Buscar

curso 40197 aula 00 v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 88 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 88 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 88 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 00
Legislação Aplicada ao MPU e ao CNMP p/ MPU 2017/2018 (Todos os Cargos - Analista)
- Com videoaulas
Professor: Renan Araujo
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA DEMONSTRATIVA 
AULA DEMONSTRATIVA: O MINISTƒRIO PòBLICO NA 
CONSTITUI‚ÌO DA REPòBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MP. 
SUMçRIO 
1 O MINISTƒRIO PòBLICO NA CONSTITUI‚ÌO FEDERAL ............................... 6 
1.1 Natureza .............................................................................................. 6 
1.2 Estrutura e abrangncia ....................................................................... 9 
1.3 Fun›es institucionais ........................................................................ 14 
1.4 Princ’pios Institucionais ..................................................................... 22 
1.4.1 Princ’pio da Unidade ........................................................................... 23 
1.4.2 Princ’pio da Indivisibilidade ................................................................. 23 
1.4.3 Princ’pio da independncia funcional ..................................................... 25 
1.5 Garantias e veda›es aos membros do MP ......................................... 25 
1.5.1 Garantias dos membros do MP ............................................................. 25 
1.5.2 Veda›es constitucionais aos membros do MP ........................................ 28 
1.6 Autonomia do MP ............................................................................... 30 
1.6.1 Da autonomia funcional ...................................................................... 30 
1.6.2 Da autonomia administrativa ............................................................... 32 
1.6.3 Da autonomia financeira e orament‡ria ............................................... 33 
1.7 CNMP ................................................................................................. 35 
2 RESUMO DO CONCURSEIRO ...................................................................... 38 
3 EXERCêCIOS DA AULA ............................................................................... 42 
4 EXERCêCIOS COMENTADOS ....................................................................... 55 
5 GABARITO ................................................................................................ 83 
 
Ol‡, meus amigos! 
 
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo 
ESTRATƒGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir 
para a aprova‹o de vocs no concurso do MINISTƒRIO PòBLICO DA 
UNIÌO. N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre 
LEGISLA‚ÌO INSTITUCIONAL (ORGANIZA‚ÌO DO MP), matŽria que 
ser‡ cobrada para TODOS OS CARGOS DE ANALISTA. 
E a’, povo, preparados para a maratona? 
O edital ainda n‹o foi publicado, mas h‡ fortes expectativas 
no sentido de que seja publicado em breve! A Banca, 
provavelmente, ser‡ o CESPE! 
Bom, est‡ na hora de me apresentar a vocs, n‹o Ž? 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de 
Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da 
UERJ. Antes, porŽm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde 
exerci o cargo de TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito 
pela UNESA e p—s-graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama 
Filho. 
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos 
Pœblicos. Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria 
para a minha vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas 
pessoas me perguntam como consegui sucesso nos concursos em t‹o 
pouco tempo. Simples: Foco + Fora de vontade + Disciplina. N‹o h‡ 
f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente secreto! Basta querer e correr atr‡s do 
seu sonho! Acreditem em mim, isso funciona! 
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de 
concurseiro, poder colaborar para a aprova‹o de outros tantos 
concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a 
aprova‹oÓ, n‹o estou falando apenas por falar. O EstratŽgia Concursos 
possui ’ndices alt’ssimos de aprova‹o em todos os concursos! 
Neste curso vocs receber‹o todas as informa›es necess‡rias para 
que possam ter sucesso no concurso do MPU. Acreditem, vocs n‹o v‹o 
se arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua 
aprova‹o, com sua vaga, ou seja, com voc! 
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc 
ainda n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos 
Ž a melhor escolha. Eu entendo voc, j‡ estive deste lado do computador. 
Ës vezes Ž dif’cil escolher o melhor material para sua prepara‹o. Contudo, 
alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia‹o do curso. 
De um curso desta mesma matŽria (Legisla‹o Institucional do 
MP). Vejam que, dos 53 alunos que avaliaram o curso, todos o aprovaram. 
Um percentual de... 100%. Logo abaixo existem alguns depoimentos. 
N‹o deu para colocar todos, pois s‹o inœmeros! Estes s‹o s— os primeiros. 
Vejam que tambŽm tivemos cr’ticas, e s‹o estas cr’ticas que nos 
permitem aprimorar nosso material a cada dia! 
Mas se voc ainda acha que isso pode ter sido mera coincidncia, 
vejam o que disseram os meus alunos do MP-RJ (ministrado em 2016): 
 
 
Percebam que 0,87% dos alunos n‹o gostaram do curso. 
Entendemos esses alunos e buscamos, sempre, melhorar a qualidade do 
produto que oferecemos. Essa Ž a nossa meta, melhorar SEMPRE. 
Sabemos que a perfei‹o Ž inating’vel, mas o importante Ž busc‡-la 
sempre. 
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc acha 
que pode estar dentro daqueles 0,87%. Em raz‹o disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa 
analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? 
Pois bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc o prazo de 30 DIAS para 
testar o material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, 
analisar detidamente o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro. 
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! 
N‹o temos medo de dar a voc essa liberdade. 
Bom, como j‡ adiantei, neste curso estudaremos todo o conteœdo de 
Legisla‹o Institucional estimado para o Edital. Vamos nos basear 
no edital do œltimo concurso. Estudaremos teoria e vamos trabalhar 
tambŽm com exerc’cios comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 !
AULA CONTEòDO DATA 
Aula 
DEMO 
O MP na Constitui‹o Federal. O 
CNMP na Constitui‹o. 15/09 
Aula 01 
Lei Org‰nicaNacional do MPU (LC 
75/93) Ð Parte I 25/09 
Aula 02 
Lei Org‰nica Nacional do MPU (LC 
75/93) Ð Parte II 05/10 
Aula 03 Lei Org‰nica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte III 15/10 
Aula 04 Lei Org‰nica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte IV 25/10 
Aula 05 Lei Org‰nica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte V 04/11 
 
As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram 
cobradas recentemente em concursos pœblicos. Como nossa 
matŽria possui um Banco de quest›es MUITO reduzido, em algumas 
aulas eu mesmo irei elaborar algumas quest›es. 
Outro detalhe importante: Como n‹o sabemos ainda qual ser‡ a 
Banca que ir‡ organizar o concurso, vamos utilizar quest›es de diversas 
Bancas consagradas do pa’s, dando nfase ˆs quest›es do CESPE 
(prov‡vel Banca do certame). 
AlŽm da teoria e das quest›es, vocs ter‹o acesso a duas 
ferramentas muito importantes: 
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi 
estudado, variando de 02 a 08 p‡ginas (a depender do tema), 
indo direto ao ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal 
para quem est‡ sem muito tempo. 
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: 
basta perguntar ao professor Vin’cius Silva, que ir‡ 
responder suas dœvidas no f—rum de dœvidas exclusivo para os 
alunos do curso. 
 
AlŽm do material em PDF, teremos tambŽm videoaulas, que ficar‹o a 
cargo do Prof. Tiago Zanolla. 
 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 E-mail: profrenanaraujo@gmail.com 
 Periscope: @profrenanaraujo 
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia 
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br 
Youtube: 
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ 
 
Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legisla‹o sobre direitos autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. 
;-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 1! O MINISTƒRIO PòBLICO NA CONSTITUI‚ÌO 
FEDERAL 
1.1!Natureza 
 Quando o termo ÒMinistŽrio PœblicoÓ vem ˆ mente, alguns tendem a 
associ‡-lo ao Poder Judici‡rio, como acontece com a Defensoria Pœblica. 
PorŽm, isso Ž um erro grave, pois nem o MP nem a Defensoria Pœblica 
integram o Judici‡rio. 
 Nos termos da Constitui‹o: 
Art. 127. O MinistŽrio Pœblico Ž institui‹o permanente, essencial ˆ fun‹o 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jur’dica, do 
regime democr‡tico e dos interesses sociais e individuais indispon’veis. 
 
O que se entende por Òessencial ˆ fun‹o jurisdicional do EstadoÓ? 
Alguns de vocs j‡ devem saber, outros n‹o, que o Estado (em sentido 
amplo, sin™nimo de Governo Soberano) possui algumas fun›es: 
Administrativa, legislativa e jurisdicional. Cada uma Ž exercida por um 
Poder: A primeira pelo executivo, a segunda pelo legislativo e a terceira 
pelo Judici‡rio. Nas aulas de Constitucional vocs ver‹o que, na verdade, 
cada Poder exerce ÒprecipuamenteÓ e n‹o exclusivamente cada fun‹o, 
mas isso n‹o Ž para o nosso bico, por enquanto! 
 Bom, partindo dessa premissa, ao Judici‡rio incumbe exercer a 
fun‹o jurisdicional, que Ž, grosso modo, dizer quem tem o direito num 
determinado caso concreto. O MinistŽrio Pœblico, assim, Ž uma 
Institui‹o (n‹o um ÒenteÓ, pois esse termo s— se aplica aos entes 
federados: Uni‹o, estados, DF e munic’pios) que caminha 
paralelamente ao Judici‡rio, contribuindo para o bom exerc’cio da 
fun‹o jurisdicional. 
 Mas professor, se ele contribui de maneira Òt‹o essencialÓ ˆ 
fun‹o jurisdicional do Estado, por que n‹o enquadr‡-lo como 
integrante do Poder Judici‡rio? Por que: 
§! O MP n‹o tem o Poder de dizer o Direito O MinistŽrio Pœblico 
n‹o tem a atribui‹o de, no caso concreto, dizer quem est‡ amparado 
pelo Direito, isso Ž privativo dos —rg‹os de execu‹o do Judici‡rio 
(Ju’zes, colegiados dos Tribunais, etc.); O MP funciona apenas 
como parte e custos legis (fiscal do fiel cumprimento da lei), 
ou seja, contribui para que o Judici‡rio faa seu papel. Quando se 
ouve pela m’dia que ÒO Promotor fulano decretou a pris‹o preventiva 
de alguŽmÓ, estamos a ouvir (ou ler!) um tremendo absurdo! O 
promotor n‹o decreta a pris‹o de ninguŽm, ele apenas 
ÒrequerÓ (pede) a pris‹o de alguŽm, e isso constitui uma de suas 
principais fun›es de aux’lio ao Judici‡rio;!
!
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 
§! O MinistŽrio Pœblico est‡ FORA do cap’tulo destinado pela 
Constitui‹o ao Judici‡rio A Constitui‹o Ž dividida em T’tulos, 
Cap’tulos, Se›es, etc. O Poder Judici‡rio est‡ inclu’do no T’tulo IV 
(Da Organiza‹o dos Poderes), Cap’tulo III (Do Poder Judici‡rio). 
J‡ o MP est‡ inserido no mesmo T’tulo IV (Da Organiza‹o dos 
Poderes), mas no cap’tulo IV (Das Fun›es Essenciais ˆ Justia), 
Se‹o I (Do MinistŽrio Pœblico). Vejam que, embora o MP esteja no 
mesmo T’tulo em que est‡ o Judici‡rio (Da organiza‹o dos Poderes), 
ele est‡ em outro cap’tulo (Das Fun›es Essenciais ˆ Justia). ÒIsso 
quer dizer que, embora n‹o seja parte do Judici‡rio, ele Ž um Poder 
aut™nomo?Ó N‹o! Os Poderes s‹o apenas trs, o Executivo, o 
Legislativo e o Judici‡rio, e n‹o sou eu quem diz, Ž a pr—pria 
CRFB/88, vejamos: ÒArt. 2¼ S‹o Poderes da Uni‹o, independentes e 
harm™nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judici‡rio.Ó 
Assim, podemos concluir que:!
 
