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MIRIÃ ORTEGA . 1 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS MHC e Apresentação de antígenos MHC: Moléculas do Complexo Principal de Histocompatibilidade -Quando se tem uma infecção local → célula capta o antígeno → miga para o linfonodo aferente → lá ele mostra esse antígeno para as células B e T → inicia-se as funções efetoras COMO FUNCIONAM AS MHC • As células apresentadoras de antígeno (APCs) são responsáveis por capturar e apresentar os antígenos para a a fim de ativar os linfócitos T • Os linfócitos T precisa interagir com outras células para realizar suas funções: células dendríticas, macrófagos, linfócitos B ou células hospedeiras infectadas →para isso, os receptores de antígeno das células T precisam de uma conformação diferenciada (a fim de não haver confusão e se acoplar às células erradas) → ai está o papel das MHC, que estão expressas na superfície das células hospedeiras • Quando as células T precisam de auxiliares CD4+: em devesas contra vírus → caso esse vírus infectar uma célula de tecido, o vírus se torna inacessível ao anticorpo → ai precisa dos linfócitos T citotóxicos CD8+ (CLTs) para matar as células infectadas -Isso é possível pois as APCs lidam com antígenos derivados de locais extra ou intracelulares e, ainda, se apresenta nas diferentes células T em diferentes formas e funções PROPRIEDADES DE ANTÍGENOS RECONHECIDAS POR LINFÓCITOS • Células T reconhecem peptídeos pequenos → por isso suas respostas são induzidas por antígenos de proteína exógena -Há células T específicas para sub. Pequenas → os haptenos (sub química) se liga a proteínas próprias (MHC), e também, os T reconhecem os peptídios hapteno-conjugados ou MHC alteradas • Células B reconhecem peptídios, proteínas, NA, carboidratos, lipídios ou pequenas substancia químicas→ sua resposta imune pode ser induzida tanto por antígeno proteico quanto não proteicos • Receptores de antígenos das células CD4 e CD8 são específicos para antígenos peptídicos que são apresentados pelas MHC Ainda, o reconhecimento das MHC é necessário para a maturação dessas células e que elas fiquem restritas apenas ao reconhecimento de MHC com antígenos ligados MIRIÃ ORTEGA . 2 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • MHC pode ligar-se para apresentar somente peptpidios → por esse motivo as células T só reconhecem peptídeos -MHC são altamente polimórficas -As variações de moléculas do MHC entre os indivíduos influencia a ligação peptídio e células T • RESTRIÇÃO DO MHC: quando uma única célula T é capaz de reconhecer um único peptídio especíco, apresentado por apenas uma MHC específica CAPTURA DE ANTÍGENOS E FUNÇÕES DAS CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENO • DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS ATUAM COMO APCs PARA ATIVAR AS CÉLULAS T IMATURAS OU CÉLULAS T EFETORAS PREVIAMENTE DIFERENCIADAS -As células dendríticas são as APCs mais eficazes na ativação de cel. T imaturas -Macrófago e linfócitos b: APCs principalmente de cel. T auxiliares CD4+ previamente ativadas → logo, não servem para T imaturas Os res APCs acima expressam moléculas MHC de classe II e também moléculas envolvidas na estimulação de cel. T → logo, são capazes de ativas os CD4 -Por isso são chamadas de APCs profissionais: mas, muitas vezes o termo pode ser usado para se referir apenas as dendríticas • AS APCS APRESENTAM COMPLEXOS PEPTÍDIO-MHC → tanto para reconhecimento por cél. T quanto para proporcionar estímulos adicionais necessários para que as células T tenham resposta completa -Mol. Ligadas a membranas das APCs destinadas a ativar T: chamadas de coestimuladoras → elas funcionam em conjunto com o antígeno -APCs também secretam citocinas MIRIÃ ORTEGA . 3 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • A FUNÇÃO DE APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENO DAS APCs É AUMENTADA PELA EXPOSIÇÃO A PRODUTOS MICROBIANOS -Por isso o sistema imune responde melhor a microrganismos -Cel. Dendríticas e macrófagos expressam receptores tipo Toll e outros sensores microbianos que respondem a microrganismos através do aumento da expressão de moléculas MHC e coestimuladores → isso melhora a eficiência da apresentação de antígeno e ativa APC para produção de citocina -Celulas dendríticas ativadas por microrganismos expressam receptores de quimiocinas → estimulam sua migração para onde células T estão -ADJUVANTES: são produtos de microsganismos/micobacterias mortas induzem uma resposta ótima das células T • AS APCS QUE APRESENTAM ANTÍGENOS AS CELULAS T TAMBÉM RECEBEM SINAIS DESTES LINFÓCITOS QUE MELHORAM SUA FUNÇÃO DE APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENO -CD4 (ativadas por reconhecimento de antígeno e coestimulação) expressam moléculas de superfície chamada de ligante CD40 (CD154) que se lida à CD40 de células dendríticas e macrófagos -Ainda, células T secretam citocinas (IFN-gama) que se ligam as APCs -Combinação dos sinais CD40 e das