnosticada por 
avaliações psicológicas de novos internos; avaliações psicológicas solicitadas 
por advogados e/ou judiciário; avaliações psicológicas pré e pós-
encarceramento; acompanhamento de internos com demandas psíquicas e/ou 
psicopatológicas: depressão, síndrome de abstinência, psicoses, ansiedades 
generalizadas, conflitos psíquicos; orientação a familiares com o objetivo de 
fortalecimento dos vínculos com o interno; suporte pré-julgamento; suporte para 
o retorno ao mundo extramuros, solicitado pelo judiciário, e a decisão final do 
cumprimento penal, no atendimento na instituição judiciária. 
Emrelação aos estudantes de psicologia, poderão atuar como 
aplicadores e avaliadores, desde que sob supervisão direta de psicólogo, de 
acordo com a Lei N.º 8.859/94 e normas. 
 
 
 
25 
 
Fonte: tecnicasdeentrevista.com 
Sendo certo que os instrumentos e o material a ser usado, a 
apresentação, a postura e o tom de voz do aplicador e as possíveis interferências 
externas, podem alterar os resultados do usuário, é importante que se leve em 
consideração alguns detalhes importantes: 
• Certificar-se dos objetivos da aplicação, para que possam ser escolhidos 
os instrumentos que poderão fornecer os melhores indicadores; 
• Planejar a aplicação dos testes, levando em consideração o tempo 
necessário bem como o horário mais adequado; 
• Estar preparado tecnicamente para a utilização dos instrumentos de 
avaliação escolhidos, estando treinado para todas as etapas do processo 
de testagem, podendo oferecer respostas precisas às eventuais questões 
levantadas pelos candidatos, transmitindo-lhes, assim, segurança; 
• Treinar previamente a leitura das instruções para poder se expressar de 
forma espontânea durante as instruções; 
• Quando utilizar cadernos de teste reutilizáveis, verificar sempre suas 
condições de uso, tais como manchas ou rasuras. Nunca usar testes que 
apresentem quaisquer alterações que possam interferir no processo de 
avaliação e seus resultados; 
• Assegurar-se que o material de teste (cadernos de teste, folhas de 
respostas, lápis, borracha, etc.) está em número suficiente para todos os 
candidatos. Deixar sempre o material de reserva, prevenindo 
eventualidades; 
• Utilizar vestuário adequado à situação de testagem, evitando o uso de 
quaisquer estímulos que possam interferir na concentração do candidato; 
• Registrar as necessárias observações do comportamento durante o teste, 
de forma a colher material que possa enriquecer a posterior análise dos 
resultados. 
A forma de aplicação faz parte da padronização de um teste. Por 
conseguinte, a sua validade passa, necessariamente, por uma adequada 
 
26 
 
aplicação. Reduções de testes não previstas pelos manuais, utilização de cópias 
reprográficas ou originais com baixa qualidade de impressão, e instruções 
diferentes das estabelecidas na padronização, são alguns dos fatores que 
comprometem a validade dos testes e, por conclusão, os objetivos por que são 
utilizados. 
Portanto, na aplicação de qualquer instrumento de avaliação psicológica, 
devem ser observadas rigorosamente as determinações do seu manual. 
Assim, devem ser seguidas algumas recomendações básicas e 
imprescindíveis: 
 
• Verificar as condições físicas do candidato ou testando, tais como, se ele 
tomou alguma medicação que possa interferir no seu desempenho; se 
possui problemas visuais; se está bem alimentado e descansado. Verificar 
também se o candidato não está passando por algum problema 
situacional ou qualquer outro fator existencial que possa alterar o seu 
comportamento; 
 
• Como regra padrão, antes de iniciar a testagem, estabelecer o “rapport”, 
esclarecendo eventuais dúvidas e informando os objetivos do teste; 
 
• Aplicar os testes de forma clara e objetiva, inspirando tranquilidade, 
evitando, com isto, acentuar a ansiedade situacional típica da situação de 
teste; 
 
• Seguir, rigorosamente, as instruções do manual sem, entretanto, assumir 
uma postura estereotipada e rígida, razão do porquê é dever do aplicador 
treinar exaustivamente antes da aplicação; 
 
