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AULA 2 AJUSTES DA CAMERA Por que existe o white e Black balance? Por que na câmera de vide é necessário o ajuste de branco e preto? Por que há esta necessidade se o olho humano não percebe esta diferença? Na natureza existe uma variação de colorimetria denominada temperatura de cor, esta variação é corrigida automaticamente pelo olho humano, sendo assim não a percebemos, porém a câmera de video não consegue fazer esta correção de maneira automática, desta forma é necessário o ajuste de branco o preto. Temperatura de Cor. No século 19, um físico escocês chamado Lord Kelvin criou uma forma de medir os desvios de proporção na composição da luz branca, ou seja, quando predominava o vermelho, o amarelo, o azul, etc. Por este processo, imaginava-se um hipotético objeto totalmente negro (chamado por ele de 'corpo negro' , porque absorveria 100% de qualquer luz que incidisse sobre ele) que, ao ser aquecido, passaria a emitir luz. E, além disso, a luz emitida iria mudando gradualmente de cor. A analogia era feita com um pedaço de ferro, aquecido cada vez mais: o chamado 'ferro em brasa', inicialmente de cor vermelha, passava por várias tonalidades (amarelo, verde, azul) conforme a temperatura subia mais e mais. Lord Kelvin criou então uma escala de temperaturas, à qual deu seu nome e estabeleceu que à temperatura de 1.200 K (graus Kelvin) o corpo negro se tornaria vermelho. E que quanto mais aquecido, mais sua tonalidade se alterava, correspondendo a temperaturas intermediárias. Assim, a escala Kelvin de temperatura de cor associa cor e temperatura, como indicado no desenho abaixo: A escala Kelvin, além de utilizada na representação de cores, é uma das escalas utilizadas para medir quaisquer temperaturas. Nesta escala, o valor zero é associado à temperatura correspondente ao chamado "zero absoluto". Esta temperatura corresponde a -273,3 graus na escala Celsius de temperatura; a temperatura de 0 graus na escala Celsius corresponde a 273,3 graus na escala Kelvin de temperatura. À temperatura de mais ou menos 700 graus Celsius (ou 973,3 K) o corpo negro hipotético começaria a emitir luz, com a tonalidade vermelho escuro. Em seguida, quanto mais aquecido, mais as tonalidades iriam variando, até atingir o azul. Esta associação de cor e temperatura foi validada mais tarde em experiências efetuadas pelos cientistas. Há aqui uma definição, utilizada tradicionalmente por fotógrafos, que costuma causar confusão à primeira vista: cores consideradas 'quentes' são cores avermelhadas e cores consideradas 'frias' são cores tendendo para o azul. Esta concepção, como se pode ver pelo desenho acima, é exatamente o inverso do que mostram as indicações de temperatura associadas às cores. Assim, quando se fala em uma tonalidade 'fria', deve-se imaginar altas temperaturas na escala acima, e o inverso para tonalidades 'quentes' . A tabela a seguir mostra várias fontes de luz e temperaturas associadas: Esta denominação de quente e fia vem do cinema, pois no passado nas gravações de externas não havia a possibilidade de uso de geradores para alimentar a luz de cena, então as cenas “noturnas” eram feitas durante o dia utilizando uma gelatina azul colocada na frente da lente das câmeras, o que posteriormente foi chamado no cinema de “noite americana”, associou-se então ao azul para cinema e TV uma cor “fria” Para que possamos entender de maneira simples como esta variação de cores que se dá na natureza se aplica à câmera de video basta que observemos a figura acima e posteriormente a natureza. Como poderão perceber na figura acima a variação se dá basicamente entre o vermelho mais escuro e o azul mais escuro com pouquíssima variação da componente verde. Voltando ao princípio que da luz captada teremos três componentes de luz (R, G e B) e a soma das mesmas nas proporções de R = 39 %, G=50 % e B = 11%. Partindo destes preceitos e agora observando a natureza poderemos perceber que durante o dia devido aos raios solares e as diversas camadas de ar que estes atravessam até chegarem até nós que o céu ficará azul, ou seja, teremos durante o dia uma maior incidência da componente azul, a noite esta variação tenderá ao vermelho. Para que possamos ter uma melhor visualização desta componente de vermelho maior a noite basta que olhemos para o céu no fim de tarde onde poderemos ver que com o fim do dia e a chegada da noite o céu vai se avermelhando. Estas variações não são percebidas pelo olho humano que as corrige automaticamente, porém para a câmera de video estas variações são perceptíveis. Teremos então que fazer a correção de branco e preto da câmera. Se ao ligarmos nossa câmera durante o dia teremos uma maior incidência de azul, sabendo que a soma das três componentes será igual a 100 %, e sabendo que a componente de verde não irá variar, veremos que nesta situação teremos uma maior componente de azul e consequentemente uma menor incidência de vermelho, como no exemplo abaixo: Y = R 32% + G 50% + B 18%. Se sabemos que para que tenhamos o branco as proporções deverão ser: Y = R 39% + G 50% + B 11%. A correção de branco e preto tem como função corrigir as variações de colorimetria decorrentes da variação de temperatura de cor na natureza. Foi convencionado que a temperatura de cor para o dia é de 5600 K e para a noite 3200 K. Para que façamos esta correção é necessário utilizarmos filtros de correção. Existem dois tipos de filtro de correção que serão aplicados para as variações de vermelho e azul, sendo eles: CTB - (Color Temperature Blue) este filtro de correção é utilizado quando temos uma temperatura de cor de 3200 K, ou seja, a noite ou ambiente de luz controlada – estúdio - e tem como função aumentar a componente de azul baixando consequentemente a de vermelho. Um mesmo tipo de gelatina (CTB) possui dezenas de graduações de intensidade de cor, estabelecidas através de números ou códigos. A figura abaixo mostra algumas das dezenas de tonalidades de gelatinas do tipo CTB: CTO- (Color Temperature Orange) Esta gelatina de cor alaranjada tem como finalidade fazer a correção da temperatura de cor de 5600 K (luz do dia), Pois se durante o dia teremos maior incidência de azul, esta fará com que a componente de vermelho aumente, baixando assim a componente de azul. Um mesmo tipo de gelatina (CTO) possui dezenas de graduações de intensidade de cor, estabelecidas através de códigos ou números. A figura abaixo mostra algumas das dezenas de tonalidades de gelatinas do tipo CTO: O Color Bars O color bars tem como função não apenas o ajuste de colorimetria já que o mesmo possui as cores básicas, o preto, o branco além das cores magenta e cyan (cores secundárias). azul + vermelho = magenta vermelho + verde = amarelo verde + azul = ciano. Este sinal leva a identidade do equipamento de gravação. As câmeras profissionais e os video tape geram color bars para que o mesmo possa ser gravado na mídia que se está utilizando. Este sinal será utilizado no momento de edição e/ou transmissão, pois se gravamos em um equipamento e iremos editar e/ou gerar em outro o equipamento deveremos ajustar este equipamento à referencia do qual ele foi gravado pois desta maneira poderemos reproduzir de maneira fiel o que foi gravado. A imagem que vemos é de um frame de um color bars analógico, na esquerda vimos somente o vídeo e na direita vemos o vídeo junto com o croma, este é chamado de vídeo composto ou seja vídeo + croma.
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