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Apostila Agressão e Defesa Tecidual(2)

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PRINCIPAIS AGENTES BIOLÓGICOS 
 
BACTÉRIAS 
 
Na classificação de cinco reinos, as bactérias pertencem ao reino Monera (do grego moneres, 
"solitário") que engloba os seres procariontes. 
As células dos procariontes não possuem organelas membranosas, como cloroplastos, núcleo e 
mitocôndrias. A despeito da sua relativa simplicidade estrutural, cada célula bacteriana realiza todas as 
funções vitais como nutrição, obtenção de energia, reprodução, etc. 
As bactérias constituem um grupo de seres vivos muito antigo. Foram encontrados fósseis de cerca 
de 3,5 bilhões de anos. Existem evidências de que os organismos procariontes primitivos foram os ancestrais 
de todas as formas que encontramos hoje na Terra, incluindo os procariontes atuais e os eucariontes, seres 
que têm células complexas e com organelas membranosas no citoplasma. 
A investigação sobre a natureza e funcionamento molecular dos ácidos nucléicos das bactérias nos 
permite dividi-las em dois grandes grupos: as arqueobactérias e as eubactérias. Estas denominações derivam 
dos elementos gregos arqueo, "antigo", e eu, "verdadeiro". Estudos mostram que há três bilhões de anos 
houve a formação de duas linhagens de bactérias, a partir de um grupo comum: surgiu uma linhagem que 
originou as eubactérias e uma outra linhagem que originou as arqueobactérias. 
 
MORFOLOGIA BACTERIANA 
A célula bacteriana é envolvida por até três camadas (dependendo da espécie), que são a cápsula, a 
parede celular e a membrana celular. 
No interior do citoplasma encontram-se ribossomos dispersos e o material genético formado por um 
único e longo cromossomo disperso pelo citoplasma, podendo ainda haver um cromossomo circular 
secundário denominado plasmídeo. 
A célula bacteriana possui ainda invaginações da membrana plasmática, os mesossomos, e outras 
estruturas ligadas à movimentação (flagelo), à aderência (pili ou fímbria) e reprodução sexuada (pili sexual). 
 
Cápsula 
A cápsula bacteriana é um invólucro celular formado por uma rede densa de polissacarídeos ou de 
ácido hialurônico, que muitas vezes pode parecer estar solto da parede celular, o que não é verdade. 
Nem todas as bactérias possuem uma cápsula envolvendo a célula. Esta estrutura aparece numa 
grande diversidade de espécies, e sua função está associada à virulência (poder de infecção) e resistência 
bacteriana contra fármacos, além de dificultar a fagocitose por parte das células do sistema imunológico do 
hospedeiro. A presença ou ausência desta cápsula é determinada geneticamente, e a quantidade de material 
excretado depende de condições ambientais. 
 
Parede celular 
Debaixo das substâncias extracelulares, como a cápsula, e na periferia de uma membrana delicada 
que está em contato direto com o citoplasma, se encontra a parede celular, uma estrutura rígida que dá 
forma à célula. A rigidez da parede celular é facilmente demonstrada, quando se submetem as bactérias a 
condições físicas rigorosas, tais como pressões osmótica quer muito baixas quer elevadas, ou temperaturas 
inferiores à de congelamento, seguido de descongelamento rápido, apesar disto conservando a sua forma 
original As paredes celulares podem ser destruídas, no entanto em condições especiais. 
A espessura da parede celular tem sido calculada como sendo de 10 a 25/um, ou seja, 100 a 250. 
Parece que a resistência da parede celular é essencial para o desenvolvimento e divisão da bactéria. Alguns 
constituintes importantes das paredes celulares são os aminoácidos açúcares e lipídios. As proteínas, 
carboidratos e lipídios formam um polímero complexo que constitui a parede celular. 
Nas paredes celulares das bactérias, foram encontradas substâncias antes desconhecidas. Pode-se 
supor que a função da parede celular seja a de uma armação rígida que retenha e proteja os protoplasmáticos 
das perturbações osmóticas. 
 
Membrana plasmática 
A membrana plasmática (m. citoplasmática) é formada por fosfolipídeos e proteínas, assim como 
ocorre nas células eucariontes, porém as células bacterianas não sintetizam esteróides. 
É esta membrana que controla o fluxo das partículas que deverão entrar ou sair da célula, a isto é 
dado o nome de permeabilidade seletiva, e pode ocorrer de forma passiva por difusão ou de forma ativa, por 
meio de bombas que agem contra o gradiente de concentração do meio externo. A membrana ainda é 
responsável por transporte de elétrons e pela fosforilação oxidativa, associados à respiração celular e 
aquisição de energia, bem como ocorre nas mitocôndrias das células eucarióticas. Este fato é um dos 
argumentos que levam os cientistas a acreditarem que as mitocôndrias surgiram dentro das células a partir 
de transformações ocorridas em certas espécies de bactérias. 
Para permitir o crescimento celular bacteriano, a membrana plasmática está 50% em estado 
semilíquido. 
 
Mesossomos 
Este termo se refere a invaginações da membrana celular, que tanto podem ser simples dobras como 
estruturas tubulares ou vesiculares. Diversas funções têm sido atribuídas aos mesossomos, na divisão celular 
e na respiração. E também é ao mesossomo que se fixa o cromossomo bacteriano para que não fique 
“nadando” pelo citoplasma da célula. 
 
Citoplasma 
Material celular contido no interior da membrana citoplasmática pode ser dividido da seguinte 
maneira: região citoplasmática, de aparência granular, a qual é rica em DNA; a parte líquida que contém os 
elementos nutritivos dissolvidos. O RNA, combinando-se com proteínas, formam partículas ou corpúsculos 
macromoleculares de uns 200A de diâmetro, que formam uma massa densa e compacta em todo citoplasma. 
As partículas de RNA-proteína são denominados ribossomos. A fração ribossômica das células bacterianas 
contém numerosas enzimas, principalmente aqueles envolvidos na síntese das proteínas. 
Em muitas bactérias se encontram grânulos metacromáticos. Muitas bactérias contêm também gotas 
de lipídios, que aparecem como glóbulos muito refringentes. Também podem ser encontrados grânulos de 
polissacarídeos como o amido e glicogênio. 
 
Ribossomos 
Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma aparência granular ao 
citoplasma. São constituídos por duas subunidades, 30S e 50S, que ao iniciar a síntese protéica reúnem-se 
formando a partícula ribossômica completa de 70S. Apesar do mecanismo geral da síntese protéica das 
células procariontes e eucariontes seja o mesmo, existem algumas diferenças em relação a biossíntese e a 
estrutura dos ribossomos. 
 
Grânulos de reserva 
As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular substâncias de reserva 
sob a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. São comuns polímeros de glicose (amido e 
glicogênio), ácido beta-hidroxibutírico e fosfato. Estes grânulos podem ser evidenciados pela microscopia 
óptica, utilizando colorações específicas. 
 
Material genético 
A bactéria apresenta um cromossomo circular constituído por uma única molécula de DNA, tendo 
sido também chamado de corpo cromatínico. é possível às vezes, evidenciar mais de um cromossomo numa 
bactéria em fase de crescimento uma vez que a sua divisão precede a divisão celular. O cromossomo 
bacteriano contém todas as informações necessárias à sobrevivência da célula e é capaz de auto-replicação. 
 
Plasmídeo 
Existe ainda no citoplasma de muitas bactérias, moléculas menores de DNA, também circulares, cujos 
genes não codificam características essenciais, porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria 
que as possui. Estes elementos extracromossômicos, denominados plasmídeos são autônomos, isto é, são 
capazes de autoduplicação independente da replicação do cromossomo e podem existirem número variável 
no citoplasma bacteriano. 
 
Pili (Fímbria) 
Muitas bactérias possuem apêndices filamentos diferentes dos flagelos. Estes apêndices, 
denominados fímbrias, são menores, mais curtos e mais numerosos que os flagelos. As fímbrias só podem 
ser vistas com o auxílio do microscópio eletrônico. Estas são encontradas tanto em bactérias como também 
naquelas que não possuem movimento, portanto não tem função motora, e sim servem como órgãos de 
aderência. Tem-se observado que algumas espécies bacterianas possuem fímbrias com propriedades 
adesivas para células animais e vegetais, como também para superfície inertes, como o vidro ou a celulose. 
Esta capacidade de aderência das fímbrias pode ser importante para a ecologia bacteriana em seu 
meio natural, porque permite a fixação da bactéria ao tecidos de que extraem elementos nutritivos. 
 
