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Henri Wallon nasceu em 15 de julho de 1879 em Paris, se formou em filosofia, medicina e psicologia. Wallon presenciou as duas Grandes Guerras e atuou como médico na Primeira Guerra Mundial cuidando de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Viveu em uma época marcada por muita instabilidade social e politica, faleceu em 1962. Ficou conhecido por sua pesquisa cientifica sobre a psicologia do desenvolvimento, Wallon teve como ponto de estudo principal “a afetividade”, para ele, a pessoa é formada por sua relação com o meio, sua hereditariedade, sua cognição e seu afetivo. A Teoria Walloniana é a Psicogênese e uma das originalidades dessa teoria é a tentativa de ver a criança de um modo mais integrado, sob a perspectiva de diferentes campos funcionais: afetivo, cognitivo e motor. Trata-se, então, de um estudo focado nas origens, na gênese dos processos psíquicos. Acreditava que a psicologia e a pedagogia tinha uma relação de contribuição reciproca, escreveu vários artigos ligados à educação, ele levava não só o corpo da criança para a sala de aula, mais também suas emoções, a relação da criança com o meio, os objetos, os outros esta relacionada com o movimento, para Wallon a escola imobilizava as crianças numa carteira, limitando a fluidez das suas emoções e pensamentos, que são fundamentais para o nosso desenvolvimento, enfatiza a motricidade, pois o movimento que regula o aparecimento e o desenvolvimento das funções mentais. Wallon participou de vários debates educacionais de sua época, incluindo o da Escola Nova, onde criticou o excesso de espontâneismo da mesma. Wallon criticava a psicologia introspectiva que acredita que o psiquismo é interior, e a materialista mecanicista que acredita que o pensamento é apenas produto do cérebro, pois Wallon ressaltava que o homem é um ser psíquico social, que precisa tanto do interno quanto do externo para que haja o desenvolvimento, adotando assim como método de sua teoria o materialismo dialético, pois este é um método vulnerável, adaptando - se as mudanças da realidade. Para Wallon o homem é um ser geneticamente social, se dedicando assim ao estudo do comportamento infantil, mas ressaltando que para estudarmos a realidade da criança, devemos estudá-la como um todo, estudar a sua realidade. Tomando a criança como ponto de partida. Wallon faz seus estudos sobre as etapas do desenvolvimento infantil, no início da vida do indivíduo o orgânico predomina sobre o social, mas com o passar o orgânico vai dando espaço para o social e para a construção das condutas psicológicas superiores, como a inteligência, e os conflitos que as crianças passam nessa fase, que são de origem exógena (origem social) e endógena (origem maturacional nervosa). Wallon vê o desenvolvimento como uma construção progressiva, em que se sucedem fases, com predominância alternadamente afetiva e cognitiva, propondo cinco estágios da psicogenética walloniana: Impulsivo emocional – primeiro ano de vida da criança é dado pela emoção, e interação com o meio, predominância da afetividade. Sensório motor e projetivo – até o terceiro ano da criança, o interesse é voltado à exploração sensória motora do mundo físico. Desenvolvimento da função simbólica e linguagem. Termo projetivo se da ao funcionamento mental. Personalismo – dos três aos seis anos da criança, a tarefa central é o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si, por meio das interações sociais, definindo o retorno da predominância das relações afetivas. Categorial – por volta dos seis anos os processos intelectuais dirigem o interesse das crianças, conhecimento, e conquista do mundo exterior. Adolescência – rompe a tranquilidade afetiva que caracterizou o estagio categorial. Modificações corporais resultantes de alterações hormonais. Esse processo traz a tona questões pessoais, morais e existenciais, numa retomada da predominância da afetividade. A afetividade, o ato motor, a inteligência para Wallon são campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil. Segundo Henry Wallon o estado inicial da consciência pode ser comparado a uma nebulosa, uma massa difusa, na qual confundem o próprio sujeito e a realidade exterior. As emoções para Wallon nos primeiros meses de vida são essenciais para a sobrevivência humana, mas com o passar do tempo às emoções vão se tornando exteriorizadas. Ele liga também as emoções com algumas mudanças neurológicas. Wallon faz um paralelo entre razão e emoção, pois muitas vezes a emoção nos impede de pensar de forma objetiva, mas se pararmos e refletirmos sobre as causas daquele conflito as repercussões serão muito menores.
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