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Modelo de Petição Inicial de Alimentos Gravídicos - Caso Moema

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE FORTALEZA 
Moema, brasileira, desempregada, solteira, capaz, natural de Fortaleza(CE), portadora do documento de identidade (RG) nº __________ , inscrita no CPF/MF sob o nº __________, residente à Rua ______________, nº ____, Bairro ____________ Fortaleza (CE), CEP __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de sua advogada com procuração anexa, com escritório no endereço ________, propor a presente
 AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS (na forma da Lei 11.804/08) 
em face de Tomás, brasileiro, empresário, solteiro, capaz, natural do Rio de Janeiro(RJ), portador do documento de identidade (RG) nº _________, inscrito no CPF/MF sob o nº ___________, residente à Rua ____________, nº ______, Bairro ____________ cidade (UF), CEP __________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS 
O requerido é próspero empresário e visitava semanalmente o Ceará para tratar de negócios durante o ano de 2017, período no qual passou a manter relacionamento com a requerente que o acompanhava e frequentava os mesmos lugares, sendo que, durante o período do relacionamento, o requerido apresentava a mesma como sua namorada. 
Passado certo tempo do relacionamento a requerente contraiu uma gravidez e informou o ocorrido ao requerido que, ao tomar ciência do fato, negou a paternidade do nascituro, informando o fim do relacionamento e alegando não desejar ser pai no presente momento, razão pela qual não reconheceria a paternidade e tampouco contribuiria economicamente para o bom curso da gestação e subsistência da criança, que deveria ser criada somente pela autora. 
Diante do ocorrido é certo que a autora não possui fonte de renda por se encontrar desempregada, estando sem condições de custear seu plano de saúde e todas as despesas decorrentes da gestação que, conforme atestado médico, presente nos autos, é de risco. 
Também é certo que fotografias do casal durante a vigência da relação, declarações de amigos e documentos fornecidos pela requerente conferem indícios suficientes da paternidade do requerido. 
II – GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
A autora faz jus a gratuidade da justiça tendo em vista que se encontra impossibilitada de custear as despesas processuais, sem comprometer o próprio sustento, nos termos e conforme garantido no art. 5º, LXXIV da Constituição Federal de 1988, no art. 98 do Código de Processo Civil e da Lei 1060/50. 
III – DOS FUNDAMENTOS 
A Constituição Federal, em seus arts. 227 e 229, deixa claro os deveres que devem ser observados pela família, sociedade e Estado, trazidos a baixo de forma explicativa, para que sejam efetivados os direitos protecionistas: 
Art. 227, caput. “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Art. 229. “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
No que tange à proteção dos filhos de toda forma de negligência, o poder-dever familiar deve estar presente desde a concepção do nascituro, conforme preceituados nos arts. 2º e 6º e seus respectivos parágrafos únicos da Lei 11804/08: 
Art. 2º. “Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.”
 Parágrafo único. “Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.” 
 Art. 6º. “Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.”
 Parágrafo único. “Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.” 
Não obstante as referências legais explanadas, merece minuciosa apreciação a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concernente aos alimentos gravídicos e indícios de paternidade:
“O requisito exigido para a concessão dos alimentos gravídicos é de que a parte requerente demonstre "indícios de paternidade", nos termos do art. 6º da Lei nº11.804/08. O exame de tal pedido, em sede de cognição sumária, sob pena de desvirtuamento do espírito da Lei, não deve ser realizado com extremo rigor, tendo em vista a dificuldade em produzir prova escorreita do alegado vínculo parental. Caso em que as fotografias, dando conta do relacionamento amoroso das partes, juntadas ao instrumento, conferem verossimilhança à alegação de paternidade do réu e autorizam o deferimento dos alimentos gravídicos, em sede liminar. DERAM PROVIMENTO (Agravo de Instrumento Nº 70065486870, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Pedro de Oliveira Eckert, Julgado em 20/08/2015).” 
Tendo em vista o exposto acima, os indícios de paternidade – que se apresentam caracterizados de forma clara por meio das provas anteriormente citadas, uma vez que as provas conclusivas do mesmo, neste momento, são de difícil aferição – são suficientes para tornar oportuno o presente pleito a fim de julgar procedente a condenação do requerido ao pagamento de alimentos gravídicos para que a gestante e o nascituro possam subsistir com dignidade, assegurando-lhes os direitos oriundos do direito maior, ou seja, o direito à vida. 
IV – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS 
Diante dos fatos supracitados, da condição financeira em que se encontra a autora, sem possuir um plano médico e sem a possibilidade de arcar com todas as custas oriundas da gestação de risco, conforme atestado médico, faz-se necessária a fixação provisória da pensão alimentícia pleiteada no valor de R$ 2,500.00 (dois mil e quinhentos reais), tendo em vista não ser razoável admitir que as despesas vitais da gravidez sejam suportadas exclusivamente pela genitora, posto que, além da prova testemunhal a ser posteriormente colhida, destaca-se que o relacionamento entre ambos era público e notório.
Os alimentos provisórios pleiteados na presente ação têm como objetivo promover o sustento da gestante na pendência da lide. Tal pedido encontra-se previsto no art. 4º da Lei n.º 5.478/68: “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.” 
Com o objetivo de propiciar à gestante requerente proteção jurisdicional aos meios à sua manutenção digna durante o curso do processo, solicita-se alimentos provisórios, nos termos da lei. 
V – DOS PEDIDOS 
CONCEDER a gratuidade da justiça, tendo em vista ser a autora considerada parte hipossuficiente no processo, não podendo dessa forma arcar com o pagamento das custas processuais e os honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio;
FIXAÇÃO de alimentos gravídicos no valor de R$ 2,500.00 (dois mil e quinhentos reais) com a procedência do pedido formulado pela autora; 
SEJA deferida e mantida os efeitos produzidos na tutela provisória com base no disposto no art. 294 do Código de Processo Civil.
EFETIVAR a citação do requerido,para que apresente resposta no prazo de 5 (cinco) dias, conforme trata o art. 7º da lei 11804/08, sob pena de decretação da revelia, para que tome ciência da ação, assim como da decisão interlocutória de fixação dos alimentos provisórios, notificando-o, ainda, da audiência de conciliação e julgamento que trata o art. 5º da Lei 5.478/68, dado seu caráter suplementar à lei supracitada;
DETERMINAR a intimação do ilustre Representante do Ministério Público para manifestar-se quanto ao presente pedido, na condição de fiscal da correta aplicação das normas jurídicas ao caso sob exame;
Ao final, seja julgada PROCEDENTE a presente ação por sentença, a fim de que produza seus efeitos jurídicos e legais, deferindo-se o pagamento de ALIMENTOS GRAVÍDICOS, em favor da Requerente. Após o nascimento com vida, que esses alimentos sejam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor; 
DECIDIR pela condenação do réu ao pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais, isto é, custas processuais e honorários advocatícios, estes na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação.
Protesta provar o alegado por todos os meios legais em Direito admitidos principalmente através do depoimento pessoal do réu sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de documentos presentes e ulteriores, caso necessário, bem como os demais meios de provas de direito admitidos. 
 
Dá-se a o valor da causa em 12x o valor estipulado para pensão alimentícia.
Nestes termos pede deferimento
Fortaleza, 21 de março de 2018
Kalliny Vicentin Silva 
OAB/SP 000-000