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Inconstitucionalidade da Intervenção Federal no Rio de Janeiro

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE MARECHAL CÂNDIDO 
RONDON – ISEPE/RONDON
CURSO DE DIREITO
A INCONSTITUCIONALIDADE DA INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO EM 2018
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
2017�
ELIZABETH DE AMORIN KURTZ
ARIANE BUSCH SALIBE
BARBARA KAISER
RAFAEL CALVI
DIEGO FELIPE KLAUCK
MARLEI PAULUS
LAÍNE VERRUCK
BRUNO GIRON
MARESSA GARCIA
VITOR LUIS ALVES
GABRIEL HOBOLD
LUANA MILENA PREVIATTI
VANDERSON SOUZA
MARIA STROPARO
ANA CECÍLIA 
FELIPE HATAOKA
HARUHIKO NATHAN
EDUARDA VAN DE SAND
ISABELA COSTA
BEATRIZ NAMIE
Trabalho apresentado à disciplina de Direito Constitucional do Curso de Direito, da Faculdade de Ensino Superior de Marechal Cândido Rondon – ISEPE, como requisito parcial à obtenção de nota bimestral.
Prof. Marcelo Portela.
INTRODUÇÃO
A intervenção realizada em 2018 no Estado do Rio de Janeiro, foi uma determinação do Governo Federal para amenizar “positivamente” a situação da segurança interna que se encontrava o Estado do Rio. Nessa intervenção foi aplicada o artigo 34 da CF de 1988.
A resolução foi instituída pelo Decreto nº 9.288, de 16 de fevereiro de 2018, assinada pelo atual Presidente da República, Michel Temer. O Decreto ordena a intervenção, até o dia 31 de dezembro de 2018, mas a operação poderá ser prorrogada. Ela estreita os efeitos da segurança pública do Estado, onde foi nomeado o general de exército Walter Souza Braga Netto, como interventor, ele encarregou-se do comando da PM (Policia Militar), PC (Policia Civil), o CB (Corpo de Bombeiros) e responderá continuamente ao Presidente da República.
Este Decreto, foi uma emergência pleiteada pelos ministros, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira, e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.
Este trabalho objetiva, tomando como corpus de dados, sobre o tema de intervenção federal e o posicionamento contrário da população sobre o fato.
INTERVENÇÃO
CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DA INTERVENÇÃO FEDERAL
A Intervenção funciona como meio de controle de constitucionalidade.
A intervenção Federal é considerada uma medida excepcional, já que o princípio é o da não-intervenção de suspensão temporária da autonomia de alguns entes federativos. Apenas em determinadas situações extraordinárias que cessa por um determinado tempo a autonomia assegurada aos Estados, Distrito Federal e Municípios pela Constituição Federal, isso se dá em consequência de uma situação de anormalidade previamente definida na Carta Maior.
A intervenção federal tem o objetivo de resgatar a normalidade institucional (funcionamento pleno da democracia e das leis) a observância necessária do princípio constitucional republicano, da soberania popular e da democracia.
A decretação da intervenção é um ato político, é executado sempre pelo chefe do poder executivo, ou seja, o Presidente da República. (artigo 84, inciso X), o qual especificará a sua amplitude, prazo e condições de execução e, se couber, nomeará o interventor, (art. 36, § 1º). Nas hipóteses de intervenção espontânea, o Presidente da República ouvirá os Conselhos da República (artigo 90, I) e o de Defesa Nacional, (artigo 91, § 1º), que opinarão a respeito.
Nas situações em que a intervenção não é requisitada pelo Judiciário, o presidente pode agir atendendo a critérios de conveniência e oportunidade.
O decreto interventivo pode suspender a eficácia de atos (retirar os efeitos de atos suspeitos ou ilegais), afastar autoridades envolvidas e nomear interventor, entre outras medidas. Já no caso de afastamento de autoridades, estas retornarão ao cargo acaso não exista algum impedimento legal.
 Tanto a intervenção, Federal ou Estadual, só pode se efetivar nas hipóteses taxativamente descritas na CF/88.