Pili sexual (Fímbria sexual) 
Esta organela está presente em algumas espécies de bactérias que têm em seu ciclo de vida a 
reprodução sexuada. O material genético de uma bactéria de linhagem dita masculina (F+ - fator de 
fertilização) passa para outra de linhagem F- por meio da pili sexual, num processo dito conjugação 
bacteriana. 
A pili sexual é um pouco maior que a convencional, porém com a mesma flexibilidade. Pode ser 
encontrada em algumas espécies de Escherichia coli. 
 
Flagelo 
O flagelo, um filamento formado por um único tipo de proteína chamada flagelina, apresenta-se 
ancorado a membrana plasmática e a parede celular por uma estrutura denominada corpo basal, composta 
por dois anéis (S e M), em bactérias gram-positivas e por quatro (S, M, L e P) nas gram-negativas, de onde 
saem uma peça intermediária em forma de gancho que se continua com o filamento. As bactérias que 
apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com inúmeros flagelos são 
denominadas peritríquias. Via de regra, a maioria das espécies de bacilos (p.ex.: Bacillus anthracis) e espirilos 
(p. ex.: Leptospira sp.) podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. O flagelo é responsável 
pela mobilidade da bactéria, mas apesar disso consome menos de 1% da energia produzida pela célula. 
Isto é possível, pois o movimento flagelar é acionado por uma bomba de prótons, que capta estes 
prótons do meio externo, fazendo com que eles passem por um motor que gira em sentido aleatório o 
filamento externo do flagelo. Veja como é feita esta passagem nos esquemas a seguir : 
 
Esporos 
O endosporo é uma célula, formada no interior da célula vegetativa, altamente resistente ao calor, 
dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em estado latente por longos períodos 
e de germinar dando início à nova célula vegetativa. 
A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos, geralmente pela falta 
de fontes de carbono e nitrogênio. Na figura a seguir podemos ver as etapas de formação de um endósporo, 
no interior de uma célula vegetativa de uma bactéria. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS 
Não existe uma classificação universalmente aceita para as bactérias. Estes microrganismos são 
agrupados filogeneticamente, ou seja, conforme a origem genética (ancestrais) – bactérias com 
características genéticas iguais são agrupadas no mesmo gênero; os gêneros comuns em uma mesma família 
e assim por diante. Existe nos Estados Unidos o Manual de Bergey de Bacteriologia Sistemática (Williams & 
Wikins, 1984) que já está em sua 9ª edição com mudanças radicais em relação à edição original, de 1923. 
Porém, para efeito prático, as bactérias podem ser classificadas por várias outras características 
como, por exemplo: características da parede celular, forma, respiração e nutrição. A seguir algumas das 
formas de classificação das bactérias. 
 
 Classificação quanto às características da parede celular: 
As bactérias podem ser associadas conforme à estrutura de sua parede celular quando coradas por 
determinadas metodologias. Isto se deve ao fato de algumas espécies ter sua parede celular formada por 
uma única e espessa camada formada principalmente por peptídeoglicanos que se entrelaçam formando 
uma única e enorme molécula. O outro grupo de espécies possui duas camadas mais delgadas na parede 
celular, uma formada por lipopolissacarídeos e outra por peptídeoglicanos. 
De acordo com a característica da parede celular as bactérias podem ser divididas em dois grandes 
grupos. As Gram + e as Gram - 
 
METABOLISMO E NUTRIÇÃO DA CÉLULA BACTERIANA 
Como todos os seres unicelulares, as bactérias reproduzem-se muito rapidamente, dando origem a 
um número muito grande de descendentes em apenas algumas horas. 
A reprodução ocorre por divisão binária (ou cissiparidade), na qual a bactéria divide-se em duas, 
exatamente iguais à primeira. No entanto, para ocorrer esse processo é necessário que haja uma fonte de 
energia e a matéria-prima necessária para a formação de proteínas e estruturas que compõe a célula 
bacteriana. 
É fundamental para o desenvolvimento da bactéria a existência de carbono, água, nitrogênio, íons e 
energia. 
Embora o oxigênio seja primordial para o crescimento de diversas bactérias, para algumas espécies 
ele pode ser tóxico. 
 
As bactérias em relação a atmosfera podem ser classificadas como: 
• aeróbias: necessitam de oxigênio para viver; 
• anaeróbias: não necessitam de oxigênio; 
• anaeróbias facultativas: podem viver em ambientes com ou sem oxigênio; 
• micro aeróbias: necessitam de oxigênio, não supotando alta concentração do mesmo; 
• capnofilicas: não suportam oxigênio e necessitam de gás carbônico. 
 
Fatores que interferem na multiplicação microbiana 
Em condições favoráveis, os microrganismos iniciam seu processo de multiplicação e crescimento, 
passando por diversas fases. Esse processo vai desde a fase de adaptação do microrganismo até a fase de 
morte ou declínio. 
A primeira fase, denominada de fase de latência ou Lag, é a fase na qual o microrganismo está 
adaptando-se ao novo meio. Nesse período não ocorre multiplicação das células microbianas, podendo 
ocorrer, em alguns casos, a diminuição do número de microrganismos. A duração dessa fase tem influência 
de diversos fatores, como, por exemplo, pH, oxigênio, temperatura, tipo de microrganismo, tempo de 
geração e quantidade de inóculo. 
A segunda fase, denominada de fase logarítmica ou Log, é a fase na qual ocorre a intensa e constante 
multiplicação dos microrganismos. Essa fase se finaliza por diversos motivos, entre os quais estão a utilização 
de todos os nutrientes e a produção de metabólitos tóxicos pelo próprio microrganismo. 
A terceira fase, denominada de fase estacionária, é a fase na qual a produção de células microbianas 
permanece constante, devido à falta de nutrientes que ocorre na fase logarítmica. 
Por fim, na quarta fase, denominada de fase da morte, o número de células decresce 
constantemente, devido às condições adversas do meio. 
 