 
¥! O MP n‹o Ž institui‹o integrante do 
Judici‡rio;!
¥! O MP n‹o Ž um Poder da Repœblica Federativa 
do Brasil;!
¥! O MP Ž uma Institui‹o, cuja finalidade Ž 
auxiliar no exerc’cio da Jurisdi‹o, seja como 
parte ou como fiscal do cumprimento da lei no 
processo (Custos legis), em sua atua‹o judicial. 
AlŽm disso, o MP atua fora do processo, fora do 
Judici‡rio, quando sua atua‹o Ž chamada de 
extrajudicial. De toda forma, em sua atua‹o o MP est‡ 
SEMPRE DEFENDENDO OS INTERESSES DA 
SOCIEDADE, e nunca de um indiv’duo isoladamente.!
 
Algumas pessoas pensam, ainda, que o MinistŽrio Pœblico integra o 
Executivo. ABSURDAMENTE ERRADO! Eu vou falar bem alto para vocs 
n‹o se esquecerem: O MP n‹o faz parte de NENHUM Poder! E tambŽm 
n‹o Ž um ÒquartoÓ Poder! 
 
HISTîRIA. O MP n‹o integra nenhum dos Poderes, mas nem sempre foi 
assim. Sob a vigncia da Constitui‹o de 1967, o MinistŽrio Pœblico era 
parte integrante do Poder Judici‡rio. Com a Constitui‹o de 1969, o 
MP deixou de fazer parte da estrutura do Judici‡rio e passou a 
integrar o Poder Executivo. Essa situa‹o perdurou atŽ a promulga‹o 
da Constitui‹o de 1988, que vige atŽ hoje, quando o MinistŽrio Pœblico 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria equest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 passou a n‹o mais integrar qualquer dos trs poderes, sendo alado ˆ 
condi‹o de Institui‹o independente, a fim de que sua atividade fosse 
desempenhada sem qualquer ameaa. 
Imaginem se o MP fosse vinculado ao Executivo? A possibilidade 
de existncia de press›es internas e manobras pol’ticas para que n‹o 
houvesse uma atua‹o rigorosa contra os Òamigos do governoÓ seria 
grande! Desta forma, podemos dizer que o MP vive hoje a plenitude 
de sua independncia. 
E mais, meus caros alunos, o MP tambŽm NÌO SE ASSEMELHA AOS 
DEMAIS MINISTƒRIOS. Os diversos MinistŽrios que conhecemos (Da 
Justia, da Economia, do Planejamento) s‹o —rg‹os vinculados ao Poder 
Executivo, podendo ser criados, extintos, ter suas fun›es delegadas. O MP 
n‹o pode ser extinto (isso est‡ expresso na Constitui‹o) nem ter suas 
fun›es delegadas a qualquer outro —rg‹o ou Institui‹o. 
Grifei a palavra җrg‹oÓ para que vocs percebam que utilizei um 
termo diferente do que utilizo para definir o MP. O MP n‹o Ž îrg‹o, e sim 
Institui‹o. Mas qual a Diferena? A diferena Ž que um îrg‹o Ž algo 
dotado de algumas fun›es e que comp›e uma determinada Organiza‹o. 
No caso dos MinistŽrios, eles s‹o —rg‹os que comp›em a Organiza‹o do 
Poder Executivo. J‡ o MP n‹o Ž îrg‹o porque simplesmente n‹o comp›e 
nenhuma Organiza‹o. O MP Ž a pr—pria Organiza‹o, e dentro do MP h‡ 
seus pr—prios îrg‹os (De administra‹o, de execu‹o, etc.). 
Mas professor, se o MP n‹o Ž um Òquarto PoderÓ nem integra 
nenhum dos outros trs, a quem est‡ vinculado o MP? O MP n‹o est‡ 
vinculado a Poder nenhum. Como j‡ disse, Ž Institui‹o independente. 
ƒ, juntamente com a Defensoria Pœblica, e com a Advocacia (Pœblica e 
Privada), uma das Fun›es essenciais ˆ Justia. Cada uma dessas fun›es 
contribui de uma forma para a Justia do nosso pa’s. A Defensoria Pœblica 
atende aos interesses dos hipossuficientes (aqueles que n‹o possuem 
recursos para pagar um advogado), seja judicial ou extrajudicialmente. A 
Advocacia Pœblica Ž formada pelas Procuradorias dos Entes federados 
(Uni‹o, estados e munic’pios), que s‹o —rg‹os cuja fun‹o Ž DEFENDER 
OS INTERESSES DOS ENTES PòBLICOS (INTERESSES DO 
GOVERNO). A advocacia privada Ž formada pelos advogados particulares, 
que representam as pessoas (que podem pagar por eles) em Ju’zo ou fora 
dele. 
J‡ o MP tem a fun‹o de DEFENDER OS INTERESSES DA 
SOCIEDADE, OS INTERESSES COLETIVOS E DIFUSOS. O MP n‹o 
defende os interesses do Governo, e sim da SOCIEDADE, de todos n—s! 
Vejam o esquema sobre as Fun›es essenciais ˆ Justia e o Judici‡rio: 
		 
 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
 
Observem que o MinistŽrio Pœblico gravita ao redor do Judici‡rio. Isso 
quer dizer que ele Ž dependente do Judici‡rio? N‹o! Isso quer dizer 
que, assim como as demais Fun›es Essenciais ˆ Justia, o MP 
auxilia o Judici‡rio em seu dever Constitucional de fazer Justia. E 
o MP pode fazer isso quando atua em Ju’zo ou quando, mesmo fora de um 
processo judicial, contribui para a Justia, fazendo um acordo com alguŽm 
que esteja causando dano ambiental, por exemplo, evitando que seja 
iniciado um processo judicial. 
Pronto! Agora voc que voc j‡ conhece a Natureza Jur’dica do MP, 
podemos estudar a abrangncia do MinistŽrio Pœblico. 
 
1.2!Estrutura e abrangncia 
Nos termos da Constitui‹o: 
Art. 128. O MinistŽrio Pœblico abrange: 
I Ð o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o, que compreende: 
a) o MinistŽrio Pœblico Federal; 
b) o MinistŽrio Pœblico do Trabalho; 
c) o MinistŽrio Pœblico Militar; 
d) o MinistŽrio Pœblico do Distrito Federal e Territ—rios; 
II Ð os MinistŽrios Pœblicos dos Estados. 
 
JUDICIÁRIO
MINISTÉRIO	
PÚBLICO
DEFENSORIA	
PÚBLICA
ADVOCACIA	
PÚBLICA
ADVOCACIA	
PRIVADA
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 A partir da leitura deste artigo, podemos compreender que existem 
duas grandes divis›es: O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o e o MinistŽrio Pœblico 
dos Estados. 
 
 
 
O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o, como o pr—prio nome j‡ diz, Ž vinculado 
ˆ Uni‹o (Um dos entes federados da nossa Federa‹o), e possui quatro 
ramifica›es: O MinistŽrio Pœblico Federal, o MinistŽrio Pœblico do Trabalho, 
o MinistŽrio Pœblico Militar e o MinistŽrio Pœblico do DF e Territ—rios. 
 
Sobre o MinistŽrio Pœblico junto ao TCU, este Ž um ponto que merece 
destaque. Este ÒMinistŽrio PœblicoÓ, apesar do nome, NÌO INTEGRA O 
MINISTƒRIO PòBLICO DA UNIÌO, TAMPOUCO O MINISTƒRIO 
PòBLICO DOS ESTADOS. Esse —rg‹o, apesar do nome, n‹o faz parte 
do MP. Ele integra a estrutura do TCU, que Ž vinculado ao legislativo, e 
sua fun‹o Ž fiscalizar o cumprimento das leis que se referem ˆs finanas 
pœblicas. Ele auxilia o TCU na execu‹o de sua fun‹o, que Ž a fiscaliza‹o 
cont‡bil, financeira, orament‡ria, operacional e patrimonial da Uni‹o e 
das entidades da administra‹o direta e indireta. 
O mesmo racioc’nio se aplica aos MinistŽrios Pœblicos que atuam 
junto aos TCE (Tribunais de Contas dos Estados). 
 
