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Aula 1 A História do Vinho

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A História do Vinho
Enofilia e Práticas de Sommelier
Profº Me. Wallace Batista
Definições
• Sommelier
• Escanção em português 
• Especialista que aconselha os clientes na escolha dos 
vinhos e outros itens, garantindo seu serviço correto 
e que dependendo de sua responsabilidade e 
experiência compra, gerencia e promove as vendas 
de tais produtos
• Aquele que sabe transformar qualquer ocasião à 
mesa em um acontecimento inesquecível. 
Giuseppe Vaccarini
• Somme/Sommier --> Em provençal Saumalier
Definições
• Sommelier
• Responsável pelos animais de carga que transportavam comida e vinho; 
responsável pelas provisões (bebidas e alimentos) dos nobres. 
• Provisões = saume ou somme (estoque) 
• 1º Sommelier de Corps Roi - Jacques Mercade 1378) 
• Com o tempo estendeu-se o termo 
ao criado que arrumava a mesa e 
servia o vinho (echanson) 
• Profissão como é conhecida hoje 
origina-se do surgimento dos grandes 
restaurantes e hotéis (séc. XIX)
Sommelier
• Origem - Vinho como bebida divina 
• Quem servia o vinho era quase um sacerdote 
diferenciado de quem servia comida 
AURA MÍSTICA 
FIGURA MISTERIOSA 
• Participação ativa na organização, motivação e treinamento da 
equipe --> LIDERANÇA 
• METAS 
• Satisfação do cliente 
• Preservar valores e nome da empresa 
Sommelier
• Atualmente:
Mantem-se como base o serviço do vinho 
+ 
Conhecimentos mais amplos e profundos 
• Funções:
• Gerenciar compra e venda de vinho, propondo 
estratégias adequadas para otimizar resultados 
• Promover os vinhos 
• Harmonizar vinho e comida 
• Compreender necessidades e estilos dos clientes 
• Criar e administrar uma carta de vinhos 
• Auxiliar o cliente a apurar sua sensibilidade, 
contribuindo para melhorar seu estilo de vida 
Enófilo x Sommelier x Enólogo
• Enólogo:
• É um misto de agrônomo e químico, formado em enologia, e que 
geralmente trabalha nas vinícolas. 
• É ele quem faz o vinho. 
• Conhece as técnicas para transformar a uva em vinho.
• Sommelier:
• Tem uma série de atribuições e conhecimentos, mas não faz vinho. 
• No geral ele trabalha no restaurante é o especialista em servir o vinho. 
• É ele que vai ajudar você a escolher o melhor vinho 
para acompanhar seu prato.
• Enófilo:
• É todo mundo que gosta de vinho.
• Se interessa em conhecer um pouco sua origem. 
Definições
• Viticultura:
• É a ciência que estuda a produção da 
uva, que poderá ser destinada para o 
consumo in natura, para a produção 
de suco, para a vinificação ou para a 
produção de uva passa. 
• Vitivinicultura:
• Quando a produção de uva é 
destinada exclusivamente à 
preparação de vinhos.
• Vinificação:
• Conjunto de operações técnicas que 
garantem a transformação de uvas em 
vinho; fabrico de vinho. Processo de 
tratar o vinho.
Varietal x Corte
• Um vinho varietal, ou monovarietal, é aquele produzido com uma 
única variedade de uva, ou com uma alta predominância de 
determinada uva. 
• Um vinho Merlot é produzido basicamente (ou exclusivamente) de uvas 
merlot.
• Um vinho de corte, também chamado blend ou assemblage, é um 
vinho produzido a partir de diferentes cepas, ou variedades de 
uvas. 
• Um vinho de corte pode ser elaborado a 
partir de somente duas uvas diferentes, 
ou quem sabe com 13 a 14, como 
algumas versões do Châteauneuf-du-Pape.
Varietal
• VINHO CONSTITUIDO POR UMA UVA DOMINANTE. 