FUNGOS 
 
IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICA GERAIS DOS FUNGOS 
 Os fungos normalmente são conhecidos por serem causadores de um número bastante significativo 
de doenças tanto em pacientes imunocompetentes quanto em pacientes imunocomprometidos, o que 
muitos esquecem, no entanto é que os fungos também são organismos extremamente importantes para o 
meio ambiente e para a indústria de uma maneira geral. Sobre as características patogênicas dos fungos 
trataremos mais adiante, no momento tratemos de suas características gerais e do seu papel benéfico para 
a população. 
Os fungos são organismos eucariontes, portanto apresentam uma organização típica destes 
organismos, compreendida essencialmente pela sua organização celular, presença de núcleo e de membrananuclear envolvendo-o. 
Fungos foram durante muito tempo classificados como sendo integrantes do reino Plantae, no 
entanto hoje estão classificados separadamente no chamado Reino Fungi. 
Os fatores que fizeram com que os fungos fossem agrupados no Reino Fungi, são basicamente 
aqueles que os diferenciam das plantas, inicialmente pode-se citar a incapacidade dos mesmos em produzir 
pigmento fotossintético como a clorofila, não apresentarem celulose como constituinte de sua parede celular 
e não armazenarem amido ao contrário a maior parte apresenta a propriedade de armazenar glicogênio o 
que os coloca muito mais próximos neste sentido das células animais que de células vegetais. 
São organismos heterotróficos, ou seja, não são capazes de produzir seu próprio alimento e se 
alimentam da matéria orgânica. Matéria orgânica normalmente que serve para nutrir esses microrganismos 
pode ser em sua maioria a matéria orgânica em decomposição, normalmente de cadáveres e restos de 
animais e plantas, por isso é comum nos referirmos aos fungos como seres saprófitas e em conjunto com 
bactérias são responsáveis pela reciclagem de nutrientes na natureza e de acúmulo de resíduo orgânico 
Os fungos podem ser encontrados colonizando seres vivos de qualquer espécie, humana vegetal e 
animal, são encontrados em grande proporção no solo colaborando nos ciclos dos elementos e sendo 
facilmente dispersos pelo ambiente através do ar, poeira, insetos, água, homem, animais e vetores de toda 
espécie. 
Os fungos podem se constituir de uma única célula constituída, portanto por um único núcleo, desta 
forma caracterizando o que chamamos de levedura ou a partir de uma formação multicelular, multinuclear 
como base para a formação de hifas e micélios que constituem os fungos filamentosos ou também 
conhecidos como bolores. 
Dentre os constituintes celulares mais importantes destacam-se ; a) Parede Celular, b) Membrana 
Citoplasmática; c) Citoplasma ; d) Núcleo; e) Ribossomos; f) Mitocôndrias, ; g) Reticulo Endoplasmático; h) 
Aparelho de Golgi (complexo de golgi) 
A parede celular é notoriamente reconhecida por sua característica rígida, formada por substâncias 
diversas como mananas, glucanas e quitina, esta especialmente reconhecida por fazer parte do exoesqueleto 
de invertebrados, na estrutura dos fungos encontra-se em maior quantidade constituindo bolores e em 
menor nas leveduras. 
A membrana citoplasmática é estrutura responsável por atuar como uma barreira semipermeável 
além de atuar no transporte de substâncias quer seja de forma ativa ou passiva para o ambiente intra e 
extracelular. Formada basicamente por lipídeos e proteínas os lipídeos se revelam sua verdadeira fonte 
estrutural e as proteínas conferem ao fungo inúmeras enzimas responsáveis por suas atividades metabólicas. 
O núcleo abriga o material genético fúngico, encerrado dentro do nucléolo constituído por DNA de 
fita dupla, RNA e proteínas. Os ribossomos são responsáveis pela síntese de proteínas e é nas mitocôndrias, 
presente no citoplasma celular que ocorre os processos de fosforilação oxidativa, importantes para a síntese 
de ATP. 
O retículo endoplasmático encontra-se distribuído por toda célula ligados sobretudo a membrana 
plasmática, abrigam grandes quantidades de ribossomos responsáveis pela síntese de proteínas. O aparelho 
ou complexo de golgi assim descrito é uma organela responsável pelo armazenamento de substâncias que 
serão secretadas pela célula bem como pelo transporte de substâncias até a membrana. 
As leveduras são reconhecidas por serem microscópicas, ovaladas e podem ser visualizadas sob 
microscopia óptica comum, podendo ser vistas isoladas, formando blastoconídeos ou pseudohifas. Coram-
se por técnica de Gram como Gram positivas, suas colônias normalmente tem aspecto mucóide, de 
consistência cremosa e ou pastosas. Sua reprodução ocorre basicamente de forma assexuada por divisão 
binária e ou brotamento-fissão. 
Na divisão binária a célula mãe se divide ao meio formando duas leveduras idênticas uma a outra, na 
reprodução por brotamento-fissão a partir de uma célula mãe forma-se brotos os quais podem se separar 
por processo de fissão ou permanecer integrados a célula mãe, neste caso dando origem a formação do que 
considera-se uma pseudohifa, cujo conjunto forma o que pode ser denominado de pseudomicélio 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS 
 
Desconhece-se a origem dos vírus, no entanto, foram aventadas duas hipóteses ou teorias prováveis 
a primeira afirma que os vírus podem derivar de componentes de células hospedeiras que se tornaram 
autônomos, para comprovar tal teoria alguns pesquisadores afirmam que algumas sequências virais estão 
relacionadas a porções de genes celulares que codificam domínios funcionais proteicos. A segunda que os 
vírus evoluíram a partir de bactérias ou de outras células de vida livre como exemplo pode-se citar os 
poxvírus, os quais por serem grandes e complexos e podem representar evolução de algum ancestral celular. 
Os vírus são os menores agentes infecciosos existentes, sendo formados basicamente por proteínas 
e ácidos nucléicos (DNA ou RNA). São considerados inertes fora das células hospedeiras; replicando-se 
apenas em células vivas, sendo parasitas ao nível genético. A gama de hospedeiros para determinado vírus 
pode ser grande ou extremamente limitada, desde microrganismos unicelulares como bactérias e algas, bem 
como plantas e animais superiores. 
Estruturalmente vírus são bastante simples quando comparados a microrganismos ditos superiores 
como bactérias, fungos e parasitas. Os vírus são constituídos basicamente por Capsídio o qual se trata do 
envoltório protéico ou camada que envolve o ácido nucléico. Os capsômeros são as unidades estruturais do 
capsídio formados por aglomerados de polipeptídio. Alguns vírus podem ser formados por um invólucro, 
também chamado de envoltório ou envelope, formado por uma membrana contendo lipídios, proteínas e 
glicoproteínas que circundam algumas partículas virais. Ao conjunto do capsídeo com o ácido nucléico 
denominados de Nucleocapsídio. 
O material genético do vírus pode ser constituído de DNA ou RNA, podendo ser formado por um 
único segmento ou como são chamados fita simples ou dois segmentos, fita dupla. Além disso, inúmeros 
vírus apresentam um arsenal próprio de enzimas responsáveis por facilitar os processos de infecção e 
replicação viral, o exemplo mais conhecido é o da transcriptase reversa, enzima está presente no vírus da 
imunodeficiência humana (HIV) e responsável pela conversão do RNA viral em DNA, o que facilita o processo 
de replicação em células pelas quais o vírus apresenta tropismo. 
 
Os vírus podem classificados segundo alguns critérios tais como (em ordem de importância): 
 
1) Tipo de ácido nucléico 
2)Tamanho, Morfologia e Simetria 
3) Susceptibilidade a agentes físicos e Químicos 
4) Presença de enzimas específicas 
5) Propriedades Imunológicas 
6) Métodos de transmissão 
7) Tropismo 
8) Patologia 
9) Sintomatologia 
 
