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UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 1 Modelos de Processos Industriais I – Modelamento de Sistemas Dinâmicos Lineares Figura 1 – Esquema de um sistema dinâmico. II – Transformada de Laplace Por definição, a transformada de Laplace de uma função f(t) é dada por: £ [ ] ∫∞= 0 st- dte )t(f)t(f (1) Onde: f(t) – função da variável t, tal que f(t) = 0 para t < 0 s - variável complexa £ - simboliza a transformada de Laplace Aplicando-se a equação (1) pode-se determinar a transformada de Laplace de quaisquer funções, como nos exemplos a seguir. Exemplo 1: Determine a transformada de Laplace da função degrau. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 2 Solução: A função degrau tem forma apresentada na figura 2. Figura 2 – Função degrau Essa função pode ser definida por: >= ≤= 0 t para ,A f(t) 0 t para , 0)t(f (2) Aplicando-se a definição, tem-se: £ [ ] [ ] [ ] s A10 s Ae s Adte A)t(f 0 0 stst- =−−=−== ∫∞ ∞− (3) Exemplo 2: Determinar a transformada de Laplace da função rampa. Solução: A função rampa tem a forma apresentada na figura 3. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 3 Figura 3 – Função rampa. Essa função pode ser definida por: ≥= <= 0 t para ,At f(t) 0 t para , 0)t(f (4) Aplicando-se a definição de transformada de Laplace, tem-se: £ [ ] ∫ ∫∞ ∞ − === 0 0 2stst- sAdtesAdte At)t(f (5) A aplicação da definição da transformada de Laplace, permite que sejam determinadas as expressões da transformada de Laplace para as funções que sejam de interesse. A tabela 1 apresenta algumas funções importantes. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 4 Tabela 1 – Transformada de Laplace f(t) F(s) 1) Impulso unitário: δ(t) 1 2) Degrau unitário s 1 3) t 2s 1 4) e-at as 1 + 5) t e-at 2)as( 1 + 6) senωt 22s ω+ ω 7) cosωt 22s s ω+ 8) )e1( a K at− − )as(s K + Exemplo 3: Determinar a transformada de Laplace da função transladada f(t – a). Solução: Seja u(t), a função degrau unitário. Sendo assim, a função u(t – a), corresponde ao degrau unitário atrasado de “a” segundos como na figura 4. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 5 Figura 4 – Função degrau transladada. Por ser unitário, pode-se dizer que: f(t – a) = f(t – a) u(t – a) (6) Sendo assim a transformada de Laplace fica: ∫∞ −0 st- dte a)-u(t )at(f (7) Substituindo t por τ, onde τ = t – a , obtém-se: ∫ ∫∞ ∞ +τττ=−0 0 a)s(st- dte )u( )(fdte a)-u(t )at(f (8) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 6 Observando-se que f(t) = 0 para t < 0 e f(τ) u(τ) = 0 para τ < 0, pode-se considerar o limite inferior da equação (8) igual a zero. Sendo assim: ∫ ∫ ∫ ∫ ∞ −τ− ∞ ∞ ∞ τ+τ+ =ττ= =ττ=ττ=τττ 0 ass-as 0 0 0 as-s-a)s(-a)s(t- )s(Fede )(fe de e )(fde )u( )t(fde )u( )(f Então: £[f(t – a)] = e-as F(s) (9) II.1 – Teoremas Principais das Transformadas de Laplace • TEOREMA DA DERIVAÇÃO REAL A transformada de Laplace da derivada de uma função f(t) é dada por: £ f(0)-F(s) s dt f(t) d = (10) onde: F(s): transformada de Laplace de f(t) f(0): valor de f(t) no instante t = 0 A demonstração desse teorema pode ser encontrada em [1]. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 7 Exemplo 4: Sabendo-se que a transformada de Laplace da função seno é: £ 22s]t[sen ω+ ω =ω (11) Pede-se determinar a transformada de Laplace da função cosωt. Solução: Como ,tcos dt )t(send ωω= ω então: £ ω ω =ω tsen dt d£1]t[cos (12) sendo f(t) = senωt, f(0) = 0 e F(s) = £[f(t)] = 22s ω+ ω £ [ ] 22ss 1tsen dt d£1tcos ω+ ω ω = ω ω =ω (13) £ 22s s]t[cos ω+ =ω (14) • TEOREMA DO VALOR FINAL Se uma função f(t) tender a um valor constante quando t → ∞, esse valor poderá ser determinado, aplicando-se: F(s) s lim)t(flim 0st →∞→ = (15) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 8 Exemplo 5: Determine o valor final da função cuja transformada de Laplace e: 2)(s )1s(s 8,0)s(F ++ = (16) Solução: Aplicando-se o teorema do valor final, tem-se: 4,0 2)(s 1)s(s 0,8 s lim)t(f lim 0st = ++ = →∞→ (17) Exemplo 6: Determine o valor final da função cuja transformada de Laplace é: )2s(s 9,0)s(F + = (18) Comprove o resultado usando a transformada inversa. Solução: Aplicando-se o teorema do valor final tem-se: 45,0 2)s(s 0,9 s limf(t) lim 0st = + = →∞→ (19) A comprovação pode ser feita, usando-se a tabela onde se tem: )as(s K)e1( a K£ at + = − − (20) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 9 Portanto tem-se K = 0,9 e a = 2. Então f(t) = 2 9.0 (1 – e-2t) Aplicando-se 0,45f(t) lim t = ∞→ (vide figura 4) Figura 5 – Resposta no tempo. II.2 – Transformada de Laplace Inversa Conhecendo-se a transformada de Laplace de uma função, pode-se obter a função no tempo que a originou aplicando-se as técnicas de transformação inversa. Em muitos casos, pode-se usar diretamente as tabelas de transformadas de Laplace. Quando possível, deve-se aplicar as técnicas de decomposição apresentadas a seguir: DECOMPOSIÇÃO EM FRAÇÕES PARCIAIS As transformadas de Laplace são muitas vezes expressas através da relação entre dois polinômios, isto é: UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 10 )s(D )s(N)s(F = (21) Quando as raízes do polinômio forem reais e diferentes entre si, esta relação poderá ser decomposta por: !+ − + − = bs B as A)s(F (22) onde a, b, ... : raízes do polinômio D(s) e A, B, ... são constantes que podem ser determinadas pela equação: ... bs B as A )s(D )s(N + − + − = (23) As constantes A, B, ... poderão também ser determinadas aplicando-se: )s(D N(s) b)-(slimB D(s) N(s) a)-(s limA bs as → → = = (24) ... Desta forma, pode-se aplicar diretamente tabela de transformadas, onde: [ ] as Ae A£ at − = (25) Então: f(t) = A eat + B ebt + ... (26) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 11 Exemplo 7: Obtenha a função no tempo correspondente à seguinte função transformada s2s3s 1)s(F 23 ++ = (27) Solução: Inicialmente deve-se decompor o polinômio do denominador. A equação resultante é conhecida como “equação característica”. S3 + 3s2 + 2s = 0 (28) As raízes dessa equação são: s(s2 + 3s + 2) = 0 (29) A primeira raiz é s1 = 0 Resolvendo: s2 + 3s + 2 = 0 Tem-se: s2 = -1 s3 = -2 A transformada de Laplace pode, então ser escrita na forma fatorada: 2)(s )1s(s 1)s(F ++ = (30) Pode-se, agora, aplicar a decomposição em frações parciais: UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais12 2s C 1s B s A 2)(s )1s(s 1)s(F + + + += ++ = (31) Para se determinar A, B e C, aplicam-se as expressões (24): 2 1 2)(s 1)s(s s limA 0s = ++ = → (32) 1 )21(1 1 2)(s 1)s(s 1s limB 1s −= +−− = ++ + = −→ (33) 2 1 )12(2 1 2)(s 1)s(s 2s limC 2s = +−− = ++ + = −→ (34) A transformada de Laplace fica: )2s(2 1 )1s( 1 s2 1)s(F + + + −= (35) A transformada inversa pode então ser obtida, diretamente da tabela 1. 2t-t e 2 1e 2 1)t(f +−= − (36) OBS.: A transformada inversa de 1/s é o degrau unitário, que não foi indicado na expressão (36). Como toda a função só é válida para t > 0, pode-se multiplicar toda a expressão (36) por u(t), obtendo-se: )t(ue 2 1e 2 1)t(f t2t +−= −− (37) Exemplo 8: Aplique o teorema do valor final na transformada de Laplace do exemplo anterior e comprove o resultado pela resposta no tempo. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 13 Solução: Aplicando-se o teorema do valor final: 2 1 2)(s 1)s(s 1s lim F(s) s limf(t) lim 0S 0st = ++ = = → →∞→ (38) Calculando-se o valor final, diretamente da resposta no tempo: 2 1e 2 1e 2 1 lim f(t) lim t2t tt = +−= −− ∞→∞→ (39) OBS.: As transformadas inversas de funções cujas equações características têm raízes múltiplas não podem ser obtidas diretamente pelo método anterior. A solução desse problema pode ser obtida na referência [1]. II.3 – Funções de Transferência Sistemas lineares com apenas uma entrada e uma saída são comumente representados por funções de transferência. Trata-se da relação entre a transformada de Laplace da saída pela transformada de Laplace da entrada. Figura 6 – Função de transferência. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 14 Quando se conhece a equação diferencial que representa um sistema físico, pode-se facilmente obter a função de transferência, aplicando-se a transformada de Laplace. O exemplo seguinte ilustra esse método. Exemplo 9: Obtenha a função de transferência do sistema apresentado na figura 6. Considerando a força r(t) como entrada e o deslocamento x(t) como saída. Figura 7 – Sistema mecânico. Solução: Sabe-se que a equação diferencial que rege esse sistema é dada por: r(t) x(t)K dt )t(dxB dt )t(xdM 2 2 =++ (40) Aplicando-se a transformada de Laplace em ambos os lados da equação e considerando-se as condições iniciais nulas tem-se, pela expressão (10): UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 15 M s2 x(s) + Bs x(s) + K x(s) = r(s) (41) Onde: x(s) = £ [x(t)] u(s) = £ [u(t)] Então: KBsMs 1 )s(r )s(x 2 ++ = (42) A expressão (41) é a função de transferência do sistema mecânico da figura 6. Exemplo 10: Determine a função de transferência do sistema da figura 7, considerando a voltagem v(t) como entrada e a corrente como saída. Figura 8 – Circuito R – L. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 16 Solução: A equação diferencial que rege esse sistema pode ser obtida aplicando-se a lei das tensões de Kirchoff, isto é, a soma algébrica das tensões em cada malha é nula. Então: dt di(t)L i(t) R)t(v += (43) Aplicando-se a transformada de Laplace em ambos os lados da equação tem-se: V(s) = R I(s) + Ls I(s) E a função de transferência fica: RLs 1 )s(V )s(I + = (44) III – Análise de Transitórios em Sistemas Dinâmicos Lineares Quando um sistema dinâmico for perturbado, ocorrerá uma resposta que dependerá das características do sistema e da perturbação. Nesta seção, são analisadas as respostas dinâmicas de sistemas lineares de primeira e segunda ordens, isto é, regidos por equações diferenciais de primeira e de segunda ordens, respectivamente. Inicialmente, são analisados os sistemas de primeira ordem. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 17 III.1 – Sistemas de Primeira Ordem Considere um sistema dinâmico representado pela equação: )t(u)t(ay)t(y =+" (62) onde dt dy(t) representa )t(y" Aplicando-se a transformada de Laplace sY(s) + aY(s) = U(s) (63) Obtém-se a função de transferência as 1 )s(U )s(Y)s(G + == (64) É comum se representar as funções de transferência por blocos, indicando-se as entradas e saídas. Figura 10 – Representação da função de transferência A resposta no tempo y(t) dependerá da entrada u(t). Nesta seção, será considerado sempre que u(t) seja um degrau unitário e que as condições iniciais sejam nulas. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 18 Então: )as(s 1)s(Y + = (65) ou a 1T, a 1K onde , )1Ts(s K)s(Y == + = (66) A transformada inversa pode ser obtida diretamente da tabela )e1( a 1)t(y at−−= (67) ou )e1(K)t(y T t − −= (68) O gráfico da figura 11 mostra o comportamento dessa função que se estabiliza no valor K, quanto t → ∞. Figura 11 – Resposta do sistema de 1a ordem ao degrau unitário. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 19 Traçando-se uma tangente à curva, no instante t = 0, esta encontra a reta y(t) = K, no instante T. Este valor é conhecido como constante de tempo do sistema de 1a ordem. Pode-se determinar as respostas do sistema de primeira ordem a outros tipos de excitação, tais como, rampas, senóides etc [1]. Estas notas se restringem à resposta ao degrau. Exemplo 12: Determine a forma de onda da corrente quando a chave for fechada, no instante t = 0, para o circuito da figura 8. Considere: v(t) = 100 u(t) R = 2 ohm L = 0,1 ohm Solução: A equação diferencial que rege o sistema é: dt di(t) Li(t) R)t(v += Aplicando-se a transformada de Laplace: V(s) = R I(s) + Ls I(s) Substituindo-se os valores I(s) s 0,1I(s) 2 s 100 += s 0,12 1 s 100)s(I + = UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 20 Dividindo-se por 2 o numerador e o denominador tem-se: 1)s 05,0(s 50)s(I + = A resposta no tempo, conforme