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WP7 Pericias judiciais e procedimento legais

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WP7 - PERÍCIAS 
JUDICIAIS E 
PROCEDIMENTOS LEGAIS 
– PARTE TEÓRICA E 
PRÁTICA
 Dr. José Augusto do Nascimento
 Juiz Federal do Trabalho
 e-mail: janasci2006@oi.com.br
01
PERÍCIA JUDICIAL
1. Conceito
2. Objetivo
3. Natureza 
4. Espécies
5. Estrutura
6. Fundamentação Legal
02
1. CONCEITO DE PERÍCIA JUDICIAL 
 
 A Perícia Judicial é a atividade ou 
diligência ordenada por um Juiz, com a 
finalidade de apurar tecnicamente um 
FATO, através da produção de prova 
técnica, visando o convencimento do juiz 
durante a instrução processual.
03
2. OBJETIVO DA PERÍCIA JUDICIAL
A Perícia Judicial objetiva à avaliação, 
vistoria ou exame de determinado fato, 
estado ou valor de um objeto controvertido 
dentro do processo, onde o perito irá 
verificar, apreciar e interpretar tais fatos, 
transmitindo ao juiz, através do laudo 
pericial, o resultado de sua apreciação 
técnica acerca do que foi periciado, 
permitindo ao juiz formar seu 
convencimento jurídico sobre o fato, 
estado ou valor, objeto da prova pericial. 
04
3. NATUREZA DA PERÍCIA JUDICIAL
 A Perícia Judicial tem Natureza 
Jurídica de Atividade Processual 
Probatória. Ocorre dentro de um processo, 
com observância de preceitos éticos e 
legais e tem como motivação o fato do juiz 
depender do conhecimento técnico ou 
especializado de um profissional (perito) 
para poder decidir de forma correta e 
justa.
05
 
4. ESPÉCIES DE PERÍCIA
 Perícia Judicial
 
 Perícia Extrajudicial.
06
 A Perícia Judicial é específica e define-
se pelo texto da lei. Na verdade, a natureza 
judicial da perícia é definida pelo fato de 
ser realizada por ordem de um Juiz, ‘ex 
officio’ ou a pedido das partes.
 A Perícia Extrajudicial é aquela 
realizada fora do processo judicial. É 
iniciada por vontade da parte interessa e 
tem por objetivo demonstrar a verdade ou 
não de um fato, sua existência ou 
inexistência, bem como discriminar 
interesses de cada pessoa envolvida em 
matéria conflituosa; comprovar simulação, 
fraude, desvios, danos etc.
07
 
Quando o artigo 427 do CPC, dispõe que: 
‘O juiz poderá dispensar prova pericial 
quando as partes, na inicial e na 
contestação, apresentarem sobre as 
questões de fato pareceres técnicos ou 
documentos elucidativos que considerem 
suficientes’ está se referindo justamente à 
perícia extrajudicial. 
08
 O CPC,art.420, diz que a prova pericial 
consiste em exame, vistoria ou avaliação.
Exame: consiste em inspecionar, 
analisar, investigar pessoas, coisas móveis 
ou semoventes;
Vistoria: consiste em inspecionar, 
analisar imóveis em geral (terrenos, 
prédios etc.);
Avaliação: consiste na busca de se 
atribuir, de forma estimativa, um valor 
monetário às coisas, móveis ou imóveis, e 
aos direitos e obrigações que constituem 
objeto da perícia. 
09
 A CLT, art.195, trata da Insalubridade 
e da Periculosidade. A perícia será feita 
por Médico ou Engenheiro do Trabalho. 
Insalubridade: são insalubres as 
atividades ou operações que exponham a 
pessoa humana a agentes nocivos à saúde, 
tais como: ruídos, calor, iluminação, 
radiações, ar comprimido, vibrações, frio, 
umidade, agentes químicos, poeira, agentes 
biológicos etc., sempre acima dos limites de 
tolerância fixados em razão da natureza e 
da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos, nos termos da 
CLT (arts. 189 a 192) e da NR-15 e Anexos 
e Portaria 12/79, entre outras, do MTE.
10
 Periculosidade: São consideradas 
atividades ou operações perigosas, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de 
trabalho, impliquem o contato permanente 
com inflamáveis ou explosivos em 
condições de risco acentuado. É o que diz o 
artigo 193 da CLT. Assim, inflamáveis, 
explosivos e eletricidade são as fontes 
juridicamente reconhecidas como 
produtoras de gerar periculosidade com 
efeitos no contrato de trabalho, quanto ao 
pagamento do respectivo adicional. Desse 
modo, além do que dispõe a CLT, no art. 
193, temos ainda as disposições da NR-16 e 
seus Anexos, bem como as Portarias do 
MTE que tratam da Periculosidade. 
11
A doutrina apresenta ainda: 
a) Perícia Semijudicial: é aquela 
realizada no meio estatal, por autoridades 
policiais, parlamentares, administrativas 
etc., mas que não foi ordenada por um 
juiz, no curso de um processo judicial.
b) Perícia Arbitral: é aquela 
realizada por um perito, e, embora não 
seja determinada por um juiz, tem valor 
de perícia judicial, embora sua natureza 
seja extrajudicial, pois as partes litigantes 
escolheram o procedimento da arbitragem 
para a solução do litígio, submetendo-se às 
regras da arbitragem, que, após a 
conclusão do procedimento (Sentença 
Arbitral) terá força executiva na justiça, 
como sendo título executivo judicial, nos 
termos do art. 475-N, inciso IV, do CPC.
12
c) Perícia Obrigatória: é aquela que 
é determinada por lei e é indispensável 
para que haja a caracterização, 
classificação ou tipificação legal de um 
fato. É o que ocorre, por exemplo, com a 
insalubridade e a periculosidade (CLT, 
art. 195), no incidente de falsidade (CPC, 
art. 392), na venda a crédito com reserva 
de domínio (CPC, art. 1.071,§1º) etc. A sua 
falta pode gerar a nulidade do processo ou 
o indeferimento do pedido, objeto da 
prova pericial.
13 
d) Perícia Facultativa: é aquela em 
que a realização da perícia dependerá de 
iniciativa ou requerimento da parte ou 
interessado. A sua falta não gera a 
nulidade do processo. 
e) Perícia Indireta: ocorre quando a 
perícia direta for impraticável (CPC, 
art.420, III). Neste caso,mesmo que já não 
exista a coisa ou a pessoa a ser periciada, 
admite-se que o perito, com base em 
registros (públicos ou privados) ou ainda 
através de indícios, emita o seu laudo, em 
torno da situação da coisa, quando for 
existente, ou das condições da pessoa, 
quando viva. Aqui, o trabalho do perito é 
de reconstituir fatos passados ou 
transitórios, tornando-os atuais para o 
juiz, desde que tenham deixado vestígios. 
14
 A Perícia Judicial, segundo alguns 
autores, pode ainda ser classificada em:
• Oficiais 
• Requeridas
• Facultativas 
• Perícias do Presente
• Perícias do Futuro
• Necessárias 
15
5.ESTRUTURA DA PERÍCIA JUDICIAL 
 Possui três fases ou etapas:
1ª – FASE PRELIMINAR
2ª – FASE OPERACIONAL
3ª – FASE FINAL
16
1ª – FASE PRELIMINAR:
• Identificação da necessidade da 
prova pericial - Art. 145 CPC.
• O Juiz defere a perícia, nomeia 
o perito e fixa o prazo de entrega do Laudo 
Pericial - Art. 421 CPC.
• Formulação dos Quesitos 
pelas 
partes - 5 dias da intimação do despacho 
de nomeação do perito - e Indicação dos 
Assistentes Técnicos - Art. 421, § 1º CPC. 
17
2ª – FASE OPERACIONAL:
• Início da perícia e diligências;
• Curso do Trabalho;
• Elaboração do Laudo Pericial.
3ª – FASE FINAL
• Assinatura do Laudo;
• Entrega do Laudo;
• Levantamento dos honorários;
• Esclarecimentos (se requeridos).
Em todas as fases, existem prazos e 
formalidades a serem cumpridas. 
18
6. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
 A matriz da Fundamentação Legal da 
Perícia Judicial ou Prova Pericial está 
disposta nos artigos 420 a 439 do CPC: 
“Art. 420. A Prova pericial consiste em exame, vistoria 
ou avaliação.
Parágrafo único. O juiz indeferirá a períciaquando:
I – a prova do fato não depender do conhecimento 
especial de técnico;
II – for desnecessária em vista de outras provas 
produzidas;
III – a verificação for impraticável.
 19
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o 
prazo para a entrega do laudo.
§1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, 
contados da intimação do despacho de nomeação do 
perito:
I – indicar o assistente técnico;
II – apresentar quesitos.
§2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia 
poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito 
e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e 
julgamento a respeito das coisas que houverem 
informalmente examinado ou avaliado. 
Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo 
que lhe foi cometido, independentemente de termo de 
compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da 
parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. 
20
Art. 423. O perito pode escusar-se (art.146), ou ser 
recusado por impedimento ou suspeição (art. 138,III); ao 
aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, o 
juiz nomeará novo perito.
Art. 424. O perito pode ser substituído quando:
I - carecer de conhecimento técnico ou científico;
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no 
prazo que lhe foi assinado.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz 
comunicará a ocorrência à corporação profissional 
respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada 
tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo 
decorrente do atraso no processo. 
21
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a 
diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos 
quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte 
contrária. 
Art. 426. Compete ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
II – formular os que entender necessários ao 
esclarecimento da causa.
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando 
as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre 
as questões de fato pareceres técnicos ou documentos 
elucidativos que considerar suficientes.
23
Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, 
poderá proceder-se à nomeação de perito e indicação de 
assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a 
perícia.
Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o 
perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os 
meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo 
informações, solicitando documentos que estejam em 
poder de parte ou em repartições públicas, bem como 
instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e 
outras quaisquer peças. 
Art. 430 e 431. Revogados.
24
Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local 
designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter 
início a produção da prova.
Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que 
abranja mais de uma área de conhecimento 
especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e 
a parte indicar mais de um assistente técnico.
Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder 
apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-
á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente 
arbítrio. (Destacamos).
25
Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório, no 
prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da 
audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus 
pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após 
intimadas as partes da apresentação do laudo.
Art. 434. Quando o exame tiver por objeto a 
autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de 
natureza médico-legal, o perito será escolhido, de 
preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos 
oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos 
autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor 
do estabelecimento.
Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto a 
autenticidade da letra e firma, o perito poderá requisitar, 
para efeito de comparação, documentos existentes em 
repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao 
juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do 
documento, lance em folha de papel por cópia, ou sob 
ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.
26
Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e 
do assistente técnico, requererá ao juiz que mande 
intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde 
logo as perguntas, sob forma de quesitos.(Destacamos).
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão 
obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere 
este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da 
audiência.
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, 
podendo formar a sua convicção com outros elementos 
ou fatos provados nos autos. (Destaque).
 