REPLICAÇÃO E INFECÇÃO VIRAL 
 
Porque dizemos que vírus se replicam e não se multiplicam, a resposta é simples, diferente de outros 
microrganismos que apresentam formas variadas de reprodução, como divisão binária, esporogonia, fusão 
de gametas etc... vírus fazem cópias de seu material genético utilizando para tal a maquinaria por assim dizer 
da célula hospedeira. 
O processo de replicação pode resumidamente ser dividido em cinco etapas distintas sendo elas 1) 
Adsorção viral; 2) Penetração; 3) Síntese dos componentes virais; 4) maturação da partícula viral ; 5) 
liberação. 
A adsorção refere-se a etapa onde ocorre o contato da partícula viral com a célula hospedeira. De 
início entende-seque este contato possa ser revertido, no entanto evolui rapidamente para um contato cada 
vez mais íntimo chegando ao ponto de se tornar irreversível. A adsorção é a condição fundamental para que 
possa haver a penetração do material genético do vírus sem o qual a replicação viral não ocorre. Para que a 
adsorção ocorra é muito importante o papel de receptores presentes nas membranas das células hospedeiras 
as quais poderão fornecer ou não uma situação ideal para a ancoragem do vírus com subsequente 
penetração do material genético. 
Após a ligação se tornar irreversível é introduzida parte ou em sua totalidade o capsídeo viral 
contendo internamente o material genético viral. Para que o material genético seja introduzido, Penetração, 
no interior da células hospedeira são reconhecidos ao menos 4 mecanismos. O primeiro ocorre pela injeção 
do ácido nucléico diretamente no citoplasma da célula hospedeira sem a penetração do capsídeo viral, este 
mecanismo é utilizado por vírus como os bacteriófagos capazes de infectar bactérias. 
Outra forma de penetração do material genético é por endocitose mediada por receptores. Neste 
processo após a adsorção do vírus a membrana da célula os mesmos acabam sendo englobados pela 
membrana plasmática. A fusão do envelope viral é o terceiro mecanismo e que ocorre unicamente para vírus 
envelopado. Por este mecanismo proteínas de fusão presentes no envelope do vírus são ativadas quando da 
ligação com receptores celulares específicos. A partir deste momento a penetração pode ocorrer então por 
mecanismo de endocitose. O último mecanismo é o de translocação onde a partícula viral inteira é 
transportada para dentro da célula através da membrana citoplasmática, mecanismo este raro e ainda 
incerto, sendo tema de inúmeras pesquisas. 
Após a penetração do material genético inicia-se a síntese dos componentes virais que levará a 
produção de centenas de milhares de cópias da partícula viral original. Este processo é marcado basicamente 
por dois processos distintos mas ao mesmo tempo complementares a replicação do ácido nucléico viral e a 
produção do capsídeo necessário para abrigar e portanto envolver o material genético produzido. E por fim 
após terem sido sintetizados todos os novos componentes que constituem uma partícula viral, proteínas e 
ácidos nucléicos devem ser reunidos afim de estabelecerem de fato uma partícula viral madura, também 
chamada de partícula viral completa, processo esse denominado de maturação viral. 
A última e derradeira etapa do processo de replicação viral é a liberação das partículas virais, 
normalmente este processo ocorre a partir do momento em que o número de partículas virais de certa forma 
excede o limite que pode ser acumulado por uma célula hospedeira. A liberação dos vírus pode ocorrer 
basicamente por dois processos seja ele o de lise celular, processo este característico de vírus de replicação 
rápida e não envelopados ou por brotamento através da membrana celular característico de vírus 
normalmente de replicação lenta, e envelopados. 
 A replicação viral é constituída, portanto de mecanismos que possibilitem a formação de novas 
cópias virais as quais tem como objetivo se estabelecer e disseminar pelo organismo do hospedeiro. Dentro 
deste contexto faz-se importante entender as etapas do mecanismo de infecção viral que acabam por 
determinar o aparecimento ou não das doenças de etiologia viral. 
Podemos dividir o processo de infecção viral em 5 etapas, sendo o primeiro deles a penetração e 
replicação primária na qual os vírus devem fixar-se inicialmente às células de uma das superfícies corporais, 
pele, trato respiratório, gastrintestinal, urogenital, conjuntiva e então iniciar o processo de penetração, é 
neste local de entrada que ocorre a replicação primária. Na sequência ocorre a etapa de propagação viral e 
tropismos Celulares neste momento vírus propagam-se no hospedeiro através da corrente sanguínea 
(viremia) ou via linfática, a órgãos e células específicas determinado pelo tropismo com os receptores 
celulares característicos. A destruição das células infectadas por vírus nos tecidos alvos e as alterações 
produzidas pela destruição tecidual no hospedeiro são em parte as responsáveis pelo surgimento da doença 
e marcam a terceira fase do processo conhecida como de Lesão celular e Doença. A partir deste momento 
espera-se que o indivíduo evolua de forma satisfatória, o que determinaria a sua capacidade de Recuperação 
a qual é dependente de mecanismos de resposta imunidade humoral e celular, interferons e linfocinas entre 
outros. O último estágio consiste na disseminação do vírus infeccioso no ambiente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES DO SISTEMA DE DEFESA E ÓRGÃOS LINFOIDES 
 
A função fisiológica do sistema imunológico é a defesa contra microrganismos infecciosos. 
Entretanto, até mesmo substâncias estranhas (não infecciosas) podem desencadear respostas imunológicas. 
Portanto, uma definição mais abrangente da resposta imunológica consiste em uma reação a componentes 
de microrganismos, bem como, macromoléculas, como proteínas e lipopolissacarídeos e a pequenas 
substâncias químicas que são conhecidas como elementos estranhos, independentemente das 
consequências fisiológicas ou patológicas dessa reação. Em algumas situações, até mesmo moléculas 
próprias podem desencadear uma resposta imunológica (denominadas respostas auto-imunes). 
A imunologia é o estudo da resposta imune nessa acepção mais ampla e dos eventos celulares e 
moleculares que ocorrem após um microrganismo entrar em contato com microrganismos e outras 
moléculas estranhas. 
A defesa contra microrganismos é mediada por reações iniciais da imunidade inata e por respostas 
tardias da imunidade adaptativa. 
A imunidade inata é também conhecida como natural que proporciona a linha de defesa inicial contra 
microrganismos que já existem até mesmo antes da infecção e que estão prontos para responder 
rapidamente a infecção. Os principais componentes da imunidade inata são: 
• Barreiras físicas e químicas, como os epitélios e as substâncias químicas antimicrobianas produzidas 
nas superfícies epiteliais. 
• Células fagocitárias, neutrófilos, macrófagos, células dendríticas e células naturais killer. 
• Proteínas do sangue, incluindo membros do sistema complemento e outros mediadores 
inflamatórios. 
• Proteínas denominadas citocinas, que regulam e coordenam muita das atividades das células da 
imunidade natural. 
 
A imunidade adaptativa consiste em sua notável especificidade para moléculas distintas e sua 
capacidade de “lembrar” e responder com mais intensidade em exposições repetidas ao mesmo 
microrganismo. O sistema imune adaptativo é capaz de reconhecer e reagir a um grande número de 
substâncias microbianas e não microbianas. Os principais componentes da imunidade adaptativa são: 
linfócitos e seus produtos secretados, tais como, anticorpos. 
 
Tipo de reposta imune adaptativa: Imunidade humoral e celular. 
 
Imunidade humoral: é composta por anticorpos que reconhecem antígenos microbianos, 
neutralizam a capacidade dos microrganismos de infectar e promovem a sua eliminação através de diversos 
mecanismos efetores. A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos 
extracelulares e suas toxinas, visto que os anticorpos podem se ligar a eles e ajudar na sua eliminação. 
Diferentes tipos de anticorpos podem promover a ingestão de microrganismos por células do hospedeiro 
(fagocitose), ligam-se as células de defesa e desencadeiam a liberação de mediadores inflamatórios por essas 
células, e são ativamentetransportadas para o lúmen de órgãos que possuem mucosas e através da placenta 
para fornecer uma defesa contra microrganismos ingeridos ou inalados e contra infecções do recém-nascido, 
respectivamente. 
Imunidade celular: Também denominada imunidade mediada por células, é mediada principalmente 
por linfócitos T. Os microrganismos intracelulares, como vírus e algumas bactérias sobrevivem e proliferam 
no interior dos fagócitos e de outras células do hospedeiro, onde são inacessíveis aos anticorpos circulantes. 
A defesa contra infecções constitui uma função da imunidade celular, que promove a destruição das células 
infectadas para eliminar o reservatório das infecções. 
A forma de imunidade que é induzida pela exposição a um antígeno é denominada imunidade ativa, 
visto que o indivíduo imunizado desempenha um papel ativo na resposta ao antígeno. Os indivíduos e os 
linfócitos que não tiveram exposição a determinado antígeno são denominados virgens e o que significa 
imunologicamente inexperiente. Os indivíduos que já respondem a um antígeno microbiano e que estão 
protegidos contra exposição subsequente aqueles microrganismos são considerados imunes. 
A imunidade também pode ser transferida do soro ou de linfócitos de um indivíduo especificamente 
imunizado, constituindo um processo conhecido como, transferência adotiva. O receptor dessa transferência 
torna-se imune ao antígeno específico sem nunca ser exposto ou ter respondido a ele, por conseguinte, esta 
resposta é denominada de imunidade passiva. 
 Antígenos são substâncias que se ligam aos receptores de linfócitos específicos independentemente 
de estimularem ou não a resposta imunológica. As substâncias que estimulam a reposta imunológica são 
denominadas imunógenos. 
 
Principais características das respostas imunes adaptativas. 
Especificidade: assegura que a resposta imunológica a determinado microrganismo seja dirigida 
contra esse microrganismo. 
Diversidade: permite ao sistema imunológico a responder a uma grande variedade de antígenos. 
Memória: aumenta a capacidade de combate infecções repetidas pelo mesmo microrganismo. 
Expansão clonal: aumenta o número de linfócitos específicos para determinado antígeno para fazer 
frente à capacidade replicativa dos microrganismos. 
Especialização: gera respostas que são ideais para a defesa contra diferentes tipos de 
microrganismos. 
Contração e homestosia: permite aos sistema imunológico recuperar-se de uma resposta, de modo 
que possa responder efetivamente a novos antígenos que encontre. 
Não reatividade ao próprio: impede a lesão do hospedeiro durante as respostas a antígenos 
estranhos. 
Tolerância: ausência da resposta imunológica. 
 
