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01 Lingua PortuguesaIFF

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Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IFFluminense 
 
 a. Interpretação de textos. .................................................................................................................. 1 
Tipologia e gêneros textuais. ............................................................................................................ 13 
Alguns elementos constitutivos do texto: discurso direto, indireto, indireto livre, pressuposto, 
subentendido e ambiguidade. ................................................................................................................ 19 
Intertextualidade. .............................................................................................................................. 33 
Coesão e coerência textuais. ............................................................................................................ 43 
b. Figuras de linguagem; ................................................................................................................... 52 
funções da linguagem; ...................................................................................................................... 62 
variação linguística e níveis de linguagem. ....................................................................................... 68 
c. Análise morfossintática. ................................................................................................................ 78 
Semântica. ...................................................................................................................................... 160 
Estrutura e formação das palavras. ................................................................................................ 167 
Significação das palavras, conotação e denotação, ambiguidade. .................................................. 179 
d. Pontuação; .................................................................................................................................. 179 
sintaxe de concordância, de regência e de colocação; ................................................................... 188 
emprego do sinal indicativo de crase; ............................................................................................. 230 
Reescrita de frases. ........................................................................................................................ 238 
e. Paralelismo sintático e semântico. .............................................................................................. 251 
f. Acentuação gráfica; ..................................................................................................................... 257 
Reforma ortográfica. ....................................................................................................................... 264 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
Interpretação 
 
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer 
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de 
entender um texto? 
Quando se fala em texto, pensamos naqueles longos, com introdução, desenvolvimento e conclusão, 
onde depois temos que responder uma ou várias questões sobre ele. Na verdade, texto pode ser a 
questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E como é possível cometer um erro 
numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se imagina. Se na hora da leitura, 
deixamos de prestar atenção numa só palavra, como uma “não”, já muda a interpretação. Veja a 
diferença: 
 
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
 
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 
 
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que 
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais 
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. Partindo desse 
princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os erros que podemos 
cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso que é preciso 
melhorar a capacidade de leitura e compreensão. 
 
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros 
textuais, formas de escrita. Mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de 
textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura, 
consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de 
interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente 
quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, 
muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo 
que eu penso”. Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamentos com os 
pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, 
formar ideias e escrever quando puder e quiser. 
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite, 
valerá a pena para sua vida futura. Mesmo que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a 
todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, 
interpretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer 
“Vamos agora interpretar esse texto” para que as pessoas se calem. Ninguém sabe o que calado quer, 
pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo 
de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário e verá que antes que pense, o medo terá ido 
embora. 
 
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo 
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
 
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que 
a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a 
ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as 
 a. Interpretação de textos. 
 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
. 2 
frases é tão grande, que se uma frase for retirada de seucontexto original e analisada separadamente, 
poderá ter um significado diferente daquele inicial. 
 
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através 
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. 
 
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de 
sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as 
argumentações ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: 
 
Identificar - reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma 
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 
 
Comparar - descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 
 
Comentar - relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
 
Resumir - concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
 
Parafrasear - reescrever o texto com outras palavras. 
 
Exemplo 
 
Título do Texto Paráfrases 
 
“O Homem Unido” 
A integração do mundo. 
A integração da humanidade. 
A união do homem. 
Homem + Homem = Mundo. 
A macacada se uniu. (sátira) 
 
Condições Básicas para Interpretar 
 
Faz-se necessário: 
- Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado 
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
- Capacidade de observação e de síntese. 
- Capacidade de raciocínio. 
 
Interpretar X Compreender 
 
Interpretar Significa Compreender Significa 
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, 
deduzir. 
 Tipos de enunciados: 
- através do texto, infere-se que... 
- é possível deduzir que... 
- o autor permite concluir que... 
- qual é a intenção do autor ao afirmar que... 
Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está 
escrito. 
Tipos de enunciados: 
- o texto diz que... 
- é sugerido pelo autor que... 
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... 
- o narrador afirma... 
 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes 
são: 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
. 3 
- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um 
texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema 
desenvolvido. 
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar 
conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. 
 
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. 
 
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou 
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma 
conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o 
que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome 
relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. 
Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso 
a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na 
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em 
consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância. 
 
Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no 
dia a dia, porém, existem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se 
erros graves como: 
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. 
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. 
- “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). 
 
Algumas dicas para interpretar um texto: 
 
1. Leia bastante. Textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de 
pensar. 
2. Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza 
que estamos prestando atenção na leitura. 
3. Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e 
nem lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura 
num ponto que estávamos prestando atenção, e reler. 
4. Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, 
nos ajuda a compreender melhor o assunto do texto. 
5. Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar 
hipóteses e saber sobre o que se fala. 
6. Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza 
tempo se no meio da leitura identificar uma possível resposta. 
7. Preste atenção nas informações não-verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser 
usado ao seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. 
8. Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois 
cada um tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. 
 
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado 
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, 
mas também um aprendizado. 
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, 
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria 
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de 
memória. Então, foco na leitura, que tudo fica mais fácil! 
 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
. 4 
Organização do Texto e Ideia Central 
 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos 
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas: 
 
- Declaração inicial; 
- Definição; 
- Divisão; 
- Alusão histórica. 
 
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída 
de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um 
caminho que nos levará à compreensão do texto. 
 
Os Tipos de Texto 
 
Basicamente, existem três tipos de texto: 
- Texto narrativo; 
- Texto descritivo; 
- Texto dissertativo. 
 
Cada um desses textos possui características próprias de construção, que pode ser estudado mais 
profundamente na tipologia textual. 
 
É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercíciosnessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio 
entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literário, essa ideia tem algum 
fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não literário isso 
é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e 
interpretar com mais proficiência. 
 
- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos 
melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe 
levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Leia tudo que tenha vontade, com o tempo você 
se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. 
Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe 
tempo para cada momento de nossas vidas. 
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio. 
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é 
fazer palavras cruzadas. 
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos. 
- Leia verdadeiramente. 
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler 
outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. 
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você 
deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral 
do texto. 
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas 
extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso: 
 
Texto: 
 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos 
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da 
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
. 5 
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. 
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
 
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
(A) os portugueses. 
(B) os negros. 
(C) os índios. 
(D) tanto os índios quanto aos negros. 
(E) a miscigenação de portugueses e índios. 
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) 
 
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas 
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 
 
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: 
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. 
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. 
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
 
Explicações: 
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 
(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. 
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que 
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. 
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. 
(5) Marcão é chamado para cantar. 
(6) Marcão pratica a ação de cantar. 
 
Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: 
 
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e 
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação 
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor”. 
 
Frase para análise. 
 
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande 
desafio do professor moderno. 
 
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 
- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra 
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há 
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 
 
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). 
- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por 
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa 
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano 
= portugueses). 
 
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: 
- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. 
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores. 
 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
. 6 
Explicações: 
- Certos alunos = qualquer aluno. 
- Alunos certos = aluno correto. 
- Alunos determinados = alunos decididos. 
- Determinados alunos = qualquer aluno. 
 
Questões 
 
01. (MPE-SC – Promotor de Justiça – MPE-SC/2016) 
“A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao ponto mais distante da Expedição 
Oriente, a cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é a primeira vez 
que os Schürmann aportam em solo chinês. A negociação para ter a autorização do país começou há 
mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também é a primeira vez 
que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades 
do país.” 
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pela-primeira-vez-na-antartica.html) 
 
Para ficar caracterizada a ideia de passado distante, a expressão “há mais de três anos” deve ser 
reescrita: “há mais de três anos atrás”. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Leia o texto e responda as questões 02, 03 e 04. 
 
Crônica 
 
Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as 
recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma 
das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família 
nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme, 
mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja 
alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não 
compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no 
supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre, 
deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o 
nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes 
grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora 
modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as 
crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não 
sabem selecionar o leite e o queijo entreos principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete, 
todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do 
Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros 
e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne 
constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha, 
peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E 
dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer 
mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no 
Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à 
Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal 
seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente. 
CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42. 
 
02. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro 
– RJ/2016) 
O gênero crônica, em que se enquadra o texto, é frequentemente escrito em primeira pessoa e reflete, 
muitas vezes, o posicionamento pessoal de seu autor. Pode-se afirmar que, na crônica de Paulo Mendes 
Campos, o “eu” que fala: 
(A) confunde-se com o autor, tecendo críticas ao dr. Maynard 
(B) distingue-se do autor, mostrando-se crítico e perspicaz 
(C) distingue-se do autor, mostrando-se ingênuo e alienado 
(D) confunde-se com o autor, valorizando a divulgação científica pelos jornais 
1421093 E-book gerado especialmente para ANDRE SUHET GONCALVES
 
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03. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro 
– RJ/2016) 
Pode-se afirmar que o texto de Paulo Mendes Campos é argumentativo, uma vez que se caracteriza 
por: 
(A) encadear fatos que envolvem personagens 
(B) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia 
(C) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos 
(D) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação 
 
04. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro 
– RJ/2016) 
Em “Doutrina ainda o nutricionista americano...”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem 
prejuízo do sentido, por: 
(A) adestra, amestra, amansa 
(B) educa, corrige, repreende 
(C) catequiza, converte 
(D) formula, ensina 
 
05. (Prefeitura de Chapecó – SC – Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016) 
Por Jonas Valente*, especial para este blog. 
 
A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Cibernéticos da Câmara dos Deputados divulgou 
seu relatório final. Nele, apresenta proposta de diversos projetos de lei com a justificativa de combater 
delitos na rede. Mas o conteúdo dessas proposições é explosivo e pode mudar a Internet como a 
conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de censura na web, ampliando a repressão ao acesso 
a filmes, séries e outros conteúdos não oficiais, retirando direitos dos internautas e transformando redes 
sociais e outros aplicativos em máquinas de vigilância. 
Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é usado para tentar atacar o caráter livre, plural 
e diverso da Internet. Como há dificuldades de se apurar crimes na rede, as soluções buscam criminalizar 
o máximo possível e transformar a navegação em algo controlado, violando o princípio da presunção da 
inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos crimes contra a honra, a solução adotada pode 
ter um impacto trágico para o debate democrático nas redes sociais – atualmente tão importante quanto 
aquele realizado nas ruas e outros locais da vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco Civil 
da Internet, lei aprovada depois de amplo debate na sociedade e que é referência internacional. 
(*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016) 
Após a leitura atenta do texto, analise as afirmações feitas: 
I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão equilibrada e vanguardista da Comissão 
Parlamentar que legisla sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputados. 
II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em todos os sentidos, e a referida Comissão 
Parlamentar está querendo cercear o direito à plena execução deste marco. 
III. Há o temor que o acesso a filmes, séries, informações em geral e o livre modo de se expressar 
venham a sofrer censura com a nova lei que pode ser aprovada na Câmara dos Deputados. 
IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão do jornalista, está longe de se concretizar 
através das leis a serem votadas no Congresso Nacional. 
V. Combater os crimes da internet com a censura, para o jornalista, está longe de ser uma estratégia 
correta, sendo mesmo perversa e manipuladora. 
 
Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas. 
(A) I, II, III. 
(B) II, III, IV. 
(C) II, III, V. 
(D) II, IV, V. 
 
