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MHC Processamento e Apresentação de Antígenos Fabíola C. R. Zucchi Universidade de Brasília Departamento de Biologia Celular Disciplina: Imunologia Geral 1/2017 üEntender o que é o MHC e qual sua função na resposta imune üConhecer as células apresentadoras de antígeno (APCs) e suas funções üCompreender a via de apresentação de antígenos citósólicos üCompreender a via de apresentação de antígenos exógenos Objetivos de aprendizado Apresentação de Antígenos • As principais funções dos linfócitos T são erradicar infecções por microrganismos intracelulares e ativar outras células, tais como – os macrófagos e – os linfócitos B. Apresentação de Antígenos • Existem poucas células T virgens específicas para determinado antígeno, e este pequeno número deve ser capaz de localizar o antígeno estranho e eliminá-lo. • Antígenos são trazidos aos órgãos linfoides, onde circulam células T e assim, as respostas podem ser iniciadas. • As células especializadas que capturam e apresentam antígenos e ativam linfócitos T são chamadas células apresentadoras de antígenos (APCs). Células Apresentadoras de Antígenos (APCs) • Convertem antígenos proteicos em peptídeos – PROCESSAMENTO DE ANTÍGENO • Apresentam a propriedade de COESTIMULAÇÃO necessária para a ativação de células T Apresentação de Antígenos • Para garantir que as células T interajam com outras células e não com os antígenos solúveis, • os receptores de antígenos de células T são desenhados de modo a enxergar antígenos apresentados por moléculas de superfície celular • e não antígenos em microrganismos ou antígenos que estão livres na circulação ou em fluidos extracelulares. Apresentação de Antígenos • Os linfócitos B, cujos receptores de antígeno e produtos de secreção, os anticorpos, são capazes de reconhecer antígenos em superfícies microbianas • e antígenos solúveis, • bem como antígenos associados a células. Apresentação de Antígenos • A tarefa de apresentar os antígenos associados às células hospedeiras para reconhecimento por células T CD4+ e CD8+ é realizado por proteínas especializadas denominadas: – complexo principal de histocompatibilidade (MHC), – moléculas que são expressas na superfície das células hospedeiras. FIGURA: Esta ilustração esquemática mostra uma molécula do MHC ligando e apresentando um peptídio e um receptor de célula T reconhecendo dois resíduos polimórficos da molécula do MHC e um resíduo do peptídio. Modelo de reconhecimento de um complexo peptídio-MHC pelas células T MHC Major Histocompatibility Complex (Complexo Principal de Histocompatibilidade) HLA Human Leukocyte Antigens (Antígenos de Leucócitos Humanos) Apresentação de Antígenos • As moléculas do MHC são altamente polimórficas. • Variações de moléculas do MHC entre indivíduos influenciam a ligação a peptídios e o reconhecimento de células T Apresentação de Antígenos • Uma única célula T é capaz de reconhecer um peptídio específico, • apresentado por apenas uma de um grande número de moléculas do MHC diferentes que existem. • Este fenômeno é chamado de restrição do MHC. Restrição do MHC Apresentação de Antígenos • Diferentes tipos de células atuam como APCs para ativar as células T imaturas ou células T efetoras previamente diferenciadas. • As APCs apresentam complexos peptídio- MHC, para o reconhecimento por células T e também proporcionam estímulos adicionais, que são necessários para as respostas completas das células T. Funções das diferentes células apresentadoras de antígenos Células Apresentadoras de Antígenos • Células dendríticas são as APCs mais eficientes para iniciar respostas primárias de células T. • os macrófagos apresentam os antígenos de microrganismos fagocitados para células T efetoras, que respondem ativando macrófagos para matar microrganismos. Células Apresentadoras de Antígenos • Nas respostas imunes humorais, os linfócitos B internalizam as proteínas antigênicas