Buscar

info 890 stf resumido

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Informativo 890-STF (20/02/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
 Informativo 890-STF (RESUMIDO) 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Alteração da Lei impugnada antes do julgamento da ADI 
 
Importante!!! 
O que acontece se a lei impugnada por meio de ADI é alterada antes do julgamento da ação? 
Neste caso, o autor da ADI deverá aditar a petição inicial demonstrando que a nova redação 
do dispositivo impugnado apresenta o mesmo vício de inconstitucionalidade que existia na 
redação original. 
A revogação, ou substancial alteração, do complexo normativo impõe ao autor o ônus de 
apresentar eventual pedido de aditamento, caso considere subsistir a inconstitucionalidade 
na norma que promoveu a alteração ou revogação. 
Se o autor não fizer isso, o STF não irá conhecer da ADI, julgando prejudicado o pedido em 
razão da perda superveniente do objeto. 
STF. Plenário. ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2018 (Info 890). 
 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
É constitucional lei estadual que obrigue plano de saúde a justificar recusa de tratamento 
 
É constitucional lei estadual que obrigue os planos de saúde a fornecerem aos consumidores 
informações e documentos justificando as razões pelas quais houve recusa de algum 
procedimento, tratamento ou internação. 
O Mato Grosso do Sul editou uma lei estadual prevendo que, se o plano de saúde recusar algum 
procedimento, tratamento ou internação, ele deverá fornecer, por escrito, ao usuário, um 
comprovante fundamentado expondo as razões da negativa. 
O STF entendeu que essa norma não viola competência privativa da União, considerando que 
ela trata sobre proteção ao consumidor, matéria inserida na competência concorrente (art. 
24, V, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 4512/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/2/2018 (Info 890). 
 
 
 
 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 890-STF (20/02/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
SAÚDE 
Constitucionalidade do ressarcimento ao SUS previsto no art. 32 da Lei 9.656/98 
 
Importante!!! 
Atenção! Concursos federais 
É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei nº 9.656/98, o qual é aplicável aos 
procedimentos médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 
4.6.1998, assegurados o contraditório e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todos 
os marcos jurídicos. 
O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos serviços 
do SUS, o Poder Público poderá cobrar do referido plano o ressarcimento que ele teve com 
essas despesas. Assim, o chamado “ressarcimento ao SUS”, criado pelo art. 32, é uma obrigação 
legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas que o 
SUS teve ao atender uma pessoa que seja cliente e que esteja coberta por esses planos. 
STF. Plenário. RE 597064/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 7/2/2018 (repercussão geral) 
(Info 890). 
 
 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS 
Constitucionalidade do Decreto 4.887/2003, que regulamenta o procedimento para titulação 
das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos 
 
Importante!!! 
O art. 68 do ADCT estabelece que “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que 
estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado 
emitir-lhes os títulos respectivos.” 
Em 2003, foi editado o Decreto nº 4.887, com o objetivo de regulamentar o procedimento para 
identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por 
remanescentes das comunidades dos quilombos. 
O STF entendeu que este Decreto não invadiu esfera reservada à lei. O objetivo do Decreto foi 
tão somente o de regular o comportamento do Estado na implementação do comando 
constitucional previsto no art. 68 do ADCT. Houve o mero exercício do poder regulamentar da 
Administração, nos limites estabelecidos pelo art. 84, VI, da Constituição. 
O art. 2º, caput e § 1º do Decreto nº 4.887/2003 prevê como deve ser o critério utilizado pelo 
Poder Público para a identificação dos quilombolas. O critério escolhido foi o da 
autoatribuição (autodefinição). O STF entendeu que a escolha do critério desse critério não foi 
arbitrária, não sendo contrária à Constituição. 
O art. 2º, §§ 2º e 3º, do Decreto preconiza que, na identificação, medição e demarcação das 
terras dos quilombolas devem ser levados em consideração critérios de territorialidade 
indicados pelos remanescentes das comunidades dos quilombos. O STF afirmou que essa 
previsão é constitucional. Isso porque o que o Decreto está garantindo é apenas que as 
comunidades envolvidas sejam ouvidas, não significando que a demarcação será feita 
exclusivamente com base nos critérios indicados pelos quilombolas. 
O art. 13 do Decreto, por sua vez, estabelece que o INCRA poderá realizar a desapropriação de 
determinadas áreas caso os territórios ocupados por remanescentes das comunidades dos 
quilombos estejam situados em locais pertencentes a particulares. O STF reputou válida essa 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 890-STF (20/02/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
previsão tendo em vista que, em nenhum momento a Constituição afirma que são nulos ou 
extintos os títulos eventualmente incidentes sobre as terras ocupadas por remanescentes das 
comunidades dos quilombos. Assim, o art. 68 do ADCT, apesar de reconhecer um direito aos 
quilombolas, não invalida os títulos de propriedade eventualmente existentes, de modo que, 
para que haja a regularização do registro em favor das comunidades quilombolas, exige-se a 
realização do procedimento de desapropriação. 
Por fim, o STF não acolheu a tese de que somente poderiam ser consideradas terras de 
quilombolas aqueles que estivessem sendo ocupadas por essas comunidades na data da 
promulgação da CF/88 (05/10/1988). Em outras palavras, mesmo que, na data da 
promulgação da CF/88, a terra não mais estivesse sendo ocupada pelas comunidades 
quilombolas, é possível, em tese, que seja garantido o direito previsto no art. 68 do ADCT. 
STF. Plenário. ADI 3239/DF, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red.p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 
8/2/2018 (Info 890). 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
PLANO DE SAÚDE 
A Lei 9.656/98 é constitucional, mas não pode ser aplicada 
para contratos celebrados antes da sua vigência 
 