 
 
 
 
 
 
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06. (Prefeitura de Ilhéus - BA – Auditor Fiscal – CONSULTEC/2016) 
 
Como a sociedade moderna se organiza diante da felicidade 
 
Por Ronaldo Barbosa Lima em 26/06/2012 na edição 700 
Presencia-se na atualidade uma concepção difundida de que a lógica capitalista, com o auxílio da 
publicidade, especula a felicidade como dependente da satisfação dos desejos materiais do homem. 
Tal fato contraria a ótica do início do século 20, como observa o sociólogo Max Weber no livro A ética 
protestante e o espírito do capitalismo, onde eram as leis suntuárias que mostravam ao ser humano o 
que deveria ser consumido e o que era preciso fazer para ser feliz. Isso mostra como a sociedade 
moderna, por influência ou não da publicidade comercial, pode se organizar diante da felicidade. Nisto 
não parece haver implícita ideia religiosa que prometa o paraíso na vida eterna. Pelo contrário, como 
evidencia o pai da psicanálise, Sigmund Freud, talvez a felicidade consista em poder do narcisismo. 
Nesse contexto, podemos deduzir que o discurso publicitário leva muitas vezes o indivíduo a acreditar 
naquilo que é dito e a lutarem e buscarem todo o prazer proporcionado pelo consumo daquilo que é 
anunciado. O significado das mercadorias associadas como valor de uso, passa a ser disseminado como 
dizendo respeito a características que representam o ideal de felicidade da sociedade, por exemplo. Para 
a publicitária e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lívia Valença 
da Silva, “esta felicidade abrange uma realização pessoal e profissional que envolve boa aparência e 
desenvoltura, aprovação social, conforto e bem-estar, estabilidade econômica, status, sucesso no amor 
e no mercado de trabalho, entre tantos outros elementos”. 
 
Bens descartáveis 
Seguindo essa linha de raciocínio, o psicanalista Jurandir Freire Costa, na obra A ética e o espelho da 
cultura, enfatiza que o homem tem muitas vezes a tendência de acompanhar as metamorfoses sociais, e 
com todas as mudanças no cotidiano, acaba moldando-se as mesmas, sem muitas vezes se 
questionarem. Mas, segundo o psicanalista, quando o sujeito se apercebe num emaranhado de 
atribuições disseminados pela publicidade que nem sempre foram pensadas e analisadas, é que chegam 
os conflitos e desamparos, porque perdem muitas vezes a noção de singularidade para serem mais um 
na multidão. 
Com efeito, o sociólogo Jean Baudrillard frisa que na cultura do consumo, na qual o homem 
contemporâneo se encontra inserido: “Como a ‘criança-lobo’ se torna lobo à força de com ele viver, 
também nós, pouco a pouco nostornamos funcionais. Vivemos o tempo dos objetos; quero dizer que 
existimos segundo seu ritmo e em conformidade com sua sucessão permanente” (trecho extraído do 
livro A sociedade do consumo). 
Por conseguinte, e com todas as mudanças ocorridas no contexto social vigente, bem como a 
produção de bens materiais em larga escala, muitas vezes se sofre a influência dos bens produzidos. 
Contudo, esses bens propagandeados afiguram-se cada vez mais descartáveis, pois já não se tem mais 
quem herde o sentido moral e emocional que eles no início do século 20 materializavam. Isso fez o 
jornalista Arnaldo Jabor carecer que “o futuro virou uma promessa de aperfeiçoamento de produtos com 
uma velocidade que fez do presente um arcaísmo em processo, uma espécie de passado ao vivo em 
decomposição”. 
 
Sistema publicitário é um código 
Ademais, atualmente o pensamento mais comumente evocado parece com um gozo excessivo 
proporcionado pela conquista do desejo de consumo aspirado pelo indivíduo. Isso tem tornado os homens 
vivenciadores de crises de referências, como bem atestam alguns psicanalistas, à medida que percebem 
que não só a mídia (publicidade), mas, o meio que o cerca tem muitas vezes a capacidade de artificializar 
as relações humanas, fazendo com que não tenha vontade própria, realizando o desejo e a vontade dos 
outros e não as suas. 
(...) 
Nesse contexto, Freud se refere aos “mal-estares” da nossa civilização, como nada mais que uma 
economia libidinal baseada no gozar. Enquanto, por exemplo, a mais-valia sustenta a economia capitalista 
em Karl Marx, o gozo sustenta a economia libidinal no sujeito em Freud. Argumenta que o indivíduo 
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enquanto goza, não só no concernente a sexualidade, mas também na aquisição de bens de consumo, 
considera-se feliz. 
Tendo em vista o anúncio cobiçoso como disseminador da felicidade e, levando em consideração o 
desenvolvimento tecnocientífico que promete a felicidade através do Prozac, do apartamento à beira-mar, 
entre outras possibilidades, o psicólogo Martin Seligman, no livro Felicidade Autêntica, expressa algo 
muito interessante. Diz que o homem, aceitando suas limitações diante da felicidade, esta pode estruturar-
se, entre outras possibilidades, na interface entre o prazer, o engajamento e o significado. 
 
A história e as escolhas 
Prazer, em se tratando da situação agradável de quando se ouve uma boa música ou se faz sexo. Já 
o engajamento é a profundidade de envolvimento da pessoa com sua vida. Finalmente o significado, 
como a sensação de que a vida faz parte de algo maior. Salienta também em suas pesquisas, que um 
dos maiores erros das sociedades contemporâneas é concentrar a busca da felicidade em apenas um 
dos três pilares, esquecendo os outros. Sendo que as pessoas escolhem justo o mais fraco deles; o 
prazer. Enfatiza que o engajamento e o significado são elos indispensáveis na vida do ser humano frente 
à felicidade. 
Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed700_como_a_sociedade_moderna_se_organiza_diante_da_felicidade/ 
 
Felicidade 
Marcelo Jeneci 
 
Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz 
Sentirá o ar sem se mexer 
Sem desejar como antes sempre quis 
Você vai rir, sem perceber 
Felicidade é só questão de ser 
Quando chover, deixar molhar 
Pra receber o sol quando voltar 
 
