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Livro Eletrônico Aula 00 Legislação Aplicada ao MPU e ao CNMP p/ MPU 2017/2018 (Todos os Cargos - Analista) - Com videoaulas Professor: Renan Araujo 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo AULA DEMONSTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA: O MINISTRIO PòBLICO NA CONSTITUIÌO DA REPòBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MP. SUMçRIO 1 O MINISTRIO PòBLICO NA CONSTITUIÌO FEDERAL ............................... 6 1.1 Natureza .............................................................................................. 6 1.2 Estrutura e abrangncia ....................................................................... 9 1.3 Funes institucionais ........................................................................ 14 1.4 Princpios Institucionais ..................................................................... 22 1.4.1 Princpio da Unidade ........................................................................... 23 1.4.2 Princpio da Indivisibilidade ................................................................. 23 1.4.3 Princpio da independncia funcional ..................................................... 25 1.5 Garantias e vedaes aos membros do MP ......................................... 25 1.5.1 Garantias dos membros do MP ............................................................. 25 1.5.2 Vedaes constitucionais aos membros do MP ........................................ 28 1.6 Autonomia do MP ............................................................................... 30 1.6.1 Da autonomia funcional ...................................................................... 30 1.6.2 Da autonomia administrativa ............................................................... 32 1.6.3 Da autonomia financeira e oramentria ............................................... 33 1.7 CNMP ................................................................................................. 35 2 RESUMO DO CONCURSEIRO ...................................................................... 38 3 EXERCêCIOS DA AULA ............................................................................... 42 4 EXERCêCIOS COMENTADOS ....................................................................... 55 5 GABARITO ................................................................................................ 83 Ol, meus amigos! com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprovao de vocs no concurso do MINISTRIO PòBLICO DA UNIÌO. Ns vamos estudar teoria e comentar exerccios sobre LEGISLAÌO INSTITUCIONAL (ORGANIZAÌO DO MP), matria que ser cobrada para TODOS OS CARGOS DE ANALISTA. E a, povo, preparados para a maratona? O edital ainda no foi publicado, mas h fortes expectativas no sentido de que seja publicado em breve! A Banca, provavelmente, ser o CESPE! Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ? 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Meu nome Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pblico Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pblica da Unio no Rio de Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Tcnico Judicirio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps-graduado em Direito Pblico pela Universidade Gama Filho. Minha trajetria de vida est intimamente ligada aos Concursos Pblicos. Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam como consegui sucesso nos concursos em to pouco tempo. Simples: Foco + Fora de vontade + Disciplina. No h frmula mgica, no h ingrediente secreto! Basta querer e correr atrs do seu sonho! Acreditem em mim, isso funciona! muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, poder colaborar para a aprovao de outros tantos concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprovaoÓ, no estou falando apenas por falar. O Estratgia Concursos possui ndices altssimos de aprovao em todos os concursos! Neste curso vocs recebero todas as informaes necessrias para que possam ter sucesso no concurso do MPU. Acreditem, vocs no vo se arrepender! O Estratgia Concursos est comprometido com sua aprovao, com sua vaga, ou seja, com voc! Mas possvel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda no esteja plenamente convencido de que o Estratgia Concursos a melhor escolha. Eu entendo voc, j estive deste lado do computador. Ës vezes difcil escolher o melhor material para sua preparao. Contudo, alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Esse print screen acima foi retirado da pgina de avaliao do curso. De um curso desta mesma matria (Legislao Institucional do MP). Vejam que, dos 53 alunos que avaliaram o curso, todos o aprovaram. Um percentual de... 100%. Logo abaixo existem alguns depoimentos. No deu para colocar todos, pois so inmeros! Estes so s os primeiros. Vejam que tambm tivemos crticas, e so estas crticas que nos permitem aprimorar nosso material a cada dia! Mas se voc ainda acha que isso pode ter sido mera coincidncia, vejam o que disseram os meus alunos do MP-RJ (ministrado em 2016): Percebam que 0,87% dos alunos no gostaram do curso. Entendemos esses alunos e buscamos, sempre, melhorar a qualidade do produto que oferecemos. Essa a nossa meta, melhorar SEMPRE. Sabemos que a perfeio inatingvel, mas o importante busc-la sempre. Ainda no est convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que pode estar dentro daqueles 0,87%. Em razo disso, disponibilizamos gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. Acha que a aula demonstrativa pouco para testar o material? Pois bem, o Estratgia concursos d a voc o prazo de 30 DIAS para testar o material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente o material e, se no gostar, devolvemos seu dinheiro. Sabem porque o Estratgia Concursos d ao aluno 30 dias para pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso no vai acontecer! No temos medo de dar a voc essa liberdade. Bom, como j adiantei, neste curso estudaremos todo o contedo de Legislao Institucional estimado para o Edital. Vamos nos basear no edital do ltimo concurso. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambm com exerccios comentados. Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo ! AULA CONTEòDO DATA Aula DEMO O MP na Constituio Federal. O CNMP na Constituio. 15/09 Aula 01 Lei OrgnicaNacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte I 25/09 Aula 02 Lei Orgnica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte II 05/10 Aula 03 Lei Orgnica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte III 15/10 Aula 04 Lei Orgnica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte IV 25/10 Aula 05 Lei Orgnica Nacional do MPU (LC 75/93) Ð Parte V 04/11 As aulas sero disponibilizadas no site conforme o cronograma apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questes que foram cobradas recentemente em concursos pblicos. Como nossa matria possui um Banco de questes MUITO reduzido, em algumas aulas eu mesmo irei elaborar algumas questes. Outro detalhe importante: Como no sabemos ainda qual ser a Banca que ir organizar o concurso, vamos utilizar questes de diversas Bancas consagradas do pas, dando nfase s questes do CESPE (provvel Banca do certame). Alm da teoria e das questes, vocs tero acesso a duas ferramentas muito importantes: ¥! RESUMOS Ð Cada aula ter um resumo daquilo que foi estudado, variando de 02 a 08 pginas (a depender do tema), indo direto ao ponto daquilo que mais relevante! Ideal para quem est sem muito tempo. ¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð No entendeu alguma coisa? Simples: basta perguntar ao professor Vincius Silva, que ir responder suas dvidas no frum de dvidas exclusivo para os alunos do curso. Alm do material em PDF, teremos tambm videoaulas, que ficaro a cargo do Prof. Tiago Zanolla. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! Prof. Renan Araujo E-mail: profrenanaraujo@gmail.com Periscope: @profrenanaraujo Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br Youtube: www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ Observao importante: este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos. ;-) 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1! O MINISTRIO PòBLICO NA CONSTITUIÌO FEDERAL 1.1!Natureza Quando o termo ÒMinistrio PblicoÓ vem mente, alguns tendem a associ-lo ao Poder Judicirio, como acontece com a Defensoria Pblica. Porm, isso um erro grave, pois nem o MP nem a Defensoria Pblica integram o Judicirio. Nos termos da Constituio: Art. 127. O Ministrio Pblico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis. O que se entende por Òessencial funo jurisdicional do EstadoÓ? Alguns de vocs j devem saber, outros no, que o Estado (em sentido amplo, sinnimo de Governo Soberano) possui algumas funes: Administrativa, legislativa e jurisdicional. Cada uma exercida por um Poder: A primeira pelo executivo, a segunda pelo legislativo e a terceira pelo Judicirio. Nas aulas de Constitucional vocs vero que, na verdade, cada Poder exerce ÒprecipuamenteÓ e no exclusivamente cada funo, mas isso no para o nosso bico, por enquanto! Bom, partindo dessa premissa, ao Judicirio incumbe exercer a funo jurisdicional, que , grosso modo, dizer quem tem o direito num determinado caso concreto. O Ministrio Pblico, assim, uma Instituio (no um ÒenteÓ, pois esse termo s se aplica aos entes federados: Unio, estados, DF e municpios) que caminha paralelamente ao Judicirio, contribuindo para o bom exerccio da funo jurisdicional. Mas professor, se ele contribui de maneira Òto essencialÓ funo jurisdicional do Estado, por que no enquadr-lo como integrante do Poder Judicirio? Por que: §! O MP no tem o Poder de dizer o Direito O Ministrio Pblico no tem a atribuio de, no caso concreto, dizer quem est amparado pelo Direito, isso privativo dos rgos de execuo do Judicirio (Juzes, colegiados dos Tribunais, etc.); O MP funciona apenas como parte e custos legis (fiscal do fiel cumprimento da lei), ou seja, contribui para que o Judicirio faa seu papel. Quando se ouve pela mdia que ÒO Promotor fulano decretou a priso preventiva de algumÓ, estamos a ouvir (ou ler!) um tremendo absurdo! O promotor no decreta a priso de ningum, ele apenas ÒrequerÓ (pede) a priso de algum, e isso constitui uma de suas principais funes de auxlio ao Judicirio;! ! 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo §! O Ministrio Pblico est FORA do captulo destinado pela Constituio ao Judicirio A Constituio dividida em Ttulos, Captulos, Sees, etc. O Poder Judicirio est includo no Ttulo IV (Da Organizao dos Poderes), Captulo III (Do Poder Judicirio). J o MP est inserido no mesmo Ttulo IV (Da Organizao dos Poderes), mas no captulo IV (Das Funes Essenciais Justia), Seo I (Do Ministrio Pblico). Vejam que, embora o MP esteja no mesmo Ttulo em que est o Judicirio (Da organizao dos Poderes), ele est em outro captulo (Das Funes Essenciais Justia). ÒIsso quer dizer que, embora no seja parte do Judicirio, ele um Poder autnomo?Ó No! Os Poderes so apenas trs, o Executivo, o Legislativo e o Judicirio, e no sou eu quem diz, a prpria CRFB/88, vejamos: ÒArt. 2¼ So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.Ó Assim, podemos concluir que:! ¥! O MP no instituio integrante do Judicirio;! ¥! O MP no um Poder da Repblica Federativa do Brasil;! ¥! O MP uma Instituio, cuja finalidade auxiliar no exerccio da Jurisdio, seja como parte ou como fiscal do cumprimento da lei no processo (Custos legis), em sua atuao judicial. Alm disso, o MP atua fora do processo, fora do Judicirio, quando sua atuao chamada de extrajudicial. De toda forma, em sua atuao o MP est SEMPRE DEFENDENDO OS INTERESSES DA SOCIEDADE, e nunca de um indivduo isoladamente.! Algumas pessoas pensam, ainda, que o Ministrio Pblico integra o Executivo. ABSURDAMENTE ERRADO! Eu vou falar bem alto para vocs no se esquecerem: O MP no faz parte de NENHUM Poder! E tambm no um ÒquartoÓ Poder! HISTîRIA. O MP no integra nenhum dos Poderes, mas nem sempre foi assim. Sob a vigncia da Constituio de 1967, o Ministrio Pblico era parte integrante do Poder Judicirio. Com a Constituio de 1969, o MP deixou de fazer parte da estrutura do Judicirio e passou a integrar o Poder Executivo. Essa situao perdurou at a promulgao da Constituio de 1988, que vige at hoje, quando o Ministrio Pblico 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria equestes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo passou a no mais integrar qualquer dos trs poderes, sendo alado condio de Instituio independente, a fim de que sua atividade fosse desempenhada sem qualquer ameaa. Imaginem se o MP fosse vinculado ao Executivo? A possibilidade de existncia de presses internas e manobras polticas para que no houvesse uma atuao rigorosa contra os Òamigos do governoÓ seria grande! Desta forma, podemos dizer que o MP vive hoje a plenitude de sua independncia. E mais, meus caros alunos, o MP tambm NÌO SE ASSEMELHA AOS DEMAIS MINISTRIOS. Os diversos Ministrios que conhecemos (Da Justia, da Economia, do Planejamento) so rgos vinculados ao Poder Executivo, podendo ser criados, extintos, ter suas funes delegadas. O MP no pode ser extinto (isso est expresso na Constituio) nem ter suas funes delegadas a qualquer outro rgo ou Instituio. Grifei a palavra ÒrgoÓ para que vocs percebam que utilizei um termo diferente do que utilizo para definir o MP. O MP no îrgo, e sim Instituio. Mas qual a Diferena? A diferena que um îrgo algo dotado de algumas funes e que compe uma determinada Organizao. No caso dos Ministrios, eles so rgos que compem a Organizao do Poder Executivo. J o MP no îrgo porque simplesmente no compe nenhuma Organizao. O MP a prpria Organizao, e dentro do MP h seus prprios îrgos (De administrao, de execuo, etc.). Mas professor, se o MP no um Òquarto PoderÓ nem integra nenhum dos outros trs, a quem est vinculado o MP? O MP no est vinculado a Poder nenhum. Como j disse, Instituio independente. , juntamente com a Defensoria Pblica, e com a Advocacia (Pblica e Privada), uma das Funes essenciais Justia. Cada uma dessas funes contribui de uma forma para a Justia do nosso pas. A Defensoria Pblica atende aos interesses dos hipossuficientes (aqueles que no possuem recursos para pagar um advogado), seja judicial ou extrajudicialmente. A Advocacia Pblica formada pelas Procuradorias dos Entes federados (Unio, estados e municpios), que so rgos cuja funo DEFENDER OS INTERESSES DOS ENTES PòBLICOS (INTERESSES DO GOVERNO). A advocacia privada formada pelos advogados particulares, que representam as pessoas (que podem pagar por eles) em Juzo ou fora dele. J o MP tem a funo de DEFENDER OS INTERESSES DA SOCIEDADE, OS INTERESSES COLETIVOS E DIFUSOS. O MP no defende os interesses do Governo, e sim da SOCIEDADE, de todos ns! Vejam o esquema sobre as Funes essenciais Justia e o Judicirio: 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Observem que o Ministrio Pblico gravita ao redor do Judicirio. Isso quer dizer que ele dependente do Judicirio? No! Isso quer dizer que, assim como as demais Funes Essenciais Justia, o MP auxilia o Judicirio em seu dever Constitucional de fazer Justia. E o MP pode fazer isso quando atua em Juzo ou quando, mesmo fora de um processo judicial, contribui para a Justia, fazendo um acordo com algum que esteja causando dano ambiental, por exemplo, evitando que seja iniciado um processo judicial. Pronto! Agora voc que voc j conhece a Natureza Jurdica do MP, podemos estudar a abrangncia do Ministrio Pblico. 