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício ou a 
requerimento da parte, a realização de nova perícia, 
quando a matéria não lhe parecer suficientemente 
esclarecida.
27
Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos 
fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir 
eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta 
conduziu.
Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições 
estabelecidas para a primeira.
Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a 
primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de 
uma e outra.
28
2. PERITO JUDICIAL
a) Conceito
b) Função
c) Deveres
d) Direitos
e) Local de Trabalho
f) Diferenças
g) Impedimentos e Suspeições
3. ASSISTENTE TÉCNICO PERICIAL
a) Conceito
b) Função
c) Direitos
d) Parecer Pericial
e) Prazo de Entrega do Parecer
f) Espécies de Parecer Pericial
g) Perito e Assistente - Diferenças 
29
• Conceito de Perito Judicial: 
 A legislação não define, não oferece o 
conceito de perito judicial. No entanto, o 
Projeto de Lei Nº 3419, de 2004, de autoria 
do deputado Eduardo Paes – PSDB/RJ, 
que Regulamenta o exercício da atividade, 
define as atribuições do Perito Judicial e 
do Assistente Técnico, apresenta a seguinte 
definição: 
30
“Art. 1º- Perito Judicial é o profissional 
com curso superior, habilitado pelo 
respectivo órgão de classe regional, 
inscrito na Associação de Peritos do 
Estado, nomeado por Juiz de Direito para 
atuar em processo judicial que tramite em 
Varas e Tribunais de Justiça Estaduais, 
em Varas e Tribunais Regionais e 
Federais, com a finalidade de pesquisar e 
informar a verdade sobre as questões 
propostas, através de Laudos e de provas 
científicas e documentais.
 31
• Quem pode ser Perito Judicial?
 De acordo com o art. 145, § 1º, do CPC, 
não basta a qualidade de médico, 
engenheiro, contador etc., para ser perito 
judicial. O perito deve indicar qual o ramo 
de atividade ou especialidade, para que aja 
o enquadramento perfeito entre o objeto 
da perícia e o conhecimento especial sobre 
a matéria. 
32
 
• Função do Perito Judicial:
 A função do perito pressupõe uma 
percepção técnica, observação e afirmação 
ou negação do fato, dentro de um roteiro 
formal de trabalho que denominamos de 
Procedimento Legal da Perícia, que se 
materializa através do Laudo Pericial que 
obriga o perito a dizer, concluir “ é ” ou 
“ não é ” . O que o perito faz não é julgar 
e sim auxiliar o juiz, através do laudo 
pericial, a esclarecer quem tem razão sobre 
determinado fato ou pedido formulado no 
processo. 
33Deveres do Perito Judicial 
• possuir nível superior e ser inscrito em 
órgão de classe, com especialidade no 
trabalho que vai executar;
• possuir sólido conhecimento técnico, 
firmeza de caráter e serenidade para 
emitir seu parecer final, não se deixando 
contagiar por pressões ou fatores 
estranhos ao seu trabalho;
• realizar a perícia no prazo fixado;
• prestar informações verídicas; 
34
• Local de trabalho do Perito Judicial
 Nos processos trabalhistas, se restringia 
aos ambientes de trabalho perigosos e 
insalubres. Agora inclui-se os acidentes de 
trabalho, que geram lesões e incapacidade 
laborativa, total ou parcial, sendo o exame 
realizado no corpo do periciado. 
35
• Direitos do Perito Judicial:
 A partir do momento em que o perito é 
nomeado pelo juiz, passa a ser considerado 
auxiliar da justiça, funcionário público ou 
serventuário eventual da justiça. Com isso, 
lhe são assegurados os seguintes direitos:
1. É considerado Funcionário Público para 
os efeitos civis e penais, a teor dos artigos 
139 do Código de Processo Civil e 327 do 
Código Penal. 
36
2. Ter acesso ao processo, isto é, retirá-lo 
da Secretaria da Vara para conhecer dos 
fatos, objeto da prova pericial. Faz “carga 
do processo”.
3. Ter acesso amplo ao local da perícia, 
sozinho ou com as partes, advogados, 
assistentes técnicos. Terá ampla liberdade 
de agir, pois a perícia é uma audiência sem 
a presença do juiz. O perito, no ato da 
perícia, é o representante legal do juiz. Daí 
o perito tem o direito, aliás deve, como 
auxiliar da justiça, impor o cumprimento 
da lei, evitando que uma das partes possa 
descaracterizar, mudar as condições do 
ambiente que será periciado. 
37
4. Pode recusar o encargo de perito, 
alegando suspeição ou impedimento. 
5. Ter um prazo razoável para a realização 
da perícia. 
6. Tem direito a uma remuneração 
compatível com a complexidade da perícia.
7. Os honorários periciais não devem ser 
vinculados ao resultado do processo 
judicial, procedimento administrativo e/ou 
ao valor da causa. 
38
• Impedimentos e Suspeições do Perito Judicial
 O CPC dispõe no art. 138, III, que os 
motivos de Impedimento e de Suspeição, 
também são aplicados ao perito judicial. 
 
 Significa dizer que o ‘Perito pode 
escusar-se (CPC, art.146), ou ser recusado 
por impedimento ou suspeição (CPC, 
art.138,III); ao julgar a escusa ou ao julgar 
procedente a impugnação, o juiz nomeará 
novo perito’, dispõe o art. 423 do CPC. 
39
 A escusa é ato do perito e deve ser 
apresentada no prazo de 5 (cinco) dias, 
contados da intimação ou do Impedimento 
superveniente, sob pena de se reputar 
renunciado o direito a alegá-la, consoante 
artigos 146, parágrafo único e 423 do CPC, 
situação em que o juiz nomeará um novo 
perito.
 O perito pode escusar-se do encargo de 
colaborar com o Poder Judiciário (CPC, 
art.339), alegando, além de Impedimento 
ou Suspeição, outros motivos, tais como: 
doença grave, viagem prolongada, excesso 
de trabalho, falta de qualificação etc. Cabe 
ao Juiz, por sua vez, analisar a 
legitimidade dos motivos fornecidos pelo 
perito para deferir ou não a escusa.
40
 Já a recusa, é ato da parte que poderá 
impugnar a nomeação de determinado 
perito por motivo de Impedimento ou 
Suspeição. É o que dispõe os arts. 423 e 
138, III, do CPC. 
O motivo de Impedimento, suscitado 
pelo próprio perito (escusa) ou alegado 
pela parte (recusa) deve fundamentar-se 
em uma das hipóteses do art. 134 do CPC.
Já o motivo de Suspeição, suscitado 
pelo próprio perito (escusa) ou alegado 
pela parte (recusa) deve fundamentar-se 
em uma das hipóteses do art. 135 do CPC.
41
ASSISTENTE TÉCNICO PERICIAL
• Conceito 
 A legislação não oferece o conceito de 
assistente técnico. Já o Projeto de Lei Nº 
3.419/2004, apresenta a seguinte definição:
“Art. 2º-Assistente Técnico é o profissional 
com curso superior, habilitado pelo órgão 
de classe regional, inscrito na Associação 
de Peritos do Estado, indicado pelas partes 
para atuar em processo judicial que 
tramite em Varas e Tribunais de Justiça 
Estaduais, em Varas e Tribunais Regionais 
e Federais, em conjunto com o Perito 
Judicial ou, separadamente, com a 
finalidade de pesquisar e informar a 
verdade sobre as questões propostas, 
através de Pareceres técnicos e de provas 
científicas e documentais.
42
• Função 
 No desempenho de sua função o 
assistente técnico pode criticar, concordar, 
discordar, impugnar ou até mesmo 
complementar o laudo produzido pelo 
perito judicial.
 O que o assistente não pode fazer é 
inverter a verdade dos fatos. Pode, no 
entanto, sustentar a tese da parte que o 
contratou, informando ao juiz os fatos de 
acordo com a sua ótica.
43
• Direitos 
 O assistente técnico tem o direito de 
estar presente e participar de todos os atos 
periciais. 
 Os Pareceres dos Assistentes Técnicos 
devem permanecer nos autos, como 
elemento do conjunto probatório 
apresentado pelas partes. 
 No tocante à remuneração ou 
honorários do assistente técnico, o TST, já 
pacificou a matéria, através da Súmula n. 
341, no sentido de que a “indicação do 
perito assistente é faculdade da parte, a 
qual deve responder pelos respectivos 
honorários, ainda que vencedora no objeto 
da perícia”. 
44
• Parecer Pericial
 O Parecer Técnico Pericial é um relato 
escrito e formal de um trabalho produzido 
pelo Assistente Técnico. 
 O Parecer Pericial materializa a opinião 
do assistente técnico sobre o laudo pericial 
apresentado pelo perito judicial, bem como 
sua opinião sobre a matéria objeto da 
prova pericial.
45
• Prazo de Entrega do Parecer Pericial 
 O Parecer fundamentado do assistente 
técnico será apresentado na Secretaria da 
Vara Judicial, em separado, no prazo 
comum de dez (10) dias, após a 
apresentação do laudo pelo perito judicial, 
independentemente de intimação (art. 433 
CPC), se outro não for o prazo 
estabelecido pelo juiz, que será juntado ao 
processo para análise. 
46
 Na verdade, o prazo do assistente 
técnico para apresentar seu parecer, deve 
ser contado a partir da intimação às partes 
da juntada do laudo do perito judicial. 
Essa é a interpretação que vem sendo 
dada pelos Tribunais, quanto ao momento 
em que começa a contagem desse prazo. 
47
 