• ORIGEM - AMERINE (USA) -1950 
• OBJETIVO- VALORIZAR CEPAS NOBRES CONTRA UVAS NÃO VINIFERAS 
• INICIO - 51 % 
• EUA 
• Lei Federal EUA(ATF) : 75% 
• Leis Estaduais - Oregon : 95% 
• Austrália, África Sul e Nova Zelândia : 75% 
• UE 
• 85 % mínimo variedade declarada 
• Alsácia
• 100% variedade declarada 
• Brasil 
• 75 % mínimo variedade declarada 
Vinhos de Corte
• Finalidade: 
• Diminuir sua vulnerabilidade 
• Prevenir variações ano após ano 
• Fazer vinhos mais reprodutíveis e consistentes 
• Maior complexidade 
• Melhor balanço 
• Maior atratividade 
• Fazer vinhos mais baratos 
• Fazer vinhos “novos” 
• Tipos de corte 
• Varias variedades 
• Vários Vinhedos 
• Várias Safras 
• Vinificações diferentes 
• Vinhos de barricas ou tanques diferentes 
Vinhos de Corte
• Melhorar o balanço 
• Amaciar o vinho CS com Merlot
• Alterar personalidade 
• Determinar o estilo de uma casa 
• Champagne
• Modelos de Assemblage
• Bordeaux: 5 uvas no mesmo vinhedo 
• Chianti: + de 6 uvas 
• Chateauneuf du Pape: 13 uvas 
Origem da Videira
• A videira, vinha ou parreira é 
uma trepadeira da família das 
vitáceas, possui: 
• Tronco retorcido, 
• Ramos flexíveis
• Folhas grandes e repartidas em 
cinco lóbulos pontiagudos, 
• Flores esverdeadas em ramos
• Fruto (uva) 
Origem da Videira
• É uma planta de cultura perene 
e ciclo anual, sendo conhecida e 
difundida pelo seu fruto, a uva. 
• Sua origem perde-se no tempos, 
consta até que precede a 
própria humanidade.
• Data da Era Mesozoica (150 
milhões de anos atrás), com seu 
aparecimento da família 
Vitacea.
• Presume-se há 60 milhões de 
anos crescia de forma frondosa 
e em larga escala competindo 
com outras plantas.
Origem da Videira
• PERÍODO TERCEÁRIO (60 milhões de 
anos atrás), o continente Norte 
Atlântico se divide em: 
• América: Seleção natural e 
desenvolvimento do gênero Vitis
genus: 
• V. labrusca (bagos grandes, comestíveis 
e resistência natural aos parasitas) 
• V. riparia
• V. rupestris
• Europa: Desenvolvimento da Vitis
vinifera (bagos pequenos e 
crescimento em ambientes livres de 
parasitas) 
V. Labrusca x V. vinifera
V. vinifera
• Também conhecidas como as videiras europeias, foram as primeiras a 
serem cultivadas e vinificadas no mundo, sendo que os vestígios mais 
antigos datam de 3.500 a.C. na região do Cáucaso. 
• As espécies europeias produzem as denominadas uvas finas, que por 
sua vez dão origem aos vinhos finos e espumantes. Fazem parte desta 
espécie as variedades:
• Tintas:
• Cabernet Sauvignon
• Merlot
• Tannat
• Pinot Noir
• Brancas:
• Chardonnay
• Riesling
• Moscato Giallo
• Sauvignon Blanc
V. vinifera
• Cabernet Sauvignon
• Merlot
• Tannat
• Pinot Noir
• Chardonnay
• Riesling
• Moscato Giallo
• Sauvignon Blanc
V. labrusca
• De origem americana, engloba as variedades utilizadas na 
elaboração do vinho de mesa e suco de uva. 
• As principais variedades usadas são:
• Bordô
• Isabel
• Niágara 
• A principal característica desta espécie é o sabor 
silvestre das uvas, que se mantém nos vinhos e 
sucos, os quais criaram a identidade única no Brasil 
perante o restante do mundo. 
Uvas
• As uvas crescem em cachos de 15 a 300 frutos, e podem ser 
vermelhas, pretas, azul-escuras, amarelas, verdes, laranjas e 
rosas. 
• "Uvas brancas" são naturalmente de cor verde, e são 
evolutivamente derivados da uva roxa. 
• Mutações em dois genes reguladores 
de uvas brancas desativam a produção 
de antocianinas, que são responsáveis 
pela cor púrpura das uvas.