1.2!Estrutura e abrangncia Nos termos da Constituio: Art. 128. O Ministrio Pblico abrange: I Ð o Ministrio Pblico da Unio, que compreende: a) o Ministrio Pblico Federal; b) o Ministrio Pblico do Trabalho; c) o Ministrio Pblico Militar; d) o Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios; II Ð os Ministrios Pblicos dos Estados. JUDICIÁRIO MINISTÉRIO PÚBLICO DEFENSORIA PÚBLICA ADVOCACIA PÚBLICA ADVOCACIA PRIVADA 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo A partir da leitura deste artigo, podemos compreender que existem duas grandes divises: O Ministrio Pblico da Unio e o Ministrio Pblico dos Estados. O Ministrio Pblico da Unio, como o prprio nome j diz, vinculado Unio (Um dos entes federados da nossa Federao), e possui quatro ramificaes: O Ministrio Pblico Federal, o Ministrio Pblico do Trabalho, o Ministrio Pblico Militar e o Ministrio Pblico do DF e Territrios. Sobre o Ministrio Pblico junto ao TCU, este um ponto que merece destaque. Este ÒMinistrio PblicoÓ, apesar do nome, NÌO INTEGRA O MINISTRIO PòBLICO DA UNIÌO, TAMPOUCO O MINISTRIO PòBLICO DOS ESTADOS. Esse rgo, apesar do nome, no faz parte do MP. Ele integra a estrutura do TCU, que vinculado ao legislativo, e sua funo fiscalizar o cumprimento das leis que se referem s finanas pblicas. Ele auxilia o TCU na execuo de sua funo, que a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta. O mesmo raciocnio se aplica aos Ministrios Pblicos que atuam junto aos TCE (Tribunais de Contas dos Estados). RAMOS DO MPU RAMOS MP BRASILEIRO MINISTÉRIO PÚBLICO MPU MPF MPM MPT MPDFT MPE 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo O MPU tem por chefe o Procurador-Geral da Repblica. Lembrem-se, o chefe do MPU no o Presidente da Repblica, esse o chefe do Poder Executivo da Unio. O Procurador-Geral da Repblica (PGR) nomeado pelo Presidente da Repblica, aps aprovao por maioria absoluta do Senado Federal, dentre membros da carreira, maiores de 35 anos, para mandato de dois anos, permitida a reconduo. CUIDADO! No caso de reconduo, DEVE HAVER NOVA APROVAÌO PELO SENADO! O fato de o PGR ser nomeado pelo Presidente da Repblica no faz com que o PGR (E o MPU) seja vinculado ao Presidente, nem ao Executivo, pois quando o presidente o faz, o faz como Chefe de Estado, e no como Chefe de Governo. Como Chefe de Estado, o Presidente ÒpresentaÓ a Repblica Federativa do Brasil. J como Chefe de Governo ele o Chefe do Executivo da Unio. Para os que ainda no sabem, Repblica Federativa do Brasil e Unio so coisas distintas. A primeira o Estado Soberano, o Brasil. J a segunda um dos entes federados que fazem parte da Repblica. A primeira soberana, a segunda meramente autnoma (Isso deve ser aprofundado em Direito Constitucional). Alguns autores dizem que a nomeao do PGR pelo Presidente uma contradio, um rano que herdamos da Constituio anterior, pois l o MP integrava o executivo, ento faria algum sentido a nomeao pelo Presidente. Eu discordo, prefiro a explicao que dei a vocs, pois entendo que seja doutrinariamente mais apropriada. Assim, o processo de escolha do PGR deve preencher alguns requisitos: Membro da Carreira + possua mais de 35 anos + Nomeao pelo Presidente da Repblica + Aprovao por maioria absoluta do Senado Federal. Atentem para o fato de que a aprovao se d por maioria absoluta do SENADO FEDERAL, no da Cmara, nem do Congresso! O Congresso Nacional composto por duas casas: O Senado Federal e a Cmara dos Deputados. a primeira delas (O Senado Federal) quem deve aprovar a nomeao do PGR. Mas professor, qualquermembro do Ministrio Pblico da Unio pode ser PGR? POLæMICA! Embora a Constituio fale em Òmembro da carreiraÓ, o que daria a entender que qualquer membro do MPU (Do MPF, MPT, MPM ou MPDFT) poderia ser nomeado, somente os membros do Ministrio Pblico Federal podem vir a ser Procurador- Geral da Repblica, pois o PGR o chefe do MPU e do MPF. O MP brasileiro no possui um ÒchefeÓ, mas cada MP possui o seu. O chefe do MPU e do MPF o PGR e os chefes dos MPÕs dos Estados so os Procuradores- Gerais de Justia de cada estado-membro. Mas se o PGR o chefe do MPU e do MPF, quem o chefe do MPT, do MPM e do MPDFT? Cada um possui seu chefe, que um Procurador-Geral. O esquema abaixo pode ajudar: 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Por esse esquema fica claro que o PGR acumula duas funes, a de Chefe do MPF e a de Chefe do MPU. Vemos, tambm, que cada um dos MPs que compem o MPU tem seu chefe e que, dentre esses quatro, SEMPRE O CHEFE DO MPF SERç O CHEFE DO MPU. Existem, ainda, outras razes para acreditar que somente os membros do MPF podem ser PGR: ¥! O PGR chefe do MPU e do MPF, logo, como poderia o PGR ser chefe do MPF e oriundo do MPT, por exemplo? ¥! O MPF o nico legitimado a atuar perante o STF e o STJ. Assim, como poderia o PGR atuar perante o STF e o STJ pertencendo ao MPT, MPM ou MPDFT? ¥! H PEC 307/08 tramitando no Congresso com a inteno de alterar a Constituio para que o PGR possa ser escolhido dentre todos os membros do MPU. Ora, se h PEC nesse sentido, porque atualmente no assim que funciona. Contudo, embora esse entendimento seja o correto, o CESPE, por exemplo, entende que QUALQUER MEMBRO DO MPU pode se tornar PGR, seguindo a literalidade do que consta na Constituio Federal. Inclusive, isso j foi objeto de prova, e o CESPE adotou este entendimento! Como agir na prova, ento? Sugiro que vocs adotem como CORRETA qualquer alternativa que diga exatamente o que est na Constituio, ou seja, que o PGR pode ser qualquer Òmembro da carreiraÓ, CHEFES DOS RAMOS DO MPU CHEFIA DO MPU E DOS MPs ESTADUAIS CHEFIA DO MP CHEFES DO MP MPU (PGR) MPF (PRÓPRIO PGR) MPT (PGT) MPM (PGJM) MPDFT (PGJDFT) MPEs (PGJs) 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo que seria sinnimo de Òmembro do MPUÓ, mesmo, na prtica, estando isso errado. O PGR s pode ser destitudo por iniciativa do Presidente da Repblica ou por vontade prpria. Na primeira hiptese, a destituio s ocorre se houver aprovao por maioria absoluta do Senado Federal. Isso ocorre porque essa a forma pela qual o PGR nomeado. Assim, para sua destituio, necessrio que seja adotado o mesmo procedimento. Esse o que chamamos de Princpio do paralelismo das formas (ou homologia). J vimos que o PGR nomeado pelo Presidente da Repblica, aps cumpridos alguns requisitos. Mas, como se d a nomeao dos chefes dos outros MPs que compem o MPU? Vamos l: O Procurador-Geral do Trabalho e o Procurador-Geral da Justia Militar, Chefes do MPT e do MPM, respectivamente, so nomeados pelo Procurador-Geral da Repblica, dentre membros das respectivas carreiras. J o Procurador-Geral de Justia do DF e Territrios NÌO NOMEADO PELO PGR! O Procurador-Geral de Justia do DF e Territrios nomeado pelo PRESIDENTE DA REPòBLICA, dentre uma lista trplice encaminhada aps escolha pelos membros do MPDFT. O PGR apenas d posse ao novo PGJDFT. CUIDADO! Algumas pegadinhas podem ser feitas com relao a isso. Como os Procuradores-Gerais de Justia dos MPÕs dos estados so nomeados pelo Governador do estado, e como o DF tem natureza jurdica assemelhada a um estado-membro, fiquem atentos, pois a banca pode lanar uma questo dizendo que o Procurador-Geral de Justia do DF nomeado pelo Governador Distrital do DF. Isso est ERRADO! A forma de destituio do Procurador-Geral de Justia do MPDFT tambm a mesma prevista para a destituio dos Procuradores-Gerais dos MPÕs dos estados-membros. Nos termos da Constituio: Art. 128 (...) ¤ 4¼ - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territrios podero ser destitudos por deliberao da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva. Com a ressalva de que no caso dos Procuradores-Gerais de Justia dos estados, quem delibera sobre a destituio a Assembleia Legislativa. J no caso do PGJDFT quem delibera sobre a destituio no o Poder Legislativo do DF (Cmara Legislativa), mas o Senado Federal. Terminamos, assim, mais uma etapa da nossa aula. Vamos para a prxima etapa? 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1.3!Funes institucionais O MP, enquanto Instituio constitucionalmente criada, tem suas funes tambm definidas pela Constituio. Primeiro, vamos conhecer quais so e, aps, estudaremos cada uma delas em particular: Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pblicos e dos servios de relevncia pblica aos direitos assegurados nesta Constituio, promovendo as medidas necessrias a sua garantia; III - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ao de inconstitucionalidade ou representao para fins de interveno da Unio e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituio; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populaes indgenas; VI - expedir notificaes nos procedimentos administrativos de sua competncia, requisitando informaes e documentos para instru-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligncias investigatrias e a instaurao de inqurito policial, indicados os fundamentos jurdicos de suas manifestaes processuais; IX - exercer outras funes que lhe forem conferidas, desde que compatveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representao judicial e a consultoria jurdica de entidades pblicas. A)! I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei; Alguns de vocs talvez no saibam a que se refere este inciso. O que seria Òao penal pblicaÓ? Alguns