RAMOS	DO	
MPU
RAMOS
MP	
BRASILEIRO
MINISTÉRIO
PÚBLICO
MPU
MPF
MPM
MPT
MPDFT
MPE
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 O MPU tem por chefe o Procurador-Geral da Repœblica. 
Lembrem-se, o chefe do MPU n‹o Ž o Presidente da Repœblica, esse Ž o 
chefe do Poder Executivo da Uni‹o. O Procurador-Geral da Repœblica (PGR) 
Ž nomeado pelo Presidente da Repœblica, ap—s aprova‹o por maioria 
absoluta do Senado Federal, dentre membros da carreira, maiores de 35 
anos, para mandato de dois anos, permitida a recondu‹o. 
 CUIDADO! No caso de recondu‹o, DEVE HAVER NOVA 
APROVA‚ÌO PELO SENADO! 
O fato de o PGR ser nomeado pelo Presidente da Repœblica n‹o 
faz com que o PGR (E o MPU) seja vinculado ao Presidente, nem ao 
Executivo, pois quando o presidente o faz, o faz como Chefe de 
Estado, e n‹o como Chefe de Governo. Como Chefe de Estado, o 
Presidente ÒpresentaÓ a Repœblica Federativa do Brasil. J‡ como Chefe de 
Governo ele Ž o Chefe do Executivo da Uni‹o. Para os que ainda n‹o sabem, 
Repœblica Federativa do Brasil e Uni‹o s‹o coisas distintas. A primeira Ž o 
Estado Soberano, o Brasil. J‡ a segunda Ž um dos entes federados que 
fazem parte da Repœblica. A primeira Ž soberana, a segunda Ž meramente 
aut™noma (Isso deve ser aprofundado em Direito Constitucional). 
Alguns autores dizem que a nomea‹o do PGR pelo Presidente Ž uma 
contradi‹o, um rano que herdamos da Constitui‹o anterior, pois l‡ o MP 
integrava o executivo, ent‹o faria algum sentido a nomea‹o pelo 
Presidente. Eu discordo, prefiro a explica‹o que dei a vocs, pois entendo 
que seja doutrinariamente mais apropriada. 
Assim, o processo de escolha do PGR deve preencher alguns 
requisitos: Membro da Carreira + possua mais de 35 anos + 
Nomea‹o pelo Presidente da Repœblica + Aprova‹o por maioria 
absoluta do Senado Federal. 
 Atentem para o fato de que a aprova‹o se d‡ por maioria absoluta 
do SENADO FEDERAL, n‹o da C‰mara, nem do Congresso! O Congresso 
Nacional Ž composto por duas casas: O Senado Federal e a C‰mara dos 
Deputados. ƒ a primeira delas (O Senado Federal) quem deve aprovar a 
nomea‹o do PGR. 
Mas professor, qualquermembro do MinistŽrio Pœblico da 
Uni‹o pode ser PGR? POLæMICA! Embora a Constitui‹o fale em 
Òmembro da carreiraÓ, o que daria a entender que qualquer membro do 
MPU (Do MPF, MPT, MPM ou MPDFT) poderia ser nomeado, somente os 
membros do MinistŽrio Pœblico Federal podem vir a ser Procurador-
Geral da Repœblica, pois o PGR Ž o chefe do MPU e do MPF. O MP brasileiro 
n‹o possui um ÒchefeÓ, mas cada MP possui o seu. O chefe do MPU e do 
MPF Ž o PGR e os chefes dos MPÕs dos Estados s‹o os Procuradores-
Gerais de Justia de cada estado-membro. 
 Mas se o PGR Ž o chefe do MPU e do MPF, quem Ž o chefe do 
MPT, do MPM e do MPDFT? Cada um possui seu chefe, que Ž um 
Procurador-Geral. O esquema abaixo pode ajudar: 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 Por esse esquema fica claro que o PGR acumula duas fun›es, a 
de Chefe do MPF e a de Chefe do MPU. Vemos, tambŽm, que cada um 
dos MPs que comp›em o MPU tem seu chefe e que, dentre esses quatro, 
SEMPRE O CHEFE DO MPF SERç O CHEFE DO MPU. 
Existem, ainda, outras raz›es para acreditar que somente os 
membros do MPF podem ser PGR: 
¥! O PGR Ž chefe do MPU e do MPF, logo, como poderia o PGR ser chefe 
do MPF e oriundo do MPT, por exemplo? 
¥! O MPF Ž o œnico legitimado a atuar perante o STF e o STJ. Assim, 
como poderia o PGR atuar perante o STF e o STJ pertencendo ao MPT, 
MPM ou MPDFT? 
¥! H‡ PEC 307/08 tramitando no Congresso com a inten‹o de alterar a 
Constitui‹o para que o PGR possa ser escolhido dentre todos os 
membros do MPU. Ora, se h‡ PEC nesse sentido, Ž porque atualmente 
n‹o Ž assim que funciona. 
 
Contudo, embora esse entendimento seja o correto, o CESPE, por 
exemplo, entende que QUALQUER MEMBRO DO MPU pode se tornar 
PGR, seguindo a literalidade do que consta na Constitui‹o Federal. 
Inclusive, isso j‡ foi objeto de prova, e o CESPE adotou este 
entendimento! 
Como agir na prova, ent‹o? Sugiro que vocs adotem como 
CORRETA qualquer alternativa que diga exatamente o que est‡ na 
Constitui‹o, ou seja, que o PGR pode ser qualquer Òmembro da carreiraÓ, 
CHEFES DOS	
RAMOS	DO	
MPU
CHEFIA	DO	
MPU	E	DOS	
MPs	
ESTADUAIS
CHEFIA	DO	
MP
CHEFES DO	MP
MPU (PGR)
MPF	(PRÓPRIO	
PGR)
MPT	(PGT)
MPM	(PGJM)
MPDFT	
(PGJDFT)
MPEs (PGJs)
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 que seria sin™nimo de Òmembro do MPUÓ, mesmo, na pr‡tica, estando isso 
errado. 
O PGR s— pode ser destitu’do por iniciativa do Presidente da Repœblica 
ou por vontade pr—pria. Na primeira hip—tese, a destitui‹o s— ocorre se 
houver aprova‹o por maioria absoluta do Senado Federal. Isso 
ocorre porque essa Ž a forma pela qual o PGR Ž nomeado. Assim, para sua 
destitui‹o, Ž necess‡rio que seja adotado o mesmo procedimento. Esse Ž 
o que chamamos de Princ’pio do paralelismo das formas (ou 
homologia). 
 J‡ vimos que o PGR Ž nomeado pelo Presidente da Repœblica, ap—s 
cumpridos alguns requisitos. Mas, como se d‡ a nomea‹o dos chefes 
dos outros MPs que comp›em o MPU? Vamos l‡: 
 O Procurador-Geral do Trabalho e o Procurador-Geral da 
Justia Militar, Chefes do MPT e do MPM, respectivamente, s‹o 
nomeados pelo Procurador-Geral da Repœblica, dentre membros das 
respectivas carreiras. J‡ o Procurador-Geral de Justia do DF e 
Territ—rios NÌO ƒ NOMEADO PELO PGR! O Procurador-Geral de 
Justia do DF e Territ—rios Ž nomeado pelo PRESIDENTE DA 
REPòBLICA, dentre uma lista tr’plice encaminhada ap—s escolha pelos 
membros do MPDFT. O PGR apenas d‡ posse ao novo PGJDFT. 
 CUIDADO! Algumas pegadinhas podem ser feitas com rela‹o a isso. 
Como os Procuradores-Gerais de Justia dos MPÕs dos estados s‹o 
nomeados pelo Governador do estado, e como o DF tem natureza jur’dica 
assemelhada a um estado-membro, fiquem atentos, pois a banca pode 
lanar uma quest‹o dizendo que o Procurador-Geral de Justia do DF Ž 
nomeado pelo Governador Distrital do DF. Isso est‡ ERRADO! 
A forma de destitui‹o do Procurador-Geral de Justia do MPDFT 
tambŽm Ž a mesma prevista para a destitui‹o dos Procuradores-Gerais 
dos MPÕs dos estados-membros. Nos termos da Constitui‹o: 
Art. 128 (...) 
¤ 4¼ - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territ—rios 
poder‹o ser destitu’dos por delibera‹o da maioria absoluta do Poder 
Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. 
 
Com a ressalva de que no caso dos Procuradores-Gerais de Justia dos 
estados, quem delibera sobre a destitui‹o Ž a Assembleia Legislativa. J‡ 
no caso do PGJDFT quem delibera sobre a destitui‹o n‹o Ž o Poder 
Legislativo do DF (C‰mara Legislativa), mas o Senado Federal. 
 Terminamos, assim, mais uma etapa da nossa aula. Vamos para a 
pr—xima etapa? 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 1.3!Fun›es institucionais 
 
O MP, enquanto Institui‹o constitucionalmente criada, tem suas 
fun›es tambŽm definidas pela Constitui‹o. Primeiro, vamos conhecer 
quais s‹o e, ap—s, estudaremos cada uma delas em particular: 
Art. 129. S‹o fun›es institucionais do MinistŽrio Pœblico: 
I - promover, privativamente, a a‹o penal pœblica, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pœblicos e dos servios de relev‰ncia 
pœblica aos direitos assegurados nesta Constitui‹o, promovendo as medidas 
necess‡rias a sua garantia; 
III - promover o inquŽrito civil e a a‹o civil pœblica, para a prote‹o do 
patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e 
coletivos; 
IV - promover a a‹o de inconstitucionalidade ou representa‹o para fins de 
interven‹o da Uni‹o e dos Estados, nos casos previstos nesta Constitui‹o; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula›es ind’genas; 
VI - expedir notifica›es nos procedimentos administrativos de sua 
competncia, requisitando informa›es e documentos para instru’-los, na 
forma da lei complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligncias investigat—rias e a instaura‹o de inquŽrito policial, 
indicados os fundamentos jur’dicos de suas manifesta›es processuais; 
IX - exercer outras fun›es que lhe forem conferidas, desde que compat’veis 
com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representa‹o judicial e a consultoria 
jur’dica de entidades pœblicas. 
 
