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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA Direito Penal I (PARTE GERAL) Período: 2013.1 Nota de Aula Prof. Antonio Sergio APLICAÇÃO DA PENA 1. CRITÉRIO: o artigo 68 do CP estabelece o critério trifásico para a aplicação da pena, isto é: 1ª Fase: circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 CP; 2ª Fase: agravantes e atenuantes genéricas (art. 61, 62, 65 e 66, CP); 3ª Fase: causas de aumento e de diminuição de pena (previstas na Parte Geral ou na Parte Especial do Código Penal). 2. DOSIMETRIA DA PENA: segue o critério trifásico supracitado. Antes de seguir este critério, deve o juiz observar algumas regras (Capez, 2011, p. 477), a saber: a) verificar, ab initio, se o crime é simples ou qualificado, a fim de saber, desde logo, dentro de quais limites de pena procederá à operação de dosimetria; b) iniciar a operação de dosagem, partindo sempre do limite mínimo; c) justificar a cada operação as circunstâncias que entendeu relevantes na dosimetria da pena, especialmente no caso de agravá-la ou aumentá- la, sob pena de nulidade; d) aplicar, na primeira fase, as circunstâncias judiciais, de acordo com os critérios fixados no art. 59 do CP. Não basta a simples referência genérica às circunstâncias abstratamente elencadas no mencionado artigo; necessário se faz que o juiz se refira de modo específico aos elementos concretizadores das circunstâncias judiciais fixadas no art. 59 do CP. Nesta fase, não será possível fixar a pena abaixo do mínimo, ainda que todas as circunstâncias sejam favoráveis ao agente, nem acima do máximo. Do mesmo modo que no caso das agravantes e atenuantes, a lei não diz quanto o juiz deve aumentar ou diminuir em cada circunstância, ficando esse quantum a critério do juiz; e) na segunda fase, aplicar as atenuantes e agravantes incidentes à espécie, estabelecendo a quantidade de cada aumento ou redução, com a observância de que, nesta fase, a pena também não pode sair dos limites legais, nem aquém, nem acima; f) na terceira e última fase, proceder aos aumentos e diminuições previstos nas Partes Geral e Especial, podendo a pena ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo. Exemplo: no caso do homicídio simples tentado, se, decorridas as duas primeiras fases, a pena do homicídio continuar no piso legal (6 anos), a redução decorrente da tentativa poderá fazer com que a pena chegue até a 2 anos (6 – 2/3, de acordo com a regra do art. 14, parágrafo único, do CP). 2.1 1ª FASE: Fixação da pena-base com base nas circunstâncias judiciais ou inominadas previstas no artigo 59, CP, a saber: - culpabilidade (diz respeito a maior ou menor reprovabilidade da conduta); - antecedentes (diz respeito aos fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do delito, observando o teor da Súmula 444 STJ: “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”); - conduta social (diz respeito ao comportamento do agente em relação às suas atividades profissionais, relacionamento familiar e com a coletividade - é o estilo de vida); - personalidade (é o aspecto da periculosidade do agente), motivos (são precedentes psicológicos da infração pena, as razão que levaram o réu a agir de modo criminoso); - circunstâncias do crime (diz respeito a maior ou menor gravidade do delito em razão do modus operandi no que diz respeito aos instrumento do crime, temo de sua duração, forma de abordagem, etc); - consequências do crime (refere-se a maior ou menor intensidade da lesão ao bem jurídico e às sequelas deixadas na vítima); - comportamento da vítima (verifica-se se o comportamento da vítima estimulou a prática do crime ou influenciou negativamente o agente) - art. 59, CP. Como se dá o cálculo da pena-base? Vejamos alguns caminhos: o legislador estabelece os limites máximos e mínimos da pena in abstrato, cabendo ao juiz, individualizar a pena no caso concreto. Não existe um critério legal de fixação do quantum da pena-base. Alguns adotam o acréscimo de 1/6 sobre a pena mínima in abstrato; outros, como Nucci (2013, p. 470) adota o critério baseado no "sistema de pesos, redundando em pontos para o fim de nortear o juiz na escolha do montante da pena-base" e, neste sentido, a personalidade, os antecedentes e os motivos têm, cada um, peso 2; as demais circunstâncias têm peso 1. O ideal é compreender que a fixação do quantum da pena-base deve ser aquilatado no caso concreto, tendo o juiz discricionariedade para estabelecer