Classes de linfócitos 
As células T e B inativas são linfócitos maduros que ainda não foram estimulados pelos antígenos 
para se tornarem linfócitos diferenciados. Quando elas encontram os antígenos, elas se diferenciam em 
linfócitos efetores que atuam nas respostas imunológicas protetoras. Os linfócitos B efetores são células 
plasmáticas secretoras de anticorpos (plasmócitos). As células T efetores incluem células T auxiliares CD4+ 
que secretam citocinas e células T citotóxicas CD8+ (CTLs). 
Uma parte da prole dos linfócitos B e T ativados por antígenos se diferencia em células de memória 
que sobrevive por longo tempo em repouso. Em células de memória são responsáveis pelas repostas rápidas 
e mais poderosas as exposição posteriores ao antígeno. 
A organização anatômica das células e dos tecidos do sistema imunológico tem importância crítica 
para geração das respostas imunológicas. Essa organização permite que um pequeno número de linfócitos 
específicos para um antígeno localize e responda efetivamente aqueles antígenos independentemente do 
local em que ele é introduzido no corpo. 
 
Órgãos Linfoides 
Os órgãos do sistema imunológico podem ser divididos em órgãos linfoides geradores, que são a 
medula óssea e o timo e órgãos linfoides periféricos, que são os gânglios linfáticos, baço e tecido linfoide 
cutâneo e das mucosas. Os linfócitos B e T derivam de um precursor comum na medula óssea. O 
desenvolvimento das células B continua na medula óssea enquanto os precursores das células T migram para 
o timo, onde se desenvolvem. Após completar o seu desenvolvimento, as células T e B deixam a medula 
óssea e o timo, entram na circulação sanguínea e vão semear os órgãos linfoides periféricos. 
A medula óssea contém células-tronco para todas as células sanguíneas, incluindo os linfócitos, 
sendo o local de desenvolvimento de todas as células, exceto as células T, que se desenvolvem no timo. 
Os linfonodos são os locais onde as células T e B respondem aos antígenos que são coletados pela 
linfa que drenam os tecidos periféricos. O baço é o órgão no qual os linfócitos respondem a antígenos 
presentes no sangue. Tanto os linfonodos quanto o baço são divididos em zona de células B (folículos) e zona 
de células T. As zonas de células T são também o local em que se encontram as células dendríticas maduras, 
que são células apresentadoras de antígenos (APC) especializadas para ativação das células T inativas. As 
células dendríticas foliculares estão localizadas nas zonas de células B e ativam essas células durante a 
reposta humoral a antígenos proteicos. 
 
Vias de recirculação dos linfócitos 
As células T inativas deixam a corrente sanguínea e entram nos linfonodos através das vênulas 
especializadas de endotélio alto (HEV). Células dendríticas transportando antígenos entram no linfonodo 
pelos vasos linfáticos. Se as células T reconhecem o antígeno, elas são ativadas e retornam à circulação pelos 
vasos linfáticos eferentes e do ducto torácico, que drena para a veia cava superior, depois para o coração e 
finalmente ganham a circulação arterial. Células T efetoras e de memória saem do sangue e entram nos 
tecidos periféricos através de vênulas nos locais de inflamação. 
O processo de recirculação dos linfócitos é regulado pelas moléculas de adesão, chamadas de 
receptores homing, e seus ligantes nas células endoteliais, as adressinas. As células endoteliais expressam 
ligantes diferentes que promovem a migração linfocitária específica para aquele tecido. 
Os diversos tipos de linfócitos exibem padrões de migração distintos. As células T inativas migram 
preferencialmente para os linfonodos, esse processo é mediado principalmente pela ligação da L-selectina 
nas células T nas vênulas especializadas de endotélio alto dos linfonodos. As células T efetoras e de memória 
que são geradas pela estimulação antigênica deixam os linfonodos. A sua expressão de L-selectina diminui 
mas a de integrinas e dos ligantes das selectinas E e P aumenta, e essas moléculas são intermediárias na 
ligação dessas células ao endotélio nos locais de inflamação periférica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNIDADE INATA 
 
A imunidade inata é a primeira resposta aos microrganismos que previne, controle ou elimina a 
infecções do hospedeiro por muitos patógenos. Os mecanismos da imunidade inata reconhecem os produtos 
de células danificadas e mortas do hospedeiro e servem para eliminar tais células, iniciando o processo de 
reparo tecidual. A imunidade inata aos microrganismos estimula as respostas imunológicas adaptativas e 
pode influenciar a natureza das respostas específicas, tornando-se mais eficazes contra diferentes tipos de 
patógenos. 
Os 2 tipos principais de respostas do sistema imune inato que nos protegem contra os 
microrganismos são a inflamação e a defesa antiviral. 
 
Fagócitos 
Macrófagos e neutrófilos são as células centrais da imunidade inata. Na medula óssea, células 
precursoras da linhagemmielóide se diferenciam nas linhagens granulocítica e monocítica, amadurecem e 
vão para circulação sanguínea. 
Os neutrófilos originam-se da linhagem granulocítica e são produzidos em grande número na medula 
óssea, parte fica na medula óssea de reserva e parte vai para a circulação. Eles tem vida média curta, 
sobrevivendo apenas algumas horas na circulação. Eles migram rapidamente para os tecidos inflamados ou 
infectados, onde ficam ativos por um tempo maior e depois morrem por apoptose e são fagocitados pelos 
macrófagos. 
Os macrófagos também se originam de células precursoras da medula óssea que se diferenciam em 
pró-monócitos. Estes vão para o sangue, onde são chamados de monócitos, e daí migram para os diferentes 
tecidos onde se transformam em macrófagos. Essas células, ao contrário dos neutrófilos, sobrevivem nos 
tecidos por longo período de tempo. Dependente do tecido onde se instalam, os macrófagos adquirem 
funções e característica fenotípicas distintas. 
Macrófagos no baço e nos linfonodos são chamados de macrófagos imaturos ou maduros, no fígado 
são as células de Kupffer, em cavidades corporais, tais como, a sinovial, peritoneal e pleural, nas mucosas 
gastrointestinais e respiratória são chamados de macrófagos alveolares, no cérebro, são chamados de 
micróglia e nos ossos de osteoclastos. 
As células dendríticas mielóides (DCm), assim são chamadas para diferencia-las de um outro grupo 
de células dendríticas presentes nos linfonodos e no timo e que tem origem de precurssores linfoides. As 
DCm depois de fagocitarem antígenos dos tecidos, migram para os linfonodos, onde os apresentam para os 
linfócitos T, iniciando a resposta imune adquirida. 
 
Na infecção, o número de macrófagos no tecido aumenta muito em virtude da migração de 
monócitos do sangue para o local. Essa migração se dá mais tardiamente que os neutrófilos. Além de 
fagocitar e matar os microrganismos, os macrófagos removem células mortas, restos celulares e resíduos 
provenientes de tecidos lesados., sendo essenciais para o reparo tecidual. 
 
Reconhecimento de microrganismos pelos fagócitos 
O sistema imune inato reconhece estruturas moleculares que são características de patógenos 
microbianos, denominadas de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPS), exemplo: LPS, RNA, 
DNA.... 
O sistema imune inato também reconhece moléculas endógenas que são produzidas ou liberadas 
por células danificadas ou mortas. Essas substâncias são denominadas Padrões Moleculares Associados a 
Danos (DAMP), exemplo: toxinas químicas, queimaduras, traumas. Os DAMPs não são liberados por células 
mortas por apoptose. 
O sistema imune inato usa diversos tipos de receptores celulares, presentes em diferentes 
localizações nas células e moléculas solúveis no sangue e nas secreções de mucosa para reconhecer PAMPs 
e DAMPs denominados de Receptores de Reconhecimento de Padrões (PPR). 
Os Toll Like Receptors (TLR – receptores do tipo toll), pertencem uma família evolutivamente 
conservada de receptores de reconhecimento de padrões, são expressos em muitos tipos celulares e 
reconhecem produtos de uma ampla variedade de microrganismo. Existe 9 TLRs, os TLR1, 2, 4, 5 e 6 são 
expressos na membrana plasmática e os TLR 3, 7, 8 e 9 são expressos no interior das célula. Exemplos, TLR 2 
reconhecem lipoproteínas presentes em bactérias, TLR 3 reconhece o RNA de dupla hélice presente nos vírus, 
o TLR4 reconhecem LPS, presentes em bactérias gram-negativas, o TLR5 reconhece a flagelina presentes em 
várias bactérias flageladas, TLR9 reconhece o DNA presentes em bactérias e protozoários. 
Receptores de manose: atua na fagocitose de microrganismos, reconhecem certos açucares terminas 
presentes em carboidratos da superfície microbiana, incluindo D-manose, L-flucosa e N-acetil-D-
glucosamina. 
Receptores Scavenger: formam um grupo de protéinas de membrana celular de estrutura e função 
diversa, que foram agrupados com base em características comuns relacionados a ingestão de lipoproteínas 
oxidadas pelas células. São expressos em macrófagos e medeiam a fagocitose. 
Receptores N-Formil-Met-Leu-Phe: expressos por neutrófilos e macrófagos, reconhecem peptídios 
bacterianos contendo resíduos de metionina N-formilados. 
 