Lembrará os dias 
que você deixou passar sem ver a luz 
Se chorar, chorar é vão 
porque os dias vão pra nunca mais 
 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e depois dançar 
Na chuva quando a chuva vem 
 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e dançar 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
 
Tem vez que as coisas pesam mais 
Do que a gente acha que pode aguentar 
Nessa hora fique firme 
Pois tudo isso logo vai passar 
 
Você vai rir, sem perceber 
Felicidade é só questão de ser 
Quando chover, deixar molhar 
Pra receber o sol quando voltar 
 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e depois dançar 
Na chuva quando a chuva vem 
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Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e dançar 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Dançar na chuva quando a chuva 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Fonte: https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1524699/ 
 
 
SINGER. O bem-sucedido. O fracassado. Disponível 
em:<https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+carro+como+símbolo+de+felicidade&esp>. Acesso em: 1° mar. 2016 
 
Analisando-se a figura destacada, pode-se afirmar: 
(A) A mensagem transmitida pelas imagens e seus títulos contradizem o conceito de felicidade 
abordado pelos textos de Ronaldo Barbosa e de Marcelo Jeneci. 
(B) Os elementos que compõem a primeira imagem descontroem o sentido de narcisismo abordado 
no texto de Ronaldo Barbosa. 
(C) O título “O fracassado”, considerando-se os valores cultivados na pós-modernidade, constitui 
uma verdade configurada socialmente. 
(D) A palavra “bem-sucedido” está em desrespeito às normas da Nova Ortografia da Língua 
Portuguesa, pois o uso do hífen caiu em desuso. 
(E) A palavra “fracassado”, em relação ao processo de formação das palavras, é uma derivação 
prefixal e sufixal, simultaneamente. 
 
07. (Prefeitura de São Gonçalo – RJ – Analista de Contabilidade – BIO-RIO/2016) 
TEXTO 
 ÉDIPO-REI 
 
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um 
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus. 
 (Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013) 
 
O texto é a parte introdutória de uma das maiores peças trágicas do teatro grego e exemplifica o modo 
descritivo de organização discursiva. O elemento abaixo que NÃO está presente nessa descrição é: 
(A) a localização da cena descrita. 
(B) a identificação dos personagens presentes. 
(C) a distribuição espacial dos personagens. 
(D) o processo descritivo das partes para o todo. 
(E) a descrição de base visual. 
 
 
 
 
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08. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016) 
Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos 
 
 Brasil escola 
 
 Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da 
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção 
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o 
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa 
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil 
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por 
moradias em regiões ainda mais distantes. 
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais 
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse 
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte 
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento 
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência. 
 A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes, 
médias e até pequenas cidades:a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais 
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de 
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma 
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto, 
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue. 
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-
decorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 2016. 
 
A estruturação do texto 1 é feita do seguinte modo: 
(A) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento com destaque de 
alguns problemas; 
(B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e explicação de um deles, visto como o mais 
importante; 
(C) uma apresentação de caráter histórico seguida da explicitação de alguns problemas ligados às 
grandes cidades; 
(D) uma referência imediata a um dos problemas sociais urbanos, sua explicitação, seguida da citação 
de um segundo problema; 
(E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua explicação histórica, motivo de crítica 
às atuais autoridades. 
 
09. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016) 
 
Sobre a charge acima, pode-se dizer que sua temática básica é: 
(A) a inadequação dos turistas no Rio de Janeiro; 
(B) o excesso de eventos na capital carioca; 
(C) a falta de segurança nas praias do Rio; 
(D) a crítica ao calor excessivo no verão do Rio; 
(E) a crítica à poluição das águas no Rio. 
 
 
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10. (MPE-RJ – Técnico do Ministério Público - Administrativa – FGV/2016) 
TEXTO 1 – O futuro da medicina 
 
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas 
e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até 
aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo 
agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos 
para os pacientes. 
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já 
disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por 
exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais 
precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige 
medidas adicionais. 
Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de 
análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível, 
adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite 
fazer diagnósticos ainda mais sofisticados. 
Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem 
mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via 
eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o 
paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina. 
Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas acho que, como todo entusiasta da 
tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para 
uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura 
para os interessados nas transformações da medicina. 
Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman – 17/01/2016. 
 
Segundo o autor citado no texto 1, o futuro da medicina: 
(A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia; 
(B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia; 
(C) levará à extinção da profissão de médico; 
(D) independerá completamente dos médicos; 
(E) estará limitado aos meios eletrônicos. 
 
Respostas 
 
01. Errado 
O verbo haver já contém a ideia de passado. A adição do termo "atrás" caracteriza pleonasmo. 
 
02. (C) 
Dentro da crônica existe o " o Eu" introduzido pelo Autor Paulo Mendes 
Diferença: 
1-"o Eu" se mostra ingênuo (Aquele que é inocente, sincero, simples.) e alienado (1-Cedido a 
outro dono, ou o que enlouqueceu, 2-vendido.) 
Um exemplo é quando ele diz: "É o que exclamo depois de ler as recomendações de um nutricionista 
americano, o dr. Maynard" 
2- O autor não se mostra ingênuo e nem alienado, uma vez que, ele mesmo é quem escreve a Crônica. 
 
03. (B) 
São características de textos: 
a) encadear fatos que envolvem personagens - NARRATIVO 
b) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia - DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO 
c) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos - DESCRITIVO 
d) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação - INJUNÇÃO/ INSTRUCIONAL 
 
04. (D) 
A palavra doutrina possui mais de um significado, assim como muitos vocábulos. Por isso, é 
necessário, em um texto, contextualizar para inferir seu significado. Dessa maneira, eliminam-se as 
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demais alternativas. Doutrina = conjunto coerente de ideias fundamentais a serem transmitidas, 
ensinadas. 
 