• Espécies de Parecer Pericial
• Parecer Pericial Judicial
• Parecer Pericial Extrajudicial
 
 Parecer Pericial Judicial é aquele que 
tem por objetivo se contrapor ou opinar 
sobre o laudo pericial apresentado pelo 
perito oficial do juízo.
 Parecer Pericial Extrajudicial é aquele 
que é elaborado pelo assistente técnico 
para ser utilizado fora do processo judicial 
por quem o encomendou, diante da 
necessidade de uma opinião técnica sobre 
determinado assunto, para a realização de 
um negócio, contrato ou tomada de 
decisão, por exemplo. 
48
• Perito e Assistente Técnico - Diferenças
PERITO X ASSISTENTE
1-Autonomia 1. Dependência
2-Auxiliar da Justiça 2. Auxiliar da Parte
3-Impedimento e Suspeição. 3. Não há 
4-Recebe Depois 4. Recebe Antes
5-Conduz a Perícia 5. Assiste a perícia ser realizada
6-Responsabilidade Maior 6. Responsabilidade Menor.
7-Laudos Curtos 7. Laudos Longos
8-Não Depende de Resultado 8. Depende de Resultado
9-Flexibilidade de Prazos 9. Nãohá Flexibilidade
10-Acesso Fácil ao Local 10. Acesso Difícil, se Reclamante
11-Pressão do autor 11. Pressão do réu
12-Impugnação Simples 12. Impugnação Completa
49
LAUDO PERICIAL 
a) Conceito
b) Objetivo
c) Forma
d) Natureza Jurídica
e) Meio de Prova
f) Características
g) Estrutura
h) Quesitos
 1. Conceito
 2. Quesitos Iniciais ou Principais
 3. Quesitos Suplementares
 4. Questões Práticas
i) Procedimentos Legais e Processuais
 1.Aspectos legais
 2.Procedimentos Práticos
 3. Procedimentos Finais
 4.Perícia no Procedimento Sumário 
j) Prova Emprestada
l) Prazo para a Realização da Perícia
m) Perícia por Carta Precatória 
n) Diferença entre Parecer e Laudo
o) Laudo Falso 
p) Modelos de Laudos Periciais 
50
Laudo Pericial 
• Conceito
 É um documento elaborado pelo perito 
que contém a exposição detalhada, 
minuciosa do que foi observado, analisado 
pelo perito sobre os fatos ou circunstâncias 
objeto da perícia.
 É o produto ou resultado do trabalho 
pericial, em que o especialista se pronuncia 
sobre questões submetidas a sua 
apreciação.
51
• Objetivo
 O objetivo do laudo pericial é o de 
fornecer esclarecimentos sobre FATOS à 
autoridade judiciária que o solicitou. Deve, 
portanto, fornecer informações claras, 
objetivas, fundamentadas e conclusivas, 
sobre fatos de natureza técnica, não 
dominadas pelo juiz. 
52
• Forma
 A forma do laudo pericial é escrita. O 
laudo judicial é um documento público 
porque foi produzido por alguém que 
estava investido de um múnus público, 
funcionando como auxiliar da justiça, 
possuindo, portanto, fé pública, ou seja, o 
laudo tem presunção de verdade.
 Na verdade, documento é uma 
representação material que serve para 
reconstituir e preservar através do tempo 
um fato, imagem, situação, idéia, 
declaração de vontade etc. Assim, o Laudo 
Pericial irá documentar e preservar uma 
prova técnica utilizada dentro de um 
processo judicial. 
53
 A forma recomendada de apresentação 
do laudo é a de folhas A4 ou Ofício, 
escritas somente em uma das suas faces, 
deixando-se margem à esquerda de 3,5 cm, 
que permitirá por perfuração e fixação, 
bem como seu encarte nos autos.
 O corpo das letras sugerido é o tipo 12 
ou 14, com espaço 1,5 entre as linhas, de 
modo a tornar sua leitura fácil e agradável 
54
• Natureza Jurídica
 O Laudo Pericial é um documento 
público que faz prova não só da sua 
formação, mas também dos fatos que o 
perito declarar que ocorreram, de acordo 
com o exame, análise de fatos, documentos, 
ambiente periciado etc., levando-o a uma 
conclusão.
 Nunca esqueça que o laudo deve sempre 
possuir uma conclusão precisa e eficaz.
55
• Meio de Prova
 A própria CLT diz que a 
caracterização e determinação da 
insalubridade ou periculosidade, no 
ambiente de trabalho, só poderá ser 
aferida através de prova técnica, in casu, 
através da prova pericial.
 Se a perícia não for realizada, na forma 
e nos termos da lei, o pedido de adicional 
de insalubridade, periculosidade ou outro 
qualquer que dependa de prova pericial 
será indeferido, isto é, não será 
considerado como válido.
56
• Características 
 
 O Laudo Pericial possui quatro partes: 
1ª - Preâmbulo ou Introdução : contém os 
nomes do perito e o objeto da perícia, bem 
como o nome das partes. 
2ª - Exposição: contém a narração de tudo 
que foi observado.
3º - Discussão: contém a análise, a crítica e 
a fundamentação dos fatos observados.
4ª - Conclusão: contém as respostas aos 
quesitos das partes e do juiz, bem como a 
resposta definitiva sobre a existência ou 
não de determinado fato discutido no 
processo e objeto da perícia.
57
• Estrutura 
 