Fagocitose e destruição de microrganismos 
Após a adesão dos microrganismos aos receptores de fagócitos, estes emitem pseudópodos que 
envolvem microrganismo, formando um vacúolo fagocitário. Este se funde a lisossomos e outros grânulos 
citoplasmáticos. O microrganismo pode ser degradado pelas várias proteínas contidas nos grânulos. No caso 
dos neutrófilos, os lisossomos (grânulos primários) contêm lisozimas, fosfatase ácida, elastases, 
mieloperoxidase e proteínas catiônicas. Os grânulos secundários, além da lisozima, contêm lactoferrina, um 
quelante de ferro que impede o crescimento de várias bactérias que dependem desse elemento para usa 
multiplicação, colagenase, cininogênese e ativador de plasminogênio, entre outros. 
A atividade microbicida envolve a ação conjunta das proteínas presentes nos lisossomos e grânulos 
com a produção de metabólitos do oxigênio, como o ânion superóxido, peróxido de hidrogênio, o ácido 
hipocloroso e o radical hidroxila. A produção destas espécies de oxigênio (ROIS) ocorre pela ativação de um 
complexo enzimático denominado de NADPH-oxidase. A ativação desse sistema é acompanhada por grande 
aumento no consumo de oxigênio pelos fagócitos, que é conhecida pela explosão respiratória. 
Células Natural Killer (células NK): são células especialmente envolvidas na morte de células tumorais 
e infectadas por vírus. Ao matar essas células, são também eliminados os reservatórios de vírus, contribuindo 
para a resolução da infecção. Estas células NK tem papel essencial no início das infecções virais, antes da 
atuação da imunidade adquirida e também produzem IFN-y, que inibe a replicação dos vírus. Além disso, o 
IFN-y ativa os fagócitos, aumentando sua capacidade microbicida e tumoricida. 
A ativação do Sistema complemento, que pode levar à lise de microrganismos. Existem 3 vias do 
sistema complemento, a via clássica, a via alternativa e a via das lectinas, que serão discutidos nas próximas 
aulas. 
Barreiras epiteliais: superfícies epiteliais intactas formam barreiras físicas entre os microrganismos 
no ambiente externo e os tecidos do hospedeiro. Os epitélios produzem peptídios que possuem uma função 
de antibiótico natural, sendo o mais conhecido as defensinas. 
 
Inflamação 
A inflamação ocorre sempre que há dano ou lesão, independente da presença de um agente 
infeccioso. No caso da agressão ser infecciosa, o microrganismo precisa ser eliminado para que a integridade 
seja restabelecida. 
A inflamação inicia-se com uma série de eventos que ocorrem na microcirculação, começando por 
alterações no calibre das arteríolas, devidas à contração ou ao relaxamento dos músculos lisos que envolvem 
esses vasos, com consequente modificação do fluxo sanguíneo local. A vasodilatação é responsável pelo 
maior aporte de sangue na área inflamada, causando CALOR e RUBOR. Seguem as alterações de 
permeabilidade das vênulas em consequência da abertura das junções entre as células endoteliais. Tanto as 
alterações que ocorrem nas arteríolas como a contração das células endoteliais das vênulas são causadas por 
substâncias liberadas no local da inflamação, chamadas de mediadores inflamatórios. 
Esses mediadores são produzidos em consequência da ativação dos mastócitos e macrófagos 
presentes no local da inflamação. Os mastócitos, células presentes no tecido conjuntivo ao redor dos vasos 
sanguíneos, quando ativados, desgranulam e consequentemente liberam a histamina entre outras 
substancias contidas em seus grânulos. A desgranulação podeser mecânica ou induzida por ativação de 
alguns receptores nessas células, entre eles o receptor para o fragmento C5a do sistema complemento. A 
histamina induz contração das células endoteliais das vênulas, aumentando assim a permeabilidade vascular. 
A ativação de mastócitos e macrófagos induz, ainda, s síntese de mediadores lipídicos, como prostaglandinas, 
leucotrienos e PAF (Fator de ativação das plaquetas), os quais também atuam nesta fase inicial da inflamação. 
 
Citocinas da imunidade inata 
Citocinas são moléculas protéicas de baixo peso molecular que regulam a imunidade inata e 
adaptativa. São sintetizadas por vários tipos celulares e se ligam em receptores específicos, induzindo uma 
ativação celular. Elas podem atuar em receptores na própria células que as produziu (ação autócrina) ou em 
outras células próximas (ações parácrinas), ou, se forem para circulação, podem atuar a distância de sua 
produção (ação endócrina). 
Entre as citocinas produzidas durante a imunidade inata temos a interleucina (IL-1β), o TNF-α, o 
interferon tipo I (IFN-α e IFN-β), a IL-6 e as quimiocinas. O TNF-α é produzido por macrófagos, células NK e 
mastócitos e age localmente no recrutamento de neutrófilos e na sua ativação. A IL-1 é produzida por 
macrófagos e juntamente com o TNF-α, atua no aumento da permeabilidade vascular na fase inicial da 
inflamação. Nas infecções virais os macrófagos e outras células podem produzir interferons do tipo 1 que 
inibem a replicação viral nas células e ativam as células NK capazes de controlar as infecções. Além destas, 
os macrófagos produzem também IL-12 e IL-18, citocinas importantes na imunidade inata por induzirem a 
produção de IFN-y, um importante ativador das funções dos macrófagos, pelas células NK. 
Um grupo de citocinas fundamental para o recrutamento de leucócitos para o foco 
inflamatório/infeccioso são as quimiocinas. Existem duas principais famílias de quimiocinas, CC, que 
apresenta resíduos de cisteina adjacentes e a CXC, na qual os resíduos de cisteína estão separados por um 
aa. Na inflamação, as quimiocinas CXC atuam principalmente em neutrófilos enquanto que as quimiocinas 
CC atuam principalmente em monócitos e linfócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNIDADE HUMORAL 
 
Imunidade Humoral 
A imunidade adaptativa se desenvolve por meio de uma série de eventos que se iniciam pela ativação 
dos linfócitos T e B após o reconhecimento de antígenos. Enquanto os linfócitos T são as células responsáveis 
pela especificidade da imunidade celular, os linfócitos B respondem aos estímulos antigênicos com a 
produção de anticorpos, que são os mediadores da imunidade humoral, importante mecanismo imune para 
a proteção contra microrganismos extracelulares e a neutralização de toxinas microbianas. 
A ativação das células B é iniciada pelo reconhecimento específico dos antígenos pelos receptores de 
membrana (Ig) destas células. O antígeno e outros estímulos, incluindo os originados das células T auxiliares, 
estimulam a proliferação e a diferenciação de clones de linfócitos B específicos. A progênie desses clones 
pode produzir IgM ou outros isótipos de Ig (por ex. IgG), sofrem a maturação da afinidade ou ainda podem 
persistir como células de memória. 
 