A)! I - promover, privativamente, a a‹o penal pœblica, na 
forma da lei; 
Alguns de vocs talvez n‹o saibam a que se refere este inciso. O que 
seria Òa‹o penal pœblicaÓ? Alguns crimes, por sua natureza, ofendem 
mais a sociedade (como um todo) do que o pr—prio indiv’duo, a v’tima. 
EXEMPLO: No caso de um homic’dio, n‹o Ž s— a v’tima e sua fam’lia que 
foram atacados, mas a sociedade de um modo geral, pois Ž um crime 
cuja repercuss‹o extrapola o ‰mbito individual da v’tima. Quando 
estamos falando desses crimes, a puni‹o do criminoso interessa a todos, 
n‹o s— ˆ v’tima. 
Outros crimes, no entanto, por n‹o serem t‹o graves, afetam mais a 
v’tima do que a sociedade. Nesses crimes, a puni‹o do autor do fato 
interessa mais ˆ v’tima do que ˆ coletividade. 
No primeiro caso, a lei estabelece que a legitimidade para ajuizar a 
a‹o penal (a‹o quevisa ˆ apura‹o do fato e, se for o caso, condena‹o 
do acusado) Ž do Estado (em sentido amplo, como conceito de Pa’s, poder 
soberano). E Ž do Estado exatamente por que a ele interessa a puni‹o 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 deste criminoso, em raz‹o da natureza do crime. E alguŽm (alguma 
Institui‹o do Estado) tem que cumprir esse papel de ajuizar a a‹o penal 
pœblica. Esse alguŽm Ž o MP. ƒ o MinistŽrio Pœblico, E SOMENTE ELE 
(GUARDEM ISSO!), quem pode propor a a‹o penal pœblica. Por 
qu? Porque a Constitui‹o assim determina. 
Nesta hip—tese (a‹o penal pœblica), n‹o interessa se a v’tima perdoou 
o criminoso, se n‹o tem interesse em process‡-lo, pois, como j‡ disse, esse 
interesse Ž primeiramente do Estado, que atuar‡ atravŽs do MP. 
A a‹o penal pœblica pode ser INCONDICIONADA ou 
CONDICIONADA. No primeiro caso, o MP pode ajuizar a a‹o penal 
mesmo contra a vontade da v’tima, n‹o precisando de sua autoriza‹o. No 
segundo caso, o MP precisa de autoriza‹o da v’tima (representa‹o) para 
que possa ajuizar a a‹o penal. Esta Ž a chamada Òa‹o penal pœblica 
condicionada ˆ representa‹oÓ.1 
No segundo caso Ž a v’tima quem tem que processar o criminoso, por 
ser seu o interesse em v-lo punido. Mas o estudo acerca dos tipos de a‹o 
penal fica para a aula de Processo Penal. Aqui, utilizei alguns conceitos, 
grosso modo, apenas para que vocs entendam o que Ž a fun‹o do MP 
no que se refere ˆ propositura da a‹o penal pœblica. 
 CUIDADO! A titularidade da a‹o penal pœblica (poder-dever de 
promover a a‹o penal pœblica) Ž EXCLUSIVA do MP. NÌO PODE SER 
DELEGADA A NENHUMA OUTRA INSTITUI‚ÌO. 
Assim: 
ATUA‚ÌO DO MP NA A‚ÌO PENAL 
A‚ÌO PENAL AUTOR PARTICIPA‚ÌO DO MP 
PòBLICA (condicionada e 
incondicionada) 
MINISTƒRIO 
PòBLICO 
Autor do processo e 
fiscal da lei 
PRIVADA VêTIMA Apenas fiscal da lei 
 
O que Ž ser fiscal da Lei? Nada mais Ž que acompanhar o 
desenvolvimento do processo, de forma a verificar se todas as disposi›es 
legais est‹o sendo cumpridas corretamente. 
A a‹o penal pœblica Ž de titularidade exclusiva do MP (seja a‹o penal 
pœblica incondicionada, seja a‹o penal pœblica condicionada). Contudo, a 
CF/88 utiliza o termo ÒprivativaÓ. Contudo, n‹o h‡ possibilidade de 
delega‹o. Somente o MP, e mais ninguŽm, pode ajuizar a a‹o penal 
pœblica. 
 
1 Existe, ainda, a a‹o penal pœblica CONDICIONADA ˆ requisi‹o do Ministro da Justia. Esta Ž, 
contudo, uma hip—tese prevista para rar’ssimos casos. 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 Mas, o que Ž a a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica? Pode 
ocorrer de o MP perder o prazo legal para ajuizar a a‹o penal pœblica (ou 
seja, deixar passar em branco o prazo, sem ajuizar a a‹o penal nem pedir 
o arquivamento do IP). Neste caso, a Lei faculta ˆ v’tima ajuizar a‹o penal 
privada no lugar do MP. 
Neste caso, o ofendido Ž quem aju’za a a‹o penal, de fato. Contudo, 
ELE NÌO ESTç AJUIZANDO A‚ÌO PENAL PòBLICA. Ele estar‡ ajuizando 
uma a‹o penal PRIVADA que ser‡ aceita no lugar da a‹o penal pœblica, 
exatamente porque o MP n‹o ajuizou no prazo legal. Vejam: o ofendido 
NÌO aju’za a‹o penal pœblica. 
 
B)! II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pœblicos e dos 
servios de relev‰ncia pœblica aos direitos assegurados nesta 
Constitui‹o, promovendo as medidas necess‡rias a sua garantia; 
Esse inciso representa a fun‹o que tem o MP de proteger ˆ sociedade 
contra os abusos do Poder Pœblico que, como sabemos, muitas vezes n‹o 
respeita os direitos constitucionalmente previstos. 
EXEMPLO: Quando um prŽdio pœblico n‹o possui acessibilidade ideal a 
deficientes f’sicos (rampas, banheiros adaptados, etc.), h‡ uma viola‹o 
aos direitos dos deficientes f’sicos e, de um modo geral, ˆ Constitui‹o, 
que tem na Isonomia, um dos seus princ’pios basilares. Ora, se n‹o est‹o 
tratando os deficientes f’sicos da maneira que necessitam para que 
possam ter o mesmo acesso que os demais ˆquele local pœblico, n‹o est‡ 
havendo um tratamento ison™mico. Assim, o MP poder‡ ajuizar uma a‹o 
civil pœblica para que o infrator (estado, munic’pio, etc.) seja condenado 
a realizar as obras necess‡rias ˆ adapta‹o do ambiente. 
 
Vejam que a norma n‹o se refere apenas ao ÒPoder PœblicoÓ, mas 
tambŽm aos Òservios de relev‰ncia pœblicaÓ. O que seriam estes? 
S‹o servios que, por sua natureza, deveriam ser prestados pelo Estado, 
mas n‹o o s‹o (Servio de g‡s canalizado, transportes, ilumina‹o, 
distribui‹o de ‡gua, etc.). Se uma companhia de transportes n‹o est‡ 
respeitando os direitos assegurados aos idosos, por exemplo, de terem 
gratuidade, ao MP cabe tomar as medidas cab’veis a fim de que essa 
viola‹o seja sanada. 
 Lembrando que nem sempre ser‡ necess‡ria a propositura de uma 
a‹o judicial. Como j‡ estudamos, o MP tambŽm atua 
EXTRAJUDICIALMENTE. Assim, Ž poss’vel que, constatada uma viola‹o 
aos direitos de um grupo social, o MP se reœna com os respons‡veis e 
ambos firmem um acordo atravŽs do qual estes se comprometam a resolver 
os problemas em um determinado prazo. Assim, poupa-se tempo e dinheiro 
(Um processo custa caro aos cofres pœblicos!). 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 C)! III - promover o inquŽrito civil e a a‹o civil pœblica, para 
a prote‹o do patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos; 
Este inciso Ž repleto de termos que, se f™ssemos parar para estudar, 
ter’amos que ter uma verdadeira aula s— para isso. Como esse n‹o Ž nosso 
objetivo, por ora, e nesta matŽria, vocs precisam saber, apenas, que a 
A‹o Civil Pœblica Ž uma a‹o de cunho coletivo, cujo objetivo Ž defender 
alguns direitos da sociedade ou de um determinado grupo da sociedade. 
EXEMPLO: Quando alguŽm est‡ causando um dano ambiental e o MP 
aju’za uma A‹o Civil Pœblica (ACP), ele est‡ defendendo os interesses 
de toda a sociedade (pois n‹o d‡ para dividir quem ser‡ e quem n‹o ser‡ 
beneficiado pela a‹o). Logo, estar‡ defendendo um interesse DIFUSO. 
J‡ quando o MP aju’za uma ACP para condenar uma Universidade a 
garantir que a lei seja cumprida, destinando o percentual legal de cotas 
estabelecido, n‹o est‡ defendendo os interesses de toda a sociedade, 
mas apenas de um determinado grupo (aqueles candidatos que se 
encaixem nos requisitos para obten‹o de cota). Logo, estar‡ defendendo 
um interesse COLETIVO. 
 
 O InquŽrito Civil Ž meramente um procedimento preparat—rio 
de natureza administrativa, instaurado no ‰mbito interno do MP, por 
ordem de um membro do MP, quando este tem not’cia de que est‡ havendo 
alguma viola‹o a um direito difuso (toda a sociedade) ou coletivo 
(determinado grupo da sociedade). Tem a finalidade de investigar se, de 
fato, h‡ ou n‹o a viola‹o. Se n‹o houver, o InquŽrito Civil Pœblico (ICP) Ž 
arquivado. Se houver, as provas reunidas ir‹o servir para a instru‹o da 
A‹o Civil Pœblica que ser‡ ajuizada pelo MP. Lembrando que s— ser‡ 
ajuizada caso n‹o seja poss’vel, ou n‹o seja do interesse da sociedade, a 
realiza‹o de um acordo (Termo de ajustamento de Conduta Ð TAC). 
 
Fiquem atentos a um detalhe! O ICP n‹o Ž obrigat—rio! O membro do 
MP pode ou n‹oo instaurar. Se quando o membro do MP tiver not’cia do 
fato, analisando as provas, entender que n‹o h‡ necessidade de obten‹o 
de outras provas, n‹o instaurar‡ o ICP. Ou seja, a ACP pode 
perfeitamente ser ajuizada sem que tenha havido previamente a 
instaura‹o de um ICP. 
 
 Mas e se durante a instru‹o do ICP o membro do MP verificar 
que o fato tambŽm se enquadra como crime? Nesse caso, poder‡ 
mandar extrair peas e instaurar um PIC (procedimento investigat—rio 
criminal) ou simplesmente oferecer denœncia, caso haja provas suficientes 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 e ele tenha atribui‹o para isso (Dentro do MP, Ž poss’vel a divis‹o de 
tarefas, de forma que muitas vezes um membro do MP s— ter‡ atribui‹o 
para atuar na defesa de interesses coletivos, ou s— ter‡ atribui‹o para 
atuar na ‡rea criminal, etc.). 
Bom, como disse a vocs, essas s‹o apenas linhas gerais acerca deste 
tema, pois n‹o Ž nosso objetivo estud‡-lo minuciosamente aqui. 
 CUIDADO! Enquanto a titularidade da a‹o penal pœblica Ž privativa 
do MP, a legitimidade para o ajuizamento da A‹o Civil Pœblica 
(ACP) n‹o Ž privativa do MP, Ž concorrente (outras institui›es 
tambŽm tm legitimidade). Uma destas institui›es Ž a Defensoria 
Pœblica. Entretanto, SOMENTE O MP PODE INSTAURAR INQUƒRITO 
CIVIL PòBLICO! Muitos outros detalhes existem, mas, repito, isso n‹o 
ser‡ objeto do nosso estudo. 
O MP, porŽm, sempre atua na a‹o civil pœblica, seja como autor da a‹o 
ou apenas como fiscal da lei. 
 