A Lei nº 9.656/98, que disciplina os planos e seguros privados de assistência à saúde, é 
constitucional. 
Este diploma, contudo, não pode ser aplicado para contratos celebrados antes de sua vigência. 
Assim, são inconstitucionais os dispositivos da Lei nº 9.656/98 que determinavam a sua 
aplicação para contratos celebrados antes da sua edição. 
STF. Plenário. ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2018 (Info 890). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR 
Os Estados-membros/DF e Municípios podem fixar valor referencial inferior ao 
do art. 87 do ADCT (RPV), desde que respeitado o princípio da proporcionalidade 
 
Importante!!! 
Os Estados-membros podem editar leis reduzindo a quantia considerada como de pequeno 
valor, para fins de RPV, prevista no art. 87 do ADCT da CF/88. 
É lícito aos entes federados fixar o valor máximo para essa especial modalidade de pagamento, 
desde que se obedeça ao princípio constitucional da proporcionalidade. 
Ex: Rondônia editou lei estadual prevendo que, naquele Estado,as obrigações consideradas 
como de pequeno valor para fins de RPV seriam aquelas de até 10 salários-mínimos. Assim, a 
referida Lei reduziu de 40 para 10 salários-mínimos o crédito decorrente de sentença judicial 
transitada em julgado a ser pago por meio de RPV. O STF entendeu que essa redução foi 
constitucional. 
STF. Plenário. ADI 4332/RO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/2/2018 (Info 890). 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 890-STF (20/02/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
 
DIREITO PENAL 
 
PRESCRIÇÃO 
Interpretação do art. 112 do CP 
 
Importante!!! 
Tema polêmico! 
Se o Ministério Público não recorreu contra a sentença condenatória, tendo havido apenas 
recurso da defesa, qual deverá ser o termo inicial da prescrição da pretensão executiva? O 
início do prazo da prescrição executória deve ser o momento em que ocorre o trânsito em 
julgado para o MP? Ou o início do prazo deverá ser o instante em que se dá o trânsito em 
julgado para ambas as partes, ou seja, tanto para a acusação como para a defesa? 
• Posicionamento pacífico do STJ: o termo inicial da prescrição da pretensão executória é a 
data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, ainda que a defesa 
tenha recorrido e que se esteja aguardando o julgamento desse recurso. Aplica-se a 
interpretação literal do art. 112, I, do CP, considerando que ela é mais benéfica ao condenado. 
• Entendimento da 1ª Turma do STF: o início da contagem do prazo de prescrição somente se 
dá quando a pretensão executória pode ser exercida. Se o Estado não pode executar a pena, 
não se pode dizer que o prazo prescricional já está correndo. Assim, mesmo que tenha havido 
trânsito em julgado para a acusação, se o Estado ainda não pode executar a pena (ex: está 
pendente uma apelação da defesa), não teve ainda início a contagem do prazo para a 
prescrição executória. É preciso fazer uma interpretação sistemática do art. 112, I, do CP. Vale 
ressaltar que, com o novo entendimento do STF admitindo a execução provisória da pena, para 
essa segunda corrente (Min. Roberto Barroso) o termo inicial da prescrição executória será a 
data do julgamento do processo em 2ª instância. Isso porque se estiver pendente apenas 
recurso especial ou extraordinário, será possível a execução provisória da pena. Logo, já 
poderia ser iniciada a contagem do prazo prescricional. 
STF. 1ª Turma. RE 696533/SC, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
6/2/2018 (Info 890). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
Haverá mudança de competência para julgar o recurso se, após a interposição, 
houve a diplomação do réu como Deputado Federal 
 
Se, após a interposição de recurso especial contra a condenação criminal, o réu foi diplomado 
Deputado Federal, a competência para julgar este recurso passa a ser do STF. 
STF. 1ª Turma. RE 696533/SC, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
6/2/2018 (Info 890). 
 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 890-STF (20/02/2018) – Márcio André Lopes Cavalcante | 5 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
“Denúncia anônima”, quebra de sigilo e renovação das interceptações 
 
“Denúncia anônima” e quebra de sigilo 
Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar investigações 
preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das 
alegações contidas no documento apócrifo. 
A Polícia, com base em diligências preliminares para atestar a veracidade dessas “denúncias” 
e também lastreada em informações recebidas pelo Ministério da Justiça e pela CGU, requereu 
ao juízo a decretação da interceptação telefônica do investigado. 
O STF entendeu que a decisão do magistrado foi correta considerando que a decretação da 
interceptação telefônica não foi feita com base unicamente na "denúncia anônima" e sim após 
a realização de diligências investigativas e também com base nas informações recebidas dos 
órgãos públicos de fiscalização. 
 
Renovação das interceptações 
A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de quinze 
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova." 
(art. 5º). 
A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual 
período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada 
a sua necessidade. 
STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890). 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
ITR 
Progressividade das alíquotas do ITR 
 
Importante!!! 
É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº 9.393/96 e que leva 
em consideração, de maneira conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. 
Essa progressividade é compatível com o art. 153, § 4º, I, da CF/88, seja na sua redação atual, 
seja na redação originária, ou seja, antes da EC 42/2003. 
Mesmo no período anterior à EC 42/2003, era possível a instituição da progressividade em 
relação às alíquotas do ITR. 
STF. 1ª Turma. RE 1038357 AgR/ SP, Rel. Min Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).

Outros materiais