Além das recomendações relativas à aplicação do teste é imprescindível 
considerar a importância do ambiente quanto à sua adequação. Assim, um 
ambiente correto deve possuir, no mínimo, as seguintes características: 
 
27 
 
 
• O ambiente físico de uma sala de aplicação individual deve ter, no mínimo, 
as dimensões de quatro metros quadrados. Uma sala de aplicação de 
testes coletivos deve possuir, no mínimo, dois metros quadrados por 
candidato. Estas medidas são necessárias para o conforto do candidato, 
reduzindo efeitos negativos, facilitando as tarefas de observação do 
aplicador e reduzindo as possibilidades de comunicação entre os testando 
ou que um observe o teste de outro; 
 
• O ambiente deve estar bem iluminado por luz natural ou artificial fria, 
evitando-se sombras ou ofuscamento; 
 
• As condições de ventilação devem ser adequadas à situação de teste, 
considerando-se as peculiaridades regionais do país; 
 
• Deve ser mantida uma adequada higienização do ambiente, tanto na sala 
de recepção como nas salas de teste, escritórios, sanitários e anexos; 
 
• As salas de teste devem ser indevassáveis, de forma a evitar interferência 
ou interrupção na execução das tarefas dos candidatos; 
 
 
Veja a baixo as considerações do Conselho Federal de Psicologia - 2013 
 
De fato, avaliar é uma atividade que implica juízo de valores e requer 
atenção por parte dos profissionais. Por isso, é imprescindível que os 
psicólogos sejam rigorosos no emprego das técnicas, com observância às 
pesquisas produzidas sobre o construto o qual está buscando compreender 
antes de emitir parecer e sobre a melhor forma de conduzir um processo 
avaliativo. Isso exige, do profissional, atualizações na área e, dos órgãos de 
classe, maior atenção ao ensino da avaliação psicológica. 
 
28 
 
Uma das infrações éticas que repercutem com maior impacto social é a 
imperícia no uso de procedimentos avaliativos para os quais os profissionais 
não foram qualificados nos cursos de graduação neste país, sobretudo no que 
se refere aos campos de atuação emergentes. Para o êxito de uma avaliação, 
é fundamental o conhecimento da sua finalidade e do contexto no qual os 
resultados obtidos poderão ser úteis. 
Cada um deles exige do profissional procedimentos específicos. Nesse 
sentido, para atender às demandas sociais, é imprescindível também que o 
psicólogo avaliador se aproprie continuamente dos avanços de outras áreas, 
como é o caso dos estudos sobre Bioética ou sobre o uso de tecnologia 
informatizada na prática de psicólogos. A discussão dessas novas pesquisas 
pode contribuir para futuras atualizações sobre os preceitos éticos e 
deontológicos que devem nortear a profissão. 
 
 
 
Do Material Utilizado 
 
Com os avanços na compreensão da doença mental, da psicopatologia, 
e, sobretudo, com a introdução do enfoque psicodinâmico como um modelo de 
compreensão do psiquismo, surgiu o interesse da área de desenvolver 
instrumentos que propiciassem uma visão dinâmica das individualidades e 
integrassem aspectos qualitativos do universo subjetivo. 
 Isso estimulou o aparecimento de vários procedimentos que mais tarde 
vieram a ser denominados de testes projetivos. Esses instrumentos 
possibilitaram apreender a personalidade do indivíduo avaliado como fenômeno 
dinâmico e global, favorecendo outra postura profissional, tanto em relação ao 
modo de fazer avaliações psicológicas quanto em relação aos seus objetivos 
(CRP, 2013). 
 