• As antocianinas e outros polifenóis
são responsáveis pelo vários tons, 
que variam de roxo a vermelho.
Produção Mundial de Uvas
Significado Religioso
• Na Bíblia, as uvas são mencionadas pela primeira vez 
quando Noé cultiva-as em sua fazenda.
Gênesis 9:20-21
• Referências sobre o vinho são feitas no livro de:
• Provérbios (20:1)
• Isaías (5:1-25)
• Deuteronômio (18:3-5, 14:22-27, 16:13-15) relata o uso do vinho durante festas 
judaicas. 
• Uvas também foram significativas para gregos e romanos, e seu deus 
da agricultura, Dionísio, estava ligado às uvas e do vinho, sendo 
frequentemente retratado com folhas de uva em sua cabeça.
• Asuvas são especialmente simbólicas para os cristãos, que desde o início 
da Igreja faz o uso do vinho na celebração da Eucaristia.
• Pontos de vista sobre o significado do vinho variam entre denominações. 
Na arte cristã, muitas vezes as uvas representam o sangue de Cristo.
História
• A videira instalou-se em definitivo após a última glaciação que foi 
mais moderada (tendo como base a análise de fósseis), nas 
margens do Mediterrâneo de onde partiu para zonas de condição 
climatérica mais favorável. E isto há 10.000 anos, período 
considerável como determinante para o ponto de viragem 
histórico do homem.
Histórico
• Nesta fase, o Homem passou de uma vida nômade a outra mais 
sedentária, fixando-se em terrenos vocacionados para práticas 
agrícolas e pecuárias, recorrendo ao fabrico de utensílios e 
ferramentas.
Histórico
• A videira, passou a ser um elemento essencial de cultura e parte 
integrante das principais civilizações que começaram a surgir a 
partir da região da Mesopotâmia, nomeadamente a Civilização 
Suméria, associando a agricultura à atividade comercial, 
principalmente o vinho que era transportado em vasilhas de 
argila, devidamente identificadas com sinais gráficos gravados em 
cunha.
Histórico
• O vinho era consumido em grande 
escala, especialmente em épocas 
festivas, sendo, inclusive, símbolo de 
prosperidade.
• Com base no Código de Hamurabi, 
dos mais conhecidos reis da 
Babilónia, os habitantes desta região 
eram verdadeiros apreciadores de 
vinho, estando até regulamentada 
punição para práticas de fraude.
Histórico
• No entanto, quem mais contribuiu para a difusão da plantação da 
vinha são os Fenícios!
• Navegadores por excelência, 
levaram consigo pés de videira 
para zonas tão distantes como 
as Ilhas Britânicas.
• No caso de Portugal, o cultivo 
da V. vinifera foi amplamente 
promovido na zona da bacia do
Tejo, com plantas trazidas da 
atual Síria, sendo atribuída a 
esta civilização, a introdução 
da vinha no nosso território.
História
• O cultivo da uva começou cerca de 6.000 a 8.000 anos atrás, 
no Oriente Médio.
• A levedura, um dos primeiros microrganismos conhecidos pelo homem, 
ocorre naturalmente nas suas cascas, levando a produção de bebidas 
alcoólicas, como o vinho. 
• Os primeiros vestígios de vinho tinto são vistos na Armênia antiga, onde foi 
encontrada a adega mais antiga do mundo, datando de cerca de 4.000 a.C.. 
• Por volta do Século IX, a cidade de Xiraz - Pérsia era conhecido por produzir um 
dos melhores vinhos do Oriente Médio. 
• Assim, tem sido proposto que o nome do vinho tinto de Syrah possui origens em Xiraz, 
onde a uva foi usada para fazer vinho Shirazi.
• Hieróglifos no Antigo Egito recordam o cultivo de uvas, e a história atesta também 
que povos antigos da Grécia, Fenícia e Roma também cultivavam uvas para a 
alimentação e produção de vinho. 
• Mais tarde, o cultivo de uvas se espalhou pela Europa, norte da África e, 
finalmente, América do Norte. 
• Uvas pertencentes ao gênero Vitis proliferaram naturalmente nas selvas da 
América do Norte, e foram parte da dieta de muitos nativos americanos, mas 
foram considerados pelos colonizadores europeus como impróprio para a produção 
de vinho.