citocinas: ativam APCs → aumento da capacidade de processar e apresentar antígenos → atua como uma retroalimentação positiva que maximiza a resposta imune AS CÉLULAS DENDRÍTICAS • Respostas primarias de células T imaturas se inicia em órgãos linfoides secundários → os microrganismos e antígenos proteícos são transportados para esses órgãos após serem recolhidos de sua vida de entrada -microrganismos entram pela pele, epitélio do sistema respiratório e gastrointestinal -Antígenos microbianos podem ser produzidos em qualquer tecido → que foi colonizado/ infectado -Alguns antígenos são transportados na linfa por meio dos APCs (principalmente dendríticas): captura → adentra vasos linfáticos →linfa contem amostra de todos antígenos (na forma solúvel e também associado a células) → antígenos se concentram nos linfonodos → são interpostos ao longo dos vasos linfáticos MORFOLOGIA E POPULAÇÕES DE CÉLULAS DENDRÍTICAS • Estão presentes na maioria dos tecidos • São mais ricas nos órgãos linfóides e nas interfaces com o ambiente externo (pele, TGI/TR) • São provenientes de precursores da medula óssea (maioria) -EXCEÇÃO: células de Langerhans que se desenvolve a partir de precursores embrionários MIRIÃ ORTEGA . 4 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS Há duas grandes populações de células dendríticas com diferentes propriedades 1. CDs clássicas (convencionais) -Capacidade de estimular respostas intensas de células T -Subconjunto de CDs mais numeroso nos órgãos linfóides -A maioria são derivadas de precursores mieloides que migram da medula óssea para se diferenciarem localmente em CD residentes em tecidos linfoides e não linfoides -Estão constantemente monitorando o ambiente em que estão (assim como macrófagos teciduais) -Células de Langerhans são CD que povoam a epiderme e atuam da mesma forma em relação aos antígenos encontrados na pele -AUSÊNCIA DE INFECÇÕES: CD captura antígeno do tecidos e levam aos linfonodos de drenagem → não produzem citocinas e nem moléculas de membrana → sem resposta imune → logo, esse mecanismo tem a função de apresentar antígenos próprios a células T autorreativas e provocar a inativação ou morte das células T e, ainda, gerar T reguladoras → importante para autotolerancia e prevenção de autoimunidade -ENCONTRO DE CITOCINAS /MICRORGANISMO: CD torna-se ativa → regula positivamente moléculas coestimuladoras, produzem citocinas inflamatórias e migram dos tecidos para linfonodos → início da resposta das células T a) Subgrupo BDCA-1/CD1c: mais eficaz em dirigir as respostas das células T CD4+ b) Subgrupo BDCA-3: eficiente no processo de apresentação cruzada 2. CDs plasmocitoides -Assemelha-se morfologicamente as células plasmáticas -Adquirem morfologia e propriedades funcionais das células dendríticas somente após a ativação -Desenvolvem-se na medula óssea e são encontradas no sangue e, em pequenas quantidades, nos órgãos linfóides -São pobremente fagocíticas e não monitoram a presença de antígenosambientais -PRINCIPAL FUNÇÃO: secreção de grandes quantidades de inferferons tipo I nas infecções virais -em infecções virais também podem se diferenciar em células q se assemelham a células dendríticas clássicas e desempenham um papel na apresentação de antígenos as células T específicas para vírus CAPTURA E TRANSPORTE DE ANTÍGENOS POR CÉLULAS DENDRÍTICAS • As células dendríticas residentes em epitélio e tecidos captam antígenos proteícos transportam os antígenos para linfonodos de drenagem -CD em repouso → tecidos (muitas cezes são chamadas de CD imaturas) → elas expressam receptores de membrana ( lectinas C) que se ligam a microrganismos -CD usa estes receptores para capturar/endocitar → processao as proteínas ingeridas em peptídeos → se ligar as MHC MIRIÃ ORTEGA . 5 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS as CD são capazes, ainda, de endocitar antígenos por micropinocitose e macropinocitose → não envolvem receptores de reconhecimento específico → capturam tudo que possa estar na fase fluida próximo a CD • Antígenos capturados → produtos microbianos reconhecidos por receptores Toll e outras receptores de reconhecimento padrão → gerar respostas imunes inatas • CD são ativadas por: fator de necrosetumoral (TNF) e outras citocinas • CD ativadas (maduras) perdem sua capacidade de adesão a epitélio ou tecidos → migram para linfonodos • CD começam a expressam receptor de quimiocinas CCR7 que é específico para as quimiocinas CCL19 e CCL21 → essas quimiocinas são produzidas em vasos linfátivos e zonas das células T dos linfonodos -as quimiocinas atraem cpelulas dendríticas que carregam antígeno para vasos linfáticos de drenagem • Células T imaturas também expressam CCR7 → migram para as mesmas regiões dos linfonodos • A ativação também converte CD → viram células capazes de apresentar antígenos a células T imaturas e ativas os linfócitos • CD ativadas expressam elevado MHC + coestimulantes → quando chega ao linfonodo já se desenvolveram em potentes APCs com capacidade