 O Laudo Pericial não possui uma 
estrutura normatizada, mas existem 
formalidades que compõem sua estrutura, 
que deve obedecer a uma certa ordenação.
a) Abertura
b) Considerações Iniciais
c) Exposição ou Descrição
d) Considerações Finais
e) Quesitos – Respostas
f) Encerramento
g) Anexos 
58
Abertura:
1. Nome da autoridade a quem se dirige a perícia;
2. Nº do processo, se houver;
3. Nome das partes envolvidas – autor e réu;
4. Parágrafo Introdutório (Preâmbulo) 
- A Introdução ou Preâmbulo deve conter:
• Declaração formal da realização da perícia
• Identificação legal do perito
• Nº do órgão de classe
• Declaração da observância da Legislação 
Processual aplicável e demais Leis e 
Normas utilizadas no caso concreto.
59
Considerações Iniciais:
1. Data e nome do solicitador da perícia;
2. Referências de técnicas adotadas para 
exame dos autos (processo);
3. Se houve ou não necessidade de diligências. 
NOTA:
 Pode-se ainda, nas Considerações Iniciais, 
narrar um breve histórico sobre os 
antecedentes importantes para elucidar o 
laudo, como os cargos e funções exercidos pelo 
autor da ação e do pedido, objeto da perícia, e 
outras circunstâncias relacionadas à perícia. 
60
Exposição ou Descrição:
 É a parte central da perícia; sobre ela 
estarão assentadas todas as demais partes do 
laudo. Contém a narração de tudo que foi 
observado e desenvolvido no trabalho pericial.
1. Introdução ao tópico do trabalho 
desenvolvido, com referência a normas 
profissionais e ordenamento lógico;
2. Identificação do objeto da prova pericial –
Questão (tipo de perícia);
3. Identificação do objeto da prova pericial – 
sua Finalidade;
61
4. Se houve diligência, identificação e descrição 
dos locais de trabalho e elementos pesquisados 
e vistoriados, descrevendo, por exemplo, suas 
dimensões, tipo de construção, piso, 
coberturas, luminárias, distribuição de 
máquinas e equipamentos, assim como as 
condições gerais de higiene e limpeza.
5. Se não houve diligência, descrição dos 
elementos que foram objeto de exame, análise 
ou verificação ou no que se baseou o perito;
62
6. Descrição do trabalho de forma completa e 
ordenada, relatando as tarefas e atribuições 
exercidas, ou seja, as técnicas, análises, 
métodos e raciocínios utilizados para a 
conclusão da perícia. Em outras palavras: 1. O 
que se faz? 2. Como e com que se faz? 3. E 
para que se faz? Deve-se destacar fatores como 
esforço físico, complexidade e tempo de 
execução, que são importantes para definir as 
condições de risco profissional a serem 
posteriormente descritas. 
7. A descrição dos fatos ficará muito mais 
clara se forem anexadas fotografias, já, que 
uma imagem substitui com precisão a mais 
detalhada descrição. 
63
8. Descrição da análise ou crítica dos fatos 
observados e objeto da perícia. A análise 
deverá ser qualitativa e quantitativa. A análise 
qualitativa ocorre, por exemplo, quando se 
identifica a presença do agente causador do 
dano, os meios de contato e o seu potencial de 
causar dano à vítima. Já a análise quantitativa 
ocorre quando identificamos a extensão do 
dano, quantificado através de equipamentos e 
técnicas especializadas. 
64
9. Depois da Descrição de tudo que foi feito e 
identificado durante o trabalho pericial, temos 
a fase da Discussão do Laudo, onde o perito 
apresenta a fundamentação científica de seu 
trabalho técnico, externando sua opinião, 
indicando as razões técnicas pelas quais 
concluiu neste ou naquele sentido. Poderá, 
neste momento, transcrever ensinamentos de 
autoridades no assunto e fazer comparações e 
analogias pertinentes aocaso, objeto da 
perícia. A sua fundamentação não é jurídica e 
sim técnica, devendo, no entanto, indicar as 
normas que amparam sua conclusão. 
65
Considerações Finais:
1. Conclusão
 É a opinião técnica do perito sobre a 
matéria – indicando de forma definitiva, clara 
e objetiva sobre a existência ou não do fato 
discutido no processo e objeto da perícia, 
citando, inclusive, o embasamento legal de sua 
conclusão;
2. Indicação de quesitos (se houver).
66
Quesitos - Respostas:
1. Transcritos na ordem do laudo;
2. Respondidos sequencialmente à transcrição 
dos quesitos formulados;
3. Respondidos de forma clara e objetiva.
Encerramento:
1.Exposição formal do encerramento do 
trabalho pericial, simples e objetiva;
2.Descrição da quantidade de páginas que 
compõem o laudo, se rubricadas ou não;
3.Descrição da planilha de custos do trabalho;
4.Local e data da conclusão do laudo;
5.Assinatura e identificação do perito.
67
Anexos:
Os anexos que integram o laudo devem ser 
numerados sequencialmente e rubricados 
pelo perito;
Faz parte o demonstrativo dos documentos 
indispensáveis à ilustração e bom 
esclarecimento do trabalho realizado.
68
QUESITOS
1. Conceito:
 São perguntas que as partes e o próprio 
Juiz fazem ao perito judicial, sobre os fatos 
objeto da perícia.
 O trabalho do assistente técnico terá grande 
relevância neste momento da perícia, 
permitindo ao perito, responder de forma 
clara e precisa, todos os aspectos que o 
assistente técnico entenda fundamental para 
esclarecimento dos fatos verificados durante a 
produção da prova pericial.
 Os quesitos devem ter relação direta com os 
fatos e a matéria objeto da perícia, isto é, 
devem ser pertinentes, sob pena de serem 
indeferidos pelo juiz - art. 426, I, do CPC. 
69
2. Quesitos Iniciais ou Principais:
 São aqueles que são apresentados pelas 
partes, no prazo de 5 (cinco) dias, contados a 
partir da intimação do despacho de nomeação 
do perito, a teor do art. 421, § 1º, II, do CPC.
3. Quesitos Suplementares:
 São aqueles que são apresentados pelas 
partes durante as diligências da produção da 
prova pericial. Neste caso, as partes constatam 
que os Quesitos Iniciais não contemplaram 
determinados aspectos que surgiram após o 
início da perícia judicial – art. 425, do CPC.
70
“Art. 425. Poderão as partes 
apresentarem, durante a diligência, 
questões suplementares. Da juntada 
dos quesitos aos autos dará o escrivão 
ciência à parte contrária”. 
ATENÇÃO! Após a conclusão das diligências 
por parte do perito judicial, não mais será 
possível a formulação dos quesitos 
suplementares. Assim, no momento em que o 
perito apresenta o Laudo Pericial à Secretaria 
da Vara ou Juízo, entende-se como concluídas 
as diligências pelo perito judicial. Logo, os 
quesitos suplementares apresentados após esse 
momento serão indeferidos por 
intempestividade.
71
DICA: O que a parte retardatária pode fazer, 
para esclarecer algum fato que entenda 
necessário, é utilizar-se do disposto no art. 435, 
do CPC, ou seja, pedir ao Juiz que mande 
intimar o perito judicial para comparecer à 
audiência, formulando desde logo as 
perguntas, sob forma de Quesitos. No entanto, 
o perito e o assistente técnico só estarão 
obrigados a prestar os esclarecimentos a que se 
refere o art. 435, quando intimados 5 (cinco) 
dias antes da audiência.
72
ATENÇÃO: Observe que a possibilidade de se 
formular Quesitos Suplementares, existe 
quando as partes constatam que os Quesitos 
Iniciais não contemplaram determinados 
aspectos que surgiram após o início da perícia 
judicial. Logo, conclui-se que só haverá 
Quesitos Suplementares se, e somente se, 
foram formulados Quesitos Iniciais, 
apresentados pela mesma parte que pretende 
formular os Quesitos Suplementares. Do 
contrário, caberá ao Juiz indeferi-los por falta 
de pressuposto legal lógico. 
73
4. Questões Práticas sobre Quesitos:
 1 - Os Quesitos formulados pelos assistentes 
técnicos das partes ao perito devem ser 
respondidos sempre com os advérbios SIM e 
NÃO, explicitando circunstanciadamente e de 
forma sucinta, quando necessário. 
 
 2 - O perito deverá antes da diligência, ler, 
cuidadosamente, os Quesitos formulados e 
anotá-los. Assim, durante a realização da 
vistoria, exame etc., poderá colher todos os 
dados que interessam, para elaborar as 
respostas. 
74
 3-Quando da redação do laudo, 
responderá, antecipadamente, a todos os 
Quesitos formulados. Na conclusão do 
laudo pericial, serão dadas, apenas, 
respostas sucintas referenciadas ao corpo 
do laudo. Assim, não haverá dúvidas 
quanto ao embasamento técnico das 
respostas, ao mesmo tempo em que as 
torna objetivas para o juiz e às partes. 
 4- O Perito não pode contradizer, 
contrariar ou negar o Laudo com as 
respostas aos quesitos, modificando a 
fundamentação e a conclusão do Laudo. 
75
 5- Na formulação dos Quesitos 
Complementares os assistentes técnicos, 
partes etc., devem tirar suas dúvidas, 
quanto ao que está no Laudo e não 
formular novas questões, inovar a matéria 
objeto da perícia, muito menos utilizar tais 
quesitos para discussões subjetivas, 
doutrinárias, discussão de teses etc., 
cabendo ao juiz indeferir tais quesitos. 
76
Procedimentos Legais e Processuais
1. Aspectos Legais:
 O CPC disciplina a produção da prova 
pericial nos arts. 420 a 439, sendo tais 
dispositivos utilizados subsidiariamente no 
processo do trabalho - art. 469 da CLT.
 A lei nº. 5584/70, art. 3º, § único, dispõe:
“Art. 3º. Os exames periciais serão realizados 
por perito único designado pelo juiz, que 
fixará o prazo para a entrega do laudo.
Parágrafo único. “Permitir-se-á a cada parte a 
indicação de um assistente, cujo laudo terá que 
ser apresentado no mesmo prazo assinado 
para o perito, sob pena de ser desentranhado 
dos autos”.
 O art. 826 da CLT foi revogado pelo art. 3º 
da lei n. 5584/70. 
77
2. Procedimentos Práticos: 
Primeiro:
A parte deve requerer a prova pericial com 
a petição inicial ou com a contestação, sendo 
que o juiz irá apreciar o pedido, deferindo-a 
ou não. Há quem entenda que o simples 
“Protesto” pela produção de prova não 
substitui o “Requerimento” necessário à 
produção de prova técnica. A conseqüência 
seria julgar prejudicado o pedido, objeto de 
prova pericial. Se o Juiz entender que a prova 
técnica é necessária irá deferir o pedido ou 
determinar de ofício, do contrário, indeferirá, 
a teor do art. 420, § único, CPC. Quando:
1. A prova do fato não depender do 
conhecimento especial de técnico;
2. For desnecessária em vista de outras provas 
produzidas;
3. A verificação for impraticável. 
78
Segundo:
O Juiz irá nomear o perito, fixando de 
imediato o prazo para a entrega do laudo. 
Permitirá às partes a indicação de assistentes 
técnicos e a apresentação de quesitos, no prazo 
de cinco dias, contados da intimação do 
despacho de nomeação do perito. É o que diz o 
art. 421, do CPC. Observe que a indicação de 
assistentes técnicos e apresentação de quesitos 
é uma faculdade das partes. Faz se quiser. 
79
Terceiro:
A parte que fez o pedido, que tem por 
objeto a prova pericial, deverá efetuar o 
depósito dos honorários periciais provisórios, 
caso determinado pelo juiz e no prazo fixado, 
para custear as despesas iniciais do perito.
Quarto:
Regularizadostodos esses procedimentos, o 
Juiz determina a liberação dos honorários 
provisórios do perito, seguindo-se a realização 
da perícia no dia, hora e lugar determinados 
pelo juiz ou indicados pelo perito, com a 
presença do perito, das partes, assistentes 
técnicos e advogados, que deverão ser 
notificados de tais diligências, através de 
correspondência registrada, com “AR”. 
80
Quinto:
Durante a perícia, o perito poderá utilizar-
se de todos os meios e procedimentos 
necessários, ouvindo testemunhas, obtendo 
informações, solicitando documentos que 
estejam em poder da parte ou repartições 
públicas, bem como instruir o laudo com 
documentos, fotografias etc.,- art. 429 do CPC.
Sexto:
A apresentação do laudo pericial deve ser feita 
na secretaria da vara, na forma e no prazo de 
lei ou determinados pelo juiz. 
81
Sétimo:
Apresentado o laudo pericial, segue-se a 
ordem do procedimento regular estabelecido 
no art. 452, do CPC, quanto à produção de 
provas em audiência, a saber:
1.O perito e os assistentes técnicos 
responderão aos quesitos de esclarecimentos, 
requeridos no prazo e na forma do art. 435;
2.O juiz tomará os depoimentos pessoais, 
primeiro do autor e depois do réu;
3.Finalmente, serão inquiridas as 
testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu. 
 