05. (C) / 06. (C) 
 
07. (D) 
"a) a localização da cena descrita." 
"Diante do palácio de Édipo; nos degraus da entrada." 
"b) a identificação dos personagens presentes." 
"Um grupo de crianças; De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus." 
c) a distribuição espacial dos personagens. 
"Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. De pé, no meio delas," 
d) o processo descritivo das partes para o todo. 
Nesse item, resposta da questão, o que acontece é justamente o contrário, do todo para as parte, 
senão, vejamos: 
"Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um 
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus." 
Palácio de Édipo (todo) > degraus da escada > ramo de oliveira na mão das crianças 
e) a descrição de base visual. 
O texto nos passa uma descrição a qual se torna possível visualizar "mentalmente" a situação descrita. 
 
08. (B) 
FGV costuma usar paralelismo entre as alternativas e a geralmente a alternativa que sobra é o 
gabarito. Não são todas as questões que possuem paralelismo. 
a) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento 
com destaque de alguns problemas; >>> d) uma referência imediata a um dos problemas sociais 
urbanos, sua explicitação, seguida da citação de um segundo problema; 
c) uma apresentação de caráter histórico seguida da explicitação de alguns problemas ligados às 
grandes cidades; >>> e) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua explicação 
histórica, motivo de crítica às atuais autoridades. 
 
Sobrou a letra B. 
b) uma abordagem direta dos problemas com seleção e explicação de um deles, visto como o mais 
importante; 
 "Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto 
da concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção 
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. 
 
09. (C) 
A charge demonstra a falta de segurança no RJ, pois o único elemento de segurança pública 
simbolizado na figura, à medida que novos jogos olímpicos vão surgindo, menos atenção ele dispensa a 
essa questão, já que na última (2016) ele está embaixo do guarda sol, pedindo "refri". 
 
10. (B) 
As alternativas A, C, D, E não encontram respaldo no texto. 
A assertiva B é praticamenteuma reescritura do seguinte período: 
Está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos 
positivos para os pacientes. 
 
 
 
Gêneros Textuais 
 
O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de 
comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É importante lembrar que um 
texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há apenas um que se sobressai. 
Tipologia e gêneros textuais. 
 
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Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação, 
possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o 
texto se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, 
para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, 
instrucional, etc.). 
 
Distinguindo 
 
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas 
classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado 
totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: 
 
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os literários, diferente do gênero textual, 
que abrange todo tipo de texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser 
do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. 
 
Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, 
argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de 
acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito. 
 
Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutura. 
Desta forma fica mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e poder classifica-los de 
acordo com suas características. 
 
Exemplos de gêneros textuais1 
 
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, 
geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O 
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo: 
 
“Domingo, 14 de junho de 1942 
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros 
presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.) 
 
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. 
Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para 
as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as 
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” 
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. 
 
Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou 
pessoa com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se 
tenha intimidade. Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo 
ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o 
corpo da carta e para finalizar a despedida. 
 
Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros. 
Suas principais características são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da 
propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter 
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. 
 
 
1 Fonte: http://www.portuguesxconcursos.com.br/p/tipologia-textual-tipos-generos.html 
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/ 
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Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e 
descritiva e o objetivo desse texto é informar algo que aconteceu. 
 
Gêneros literários 
 
Gênero Narrativo: 
 
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o 
dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do 
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: 
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem 
elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o 
que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir: 
 
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de 
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um 
tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de 
Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. 
 
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter 
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida 
por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal 
vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de 
narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda. 
 
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade 
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e 
A Metamorfose, de Kafka. 
 
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, 
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo 
de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na 
tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de 
aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos 
(conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e 
objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um 
mistério. 
 
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são 
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. 
 
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter 
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo 
de jornal, revistas e programas da TV... 
 
Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos 
descritivos. 
 
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e 
reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. 
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, 
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como 
documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, 
de John Locke. 
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Gênero Dramático: 
 
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador 
contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis 
das personagens nas cenas. 
 
Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles 
afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em 
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de 
Shakespeare. 
 
Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as 
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o 
engano. 
 
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua 
origem grega está ligada às festas populares. 
 
Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, 
significava a mistura do real com o imaginário. 
 
Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural 
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. 
 
Gênero Lírico: 
 
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à 
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os 
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. 
 
Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto 
máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema 
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare. 
 
Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e 
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. 
 
Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), 
às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com 
acompanhamento musical; 
 
Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, 
às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de 
desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, 
espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara); 
 
Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. 
 
Acalanto: ou canção de ninar; 
 
Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada 
verso formam uma palavra ou frase; 
 
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. 17 
Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo 
característico e refrão vocal que se destinam à dança; 
 
Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical; 
 
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio; 
 
Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de 
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 
5 sílabas; 
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima 
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d. 
 
Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, 
portanto. 
 
Questões 
 
1. (UFSC – Assistente em – UFSC/2016) A respeito do gênero do Texto 3, é CORRETO afirmar que 
se trata de: 
 
 
 
a) uma poesia, pois faz uso das funções enfática e expressiva da linguagem para homenagear as 
mães em virtude da passagem do Dia das Mães. 
b) um anúncio publicitário, caracterizado pelo uso da função conativa da linguagem. Tem como 
finalidade seduzir o leitor para convencê-lo a comprar um determinado produto. 
c) uma reportagem, caracterizada por ser publicada em periódico, ter a função básica de aprofundar 
as informações acerca de um tema relevante, apresentar ao leitor fatos e considerações e utilizar uma 
linguagem referencial, preferencialmente objetiva. 
d) uma notícia, uma vez que se caracteriza por ser publicada em jornal, relatar um fato recente, 
explicitando os envolvidos e as circunstâncias em que se deu um fato, e por ser de relevância social para 
um grande público, apontando causas e consequências. 
e) um editorial, caracterizado por emitir a posição de um jornal ou revista acerca de um produto, embora 
sem indicação de autoria, utilizando uma linguagem subjetiva e expressiva. 
 