A intervenção Federal é um procedimento regulado pelos artigos 34 e 36 do capítulo VI da Constituição. O governo federa em condições normais não pode intervir nos estados, porem o artigo 34 há algumas situações em que isso pode ocorrer, como por exemplo, manter a integridade do território brasileiro, reorganizar as finanças de uma unidade da federação ou repelir uma intervenção estrangeira.
No caso do Rio de Janeiro, foi invocado o inciso três do artigo 34, que permite uma intervenção federal para "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública".	
A natureza jurídica do ato de intervenção é responsável por uma grande controvérsia em nossa doutrina. Alguns doutrinadores como Max Fleischmann afirmam que o ato é uma medida de polícia, outros como Edgard Leoning consideram como medida de segurança e, ainda, Albert Haenel, defende que tem natureza político-jurídica com o objetivo de resguardar a ordem constitucional.
Para Pontes de Miranda trata-se de ato jurídico, de direito político interno, executado dentro da competência federal. Para a maioria da doutrina a Intervenção Federal é, essencialmente, um ato político ou um ato de governo, em que é caracterizado por não ter determinadas restrições apesar de ser empreendido para a consecução de fins constitucionais preordenados e se sujeitar ao controle de legalidade pelo Judiciário e ao controle político por parte do Legislativo.
Pode-se extrair que a natureza jurídica da intervenção federal através de seu conceito, ou seja, o “ato político, fundado na Constituição, que consiste na ingerência de uma entidade federada nos negócios políticos de outra entidade igualmente federada, em que supre temporariamente a autonomia, por razões que são estritamente previstas na Constituição’’. Através desse conceito pode-se dizer que sua natureza jurídica é de ato político, ou no dizer de Pontes de Miranda. “Constitui o punctum dolens do Estado Federal, onde se entrecruzam as tendências unitaristas e as tendências desagregantes”.
 ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL
INTERVENÇÃO POLÍTICA
 2.2.1.1 INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM:
É aquela que realmente pode acontecer na prática. É a intervenção federal realizada nos estados membros ou no distrito federal. são unidades que existem.
 A DOUTRINA DIVIDE A INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM EM:
INTERVENÇÃO FEDERAL DE OFÍCIO:
Presidente da República toma a iniciativa de realizar a intervenção.
As situações em que a INTERVENÇÃO DE OFÍCIO pode ser usada estão elencadas no Artigo 34 incisos I-II-III-V da constituição federal
 2.2.1.1.2 INTERVENÇÃO FEDERAL POR SOLICITAÇÃO DOS PODERES:
Quem pode solicitar: poder executivo, legislativo, judiciário.
FUNDAMENTAÇÃO: ARTIGO 34, INCISO IV da CF.
“IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação”;
Executivo, legislativo e judiciário vão solicitar a intervenção federal. Se houver coação no poder legislativo e executivo, o presidente da assembleia legislativa ou da câmara legislativa no caso do DF, e o governador de estado ou do DF, respectivamente, podem solicitar DIRETAMENTE ao Presidente da República a intervenção federal.
PEDIR DIRETAMENTE PARA O PRESIDENTE. Deve solicitar, enviar um ofício ao STF que, por sua vez, deverá requisitar intervenção federal.
RESUMINDO: O JUDICIÁRIO VAI SOLICITAR AO STF, que vai fazer um julgamento e se for o caso, vai requisitar a intervenção federal.
 2.2.1.1.3 INTERVENÇÃO POR REQUISIÇÃO JUDICIAL:
OCORRE QUANDO HÁ VIOLAÇÃO DOS INCISOS VI E VII DO ARTIGO 34 DA CF.
CHAMADOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS:
OBS: hipótese de a ação direta de inconstitucionalidade interventiva federal.
Quais tribunais podem requisitar a intervenção federal? STF, STJ e TSE. 36, inciso II.
 2.2.1.1.4 INTERVENÇÃO FEDERAL ANÔMALA OU INCOMUM
Nome dado pela doutrina. Tem previsão expressa na CF, porém não é possível realizar no dia porque não existe mais territórios federais.