crimes, por sua natureza, ofendem mais a sociedade (como um todo) do que o prprio indivduo, a vtima. EXEMPLO: No caso de um homicdio, no s a vtima e sua famlia que foram atacados, mas a sociedade de um modo geral, pois um crime cuja repercusso extrapola o mbito individual da vtima. Quando estamos falando desses crimes, a punio do criminoso interessa a todos, no s vtima. Outros crimes, no entanto, por no serem to graves, afetam mais a vtima do que a sociedade. Nesses crimes, a punio do autor do fato interessa mais vtima do que coletividade. No primeiro caso, a lei estabelece que a legitimidade para ajuizar a ao penal (ao quevisa apurao do fato e, se for o caso, condenao do acusado) do Estado (em sentido amplo, como conceito de Pas, poder soberano). E do Estado exatamente por que a ele interessa a punio 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo deste criminoso, em razo da natureza do crime. E algum (alguma Instituio do Estado) tem que cumprir esse papel de ajuizar a ao penal pblica. Esse algum o MP. o Ministrio Pblico, E SOMENTE ELE (GUARDEM ISSO!), quem pode propor a ao penal pblica. Por qu? Porque a Constituio assim determina. Nesta hiptese (ao penal pblica), no interessa se a vtima perdoou o criminoso, se no tem interesse em process-lo, pois, como j disse, esse interesse primeiramente do Estado, que atuar atravs do MP. A ao penal pblica pode ser INCONDICIONADA ou CONDICIONADA. No primeiro caso, o MP pode ajuizar a ao penal mesmo contra a vontade da vtima, no precisando de sua autorizao. No segundo caso, o MP precisa de autorizao da vtima (representao) para que possa ajuizar a ao penal. Esta a chamada Òao penal pblica condicionada representaoÓ.1 No segundo caso a vtima quem tem que processar o criminoso, por ser seu o interesse em v-lo punido. Mas o estudo acerca dos tipos de ao penal fica para a aula de Processo Penal. Aqui, utilizei alguns conceitos, grosso modo, apenas para que vocs entendam o que a funo do MP no que se refere propositura da ao penal pblica. CUIDADO! A titularidade da ao penal pblica (poder-dever de promover a ao penal pblica) EXCLUSIVA do MP. NÌO PODE SER DELEGADA A NENHUMA OUTRA INSTITUIÌO. Assim: ATUAÌO DO MP NA AÌO PENAL AÌO PENAL AUTOR PARTICIPAÌO DO MP PòBLICA (condicionada e incondicionada) MINISTRIO PòBLICO Autor do processo e fiscal da lei PRIVADA VêTIMA Apenas fiscal da lei O que ser fiscal da Lei? Nada mais que acompanhar o desenvolvimento do processo, de forma a verificar se todas as disposies legais esto sendo cumpridas corretamente. A ao penal pblica de titularidade exclusiva do MP (seja ao penal pblica incondicionada, seja ao penal pblica condicionada). Contudo, a CF/88 utiliza o termo ÒprivativaÓ. Contudo, no h possibilidade de delegao. Somente o MP, e mais ningum, pode ajuizar a ao penal pblica. 1 Existe, ainda, a ao penal pblica CONDICIONADA requisio do Ministro da Justia. Esta , contudo, uma hiptese prevista para rarssimos casos. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Mas, o que a ao penal privada subsidiria da pblica? Pode ocorrer de o MP perder o prazo legal para ajuizar a ao penal pblica (ou seja, deixar passar em branco o prazo, sem ajuizar a ao penal nem pedir o arquivamento do IP). Neste caso, a Lei faculta vtima ajuizar ao penal privada no lugar do MP. Neste caso, o ofendido quem ajuza a ao penal, de fato. Contudo, ELE NÌO ESTç AJUIZANDO AÌO PENAL PòBLICA. Ele estar ajuizando uma ao penal PRIVADA que ser aceita no lugar da ao penal pblica, exatamente porque o MP no ajuizou no prazo legal. Vejam: o ofendido NÌO ajuza ao penal pblica. B)! II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pblicos e dos servios de relevncia pblica aos direitos assegurados nesta Constituio, promovendo as medidas necessrias a sua garantia; Esse inciso representa a funo que tem o MP de proteger sociedade contra os abusos do Poder Pblico que, como sabemos, muitas vezes no respeita os direitos constitucionalmente previstos. EXEMPLO: Quando um prdio pblico no possui acessibilidade ideal a deficientes fsicos (rampas, banheiros adaptados, etc.), h uma violao aos direitos dos deficientes fsicos e, de um modo geral, Constituio, que tem na Isonomia, um dos seus princpios basilares. Ora, se no esto tratando os deficientes fsicos da maneira que necessitam para que possam ter o mesmo acesso que os demais quele local pblico, no est havendo um tratamento isonmico. Assim, o MP poder ajuizar uma ao civil pblica para que o infrator (estado, municpio, etc.) seja condenado a realizar as obras necessrias adaptao do ambiente. Vejam que a norma no se refere apenas ao ÒPoder PblicoÓ, mas tambm aos Òservios de relevncia pblicaÓ. O que seriam estes? So servios que, por sua natureza, deveriam ser prestados pelo Estado, mas no o so (Servio de gs canalizado, transportes, iluminao, distribuio de gua, etc.). Se uma companhia de transportes no est respeitando os direitos assegurados aos idosos, por exemplo, de terem gratuidade, ao MP cabe tomar as medidas cabveis a fim de que essa violao seja sanada. Lembrando que nem sempre ser necessria a propositura de uma ao judicial. Como j estudamos, o MP tambm atua EXTRAJUDICIALMENTE. Assim, possvel que, constatada uma violao aos direitos de um grupo social, o MP se rena com os responsveis e ambos firmem um acordo atravs do qual estes se comprometam a resolver os problemas em um determinado prazo. Assim, poupa-se tempo e dinheiro (Um processo custa caro aos cofres pblicos!). 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo C)! III - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; Este inciso repleto de termos que, se fssemos parar para estudar, teramos que ter uma verdadeira aula s para isso. Como esse no nosso objetivo, por ora, e nesta matria, vocs precisam saber, apenas, que a Ao Civil Pblica uma ao de cunho coletivo, cujo objetivo defender alguns direitos da sociedade ou de um determinado grupo da sociedade. EXEMPLO: Quando algum est causando um dano ambiental e o MP ajuza uma Ao Civil Pblica (ACP), ele est defendendo os interesses de toda a sociedade (pois no d para dividir quem ser e quem no ser beneficiado pela ao). Logo, estar defendendo um interesse DIFUSO. J quando o MP ajuza uma ACP para condenar uma Universidade a garantir que a lei seja cumprida, destinando o percentual legal de cotas estabelecido, no est defendendo os interesses de toda a sociedade, mas apenas de um determinado grupo (aqueles candidatos que se encaixem nos requisitos para obteno de cota). Logo, estar defendendo um interesse COLETIVO. O Inqurito Civil meramente um procedimento preparatrio de natureza administrativa, instaurado no mbito interno do MP, por ordem de um membro do MP, quando este tem notcia de que est havendo alguma violao a um direito difuso (toda a sociedade) ou coletivo (determinado grupo da sociedade). Tem a finalidade de investigar se, de fato, h ou no a violao. Se no houver, o Inqurito Civil Pblico (ICP) arquivado. Se houver, as provas reunidas iro servir para a instruo da Ao Civil Pblica que ser ajuizada pelo MP. Lembrando que s ser ajuizada caso no seja possvel, ou no seja do interesse da sociedade, a realizao de um acordo (Termo de ajustamento de Conduta Ð TAC). Fiquem atentos a um detalhe! O ICP no obrigatrio! O membro do MP pode ou noo instaurar. Se quando o membro do MP tiver notcia do fato, analisando as provas, entender que no h necessidade de obteno de outras provas, no instaurar o ICP. Ou seja, a ACP pode perfeitamente ser ajuizada sem que tenha havido previamente a instaurao de um ICP. Mas e se durante a instruo do ICP o membro do MP verificar que o fato tambm se enquadra como crime? Nesse caso, poder mandar extrair peas e instaurar um PIC (procedimento investigatrio criminal) ou simplesmente oferecer denncia, caso haja provas suficientes 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo e ele tenha atribuio para isso (Dentro do MP, possvel a diviso de tarefas, de forma que muitas vezes um membro do MP s ter atribuio para atuar na defesa de interesses coletivos, ou s ter atribuio para atuar na rea criminal, etc.). Bom, como disse a vocs, essas so apenas linhas gerais acerca deste tema, pois no nosso objetivo estud-lo minuciosamente aqui. CUIDADO! Enquanto a titularidade da ao penal pblica privativa do MP, a