este quantum, devendo, no entanto, justificar e motivar sua decisão, buscando sempre a pena justa e proporcional ao caso em exame, partindo sempre do mínimo legal. OBS: 1. Há quem não concorde com este sistema de cálculo aritmético (seja fracionário, ou a partir de pesos), sob o argumento de que, por ocasião da fixação da pena-base, já se poderia chegar ao limite máximo da pena, bastando que todas as circunstâncias lhes fossem desfavoráveis. Acredita-se que o limite máximo da pena só pode ser alcançado ao término da terceira fase, e não na primeira fase. Propõe-se, portanto, um termo médio de pena para ser alcançado na 1ª fase (Ex: no crime de homicídio simples, o termo médio seria a somatória dos limites mínimos e máximos (6 + 20) dividido por 2 = 13 anos. Portanto, na 1ª fase, o juiz só poderia chegar até 13 anos, desde que todas as circunstâncias fossem desfavoráveis ao agente. 2. O artigo 59, CP (circunstâncias judiciais) serve para: (a) determinar a espécie de pena; (b) estabelecer a pena-base; (c) determinar o regime inicial da pena; (d) Indicar se é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 2.2 2ª FASE: agravantes e atenuantes (chamadas de circunstâncias legais) previstas nos artigos 61 a 65, CP, a saber: Circunstâncias agravantes: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. Agravantes no caso de concurso de pessoas: Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não- punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. Reincidência: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, otenha condenado por crime anterior. Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. Circunstâncias atenuantes: Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar- lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Após a fixação da pena-base, incide sobre a mesma as agravantes e atenuantes. Como se calcula o quantum destas agravantes e atenuantes? O legislador não estabelece um critério aritmético para se agravar ou atenuar a pena, ficando sob a discricionariedade do juiz estabelecer este quantum, desde que de forma motivada e justificada. Só será utilizada a circunstância agravante se esta não constituir ou qualificar o crime, para se evitar o bis in idem (Ex: no crime de aborto sem o consentimento da gestante não pode ser aplicada a agravante relativa à vítima ser mulher grávida (art. 61, II, h, CP), posto que a gestante é elementar do crime supracitado; a motivação torpe é prevista como qualificadora do homicídio (art. 121, § 2º, I, do CP) e também como agravante genérica (artigo 61, II, a, CP) e, portanto, neste caso, deve o juiz considerar o motivo torpe, apenas, como qualificadora do homicídio, não incidindo a agravante supracitada. É importante ressaltar a questão envolvendo o concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes: para equacionar esta questão, devemos observar o regramento previsto no artigo 67 do CP: “no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência”. Acrescente-se que a jurisprudência “tem entendido que, apesar de não existir menção no art. 67, o fato de o agente ser menor de 21 anos na data do crime de preponderar sobre todas as demais” (André Estefam & Victor Gonçalves, 2013, p. 562). Portanto, se há concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes sem preponderância, pode haver a compensação entre tais circunstâncias. Contudo, se o conflito envolver, por exemplo, uma circunstância agravante que prepondera uma circunstância atenuante, deve o juiz aumentar a pena e não fazer a compensação. Nesta fase a pena deve permanecer entre os limites mínimos e máximos in abstrato do tipo penal. 2.3 3ª FASE: causas de aumento e diminuição da pena, que “são circunstâncias obrigatórias ou facultativas de aumento ou de diminuição de pena, previstas na Parte Geral ou na Parte Especial do Código Penal, e também na legislação especial, em quantidade fixa ou variável. Incidem sobre o montante resultante da segunda-fase de aplicação da pena (agravantes e atenuantes) e não sobre a pena-base” (Cleber Masson, 2012, p. 669). Causas de aumento: exemplos (no furto, a pena é aumentada de 1/3, se o delito é cometido durante o repouso noturno (art. 155, § 1º, CP); no caso do concurso formal, a lei diz que a pena é aumentada de 1/6 até ½ (art. 70, CP); etc. Causas de diminuição: exemplos (nos crimes tentados, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 14, parágrafo único, CP); nos casos de arrependimento