Mais se voltarem a existir, poderá ser feita, porém será intervenção federal comum.fundamentação: artigo 35 parte final. está prevista na constituição federal, porém não tem execução, não tem efetividade. não consegue ser realizada no plano fático.
Ex: intervenção da união em município localizado em território federal.
 2.2.1.2 INTERVENÇÃO ESTADUAL
Intervenção dos Estados nos Municípios.
“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior,
por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. (IV- HIPÓTESE DE ADIN INTERVENTIVA ESTADUAL. Governador vai intervir por meio de decreto)”.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL não faz menção a intervenção distrital e municipal, mesmo porque no DF não tem municípios.
Existe controle político sobre a intervenção federal?
Sim. É feito pelo poder legislativo. Fundamento: Artigo 36, £ 1º:
“§ 1º – O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas”
INTERVENÇÃO NOS DIREITOS DE CIDADANIA
O QUE É CIDADANIA? 
É o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país.
A cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente articulada. 
O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO RIO DE JANEIRO 
A abordagem as pessoas, perante a Constituição é inconstitucional e viola direitos fundamentais. 
De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, a abordagem pessoal por qualquer agente de segurança só é permitida quando há razões concretas e objetivas para a suspeita de que o indivíduo esteja portando bem ilícito ou praticando algum delito. 
O fato de se morar em uma comunidade pobre não é razão suficiente para este tipo de suspeita. A lei também estabelece que nenhum cidadão seja submetido à identificação criminal se estiver portando a devida documentação civil. 
Trata-se, portanto, de grave violação do direito à intimidade e a liberdade de locomoção. 
INTERVENÇÃO INTERNACIONAL
O intervencionismo na política internacional se refere a atos que os Estados cometem buscando influenciar nas decisões particulares de outros países, podendo ser com ou sem o uso de violência. No decorrer da história esses atos foram muito comuns, tendo finalidades econômicas e políticas.
Um exemplo clássico de intervencionismo ocorreu durante a Guerra Fria. A forma como foi conduzida a guerra entre os EUA (capitalista) e URSS (socialista), mostrou que ambos tinham ideias contrárias para a construção do equilíbrio mundial.
Na América Latina, os Estados Unidos mantinham, no Canal do Panamá, sob sua jurisdição, a famosa Escola das Américas, destinada a treinar militares e apoiar regimes ditatoriais pró-americanos, o que pode ser configurado como uma prática intervencionista.
INTERVENÇÃO NA ECONOMIA
A intervenção do Estado no domínio econômico, é todo ato ou medida legal que restrinja, condicione ou tenha por fim suprimir a iniciativa privada em determinada área, visando assim, o desenvolvimento nacional e a justiça social, assegurados os direitos e garantias individuais.
Na economia as intervenções típicas dos governos modernos ocorrem no âmbito da definição de tributos, da fixação do salário mínimo, das tarifas de serviços públicos e de subsídios. 
O conceito de intervenção na economia pode tomar dimensões maiores ao representar algo mais direto e incisivo. Um dos principais exemplos de intervenção incisiva de governos no campo econômico se deram em regimes comunistas, que regulavam toda a economia nacional. 
Há também casas como o ocorrido na Argentina, quando o governo da presidente Cristina Kirchner se pôs contra as decisões tomadas pelo Banco Central e demitiu o presidente do órgão. Com a negativa do então presidente do Banco Central em deixar o cargo, criou-se uma batalha política muito forte.
INTERVENÇÃO TERRITORIAL
Beatriz (Japa)
INTERVENÇÃO MILITAR
O emprego das forças armadas em uma intervenção federal se caracteriza como uma variante da intervenção territorial. Com essa intervenção se objetiva:
Essa intervenção será aplicada quando ocorrer alguma ruptura na ordem institucional. Neste caso, algum ente Estatal, partido político ou empresa controlarão os órgãos ou setores da administração pública, por intermédio de ocupação em postos estratégicos, como na organização do Estado, colocando, desta forma, a serviço dos interesses do grupo. 