O art. 848, §2º, CLT, diz que a prova pericial 
deve ser produzida antes da prova testemunhal. 
82
Oitavo:
 No caso de insalubridade, indicar o grau, se 
40% (Máximo), 20% (Médio) ou 10% 
(Mínimo) e a fundamentação dessa 
constatação, nos termos da Port. 3.214/78 MTb 
 NÃO ESQUEÇA! O laudo deve sempre ser 
conclusivo, imparcial, restringindo-se a dizer 
se há ou não há a condição perigosa ou 
insalubre alegado pelo reclamante ou ainda se 
a lesão sofrida pelo empregado está 
relacionada à sua atividade (Nexo Causal) e se 
ocasionou incapacidade laborativa total ou 
parcial.
83
 O Laudo Pericial não pode ser 
contraditório, obscuro ou oferecer dúvidas 
durante a narração de seus elementos ou 
partes, podendo, entretanto, o perito, 
transcrever artigos técnicos e científicos sobre 
o tema analisado, se assim entender.
 O perito não deve entrar em conflito, briga, 
com as partes ou assistentes técnicos. Deve ser 
frio, indiferente ao litígio entre as partes. Em 
outras palavras, o perito deve ser técnico. 
84
3. Procedimentos Finais:
 O perito encaminhará o laudo datado e 
assinado ao Juiz, com uma petição em que 
solicitará seus honorários. 
 Alguns peritos elaboram a primeira folha 
do laudo em forma de petição, iniciando o seu 
corpo, após, os espaços de praxe (10), 
solicitando seus honorários em item específico, 
após as respostas aos quesitos. Há quem 
entenda que este procedimento é mais simples.
85
 