D)! IV - promover a a‹o de inconstitucionalidade ou 
representa‹o para fins de interven‹o da Uni‹o e dos Estados, nos 
casos previstos nesta Constitui‹o; 
Este Ž outro inciso que demandaria horas de estudo para darmos cabo. 
Entretanto, a an‡lise deste inciso est‡ mais ligada ao Direito Constitucional. 
PorŽm, veremos algumas linhas gerais. 
A a‹o de inconstitucionalidade Ž uma a‹o que n‹o pode ser ajuizada 
por qualquer pessoa. Assim, a lei estabelece quem pode ajuiz‡-la. O MP Ž 
um destes legitimados. Esta fun‹o Ž exercida PELO CHEFE DE CADA 
MP (Procurador-Geral da Repœblica no caso do MPU e Procuradores-Gerais 
dos estados no caso dos MPÕs estaduais). 
Uma a‹o de inconstitucionalidade Ž uma a‹o abstrata (n‹o tem 
partes Ð autor e rŽu), que visa ˆ declara‹o de que uma norma est‡ 
ofendendo a Constitui‹o. Declarada pelo Judici‡rio a ofensa, a norma pode 
ser tirada do sistema jur’dico ou apenas ser dada a ela uma interpreta‹o 
que seja compat’vel com o texto constitucional. 
H‡, ainda, a a‹o de inconstitucionalidade por omiss‹o, que Ž ajuizada 
quando um ente pœblico deixa de publicar uma lei que a Constitui‹o 
determina, ou o faz de maneira parcial. Em todos esses casos, o que se 
busca Ž proteger a Constitui‹o e seus ditames. 
Mas professor, quando Ž que o PGR aju’za a a‹o e quando Ž 
que os Procuradores-Gerais de Justia dos estados aju’zam a a‹o? 
Simples, meu amigo concurseiro. O PGR tem legitimidade para o 
ajuizamento das a›es de inconstitucionalidade que visem a sanar 
uma ofensa ˆ Constitui‹o Federal. J‡ os PGJ dos MPs estaduais tm 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 legitimidade para ajuizar a›es de inconstitucionalidade contra leis que 
ofendam a Constitui‹o de seus respectivos estados. 
E o que seria representa‹o para fins de interven‹o da Uni‹o 
e dos estados? ƒ uma medida tomada quando, em um determinado ente 
federado, o Poder executivo (em 99% dos casos) est‡ agindo de forma 
ofensiva a alguns princ’pios constitucionais. 
Existem v‡rias hip—teses de Interven‹o. O regramento constitucional 
est‡ nos artigos 34 a 36 da CRFB/88. Entretanto, n‹o Ž em todos eles 
que o MP pode representar. O MP apenas representar‡ no caso de 
viola‹o aos PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS SENSêVEIS e no caso de 
RECUSA Ë EXECU‚ÌO DE LEI FEDERAL. 
Nos termos da Constitui‹o: 
Art. 36. A decreta‹o da interven‹o depender‡: 
(...) 
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representa‹o do 
Procurador-Geral da Repœblica, na hip—tese do art. 34, VII, e no caso de 
recusa ˆ execu‹o de lei federal. (Reda‹o dada pela Emenda Constitucional 
n¼ 45, de 2004) 
 
Mas o que s‹o PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS SENSêVEIS? 
S‹o aqueles enumerados no art. 34, VII da CRFB/88, a saber: 
Art. 34. A Uni‹o n‹o intervir‡ nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
(...) 
VII - assegurar a observ‰ncia dos seguintes princ’pios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democr‡tico; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) presta‹o de contas da administra‹o pœblica, direta e indireta. 
e) aplica‹o do m’nimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferncias, na manuten‹o e 
desenvolvimento do ensino e nas a›es e servios pœblicos de 
saœde.(Reda‹o dada pela Emenda Constitucional n¼ 29, de 2000) 
 
 Se vocs analisarem, ver‹o que existem outras hip—teses que geram 
a necessidade de interven‹o. Entretanto, somente nestes casos depender‡ 
de requisi‹o do MP. 
Ali‡s, ver‹o ainda, que as hip—teses de interven‹o variam no caso de 
interven‹o da Uni‹o nos estados e no DF, e no caso de interven‹o da 
Uni‹o nos munic’pios localizados em Territ—rio Federal e dos estados nos 
seus munic’pios. No entanto, isso Ž matŽria para o Direito Constitucional. 
N—s n‹o precisamos saber disso nesta matŽria! 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
d
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 E)! V - defender judicialmente os direitos e interesses das 
popula›es ind’genas; 
Este inciso Ž autoexplicativo, merecendo apenas um coment‡rio. 
A atua‹o do MP em favor das popula›es ind’genas se dar‡ 
apenas em rela‹o aos direitos da comunidade ind’gena, enquanto 
corpo coletivo, e no que se referir ˆs suas peculiaridades, prote‹o de sua 
cultura, terras, etc. 
O MP n‹o pode, por exemplo, atuar na defesa dos interesses 
individuais de um integrante da comunidade ind’gena, em rela‹o a uma 
quest‹o que n‹o tenha pertinncia com a comunidade em que vive. 
EXEMPLO: Algumas Universidades estabelecem cotas para ind’genas. No 
caso de um ind’gena ter seu direito violado em raz‹o da n‹o concess‹o 
de seu direito ˆ cota na Universidade, n‹o caber‡ ao MP atuar. No caso 
de se tratar de pessoa hipossuficiente, a atua‹o ser‡ da Defensoria 
Pœblica. 
 
F)! VI - expedir notifica›es nos procedimentos 
administrativos de sua competncia, requisitando informa›es e 
documentos para instru’-los, na forma da lei complementar 
respectiva; 
Este Ž um dispositivo que tambŽm n‹o demanda muita teoria. O MP, 
para instruir seus processos administrativos e ICPs, pode requisitar 
documentos e informa›es e expedir notifica›es. O poder de requisi‹o do 
MP Ž exercido com exclusividade pelo membro do MP, ou seja, um servidor 
do MP n‹o pode requisitar uma informa‹o ou um documento. A requisi‹o 
n‹o Ž uma solicita‹o, ela Ž mais que uma solicita‹o. O cumprimento da 
requisi‹o Ž obrigat—rio, n‹o Ž facultativo, e o descumprimento 
sujeita o infrator ˆs penalidades previstas em lei. 
No caso da notifica‹o, a ideia Ž semelhante. O cumprimento da 
notifica‹o n‹o Ž facultativo. No caso de notifica‹o para comparecimento,o MP pode requisitar o que se chama de Òcondu‹o sob varaÓ, ou condu‹o 
coercitiva (art. 8¼, I da LC 75/93). Poder‡, ainda, responsabilizar 
judicialmente o infrator, enquadrando-o nas penalidades legalmente 
previstas. 
 
G)! VII - exercer o controle externo da atividade policial, na 
forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; 
Como j‡ estudamos l‡ atr‡s, o MP n‹o faz parte da organiza‹o 
policial. Entretanto, como o desempenho das fun›es da pol’cia contribui 
negativa ou positivamente para o desempenho das fun›es do MP (Um 
crime mal investigado dificilmente gera uma condena‹o), ao MP foi 
conferido o controle externo da atividade policial. 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
9
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 No art. 3¼ da LC 75/93 n—s temos uma defini‹o melhor das raz›es que 
fundamentam esse controle. Este artigo regulamenta o art. 129, VII da 
Constitui‹o, traando os objetivos que se pretende alcanar com o 
exerc’cio deste controle externo pelo MPU. Vejamos a reda‹o do art. 
3¼: 
Art. 3¼ O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o exercer‡ o controle externo da atividade 
policial tendo em vista: 
a) o respeito aos fundamentos do Estado Democr‡tico de Direito, aos objetivos 
fundamentais da Repœblica Federativa do Brasil, aos princ’pios informadores 
das rela›es internacionais, bem como aos direitos assegurados na 
Constitui‹o Federal e na lei; 
b) a preserva‹o da ordem pœblica, da incolumidade das pessoas e do 
patrim™nio pœblico; 
c) a preven‹o e a corre‹o de ilegalidade ou de abuso de poder; 
d) a indisponibilidade da persecu‹o penal; 
e) a competncia dos —rg‹os incumbidos da segurana pœblica. 
 
ƒ bom que se deixe clara uma coisa: O MP NÌO ƒ O CHEFE DA 
POLêCIA! O MP apenas tem a atribui‹o para FISCALIZAR o exerc’cio da 
atividade policial. AtravŽs desta fiscaliza‹o, caso seja constatada alguma 
irregularidade, o MP pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais 
cab’veis para resolver o problema (seja ajuizando a‹o penal contra os 
infratores, seja requisitando a abertura de inquŽrito para apurar os fatos, 
etc.). 
Mal comparando, o MP atua mais ou menos como o Congresso 
Nacional, que fiscaliza os atos do Poder Executivo, sem ser, contudo, seu 
chefe. 
Um dos objetivos mais evidentes deste controle externo realizado 
pelo MPU Ž a preserva‹o da indisponibilidade da persecu‹o penal. O que 
Ž isso? A persecu‹o penal nada mais Ž que o exerc’cio do poder-dever 
conferido ao Estado para que investigue os fatos a fim de que, l‡ na frente, 
se possa punir eventuais culpados. A este procedimento de busca pelos 
fatos preliminares (investiga‹o) e processo e condena‹o dos culpados 
(processo penal) se d‡ o nome de persecu‹o penal. 
Mas o que significa a Òindisponibilidade da persecu‹o penalÓ? 
Significa a ausncia de discricionariedade na persecu‹o penal. A 
persecu‹o penal n‹o Ž dispon’vel, ou seja, n‹o pode o respons‡vel por ela 
simplesmente Òabrir m‹oÓ, deixar de realiza-la, seja qual for o motivo. 
Assim, quando se busca garantir a indisponibilidade da a‹o penal, 
ao fim e ao cabo o que se pretende Ž evitar que fatores externos 
(principalmente $$$) influenciem negativamente na condu‹o da 
persecu‹o penal, que numa fase preliminar Ž conduzida pela Pol’cia, 
atravŽs da investiga‹o criminal, e Ž nesta fase que a persecu‹o Ž mais 
vulner‡vel. 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
9
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 
CUIDADO! O MPU exerce o controle EXTERNO da atividade policial, pois 
o MPU NÌO INTEGRA a mesma estrutura da pol’cia. Quem exerce o 
controle INTERNO da atividade policial Ž a CORREGEDORIA da 
pol’cia respectiva. 
 