ativadora de linfócitos T • • Células T imaturas recirculam os linfonodos até encontrarem APC; enquanto células T específicas para compexo de peptídio-MHC apresentados são ativados -ESSE PROCESSO É A ETAPA INICIÇÃO PARA INDUÇÃO DE RESPOSTAS DE CELULAS T CONTRA ANTÍGENOS PROTEICOS • Ainda, antígenos podem ser transportados para órgãos linfoides na forma solúvel FUNÇÃO DE APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS PELAS CÉLULAS DENDRÍTICAS • a indução de respostas imunes primárias dependentes de células T contra proteínas antigênicas requer a presença de células dendríticas para capturar e apresentar antígenos às células T • Diversas propriedades das células dendríticas tornam-nas as APCs mais eficientes para iniciar respostas primárias de células T: 1. CD estão localizadas em locais mais comuns de entrada de microrganismos 2. CD expressam receptores que lhes permitem capturar e responder aos microrganismos 3. CD migram preferencialmente pela via linfática dos epitélios e tecidos para as zonas de células T dos linfonodos 4. CD maduras expressam altos níveis de complexos peptídio-MHC -Células dendríticas são capazes de endocitar células infectadas e apresentar antígenos destas células para os linfócitos T CD8 + FUNÇÕES DE OUTRAS CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS • Nas respostas imunes mediadas por células, os macrófagos apresentam os antígenos de microrganismos fagocitados para células T efetoras, que respondem ativando os macrófagos para matar os microrganismos. -Processo fundamental para imunidade mediada por células e hipersensibilidade retardada • Nas respostas imunes humorais, os linfócitos B internalizam as proteínas antigênicas e apresentam peptídios derivados destas proteínas para células T auxiliares → essencial para produção de anticorpor dependentes de T auxiliares • Todas as células nucleadas são capazes de apresentar peptídios derivados de proteínas antigênicas citossólicas para CTL CD8 + COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE (MHC) • Proteínas reconhecidas pelos anticorpos que reconhecem células dos doadores → HLA (antígeno de leucócitos humanos) • MHC fundamental para todas as respostas imunes a proteínas antigênicas MIRIÃ ORTEGA . 6 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • GENES RELEVANTES: chamados de IR (genes da resposta imune) -genes IR soa os genes de MHC que codificam moléculas do MHC que diferem na sua capacidade de se ligar e apresentar peptídios derivados de várias proteínas antigênicas • FENÔMENO DE RESTRIÇÃO DO MHC ► Se um camundongo fosse infectado por um vírus, CTLs CD8 + específicas para o vírus desenvolviam-se no animal. ► Estas CTLs reconheciam e matavam as células infectadas por vírus somente se as células infectadas expressassem os alelos de moléculas do MHC expressas no animal no qual as CTLs fossem geradas ► Através do uso de linhagens isogênicas de camundongos para o MHC, cuja derivação foi descrita anteriormente (camundongos idênticos em cada lócus genético exceto para o MHC), foi demonstrado que as CTLs e a célula-alvo infectada deveriam ser derivadas de camundongos que partilhavam um alelo do MHC de classe I ► Assim, o reconhecimento de antígenos por células CTLs CD8 + era restringido pelos alelos próprios do MHC de classe I. Experimentos subsequentes demonstraram que as respostas dos linfócitos T auxiliares CD4 + para antígenos eram restringidas por alelos próprios do MHC de classe II. • O lócus MHC contém dois tipos de genes polimórficos do MHC, os genes do MHC da classe I da classe II, que codificam dois grupos de proteínas estruturalmente distintas, mas homólogas, e outros genes não polimórficos, cujos produtos estão envolvidos na apresentação de antígenos MIRIÃ ORTEGA . 7 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • Os genes do MHC da classe I e classe II são os genes mais polimórficos presentes em qualquer genoma de mamífero • As moléculas da classe I são expressas em virtualmente todas as células nucleadas, enquanto as moléculas da classe II são expressas apenas em células dendríticas, linfócitos B, macrófagos e alguns outros tipos de células -esse padrão de expressão está ligado as funções das céulas T restritas a classe I ou II A. CTL CD8 + restritas à classe Imatam células infectadas com microrganismos intracelulares, tais como vírus, e tumores que expressam antígenos tumorais, e qualquer célula nucleada pode abrigar um vírus ou evoluir para um câncer B. Os linfócitos T auxiliares CD4 + diferenciados atuam principalmente na ativação (ou no auxílio) de macrófagos para a eliminação dos microrganismos extracelulares que foram fagocitados, e no auxílio dos linfócitos B na produção de anticorpos que também eliminam microrganismos extracelulares. As moléculas de classe II são expressas principalmente nestes tipos de células e promovem um sistema de apresentação de peptídios derivados de microrganismos e proteínas extracelulares • A expressão de moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas durante as respostas imunes inata e adaptativa. -Classe I: interferons IFN-α, IFN-β e IFN-γ → presenta na resposta imune inata -Classe II: IFN-y → produzidas pelas NK (reposta inata) e células T (adaptativas) → porém, a capacidade do IFN-y de aumentar a expressão do MHC na classe II corresponde a um mecanismo de amplificação na imunidade adaptativa • A taxa de transcrição é o principal determinante do nível da síntese de moléculas do MHC e expressão na superfície da célula. -citocinas aumentam expressão do MHC → estimulam transcrição dos genes classe I e II → esses efeitos são mediados pela ligação de fatores de transcrição ativados por citocinas ás regiões promotoras de genes do MHC nas sequencias de DNA -Se ligam a proteína ativador de transcrição da classe II (CIITA) e todo o complexo se liga ao promotor da classe II → promovem transcrição eficiente -por mantertodo o complexo unido, CIITA atua como principal regulador da expressão do gene classe II -Mutações em vários destes fatores de transcrição → causa de doenças da imunodeficiência humana (síndrome do linfócito nu) MIRIÃ ORTEGA . 8 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS MOLÉCULAS DO MHC PROPRIEDADES GERAIS DAS MOLÉCULAS DO MHC • Cada molécula do MHC é constituída por uma fenda de ligação a peptídios extracelulares, seguida de domínios tipo imunoglobulina (Ig) e domínios transmembrana e citoplasmáticos • Os resíduos de aminoácidos polimórficos de moléculas do MHC estão localizados no interior e nas adjacências da fenda de ligação do peptídio • Os domínios tipo Ig não polimórficos das moléculas do MHC contêm locais de ligação para as moléculas CD4 e CD8 das células T MHC DA CLASSE I • Composta por duas cadeias polipeptídicas ligadas de forma não covalente, por uma cadeia alfa (pesada) codificada no MHC e outra não codificada • As extremidades da fenda de ligação do peptídio da classe I são fechadas, de modo que peptídios maiores não podem ser acomodados → as proteínas globulares nativas devem ser convertidas em fragmentos suficientemente pequenos, em forma linear prolongada, para que possam ligar-se a moléculas do MHC e ser reconhecidas pelas células T • A molécula da classe I totalmente montada corresponde a um trímero constituído por uma cadeia α, uma microglobulina β2 e um peptídio ligado, e a expressão estável das moléculas da classe I nas superfícies celulares requer a presença dos três componentes do complexo trimérico • A maioria dos indivíduos são heterozigóticos para os genes do MHC e, portanto, expressam seis moléculas de classe I distintas em cada célula, as quais contêm cadeias α codificadas pelos dois alelos herdados dos genes HLA-A, B e C. MIRIÃ ORTEGA . 9 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS MOLÉCULAS DO MHC DA CLASSE II • As moléculas do MHC da classe II são compostas por duas cadeias polipeptídicas não covalentemente associadas, uma cadeia α de 32 a 34 kD e uma cadeia β de 29 a 32 Kd • Ao contrário das moléculas da classe I, os genes que codificam ambas as cadeias de moléculas da classe II são polimórficos e estão presentes no lócus do MHC. • A molécula da classe II totalmente montada corresponde a um trímero constituído por uma cadeia α, uma cadeia β e um peptídio antigênico ligado, e a expressão estável das moléculas da classe II na superfície das células requer a presença de todos os três componentes do trímero CARACTERÍSTICAS DE MOLÉCULAS DE PEPTÍDIO-MHC • As moléculas do MHC mostram uma ampla especificidade de ligação a peptídios, em contraste com a fina especificidade de reconhecimento de antígenos dos receptores de antígenos dos linfócitos -isso significa que: um único alelo do MHC pode apresentar qualquer dos muitos peptídios para células T • Cada molécula do MHC da classe I ou da classe II tem uma única fenda de ligação do peptídio que se liga a um peptídio de cada vez, mas cada molécula do MHC pode se ligar a diversos peptídios diferentes. • Os peptídios que se ligam a moléculas do MHC possuem características estruturais semelhantes que promovem esta interação • As moléculas do MHC adquirem sua carga peptídica durante a sua biossíntese e montagem no interior das células • A associação de peptídios e moléculas do MHC é uma interação saturável com uma taxa de dissociação muito lenta • Um número muito pequeno de complexos peptídio-MHC é capaz de ativar linfócitos T específicos MIRIÃ ORTEGA . 