 O laudo deve ser encaminhado em 4 vias. 
Uma fica com o perito, como recibo, após 
protocolada na secretaria do Juízo. As outras 
são encaminhadas, uma aos autos e as outras 
duas a cada uma das partes. Após, as 
manifestações (impugnações) das partes, novos 
quesitos poderão ser formulados, para que 
pontos que as partes entendam obscuros sejam 
elucidados pelo perito, inclusive em audiência. 
86
4. Perícia no Procedimento Sumário 
No procedimento Sumário (CPC, art. 275), 
a produção da prova pericial, deve anteceder a 
prova oral, mas sempre após à audiência de 
conciliação, pois, havendo acordo, perderá 
objeto a prova pericial.
No Procedimento Sumário pode ocorrer a 
“Conversão do Procedimento de Sumário em 
Ordinário”, nas seguintes hipóteses:
1.Quando for impugnado o valor da causa;
2.Quando houver controvérsia sobre a 
natureza da demanda;
3. No caso de prova pericial de maior 
complexidade - CPC, art. 277, §4º e 5º. 
87
 Na CLT, o art. 852–H, § 4º, que trata do 
Procedimento Sumaríssimo na Justiça do 
Trabalho, dispõe que: “Somente quando a 
prova do fato o exigir, ou for legalmente 
imposta, será deferida prova técnica, 
incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o 
objeto da perícia e nomear o perito”.
 Isto ocorre, porque o Procedimento 
Sumaríssimo, na Justiça do Trabalho, permite 
maior celeridade, obrigando ao autor da ação 
formular um pedido certo e líquido, nas ações 
em que os pedidos não ultrapassam 40 salários 
mínimos, excluindo-se, no entanto, ações 
contra a Administração Pública Direta, 
Autárquica e Fundacional. 
88
5. Prova Pericial Emprestada
 Consiste na utilização de um laudo pericial 
que foi realizado para um determinado 
processo e agora, este mesmo laudo, está sendo 
utilizado como meio de prova em outro 
processo distinto. 
O TST já se manifestou, afirmando:
“Não ofende o artigo 195 da CLT, decisão que 
se utiliza de prova emprestada, realizada 
anteriormente no mesmo local de trabalho do 
reclamante e com o mesmo objeto, para efeito 
de constatação de insalubridade, mormente 
quando deixa igualmente claro que outros 
empregados recebem referida parcela por força 
de perícia técnica já realizada (AIRR 
722.927/01). Milton de Moura França – TST”. 
89
6. Prazo para a Realização da Perícia
A CLT não é clara sobre o tema. 
As leis trabalhistas são omissas. Dizem 
apenas que o juiz fixará o prazo para entrega 
do laudo
O CPC, de igual modo, afirma apenas 
que o juiz ao nomear o perito, fixará de 
imediato o prazo para entrega do laudo. 
90
 O Juiz quando fixa o prazo para entrega do 
laudo pericial, em regra, leva em conta:
1. O tempo necessário para o perito efetuar 
diligências e concluir o laudo, não concedendo 
prazo muito curto ou excessivamente longo;
2. O prazo concedido ao perito deve levar em 
consideração a data da audiência de instrução 
e julgamento, pois o laudo pericial deve ser 
apresentado pelo perito, pelo menos 20 dias 
antes da referida audiência, consoante o art. 
433, do CPC.
3. O prazo para a entrega do laudo pericial 
pode ser prorrogado ainda a pedido do perito 
judicial, se o perito, por motivo justificado, 
não puder apresentar o laudo dentro do prazo. 
91
O juiz concede, por uma só vez, 
prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio. 
Diz o art. 432 do CPC.
No entanto, é de bom alvitre que o perito 
esclareça ao juiz de quanto tempo ainda 
precisa (novo prazo) para concluir seu trabalho 
e entregar, em juízo, o laudo pericial. 
Se o perito após a prorrogação do prazo, 
não apresentar o laudo, cabe ao juiz adotar as 
seguintes providências:
92
1. Substituir o perito - Art. 424,II, CPC.
2. Comunicar a ocorrência ao órgão de classe 
do perito - Art.424, § único, CPC.
3. Impor multa ao perito, tendo em vista o 
valor da causa e o possível prejuízo decorrente 
do atraso no processo - Art. 424, § único, CPC. 
NOTA: Alguns juízes preferem determinar o 
prazo da perícia e deixar o processo “fora de 
pauta”, isto é, suspender o prazo da audiência 
de instrução, até a entrega do laudo pelo 
perito, ocasião em que determina a re-inclusão 
do processo em pauta, dando seguimento 
regular ao processo, notificando as partes etc. 
93
7. Perícia por Carta Precatória
 É a perícia que deve ser realizada fora 
dos limites territoriais da comarca onde 
tramita o processo.
 O CPC trata da Carta Precatória, nos 
arts. 200 a 212.
NOTA: Quando o objeto da Carta for 
exame pericial sobre documento, este será 
remetido em original, ficando nos autos 
reprodução fotográfica. É o que diz o §2º 
do art. 202, do CPC. 
94
8. Diferença entre Parecer e Laudo PericialPontos comuns:
• São relatos escritos e formais, em função 
da prova técnica ou pericial.
• Estão previstos no artigo 433 do CPC.
• São produzidos por profissionais de nível 
superior, registrados em seus órgãos de 
classe e possuidores de uma especialização 
técnica-científica em determinado ramo do 
conhecimento humano.
• São remunerados pelos seus trabalhos.
• Devem seguir as leis, normas e códigos 
de ética de suas profissões.
95
Diferenças de Forma e de Fundo:
Diferenças quanto à Forma: 
• O perito é nomeado pelo juiz, enquanto 
que o assistente indicado pelas partes.
• O prazo para entrega do laudo é fixado
pelo juiz. Já o prazo para a entrega do 
parecer, pelos assistentes técnicos, é de 10 
dias, após a intimação das partes da 
apresentação do laudo.
• O Laudo é assinado por perito único, 
enquanto que o Parecer é assinado por um 
ou vários assistentes técnicos. 
96
Diferenças de Fundo ou de Conteúdo:
• No Parecer Pericial prevalece a opinião 
do assistente técnico sobre todos os 
procedimentos utilizados na produção da 
prova pericial e sua opinião sobre o 
próprio laudo, enquanto que no Laudo 
Pericial o perito oficial relata o trabalho 
pericial realizado, de forma isenta e 
imparcial, apresentando sua conclusão ao 
juiz, de acordo com os elementos técnicos, 
éticos e legais utilizados na elaboração da 
perícia;
97
A estrutura do Parecer Pericial contém:
1. Resumo do laudo pericial;
2. Comentários técnicos;
3. Opinião técnica;
4. Encerramento;
5. documentos anexos.
Já a estrutura do Laudo Pericial possui:
1. Abertura;
2. Considerações Iniciais;
3. Exposição ou descrição;
4. Considerações finais;
5. Quesitos – respostas;
6. Encerramento;
7. Documentos anexos. 
98
NOTA: A lei não admite Laudo 
apresentado na forma oral. O que a lei 
admite é a possibilidade do juiz dispensar 
a elaboração do Laudo. CPC, art. 421, §2º:
“Quando a natureza do fato o permitir, a 
perícia poderá consistir apenas na 
inquirição pelo juiz do perito e dos 
assistentes, por ocasião da audiência de 
instrução e julgamento a respeito das coisas 
que houverem informalmente examinado 
ou avaliado”. 
99
9. Laudo Falso
Dispõe o art. 147, do CPC:
“O perito que, por dolo ou culpa, prestar 
informações inverídicas, responderá pelos 
prejuízos que causar à parte, ficará 
inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar 
em outras perícias e incorrerá na sanção 
que a lei penal estabelecer”. 
Dispõe o art. 342, do Código Penal:
“Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a 
verdade, como testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete em processo judicial, 
ou administrativo, inquérito policial, ou em 
juízo arbitral: 
Pena – reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
100
NOTA: se as informações do perito forem 
falsas o laudo não terá validade, restará 
prejudicado, diante da falsidade ideológica 
ou de conteúdo existente nas declarações 
do perito.
A falsidade do laudo pericial pode 
decorrer ainda da inautenticidade da 
assinatura do perito, ou seja, assinatura 
falsa, ou ainda em face de adulteração do 
laudo, isto é, modificação ilícita do 
conteúdo do laudo. É a falsidade material. 
101
LAUDOS PERICIAIS
MODELOS
102
1. MODELO-PORTARIA N. 3.311/84 - MTE
Laudo pericial de Insalubridade
 Periculosidade Nº_/_/___
Data e hora da perícia __/__/__ __Horas
1- Identificação
2- Identificação do local periciado
3- Descrição do Ambiente de Trabalho
4- Análise Qualitativa
4.1- da função do trabalhador
4.2- das etapas do processo operacional
4.3- dos possíveis riscos ocupacionais
4.4- do tempo de exposição ao risco
5- Análise Quantitativa
5.1- Análise quantitativa da insalubridade
5.1.1-descrição da aparelhagem, da técnica 
empregada e do método de avaliação
 5.1.2- resultados obtidos
 5.1.3-interpretação e análise – resultados
103
5.2- Análise quantitativa da periculosidade
 5.2.1- discriminação da área
 5.2.2- delimitação da área de risco
 5.2.3-interpretação e análise – resultados
6- Conclusão
6.1- fundamento científico
6.2- fundamento legal
7- Proposta Técnica para Correção
7.1- imediatas
7.2- mediatas
8- Medida Adotada pelo Órgão Regional
________ ____ __/__/__ ________
 Cidade UF Data Assinatura
104
Instrução para a elaboração de Laudo de 
Insalubridade e Periculosidade 
1- Identificação:
Neste item deve constar a identificação do laudo 
como: número do processo, nome e endereço postal 
da empresa, nome do requerente.
2- Identificação do local periciado:
Neste item devem constar os elementos necessários 
à identificação do local no qual a perícia é 
realizada, tais como: Divisão de ..., Seção ..., da 
fábrica ..., localizada no ... .
3- Descrição do Ambiente de Trabalho:
Neste item devem constar os elementos necessários 
à caracterização do ambiente de trabalho, tais 
como: arranjo físico, metragens da área física, 
condições de higiene, ventilação, iluminação, tipo 
de construção, cobertura, paredes, janelas, piso, 
mobiliário, divisória etc. 
105
4- Análise Qualitativa:
4.1- da função do trabalhador – esclarecer com 
verbos no infinitivo, todos os tipos de tarefas de que 
se compõe a função. P. ex.: Auxiliar Administrativo 
– a) datilografar textos – b) anotar recados – c) 
atender telefone etc. ... 
4.2- das etapas do processo operacional – 
observando o desenrolar das atividades e/ou do 
movimento do maquinário, especificar as fases do 
método de trabalho, inclusive questionando o 
supervisor da turma e, sempre, um ou mais 
empregados.
4.3- dos possíveis riscos ocupacionais – o técnico 
especializado deve ser capaz de perceber e avaliar a 
intensidade dos elementos de risco presentes no 
ambiente de trabalho ou nas etapas do processo 
laborativo, ou ainda como decorrentes deste 
processo labaorativo. Este item pressupõe o 
levantamento, em qualidade, dos riscos a que se 
submete o trabalhador durante a jornada de 
trabalho. 
106
4.4- do tempo de exposição ao risco – a análise do 
tempo de exposição traduz a quantidade de 
exposições em tempo (horas, minutos, segundos) a 
determinado risco operacional sem proteção, 
multiplicado pelo número de vezes que esta 
exposição ocorre ao longo da jornada de trabalho. 
Assim, se o trabalhador ficar exposto durante 5 
minutos, por exemplo, a vapores de amônia, e esta 
exposição se repete por 5 ou 6 vezes durante a 
jornada de trabalho, então seu tempo de exposição 
é de 25 a 30 min/dia, o que traduz a eventualidade 
do fenômeno. Se, entretanto, ele se expõe ao mesmo 
agente durante 20 minutos e o ciclo se repete por 15 
a 20 vezes, passa a exposição total a contar com 300 
a 400 min/dia de trabalho, o que caracteriza uma 
situação de intermitência. Se, ainda, a exposição se 
processa durante quase todo ou todo o dia de 
trabalho, sem interrupção, diz-se que a exposição é 
de natureza contínua. 
107
5- Análise Quantitativa:
É a fase que compreende a medição do risco 
imediatamente após as considerações qualitativas, 
guardando atenção especial à essência do risco e ao 
tempo de exposição. Esta etapa ou fase pericial só é 
possível realizar quando o técnico tem convicção 
firmada de que os tempos de exposição, se somados, 
configuram uma situação intermitente ou contínua. 
A eventualidade não ampara a concessão do 
adicional, resguardados os limites de tolerância 
estipulados para o risco grave e iminente.
Tanto o instrumental quantoa técnica adotados, e 
até mesmo o método de amostragem, devem 
constar por extenso, de forma clara e definida no 
corpo do laudo. Idêntica atenção deve ser 
empregada na declaração dos valores, 
especificando, inclusive, os tempos horários inicial e 
final de cada aferição. Já a interpretação e a 
conseqüente análise dos resultados necessitam estar 
de acordo com o prescrito no texto legal, no caso, a 
Norma Regulamentadora. Caso a contrarie, será 
nula de pleno direito. 
108
6- Conclusão:
6.1- Fundamento científico – se o instituto de 
insalubridade e da periculosidade pressupõe o risco 
de adquirir doença ou de sofrer um acidente a 
partir de exposição a elementos agressores 
oriundos do processo operacional ou dele 
resultantes, o técnico tem que demonstrar, 
obrigatoriamente, toda a cadeia de relação causa e 
efeito existente entre o exercício do trabalho 
periciado com a doença ou o acidente (Grifamos). 
O fundamento científico compreende, então, as vias 
de absorção e excreção do agente insalubre, o 
processo orgânico de metabolização, o mecanismo 
de patogenia do agente no organismo humano e as 
possíveis lesões. 
109
6.2- Fundamento legal – é tudo aquilo estritamente 
previsto nas Normas Regulamentadoras de 
Segurança e Medicina do Trabalho, Portaria MTb 
n. 3.214/78 e Lei n. 6.514/77. As “Atividades e 
Operações Insalubres” acham-se listadas na NR-15 
e Anexos, ao passo que as “Atividades e Operações 
Perigosas” são aquelas enquadradas nas 
delimitações impostas pela NR-16 e Anexos, sem 
contar com os textos da Lei n. 6.514/77, arts. 189 e 
196, e do Decreto n. 93.412/86, este último 
específico para os riscos com energia elétrica.
As situações laborativas não previstas na legislação, 
e portanto omissas, não podem ser objeto de 
conclusão pericial, quer em juízo, quer a serviço da 
fiscalização do MTb, sob pena de nulidade jurídica.
As dúvidas e os casos omissos devem ser dirimidos 
pela SSMT/Mtb consoante o disposto no art. 155, 
CLT, e NR-01, item 1.10, Portaria n. 06/83, Mtb, 
cabendo a esta instância superior emitir a 
competente decisão final sobre a matéria de fato 
apurada, acolhendo-a ou não.
110
7- Proposta Técnica para Correção:
Neste item devem constar as propostas para a 
eliminação da insalubridade através da utilização 
de medidas de proteção ambiental.
Propor medidas de proteção ambiental significa 
estabelecer um conjunto sistemático de ações 
técnico-científicas eficazes para transformar, a 
curto e médio prazos, um ambiente insalubre em 
outro salubre. Entre estas medidas destacam-se: 
alteração do método operacional ou de uma das 
etapas desse método, utilização de medidas de 
proteção coletiva e, nos casos previstos na NR 6.2, 
os equipamentos de proteção individual.
8- Medida Adotada pelo Órgão Regional:
Neste item devem constar as medidas adotadas pelo 
órgão regional do MTb quando ficar caracterizada 
atividade insalubre ou perigosa – Lei n. 6.514/77, 
art. 191, incisos I e II, e parágrafo único, Portaria 
n. 3.214/78, NR-15, subitem 15.4.1.1, e Portaria n. 
12/83, NR-9, item 9.4, alínea a.
111
2. MODELO SUGERIDO POR SEBASTIÃO 
IVONE VIEIRA – O PERITO JUDICIAL –
Aspectos Legais e Técnicos
Exmo. Sr. Dr. Juiz da Vara do Trabalho de .............
Casimiro Pereira Júnior, médico do trabalho 
nomeado para efetuar perícia de insalubridade na 
Ação Trabalhista 1000/00, em que é autor Durval 
da Silva e réu Construtora Hercílio S/A, vem 
apresentar seu laudo. 
4.1. Introdução
A diligência da presente perícia foi realizada no 
dia 18 de janeiro de 2002, às 14 horas, na área 
industrial do réu, constituída por usina de concreto, 
tendo como informante das atividades do autor, o 
Sr. Cláudio César, Gerente da Usina e o autor.
112
4.2. Local de Trabalho
 O autor trabalhou na área operacional da usina 
e em oficina de manutenção. A oficina de 
manutenção é construída em alvenaria com pé 