 
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2. (IF SUL – MG – Técnico de Tecnologia da Informação – IF SUL – MG/2016) 
Leia o texto a seguir para responder a esta questão. 
 
O artigo objetiva contribuir para as análises referentes ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino 
Técnico e Emprego (PRONATEC) proposto pelo MEC em 2011 e pertencente à Política de Educação 
Profissional Técnica de nível médio. (I) Problematiza um dos pressupostos do Programa: o de que a 
qualificação pretendida implica na melhoria da qualidade do Ensino Médio Público. (II) Apresenta, como 
bases de análise, o contexto do Decreto nº 5154/04, a atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação Profissional e as do Ensino Médio e referencial teórico baseado nos conceitos de Estado 
ampliado e de capitalismo dependente. (III) O PRONATEC ao priorizar a qualificação profissional 
concomitante ao Ensino Médio Público, mediante parcerias público/privado fragmenta os insuficientes 
recursos públicos, e promove a descontinuidade em relação à concepção progressista de integração entre 
Ensino Médio e Educação Profissional. (IV) Paraliza o processo de travessia para a escola unitária e não 
enfrenta a problemática complexa da qualidade na escola pública. 
(Fragmento adaptado) Disponível em:<www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/view/1713/141>. Acesso em: 02 maio2016. 
 
O fragmento em questão é o resumo de um artigo científico. Considerando que, nesse gênero, o uso 
da língua padrão é necessário, verifica-se que, nos trechos em destaque no próprio texto, houve 
observância desse uso no trecho: 
a) IV. 
b) III. 
c) II. 
d) I. 
 
3. (UFRPE – Assistente em Administração – SUGEP – UFRPE / 2016) 
 
A Linguagem verbal e os textos 
 
As diferenças que podem ser observadas entre os textos dizem respeito à sua situação de produção 
e de circulação, inclusive a finalidade a que se destinam. São os chamados gêneros de texto. Por 
exemplo: se o locutor quer instruir seu interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para a 
obtenção de um bom resultado, como ocorre numa receita de bolo. Se quer persuadir alguém a consumir 
um produto, ele argumenta, como faz em um anúncio de chocolate. Se quer contar fatos reais, ele pode 
escrever uma notícia. Se quer contar uma história ficcional, ele pode produzir um conto. Se quer transmitir 
conhecimentos, ele deve construir um texto em que exponha com clareza os saberes relacionados ao 
objeto em foco. 
Ou seja, quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja ela oralou escrita, 
produzimos certos textos que, com poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no tipo de 
linguagem e de estrutura. Esses textos constituem os chamados ‘gêneros textuais’ e foram historicamente 
criados pelas pessoas a fim de atender a determinadas necessidades de interação social. De acordo com 
o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem desaparecer gêneros de pouco uso ou, ainda, 
um gênero pode sofrer mudanças. 
Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes 
elementos que fazem o contexto, tais como: quem está falando ou escrevendo; para quem; com que 
finalidade; em que momento histórico etc. Os gêneros estão ligados a esferas de circulação da linguagem. 
Assim, por exemplo, na esfera jornalística, são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais, 
entrevistas; na esfera da divulgação científica, são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de 
enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência etc. 
Desse modo, os gêneros de texto que circulam na sociedade têm uma grande vinculação com o 
momento histórico-cultural de cada contexto. 
(William Cereja; Thereza Cochar; Ciley Cleto. Interpretação de textos. São Paulo: Editora Atual, 2009, p. 29. Adaptado) 
 
Interprete o seguinte trecho do Texto 1: “Esses textos constituem os chamados gêneros textuais e 
foram historicamente criados pelas pessoas”. Assinale a alternativa em que o sentido global desse trecho 
está mantido. 
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a) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente criados 
pelas pessoas. 
b) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados pelas 
pessoas. 
c) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente criados 
pelas pessoas. 
d) Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram historicamente 
criados pelas pessoas. 
e) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente criados pelas 
pessoas. 
 
Respostas 
 
1. (B) 
A função conativa é o mesmo que apelativa; centrada no receptor, no destinatário. Exemplo: 
Propagandas. 
 
2. (C) 
A questão pede o uso da norma padrão da língua, os erros dos trechos são: 
I) O verbo implicar no sentido de "acarretar", "ocasionar" é transitivo DIRETO. 
http://portugues.uol.com.br/gramatica/verbo-implicar.html 
II) Correta -> letra c 
III) Uso da vírgula errado, a primeira vírgula está separando sujeito do verbo. 
IV) Escreve-se paraliSa e não paraliZa 
 
3. (D) 
Qual o sentido global que apresenta o texto? De adição, note ali a conjunção aditiva "e". Para que 
mantenhamos o trecho com seu sentido global, temos que substituir a conjunção aditiva por outra 
conjunção aditiva. 
a) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente 
criados pelas pessoas. 
Aqui temos uma conjunção CAUSAL. 
b) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados 
pelas pessoas. 
Conjunção COMPARARTIVA. 
c) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente 
criados pelas pessoas. 
Conjunção CONFORMATIVA 
d) Gabarito. Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram 
historicamente criados pelas pessoas. 
GABARITO. Não só... Mas também - Conjunção aditiva 
e) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente 
criados pelas pessoas. 
Conjunção ADVERSATIVA 
 
 
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre 
 
Num texto, as personagens falam, conversam entre si, expõem ideias. Quando o narrador conta o que 
elas disseram, insere na narrativa uma fala que não é de sua autoria, cita o discurso alheio. Há três 
maneiras principais de reproduzir a fala das personagens: o discurso direto, o discurso indireto e o 
discurso indireto livre. 
Alguns elementos constitutivos do texto: discurso direto, indireto, indireto livre, 
pressuposto, subentendido e ambiguidade. 
 