 
29 
 
 
Fonte: rotajuridica.com.br 
 
Os testes psicológicos, independentemente de sua natureza, rapidamente 
atenderam às necessidades da sociedade e foram inseridos no contexto militar, 
industrial e institucional. Assim, é pertinente lembrar que o crescente progresso 
da ciência psicológica e o fortalecimento dos pilares básicos para o 
desenvolvimento dos testes colaboraram com a expansão do uso desses 
instrumentos nas primeiras cinco décadas do século XX. 
O teste psicológico, para ser reconhecido como instrumento de caráter 
científico, precisa, necessariamente, ser padronizado, o que, quando da sua 
utilização, exige o uso também padronizado do instrumento. 
Assim, também o aplicador, nos seus limites de atuação, deve padronizar 
o material não fornecido pelo teste original e que será utilizado na sua aplicação. 
Para os demais materiais, seguir rigorosamente as determinações de seusautores. Assim, este manual, considera essenciais os seguintes itens básicos: 
 
• Utilizar sempre testes originais. Quando se tratar de material reutilizável, 
verificar se permanecem em perfeito estado de uso; 
• Quando o manual do teste determinar a utilização de lápis para sua 
aplicação, seguir rigorosamente as recomendações quanto ao tipo de 
grafite e a cor. Como medida de precaução, deixar alguns lápis extras em 
condições de uso como reserva para eventualidades; 
 
30 
 
 
• Devem ser utilizadas mesas e cadeiras para teste que facilitem a postura 
do candidato, que não sejam incômodas e cujo tempo tenha as dimensões 
necessárias para a execução das tarefas do candidato. É recomendado 
que não sejam utilizadas carteiras universitárias. 
 
De acordo com os Art. 10 e 16 desta mesma Resolução CFP n.º 002/2003, 
só é permitida a utilização dos testes psicológicos aprovados pelo CFP, e será 
considerada falta ética a utilização de instrumento que não esteja em condições 
de uso, salvo os casos de pesquisa (CFP, 2003, apud PADILHA et al., 2007). 
O uso de testes não-avaliados ou reprovados pela Comissão Consultiva 
é prejudicial tanto para ciência psicológica, quanto para os profissionais da 
categoria, que perdem a credibilidade do seu trabalho perante a sociedade. 
Desse modo, é preciso reverter essa situação, por meio de maior mobilização 
dos órgãos e associações de classe da psicologia, assim como de 
pesquisadores, profissionais e estudantes, em um processo de conscientização 
para a utilização de instrumentos confiáveis que ofereçam melhores serviços à 
sociedade (PADILHA et al., 2007). 
 
5 DA MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO 
Ao corrigir e avaliar um teste, o profissional deve seguir rigorosamente as 
normatizações apresentadas pelo manual. Alguns testes possuem padronização 
desatualizadas. Procure manter-se atualizado com relação às publicações 
científicas e novas pesquisas, pois serão através delas que novas padronizações 
estarão disponibilizadas. 
O CRP (2003), enfatiza que ao proceder à correção e a avaliação de 
instrumentos psicológicos, seguir criteriosamente os indicadores e escalas 
apresentadas nos seus respectivos manuais. 
 
31 
 
Os instrumentos psicométricos estão, basicamente, fundamentados em 
valores estatísticos que indicam sua sensibilidade (ou adaptabilidade do teste ao 
grupo examinado), sua precisão (fidedignidade nos valores quanto à 
confiabilidade e estabilidade dos resultados) e validade (segurança de que o 
teste mede o que se deseja medir). 
O profissional de psicologia deve estar também atento para que a 
mensuração das respostas de um teste e a sua interpretação (avaliação) estejam 
rigorosamente de acordo com as pesquisas iniciais que permitiram a sua 
construção e padronização (PADILHA et al., 2007). 
A forma da mensuração e da avaliação de um instrumento de avaliação 
psicológica, quando da sua construção, devem fazer parte do conjunto de 
exigências para sua validação e padronização, concedendo ao teste o seu nível 
de precisão, fidedignidade e validade (PADILHA et al., 2007). 
Para proceder a mensuração e avaliação de um teste, o profissional deve 
seguir rigorosamente as determinações do seu manual, determinações estas 
padronizadas quando da validação do instrumento. Assim, qualquer variação 
que ocorra, pode comprometer os resultados (PADILHA et al., 2007). 
Por outro lado, de acordo com o referido autor na medida que alguns 
testes estão com sua padronização desatualizada, é essencial que o profissional 
se mantenha atualizado quanto às publicações científicas e às novas pesquisas, 
através das quais as atualizações são disponibilizadas. 
Ao proceder a mensuração e a avaliação de testes psicológicos, devem 
ser seguidos os indicadores e escalas apresentadas nos seus manuais; verificar 
ainda, as normas relativas ao grupo de referência à qual pertencem os sujeitos 
avaliados. Qualquer norma é restrita à população da qual foi derivada. Elas não 
são absolutas, universais ou permanentes. 
 