Essa intervenção poderá ser aplicada de:
Maneira espontânea na qual o Presidente da República pode, de ofício, e sem necessidade da existência qualquer provocação, estabelece-la. Contudo, cabe ao Presidente seguir os conselhos da República e o de Defesa Nacional (conforme o Art. 90 da C.F.) e posteriormente decretar intervenção para casos específicos como dos Arts. 84, 136 a 141 da C.F, em casos de guerra, estado de defesa, pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, repelir invasão estrangeira ou até reorganizar as finanças da federação.
Maneira espontânea pela própria Instituição das Forças Armadas, quando existir um conflito ou até desordem entre os Poderes da República que pode prejudicar o Estado Democrático. Seja por motivos de aparelhamento estatal, conflito de outros países com o Governo para obtenção do Poder, tentativa de usar a Instituição como manto de Poder para ir contra a ordem civil de maneira ilegal ou até perpetuar no Poder, etc. A espontaneidade é um dever Institucional devido ao caráter durável e regular das Forças Armadas, que decorre da aplicação do Art. 34 da C.F. Nessa intervenção não se pode falar em vinculação à alguma autoridade suprema visto até o comandante chefe, pode estar ausente do cargo ou incurso em penalidades que exoneram seu cargo, como os crimes militares (Exemplos: Violação à Lei de Segurança Nacional e legislações correlata ou até contra o Código Penal Militar). Desta forma, pode dizer que a aplicabilidade do Decreto de Intervenção supracitado fica sujeita a ser de maneira espontânea ou pelo Poder Judiciário Militar (de maneira provocada).
Intervenção militar provocada: vai ocorrer quando o presidente da república ou qualquer outro dos três poderes solicitar, baseando-se no art. 142 da Constituição Federal. O presidente da República pode ser levado a fazer isso por dois motivos: por solicitação dos três poderes coactos no âmbito estadual ou por uma requisição pelo Supremo Tribunal Federal ou de outro Tribunal Superior.
Essa intervenção assume dois aspectos: o primeiro é em ser provocada por solicitação, para defender os poderes Executivo e Legislativo local, já o segundo é em ser provocada por requisição, o Presidente deverá atender à determinação de intervenção, há uma necessidade, verificada pelo Poder Judiciário, de se intervir em um Unidade, por não estar de acordo com a Constituição.
Intervenção Militar, significa o uso das forças armadas para controlar uma situação que deveria ser de responsabilidade de outra força ou autoridade.
Âmbito Internacional: ocorre quando militares de um país atuam em uma nação terceira a fim de controlar temporariamente os interesses daquele país. Nesta situação a intervenção é justificada por uma guerra civil intensa, ou uma falta de um comando que garanta a segurança dessa nação ou até quando a população é desleixada pelo governo desse país. 
Concluindo, a intervenção Militar, seja ela espontânea ou provocada, é legítima e legal, sendo colocada como uma forma de manutenção,proteção do Estado, como uma forma de afastamento de invasão estrangeira ou problemas internos, uma forma de garantia de funcionamento e independência dos três poderes, garantia de união dos entes federados.
INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO
CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERVENÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Considerando o decreto de intervenção federal no estado do Rio de Janeiro, existem alguns tópicos importantes relacionados a alguns fatos jurídico-constitucionais.
Um deles comenta sobre a possibilidade jurídica de adoção de alguma medida baseada no caso concreto no território fluminense.
Esta intervenção federal é constituída por uma medida excepcional e transitória que estão descritos nos artigos 21, inciso V, e 34 da constituição federal. Porem mesmo descritos a análise concreta dessa situação é caracterizada pela política.
Deste modo o presidente da república decidiu decretar uma intervenção restrita no estado do Rio de Janeiro baseando-se na gestão da segurança pública local, para se fazer uma análise destes motivos podemos considerar a medida com os princípios constitucionais.
Outro ponto a ser mencionado é a nomeação de um interventor para substituir a autoridade afastada de suas funções por força do decreto federal, quem veio substituí-lo foi um general do exército Brasileiro. Uma grande questão que se apresenta é a função de um governador de Estado ser substituído por um militar da ativa, trazendo muitas dúvidas em meio a sociedade pelo grande motivo de um militar das forças armadas federais não ter conhecimentos técnicos em matéria de segurança pública.