legitimidade para o ajuizamento da Ao Civil Pblica (ACP) no privativa do MP, concorrente (outras instituies tambm tm legitimidade). Uma destas instituies a Defensoria Pblica. Entretanto, SOMENTE O MP PODE INSTAURAR INQURITO CIVIL PòBLICO! Muitos outros detalhes existem, mas, repito, isso no ser objeto do nosso estudo. O MP, porm, sempre atua na ao civil pblica, seja como autor da ao ou apenas como fiscal da lei. D)! IV - promover a ao de inconstitucionalidade ou representao para fins de interveno da Unio e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituio; Este outro inciso que demandaria horas de estudo para darmos cabo. Entretanto, a anlise deste inciso est mais ligada ao Direito Constitucional. Porm, veremos algumas linhas gerais. A ao de inconstitucionalidade uma ao que no pode ser ajuizada por qualquer pessoa. Assim, a lei estabelece quem pode ajuiz-la. O MP um destes legitimados. Esta funo exercida PELO CHEFE DE CADA MP (Procurador-Geral da Repblica no caso do MPU e Procuradores-Gerais dos estados no caso dos MPÕs estaduais). Uma ao de inconstitucionalidade uma ao abstrata (no tem partes Ð autor e ru), que visa declarao de que uma norma est ofendendo a Constituio. Declarada pelo Judicirio a ofensa, a norma pode ser tirada do sistema jurdico ou apenas ser dada a ela uma interpretao que seja compatvel com o texto constitucional. H, ainda, a ao de inconstitucionalidade por omisso, que ajuizada quando um ente pblico deixa de publicar uma lei que a Constituio determina, ou o faz de maneira parcial. Em todos esses casos, o que se busca proteger a Constituio e seus ditames. Mas professor, quando que o PGR ajuza a ao e quando que os Procuradores-Gerais de Justia dos estados ajuzam a ao? Simples, meu amigo concurseiro. O PGR tem legitimidade para o ajuizamento das aes de inconstitucionalidade que visem a sanar uma ofensa Constituio Federal. J os PGJ dos MPs estaduais tm 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo legitimidade para ajuizar aes de inconstitucionalidade contra leis que ofendam a Constituio de seus respectivos estados. E o que seria representao para fins de interveno da Unio e dos estados? uma medida tomada quando, em um determinado ente federado, o Poder executivo (em 99% dos casos) est agindo de forma ofensiva a alguns princpios constitucionais. Existem vrias hipteses de Interveno. O regramento constitucional est nos artigos 34 a 36 da CRFB/88. Entretanto, no em todos eles que o MP pode representar. O MP apenas representar no caso de violao aos PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS SENSêVEIS e no caso de RECUSA Ë EXECUÌO DE LEI FEDERAL. Nos termos da Constituio: Art. 36. A decretao da interveno depender: (...) III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representao do Procurador-Geral da Repblica, na hiptese do art. 34, VII, e no caso de recusa execuo de lei federal. (Redao dada pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) Mas o que so PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS SENSêVEIS? So aqueles enumerados no art. 34, VII da CRFB/88, a saber: Art. 34. A Unio no intervir nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) VII - assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrtico; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestao de contas da administrao pblica, direta e indireta. e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade.(Redao dada pela Emenda Constitucional n¼ 29, de 2000) Se vocs analisarem, vero que existem outras hipteses que geram a necessidade de interveno. Entretanto, somente nestes casos depender de requisio do MP. Alis, vero ainda, que as hipteses de interveno variam no caso de interveno da Unio nos estados e no DF, e no caso de interveno da Unio nos municpios localizados em Territrio Federal e dos estados nos seus municpios. No entanto, isso matria para o Direito Constitucional. Ns no precisamos saber disso nesta matria! 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar d Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo E)! V - defender judicialmente os direitos e interesses das populaes indgenas; Este inciso autoexplicativo, merecendo apenas um comentrio. A atuao do MP em favor das populaes indgenas se dar apenas em relao aos direitos da comunidade indgena, enquanto corpo coletivo, e no que se referir s suas peculiaridades, proteo de sua cultura, terras, etc. O MP no pode, por exemplo, atuar na defesa dos interesses individuais de um integrante da comunidade indgena, em relao a uma questo que no tenha pertinncia com a comunidade em que vive. EXEMPLO: Algumas Universidades estabelecem cotas para indgenas. No caso de um indgena ter seu direito violado em razo da no concesso de seu direito cota na Universidade, no caber ao MP atuar. No caso de se tratar de pessoa hipossuficiente, a atuao ser da Defensoria Pblica. F)! VI - expedir notificaes nos procedimentos administrativos de sua competncia, requisitando informaes e documentos para instru-los, na forma da lei complementar respectiva; Este um dispositivo que tambm no demanda muita teoria. O MP, para instruir seus processos administrativos e ICPs, pode requisitar documentos e informaes e expedir notificaes. O poder de requisio do MP exercido com exclusividade pelo membro do MP, ou seja, um servidor do MP no pode requisitar uma informao ou um documento. A requisio no uma solicitao, ela mais que uma solicitao. O cumprimento da requisio obrigatrio, no facultativo, e o descumprimento sujeita o infrator s penalidades previstas em lei. No caso da notificao, a ideia semelhante. O cumprimento da notificao no facultativo. No caso de notificao para comparecimento,o MP pode requisitar o que se chama de Òconduo sob varaÓ, ou conduo coercitiva (art. 8¼, I da LC 75/93). Poder, ainda, responsabilizar judicialmente o infrator, enquadrando-o nas penalidades legalmente previstas. G)! VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; Como j estudamos l atrs, o MP no faz parte da organizao policial. Entretanto, como o desempenho das funes da polcia contribui negativa ou positivamente para o desempenho das funes do MP (Um crime mal investigado dificilmente gera uma condenao), ao MP foi conferido o controle externo da atividade policial. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar 9 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo No art. 3¼ da LC 75/93 ns temos uma definio melhor das razes que fundamentam esse controle. Este artigo regulamenta o art. 129, VII da Constituio, traando os objetivos que se pretende alcanar com o exerccio deste controle externo pelo MPU. Vejamos a redao do art. 3¼: Art. 3¼ O Ministrio Pblico da Unio exercer o controle externo da atividade policial tendo em vista: a) o respeito aos fundamentos do Estado Democrtico de Direito, aos objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil, aos princpios informadores das relaes internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constituio Federal e na lei; b) a preservao da ordem pblica, da incolumidade das pessoas e do patrimnio pblico; c) a preveno e a correo de ilegalidade ou de abuso de poder; d) a indisponibilidade da persecuo penal; e) a competncia dos rgos incumbidos da segurana pblica. bom que se deixe clara uma coisa: O MP NÌO O CHEFE DA POLêCIA! O MP apenas tem a atribuio para FISCALIZAR o exerccio da atividade policial. Atravs desta fiscalizao, caso seja constatada alguma irregularidade, o MP pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais cabveis para resolver o problema (seja ajuizando ao penal contra os infratores, seja requisitando a abertura de inqurito para apurar os fatos, etc.). Mal comparando, o MP atua mais ou menos como o Congresso Nacional, que fiscaliza os atos do Poder Executivo, sem ser, contudo, seu chefe. Um dos objetivos mais evidentes deste controle externo realizado pelo MPU a preservao da indisponibilidade da persecuo penal. O que isso? A persecuo penal nada mais que o exerccio do poder-dever conferido ao Estado para que investigue os fatos a fim de que, l na frente, se possa punir eventuais culpados. A este procedimento de busca pelos fatos preliminares (investigao) e processo e condenao dos culpados (processo penal) se d o nome de persecuo penal. Mas o que significa a Òindisponibilidade da persecuo penalÓ? Significa a ausncia de discricionariedade na persecuo penal. A persecuo penal no disponvel, ou seja, no pode o responsvel por ela simplesmente Òabrir moÓ, deixar de realiza-la, seja qual for o motivo. Assim, quando se busca garantir a indisponibilidade da ao penal, ao fim e ao cabo o que se pretende evitar que fatores externos (principalmente $$$) influenciem negativamente na conduo da persecuo penal, que numa fase preliminar conduzida pela Polcia, atravs da investigao criminal, e nesta fase que a persecuo mais vulnervel. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar 9 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo CUIDADO! O MPU exerce o controle EXTERNO da atividade policial, pois o MPU NÌO INTEGRA a mesma estrutura da polcia. Quem exerce o controle INTERNO da atividade policial a CORREGEDORIA da polcia respectiva. H)! VIII - requisitar diligncias investigatrias e a instaurao de inqurito policial, indicados os fundamentos jurdicos de suas manifestaes processuais; Esse inciso se reporta relao MP x Polcia. A Polcia possui duas vertentes: Polcia Judiciria e Polcia administrativa. A primeira responsvel pela investigao, pelo Òps-crimeÓ. Sua funo auxiliar o MP, fornecendo elementos que levem responsabilizao do infrator. exercida pela Polcia Civil e pela Polcia Federal, basicamente. J a funo de Polcia administrativa exercida, basicamente, pela Polcia Militar. Sua funo de preveno. Busca evitar que os crimes sejam cometidos, num trabalho ostensivo de vigilncia. Obviamente, as funes descritas no inciso transcrito se referem Polcia Judiciria, pois a elas incumbe o dever de investigar. A requisio ser dirigida ao Delegado responsvel e seu cumprimento obrigatrio. I)! IX - exercer outras funes que lhe forem conferidas, desde que compatveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representao judicial e a consultoria jurdica de entidades pblicas. Aqui, temos um inciso ÒabertoÓ, pois determina que outras funes podem ser conferidas ao MP, respeitando-se a sua natureza. Como assim? Ora, imaginemos que uma emenda constitucional estabelecesse que, de agora em diante, o MP atuaria em Juzo como representante das autarquias federais. Essa emenda seria inconstitucional, pois estaria estabelecendo uma funo completamente dissociada das funes do MP. O MP o defensor da sociedade, no do Governo. 1.4!Princpios Institucionais O art. 127, ¤1¼ da Constituio assim dispe: Art. 127. (...) ¤ 1¼ - So princpios institucionais do Ministrio Pblico a unidade, a indivisibilidade e a independncia funcional. Vamos estud-los individualmente. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar 4 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1.4.1!Princpio da Unidade Por princpio da unidade entende-se que o MP apenas um, embora cada membro seja o Òprprio MPÓ. Sendo assim, a manifestao de um membro do MP em um processo, por exemplo, representa a vontade do MP enquanto instituio. Todos os membros do MP formam um s corpo. No se pode dizer que, num dado processo, o Procurador fulano pediu a condenao do ru. Quem pediu a condenao no foi o Procurador, foi o Ministrio Pblico, pois ele age em nome do MP. Ou melhor, o promotor, no exerccio das suas atribuies, o MP. O princpio da Unidade possui duas vertentes: §! Administrativa Ð Cada MP compe uma Unidade administrativa prpria. Assim, sob este prisma, a Unidade deve ser entendida dentro de cada MP! No podemos falar em Unidade (no plano administrativo) entre MPs diferentes! No existe Unidade (administrativa), por exemplo, entre o MPU e um MP estadual. §! Funcional Ð A atuao funcional (atividade-fim) do MP uma s, embora existam vrios ramos do MP. Assim, existe Unidade funcional entre MPs diferentes. Ex.: Atuao eleitoral. Na primeira instncia quem atua so os Promotores de Justia, membros dos MPEs. Na segunda instncia quem atua o MPF. Percebam que, aqui, no temos Òdois MPsÓ atuando. Do ponto de vista administrativo sim (duas Unidades administrativas diferentes), mas do ponto de vista FUNCIONAL no. Quem atuou, desde o incio, foi o ÒMinistrio PblicoÓ. 1.4.2!Princpio da Indivisibilidade Pelo princpio da indivisibilidade, os membros do MP (do mesmo ramo) podem se substituir uns aos outros, sem qualquer impedimento. Na verdade, esse princpio deriva do princpio da unidade,pois tira seu fundamento daquele. Vejamos: Por que os membros do MP podem se substituir uns aos outros? Porque quem atua no processo no o promotor (ou Procurador da Repblica, Procurador do Trabalho, etc.), o MP. O membro do MP apenas o meio utilizado para a materializao da vontade do MP. Assim, se um membro do MP que atua num caso ÒXÓ sair de frias, no h necessidade de se aguardar seu retorno. O processo tramitar normalmente e, caso haja necessidade da prtica de algum ato pelo MP, o 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar 0 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo MP ser intimado e o membro que estiver designado como substituto atuar. Percebam que eu disse que o MP ser intimado, e no o membro fulano ou beltrano, e exatamente isso. Como j disse a vocs, quem atua no caso o MP. Quando o MP ajuza a ao penal pblica, quem ajuza a ao no o membro tal, o MP. O membro apenas subscreve a petio, que representa a vontade daquele Ministrio Pblico. Assim, quando houver necessidade de atuao do MP para a prtica de algum ato processual, quem ser intimado no ser o membro que assinou a petio inicial da ao, mas o MP. Isto no ocorre com a advocacia, por exemplo. Quando um advogado representa uma pessoa em juzo, ele est vinculado ao processo. Ele, pessoalmente, no o seu escritrio, nem a OAB, enquanto instituio. Assim, no caso de haver uma audincia, por exemplo, quem dever comparecer o advogado que consta nos autos do processo, ou, caso no possa, dever fazer um substabelecimento para outro advogado, a fim de que ele pratique o ato. No caso do MP isso no acontece. O membro do MP no est vinculado pessoalmente ao processo e, por isso, no tem que substabelecer a outro membro do MP para que pratique o ato num processo perante o qual atua. Porque a possibilidade de atuar num processo e falar pelo MP decorre da posse no cargo de promotor (ou procurador da repblica, etc.). CUIDADO! Vocs vero que uma das prerrogativas dos membros do MP a de receber intimao pessoal nos autos do processo em que atuarem. Contudo, o termo Òintimao pessoalÓ no quer dizer que a intimao deva ser realizada na pessoa de algum membro do MP, especificamente. O que este termo significa que a intimao do MP s se formaliza quando o seu membro toma cincia pessoal da intimao, nos autos, ou seja, no h intimao por publicao no DO. necessrio que um membro do MP (qualquer membro, no necessariamente o que ajuizou a ao) seja pessoalmente intimado para que a intimao se formalize! EXEMPLO: Jos Promotor de Justia do MPRJ e est atuando num determinado processo criminal XXX. O Juiz designa audincia de instruo e julgamento para determinada data, e determina a intimao pessoal do MP. O Oficial de Justia comparece at o MPRJ e entrega a intimao Maria, Promotora de Justia que estava responsvel pelo planto naquele dia. Nesse caso, o fato de a intimao ter sido recebida por Maria e no por Jos absolutamente irrelevante. Considera-se que foi cumprida a intimao pessoal do MP. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1.4.3!Princpio da independncia funcional O princpio da independncia funcional de assimilao mais fcil que os dois primeiros. Este princpio garante que os membros do Ministrio Pbico, no exerccio de suas funes, no se submetem nenhuma hierarquia de ordem ideolgico-jurdica. O membro do MP tem liberdade total para atuar conforme suas ideias jurdicas. EXEMPLO: Imaginem que em determinado estado da Federao, um Procurador-Geral de Justia elabore uma portaria, determinando que, a partir daquela data, seria vedado aos membros daquele MP arquivar inquritos policiais e pedir a absolvio em processos criminais. Essa portaria seria flagrantemente inconstitucional, pois violaria o princpio da independncia funcional, j que cada membro do MP tem a prerrogativa de agir conforme sua convico. Se o membro acha que no h elementos que indiquem que o investigado cometeu o crime, ele tem total liberdade para mandar arquivar o inqurito ou pedir a absolvio, no caso de j ter sido ajuizada a ao. CUIDADO! A independncia funcional diz respeito apenas atividade jurdica do membro do MP. No que se refere organizao administrativa do rgo, Hç SIM HIERARQUIA. EXEMPLO: Se o PGJ baixa uma portaria dizendo que a partir daquela data obrigatrio aos Promotores de Justia o uso de terno e gravata todos os dias em que haja expediente, essa portaria no fere a independncia funcional do membro do MP, pois no interfere em sua conscincia jurdica acerca de que deciso deve ou no ser tomada. Entretanto, embora no viole o princpio da independncia funcional, nada impede que essa portaria viole algum outro direito dos membros do MP, previstos em legislao prpria. O QUE VOCæS TæM QUE SABER QUE A INDEPENDæNCIA FUNCIONAL Sî SE REFERE Ë ATIVIDADE-FIM DO MEMBRO DO MP, no s questes meramente administrativas, de organizao da Instituio. 