a equação (67) é: i(t) = 50(1 – e-20t) III.2 – Sistemas de Segunda Ordem Os sistemas dinâmicos e lineares de segunda ordem são representados por equações diferenciais do tipo: )t(rcyyby =++ """ (69) Costuma-se representar essa equação na seguinte forma: )t(ryy2y 2nn =ω+ζω+"" (70) onde ζ: coeficiente de amortecimento do sistema ωn : freqüência natural não amortecida. Aplicando-se a transformada de Laplace pode-se obter a função de transferência desse sistema, considerando-se nulas as condições iniciais: 2 nn 2 s2s 1 )s(U )s(Y ω+ζω+= (71) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 21 Dependendo do valor de ζ, o polinômio do denominador poderá ter: • 2 raízes reais e diferentes (ζ > 1) • 2 raízes reais e iguais (ζ = 1) • 2 raízes complexas conjugadas (0 < ζ < 1) • 2 raízes complexas conjugadas com parte real nula (ζ = 0) Essas quatro condições estabelecem os tipos de sistemas de segunda ordem, analisados a seguir. Caso Superamortecido ζζζζ > 1 Neste caso, o sistema apresenta 2 raízes diferentes. Por exemplo,considere que as raízes da equação característica sejam s1 e s2 . A função de transferência terá a forma: )s-(s )ss( 1 )s(U )s(Y 21− = (72) Sendo assim, pode-se facilmente determinar a resposta ao degrau aplicando-se a transformação em frações parciais. O exemplo seguinte ilustra esse caso. Exemplo 13: Determine a resposta ao degrau de um sistema regido pela seguinte função de transferência: 2s3s 1 )s(U )s(Y 2 ++ = (73) Solução: Pode-se determinar ζ e ωn. Como a forma geral da equação é: 0s2s 2nn 2 =ω+ζω+ (74) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 22 e a equação geral do sistema: s2 + 3s + 2 = 0 (75) Comparando (74) e (75): 2 32 2 n n =ω =ζω Então: 06,1 22 3 e 41,12n ==ζ==ω Trata-se portanto do caso superamortecido, onde se têm 2 raízes reais e diferentes. As raízes são: s1 = -1 s2 = -2 Então a resposta ao degrau pode ser escrita: 2)(s 1)(s 1 S 1)s(Y ++ = (76) Decompondo-se em frações parciais 2s C 1s B s A 2)(s )1s(s 1 + + + += ++ (77) onde: UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 23 2 1 2)1)(ss(s s limA 1S = ++ = −→ (78) 1 2)1)(ss(s 1s limB 1S −= ++ + = −→ (79) 2 1 2)1)(ss(s 2s limC 2S = ++ + = −→ (80) Desta forma, a transformada de Laplace da resposta ao degrau fica: 2s 2/1 1s 1 s 2/1)s(Y + + + −= (81) Da tabela I obtém-se a função no tempo u(t) ee 2 1)t(y t2t +−= −− (82) Caso Subamortecido 0 < ζζζζ < 1 Neste caso, as raízes da equação característica serão dois valores complexos conjugados. Pode-se demonstrar (vide [1]) que, nesse caso, a resposta ao degrau unitário, considerando-se nulas as condições iniciais será: y(t) = ζ ζ− +ω ζ− − ζω− 2 d2 t 1 arctgtsen 1 e1 n (83) onde 2 nd 1 ζ−ω=ω (84) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 24 O gráfico da figura 12 mostra que a resposta no tempo é oscilatória, se estabilizando em y = 1. Figura 12 – Resposta ao degrau de um sistema de 2a ordem subamortecido. Caso Criticamente amortecido ζζζζ = 1 Neste caso, as raízes da equação características serão reais e iguais. A resposta ao degrau (vide [1]) será: y(t) = 1 – cos ωn t (85) O gráfico da figura 13 mostra que a resposta ao degrau, para o sistema criticamente amortecido é bastante semelhante ao caso subamortecido. A vantagem desse caso é que se atinge mais rapidamente o valor de regime permanente. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 25 Figura 13 – Resposta ao degrau de um sistema de 2a ordem criticamente amortecido. Caso Não-Amortecido ζζζζ = 0 Nesse caso, a resposta ao degrau senóide não amortecida. Pode-se deduzir a sua expressão fazendo-se ζ = 0 em (83), obtendo-se: (86) O gráfico da figura 14 ilustra a resposta ao degrau. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 26 Figura 14 – Resposta ao degrau de um sistema não-amortecido. IV – Álgebra de Blocos Os sistemas dinâmicos mais complexos são compostos de diversas unidades interligadas e que interagem entre si. Para simplificar a sua representação cada uma dessas unidades ou blocos pode ser representada por sua função de transferência. Pode-se então obter a função de transferência global do sistema fazendo-se a composição desses blocos. A seguir são apresentadas as principais operações da álgebra de blocos. Blocos em Série Sejam os blocos da figura 15 com as funções de transferência G1(s) e G2(s). Figura 15 – Blocos em série. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 27 Como U1(s) = G1(s) U(s), e Y(s) = G2(s) U1(s), (87) tem-se Y(s) = G2(s) G1(s) U(s) Portanto, a função de transferência do sistema global será: )s(G )s(G )s(U )s(Y 21= (88) Sendo assim, a função de transferência do sistema é igual ao produto das funções de transferência de cada bloco. Exemplo 14: Qual a função de transferência do sistema equivalente. Figura 16 – Blocos em série. Solução: A função de transferência será: )2s)(1s( 5.1 )s(U )s(Y ++ = Blocos em Paralelo Considere um sistema com duas entradas e uma saída como na figura 17. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 28 Figura 17 – Blocos em paralelo. Observe que, nesse caso foi usado o bloco somandor. Figura 18 – Somador Trata-se de uma representação que pode ser usada para adições e subtrações com qualquer número de entradas. O resultado Y(s) será: Y(s) = G1(s).U1(s) + G2(s) U2(s) (89) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 29 Blocos em Realimentação O arranjo mostrado na figura 19 é a base dos sistemas de controle automáticos, onde se deseja que a saída y(t) acompanhe a entrada u(t). Para tanto, através de um somador, calcula-se o erro de controle e(t) que é usado como excitação. Figura 19 – Sistema com realimentação. Para se deduzir a saída Y(s) basta aplicar: Y(s) = G(s) . E(s) (90) Como E(s) = U(s) – H(s) Y(s) (91) Então Y(s) = G(s) (U(s) – H(s) Y(s)) Donde: )s(H)s(G1 )s(G )s(U )s(Y + = (92) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 30 Exemplo 15: Determine o bloco equivalente ao seguinte arranjo Figura 20 – Exemplo de realimentação Solução: Por se tratar de um sistema realimentado, basta aplicar a expressão (92) 2s 1 . 1s 21 1S 2 )s(U )s(Y ++ + + = Portanto: 4s3s 2 )s(U )s(Y 2 ++ = Exercício 4: Determine o bloco equivalente Figura 21 – Sistema com realimentação unitária. UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 31 Solução: Nesse caso, tem-se: 1 H(s) e 1s 1)s(G = + = então: 2s 1 )s(U )s(Y + = Sistemas com mais de uma Entrada Nas indústrias, são muito comuns os processo com diversas entradas. Nesses casos, pode-se aplicar o princípio da superposição dos sistemas lineares para se determinar a saída. A figura 22 apresenta um caso com 2 entradas. Figura 22 – Sistema com duas entradas. Nesse caso, considera-se, inicialmente P(s) = 0, calculando-se Y1(s) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 32 Figura 23 – Considerando-se P(s) = 0. Então: )s(U )s(H)s(G)s(G1 )s(G)s(G )s(Y 21 21 1 + = (93) Considera-se, em seguida, U(s) = 0 e calcula-se Y2(s). Observa-se que, nesse caso, a realimentação passa a ser G1(s) H(s). Figura 24 – Considerando-se U(s) = 0. Então: )s(P )s(H)s(G)s(G1 )s(G)s(Y 21 2 2 + = (94) UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 33 A saída Y(s) será, então, a soma de Y1(s) e Y2(s): )s(P )s(H)s(G)s(G1 )s(G )s(U )s(H)s(G)s(G1 )s(G)s(G )s(Y 21 2 21 21 + + + = (95) Exemplo 16: No sistema da figura 22, determine Y(s), considerando: 1S 1)s(G1 + = 3S 2)s(G2 + = H(s) = 1 e U(s) = P(s) = degrau unitário.Solução: Sendo U(s) = P(s) = 1/s, tem-se pela expressão (95): s 1. 3s 2. 1s 11 3s 2 s 1. 3s 2. 1s 11 3s 2. 1s 1 )s(Y ++ + ++ ++ + ++ = 23)1)(s(s 1)2(s s 1 23)1)(s(s 2 s 1)s(Y +++ + + +++ = )6s4s(s 4s 2)s(Y 2 ++ + = UnilesteMG – Curso de Especialização em Controle de Processos Industriais Técnicas de Controle de Processos Industriais 34 Exercício 5: Determine o bloco equivalente. Figura 25 – Exemplo de sistema com 2 malhas. Solução: Inicialmente determina-se )s(U )s(Y 1 = Em seguida, obtém-se = )s(U )s(Y
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