 Esta ausência de preparo técnico do interventor nomeado causa outro problema constitucional que se mantém a não aprovação da intervenção pelo congresso nacional ou até mesmo a adoção de medidas judiciais que deveriam restabelecer a ordem violada pelo decreto presidencial.
O artigo 142, parágrafo 3°, inciso III, da constituição federal deixa bem claro a vedação ao militar da ativa de exercer função de natureza civil temporária, caso isto não ocorrer terá ele que se afastar de suas atividades militares, assim permanecerá agregado ao quadro, enquanto pendurar essa situação. 
Desta forma demonstra se inconstitucional a permanência de um general do exército ocupando o cargo de interventor no Estado do Rio de Janeiro. 
Vemos assim a problemática jurídica imposta e inédita para o atual estado democrático de direito, ao qual foi inaugurado em 1988. Contudo esperasse que as bases jurídicas da nossa nação não sejam desmoralizadas pelos políticos inconsequentes.
DIFERENÇA ENTRE A INTERVENÇÃO FEDERAL E AS OUTRAS INTERVENÇÕES DO EXÉRCITO 
Sempre quando a palavra intervir fizer parte de uma ação pública, significa que algo de anormal está havendo no controle de um Estado. Sendo assim, necessária uma intervenção de outra entidade competente, a fim de solucionar tais problemas. 
As mais comuns são a Intervenção Federal e a Intervenção Militar, embora ambas representem situações de anormalidade, a Intervenção Federal é um instrumento válido, previsto expressamente pela Constituição Federal, enquanto não existe qualquer menção à expressão “Intervenção Militar”. Vale sempre abordar que essas duas expressões representam hipóteses bem distintas.
A Constituição Federal prevê, em seu artigo 1º, que a República Federativa do Brasil é composta pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, todos autônomos.
Entretanto, a Intervenção Federal permite a suspensão temporária da autonomia desses entes, em situações específicas, quando não houver outro remédio capaz de corrigir a situação de anormalidade. Por tratar-se de medida de exceção, as hipóteses constitucionais são consideradas restritivas, não podendo ser realizada a intervenção em situações não previstas expressamente. A intervenção federal diz respeito à atuação da União sobre Estados, Distrito Federal ou Municípios localizados em territórios federais. É possível ainda a intervenção estadual, em que um estado pode intervir em seus respectivos municípios.
Já a intervenção militar é quando acontece o uso das forças do exército, marinha e aeronáutica para controlar uma situação que foge ao domínio de outro órgão, como o Estado. Ela pode ser comandada pelas próprias forças militares tomando o poder, o que é normalmente chamado de golpe militar, ou ainda quando uma nação envia tropas militares para outros lugares para contornar conflitos armados ou com uma vulnerabilidade muito grande.
POSICIONAMENTO CONTRA A INTERVENÇÃO MILITAR NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
O decreto sobre a Intervenção Militar é uma medida que nunca havia sido utilizada desde a promulgação da CF/88, pois se enraíza na infração com a institucionalidade democrática do país, com o estado de exceção, trazendo graves ameaças à estabilidade democrática.
Segundo o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, essa Intervenção é uma decisão completamente ineficiente, mesmo estando fundamentada na grave situação de violência vivida pelas comunidades. A decisão por maior militarização, sob o comando do interventor General Braga Neto, é considerada inadequada, porque provavelmente induzirá a um aumento do número de violações de direitos dos cidadãos. 
Acríticas são verificadas devido a intervenção federal ser um processo de curta duração, de apenas dez meses. De acordo com Lima, o decreto é "um anestésico para ajudar a limpar a ferida, mas a ferida não será cicatrizada com essa medida". Alguns acreditam que a ação seria eficiente para aumentar a popularidade do presidente e angariar a simpatia de um determinado eleitorado que pede medidas mais rígidas para a segurança.