Elas podem variar de acordo com a época, os costumes e a evolução da 
cultura. Daí a necessidade periódica de pesquisas de atualização. Por outro lado, 
 
32 
 
dependendo da população para o qual as normas foram estabelecidas, elas 
podem ser nacionais, regionais, locais ou específicas. 
Os resultados dos testes psicológicos são interpretados através de 
normas, ou seja, pelo conjunto de resultados obtidos a partir de amostras de 
padronização. A amostra de padronização ou normativa constitui-se um grupo 
representativo de pessoas nas quais o teste foi aplicado. 
 
 
6. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE 
PSICOLOGIA SOBRE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS 
 
 
DECLARAÇÃO 
 
Conceito e finalidade da declaração: É um documento que visa a informar 
a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionado ao atendimento 
psicológico, com a finalidade de declarar: 
 
• Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante, quando 
necessário; 
• Acompanhamento psicológico do atendido; 
• Informações sobre as condições do atendimento (tempo de 
acompanhamento, dias ou horários). 
• Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas, situações ou 
estados psicológicos. 
 
 Estrutura da declaração 
 
a) Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o 
carimbo, em que conste nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua 
inscrição profissional ("Nome do psicólogo / N.º da inscrição"). 
 
 
33 
 
b) A declaração deve expor: 
- Registro do nome e sobrenome do solicitante; 
- Finalidade do documento (por exemplo, para fins de comprovação); 
- Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por exemplo: 
se faz acompanhamento psicológico, em quais dias, qual horário); 
- Registro do local e data da expedição da declaração; 
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo 
com as mesmas informações. 
 
Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. 
 
 
ATESTADO PSICOLÓGICO 
 
Conceito e finalidade do atestado: É um documento expedido pelo 
psicólogo que certifica uma determinada situação ou estado psicológico, tendo 
como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de quem, por 
requerimento, o solicita, com fins de: 
 
• Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante; 
• Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após realização 
de um processo de avaliação psicológica, dentro do rigor técnico e ético 
que subscreve esta Resolução; 
• Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na 
afirmação atestada do fato, em acordo com o disposto na Resolução CFP 
Nº 015/96. 
 
Estrutura do atestado 
 
A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada pelo 
requerente, contendo expressamente o fato constatado. Embora seja um 
documento simples, deve cumprir algumas formalidades: 
 
 
34 
 
a) Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o 
carimbo, em que conste o nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua 
inscrição profissional ("Nome do psicólogo / N.º da inscrição"). 
 
b) O atestado deve expor: 
- Registro do nome e sobrenome do cliente; 
- Finalidade do documento; 
- Registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas que 
justifiquem o atendimento, afastamento ou falta - podendo ser registrado sob o 
indicativo do código da Classificação Internacional de Doenças em vigor; 
- Registro do local e data da expedição do atestado; 
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo 
com as mesmas informações; 
- Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo. 
 
Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, 
separados apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, riscos 
de adulterações. No caso em que seja necessária a utilização de parágrafos,o 
psicólogo deverá preencher esses espaços com traços. 
 
O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2.1, alínea b, deverá 
guardar relatório correspondente ao processo de avaliação psicológica 
realizado, nos arquivos profissionais do psicólogo, pelo prazo estipulado nesta 
resolução, item V. 
 
 
RELATÓRIO PSICOLÓGICO 
 
 Conceito e finalidade do relatório psicológico: O relatório psicológico é uma 
apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas 
determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo 
de avaliação psicológica. Como todo DOCUMENTO, deve ser subsidiado em 
dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico (entrevistas, 
 
35 
 
dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção 
verbal), consubstanciado em referencial técnico-filosófico e científico adotado 
pelo psicólogo. 
 
A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os 
procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica, 
relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o 
prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico, 
bem como, caso necessário, solicitação de acompanhamento psicológico, 
limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à 
demanda, solicitação ou petição. 
 