e apresentam peptídios derivados destas proteínas para células T auxiliares. • Todas as células nucleadas são capazes de apresentar peptídios derivados de proteínas antigênicas citossólicas para T CD8+. Células Apresentadoras de Antígenos • Outros tipos de células que expressam moléculas do MHC de classe II e podem apresentar antígenos a células T incluem as: – células endoteliais e – algumas células epiteliais. Apresentação de Antígenos • As respostas primárias de células T imaturas são iniciadas nos órgãos linfoides secundários, • onde microrganismos e antígenos proteicos são transportados após serem recolhidos a partir da sua via de entrada. Vias de entrada de antígenos FIGURA: Os antígenos microbianos geralmente entram através da pele e tratos gastrintestinal e respiratório, onde são capturados pelas células dendríticas e transportados para os nódulos linfáticos regionais. Os antígenos que entram na corrente sanguínea são capturados pelas APCs no baço. Células Dendríticas FIGURA: A, Micrografia de luz de células dendríticas em cultura derivadas de precursores da medula óssea. B, Micrografia eletrônica de varredura de uma célula dendrítica mostrando extensas projeções de membrana. C, D, Células dendríticas na pele, ilustradas esquematicamente (C) e em uma secção de pele (D) tingidas com um anticorpo específico para células de Langerhans (azul). E, F, Células dendríticas em um linfonodo, ilustradas esquematicamente (E) e em uma secção de linfonodo de camundongo (F) tingidas com anticorpos marcados com fluorescência contra células B nos folículos (verde) e células dendríticas na zona de células T (vermelho). Papel das células dendríticas na captura e apresentação de antígenos FIGURA: Demonstração experimental do fenômeno da restrição de linfócitos T ao MHC. Os linfócitos T citotóxicos vírus-específicos (CTLs) originados a partir de camundongos da linhagem A infectados com vírus matam somente as células alvo singênicas (linhagem A) infectadas com esse vírus. As CTLs não matam alvos da linhagem A não infectados (que expressam peptídios próprios, mas não peptídios virais) ou alvos da linhagem B infectados (que expressam alelos do MHC diferentes daqueles da linhagem A). Através do uso de linhagens isogênicas de camundongos que diferem apenas em relação aos loci do MHC da classe I, comprovou-se que o reconhecimento de antígenos por CTLs CD8+ é restrito ao MHC da classe I próprio. MHC MHC • A expressão de moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas durante as respostas imunes: – inata – adaptativa. FIGURA: O IFN-γ, produzido pelas células NK e por outros tipos de células nas reações imunes inatas a microrganismos ou por células T nas reações imunes adaptativas, estimula a expressão do MHC da classe II nas APCs e, desta forma, aumenta a ativação de células T CD4+. O IFN-γ e interferons do tipo I têm efeito semelhante na expressão de moléculas do MHC da classe I e na ativação de células T CD8+. Aumento da expressão de MHC da classe II pelo IFN-γ MHC • As moléculas da classe I são expressas em virtualmente todas as células nucleadas, • enquanto as moléculas da classe II são expressas apenas em células dendríticas, linfócitos B, macrófagos e alguns outros tipos de células. Estrutura de uma molécula do MHC da classe I FIGURA: O diagrama esquemático (esquerda) ilustra as diferentes regiões da molécula do MHC (não apresentado em escala). As moléculas da classe I são compostas por uma cadeia α polimórfica não covalentemente ligada à microglobulina β2 não polimórfica (β2m). A cadeia α é glicosilada; os resíduosde carboidratos não foram ilustrados. O diagrama de fitas (direita) apresenta a estrutura da porção extracelular da molécula HLA-B27 ligada a um peptídio, elucidada por cristalografia de raios X. Resíduos polimórficos de moléculas do MHC FIGURA: Os resíduos polimórficos das moléculas do MHC da classe I e classe II estão localizados nas fendas