10 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • As moléculas do MHC de um indivíduo não discriminam entre peptídios exógenos (p. ex., aqueles derivados de proteínas microbianas) e peptídios derivados de proteínas do próprio indivíduo (autoantígenos) -as moléculas do MHC apresentam tanto peptídios próprios como peptídios exógenos BASE ESTRTURAL DA LIGAÇÃO DE PEPTÍDIOS A MOLÉCULAS DO MHC • A ligação dos peptídios às moléculas do MHC corresponde a uma interação não covalente mediada pelos resíduos dos peptídios e da fenda das moléculas do MHC • os antígenos proteicos são proteoliticamente clivados nas APCs para gerar os peptídios que serão ligados e apresentados por moléculas do MHC • Estes peptídios ligam-se às fendas das moléculas do MHC sob conformação estendida → quando estão ligados, os peptidios e suas moléculas de água preenchem as fissuras → faz contato com resíduos de aminoácidos que formam as cadeias beta da base e as alfa-hélices das paredas da fenda • Muitas moléculas da classe I possuem um bolso hidrofóbico que reconhece um dos seguintes aminoácidos hidrofóbicos — valina, isoleucina, leucina, ou metionina — na extremidade C-terminal do peptídio • outros resíduos de aminoácidos de um peptídio podem conter cadeias laterais que se encaixam em bolsões específicos e se ligam aos aminoácidos complementares na molécula do MHC por meio de interações eletrostáticas (pontes iônicas), ligações de hidrogênio ou interações de van der Waals → RESÍDUOS DE ANCORAGEM • cada peptídio ligado ao MHC contem apenas um ou dois resíduos de ancoragem • Os receptores de antígenos das células T reconhecem o peptídio antigênico e as moléculas do MHC, sendo o peptídio responsável pela fina especificidade do reconhecimento do antígeno e os resíduos do MHC contribuindo para restrição das células T ao MHC. PROCESSAMENTO DE PROTEÍNAS ANTIGÊNICAS • As vias de processamento de antígenos convertem antígenos de proteínas presentes no citosol ou internalizadas a partir do meio extracelular em peptídios e ligam estes peptídios a moléculas do MHC para apresentação aos linfócitos T • Os mecanismos do processamento de antígenos têm por objetivo produzir peptídios que possuem as características estruturais necessárias para a associação com moléculas do MHC MIRIÃ ORTEGA . 11 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • A ligação de peptídios a moléculas do MHC ocorre antes de expressão na superfície das células e é um componente integral da biossíntese e montagem de moléculas do MHC • Os antígenos de proteínas presentes no citosol (geralmente sintetizados na célula) dão origem a peptídios associados à classe I que são reconhecidos por células T CD8 + , ao passo que os antígenos interiorizados do meio extracelular para as vesículas das APCs geralmente dão origem a peptídios apresentados pelas moléculas do MHC da classe II e reconhecidos pelas células T CD4 + • Se um antígeno de proteína é produzido no citoplasma de APCs como produto de um gene transfectado (modificado de modo que seu produto proteico não seja capaz de entrar na via de secreção) ou introduzido diretamente no citoplasma das APCs por choque osmótico, os peptídios derivados da proteína são apresentados por moléculas do MHC da classe I e são reconhecidos pelas células T CD8 + MIRIÃ ORTEGA . 12 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS 1. VIA DE PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE PROTEÍNAS CITOSSÓLICAS DO MHC DA CLASSE I • Os peptídios associados ao MHC da classe I são produzidos pela degradação proteolítica em proteassomas principalmente das proteínas citossólicas, e os peptídios produzidos são transportados para o retículo endoplasmático (ER), onde se ligam a moléculas da classe I recém-sintetizadas FONTES DE ANTÍGENOS DE PROTEÍNAS CITOSSÓLICAS ► A maioria dos antígenos de proteínas citossólicas é sintetizada dentro das células, alguns são injetados no citosol através mecanismos secretores bacterianos e outros são fagocitados e transportados de vesículas para o citosol ► Os peptídios apresentados em associação a moléculas da classe I também podem ser derivados de microrganismos e outros antígenos particulados que são internalizados em fagossomas, mas escapam para o citosol ► Uma vez queos antígenos dos microrganismos fagocitados estão no citosol, são processados como outros antígenos citossólicos ► proteínas de outros compartimentos celulares também podem entrar na via de processamento de antígenos do MHC da classe I DIGESTÃO DE PROTEÍNAS EM PROTEASSOMAS ► O mecanismo principal para a produção de peptídios a partir de proteínas antigênicas citossólicas e nucleares é a proteólise pelo proteassoma -os proteassomas são organelas celulares cuja função básica foi adaptada para um papel especializado na apresentação de antígenos ► O proteassoma desempenha uma função de limpeza básica nas células degradando muitas proteínas danificadas ou mal dobradas ► polipeptídios recémtraduzidos, mas defeituosos, bem como as proteínas danificadas por estresse celular, são direcionados para a degradação proteassômica por ligação covalente a muitas cópias de um pequeno polipeptídio chamado ubiquitina ► células tratadas com a citocina IFN-γ, há um aumento da transcrição e síntese de três novas subunidades catalíticas do proteassoma conhecido como β1i, β2i e β5 TRANSPORTE DE PEPTÍDIOS DO CITOSOL PARA O RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO ► Peptídios gerados em proteassomas são translocados por um transportador especializado para o RE, onde as moléculas do MHC da classe I recentemente sintetizadas estão disponíveis para ligar aos peptídios MIRIÃ ORTEGA . 