 Estrutura 
 
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, 
devendo conter narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e 
harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário. Os termos 
técnicos devem, portanto, estar acompanhados das explicações e/ou 
conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os sustentam. 
 
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens: 
identificação, descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão. 
 
Identificação 
Descrição da demanda (essa expressão estava em laudo) 
Procedimento 
Análise 
Conclusão 
Identificação 
 
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de 
identificar: 
 
 
36 
 
O autor/relator - quem elabora; 
O interessado - quem solicita; 
O assunto/finalidade - qual a razão/finalidade. 
 
No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) 
do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s) 
inscrição(ões) no Conselho Regional. 
No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do 
pedido (se a solicitação foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do 
cliente). 
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do 
pedido (se para acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para 
acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação psicológica). 
 
 Descrição da demanda 
 
Esta parte é destinada à narração das informações referentes à 
problemática apresentada e dos motivos, razões e expectativas que produziram 
o pedido do documento. Nesta parte, deve-se apresentar a análise que se faz da 
demanda de forma a justificar o procedimento adotado. 
 
 Procedimento 
 
A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos 
técnicos utilizados para coletar as informações (número de encontros, pessoas 
ouvidas etc) à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O 
procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a complexidade do que 
está sendo demandado. 
 
Análise 
 
 
37 
 
É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva 
de forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas 
relacionados à demanda em sua complexidade. 
Como apresentado nos princípios técnicos, "O processo de avaliação 
psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de 
ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e 
políticas, sendo as mesmas elementos constitutivos no processo de 
subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, 
não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo". 
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que 
sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios éticos e as 
questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que 
for necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como disposto no 
Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem 
sustentação em fatos e/ou teorias, devendo ter linguagem precisa, 
especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva, expressando-se 
de maneira clara e exata. 
 
Conclusão 
 
Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou 
considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que 
subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação 
psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua 
complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo. 
Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que 
contemplem a complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. 
Após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, 
data de emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP. 
 
38 
 
 
RELATÓRIO MULTIPROFISSIONAL 
 
O relatório multiprofissional é resultante da atuação da(o) psicóloga(o) em 
contexto multiprofissional, podendo ser produzido em conjunto com profissionais 
de outras áreas, preservando-se a autonomia e a ética profissional dos 
envolvidos. 
 
I - A(o) psicóloga(o) deve observar as mesmas características do relatório 
psicológico nos termos do artigo 11. 
II - As informações para o cumprimento dos objetivos da atuação 
multiprofissional devem ser registradas no relatório, em conformidade com o que 
institui o Código de Ética Profissional do Psicólogo em relação ao sigilo. 
 
Estrutura: 
 O relatório multiprofissional deve apresentar, no que tange à atuação 
da(o) psicóloga(o), asinformações da estrutura detalhada abaixo, em forma de 
itens ou texto corrido. 
I - O Relatório Multiprofissional é composto de cinco itens: 
a) Identificação; 
 b) Descrição da demanda; 
c) Procedimento; 
d) Análise; 
 e) Conclusão 
 
Identificação: 
Neste item, a(o) psicóloga(o) deve fazer constar no documento: 
I - Título: "Relatório Multiprofissional"; 
II - Nome da pessoa ou instituição atendida: identificação do nome completo ou 
nome social completo e, quando necessário, outras informações sócio 
demográficas; 
III - Nome do solicitante: identificação de quem solicitou o documento, 
especificando se a solicitação foi realizada pelo Poder Judiciário, por empresas, 
 
39 
 
instituições públicas ou privadas, pela(o) própria(o) usuária(o) do processo de 
trabalho prestado ou por outros interessados; 
IV - Finalidade: descrição da razão ou motivo do pedido; 
V - Nome das autoras(res): identificação do nome completo ou nome social 
completo das(os) profissionais responsáveis pela construção do documento, 
com indicação de sua categoria profissional e o respectivo registro em órgão de 
classe, quando houver. 
 
Descrição da demanda: 
Neste item, a(o) psicóloga(o), autora(or) do documento, deve descrever 
as informações sobre o que motivou a busca pelo processo de trabalho 
multiprofissional, indicando quem forneceu as informações e as demandas que 
levaram à solicitação do documento. 
I - A descrição da demanda constitui requisito indispensável e deverá apresentar 
o raciocínio técnico-científico que justificará procedimentos utilizados pela(o) 
psicóloga(o) e/ou pela equipe multiprofissional. 
 