A intervenção só se justifica em casos graves, pois se configura como uma violação política e administrativa na autonomia dos estados. Ela é considerada uma medida extrema, porém menos grave do que o Estado de Defesa e o Estado de Sitio (Cunha, 2018)
ABUSO DE AUTORIDADE, REPRESSÃO E VIOLÊNCIA CONTRA OS MAIS POBRES
O Rio de Janeiro vive uma crise de segurança, a qual influenciou a decisão tomada sobre a intervenção militar. O cidadão, principalmente os que vivem diariamente veem o peso de um sistema social mais vigoroso, ao impacto de que viam também o aumento de números de homicídios, mortes e confrontos. 
Os pobres enfrentam dois tipos de guerras, guerras de pobres contra pobres. A primeira, é patrocinada pelo tráfico e pelas organizações criminosas, que disputam territórios e mercados. A segunda é patrocinada pelo Estado, que usa as polícias, também constituídas de pobres, para reprimir e matar pobres, principalmente jovens.
O problema é que as mais diferentes organizações criminosas usam o tráfico para se alimentarem da pobreza, principalmente jovens pobres, desempregados, sem cultura, sem lazer e sem esperanças, são presas fáceis do crime organizado. Mas não é só. Vários estudos mostram que a maioria esmagadora dos homicídios ocorre nas regiões pobres, periféricas, constituídas de excluídos. Pouquíssimos desses crimes são elucidados.
O sistema judicial julga de forma enviesada contra os pobres, contra os negros, contra os índios e contra as mulheres. Nas periferias, a repressão visa manter as populações confinadas, sob o terror das polícias e do crime, prisioneiras de guetos, inabilitadas à liberdade e ao usufruto da vida. É um sistema brutal de dominação, repressão, perseguição e guerra.
As populações periféricas nutrem medo e descrença nas polícias. Os policiais pobres vivem com medo de seres assassinados, tudo isto mesmo com o fato de muitas polícias, notadamente as polícias militares no Brasil, prestarem relevantes serviços sociais de primeiro atendimento em várias situações de risco.
A intervenção no Rio é mais uma faceta da guerra contra os pobres. Existe um entrelaçamento entre os interesses do crime organizado e os interesses dos políticos. Os primeiros garantem lucros, financiamento de campanhas e currais eleitorais e os segundos garantem leniência, incompetência e corrupção. 
Pode-se dizerainda que, o fichamento da população das comunidades do Rio de Janeiro, desrespeitam uma serie de princípios da Constituição de 1988, principalmente contra crianças e adolescentes, caracterizando um abuso de autoridade. 
Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, O direito ao respeito, à liberdade, à dignidade, à integridade física e psicológica, à própria educação, à convivência comunitária, entre outros, garantidos nos artigos 5º e 227 da Constituição Federal e em vários artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente estão sendo tolhidos e desrespeitados nestas ações. A Constituição Federal e o ECA também dispõem que crianças e adolescentes devem ser protegidas e colocadas a salvo de opressões, violências, crueldades, constrangimentos e humilhações, o que na pratica não está sendo observado nestas ações militares. No Estatuto da Criança e do Adolescente está previsto o crime de submeter crianças e adolescentes à constrangimentos.
As imagens das crianças e adolescentes sendo abordados por militares no Rio de Janeiro constrangem e envergonham internacionalmente o Brasil. Uma clara demonstração de criminalização dos estudantes pobres, das comunidades e das escolas públicas. 
A Constituição Federal trata da presunção de inocência, mas na prática as crianças, jovens e adultos que moram em bairros periféricos e nas comunidades cariocas estão sendo tratados como bandidos até que provem o contrário. Temos um verdadeiro atentado aos direitos humanos, principalmente da infância e juventude. 
COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
Das 11 ações realizadas pelo exército no Rio nos últimos 25 anos, apenas uma conseguiu reduzir as estatísticas de violência. Em todas as outras, a violência aumentou, como na Copa do Mundo de 2014.
A principal medida que foi tomada para o combate ao crime organizado atualmente, está sendo o decreto assinado pelo presidente Michel Temer, que é da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. 
Esse decreto tem como justificativa que o crime organizado que começou no Rio está sendo como um câncer que se espalha pelo corpo, indo para outras partes do Brasil e deixando todos de mãos atadas diante do enorme número desse crime.