direito elevado, cobertura por telhas de cimento-
amianto e piso cimentado. É formada por dois 
ambientes distintos. O primeiro é constituído por 
área de reparos mecânicos, com área suficiente 
para abrigar dois veículos de grande porte. Possui 
duas bancadas de trabalho, equipamento para 
solda a oxi-acetileno, equipamento para solda 
elétrica e compressor de ar comprimido. O 
segundo, é o setor de troca de óleo dos veículos, que 
tem espaço para um veículo e possui aos fundos 
depósito de óleo lubrificantes em tambores. A 
iluminação e ventilação naturais se fazem por 
aberturas frontais de acesso.
113
4.3. Descrição do Trabalho
 O autor, no cargo e função de mecânico de 
manutenção, tinha como tarefas:
a) Efetuar a troca de óleo dos veículos da empresa;
b) Desmontar motores, componentes mecânicos dos 
veículos e dos equipamentos da usina, para 
reparos;
c) Lavar as peças e componentes removidos, com 
óleo diesel;
d) Montar motores, componentes, peças reparadas, 
peças novas, lubrificando-as com óleos e graxas, 
para o adequado funcionamento;
e) Soldar peças e componentes dos veículos e 
equipamentos da usina, com uso de solda elétrica e 
a oxi-acetileno.
 O autor, para execução de suas tarefas, fazia uso 
de sapatão de segurança. Para execução de solda 
usava: luvas de couro, CA-1264, avental de couro 
com CA – 3214 e protetor facial com CA – 5678.
114
4.4. Riscos do Trabalho
4.4.1. Solda
 O reclamante, na execução de suas tarefas, 
ficava exposto ao risco determinado pela realização 
de solda das peças dos equipamentos a serem 
reparados.
 Na soldagem a oxi-acetileno e arco elétrico, o 
calor desprendido funde a ponta do eletrodo e o 
metal em torno do local que está sendo soldado. As 
fagulhas formadas por partículas metálicas quentes 
e, às vezes, fundidas, levam ao risco de 
queimaduras cutâneas. Por outro lado, o processo 
emite radiações eletromagnéticas infravermelhas, 
do espectro visível, e ultravioletas.
 O principal efeito da radiação do espectro visível 
e infravermelho é o calor intenso que pode causar 
queimaduras na pele, e lesão ocular, com alteração 
do cristalino, levando à catarata térmica.
115
 A radiação ultravioleta desprendida na 
soldagem pode determinar queimaduras dolorosas 
da pele e, a longo prazo, promove o aparecimento 
de tumores malignos na pele. Nos olhos, causa 
conjuntivite de forma aguda, que pode, por 
repetição, lesar a córnea e levar à perda da visão.
 A liberação de gases e fumos metálicos 
representam risco permanente de intoxicação pelas 
vias aéreas nos ambientes confinados e pouco 
ventilados.
 O autor executava as tarefas de soldagem sem o 
uso de proteção adequada. Havia exposição às 
radiações de áreas de pele dos braços e pescoço.
4.4.2. Solvente
 O autor, ao efetuar a limpeza de peças e 
componentes mecânicos dos veículos e dos 
equipamentos da usina, com óleo diesel, ficava 
exposto a esse solvente orgânico, sem uso de EPI - 
equipamento de proteção individual.
116
 O óleo diesel é um derivado da destilação do 
petróleo, que tem como componentes uma mistura 
homogênea de hidrocarbonetos alifáticos e 
aromáticos.
 Na pele, por sua ação solvente, os 
hidrocarbonetos determinam lesões irritativas, pela 
remoção do manto protetor da epiderme. Esse 
manto protetor é formado por uma cobertura 
natural de células descamadas, gorduras 
produzidas pelas glândulas sebáceas e suor. A 
remoção desta proteção retira a umidade 
necessária à boa vitalidade cutânea,resultando em 
rachaduras e reação inflamatória. Por outro lado, a 
perda desta proteção natural e da vitalidade 
cutânea, é fator determinante para sensibilização 
da pele a processos alérgicos, que se manifestam 
por reações inflamatórias, prurido e descamação, 
características dos eczemas profissionais.
117
4.4.3. Óleos
 O manuseio de óleo queimado, na desmontagem 
de motores e na troca de óleo, expunha o autor ao 
risco determinado pelo contato cutâneo com as 
substâncias nele contidas. 
 Os óleos lubrificantes são misturas de 
hidrocarbonetos diferentes. Após o uso em motores, 
esses hidrocarbonetos alteram-se em sua 
composição, levando ao aparecimento de 
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, estes são 
causadores de lesões de pele, manifestadas por 
irritação, fotossensibilização e tumores malignos.
 O autor manuseava óleo queimado na execução 
das tarefas de desmontagem e troca de óleo dos 
motores. Essas tarefas eram realizadas sem uso de 
proteção cutânea, por meio de equipamentos de 
proteção individual adequados a esse risco 
profissional, constado na inspeção do local de 
trabalho. 
118
5. CONCLUSÃO
 Concluímos pela existência de insalubridade:
a) de grau máximo, nas tarefas realizadas pelo 
autor, de acordo com a Norma Regulamentadora n. 
15, da Portaria n. 3.214 de 8 de junho de 1978, em 
seu anexo 13 – Agentes Químicos em 
Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono, 
por “manipulação de alcatrão, breu, betume, 
antraceno, óleo queimado, parafina ou outras 
substâncias cancerígenas afins”.
b) de grau médio, nas tarefas realizadas pelo 
autor, por exposição à radiação não ionizante – 
ultravioleta- na execução das tarefas de soldagem 
de acordo com o anexo 7 – Radiações não 
ionizantes, da Norma Regulamentadora n. 15, da 
Portaria n. 3.214/78.
119
c) de grau médio, nas tarefas realizadas pelo 
autor “por emprego de produtos contendo 
hidrocarbonetos aromáticos como solventes ou em 
limpeza de peças”, de acordo com o anexo 13 – 
Agentes Químicos – Norma Regulamentadora n. 15 
da Portaria n. 3.214/78, em Hidrocarbonetos e 
outros compostos de carbono.
1. QUESITOS
 1) No que consistiam os serviços prestados pelo 
autor? Qual o local de trabalho do autor?
 R – Descrito no laudo.
 2) O autor fazia limpeza de motores, aplicava 
graxa? O autor fazia montagem de roda, cubos de 
roda etc...
 R – Sim. 
 3) Havia contato com graxas, óleos etc.?
 R – Sim. 
120
 4) Havia lavagem de peças com gasolina, 
querosene etc.?
 R-Sim. Havia lavagem de peças com óleo diesel. 
 5) O autor estava exposto a agentes insalubres?
 R – Sim.
 6) A reclamada fornecia EPI, com fichas e 
certificados de aprovação pelo Ministério do 
Trabalho? O EPI é suficiente para elidir a 
insalubridade?
 R – Os EPIs entregues, pela empresa não elidem 
a insalubridade constatada.
 7) É possível enquadrar as atividades do autor 
como insalubres e em que grau?
 R – Sim. As atividades exercidas são insalubres e 
enquadradas em grau máximo.
2. HONORÁRIOS
 Importa o presente laudo em R$ 740,00 
(setecentos e quarenta reais), devidamente 
corrigidos à época de seu efetivo pagamento.
 Santo Antônio, 15 de outubro de 2005.
 Casimiro Pereira Júnior
 CRM 23739”.
121
3. MODELO SUGERIDO POR ANTONIO 
BUONO NETO E ELAINE ARBEX BUONO 
“Exemplo de Laudo de Periculosidade:
EXMO. SR. DR. JUIZ DA ___ªVARA DO 
TRABALHO DE ____ 
PROCESSO N. 0000-0000-000-00-00-0
RECLAMANTE: (nome completo)
RECLAMADA: EMPRESA _____
 (Nome completo), Médico Perito, inscrito no 
Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sob 
n. ___, SSMT n. _____, Especialista em Medicina 
do Trabalho pela AMB (Associação Médica 
Brasileira) e ANANT (Associação Nacional de 
Medicina do Trabalho), perito judicial no presente 
processo, vem mui respeitosamente apresentar seu 
LAUDO TÉCNICO PERICIAL, dividido nas 
seguintes partes a saber:
122
1.HISTÓRICO
2.PRELIMINAR
3.DESENVOLVIMENTO
a)Descrição das atividades do reclamante 
b)Descrição do local de trabalho do reclamante 
4.DISCUSÃO
5.CONCLUSÃO
1.HISTÓRICO:
Trata-se de uma ação trabalhista onde o autor 
move a presente ação alegando que laborava na Ré 
exposto em local periculoso, requerendo adicional 
de periculosidade por Inflamáveis.
O Autor _____, admitido em ___ pela empresa 
“____” como ___ , desenvolveu suas atividades nas 
instalações da Ré, sendo admitido em ___, demitido 
em ___ nesta mesma função.
123
2. PRELIMINAR:
Comparecemos no dia __/__/__, na empresa 
Reclamada, onde realizamos a vistoria no local de 
atuação do RECLAMANTE.
No local vistoriado, fomos recebidos pelo Sr. 
_____, (função e tempo de trabalho na ré), o qual 
conhecia o RECLAMANTE fornecendo parte das 
informações necessárias para o desenvolvimento do 
trabalho Técnico Pericial.
Estava presente durante a vistoria o Sr._____, 
(função e tempo de trabalho na ré), o qual conhecia 
o reclamante. O autor acompanhou a vistoria.
3.DESENVOLVIMENTO:
a) Descrição das atividades do reclamante:
O RECLAMANTE foi admitido na empresa 
RECLAMADA em __/__/__. Exerceu inicialmente 
a função de _____, sempre atuando no setor ____ 
da Reclamada.
124
Na função de ____, suas atividades 
compreendiam em: ______ (descrever todas as 
atividades e funções exercidas na empresa até sua 
demissão ou até a presente data caso não tenha sido 
demitido na época da vistoria).
b) Descrição do Local de Trabalho:
O reclamante atuou na empresa reclamada no 
setor denominado ____ (descrever detalhadamente 
o local). 
*Observar e descrever os produtos químicos 
manipulados e armazenados no local de atuação do 
autor, a quantidade individual e descrever 
rigorosamente o tipo de produto (inflamáveis, 
ponto de fulgor, tipo de condicionamento do 
produto, e o mais importante a capacidade do 
recipiente).
125
4.DISCUSÃO:
- O reclamante exercia suas atividades na 
empresa reclamada na função _______;
- Sua atividade como ___ compreendia em: 
- No local de trabalho do autor encontramos 
____ (Descrever os produtos identificados no local 
de atuação do Autor com a maior quantidade de 
informações possíveis para a sua conclusão).
No caso em questão, trata-se de empresa do 
ramo comercial onde encontramos diversos 
produtos líquidos dispostos à venda ao consumidor:
- Após estudo detalhado sobre a matéria, 
conforme o entendimento das normas técnicas e 
regulamentares acima referidas, algumas 
considerações se fazem necessárias para o 
entendimento da descaracterização da 
periculosidade no setor vistoriado:
126
- Conforme a Portaria n.545 MTE/11.7.2000:
Modifica normas referentes ao transporte, 
armazenamento e manuseio de líquidos inflamáveis. 
Altera o Anexo 2 da NR-16, aprovada pela Portaria 
n. 3.214 Mtb, de 8.6.78 (DOU de 6.7.78). 
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO 
E EMPREGO, no uso de suas atribuições legais, 
RESOLVE:
Art.1º Alterar a redação do anexo 2 – 
Atividades e Operações Perigosas com inflamáveis, 
da Norma Regulamentadora 16 – Atividades e 
Operações Perigosas, aprovado pela Portaria MTb 
n. 3.214, de 1978, cujo item 1, alínea “j” passa a 
vigorar como a seguir:
“j) no transporte de vasilhames (em caminhões de 
carga), contendo ....
127
Art.2º Incluir no item n.4, no Anexo 2 – 
Atividades e Operações Perigosas, aprovada pela 
Portaria MTb 3.214, com a seguinte redação:
“4.Não caracterizam periculosidade, para fins de 
percepçãode adicional”:
 4.1. o manuseio, a armazenagem e o transporte de 
líquidos inflamáveis em embalagens certificadas, 
simples, compostas ou combinadas, desde que 
obedecidos os limites consignados no quadro I, 
abaixo, independentemente do número total de 
embalagens manuseadas, armazenadas ou 
transportadas, sempre que obedecidas as Normas 
Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego, a Norma NBR n. 11.564/91 e 
a legislação sobre o produto perigoso relativa aos 
meios de transportes utilizados.
128
4.2. o manuseio, a armazenagem e o transporte de 
recipiente de até 5 litros, lacrados na fabricação, 
contendo líquidos inflamáveis, independentemente 
do número total de recipientes manuseados, 
armazenados ou transportados, sempre obedecidas 
as Normas Regulamentadoras expedidas pelo 
Ministério do Trabalho e emprego e a Legislação 
sobre produtos perigosos relativa aos meios de 
transportes utilizados. (....)
*Conforme definições NBR 11.564 – ABNT.
**Somente para substâncias com viscosidade maior 
que 200 mm²/seg.
Art.3º Esta Portaria entra em vigor na data de 
sua Publicação.
Francisco Dornelles (Of.El n. 204/2000) (DO 
11.7.00)”.
129
Portaria n. 26, de 2 de agosto de 2000
Publica o glossário para esclarecimentos de 
termos técnicos utilizados na regulamentação sobre 
periculosidade no transporte e armazenamento de 
líquidos inflamáveis acondicionados em pequenos 
volumes, constantes do item 4 do Anexo 2 da NR-
16, da Portaria GM .545, de 10.7.00.
A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO 
TRABALHO e o DIRETOR DE SEGURANÇA E 
SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas 
atribuições legais, e considerando as propostas 
apresentadas pelo Grupo de Trabalho Tripartite da 
Norma Regulamentadora n.16 – Atividades e 
Operações Perigosas, instituído pela Portaria n.61, 
de 7 de dezembro de 1998, resolvem:
130
Art. 1º Publicar o glossário abaixo para 
esclarecimentos de termos técnicos utilizados na 
regulamentação sobre periculosidade no transporte 
e armazenamento de líquidos inflamáveis 
acondicionados em pequenos volumes, constantes 
do item 4 do Anexo 2 da NR-16, da Portaria GM n. 
545, de 10 de julho de 2000, como segue:
GLOSSÁRIO
Bombonas: Elementos de metal ou plástico, com 
seção retangular ou poligonal.
Caixas: Elementos com faces retangulares ou 
poligonais, feitas de metal, madeira, papelão, 
plástico flexível, plástico rígido ou outros materiais 
compatíveis.
Embalagens ou Embalagens Simples:
Recipientes ou quaisquer outros componentes ou 
materiais necessários para embalar, com a função 
de conter e proteger líquidos inflamáveis.
131
Embalagens Combinadas:
Uma combinação de embalagens, consistindo em 
uma ou mais embalagens internas acondicionadas 
numa embalagem externa.
Embalagens Compostas:
Consistem em uma embalagem externa e um 
recipiente interno, construído de tal forma que o 
recipiente interno e a embalagem formam uma 
unidade que permanece integrada, que se enche, 
manuseia, armazena, transporta e esvazia como tal.
Embalagens Certificadas:
São aquelas aprovadas nos ensaios e padrões de 
desempenho fixados para embalagens, da NBR 
n.11.564/91.
Embalagens Externas:
São a proteção exterior de uma embalagem 
composta ou combinada, juntamente com 
quaisquer outros componentes necessários para 
conter e proteger recipientes ou embalagens.
132
Embalagens Internas:
São as que para serem manuseadas, armazenadas 
ou transportadas, necessitam de uma embalagem 
externa.
Grupo de Embalagens:
Os líquidos inflamáveis classificam-se para fins de 
embalagens segundo 3 grupos, conforme o nível de 
risco:
*Grupo de Embalagens I alto risco
*Grupo de Embalagens II risco médio
*Grupo de Embalagens III baixo risco 
Para efeito de classificação de Grupo de 
Embalagens, segundo o risco, adotar-se-á a 
classificação descrita na tabela do item 4 relação de 
Produtos Perigosos, da Portaria n. 204, de 20 de 
maio de 1997, do Ministério dos Transportes.
133
Lacrados:
Fechados, no processo de envazamento, de maneira 
estanque para que não venham a apresentar 
vazamento nas condições normais de manuseio, 
armazenamento ou transporte, assim como 
decorrentes de variações de temperatura, umidade 
ou pressão ou sob os efeitos de choques e vibrações.
Líquidos Inflamáveis:
Para os efeitos do adicional de periculosidade estão 
definidos na NR-20 Portaria n. 3.214/78.
Recipientes:
Elementos de contenção, com quaisquer meios de 
fechamento, destinados a receber e conter líquidos 
inflamáveis.
Exemplos: latas, garrafas etc.
134
Tambores:
Elementos cilíndricos de fundo plano ou convexo, 
feitos de metal, plástico, madeira, fibra ou outros 
materiais adequados. Esta definição inclui, 
também, outros formatos, excluídas as bombonas. 
Por exemplo: redondo de bocal cintado ou em 
formato de balde.
Art.2º Esta Portaria entrará em vigor na data 
de sua publicação
Vera Olímpia Gonçalves,
Secretária de Inspeção do Trabalho
Juarez Correia Barros Júnior,
Diretor de Segurança e Saúde no Trabalho (Of. El. 
N. 10/2000) (DO 3.8.00)
135
 