Cinética da resposta imune humoral primária e secundária 
 Na resposta imune primária, as células B naive são estimuladas pelo antígeno, tornam-se ativadas e 
diferenciadas em células secretoras de anticorpos que produzem anticorpos específicos para o antígeno que 
iniciou esse processo. Alguns plasmócitos secretores de anticorpos sobrevivem na medula óssea e continuam 
a produzir anticorpos por longos períodos. As células B de memória também são geradas durante a resposta 
primária. A resposta imune secundária acontece quando o mesmo antígeno estimula as células B de 
memória, levando a uma rápida proliferação e diferenciação, resultando na produção de grande quantidade 
de anticorpos, maior ainda que a produzida durante a resposta primária. 
 
Receptores dos linfócitos B 
Os receptores do antígeno das células B presentes na membrana dos linfócitos B emitem sinais 
ativadores para a célula quando duas ou mais moléculas dos receptores se ligam aos antígenos multivalentes. 
As moléculas de membrana IgM e IgD, que são os receptores para o antígeno nas células B, não 
comprometidas com o antígeno, apresentam uma cauda citoplasmática curta, consistindo em somente três 
aminoácidos (lisina, valina e lisina). Essas caudas são muito pequenas para levar a transdução de sinais 
gerados pela agregação das imunoglobulinas de membrana. Os sinais gerados pelas imunoglobulinas são na 
verdade acionados por duas outras moléculas, conhecidas como Igα e Igβ, que são ligadas uma à outra por 
pontes de dissulfeto e estão expressas nas células B associadas, de forma não –covalente. As moléculas Igα 
e Igβ juntamente com a IgM formam o complexo do receptor de linfócitos B para o antígeno (BCR). 
 
Ativação dos linfócitos B 
Os eventos sinalizadores iniciados pelo complexo BCR são similares aos eventos descritos para 
sinalização pelo complexo TCR no tópico de imunidade celular. O antígeno induz a aglutinação das Ig de 
membrana nas células B e leva a junção das moléculas Igα e Igβ e a fosforilação da tirosina dos ITAMs na 
cauda citoplasmáticas dessas moléculas. Com isso, a molécula Syk é ancorada, com isso acontece a 
fosforilação das tirosinas e desencadeia uma cascata de sinalização que leva à ativação de vários fatores de 
transcrição, tais como, NFAT, NF-kB e AP1, os quais induzem a expressão de genes cujos produtos são 
essenciais para ativação funcional dos linfócitos B. 
 
Segundo sinal fornecido para célula B pelos receptores do complemento 
A ativação das células B requer, além da ligação com o antígeno, sinais que são fornecidos pelas 
proteínas do complemento. A ativação do complemento resulta na clivagem proteolítica das proteínas do 
complemento. O componente principal deste sistema é a proteína C3, e a sua clivagem resulta na produção 
de moléculas chamadas C3b, que se ligam covalentemente ao microrganismo ou ao complexo antígeno-
anticorpo. O C3b é eventualmente degradado em um fragmento chamado de C3d, que permanece ligado à 
superfície do microrganismo. Os linfócitos B expressam um receptor para o C3b que é chamado de receptor 
do complemento do tipo 2 (CR2 ou CD21). O complexo C3d e o antígeno ou C3d e o complexo antígeno-
anticorpo ligam-se ás células B, com a Ig de membrana reconhecendo o antígeno e o CR2 reconhecendo o 
C3d. 
O CR2 é expresso nas células B maduras como um complexo com outras duas proteínas de 
membrana, o CD19 e o CD81. O complexo CR2-CD19-CD81 é conhecido como complexo co-receptor de célula 
B. 
 
Respostas funcionais induzidas pela agregação do antígeno e o complexo BCR 
A agregação do receptor para o antígeno nas células B, mediada pelo antígeno, induz várias repostas 
celulares, incluindo aumento da sobrevida, mitoses, aumento da expressão de B7-1/B7-2, aumento da 
expressão dos receptores de citocinas (por ex: receptores de IL-2 e IL-4) e migração dos folículos linfoides 
para áreas ricas em células T. 
 
Eventos iniciais e tardios na resposta imune humoral para antígenos dependentes de linfócitos T. 
As respostas imunes são iniciadas pelo reconhecimento do antígeno pelas células B e T auxiliares. Os 
linfócitos T ativados migram em direção um ao outro e interagem, resultando na proliferação e diferenciação 
de células B em células produtoras de anticorpos, com a mudança de isótipo inicial. Os eventos finais ocorrem 
nos centros germinativos e incluem a maturação da afinidade da resposta e adicional mudança de isótipo. 
Antígenos protéicos são reconhecidospor células T e B nos órgãos linfoides periféricos, e as populações 
celulares ativadas ficam retidas nesses órgãos para dar início à resposta imune humoral. 
O antígeno nativo se liga as Ig de membrana dos linfócitos B antígeno-específico, é internalizado e processado 
nas vesículas endossômicas e apresentado na superfície celular como peptídios, associados às moléculas de 
MHC de classe II. As células T aux ativadas pelo antígeno (sinal 1 ) e pelas moléculas coestimuladoras (sinal 
2) passa a expressar um molécula chamada de CD40 ligante (CD40L), que se liga ao seu receptor CD40, 
expresso nas células B, que estão apresentando o antígeno, e essa interação estimula a proliferação e 
diferenciação das células B. As células T aux ativadas secretam citocinas que atuam em colaboração com o 
CD40L para estimular a proliferação de células B e a produção de diferentes anticorpos. 
A células B podem secretar anticorpos IgM que tem como função efetora ativar o sistema 
complemento, IgG e suas subclasses, tais como, IgG1, IgG3 que tem como função na fagocitose dependente 
do receptor Fc, ativação do complemento e imunidade neonatal (passagem pela placenta), IgE importante 
para imunidade contra helmintos e desgranulação dos mastócitos e IgA, sendo importante na imunidade das 
mucosas. 
As mudanças de classes de isótipos iniciam na transcrição da linhagem germinativa por meio do locus 
y e ε. Os genes proximais CHsão eliminados em um círculo de DNA, levando à recombinação do complexo VDJ 
com os genes Cε ou Cy, depois ocorre a transcrição e quebra do RNA, em seguida a tradução da proteína e 
junção das cadeias leve e pesada formando o anticorpo, no caso descrito IgE ou IgG. 
Muitos antígenos não-protéicos, como os polissacarídeos e os lipídios, estimulam a produção de 
anticorpos na ausência de células T aux, e por isso são denominadas de antígenos timo-independente ou t-
independente. 
 Anticorpos secretados inibem a ativação continuada das células B mediante a formação de 
complexos antígeno-anticorpo que se ligam simultaneamente aos receptores de antígeno e aos receptores 
de FcyRIIb nas células B antígenos-específicos, este fenômeno se chama feedback dos anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNIDADE CELULAR: TH1 E TH2 
 
Imunidade celular 
As células responsáveis pela especificidade da imunidade celular são os linfócitos T. De maneira geral, 
estes linfócitos T, após reconhecerem os antígenos, causam a ativação de outros tipos celulares, que serão, 
então, os efetores da imunidade celular, causando a eliminação dos microrganismos ou células que 
apresentam os antígenos que desencadearam a resposta. 
 
Fase de reconhecimento da resposta imune celular 
Da fase de reconhecimento da imunidade celular participam caracteristicamente os linfócitos T e as 
células apresentadoras de antígenos (APC). Embora a interação dessas duas células possa acontecer nos 
diversos tecidos do organismo, ela ocorre, fundamentalmente, nos órgãos linfoides secundários. 
 
Processamento e apresentação de antígenos 
O processamento e a apresentação de antígenos foram descritos no capítulo de reconhecimento, 
captura e processamento do antígeno. Lembrando que Linfócitos T CD4+ reconhecem moléculas de MHC do 
tipo II + peptídios processados, enquanto que linfócitos TCD8+ reconhecem moléculas de MHC do tipo I + 
peptídios. 
 