1.5!Garantias e vedaes aos membros do MP 1.5.1!Garantias dos membros do MP As garantias dos membros do MP esto previstas no art. 128, ¤5¼ da CF/88: Art. 128 (...) ¤ 5¼ Leis complementares da Unio e dos Estados, cuja iniciativa facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecero a organizao, 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo as atribuies e o estatuto de cada Ministrio Pblico, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, aps dois anos de exerccio, no podendo perder o cargo seno por sentena judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pblico, mediante deciso do rgo colegiado competente do Ministrio Pblico, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redao dada pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) c) irredutibilidade de subsdio, fixado na forma do art. 39, ¤ 4¼, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, ¤ 2¼, I; (Redao dada pela Emenda Constitucional n¼ 19, de 1998) Portanto, podemos dizer que as garantias dos membros do MP so trs: VITALICIEDADE, INAMOVIBILIDADE E IRREDUTIBILIDADE DE SUBSêDIO (OU VENCIMENTOS). A vitaliciedade a garantia de que dispem os membros do Ministrio Pblico de s perderem o cargo em razo de sentena judicial transitada em julgado. Ou seja, no basta mero Procedimento Administrativo Disciplinar para que o membro do MP seja punido com demisso do cargo. Essa deciso tem que acontecer dentro de um processo judicial, com deciso que no caiba mais recurso (trnsito em julgado). Essa representa uma das maiores garantias conferidas aos membros do MP, pois confere aos membros do MP uma maior segurana e liberdade no exerccio de suas funes, j que condiciona sua demisso deciso judicial transitada em julgado. Mas isso no seria um privilgio aos membros do MP, ferindo a isonomia com os demais servidores pblicos? No, pois a natureza das funes do MP (atribuio de investigar e acusar, muitas vezes, pessoas influentes na sociedade e na poltica)requer que seja a eles conferida essa segurana, j que muitas vezes a atuao destes profissionais incomodar pessoas que possuem grande influncia e poderiam se mobilizar para ÒderrubarÓ o promotor. A inamovibilidade impede que o membro do MP seja removido compulsoriamente do seu local de atuao para outro, salvo por deciso da maioria absoluta dos membros do colegiado competente (Conselho Superior do MP), ainda assim, desde que haja interesse pblico devidamente justificado e seja assegurada ao membro do MP a ampla defesa, nos termos do art. 128, ¤5¼, I, ÒbÓ da CF/88. uma das garantias conferidas aos membros do MP, e aplicvel a todos os membros da carreira, sejam eles vitalcios ou no. EXEMPLO: Paulo Promotor em Petrpolis/RJ. Por estar exercendo brilhantemente suas atribuies, acaba por denunciar um poderoso poltico local. Este, por possuir forte influncia e ser amigo do PGJ do MP/RJ, pede que o promotor seja transferido para Itaperuna/RJ. Vejam 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo que se no fosse a garantia da inamovibilidade, Paulo poderia ser ÒpunidoÓ com a remoo para longe de sua casa e de sua famlia, simplesmente por estar exercendo livremente suas funes. Desta forma, no basta que aos membros do MP seja garantida a impossibilidade de demisso por procedimento administrativo, deve ser garantido, ainda, que no sejam compulsoriamente removidos, para evitar situaes como a do exemplo. A irredutibilidade de subsdio (ou vencimentos) uma garantia financeira conferida aos membros do MP. Semelhantemente ao que ocorre com os magistrados, os membros do MP no podem ter seus subsdios reduzidos. Alguns pontos devem ser analisados. Primeiramente, vocs tm que saber que essa irredutibilidade no real, mas apenas nominal. O que quer dizer isto? Quer dizer que essa garantia no assegura a correo anual do subsdio pelo ndice da inflao, para evitar a perda de poder aquisitivo. Garante apenas que o valor nominal pago ao membro do MP no sofrer reduo. Ou seja, no garante reajuste peridico. O STF j decidiu sobre isso! EXEMPLO: Imaginemos que Pedro Promotor de Justia em determinado estado da Federao, e recebe subsdio de R$ 20.000,00. Considerando que a inflao no ano anterior foi de 10%, segundo os ndices oficiais, no pode Pedro, nem qualquer membro do MP, pleitear judicialmente o reajuste de 10%, para preservar o valor real do subsdio, pois a garantia se refere, to-somente, manuteno do valor que j pago. Em segundo lugar, como consta da prpria redao do dispositivo constitucional, h exceo. A mais relevante delas, e a nica que cobrada em provas de concurso a possibilidade de reduo do subsdio caso este esteja sendo pago em valor superior ao teto dos Ministros do STF, nos termos do art. 37, XI da CF, j explicado na aula 01. Porm, no toda e qualquer parcela que entra nesse limite. Valores recebidos a ttulo de INDENIZAÌO no se submetem ao teto do servio pblico (Como dito, o subsdio dos Ministros do STF). Mas o que so parcelas indenizatrias? So parcelas, valores, que so pagos ao membro do MP no como remunerao pelo seu servio prestado, pelo exerccio de suas funes, mas em razo de despesas por ele efetuadas para o desempenho de sua funo. EXEMPLO: Se um Promotor designado para atuar provisoriamente numa outra comarca, ele ir ter gastos com locomoo, hospedagem, alimentao, etc. Esses gastos so ressarcidos pelo MP como dirias. Essas dirias so verbas de natureza indenizatria, pois se entende que o membro do MP no est ÒlucrandoÓ com isso, mas apenas utilizando 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo a verba recebida para custear suas despesas realizadas em razo do trabalho. As demais excees referem-se possibilidade de tributao do subsdio (art. 150, II; 153, III; 153, ¤2¡) e possibilidade de desconto direto no subsdio para ressarcimento ao errio no caso de prtica de ato de improbidade (art. 39, ¤4¡). O que vocs no podem se esquecer para esse concurso que EXISTEM EXCEÍES! 1.5.2!Vedaes constitucionais aos membros do MP As vedaes constitucionais impostas aos membros do MP esto previstas no inciso II do ¤5¼ do art. 128 da CF/88: Art. 128 (...) ¤ 5¼ Leis complementares da Unio e dos Estados, cuja iniciativa facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecero a organizao, as atribuies e o estatuto de cada Ministrio Pblico, observadas, relativamente a seus membros: (...) II - as seguintes vedaes: a) receber, a qualquer ttulo e sob qualquer pretexto, honorrios, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra funo pblica, salvo uma de magistrio; e) exercer atividade poltico-partidria; (Redao dada pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) f) receber, a qualquer ttulo ou pretexto, auxlios ou contribuies de pessoas fsicas, entidades pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei. (Includa pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004) Primeiramente, o membro do MP no pode receber honorrios. Esse dispositivo dispensa maiores comentrios, pois sua dico autoexplicativa. Frise-se que isso no impede que o MP receba honorrios. Quem no pode receb-los o membro do MP, enquanto pessoa fsica. O MP, enquanto Instituio, pode receber honorrios. O membro do MP tambm est proibido de exercer a advocacia. Esta vedao uma das mais taxativas, e seu descumprimento pode gerar, inclusive, o ajuizamento de Ao Civil para perda do cargo do membro do MP. Os membros do MP no podem, sequer, ser inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil. Isto