UMA INTERVENÇÃO PLANEJADA PARA RECUPERAR A IMAGEM DOS POLÍTICOS
A situação crítica de segurança pública que se encontra o Estado do Rio de Janeiro vem ocorrendo a um bom tempo e o interessante é que justamente nos meses que antecedem as eleições para presidente seja determinada uma Intervenção militar no Rio de Janeiro pelo presidente Temer. 
Provavelmente, esse interesse peculiar do Presidente do Brasil, de vários governadores e de parlamentares na guerra contra o tráfico de drogas, armas, entre outros problemas do Rio de Janeiro tenha o simples objetivo de obter uma imagem positiva diante dos futuros eleitores; já que uma crise de imagem tem o poder de destruir líderes, organizações e futuro de qualquer profissional. É importante destacar que os avanços da tecnologia possibilitam a globalização das informações produzindo consequências estruturais na questão de difusão e preservação da imagem pública. 
A Intervenção Federal pode ser também uma medida calculada pela classe política para proteger a imagem do Presidente Temer a não aprovação da PEC da Previdência que a meses não obtinha os votos mínimos necessários (308) para sua aprovação. Acredita-se que foi uma forma do governo perder sem parecer que foi derrotado perante os cidadãos, visto que poucos foram os comentários a respeito da interrupção súbita da votação sobre o assunto da Previdência.
Destaca-se, contudo, que os efeitos da intervenção só poderão ser suspensos pelo presidente por um novo decreto, o que demanda de uma nova votação do Congresso, exigindo uma maioria absoluta na casa. Alguns especialistas e juristas defendem, entretanto, que a revogação do decreto pode ser considerada um ato inconstitucional, mas que já possui data marcada pelo Presidente para acabar.
CORTINA DE FUMAÇA PARA O ATAQUE AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES
O que os políticos fizeram foi fazer com que a guerra ao tráfico virasse o centro das atenções para tentar intimidar os que lutam e esconder os ataques que começam a atingir os trabalhadores. É o caso da Reforma Trabalhista, da Lei das Terceirizações e da PEC que congelou investimentos em saúde e educação por 20 anos.
 IMPACTO DA INTERVENÇÃO FORA DO RIO DE JANEIRO
A intervenção no Rio de Janeiro causa impacto em todo o Brasil e causa repercussão no estrangeiro. Uma das consequências é a implicação direta na votação da PEC da Reforma da Previdência, isso porquê a Constituição Federal prevê que não poderá ser feita qualquer alteração constitucional enquanto houver uma intervenção militar. Porém, em fevereiro deste ano, Michel Temer declarou que pretende anular momentaneamente a intervenção para que a votação da PEC possa acontecer. Nesse caso, a figura do interventor deixaria de existir, deixando um vácuo no comando da segurança pública fluminense. Segundo o governo Temer, seria então acionada, provisoriamente, a Garantia da Lei e da Ordem, até o término da votação da reforma. 
O fato do governo federal assumir a segurança pública no Rio de Janeiro também pode servir como "exemplo" para que outras regiões do país cobrem medidas semelhantes. "O Rio de Janeiro é agora um laboratório para o Brasil. Se vai ser expandido para o resto do país o que faremos aqui não cabe a mim responder”, afirmou o general Walter Braga Netto na primeira conferência de imprensa em que participou sozinho como comandante nomeado pelo Governo federal brasileiro.  
Os reflexos são imediatos nos estados vizinhos (Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo). Nestes, a segurança já foi reforçada pelo temor de que a intervenção no Rio provoque uma fuga de facções, uma migração do crime organizado. "A ostensividade do policiamento deve ser muito grande no Rio de Janeiro e isso pode levar o crime organizado a se mover", afirma Julio Vellozo, doutor em História Social pela USP (Universidade de São Paulo).  
Em outros países, a intervenção é fortemente criticada. A reação negativa no exterior teve início logo após o anúncio da intervenção. A mídia estrangeira ressaltou o quanto uma intervenção federal com militares trouxe de volta lembranças da ditadura militar que governou o Brasil. A ONG Humans Rights Watch criticou o fato de que militares brasileiros não costumam responder por abusos em ações no país.  