Procedimento: 
 Devem ser apresentados o raciocínio técnico-científico, que justifica o 
processo de trabalho realizado pela(o) psicóloga(o) e/ou pela equipe 
multiprofissional,e todos os procedimentos realizados pela(o) psicóloga(o), 
especificando o referencial teórico que fundamentou suas análises e 
interpretações. A descrição dos procedimentos e/ou técnicas privativas da 
Psicologia deve vir separada das descritas pelas(os) demais profissionais. 
 
Análise: 
Neste item orienta-se que cada profissional faça sua análise 
separadamente, identificando, com subtítulo, o nome e a categoria profissional. 
I - O relatório multiprofissional não isenta a(o) psicóloga(o) de realizar o registro 
documental, conforme Resolução CFP n.º 01/2009 ou outras que venham a 
alterá-la ou substituí-la. 
 
Conclusão: 
 
40 
 
 A conclusão do relatório multiprofissional pode ser realizada em conjunto, 
principalmente nos casos em que se trate de um processo de trabalho 
interdisciplinar. A(O) psicóloga(o) deve elaborar a conclusão a partir do relatado 
na análise, considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto 
de estudo, podendo constar encaminhamento, orientação e sugestão de 
continuidade do atendimento ou acolhimento. 
I - O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de emissão, 
carimbo, em que conste nome completo ou nome social completo dos 
profissionais, e os números de inscrição na sua categoria profissional, com todas 
as laudas numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a 
assinatura da(o) psicóloga(o) na última página. 
 II - É facultado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do relatório multiprofissional, 
que este não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item de 
identificação, que possui caráter sigiloso, que se trata de documento extrajudicial 
e que não se responsabiliza pelo uso dado ao relatório multiprofissional por parte 
da pessoa, grupo ou instituição, após a sua entrega em entrevista devolutiva. 
 
 
LAUDO PSICOLÓGICO 
 
O laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação 
psicológica, com finalidade de subsidiar decisões relacionadas ao contexto em 
que surgiu a demanda. Apresenta informações técnicas e científicas dos 
fenômenos psicológicos, considerando os condicionantes históricos e sociais da 
pessoa, grupo ou instituição atendida. 
I - O laudo psicológico é uma peça de natureza e valor técnico-científico. Deve 
conter narrativa detalhada e didática, com precisão e harmonia, tornando-se 
acessível e compreensível ao destinatário, em conformidade com os preceitos 
do Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
II - Deve ser construído com base no registro documental elaborado pela(o) 
psicóloga(o), em conformidade com a Resolução CFP n.º 01/2009, ou outras que 
venham a alterá-la ou substituí-la, e na interpretação e análise dos dados obtidos 
por meio de métodos, técnicas e procedimentos reconhecidos cientificamente 
 
41 
 
para uso na prática profissional, conforme Resolução CFP n.º 09/2018 ou outras 
que venham a alterá-la ou substituí-la. 
III - Deve considerar a demanda, os procedimentos e o raciocínio técnico-
científico da profissional, fundamentado teórica e tecnicamente, bem como suas 
conclusões e recomendações, considerando a natureza dinâmica e não 
cristalizada do seu objeto de estudo. 
IV - O laudo psicológico deve apresentar os procedimentos e conclusões 
gerados pelo processo de avaliação psicológica, limitando-se a fornecer as 
informações necessárias e relacionadas à demanda e relatar: o 
encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico, a hipótese 
diagnóstica, a evolução do caso, orientação e/ou sugestão de projeto 
terapêutico. 
V - Nos casos em que a(o) psicóloga(o) atue em equipes multiprofissionais, e 
havendo solicitação de um documento decorrente da avaliação, o laudo 
psicológico ou informações decorrentes da avaliação psicológica poderão 
compor um documento único. 
 VI - Na hipótese do inciso anterior, é indispensável que a(o) psicóloga(o) registre 
informações necessárias ao cumprimento dos objetivos da atuação 
multiprofissional, resguardando o caráter do documento como registro e a forma 
de avaliação em equipe. 
VII - Deve-se considerar o sigilo profissional na elaboração do laudo 
psicológico em conjunto com equipe multiprofissional, conforme estabelece 
o Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
 
Estrutura: 
O laudo psicológico deve apresentar as informações da estrutura 
detalhada abaixo, em forma de itens. 
 I - O Laudo Psicológico é composto de seis itens: 
 a) Identificação; 
b) Descrição da demanda; 
 c) Procedimento; 
d) Análise; 
e) Conclusão; 
 
42 
 
f) Referências. 
 