se deve ao fato de que o membro do MP deve poder se dedicar integralmente sua funo. Alm disso, o exerccio da 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo advocacia poderia gerar conflitos de interesses entre a funo pblica e funo privada do membro do MP.2 O membro do MP tambm no pode participar de sociedade empresarial, salvo na qualidade de cotista ou acionista. Assim, o membro do MP pode investir seu dinheiro em aes da Petrobrs, da Vale do Rio Doce, etc. O que o membro do MP NÌO PODE abrir uma sociedade empresarial e participar da gesto desta, sob pena de falta funcional. Os membros do MP tambm no podem exercer qualquer outra funo pblica, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistrio. Percebam que a restrio a apenas uma funo pblica de magistrio no impede que o membro do MP exera o magistrio em Instituio privada de Ensino, ainda que possua mais de uma matrcula (Embora o CNMP tenha regulamentado isto atravs de resoluo). De qualquer forma, em todos esses casos, cada um com sua peculiaridade, uma coisa h em comum: sempre ter que haver compatibilidade de horrios. No importa se o membro do MP foi aprovado no concurso para professor titular de uma universidade federal, se a carga horria for incompatvel com o exerccio da funo, ele no poder assumir. Ainda que o membrodo MP esteja em gozo de licena, frias, ou em disponibilidade, A RESTRIÌO PERMANECE! O membro do MP no pode, ainda, exercer atividade poltico- partidria. A vedao ao exerccio de atividade poltico-partidria no abrange somente a candidatura a cargo poltico, mas tambm a mera filiao a partido poltico. Contudo, apesar de tal previso, a LONMP (Lei Orgnica Nacional do MP) permite a mera filiao partidria. Ento, como fica a situao? Apesar de tal permisso na LONMP, o STF declarou a inconstitucionalidade desta interpretao, nos seguintes termos: (...) Ao julgada procedente, em parte, para, sem reduo de texto, dar ao inciso V do art. 44 da Lei 8.625, de 12.2.93, interpretao conforme a Constituio, para fixar como nica exegese constitucionalmente possvel aquela que apenas admite a filiao partidria de representante do Ministrio Pblico dos Estados- membros, se realizadas nas hipteses de afastamento, do integrante do Parquet, de suas funes institucionais, mediante licena, nos termos da lei. (ADI 1377, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Relator(a) p/ Acrdo: Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 03/06/1998, DJ 16- 12-2005 PP-00057 EMENT VOL-02218-02 PP-00122) (Grifo nosso) 2 Os membros do MP que j estavam na carreira antes da promulgao da Constituio Federal e que optaram pelo regime jurdico anterior podem advogar, mas esta a nica exceo (excepcionalssima). 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Alm disso, apesar de o STF ter deixado consignado que o membro poderia se licenciar para exercer atividade poltico-partidria, isso s se aplica aos membros que Jç ESTAVAM no MP quando foi promulgada a atual Constituio (05.10.1988)3, e que optaram por permanecer no regime jurdico anterior4. Com relao aos membros que entraram depois da CF/88, fixou-se o entendimento de que vedado o exerccio da atividade poltico-partidria, desde a edio da EC 45/04.5 Basicamente, ficou assim: EXERCêCIO DE ATIVIDADE POLêTICO-PARTIDçRIA PELOS MEMBROS DO MP INGRESSO NA CARREIRA CONSEQUæNCIA EXCEÌO MEMBROS QUE Jç ESTAVAM NO MP ANTES DA CF/88 E OPTARAM PELO REGIME ANTERIOR PODEM, Mas devem se licenciar No podem se j havia vedao na Lei especfica MEMBROS QUE ENTRARAM DEPOIS DA CF/88 NÌO PODEM 1.6!Autonomia do MP 1.6.1!Da autonomia funcional A autonomia funcional do MP est prevista, originalmente, na prpria Constituio Federal. Vejamos: Art. 127. (...) ¤ 2¼ Ao Ministrio Pblico assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criao e extino de seus cargos e servios auxiliares, provendo- os por concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, a poltica remuneratria e os planos de carreira; a lei dispor sobre sua organizao e funcionamento. (Redao dada pela Emenda Constitucional n¼ 19, de 1998) 3 Este tambm o entendimento do TSE: ÒRecurso especial. Membro. Ministrio Pblico. Exerccio. Cargo. Simultaneidade. Filiao partidria. Registro de candidato. Indeferimento. 1. O membro do Ministrio Pblico que, tendo ingressado na carreira antes da Constituio de 88, optar pelo regime anterior, pode filiar- se a partido poltico. Deve, contudo, para faz-lo, licenciar-se do cargo. 2. Ocorrida a filiao partidria, sem o devido afastamento do integrante do parquet, no se pode reconhecer sua validade. [...].Ó (Ac. de 25.10.2008 no REspe n¼ 32.842, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) 4 Essa possibilidade de opo pelo regime anterior est prevista no art. 29, ¤ 3¼, do ADCT. 5 Existe uma deciso isolada do STF, de 2008, no sentido de que o membro do MP que j exercia cargo eletivo antes da EC 45/04 teria direito a concorrer reeleio. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo A autonomia funcional do Ministrio Pblico significa que a Instituio est isenta de qualquer influncia externa no exerccio de sua atividade-fim. Desta forma, poder o MP adotar as medidas que entender necessrias, e que sejam permitidas pelo ordenamento jurdico, em face de quaisquer agentes, rgos ou Instituies, de carter pblico ou privado, no dependendo da autorizao ou anuncia de quem quer que seja. CUIDADO: NÌO CONFUNDAM AUTONOMIA FUNCIONAL DO MP COM INDEPENDæNCIA FUNCIONAL DOS SEUS MEMBROS. A autonomia funcional do Ministrio Pblico coexiste de maneira harmoniosa com a independncia funcional dos seus membros, que oponvel, inclusive, aos prprios rgos da Administrao Superior do MP. importante lembrar que, conceitualmente, independncia e autonomia no so sinnimas. Vejamos as palavras do saudoso mestre Hely Lopes Meirelles: "independncia e autonomia, do ponto de vista jurdico-administrativo, so conceitos diversos e com efeitos diferentes. A independncia de carter absoluto; a autonomia relativa a outro rgo, agente ou Poder. Ora, no que concerne ao desempenho da funo ministerial, pelo rgo (Ministrio Pblico) e seus agentes (Promotores, Procuradores), h independncia de atuao e no apenas 'autonomia funcional'. Os membros do Ministrio Pblico quando desempenham as suas atribuies institucionais no esto sujeitos a qualquer subordinao hierrquica ou superviso orgnica do Estado a que pertencem. Seus atos funcionais s se submetem ao controle do Poder Judicirio, quando praticados com excesso ou abuso de poder, lesivo de direito individual ou infringente das normas legais que regem a sua conduta. Essa submisso ao controle judicial no descaracteriza a sua independncia funcional, pois tem sede constitucional no mandamento universal do artigo 153, ¤ 4¼, da Lei Maior (EC n¼ 1/69), abrangente de toda conduta humana abusiva ou ilegal" (Parecer sobre o Ministrio Pblico, in Justitia n¼ 123/185.) Embora os termos no sejam sinnimos, o que nos interessa, na verdade, no tanto esta parte. O que nos interessa que a autonomia funcional do MP sua autonomia de atuao no que respeita a outros rgos, Instituies. O MP livre para agir contra quem quer que seja. J a independncia funcional dos seus membros, embora se parea com a autonomia do MP, possui um vis mais ideolgico, relacionado sua liberdade de convico, ou seja, o membro do MP deve agir conforme sua convico em cada caso, no devendo seguir entendimentos adotados pelos rgos da Administrao Superior do MP ou quaisquer outros rgos. 84369892600 - Aglemar Zildélia Ribeiro Alencar Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 86 LEGISLAÌO DO MP Ð MPU (2017-2018) Ð ANALISTA Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Importante frisar que tanto a autonomia funcional do MP quanto a independncia funcional de seus membros so aplicveis ao MP brasileiro como um todo, ou seja, tanto ao MPU (em todos os seus ramos) quanto aos MPs estaduais. 1.6.2!Da autonomia administrativa A autonomia administrativa, grosso modo, assegura ao Ministrio Pblico a prerrogativa de se AUTOGOVERNAR. Para tanto, pode o MP editar atos relacionados gesto dos seus quadros de pessoal (admisso, exonerao, aposentadoria, etc.), administrao e aquisio de bens etc. Os atos administrativos praticados
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