13 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS ► enquanto as moléculas do MHC da classe I são sintetizadas no RE, é necessário um mecanismo para levar os peptídios citossólicos ao RE → é mediano pela proteína denominada transportador associado ao processamento de antígenos (TAP) -TAP está localizada na membrana do RE →medeia o transporte dependente de ATP ativo de peptídios do citosol para o lúmen do RE MONGETEM DOS COMPLEXOS PEPTÍDIO-MHC DA CLASSE I NO RE ► Os peptídios translocados para o RE se associam a moléculas do MHC da classe I ligadas ao dímero TAP através da tapasina ► dobramento adequado das cadeias α nascentes é assistido por proteínas chaperonas ► Dentro do RE, os dímeros da classe I recémformados e não associados a peptídios permanecem ligados ao complexo TAP ► MHC da classe I não associadas a peptídios, a tapasina e o TAP são parte de um complexo de carregamento de peptídios maior no RE ► Peptídios inseridos no RE pelo TAP e peptídios produzidos no RE, tais como os peptídios de sinal, são geralmente clivados no tamanho apropriado para ligação ao MHC pela aminopeptidase RE-residente ► O peptídio é então capaz de se ligar à fenda de moléculas da classe I adjacentes ► Uma vez que as moléculas do MHC da classe I são associadas a um peptídio, elas já não possuem afinidade com a tapasina → COMPLEXO PEPTÍDIO-CLASSE i É LIBERADO → PODE SAIR DO re E TRNASPORTADO PARA A SUPERFÍCIE DA CÉLULA Os peptídios transportados para o RE ligam-se preferencialmente às moléculas do MHC da classe I, mas não classe II, por duas razões: a. moléculas da classe I recém-sintetizadas são ligadas ao aspecto luminal do complexo TAP e capturam peptídios rapidamente conforme os peptídios são transportados ao RE pelo TAP b. no RE as fendas de ligação do peptídio das moléculas da classe II recém-sintetizadas são bloqueadas por uma proteína denominada cadeia invariante EXPRESSÃO NA SUPERFÍCIE DE COMPLEXOS PEPTÍDIO-MHC DA CLASSE I ► As moléculas do MHC da classe I ligadas a peptídios são estruturalmente estáveis e são expressas na superfície da célula ► Complexos peptídio-MHC da classe I estáveis que foram produzidos no RE se movimentam através do complexo de Golgi → vao para superfície da célula ► . Uma vez expressados na superfície da célula, os complexos peptídio-classe I podem ser reconhecidos por células T CD8 + específicas para peptídios antigênicos VIA DE PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE PROTEÍNAS VESICULARES PELO MHC DA CLASSE II ► A geração de peptídios associados ao MHC da classe II a partir de antígenos endocitados envolve a degradação proteolítica das proteínas internalizadas em vesículas endocíticas e ligação de peptídios a moléculas do MHC da classe II nas vesículas ► A maioria dos peptídios associados ao MHC da classe II é derivada de proteínas antigênicas capturadas do meio extracelular e internalizadas em endossomas por APCs especializadas ► As etapas iniciais na apresentação de um antígeno proteico extracelular são a ligação do antígeno nativo a uma APC e a internalização do antígeno ► Diferentes APCs são capazes de se ligar a antígenos proteicos de várias formas e diferentes eficiências e especificidades ► Estas APCs utilizam receptores para ligar-se aos microrganismos e internalizá-los eficientemente ► Após sua internalização, os antígenos proteicos ficam localizados em vesículas ligadas à membrana intracelular chamadas de endossomas ► A via endossomal do tráfego intracelular de proteínas se comunica com os lisossomos, que são vesículas contendo enzimas ligadas a membranas densas MIRIÃ ORTEGA . 14 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS ► s. Um subconjunto de endossomas tardios ricos em MHC da classe II desempenha um papel especial no processamento e apresentação de antígenos pela via da classe II ► Microrganismos particulados são internalizados em vesículas chamadas de fagossomos, que podem se fundir a lisossomos produzindo vesículas denominadas fagolisossomos ou lisossomos secundários ► Alguns microrganismos, tais como as micobactérias e Leishmania, são capazes de sobreviver e até mesmo se replicar dentro de fagossomos ou endossomos, proporcionando uma fonte persistente de antígenos em compartimentos vesiculares. ► Proteínas diferentes daquelas ingeridas do meio extracelular também podem entrar na via do MHC da classe I →moléculas de proteínas destinadas à secreção podem acabar nas mesmas vesículas das moléculas do MHC da classe II e serem processadas em vez de secretadas ainda, proteínas citoplasmáticas e de membrana podem ser processadas e apresentadas por moléculas da classe I ► Nesta via, as proteínas citossólicas são aprisionadas no interior de vesículas ligadas à membrana chamadas de autofagossomos; estas vesículas fundem-se com os lisossomos e as proteínas citoplasmáticas são degradadas proteoliticamente ► Os peptídios gerados por esta via podem ser entregues ao mesmo compartimento vesicular contendo a classe II, pois são peptídios derivados de antígenos ingeridos DIGESTÃO PROTEOLÍTICA DAS PROTEÍNAS NAS VESÍCULAS ► Proteínas internalizadas são degradadas enzimaticamente em endossomos e lisossomos tardios para gerar peptídios capazes de se ligar às fendas de ligação do peptídio das moléculas do MHC da classe I ► A degradação de antígenos proteicos em vesículas é um processo ativo mediado por proteases que possuem pH ótimo ácido MIRIÃ ORTEGA . 