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Discurso Direto 
 
“Longe do olhos...” 
 
- Meu pai! Disse João Aguiar com um tom de ressentimento que fez pasmar o comendador. 
- Que é? Perguntou este. 
João Aguiar não respondeu. O comendador arrugou a testa e interrogou o roto mudo do filho. Não leu, 
mais adivinhou alguma coisa desastrosa; desastrosa, entenda-se, para os cálculos conjunto-políticos ou 
políticos-conjugais, como melhor nome haja. 
- Dar-se-á caso que... começou a dizer comendador. 
- Que eu namore? Interrompeu galhofeiramente o filho. 
Machado de Assis. Contos. 26ª Ed. São Paulo, Ática, 2002, p. 43. 
 
O narrador introduz a fala das personagens, um pai e um filho, e, em seguida, como quem passa a 
palavra a elas e as deixa falar. Vemos que as partes introdutórias pertencem ao narrador (por exemplo, 
disse João Aguiar com um tom de ressentimento que faz pasmar o comendador) e as falas, às 
personagens, (por exemplo, Meu pai!). 
O discurso direto é o expediente de citação do discurso alheio pela qual o narrador introduz o discurso 
do outro e, depois, reproduz literalmente a fala dele. 
As marcas do discurso são: 
 
- A fala das personagens é, de princípio, anunciada por um verbo (disse e interrompeu no caso do filho 
e perguntou e começou a dizer no caso do pai) denominado “verbo de dizer” (como: recrutar, retorquir, 
afirmar, declarar e outros do mesmo tipo), que pode vir antes, no meio ou depois da fala das personagens 
(no nosso caso, veio depois); 
- A fala das personagens aparece nitidamente separada da fala do narrador, por aspas, dois pontos, 
travessão ou vírgula; 
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as palavras que indicam espaço e tempo (por exemplo, 
pronomes demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados em relação à pessoa da 
personagem, ao momento em que ela fala diz “eu”, o espaço em que ela se encontra é o aqui e o tempo 
em que fala é o agora. 
 
Discurso Indireto 
 
Observemos um fragmento do mesmo conto de Machado de Assis: 
 
“Um dia, Serafina recebeu uma carta de Tavares dizendo-lhe que não voltaria mais à casa de seu pai, 
por este lhe haver mostrado má cara nas últimas vezes que ele lá estivera.” 
Idem. Ibidem, p. 48. 
 
Nesse caso o narrador para citar que Tavares disse a Serafina, usa o outro procedimento: não reproduz 
literalmente as palavras de Tavares, mas comunica, com suas palavras, o que a personagem diz. A fala 
de Tavares não chega ao leitor diretamente, mas por via indireta, isto é, por meio das palavras do 
narrador. Por essa razão, esse expediente é chamado discurso indireto. 
As principais marcas do discurso indireto são: 
 
- As falas das personagens também vêm introduzidas por um verbo de dizer; 
- As falas das personagens constituem oração subordinada substantiva objetiva direta do verbo de 
dizer e, portanto, são separadas da fala do narrador por uma partícula introdutória normalmente “que” ou 
“se”; 
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as palavras que indicam espaço e tempo (como 
pronomes demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados em relação ao narrador, ao 
momento em que ele fala e ao espaço em que está. 
 
Passagem do Discurso Direto para o Discurso Indireto 
 
Pedro disse: 
- Eu estarei aqui amanhã. 
 
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. 21 
No discurso direto, o personagem Pedro diz “eu”; o “aqui” é o lugar em que a personagem está; 
“amanhã” é o dia seguinte ao que ele fala. Se passarmos essa frase para o discurso indireto ficaráassim: 
 
Pedro disse que estaria lá no dia seguinte. 
 
No discurso indireto, o “eu” passa a ele porque há alguém de quem o narrador fala; estaria é futuro do 
pretérito: é um tempo relacionado ao pretérito da fala do narrador (disse), e não ao presente da fala do 
personagem, como estarei; lá é o espaço em que a personagem (e não o narrador) havia de estar; no dia 
seguinte é o dia que vem após o momento da fala da personagem designada por ele. 
Na passagem do discurso direto para o indireto, deve-se observar as frases que no discurso direto tem 
as formas interrogativas, exclamativa ou imperativa convertem-se, no discurso indireto, em orações 
declarativas. 
 
Ela me perguntou: quem está ai? 
Ela me perguntou quem estava lá. 
 
As interjeições e os vocativos do discurso direto desaparecem no discurso indireto ou tem seu valor 
semântico explicitado, isto é, traduz-se o significado que elas expressam. 
 
O papagaio disse: Oh! Lá vem a raposa. 
O papagaio disse admirado (explicitação do valor semântico da interjeição oh!) que ao longe vinha 
a raposa. 
 
Se o discurso citado (fala da personagem) comporta um “eu” ou um “tu” que não se encontram entre 
as pessoas do discurso citante (fala do narrador), eles são convertidos num “ele”, se o discurso citado 
contém um “aqui” não corresponde ao lugar em que foi proferido o discurso citante, ele é convertido num 
“lá”. 
 
Pedro disse lá em Paris: - Aqui eu me sinto bem. 
 
Eu (pessoa do discurso citado que não se encontra no discurso citante) converte-se em ele; aqui 
(espaço do discurso citado que é diferente do lugar em que foi proferido o discurso citante) transforma-
se em lá: 
 
- Pedro disse que lá ele se sentia bem. 
 
Se a pessoa do discurso citado, isto é, da fala da personagem (eu, tu, ele) tem um correspondente no 
discurso citante, ela ocupa o estatuto que tem nesse último. 
 