Vinho
• Sua história tem grande importância, pois o seu surgimento em 
tempos remotos tornou-o um produto que acompanhou grande 
parte da evolução econômica e sociocultural de várias civilizações 
ocidentais e orientais.
• O vinho possui uma longínqua importância histórica e religiosa e 
remonta diversos períodos da humanidade. Cada cultura conta 
seu surgimento de uma forma diferente. 
• Os cristãos, embasados no Antigo Testamento, acreditam que foi Noé quem 
plantou um vinhedo e com ele produziu o primeiro vinho do mundo ("E 
começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha." Gênesis, capítulo 9, 
versículo 20). 
• Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses. 
• Hititas, babilônicas, sumérias, as histórias foram adaptadas de acordo com 
a tradição e crença do povo sob perspectiva.
Vinho
• Do ponto de vista histórico, sua origem precisa é impossível, pois 
o vinho nasceu antes da escrita. 
• Os enólogos dizem que a bebida surgiu por acaso, talvez por um 
punhado de uvas amassadas esquecidas num recipiente, que 
sofreram posteriormente os efeitos da fermentação. 
• Mas o cultivo das videiras para a produção do vinho só foi possível 
quando os nômades se tornaram sedentários. 
• Existem referências que indicam a Geórgia como o local onde 
provavelmente se produziu vinho pela primeira vez, sendo que foram 
encontradas neste local grainhas datadas entre 8000 a.c. e 5000 a.c.
Egito
• Os egípcios foram os primeiros a 
registrar em pinturas e documentos 
(datados de 3.000 a 1.000 a.C.) o 
processo da vinificação e o uso da 
bebida em celebrações: 
• Os faraós ofereciam vinhos e 
queimavam vinhedos aos deuses
• Os sacerdotes usavam-nos em rituais
• Os nobres, em festas de todos os tipos
• As outras classes eram financeiramente 
impossibilitadas de sua compra. 
Egito
• O consumo de vinho aumentou com o passar do 
tempo e, junto com o azeite de oliva, foi um grande 
impulso para o comércio egípcio, tanto o interno 
quanto externo. 
• Os primeiros enólogos foram egípcios.
• A partir de 2500 a.C., os vinhos egípcios foram 
exportados para 
a Europa Mediterrânea, África Central e reinos 
asiáticos. 
• Os responsáveis por essa propagação foram 
os fenícios, povo oriundo da Ásia Antiga e natos 
comerciantes marítimos. 
• Em 2 mil a.C., chegaram à Grécia.
Grécia
• Cultivado ao longo da costa do Mediterrâneo, o vinho seria 
cultural e economicamente vital para o desenvolvimento grego.
• No mundo mitológico, Dionísio, filho de Zeus e membro do 1º 
escalão do Olimpo, era o deus das belas artes, do teatro e do 
vinho. 
• A bebida tornou-se mais cultivada e 
cultuada do que jamais fora no Egito, 
sendo apreciada por todas as classes.
• A partir de 1.000 a.C., os gregos 
começam, a plantar videiras em 
outras regiões europeias. 
Grécia
• A bebida embriagou a Itália, Sicília, seguindo à
Península Ibérica. 
• Os gregos fundaram Marselha e comercializaram 
o vinho com os nativos, sendo este o primeiro 
contato entre a bebida e a futura França.
• Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela 
época era bastante incomum.
• Homero o descreveu delicado e suave, mas apesar do romantismo 
e das tradições festivas que a bebida evocou na época, o vinho 
da Antiguidade "era ingerido com água do mar e reduzido a um 
xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e 
dissolvido em água quente“.
Hugh Johnson, A História do Vinho
Roma
• Fundada em 753 a.C., era inicialmente uma 
vila de pastores e agricultores.
• A partir do século VI a.C., começou a se 
expandir e, já em 146 a.C., a península Itálica, 
o Mediterrâneo e a Grécia estavam anexados 
ao seu território.
• Os vinhedos eram cultivados em áreas 
interioranas e regiões conquistadas. 
• Os romanos levavam o vinho quase como uma 
“demarcação de território”, uma forma de 
impor seus costumes e sua cultura nas áreas 
que conquistavam. 