15 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS ► Proteínas parcialmente degradadas ou clivadas se ligam às fendas abertas de moléculas do MHC da classe II e são, então, clivadas enzimaticamente ao seu tamanho final BISSÍNTESE E TRANSPORTE DE MOLÉCULAS DO MHC DA CLASSE II PARA ENDOSSOMAS ► As moléculas do MHC da classe II estão sintetizadas no RE e transportadas para os endossomas associadas a uma proteína, a cadeia invariante, que ocupa as fendas de ligação do peptídio das moléculas do MHC da classe II recém-sintetizadas ► Os dímeros nascentes do MHC da classe II são estruturalmente instáveis e seu dobramento e montagem são auxiliados por chaperonas residentes no RE ► as moléculas do MHC da classe II perdem a capacidade de se ligar e apresentar peptídios que encontram no RE, possibilitando que tais peptídios se associem a moléculas da classe I ► As moléculas do MHC da classe II são transportadas para vesículas exocíticas em relação à superfície da célula ► Durante esta passagem, as vesículas que retiram as moléculas do MHC da classe II do RE encontram-se e fundem-se com vesículas endocíticas contendo antígenosinternalizados e processados ASSOCIAÇÃO DE PEPTÍDIOS PROCESSADOS A MOLÉCULAS DO MHC DA CLASSE II EM VESÍCULAS ► No interior das vesículas endossomais, a cadeia invariante se dissocia das moléculas do MHC da classe II através da ação combinada entre as enzimas proteolíticas e a molécula do HLA-DM, e os peptídios antigênicos tornam-se, então, capazes de ligar-se às fendas de ligação do peptídio disponíveis nas moléculas da classe II ► Como a cadeia invariante bloqueia o acesso à fenda de ligação do peptídio das moléculas do MHC da classe II, ela precisa ser removida antes que os complexos de peptídios e moléculas do MHC da classe II possam se formar ► As mesmas enzimas proteolíticas que dão origem a peptídios a partir de proteínas internalizadas MIRIÃ ORTEGA . 16 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS ► As mesmas enzimas proteolíticas que dão origem a peptídios a partir de proteínas internalizadas, tais como as catepsinas, também atuam sobre a cadeia invariante, degradando-a e deixando apenas um remanescente de 24 aminoácidos chamado de peptídio de cadeia invariante associado à classe II (CLIP), que se liga à fenda de ligação do peptídio de maneira semelhante àquela com que outros peptídios se ligam às moléculas do MHC da classe II ► Em seguida, o CLIP deve ser removido para que a fenda se torne acessível a peptídios antigênicos produzidos a partir de proteínas extracelulares ► Esta remoção é conseguida através da ação de uma molécula chamada de HLA-DM que é codificada no MHC, tem uma estrutura semelhante àquela das moléculas do MHC da classe II e se localiza, juntamente com as moléculas do MHC da classe II, no compartimento endossomal do MIIC -Ao contrário das moléculas do MHC da classe II, as moléculas do HLA-DM não são polimórficas e não são expressas na superfície da célula ► Se peptídios com maior afinidade para a fenda do MHC da classe II em relação ao CLIP estiverem disponíveis nos endossomas, eles serão capazes de deslocar o CLIP devido ao mecanismo de permutação mediado pelo HLA-DM. ► Se peptídios com maior afinidade não estiverem disponíveis, o CLIP permanecerá na fenda do MHC da classe II e estas moléculas não sofrerão a alteração e estabilização conformacional presumida, que são necessárias para que possam se deslocar de forma eficiente até a superfície celular ► Como as extremidades da fenda de ligação do peptídio do MHC da classe II estão abertas, peptídios grandes podem ligar-se, sendo, então, clivados por enzimas proteolíticas ao tamanho apropriado para o reconhecimento das células T ► Como resultado, os peptídios realmente apresentados ligados à superfície celular das moléculas do MHC da classe II possuem, normalmente, de 10 a 30 aminoácidos de comprimento e, geralmente, foram gerados por esta etapa de clivagem EXPRESSÃO DE COMPLEXOS PEPTÍDIO-MHC DA CLASSE II NA SUPERFÍCIE CELULAR ► As moléculas do MHC da classe II são estabilizadas pelos peptídios ligados e os complexos peptídio-classe II estáveis são apresentados na superfície da APC, onde são apresentados para reconhecimento pelas células T CD4 + ► o transporte dos complexos peptídio-MHC da classe II à superfície celular ocorre por meio da fusão das extensões vesiculotubulares do lisossomo à membrana plasmática, resultando na apresentação dos complexos do MHC da classe II carregados na superfície da célula ► Uma vez expressos na