 
H)! VIII - requisitar diligncias investigat—rias e a 
instaura‹o de inquŽrito policial, indicados os fundamentos 
jur’dicos de suas manifesta›es processuais; 
Esse inciso se reporta ˆ rela‹o MP x Pol’cia. A Pol’cia possui duas 
vertentes: Pol’cia Judici‡ria e Pol’cia administrativa. A primeira Ž 
respons‡vel pela investiga‹o, pelo Òp—s-crimeÓ. Sua fun‹o Ž auxiliar o 
MP, fornecendo elementos que levem ˆ responsabiliza‹o do infrator. ƒ 
exercida pela Pol’cia Civil e pela Pol’cia Federal, basicamente. J‡ a fun‹o 
de Pol’cia administrativa Ž exercida, basicamente, pela Pol’cia Militar. Sua 
fun‹o Ž de preven‹o. Busca evitar que os crimes sejam cometidos, num 
trabalho ostensivo de vigil‰ncia. 
Obviamente, as fun›es descritas no inciso transcrito se referem ˆ 
Pol’cia Judici‡ria, pois a elas incumbe o dever de investigar. A requisi‹o 
ser‡ dirigida ao Delegado respons‡vel e seu cumprimento Ž 
obrigat—rio. 
 
I)! IX - exercer outras fun›es que lhe forem conferidas, 
desde que compat’veis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a 
representa‹o judicial e a consultoria jur’dica de entidades 
pœblicas. 
Aqui, temos um inciso ÒabertoÓ, pois determina que outras fun›es 
podem ser conferidas ao MP, respeitando-se a sua natureza. Como assim? 
Ora, imaginemos que uma emenda constitucional estabelecesse que, de 
agora em diante, o MP atuaria em Ju’zo como representante das autarquias 
federais. Essa emenda seria inconstitucional, pois estaria 
estabelecendo uma fun‹o completamente dissociada das fun›es 
do MP. O MP Ž o defensor da sociedade, n‹o do Governo. 
 
1.4!Princ’pios Institucionais 
O art. 127, ¤1¼ da Constitui‹o assim disp›e: 
Art. 127. (...) 
¤ 1¼ - S‹o princ’pios institucionais do MinistŽrio Pœblico a unidade, a 
indivisibilidade e a independncia funcional. 
 
Vamos estud‡-los individualmente. 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
4
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 
1.4.1!Princ’pio da Unidade 
 Por princ’pio da unidade entende-se que o MP Ž apenas um, embora 
cada membro seja o Òpr—prio MPÓ. Sendo assim, a manifesta‹o de um 
membro do MP em um processo, por exemplo, representa a vontade do MP 
enquanto institui‹o. Todos os membros do MP formam um s— corpo. 
 N‹o se pode dizer que, num dado processo, o Procurador fulano pediu 
a condena‹o do rŽu. Quem pediu a condena‹o n‹o foi o Procurador, 
foi o MinistŽrio Pœblico, pois ele age em nome do MP. Ou melhor, o 
promotor, no exerc’cio das suas atribui›es, ƒ o MP. 
 
O princ’pio da Unidade possui duas vertentes: 
§! Administrativa Ð Cada MP comp›e uma Unidade administrativa 
pr—pria. Assim, sob este prisma, a Unidade deve ser entendida dentro 
de cada MP! N‹o podemos falar em Unidade (no plano 
administrativo) entre MPs diferentes! N‹o existe Unidade 
(administrativa), por exemplo, entre o MPU e um MP estadual. 
§! Funcional Ð A atua‹o funcional (atividade-fim) do MP Ž uma s—, 
embora existam v‡rios ramos do MP. Assim, existe Unidade funcional 
entre MPs diferentes. Ex.: Atua‹o eleitoral. Na primeira inst‰ncia 
quem atua s‹o os Promotores de Justia, membros dos MPEs. Na 
segunda inst‰ncia quem atua Ž o MPF. Percebam que, aqui, n‹o temos 
Òdois MPsÓ atuando. Do ponto de vista administrativo sim (duas 
Unidades administrativas diferentes), mas do ponto de vista 
FUNCIONAL n‹o. Quem atuou, desde o in’cio, foi o ÒMinistŽrio 
PœblicoÓ. 
 
1.4.2!Princ’pio da Indivisibilidade 
 Pelo princ’pio da indivisibilidade, os membros do MP (do mesmo 
ramo) podem se substituir uns aos outros, sem qualquer impedimento. Na 
verdade, esse princ’pio deriva do princ’pio da unidade,pois tira seu 
fundamento daquele. Vejamos: 
 Por que os membros do MP podem se substituir uns aos 
outros? Porque quem atua no processo n‹o Ž o promotor (ou Procurador 
da Repœblica, Procurador do Trabalho, etc.), Ž o MP. O membro do MP Ž 
apenas o meio utilizado para a materializa‹o da vontade do MP. 
Assim, se um membro do MP que atua num caso ÒXÓ sair de fŽrias, n‹o h‡ 
necessidade de se aguardar seu retorno. O processo tramitar‡ 
normalmente e, caso haja necessidade da pr‡tica de algum ato pelo MP, o 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
0
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 MP ser‡ intimado e o membro que estiver designado como 
substituto atuar‡. 
 Percebam que eu disse que o MP ser‡ intimado, e n‹o o membro 
fulano ou beltrano, e Ž exatamente isso. Como j‡ disse a vocs, quem atua 
no caso Ž o MP. Quando o MP aju’za a a‹o penal pœblica, quem aju’za a 
a‹o n‹o Ž o membro tal, Ž o MP. O membro apenas subscreve a peti‹o, 
que representa a vontade daquele MinistŽrio Pœblico. 
 Assim, quando houver necessidade de atua‹o do MP para a pr‡tica 
de algum ato processual, quem ser‡ intimado n‹o ser‡ o membro que 
assinou a peti‹o inicial da a‹o, mas o MP. 
 Isto n‹o ocorre com a advocacia, por exemplo. Quando um advogado 
representa uma pessoa em ju’zo, ele est‡ vinculado ao processo. Ele, 
pessoalmente, n‹o o seu escrit—rio, nem a OAB, enquanto institui‹o. 
Assim, no caso de haver uma audincia, por exemplo, quem dever‡ 
comparecer Ž o advogado que consta nos autos do processo, ou, caso n‹o 
possa, dever‡ fazer um substabelecimento para outro advogado, a fim de 
que ele pratique o ato. 
 No caso do MP isso n‹o acontece. O membro do MP n‹o est‡ 
vinculado pessoalmente ao processo e, por isso, n‹o tem que 
substabelecer a outro membro do MP para que pratique o ato num 
processo perante o qual atua. Porque a possibilidade de atuar num 
processo e falar pelo MP decorre da posse no cargo de promotor 
(ou procurador da repœblica, etc.). 
 
CUIDADO! Vocs ver‹o que uma das prerrogativas dos membros do MP Ž 
a de receber intima‹o pessoal nos autos do processo em que atuarem. 
Contudo, o termo Òintima‹o pessoalÓ n‹o quer dizer que a intima‹o deva 
ser realizada na pessoa de algum membro do MP, especificamente. O que 
este termo significa Ž que a intima‹o do MP s— se formaliza quando o seu 
membro toma cincia pessoal da intima‹o, nos autos, ou seja, n‹o h‡ 
intima‹o por publica‹o no DO. ƒ necess‡rio que um membro do MP 
(qualquer membro, n‹o necessariamente o que ajuizou a a‹o) seja 
pessoalmente intimado para que a intima‹o se formalize! 
 
EXEMPLO: JosŽ Ž Promotor de Justia do MPRJ e est‡ atuando num 
determinado processo criminal XXX. O Juiz designa audincia de 
instru‹o e julgamento para determinada data, e determina a intima‹o 
pessoal do MP. O Oficial de Justia comparece atŽ o MPRJ e entrega a 
intima‹o ˆ Maria, Promotora de Justia que estava respons‡vel pelo 
plant‹o naquele dia. Nesse caso, o fato de a intima‹o ter sido recebida 
por Maria e n‹o por JosŽ Ž absolutamente irrelevante. Considera-se que 
foi cumprida a intima‹o pessoal do MP. 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 1.4.3!Princ’pio da independncia funcional 
 O princ’pio da independncia funcional Ž de assimila‹o mais f‡cil que 
os dois primeiros. Este princ’pio garante que os membros do MinistŽrio 
Pœbico, no exerc’cio de suas fun›es, n‹o se submetem ˆ nenhuma 
hierarquia de ordem ideol—gico-jur’dica. O membro do MP tem 
liberdade total para atuar conforme suas ideias jur’dicas. 
EXEMPLO: Imaginem que em determinado estado da Federa‹o, um 
Procurador-Geral de Justia elabore uma portaria, determinando que, a 
partir daquela data, seria vedado aos membros daquele MP arquivar 
inquŽritos policiais e pedir a absolvi‹o em processos criminais. Essa 
portaria seria flagrantemente inconstitucional, pois violaria o 
princ’pio da independncia funcional, j‡ que cada membro do MP tem 
a prerrogativa de agir conforme sua convic‹o. Se o membro acha 
que n‹o h‡ elementos que indiquem que o investigado cometeu o 
crime, ele tem total liberdade para mandar arquivar o inquŽrito 
ou pedir a absolvi‹o, no caso de j‡ ter sido ajuizada a a‹o. 
 