PORQUE INTERVIR? OS INTERESSES COMO FATOR PREDOMINANTE
Não é sem tempo que se pode dizer que uma intervenção federal é e não é desnecessária. A “intervenção” que se espera em todos os casos é de ajuda, mas, infelizmente para o povo, não é isso que ocorre. A história recente nos mostra como a tal ato não muda a realidade e só faz a população sofrer. A intervenção no complexo da Maré em 2015 se provou um completo fracasso, pois, sabidamente o que se dizia buscar (prisão e desmantelamento do tráfico) nunca aconteceu. Sabendo disso, porque realizar uma ação dessa magnitude sabendo de sua incapacidade de findar as mazelas que assolam as áreas de maior foco de sua aplicação?
É muito bonito dizer que a intervenção federal seja para o bem social. Amparado pela constituição que a permite de forma quase que autônoma para “Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”. Numa crítica mais incisiva, pode-se dizer que, tal ato seria jogar álcool em uma ferida inflamada esperando que aquele ponha fim ao suplício, ao invés de se buscar ajuda específica que, certamente, irá receitar antibióticos.
É visível que, antes de bem-estar social, os nobres representantes do povo sabem de estratégia. Quando de estado de intervenção, é proibida qualquer alteração na constituição. Ou seja, muito útil quando há o desejo de se aprovar uma reforma na previdência e não possui apoio da maioria dos deputados. Seria muito simples se ignorar tal fato, pensando que, realmente se pensa no bem de todos os cidadãos que sofrem com a violência no Rio de Janeiro, porém, sem qualquer medo o então presidenteafirmou que, em caso de conseguir o apoio necessário para a votação da reforma, suspenderia a intervenção e, posteriormente a retomaria.
Não tão visível é o fato de que, contrariamente ao exposto, não há uma explosão na violência no Rio de Janeiro. O que ocorre, na verdade, é a maior veiculação de tais informações. Não se deseja, obviamente, minorar o problema de segurança existente no país, mas, uma vez que se veja um cenário amplo, ter-se-á um problema muito maior. Em 2016 o Rio de Janeiro estava em 10º lugar nos índices de violência, tendo o Sergipe no topo da lista com 64 mortes para cada 100.000 habitantes. O que se pode tirar disso é: representatividade. Há grande interesse no Sudeste, no crime organizado, no julgamento internacional em vista de um de seus maiores cartões postais, buscando desta forma reestabelecer a, já fraca, imagem política dos atuais governantes, visando também um aumento no apoio nas eleições vindouras. 
Intervir no Rio de Janeiro é apostar que investidores internacionais se sentiriam mais seguros, pois “algo está sendo feito”. Apostar em uma intervenção é assinar com caneta de ouro um atestado de que há incompetência em gerir a unidade federativa quanto a sua segurança, ao utilizar tal forma que (até mesmo aqueles que a apoiam, sabem) só pode ser truculenta e que, como em outras situações, é fadada ao fracasso (sabido até mesmo por quem a aplica). 
Finalmente, ao que pese os argumentos até agora apresentados. Seria a intervenção federal um jogo de interesses ou realmente uma necessidade em vista da incompetência da União em permitir que se chegasse ao nível de violência que prega existir?
REFERÊNCIAS 
Silva, L. F. R. Disponível em: <https://www.jurisway.org.br/v2/dhall>. Acesso em: (01, ABR, 2018).
LENZA, P. Intervenção Federal. Disponível em: <http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/05/direito-constitucional-intervencao.html> acesso em: 03 abr 2018.
LENGRUBER, R. Intervenção federal no rio: uma manobra (política) de profissionais. Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-socio/intervencao-federal-no-rio-uma-manobra-politica-de-profissionais> acesso em: 03 abr 2018.
DADOS, ISP. ESTATÍSTICAS DE SEGURANÇA. Disponível em: <http://www.ispdados.rj.gov.br/estatistica.html> acesso em: 04 de ABR de 2018.
BRETAS, V. OS ESTADOS MAIS VIOLENTOS DO BRASIL. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/os-estados-mais-violentos-do-brasil-3/> acesso em 02 abr 2018.

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