posterior, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 16, CP); etc. Qualificadoras x causas de aumento: não se deve confundir qualificadoras com as causas de aumento de pena. As qualificadoras só estão previstas na Parte Especial e têm a função de alterar os limites mínimo e/ou máximo da pena (Ex: no crime de homicídio, temos a modalidade simples, onde os limites da pena são de 6 a 20 anos (art. 121, caput, CP) e qualificado, onde estes limites são alterados para 12 a 30 anos (art. 121, § 2º, CP); no crime de furto, temos a modalidade simples, onde os limites da pena são de 1 a 4 anos (art. 155, caput, CP) e qualificado, onde estes limites passam para 2 a 8 anos (art. 155, § 4º, CP). Já as causas de aumento da pena estão previstos, tanto na Parte Geral, como na Especial do CP, e ainda em leis especiais, majorando a pena resultante da segunda-fase (Ex: no crime de roubo, não existe a figura do qualificado; na verdade, existe uma causa especial de aumento de pena prevista no artigo 157, § 2º, CP). Observar que o STJ tem entendido que não configura bis in idem a majoração do crime de roubo pelo uso de arma de fogo e pelo concurso de pessoas (art. 157, § 2, I e II, CP) com o crime de bando na sua modalidade simples (art. 288, caput, CP) e nem com a causa especial de aumento de pena pelo uso de arma (art. 288, parágrafo único, CP), senão vejamos: EMENTA: PENAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 157, § 2.º E 288 DO CP. NÃO- OCORRÊNCIA. CONDENAÇÃO PRETÉRITA PELO CRIME DE QUADRILHA OU BANDO. PRÁTICA CONCOMITANTE DO CRIME DE ROUBO QUALIFICADO PELO USO DE ARMA E DO CONCURSO DE AGENTES. INCIDÊNCIA DAS MAJORANTES. POSSIBILIDADE. BIS IN IDEM NÃO CARACTERIZADO. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO STF. 1. É perfeitamente possível a coexistência entre o crime de formação de quadrilha ou bando e o de roubo qualificado pelo uso de arma e pelo concurso de agentes, porquanto os bens jurídicos tutelados são distintos e os crimes, autônomos. Precedentes do STF. 2. Não há falar em bis in idem no caso porque, enquanto a formação de quadrilha ou bando, tipificado, aliás, em sua forma simples, constitui crime de perigo abstrato, o delito de roubo qualificado pelo uso de arma e pelo concurso de pessoas configura perigo concreto. 3. Recurso não conhecido. (REsp 654951 / DF - 5 Turma do STJ) EMENTA: CRIMINAL. HABEAS CORPUS. ROUBO DUPLAMENTE CIRCUNSTANCIADO. QUADRILHA OU BANDO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NÃO CONFIGURAÇÃO. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CPP. CONTRADIÇÕES TESTEMUNHAIS. DESCLASSIFICAÇÃO DELITIVA. AFASTAMENTO DE CONCURSO MATERIAL. ATIPICIDADE DA CONDUTA. QUESTÕES QUE DEMANDAM IMERSÃO FÁTICO-PROBATÓRIA. INCOMPATIBILIDADE. APLICAÇÃO CUMULATIVA DA CIRCUNSTÂNCIA DE CONCURSO DE PESSOAS COM O DELITO DE QUADRILHA OU BANDO. BIS IN IDEM NÃO CONFIGURADO. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA STJ Nº 243. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA. I. Não se mostra inepta denúncia que atende todos os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, contendo a exposição do fato criminoso e suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime e o rol de testemunhas. II. As alegações de contradições das testemunhas e pleitos de desclassificação do delito, afastamento do concurso material ou trancamento do processo por atipicidade da conduta são questões cujo eslinde demanda profunda imersão na matéria fático-probatória, incompatível com a via eleita. III. Não se caracteriza bis in idem a condenação por crime de quadrilha armada e roubo qualificado pelo usode armas e concurso de pessoas, tendo em vista a autonomia e independência dos delitos. Precedentes. IV. O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. Súmula nº 243 do STJ. V. Ordem parcialmente conhecida e denegada. (HC 179182 / RJ - 5 Turma do STJ) Nesta fase, é possível ultrapassar os limites mínimo e máximo in abstrato previstos no tipo penal (Ex: no crime de tentativa de furto qualificado, o juiz pode fixar a pena-base em 2 anos de reclusão, e não havendo agravantes ou atenuantes, poderá reduzir esta pena em 2/3 (tentativa que é uma causa de diminuição da pena), chegando a um montante final de 8 meses). Concurso de causas de aumento ou de diminuição de pena em relação ao mesmo delito: o artigo 68, parágrafo único, CP, estabelece as seguintes regras: a) Duas causas de aumento, sendo uma na Parte Geral, e a outra na Parte Especial: ambas serão aplicadas, sendo que o segundo índice deve incidir sobre a pena resultante do primeiro aumento. O primeiro índice a ser aplicado é o da Parte Especial. (Ex: roubo praticado com emprego de arma e em concurso formal, onde o juiz fixa a pena-base em 4 anos, e a aumenta em 1/3 em face da arma de fogo, atingindo 5 anos e 4 meses; em seguida, aumenta 1/6 em razão do concurso formal, atingindo a pena de 6 anos, 2 meses e 20 dias). b) Duas causas de diminuição, sendo uma na parte Geral e a outra na Parte Especial: a mesma regra supracitada (Ex: homicídio privilegiado tentado). c) Uma causa de aumento e uma causa de diminuição, sendo uma na Parte Geral e a outra na Parte Especial: ambas devem ser aplicadas, sendo a primeira relativa à Parte Especial e depois a da Parte Geral (Ex: tentativa de homicídio contra pessoa maior de 60 anos de idade – art. 121, § 4º, in fine; c/c art. 14, inciso II, ambos do CP) d) Duas ou mais causas de aumento previstas somente na Parte Especial: o juiz poderá efetuar um só aumento, aplicando, todavia, a causa que mais exaspere a pena – é uma faculdade do magistrado (Ex: nos crimes sexuais, a pena é aumentada em ¼ se o crime é praticado por duas ou mais pessoas, e de ½ se o agente é ascendente da vítima, logo, o juiz poderia aplicar somente a majorante de ½, que é maior. e) Duas ou mais causas de diminuição previstas somente na Parte Especial: a mesma regra supracitada (Ex: homicídio privilegiado pela violenta emoção e pelo relevante valor social) f) Duas causas de aumento previstas somente na Parte Geral: ambas são aplicadas. g) Duas causas de diminuição previstas somente na Parte Geral: ambas são aplicadas (Ex: crime tentado praticado por semi- inimputável). Concurso entre causas de aumento Ambas na PG Ambas na PE 1 na PG e 1 na PE O juiz aplica as duas O juiz pode aplicar a causa que mais aumenta O juiz aplicará as duas Concurso entre causas de diminuição Ambas na PG Ambas na PE 1 na PG e 1 na PE O juiz aplica as duas O juiz pode aplicar a causa que mais diminui O juiz aplicará as duas 2.4 PLURALIDADE DE QUALIFICADORAS: não há uma regra legal sobre a questão, embora seja corriqueiro a incidência de mais de uma qualificadora (homicídio triplamente qualificado). A solução apontada é a seguinte: a) Para o crime de homicídio: como há coincidência entre as qualificadoras e as agravantes genéricas do artigo 61, II, a, b, c, d, CP, o juiz utilizará a primeira para qualificar o crime, e as demais como agravantes genéricas. Ex: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido), onde o juiz utilizará, por exemplo, o motivo torpe para qualificar o homicídio, e as outras duas qualificadoras funcionarão como agravantes genéricas. b) Nas demais infrações penais: o juiz utilizará a primeira circunstância como qualificadora e as demais como circunstâncias judiciais do artigo 59, CP, para fixar a pena-base. Ex: crime de furto cometido por duas pessoas e mediante arrombamento, onde o juiz pode utilizar-se do concurso de agentes para qualificar o crime (art. 155, § 4º, IV, CP), mas não pode valer-se do arrombamento como agravante genérica porque não existe menção a esta figura nos art. 61 e 61, CP, porém, pode ser considerado como circunstância judicial do artigo 59, CP (circunstância do crime). QUADRO RESUMO DAS FASES DE DOSIMETRIA DA PENA (Art. 68, CP) 1ª Fase Circunstâncias judiciais - Fixação da pena-base com base nas chamadas circunstâncias judiciais do art. 59: culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos, circunstâncias e consequências do crime, comportamento da vítima - A pena fixada não pode ultrapassar os limites legais em abstrato - Não há índice preestabelecido (discricionariedade do juiz) 2ª Fase Agravante e atenuantes - Aumento ou redução da pena da fase anterior com base nas agravantes dos art. 61 e 62 ou atenuantes dos art. 65 e 66, CP. - Não é possível que a pena alcance índice inferior ao mínimo ou superior ao máximo previsto em abstrato. - Causas preponderantes: motivos determinantes, personalidade do agente, reincidência (art. 67, CP) e menoridade relativa (entre 18 e 21 anos) - Não há índice preestabelecido (discricionariedade do juiz) 3ª Fase Causas de aumento e diminuição - Aplicação das causas de aumento e de diminuição previstas na Parte Geral e na Parte Especial do CP. - A lei estabelece o montante de aumento ou redução. - É possível ultrapassar os limites mínimos e máximos descritos em abstrato BONS ESTUDOS NOS LIVROS!