CUIDADO! A independncia funcional diz respeito 
apenas ˆ atividade jur’dica do membro do MP. No que se refere ˆ 
organiza‹o administrativa do —rg‹o, Hç SIM HIERARQUIA. 
EXEMPLO: Se o PGJ baixa uma portaria dizendo que a partir daquela 
data Ž obrigat—rio aos Promotores de Justia o uso de terno e gravata 
todos os dias em que haja expediente, essa portaria n‹o fere a 
independncia funcional do membro do MP, pois n‹o interfere em sua 
conscincia jur’dica acerca de que decis‹o deve ou n‹o ser tomada. 
Entretanto, embora n‹o viole o princ’pio da independncia funcional, 
nada impede que essa portaria viole algum outro direito dos membros 
do MP, previstos em legisla‹o pr—pria. O QUE VOCæS TæM QUE 
SABER ƒ QUE A INDEPENDæNCIA FUNCIONAL Sî SE REFERE Ë 
ATIVIDADE-FIM DO MEMBRO DO MP, n‹o ˆs quest›es meramente 
administrativas, de organiza‹o da Institui‹o. 
 
1.5!Garantias e veda›es aos membros do MP 
1.5.1!Garantias dos membros do MP 
As garantias dos membros do MP est‹o previstas no art. 128, ¤5¼ da 
CF/88: 
Art. 128 (...) ¤ 5¼ Leis complementares da Uni‹o e dos Estados, cuja iniciativa 
Ž facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecer‹o a organiza‹o, 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 as atribui›es e o estatuto de cada MinistŽrio Pœblico, observadas, 
relativamente a seus membros: 
I - as seguintes garantias: 
a) vitaliciedade, ap—s dois anos de exerc’cio, n‹o podendo perder o cargo sen‹o 
por sentena judicial transitada em julgado; 
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pœblico, mediante decis‹o do 
—rg‹o colegiado competente do MinistŽrio Pœblico, pelo voto da maioria 
absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Reda‹o dada pela 
Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) 
c) irredutibilidade de subs’dio, fixado na forma do art. 39, ¤ 4¼, e ressalvado o 
disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, ¤ 2¼, I; (Reda‹o dada 
pela Emenda Constitucional n¼ 19, de 1998) 
 
Portanto, podemos dizer que as garantias dos membros do MP s‹o 
trs: VITALICIEDADE, INAMOVIBILIDADE E IRREDUTIBILIDADE DE 
SUBSêDIO (OU VENCIMENTOS). 
A vitaliciedade Ž a garantia de que disp›em os membros do 
MinistŽrio Pœblico de s— perderem o cargo em raz‹o de sentena judicial 
transitada em julgado. Ou seja, n‹o basta mero Procedimento 
Administrativo Disciplinar para que o membro do MP seja punido com 
demiss‹o do cargo. Essa decis‹o tem que acontecer dentro de um processo 
judicial, com decis‹o que n‹o caiba mais recurso (tr‰nsito em julgado). 
Essa representa uma das maiores garantias conferidas aos membros do 
MP, pois confere aos membros do MP uma maior segurana e liberdade no 
exerc’cio de suas fun›es, j‡ que condiciona sua demiss‹o ˆ decis‹o judicial 
transitada em julgado. 
Mas isso n‹o seria um privilŽgio aos membros do MP, ferindo a 
isonomia com os demais servidores pœblicos? N‹o, pois a natureza 
das fun›es do MP (atribui‹o de investigar e acusar, muitas vezes, pessoas 
influentes na sociedade e na pol’tica)requer que seja a eles conferida essa 
segurana, j‡ que muitas vezes a atua‹o destes profissionais incomodar‡ 
pessoas que possuem grande influncia e poderiam se mobilizar para 
ÒderrubarÓ o promotor. 
A inamovibilidade impede que o membro do MP seja removido 
compulsoriamente do seu local de atua‹o para outro, salvo por 
decis‹o da maioria absoluta dos membros do colegiado competente 
(Conselho Superior do MP), ainda assim, desde que haja interesse 
pœblico devidamente justificado e seja assegurada ao membro do MP a 
ampla defesa, nos termos do art. 128, ¤5¼, I, ÒbÓ da CF/88. 
ƒ uma das garantias conferidas aos membros do MP, e Ž aplic‡vel a 
todos os membros da carreira, sejam eles vital’cios ou n‹o. 
EXEMPLO: Paulo Ž Promotor em Petr—polis/RJ. Por estar exercendo 
brilhantemente suas atribui›es, acaba por denunciar um poderoso 
pol’tico local. Este, por possuir forte influncia e ser amigo do PGJ do 
MP/RJ, pede que o promotor seja transferido para Itaperuna/RJ. Vejam 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 que se n‹o fosse a garantia da inamovibilidade, Paulo poderia ser 
ÒpunidoÓ com a remo‹o para longe de sua casa e de sua fam’lia, 
simplesmente por estar exercendo livremente suas fun›es. 
 
Desta forma, n‹o basta que aos membros do MP seja garantida a 
impossibilidade de demiss‹o por procedimento administrativo, deve ser 
garantido, ainda, que n‹o sejam compulsoriamente removidos, para evitar 
situa›es como a do exemplo. 
A irredutibilidade de subs’dio (ou vencimentos) Ž uma garantia 
financeira conferida aos membros do MP. Semelhantemente ao que ocorre 
com os magistrados, os membros do MP n‹o podem ter seus subs’dios 
reduzidos. Alguns pontos devem ser analisados. 
Primeiramente, vocs tm que saber que essa irredutibilidade n‹o Ž 
real, mas apenas nominal. O que quer dizer isto? Quer dizer que essa 
garantia n‹o assegura a corre‹o anual do subs’dio pelo ’ndice da infla‹o, 
para evitar a perda de poder aquisitivo. Garante apenas que o valor nominal 
pago ao membro do MP n‹o sofrer‡ redu‹o. Ou seja, n‹o garante reajuste 
peri—dico. O STF j‡ decidiu sobre isso! 
EXEMPLO: Imaginemos que Pedro Ž Promotor de Justia em 
determinado estado da Federa‹o, e recebe subs’dio de R$ 20.000,00. 
Considerando que a infla‹o no ano anterior foi de 10%, segundo os 
’ndices oficiais, n‹o pode Pedro, nem qualquer membro do MP, pleitear 
judicialmente o reajuste de 10%, para preservar o valor real do subs’dio, 
pois a garantia se refere, t‹o-somente, ˆ manuten‹o do valor que j‡ Ž 
pago. 
 
Em segundo lugar, como consta da pr—pria reda‹o do dispositivo 
constitucional, h‡ exce‹o. A mais relevante delas, e a œnica que Ž cobrada 
em provas de concurso Ž a possibilidade de redu‹o do subs’dio caso este 
esteja sendo pago em valor superior ao teto dos Ministros do STF, nos 
termos do art. 37, XI da CF, j‡ explicado na aula 01. 
PorŽm, n‹o Ž toda e qualquer parcela que entra nesse limite. Valores 
recebidos a t’tulo de INDENIZA‚ÌO n‹o se submetem ao teto do 
servio pœblico (Como dito, o subs’dio dos Ministros do STF). Mas o 
que s‹o parcelas indenizat—rias? S‹o parcelas, valores, que s‹o pagos ao 
membro do MP n‹o como remunera‹o pelo seu servio prestado, pelo 
exerc’cio de suas fun›es, mas em raz‹o de despesas por ele efetuadas 
para o desempenho de sua fun‹o. 
EXEMPLO: Se um Promotor Ž designado para atuar provisoriamente 
numa outra comarca, ele ir‡ ter gastos com locomo‹o, hospedagem, 
alimenta‹o, etc. Esses gastos s‹o ressarcidos pelo MP como di‡rias. 
Essas di‡rias s‹o verbas de natureza indenizat—ria, pois se entende 
que o membro do MP n‹o est‡ ÒlucrandoÓ com isso, mas apenas utilizando 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 a verba recebida para custear suas despesas realizadas em raz‹o do 
trabalho. 
As demais exce›es referem-se ˆ possibilidade de tributa‹o do 
subs’dio (art. 150, II; 153, III; 153, ¤2¡) e possibilidade de desconto 
direto no subs’dio para ressarcimento ao er‡rio no caso de pr‡tica 
de ato de improbidade (art. 39, ¤4¡). O que vocs n‹o podem se 
esquecer para esse concurso Ž que EXISTEM EXCE‚ÍES! 
 
1.5.2!Veda›es constitucionais aos membros do MP 
As veda›es constitucionais impostas aos membros do MP est‹o 
previstas no inciso II do ¤5¼ do art. 128 da CF/88: 
Art. 128 (...) ¤ 5¼ Leis complementares da Uni‹o e dos Estados, cuja iniciativa 
Ž facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecer‹o a organiza‹o, 
as atribui›es e o estatuto de cada MinistŽrio Pœblico, observadas, 
relativamente a seus membros: (...) 
II - as seguintes veda›es: 
a) receber, a qualquer t’tulo e sob qualquer pretexto, honor‡rios, percentagens 
ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia; 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun‹o pœblica, salvo 
uma de magistŽrio; 
e) exercer atividade pol’tico-partid‡ria; (Reda‹o dada pela Emenda 
Constitucional n¼ 45, de 2004) 
f) receber, a qualquer t’tulo ou pretexto, aux’lios ou contribui›es de pessoas 
f’sicas, entidades pœblicas ou privadas, ressalvadas as exce›es previstas em 
lei. (Inclu’da pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) 
 