 - Portanto, vindo de encontro com esta nova 
Portaria, a empresa reclamada não se enquadra 
dentre aquelas consideradas como atividades de 
risco de periculosidade.
- Somente para complementar nosso trabalho, 
reiterando o disposto na Portaria n. 545, de 10.7.00, 
após estudo detalhado sobre a matéria, conforme o 
entendimento das normas técnicas e 
regulamentadoras acima referidas, algumas 
considerações se fazem necessário para o 
entendimento da descaracterização da 
periculosidade no setor vistoriado:
136
1. Os produtos existentes no depósito de 
Mercadorias da reclamada não são consideradas 
“Líquidos Inflamáveis”, nos termos da NR-20, da 
Portaria n. 3.214/78, vindo de acordo com a 
legislação de Transportes perigosos e pela IATA 
que regula o transporte aéreo internacional, como 
também os mesmos não estão registrados no rol de 
produtos constantes da Portaria n.291, de 31.5.88, 
que regulamenta o Transporte Rodoviário de 
Produtos Perigosos”.
2. Igualmente, não é catalogado na Norma 
NBR 7502/83, da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, como carga perigosa, para efeito de 
transporte.
137
3. É considerado pelos Ministérios da Saúde e 
da Agricultura, como de consumo e não como 
inflamável, caso contrário, geraria risco grave e 
iminente à saúde pública, indo contra os princípios 
do “Código de Defesa do Consumidor”, e não 
poderia ficar nas gôndolas de Supermercados (ou 
depósitos) e principalmente em aeronaves, quando 
em vôo.
4. É registrado como bebida de consumo e não 
como produto inflamável, pelo código de transporte 
aéreo internacional de carga IATA.
5. Quanto ao ponto de fulgor e pressão de 
vapor dos produtos existentes na reclamada e 
aqueles com os quais o RECLAMANTE “mantinha 
contato” é possível determinar estas duas variáveis 
físicas, presentes nas Normas Regulamentadoras, 
NR-16 e NR-20, que definem o que vem a ser 
líquido inflamável, se adotarmos uma metodologia 
correta e normalizada. No entanto, em função das 
considerações constantes anteriormente, as análises 
de laboratório são dirigidas para os produtos 
químicos, derivados de petróleo, que não é o caso 
dos produtos analisados na reclamada.
138
6. Complementando a observação de n.5, as 
bebidas alcoólicas assim chamadas não são 
efetivamente líquido puro e sim solução alcoólica, 
diluída em água e em reduzida quantidade e outros 
componentes. Senão vejamos:

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