Identificação: 
Neste item, a(o) psicóloga(o) deve fazer constar no documento: 
I - Título: "Laudo Psicológico"; 
II - Nome da pessoa ou instituição atendida: identificação do nome completo ou 
nome social completo e, quando necessário, outras informações sócio 
demográficas; 
 III - Nome do solicitante: identificação de quem solicitou o documento, 
especificando se a solicitação foi realizada pelo Poder Judiciário, por empresas, 
instituições públicas ou privadas, pela(o) própria(o) usuária(o) do processo de 
trabalho prestado ou por outras(os) interessadas(os); 
IV - Finalidade: descrição da razão ou motivo do pedido; 
V - Nome da(o) autora(or): identificação do nome completo ou nome social 
completo da(do) psicóloga(o) responsável pela construção do documento, com 
a respectiva inscrição no Conselho Regional de Psicologia. 
 
Descrição da demanda: 
Neste item, a(o) psicóloga(o), autora(or) do documento, deve descrever 
as informações sobre o que motivou a busca pelo processo de trabalho prestado, 
indicando quem forneceu as informações e as demandas que levaram à 
solicitação do documento. 
I - A descrição da demanda constitui requisito indispensável e deverá apresentar 
o raciocínio técnico-científico que justificará procedimentos utilizados. 
Procedimento. Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve apresentar 
o raciocínio técnico-científico que justifica o processo de trabalho realizado 
pela(o) psicóloga(o) e os recursos técnico-científicos utilizados no processo de 
avaliação psicológica, especificando o referencial teórico metodológico que 
fundamentou suas análises, interpretações e conclusões. 
I - Cumpre, à(ao) autora(or) do laudo, citar as pessoas ouvidas no processo 
de trabalho desenvolvido, as informações objetivas, o número de encontros e o 
tempo de duração do processo realizado. 
II - Os procedimentos adotados devem ser pertinentes à complexidade do 
 
43 
 
que está sendo demandado e a(o) psicóloga(o) deve atender à Resolução 
CFP n.º 09/2018, ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la. 
 
Análise: 
Nessa parte do documento, a(o) psicóloga(o) deve fazer uma exposição 
descritiva, metódica, objetiva e coerente com os dados colhidos e situações 
relacionadas à demanda em sua complexidade considerando a natureza 
dinâmica, não definitiva e não-cristalizada do seu objeto de estudo. 
I - A análise não deve apresentar descrições literais das sessões ou 
atendimentos realizados, salvo quando tais descrições se justifiquem 
tecnicamente. 
II - Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o 
instrumental técnico utilizado, bem como os princípios éticos e as questões 
relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que for 
necessário para responder a demanda, tal qual disposto no Código de Ética 
Profissional do Psicólogo. 
III - A(o) psicóloga(o) não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos ou 
teorias, devendo ter linguagem objetiva e precisa, especialmente quando se 
referir a dados de natureza subjetiva. 
 
Conclusão: 
 Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve descrever suas 
conclusões a partir do que foi relatado na análise, considerando a natureza 
dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo. 
 I - Na conclusão indicam-se os encaminhamentos e intervenções, diagnóstico, 
prognósticoe hipótese diagnóstica, evolução do caso, orientação ou sugestão 
de projeto terapêutico. 
II - O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de emissão, 
carimbo, em que conste nome completo ou nome social completo da(o) 
psicóloga(o), acrescido de sua inscrição profissional, com todas as laudas 
numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura da(o) 
psicóloga(o) na última página. 
 