Primeiramente, o membro do MP n‹o pode receber honor‡rios. 
Esse dispositivo dispensa maiores coment‡rios, pois sua dic‹o Ž 
autoexplicativa. Frise-se que isso n‹o impede que o MP receba 
honor‡rios. Quem n‹o pode receb-los Ž o membro do MP, enquanto 
pessoa f’sica. O MP, enquanto Institui‹o, pode receber honor‡rios. 
O membro do MP tambŽm est‡ proibido de exercer a advocacia. 
Esta veda‹o Ž uma das mais taxativas, e seu descumprimento pode gerar, 
inclusive, o ajuizamento de A‹o Civil para perda do cargo do membro do 
MP. 
Os membros do MP n‹o podem, sequer, ser inscritos na Ordem dos 
Advogados do Brasil. Isto se deve ao fato de que o membro do MP deve 
poder se dedicar integralmente ˆ sua fun‹o. AlŽm disso, o exerc’cio da 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 advocacia poderia gerar conflitos de interesses entre a fun‹o pœblica e 
fun‹o privada do membro do MP.2 
O membro do MP tambŽm n‹o pode participar de sociedade 
empresarial, salvo na qualidade de cotista ou acionista. Assim, o 
membro do MP pode investir seu dinheiro em a›es da Petrobr‡s, da Vale 
do Rio Doce, etc. O que o membro do MP NÌO PODE Ž abrir uma sociedade 
empresarial e participar da gest‹o desta, sob pena de falta funcional. 
Os membros do MP tambŽm n‹o podem exercer qualquer outra 
fun‹o pœblica, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistŽrio. 
Percebam que a restri‹o a apenas uma fun‹o pœblica de magistŽrio 
n‹o impede que o membro do MP exera o magistŽrio em 
Institui‹o privada de Ensino, ainda que possua mais de uma 
matr’cula (Embora o CNMP tenha regulamentado isto atravŽs de 
resolu‹o). 
De qualquer forma, em todos esses casos, cada um com sua 
peculiaridade, uma coisa h‡ em comum: sempre ter‡ que haver 
compatibilidade de hor‡rios. N‹o importa se o membro do MP foi 
aprovado no concurso para professor titular de uma universidade federal, 
se a carga hor‡ria for incompat’vel com o exerc’cio da fun‹o, ele 
n‹o poder‡ assumir. 
Ainda que o membrodo MP esteja em gozo de licena, fŽrias, ou em 
disponibilidade, A RESTRI‚ÌO PERMANECE! 
O membro do MP n‹o pode, ainda, exercer atividade pol’tico-
partid‡ria. A veda‹o ao exerc’cio de atividade pol’tico-partid‡ria n‹o 
abrange somente a candidatura a cargo pol’tico, mas tambŽm a 
mera filia‹o a partido pol’tico. 
Contudo, apesar de tal previs‹o, a LONMP (Lei Org‰nica Nacional 
do MP) permite a mera filia‹o partid‡ria. Ent‹o, como fica a 
situa‹o? Apesar de tal permiss‹o na LONMP, o STF declarou a 
inconstitucionalidade desta interpreta‹o, nos seguintes termos: 
(...) A‹o julgada procedente, em parte, para, sem redu‹o de texto, 
dar ao inciso V do art. 44 da Lei 8.625, de 12.2.93, interpreta‹o 
conforme a Constitui‹o, para fixar como œnica exegese 
constitucionalmente poss’vel aquela que apenas admite a filia‹o 
partid‡ria de representante do MinistŽrio Pœblico dos Estados-
membros, se realizadas nas hip—teses de afastamento, do integrante 
do Parquet, de suas fun›es institucionais, mediante licena, nos 
termos da lei. (ADI 1377, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Relator(a) p/ 
Ac—rd‹o: Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 03/06/1998, DJ 16-
12-2005 PP-00057 EMENT VOL-02218-02 PP-00122) (Grifo nosso) 
 
 
2 Os membros do MP que j‡ estavam na carreira antes da promulga‹o da Constitui‹o Federal e 
que optaram pelo regime jur’dico anterior podem advogar, mas esta Ž a œnica exce‹o 
(excepcional’ssima). 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 AlŽm disso, apesar de o STF ter deixado consignado que o membro 
poderia se licenciar para exercer atividade pol’tico-partid‡ria, isso s— se 
aplica aos membros que Jç ESTAVAM no MP quando foi promulgada 
a atual Constitui‹o (05.10.1988)3, e que optaram por permanecer no 
regime jur’dico anterior4. Com rela‹o aos membros que entraram depois 
da CF/88, fixou-se o entendimento de que Ž vedado o exerc’cio da 
atividade pol’tico-partid‡ria, desde a edi‹o da EC 45/04.5 
Basicamente, ficou assim: 
EXERCêCIO DE ATIVIDADE POLêTICO-PARTIDçRIA PELOS 
MEMBROS DO MP 
INGRESSO NA CARREIRA CONSEQUæNCIA EXCE‚ÌO 
MEMBROS QUE Jç ESTAVAM NO MP ANTES DA 
CF/88 E OPTARAM PELO REGIME ANTERIOR 
PODEM, Mas 
devem se 
licenciar 
N‹o podem 
se j‡ havia 
veda‹o na 
Lei espec’fica 
MEMBROS QUE ENTRARAM DEPOIS DA CF/88 NÌO PODEM 
 
1.6!Autonomia do MP 
1.6.1!Da autonomia funcional 
A autonomia funcional do MP est‡ prevista, originalmente, na pr—pria 
Constitui‹o Federal. Vejamos: 
Art. 127. (...) 
¤ 2¼ Ao MinistŽrio Pœblico Ž assegurada autonomia funcional e 
administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder 
Legislativo a cria‹o e extin‹o de seus cargos e servios auxiliares, provendo-
os por concurso pœblico de provas ou de provas e t’tulos, a pol’tica 
remunerat—ria e os planos de carreira; a lei dispor‡ sobre sua organiza‹o e 
funcionamento. (Reda‹o dada pela Emenda Constitucional n¼ 19, de 1998) 
 
 
3 Este tambŽm Ž o entendimento do TSE: 
ÒRecurso especial. Membro. MinistŽrio Pœblico. Exerc’cio. Cargo. Simultaneidade. Filia‹o partid‡ria. 
Registro de candidato. Indeferimento. 1. O membro do MinistŽrio Pœblico que, tendo 
ingressado na carreira antes da Constitui‹o de 88, optar pelo regime anterior, pode filiar-
se a partido pol’tico. Deve, contudo, para faz-lo, licenciar-se do cargo. 2. Ocorrida a filia‹o 
partid‡ria, sem o devido afastamento do integrante do parquet, n‹o se pode reconhecer sua 
validade. [...].Ó 
(Ac. de 25.10.2008 no REspe n¼ 32.842, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) 
4 Essa possibilidade de op‹o pelo regime anterior est‡ prevista no art. 29, ¤ 3¼, do ADCT. 
5 Existe uma decis‹o isolada do STF, de 2008, no sentido de que o membro do MP que j‡ exercia 
cargo eletivo antes da EC 45/04 teria direito a concorrer ˆ reelei‹o. 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 A autonomia funcional do MinistŽrio Pœblico significa que a Institui‹o 
est‡ isenta de qualquer influncia externa no exerc’cio de sua 
atividade-fim. 
Desta forma, poder‡ o MP adotar as medidas que entender 
necess‡rias, e que sejam permitidas pelo ordenamento jur’dico, em face 
de quaisquer agentes, —rg‹os ou Institui›es, de car‡ter pœblico ou 
privado, n‹o dependendo da autoriza‹o ou anuncia de quem quer que 
seja. 
CUIDADO: NÌO CONFUNDAM AUTONOMIA FUNCIONAL DO MP 
COM INDEPENDæNCIA FUNCIONAL DOS SEUS MEMBROS. 
A autonomia funcional do MinistŽrio Pœblico coexiste de maneira 
harmoniosa com a independncia funcional dos seus membros, que Ž 
opon’vel, inclusive, aos pr—prios —rg‹os da Administra‹o Superior do MP. 
ƒ importante lembrar que, conceitualmente, independncia e 
autonomia n‹o s‹o sin™nimas. Vejamos as palavras do saudoso mestre 
Hely Lopes Meirelles: 
"independncia e autonomia, do ponto de vista jur’dico-administrativo, s‹o 
conceitos diversos e com efeitos diferentes. A independncia Ž de car‡ter 
absoluto; a autonomia Ž relativa a outro —rg‹o, agente ou Poder. Ora, no que 
concerne ao desempenho da fun‹o ministerial, pelo —rg‹o (MinistŽrio Pœblico) 
e seus agentes (Promotores, Procuradores), h‡ independncia de atua‹o e 
n‹o apenas 'autonomia funcional'. Os membros do MinistŽrio Pœblico quando 
desempenham as suas atribui›es institucionais n‹o est‹o sujeitos a qualquer 
subordina‹o hier‡rquica ou supervis‹o org‰nica do Estado a que pertencem. 
Seus atos funcionais s— se submetem ao controle do Poder Judici‡rio, quando 
praticados com excesso ou abuso de poder, lesivo de direito individual ou 
infringente das normas legais que regem a sua conduta. Essa submiss‹o ao 
controle judicial n‹o descaracteriza a sua independncia funcional, pois tem 
sede constitucional no mandamento universal do artigo 153, ¤ 4¼, da Lei Maior 
(EC n¼ 1/69), abrangente de toda conduta humana abusiva ou ilegal" (Parecer 
sobre o MinistŽrio Pœblico, in Justitia n¼ 123/185.) 
 
Embora os termos n‹o sejam sin™nimos, o que nos interessa, na 
verdade, n‹o Ž tanto esta parte. O que nos interessa Ž que a autonomia 
funcional do MP Ž sua autonomia de atua‹o no que respeita a outros 
—rg‹os, Institui›es. O MP Ž livre para agir contra quem quer que seja. 
J‡ a independncia funcional dos seus membros, embora se parea 
com a autonomia do MP, possui um viŽs mais ideol—gico, relacionado ˆ sua 
liberdade de convic‹o, ou seja, o membro do MP deve agir conforme 
sua convic‹o em cada caso, n‹o devendo seguir entendimentos 
adotados pelos —rg‹os da Administra‹o Superior do MP ou 
quaisquer outros —rg‹os. 
 
 
84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 86 
LEGISLA‚ÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA 
Teoria e quest›es 
Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 
 Importante frisar que tanto a autonomia funcional do MP quanto a 
independncia funcional de seus membros s‹o aplic‡veis ao MP 
brasileiro como um todo, ou seja, tanto ao MPU (em todos os seus 
ramos) quanto aos MPs estaduais. 
 
1.6.2!Da autonomia administrativa 
A autonomia administrativa, grosso modo, assegura ao MinistŽrio 
Pœblico a prerrogativa de se AUTOGOVERNAR. Para tanto, pode o MP 
editar atos relacionados ˆ gest‹o dos seus quadros de pessoal (admiss‹o, 
exonera‹o, aposentadoria, etc.), ˆ administra‹o e aquisi‹o de bens etc. 
Os atos administrativos praticados

Outros materiais