• Dessa forma, o vinho terminou virando a bebida 
dos legionários, dos gladiadores, 
das tabernas enfurnadas de soldados. 
Roma
• Junto com os romanos, os vinhedos chegaram à Grã-
Bretanha, à Germânia e, por fim, à Gália ― que mais 
tarde viria se chamar França.
• Roma não tardou em conquistar toda a região da Gália. 
Sob o comando do imperador Júlio César, enfrentaram 
os gauleses e, seguindo pelo vale do Rhône, chegaram 
até Bordeaux. 
• A disseminação das videiras pelas outras províncias 
gaulesas foi imediata, e pode ser considerada um dos 
mais importantes fatos na história do vinho. 
• Nos séculos seguintes, cidadescomo Borgonha e Tréveris surgiram como centros de 
exportação de vinhos, que inclusive eram superiores 
aos importados.
• A predileção da época era pelo vinho doce. 
• Os romanos colhiam as uvas o mais tardar possível, ou adotavam 
um antigo método, colhendo-as imaturas e deixando-as 
no Sol para secar e concentrar o açúcar.
Roma
• Diferente dos gregos, que armazenavam a bebida em ânforas, o processo 
romano de envelhecimento era moderno. 
• O vinho era guardado em barris de madeira, o que aprimorava o seu sabor (o mesmo 
ainda é feito no cultivo das videiras ao sul da Itália e de Portugal). 
• Ao lado do Império, o vinho atingiu o apogeu nos séculos I e II.
• Na mesma época, as hordas bárbaras que atacavam Roma aumentavam, e as 
guerras se tornaram incessantes, fazendo declinar o Império. 
• Sua divisão em duas partes, a Ocidental 
(sede em Roma) e Oriental (sede em 
Constantinopla) piorou o controle da 
situação políticoeconômica. 
• O vinho importado se tornou superior, 
diminuindo o lucro dos seus vinhedos 
tornando a vinicultura cara e fraca. 
• Em 476, o Império Romano Ocidental 
entrou em colapso. 
• Mas o vinho já não fazia parte de Roma.
• Era maior, assumira vida própria.
Idade Média
• Sucedendo a queda romana, uma grande crise abateu a Europa. 
• Províncias foram reduzidas a reinos de futuro impreciso que se relacionavam 
mal, causando grande instabilidade econômica. 
• A produção do vinho sofreu então um retrocesso neste continente. 
• Já não envelhecia mais em barris de boa madeira, o que implica o aumento 
do tempo de oxidação da bebida. 
• Como consequência, seu consumo tinha que ser imediato, perdendo a áurea 
de fineza dos vinhos antigos. 
• A vinicultura somente voltaria a ser 
beneficiada com o surgimento de um 
grande poder religioso: a Igreja Católica.
Idade Média
• Desde o século IV, quando o imperador 
romano Constantino converteu-se ao 
cristianismo, a Igreja fortaleceu-se como 
instituição. 
• Foi considerada a detentora da verdade e da 
sabedoria. 
• O simbolismo do vinho na liturgia católica não 
poderia ser maior: era o sangue de Cristo. 
• A Igreja começou a se estabelecer como proprietária de extensos 
vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da Europa. 
• Os mosteiros eram recantos de paz, onde o vinho era produzido para 
o sacramento da eucaristia e para o próprio sustento dos monges. 
• Importantes mosteiros franceses se localizavam em Borgonha 
e Champagne, regiões que foram e são “nascentes” de vinhos de 
qualidade. 
Idade Média
• A bebida também se sobressaiu no setor médico: 
• Acreditava-se que vinho aromatizado possuía propriedades curativas contra 
diversas doenças. 
• Com o aprimoramento das receitas, surgiram outros vinhos além 
do tinto, como os brancos, rosés e espumantes.
• Por volta do século XIII, as
cruzadas católicas livraram o 
Mar Mediterrâneo do monopólio 
árabe, possibilitando a 
exportação do vinho pelas vias 
marítimas.
Idade Moderna
• Com as grandes navegações, o continente americano recebeu os 
vinhedos durante o período de colonização espanhola.