44 
 
 III - É facultado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do laudo, que este não 
poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item de identificação, 
que possui caráter sigiloso, que se trata de documento extrajudicial e que não 
se responsabiliza pelo uso dado ao laudo por parte da pessoa, grupo ou 
instituição, após a sua entrega em entrevista devolutiva. 
 
Referências: 
Na elaboração de laudos, é obrigatória a informação das fontes científicas 
ou referências bibliográficas utilizadas, em nota de rodapé, preferencialmente. 
 
 
PARECER 
 
 Conceito e finalidade do parecer: Parecer é um documento fundamentado 
e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resultado pode 
ser indicativo ou conclusivo. 
 
O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no 
campo do conhecimento psicológico, através de uma avaliação especializada, 
de uma "questão-problema", visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na 
decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem 
responde competência no assunto. 
 
Estrutura 
 
O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, 
destacando os aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os 
quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico-científico. 
 
Havendo quesitos, o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e 
convincente, não deixando nenhum quesito sem resposta. Quando não houver 
dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico, deve-se 
utilizar a expressão "sem elementos de convicção". Se o quesito estiver mal 
 
45 
 
formulado, pode-se afirmar "prejudicado", "sem elementos" ou "aguarda 
evolução". 
 
O parecer é composto de 4 (quatro) itens: 
 
Identificação 
Exposição de motivos 
Análise 
Conclusão 
 
Identificação 
 
Consiste em identificar o nome do parecerista e sua titulação, o nome do 
autor da solicitação e sua titulação. 
 
Exposição de Motivos 
 
Destina-se à transcrição do objetivo da consulta e dos quesitos ou à 
apresentação das dúvidas levantadas pelo solicitante. Deve-se apresentar a 
questão em tese, não sendo necessária, portanto, a descrição detalhada dos 
procedimentos, como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos. 
 
Análise 
 
A discussão do PARECER PSICOLÓGICO se constitui na análise 
minuciosa da questão explanada e argumentada com base nos fundamentos 
necessários existentes, seja na ética, na técnica ou no corpo conceitual da 
ciência psicológica. Nesta parte, deve respeitar as normas de referências de 
trabalhos científicos para suas citações e informações. 
 
Conclusão 
 
 
46 
 
Na parte final, o psicólogo apresentará seu posicionamento, respondendo 
à questão levantada. Em seguida, informa o local e data em que foi elaborado e 
assina o documento. 
 
 
 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
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dinâmico e criativo. Psic, São Paulo , v. 5, n. 1, p. 34-39, jun. 2004 . 
 
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futuro. Est. Inter. Psicol., Londrina , v. 4, n. 1, p. 99-109, jun. 2013. 
 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Manual de Elaboração de 
Documentos Decorrentes de Avaliações Psicológicas 
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regulamentação da profissão. Brasília – DF. 2010. 
FORMIGA, N.S. & Mello, I. (2000). Testes psicológicos e técnicas projetivas: 
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trânsito (II): a infração e sua prevenção. Psicologia: Ciência e Profissão, 16, 2, 
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MENDES, Lorena Samara et al. Conceitos de avaliação psicológica: 
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NUNES, Maiana Farias Oliveira; NORONHA, Ana Paula Porto; AMBIEL, Rodolfo 
Augusto Matteo. Entrevistas devolutivas em pesquisa em avaliação 
Psicológica. Psicol. cienc. prof. , Brasília, v. 32, n. 2, p. 496-505, 2012. 
PADILHA, Sandra; NORONHA, Ana Paula Porto; FAGAN, Clarissa Zanchet. 
Instrumentos de avaliação psicológica: uso e parecer de psicólogos. Aval. 
psicol., Porto Alegre , v. 6, n. 1, p. 69-76, jun. 2007 
PASQUALI, L. (1999). Instrumentos psicológicos: Manual prático de elaboração. 
Brasília, DF: LabPAM / IBAPP. 
RODRIGUES, A. (1979). Estudos em Psicologia Social. Petrópolis, RJ: Vozes. 
SBARDELINI, E. T. B. (1990, Outubro). O uso e a validade dos testes 
psicológicos aplicados aos motoristas: Formação do psicólogo para atuar em 
VALENTE, Maria Luísa Louro de Castro. História dos testes psicológicos. Bol. 
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