de ligação do peptídio e as α-hélices ao redor das fendas. As regiões de maior variabilidade entre os diferentes alelos do HLA foram indicadas em vermelho, de variabilidade intermediária em verde e de menor variabilidade em azul. Estrutura de uma molécula do MHC da classe II FIGURA: O diagrama esquemático (esquerda) ilustra as diferentes regiões da molécula do MHC (não apresentado em escala). As moléculas da classe II são compostas por uma cadeia α polimórfica não covalentemente ligada a uma cadeia β polimórfica. Ambas as cadeias são glicosiladas; os resíduos de carboidratos não foram mostrados. O diagrama em fitas (direita) mostra a estrutura da porção extracelular da molécula do HLA-DR1 com um peptídio ligado, elucidada por cristalografia de raios-X. Peptídio ligado a moléculas do MHC FIGURA: A, Estas ilustrações do aspecto superior das estruturas cristalinas das moléculas do MHC mostram como peptídios se ligam às fendas de ligação do peptídio. A molécula da classe I apresentada é o HLA-A2 e a molécula da classe II é o HLADR1. A fenda da molécula da classe I está fechada, enquanto a fenda da molécula da classe II está aberta. Como resultado, as moléculas da classe II acomodam peptídios mais longos que as moléculas da classe I. B, O aspecto lateral de um recorte de um peptídio ligado a uma molécula do MHC da classe II mostra como os resíduos de ancoragem do peptídio seguram-no nos bolsões da fenda da molécula do MHC. Propriedades do M HC Características da ligação de peptídeos a moléculas do MHC MHC • As moléculas do MHC possuem um papel crítico na segregação de antígenos a partir do: – exterior versus interior das células • Apresentação para as diferentes populações de células T. Vias de processamento e apresentação de antígenos Apresentação de antígenos citosólicos e extracelulares Características das vias de processamento de antígenos http://research.nki.nl/neefjeslab/classI.jpg Apresentação cruzada de antígenos para células T CD8+ FIGURA: As células infectadas com microrganismos intracelulares, tais como vírus, são endocitadas pelas células dendríticas e os antígenos dos microrganismos infecciosos são transportados para o citosol e processados e apresentados em associação com moléculas do MHC da classe I às células T CD8+. Desta forma, as células dendríticas são capazes de apresentar antígenos vesiculares endocitados pela via da classe I. Observe que as mesmas APCs de apresentação cruzada podem apresentar antígenos associados ao MHC da classe II de microrganismos para o reconhecimento pelas células T auxiliares CD4+. Apresentação de antígenos extracelulares e citosólicos para diferentes subtipos de células T Imunodominância de peptídeos FIGURA: Os antígenos proteicos são processados para gerar diversos peptídios; os peptídios imunodominantes são aqueles que melhor se ligam às moléculas do MHC da classe I e classe II disponíveis. A ilustração mostra um antígeno extracelular gerando um peptídio de ligação à classe II, mas isto também se aplica aos peptídios de antígenos citossólicos apresentados pelas moléculas do MHC da classe I. http://www.nobelprize.org/educational/medicine/immunity//images/detail/agp.gif Pontos principais ü Células apresentadoras de antígenos são especializadas em interiorizar, processar e exibir peptídeos associados ao MHC ü Reconhecimento antigênico via produtos do MHC ü Antígenos exógenos (MHC classe II) ü Antígenos sintetizados no citosol - via do proteassoma- ubiquitina (MHC classe I) üMHC classe I interação com o CD8 üMHC classe II interação com CD4 Referências Bibliográficas ABBAS, Abul K; LICHTMAN, Andrew H; PILLAI, Shiv. Cellular and Molecular Immunology. 8th ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2015. DELVES, Peter J; MARTIN, Seamus J; BURTON, Dennis R; ROITT, Ivan M; Fundamentos de Imunologia. 12. ed. Guanabara Koogan, 2013. OBRIGADA POR SUA ATENÇÃO!
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