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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAZENDA PÚBLICA E REGISTROS PÚBLICOS DE CAMPO GRANDE/MS, URGENTE!! MAGNÓLIA, brasileira, trabalhadora rural, portadora do RG nº. xxxxxxxxx-x SSP/CE, inscrita no CPF sob o nº. xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na Fazenda Tal na cidade de Caicó/CE vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono in fine assinado e com endereço profissional descrito no rodapé, com fulcro no art. 5º, LXIX, da Constituição Federal e na Lei nº. 12.016/2009, impetrar o presente: HABEAS DATA visando proteger seu direito LÍQUIDO e CERTO, indicando como coator o excelentíssimo SENHOR DA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO, vinculado à pessoa jurídica do ESTADO DO CEARÁ, pelas razões de fato e direito a serem expostas. PRELIMINARMENTE DA JUSTIÇA GRATUITA. De início, a impetrante, sob as penas da Lei, DECLARA que não possui condições de arcar com todas as despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais, sem prejuízo para seu próprio sustento, conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Assim, com o respaldo nas garantias constitucionais de acesso à justiça e de assistência jurídica integral – artigo 5º, incisos XXXV e LXXIV, da Constituição da República de 1988, bem como nos artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil e, ainda, com base nas Leis Federais nº. 1.060/50 (LAJ) e nº. 7.115/83, requer o benefício da JUSTIÇA GRATUITA. DO CENÁRIO FÁTICO. A impetrante vem de origem familiar humilde. Trabalha na roça desde os 10 anos de idade para ajudar no sustento de sua família. De uns meses para cá, a impetrante vem sofrendo com graves e recorrentes infecções em seu intestino, acredita-se, por conta do labor pesado. Magnólia, então, fora internada com urgência no hospital estadual da rede pública em fortaleza, a qual foi submetida a diversos exames, sendo constatada com a patologia de Lúpus. Após um tempo internada, obteve alta devido à melhora significativa de seu quadro clínico, contudo, sem ter nenhuma informação e acesso a uma via de seu prontuário médico para, posteriormente, dar prosseguimento ao seu tratamento. Assim, a impetrante procurou a Defensoria Pública deste Estado para buscar orientações, a qual foi informada que deveria, na ocasião, retornar ao hospital para formalizar requerimento da documentação junto à diretoria do hospital. Assim procedeu a impetrante, entretanto, poucos dias depois recebeu a resposta negativa do hospital, sob a alegação que o prontuário não podia ser fornecido, vez que são informações técnicas e de acesso restrito. Ora, esta alegação jamais deve prosperar, vez que o prontuário médico deveria ser entregue a impetrante a qualquer momento e em qualquer ocasião. Destarte, não lhe restou outra alternativa senão a busca pelo Judiciário como forma de Justiça! DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. O Habeas Data visa proteger a tutela dos direitos fundamentais à privacidade e de acesso à informação, na qual está assegurado na CF, art. 5º, LXXII, in verbis: Art. 5.º (omisso) LXXII – conceder-se-á habeas data a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; A impetrante possui todo direito ao acesso do prontuário médico, vez que independem do motivo a ser requerido, bastando-se apenas a vontade de ter acesso as informações. Ressalta-se que tal garantia também vem assegurada na Lei 9507/97, em seu art. 7º. A Autora não pode deixar de realizar tratamentos pela falta do prontuário médico, a qual possui todo direito de obter essa informação. Por todo o exposto nesta exordial, busca-se o amparo do Poder Judiciário para que, no caso em tela, se faça JUSTIÇA!!! DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) a notificação da autoridade coatora, sobre os fatos narrados, assim, se for interesse prestar informações de acordo com o art. 11 da Lei nº. 9.507/97; b) a oitiva do membro do Ministério Público Estadual no prazo legal de 05 dias nos termos do art. 12 da Lei nº. 9.507/97; c) Sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, por se tratar de pessoa hipossuficiente, nos termos dos artigos 1º e 4º, ambos da Lei nº 1.060/50, e artigo 98 do Código de Processo Civil; d) A juntada de todos os documentos que instruem a presente demanda, nos termos do artigo 434 do Código de Processo Civil; e) Sejam deferidos todos os meios probatórios admitidos em Direito, para sustentar o alegado, e outros que se fizerem necessários ao pleno esclarecimento dos fatos e convencimento do Douto Juízo; f) que julgue procedente o pedido, determinando ao impetrado que conceda o prontuário médico à impetrante aqui pleiteado, para garantir os fins de tratamento, sob pena da Lei. Dá-se à causa o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para efeitos meramente fiscais. Nestes termos, Pede e espera deferimento. Campo Grande/MS, 17 de abril de 2018. RENAN QUINTANA DE MOURA OAB/MS XXXXX
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