Ativação dos linfócitos T 
Embora seja necessário que um antígeno seja processado e exposto na membrana da célula 
associado a moléculas do MHC, isso não é suficiente para ativação do linfócito Th. Para que um linfócito seja 
ativado é necessário que ocorra a interação de diversas moléculas de superfície com ligantes específicos das 
mesmas na membrana das APCs. A interação do TCR com um antígeno no contexto da molécula codificada 
pelo MHC é o primeiro sinal de ativação, sendo ainda necessário um segundo sinal. As moléculas ao capazes 
de fornecer o segundo sinal são chamadas de moléculas acessórias ou moléculas co-estimuladoras. 
A via co-estimuladora mais bem caracterizada na ativação da célula T envolve o CD28, uma molécula 
de superfície das células T que se liga à moléculas co-estimuladoras B7-1 (CD80) e B7-2 (CD86), expressas nas 
APCs ativadas. O CD28 libera sinais que aumentam muitas respostas das células T ao antígeno, incluindo a 
sobrevivência da célula, a produção de citocinas, tais como a IL-2, e a diferenciação das células T naive em 
células efetoras e de memória. Uma vez ativado, o linfócito T passa a expressar em sua membrana outra 
molécula, denominado CTLA-4, capaz de ligar as moléculas B7 com afinidade muitas vezes superior à de 
CD28. Entretanto, a molécula CTLA-4 transmite sinais inativadores ao linfócito T, participando assim da auto-
regulação da resposta imune. 
O reconhecimento do antígeno pelo TCR inicia uma sequência de sinais bioquímicos nas células T que 
resultam na ativação transcricional de genes específicos e a entrada das células no ciclo celular. A resposta 
bioquímica inicial ao reconhecimento do antígeno consiste no agrupamento de receptores de membrana, 
fosforilação de tirosinas de várias proteínas, e no recrutamento e ativação de proteínas adaptadoras. 
A molécula ZAP-70 ativada fosforila várias proteínas adaptadoras que são capazes de se ligar em 
moléculas sinalizadoras. As vias de sinalização envolvidas na ativação dos linfócitos T são as vias da Ras- MAP 
cinase, induzindo ativação de cinases como ERK e a JNK, a via PCLy1-Ca2+ dependente, induzindo ativação 
de calcineurina e a via PCLy1-DGA dependente, induzindo ativação de PKC. Cada uma dessas vias contribui 
para a expressão de genes que codificam proteínas necessárias para expansão clonal, diferenciação e funções 
efetoras das células T. 
Estas vias de sinalização ativam fatores de transcrição tais como, NFAT, um fator de transcrição 
necessário para expressão dos genes da IL-2, IL-4, do TNF-a e outras citocinas, o AP-1 e o NF-kB também 
essenciais para síntese de citocinas. 
 
Tipos de reações imunes mediadas por células 
Diferentes tipos de microrganismos desencadeiam respostas protetoras de células T distintas. 1) 
Células Th1 CD4+ e Células T CD8+ reconhecem peptídios antigênicos de microrganismos fagocitados, 
associados a MHC de classe II ou MHC de classe I, respectivamente, e produzem citocinas que ativam os 
fagócitos a destruir os microrganismos e estimulam a inflamação. 2)Linfócitos T citolíticos (CTLs) CD8+ 
reconhecem peptídios antigênicos de microrganismos que são residindo no citoplasma de células infectadas, 
associados a MHC da classe I, e destroem as células. 
As fases de indução efetora da imunidade mediada por células. Indução da resposta: as células T 
CD4+ e as células T CD8+ reconhecem peptídios que são derivados de antígenos protéicos e exibidos por 
células apresentadoras de antígenos profissionais nos órgãos linfoides periféricos. Os linfócitos T são 
estimulados a proliferar e se diferenciar, e as células efetoras entram na circulação. Migração das células T 
efetoras e outros leucócitos para o local do antígeno: as células T efetoras e outros leucócitos migram pelos 
vasos sanguíneos nos tecidos periféricos por ligação às células endoteliais que foram ativadas pelas citocinas 
produzidas em resposta à infecção nesses tecidos. Funções efetoras das células T: as células T efetoras 
reconhecem o antígeno nos tecidos e respondem secretando citocinas que ativam os fagócitos para 
erradicarem a infecção. As citocinas derivadas das células T também estimulam a inflamação. 
As subpopulação mais bem definidas de células T efetoras da linhagem auxiliar CD4+ são as células 
Th1 e Th2. Desenvolvimento das subpopulações TH1 e TH2: As citocinas produzidas na resposta imuneinata 
a microrganismos ou no início das respostas imunes adaptativas influenciam a diferenciação das células T 
CD4+ naive em células Th1 ou Th2. A IL-12, fabricada por macrófagos ativados e células dendríticas, induz o 
desenvolvimento de células Th1, por uma via dependente de STAT-4. A IL-4, que pode ser produzida 
principalmente pelas próprias células T, favorece a indução de células Th2 por uma via dependente de STAT-
6. O Fator de transcrição T-bet, produzido em resposta ao IFN-y, amplifica as respostas Th1, e o GATA-3 é 
crítico para diferenciação de Th2. 
As células TH17 que produzem a citocina IL-17 (IL-17A e IL-17F) e IL-22, importantes na inflamação 
monocítica e neutrofílica importante na defesa do hospedeiro contra bactérias extracelulares e fungos e tem 
um papel fundamental na autoimunidade em um órgão específico. 
As células apresentadoras de antígeno secretam IL-12 em resposta aos produtos microbianos, tais 
como LPS, ao IFN-y produzido por células NK e células T e ao acoplamento do CD40 pelo CD40L na célula T. 
A IL-12 estimula a diferenciação de células T auxiliares CD4+ em efetoras Th1, as quais produzem IFN-y. Este 
então, ativa os macrófagos a eliminar microrganismos fagocitados ( e a secretar mais IL-12). 
 
Funções efetoras das células Th1 
As células T CD4+ que se diferenciam em células Th1 secretam IFN-y, linfotoxina, TNF e IL-2. O IFN-y 
age nos macrófagos para aumentar a fagocitose e a destruição de microrganismos nos fagolisossomos e nos 
linfócitos B para estimular a produção de anticorpos IgG que opsonizam microrganismos para fagocitose. 
Linfotoxina e TNF ativam os neutrófilos e estimulam a inflamação. A IL-2 é o fator de crescimento autócrino 
fabricado por essa subpopulação de células T. 
As células T CD4+ que se diferenciam em células Th2 secretam IL-4 e IL-13. A IL-4 age nas células B 
para estimular a produção de anticorpos que se ligam aos mastócitos, tais como IgE. A IL-4 é também uma 
citocina autócrina de crescimento e diferenciação para células Th2. A IL-5 ativa os eosinófilos, uma resposta 
que é importante para a defesa contra infecções helmínticas. As citocinas das células Th2 também inibem a 
ativação dos macrófagos e as reações mediadas por Th1. 
 
Ativação e funções dos macrófagos na imunidade mediada por células 
Na imunidade mediada por células, os macrófagos são ativados pelas interações CD40L-CD40 e pelo 
IFN-y, e desempenham várias funções que destroem microrganismos, estimulam a inflamação e acentuam a 
capacidade apresentadora de antígeno das células. Os macrófagos também são ativados durante as reações 
da imunidade inata e desempenham as mesmas funções. 
 
Mecanismos de morte de células infectadas mediadas por CTLs 
Microrganismos intracelulares que encontram refúgio fora dos fagossomos e em células não 
fagocíticas não podem ser eliminados por ativação de fagócitos mediada por células T. O único modo de 
erradicar infecções estabelecidas por tais microrganismos é eliminar as células infectadas, e esta é a função 
dos CTLs. A morte celular por CTLs é antígeno específica e dependente de contato. 
Um CTLs reconhece a células-alvo expressando o antígeno e é ativado. A ativação resulta na liberação 
do conteúdo dos grânulos do CTLs, o qual libera um tiro letal para o alvo. O CTL pode ser desligar e destruir 
outra célula-alvo, enquanto o primeiro alvo sofre o processo de morte. 
Os CTLS destroem as células alvo por dois mecanismos principais. 1) a perforina é exocitada nos 
grânulos do CTL e se polímera na membrana plasmática da célula-alvo para formar poros. As granzimas 
também são exocitadas nos grânulos do CTL, penetram nas células-alvo através dos poros da perforina e 
induzem a apoptose da célula-alvo. 2) O ligante de Fas (FasL) é expresso em CTLs ativados, se acopla ao Faz 
na superfície das células-alvo e induz a apoptose.

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