superfície da APC, os complexos peptídio-classe II são reconhecidos por células T CD4 + específicas para peptídios antigênicos, com o correceptor CD4 desempenhando um papel essencial, ligando-se a regiões não polimórficas das moléculas da classe II APRESENTAÇÃO CRUZADA ► Algumas células dendríticas possuem a capacidade de captar e endocitar células infectadas por vírus ou células tumorais e apresentar os antígenos virais ou tumorais aos linfócitos T CD8 + virgens ► Nesta via, os antígenos endocitados são transportados das vesículas para o citosol, onde os peptídios entram na via da classe I. ► apresentação cruzada, ou cross-priming, para indicar que um tipo de célula (a célula dendrítica) é capaz de apresentar antígenos de outra célula (a célula infectada com vírus ou células tumorais) e prepara, ou ativa, as células T específicas para estes antígenos. ► os antígenos endocitados são degradados em proteossomas e entram na via da classe I. ► A apresentação cruzada envolve a fusão dos fagossomas contendo os antígenos endocitados com o RE ► As proteínas endocitadas são, então, translocadas do RE para o citosol por vias mal definidas, que provavelmente estão envolvidas na apresentação de proteínas degradadas no RE ► As proteínas que foram inicialmente internalizadas no fagossoma, por conseguinte, são liberadas para o compartimento (citosol) onde a proteólise para a via da classe I ocorre normalmente MIRIÃ ORTEGA . 17 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS ► Estas proteínas fagocitadas, então, sofrem uma degradação proteossômica e os peptídios derivados delas são transportados pela TAP para o RE, onde são ligados a moléculas do MHC da classe I recém-sintetizadas, tal como descrito para a via de classe I convencionaL IMPORTÂNCIA FISIOLÓGICA DA APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS ASSOCIADA AO MHC A. NATUREZA DAS RESPOSTAS DA CÉLULAS T • A apresentação de proteínas citossólicas contra vesiculares pelas vias do MHC da classe I ou da classe II, respectivamente, determina qual subconjunto de células T irá responder aos antígenos encontrados nesses dois conjuntos de proteínas e está intimamente ligado às funções dessas células T • Os antígenos sintetizados endogenamente, tais como as proteínas virais e tumorais, estão localizados no citosol e são reconhecidos pelas CTL CD8 + restritas ao MHC da classe I, que matam as células que produzem os antígenos intracelulares. Por outro lado, os antígenos extracelulares normalmente ficam localizados em vesículas endossomais e ativam as células T CD4 + restritas ao MHC da classe II, porque as proteínas vesiculares são processadas em peptídios de ligação à classe II. As células T CD4 + atuam como auxiliares para estimular as células B a produzirem anticorpos e ativarem macrófagos para que suas funções fagocíticas aumentem, mecanismos estes que servem para eliminar antígenos extracelulares. Desta forma, antígenos de microrganismos que residem em diferentes locais celulares estimulam seletivamente as respostas das células T, que são mais eficazes para eliminar esse tipo de microrganismo. Isto é especialmente importante porque os receptores de antígenos das CTL e células T auxiliares não são capazes de distinguir entre os microrganismos extracelulares e intracelulares. Segregando os peptídios derivados destes tipos de microrganismos, as moléculas do MHC orientam os subconjuntos de células T CD4 + e CD8 + a responderem aos microrganismos que cada subconjunto combate melhor MIRIÃ ORTEGA . 18 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS B. IMUNOGENICIDADE DE PROTEÍNAS ANTIGÊNICAS • Os epítopos de proteínas complexas que provocam respostas mais fortes em células T são os peptídios gerados por proteólise em APCs e que se ligam com maior avidez às moléculas do MHC -Se um indivíduo for imunizado com uma proteína antigênica, em muitos casos, a maioria das células T que respondem são específicas para apenas uma ou algumas sequências de aminoácidos lineares do antígeno →Estes são chamados de epítopos imunodominantes ou determinantes. • proteases envolvidas no processamento de antígenos produz uma variedade de peptídios de proteínas naturais, e apenas alguns destes peptídios possuem características que lhes permitem ligar-se às moléculas do MHC presentes em cada indivíduo • Uma aplicação de tal conhecimento é o desenho de vacinas MIRIÃ ORTEGA . 19 BBPM III IMUNOLOGIA - ABBAS • A expressão de determinados alelos do MHC da classe II um indivíduo determina a capacidade que o indivíduopossui para responder a antígenos específicos • os genes da resposta imune (Ir) que controlam as respostas dos anticorpos são os genes do MHC da classe II. Eles influenciam a capacidade de provocar uma resposta imune porque diversos alelos de moléculas do MHC da classe II diferem na capacidade de ligação a diferentes peptídios antigênicos e, por conseguinte, na estimulação de células T auxiliares específicas
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