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TEXTO CONTEXTUALIZANDO EMPREENDEDORISMO


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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA 
 
EMPREENDEDORISMO 
 
Unidade 1 - O Perfil Empreendedor 
 
Aula 1 
 
CONTEXTUALIZANDO EMPREENDEDORISMO 
O conceito de empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil, nos últimos 
anos, intensificando-se no final da década de 1990, mas tendo o período de 2000 a 
2010 como um marco na consolidação do tema e de sua relevância para o país. 
No caso brasileiro, a preocupação com a criação de pequenas empresas 
duradouras e a necessidade de diminuição das altas taxas de mortalidade desses 
empreendimentos são, sem dúvida, motivos para a popularidade do termo 
empreendedorismo, que tem recebido atenção especial por parte do governo e de 
entidades de classe. 
Uma das consequências deste cenário foi o aumento no número de demissões. 
Com problemas de estabilização da economia e da competitividade, gerada pela 
globalização, muitas grandes empresas brasileiras tiveram de procurar alternativas 
para manter-se no mercado. 
Este aumento do índice de desempregos, fez com que muitos ex-funcionários, 
sem alternativa, decidissem abrir seu próprio negócio. Muitos ficaram na economia 
informal, motivados pela falta de crédito, pelo excesso de impostos e pelas ainda altas 
taxas de juros. Houve ainda aqueles motivados pela nova economia, a internet, que 
teve seu ápice de criação de negócios pontocom entre os anos de 1999 e 2000. 
Devem ser considerados, também, os que herdam os negócios dos pais ou 
parentes e que dão continuidade a empresas criadas há décadas. 
Essa conjunção de fatores somados e o ímpeto do brasileiro em ser dono do 
próprio nariz, buscar a independência através do próprio negócio e da relevância das 
micro e pequenas empresas para a economia do país despertaram discussões a 
respeito do tema empreendedorismo, com crescente ênfase para pesquisas 
relacionadas ao assunto no meio acadêmico, e, também, com a criação de programas 
específicos voltados ao público empreendedor. 
 
Um exemplo foi o caso do programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, 
criado em 1999 com o objetivo de capacitar mais de um milhão de empreendedores 
brasileiros na elaboração de planos de negócios. 
Outra iniciativa é o Programa Empreendedor Individual, instituído em 2008, 
voltado para formalização de empreendedores que mantinham seus negócios na 
informalidade. 
Dados publicados pelo Sebrae, em 2010, mostram que no período de 2000 a 
2008 o número de micro e pequenas empresas passou de 4,1 milhões para 5,7 
milhões. 
As micros e as pequenas empresas representam: 
 98% das empresas existentes no País; 
 21% do PIB (Produto Interno Bruto); 
 52% do total de empregos com carteira assinada; 
 29,4% das compras governamentais; 
 10,3 milhões de empreendedores informais; 
 4,1 milhões de estabelecimentos rurais familiares; 
 85% do total dos estabelecimentos rurais. 
A evolução do empreendedorismo no mundo pode ser acompanhada a partir de 
1999 com os relatórios produzidos pelo projeto GEM (Global Entrepreneurship 
Monitor). Este projeto tem como objetivo medir a atividade empreendedora dos países 
e observar seu relacionamento com o crescimento econômico. Desde 2000, o Brasil 
participa dessa pesquisa, feita sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Qualidade e 
Produtividade do Paraná (IBQP-PR) e com o apoio do Sebrae. 
Mesmo havendo uma evolução recente no índice de sobrevivência das micro e 
pequenas empresas, o empreendedor precisa ficar atento ao ambiente de negócios, 
que ainda não é dos mais convidativos no Brasil. O empreendedor deve sempre buscar 
se desenvolver de forma contínua, pois a concorrência aumenta conforme melhoram as 
condições para se empreender. 
De acordo com os relatórios do GEM, as principais barreiras para a propagação 
do empreendedorismo no Brasil são: 
 políticas governamentais que impõem alta carga tributária elevados encargos 
trabalhistas e excesso burocrático-regulatório; 
 sistema educacional insuficiente, tanto para preparação de mão de obra quanto 
para desenvolvimento do espírito e das habilidades do empreendedorismo entre 
os estudantes; e 
 a forte cultura de buscar um emprego na esfera pública e nas grandes empresas 
privadas.