Maria declarou-me: - Eu te amo. 
 
O “te” do discurso citado corresponde ao “me” do citante. Por isso, “te” passa a “me”: 
 
- Maria declarou-me que me amava. 
 
No que se refere aos tempos, o mais comum é o que o verbo de dizer esteja no presente ou no pretérito 
perfeito. Quando o verbo de dizer estiver no presente e o da fala da personagem estiver no presente, 
pretérito ou futuro do presente, os tempos mantêm-se na passagem do discurso direto para o indireto. Se 
o verbo de dizer estiver no pretérito perfeito, as alterações que ocorrerão na fala da personagem são as 
seguintes: 
 
Discurso Direto – Discurso Indireto 
Presente – Pretérito Imperfeito 
Pretérito Perfeito – Pretérito mais-que-perfeito 
Futuro do Presente – Futuro do Pretérito 
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. 22 
 
Joaquim disse: - Compro tudo isso. 
- Joaquim disse que comprava tudo isso. 
 
Joaquim disse: - Comprei tudo isso. 
- Joaquim disse que comprara tudo isso. 
 
Joaquim disse: - Comprarei tudo isso. 
- Joaquim disse que compraria tudo isso. 
 
Discurso Indireto Livre 
 
“(...) No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de 
Sinhá Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a 
diferença era proveniente de juros. 
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, 
mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e 
Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão 
beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!” 
Graciliano Ramos. Vidas secas. 28ª Ed. São Paulo, Martins, 1971, p. 136. 
 
Nesse texto, duas vozes estão misturadas: a do narrador e a de Fabiano. Não há indicadores que 
delimitem muito bem onde começa a fala do narrador e onde se inicia a da personagem. Não se tem 
dúvida de que no período inicial está traduzida a fala do narrador. A bem verdade, até não se conformou 
(início do segundo parágrafo), é a voz do narrador que está comandando a narrativa. Na oração devia 
haver engano, já começa haver uma mistura de vozes: sob o ponto de vista das marcas gramaticais, não 
há nenhuma pista para se concluir, que a voz de Fabiano é que esteja sendo citada; sob o ponto de vista 
do significado, porém, pode-se pensar numa reclamação atribuída a ele. 
Tomemos agora esse trecho: “Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a 
mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco.” Pelo conteúdo de verdade é pelo 
modo de dizer, tudo nos induz a vislumbrar aí a voz de Fabiano ecoando por meio do discurso do narrador. 
É como se o narrador, sem abandonar as marcas linguísticas próprias de sua fala, estivesse incorporando 
as reclamações e suspeitas da personagem, a cuja linguagem pertencem expressões do tipo bruto, sim 
senhor e a mulher tinha miolo. Até a repetição de palavras e certa entonação presumivelmente 
exclamativa confirmam essa inferência. 
Para perceber melhor o que é o discurso indireto livre, confrontemos uma frase do texto com a 
correspondente em discurso direito e indireto: 
 
- Discurso Indireto Livre 
Estava direito aquilo? 
 
- Discurso Direto 
Fabiano perguntou: - Está direito isto? 
 
- Discurso Indireto 
Fabiano perguntou se aquilo estava direito 
 
Essa forma de citação do discurso alheio tem características próprias que são tanto do discurso direto 
quanto do indireto. As características do discurso indireto livre são: 
 
- Não há verbos de dizer anunciando as falas das personagens; 
- Estas não são introduzidas por partículas como “que” e “se” nem separadas por sinais de pontuação; 
- O discurso indireto livre contém, como o discurso direto, orações interrogativas, imperativas e 
exclamativas, bem como interjeições e outros elementos expressivos; 
- Os pronomes pessoais e demonstrativos, as palavras indicadoras de espaço e de tempo são usadas 
da mesma forma que no discurso indireto. Por isso, o verbo estar, do exemplo acima, ocorre no pretérito 
imperfeito, e não no presente (está), como no discurso direto. Da mesma forma o pronome demonstrativo 
ocorre na forma aquilo, como no discurso indireto. 
 
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. 23 
Funções dos diferentes modos de citar o discurso do outro 
 
O discurso direto cria um efeito de sentido de verdade. Isso porque o leitor ou ouvinte tem a impressão 
de que quem cita preservou a integridade do discurso citado, ou seja, o que ele reproduziu é autêntico. É 
como se ouvisse a pessoa citada com suas próprias palavras e, portanto, com a mesma carga de 
subjetividade. 
Essa modalidade de citação permite, por exemplo, que se use variante linguística da personagem 
como forma de fornecer pistas para caracterizá-la. Sirva de exemplo o trecho que segue um diálogo entre 
personagens do meio rural, um farmacêutico e um agricultor, cuja fala é transcrita em discurso direto pelo 
narrador: 
 
Um velho brônzeo apontou, em farrapos, à janela aberta o azul. 
- Como vai, Elesbão? 
- Sua bênção... 
- Cheio de doenças? 
- Sim sinhô. 
- De dores, de dificuldades? 
- Sim sinhô. 
- De desgraças... 
O farmacêutico riu com um tímpano desmesurado. Você é o Brasil. Depois Indagou: 
- O que você eu Elesbão? 
- To precisando de uns dinheirinho e duns gênor. Meu arroizinho tá bão, tá encanando bem. Preciso 
de uns mantimento pra coiêta. O sinhô pode me arranjá com Nhô Salim. Depois eu vendo o arroiz pra ele 
mermo. 
- Você é sério, Elesbão? 
- Sô sim sinhô! 
- Quanto é que você deve pro Nhô Salim? 
- Um tiquinho. 
Oswaldo de Andrade. Marco Zero. 2ª Ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1974, p. 7-8. 
 
Quanto ao discurso indireto, pode ser de dois tipos e cada um deles cria um efeito de sentido

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