• Cristóvão Colombo trouxe uvas às Antilhas em 1493, e após a 
adaptação às terras tropicais, as videiras foram exportadas para 
o México, os Estados Unidos e as colônias espanholas na América 
do Sul.
Idade Contemporânea
• Já com a Revolução Industrial, 
no século XVIII, o vinho perdeu 
muito em qualidade, porque passou 
a ser fabricado com técnicas bem 
menos rústicas, para possibilitar sua 
produção em massa e venda barata. 
• Embora as antigas tradições 
tentassem ser preservadas em 
regiões interioranas francesas, 
italianas e alemãs, a produção 
vinícola sofreu modificações 
irremediáveis para adaptar-se ao 
mundo industrializado.
Idade Contemporânea
• No século XX, a vitivinicultura evoluiu muito, acompanhando os 
avanços da tecnologia e da genética. 
• O cruzamento genético das cepas das uvas, a formação 
de leveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram 
substancialmente a qualidade e o sabor do vinho, feito sob 
medida para agradar os mais diversos paladares.
Portugal
• A introdução da produção vinícola em Portugal continua encoberta por 
questões ainda não resolvidas em termos de investigação. 
• A primeira referência existente ao consumo de esta bebida fermentada no território em 
que hoje está localizado Portugal é de Estrabão, que em sua obra, Geographia, observa 
que os habitantes do Noroeste da Península Ibérica já consumiam vinho, embora de 
forma bárbara (Livro III).
• A primeira referência à produção vinícola em Portugal é de 989, provindo do 
Livro de Datas do Convento de Fiães, sendo a zona do Douro a mais 
antiga região demarcada no mundo.
• A história do vinho em Portugal vai para além da fundação da nacionalidade. 
• Considera-se que a primeira vinha foi plantada na Península Ibérica (no vale do Tejo e no 
vale do Sado) cerca de 2000 a.C., pelos Tartessos. 
• Mais tarde, os Fenícios introduziram novas castas e tomaram conta do comércio do vinho. 
• No século VII a.C. os gregos instalaram-se na Península Ibérica, e também deram o seu 
contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, alcançando grandes progressos na 
forma de cultivar e produzir vinho. 
• Mais tarde, com a presença dos Romanos no século II a.C., o vinho tornou-se um símbolo 
cultural, sendo um dos ícones do poder e riqueza no Império Romano.
Portugal
• Com a fundação de Portugal, o vinho manteve a sua importância, enquanto 
produto base na alimentação diária e enquanto símbolo da cultura de um 
povo, sendo logo nesse tempo o produto mais exportado por Portugal. 
• Assim continuou ate à altura dos descobrimentos, pois as caravelas levavam sempre vinho, 
levando-o desta forma a locais distantes. 
• A vinha e o vinho foram introduzidos em diversos sítios do mundo através do Império 
Português.
• Um momento chave para um incremento nunca visto no comércio e 
posteriormente na produção do vinho, foi a assinatura do Tratado de 
Methuen em 1703. 
• Com a sua assinatura, o comércio entre Portugal e Inglaterra ficou facilitado, ao abrigo de 
condições especiais para a entrada do vinho Português em Inglaterra.
• Fruto deste aprofundamento comercial, em 1756 o Vinho do Porto já era tão famoso e 
importante no comércio entre os dois países, que foi criada a primeira região demarcada 
do mundo, a região Alto Douro. 
• Os vinhos portugueses sempre se caracterizaram por uma grande variedade de uvas 
regionais, o que dá um sabor especial ao produto de cada região.
• Durante o governo de Salazar, foi incentivado o cultivo de uvas mais 
comerciais, sendo que, após a Revolução dos Cravos (1974) se voltou a 
incentivar o cultivo das variedades regionais.
Brasil
• A história do vinho aqui inicia-se com o descobrimento, em 1500, pelo 
navegador português Pedro Álvares Cabral. 
• Relatos indicam que as treze caravelas que partiram de Portugal carregavam pelo menos 
65 mil litros de vinho, para consumo dos marinheiros.
• As primeiras videiras foram introduzidas no Brasil por Martim Afonso de 
Sousa, em 1532, na capitania de São Vicente. 
• As cultivares, que posteriormente se espalhariam por outras regiões do Brasil, eram da 
qualidade Vitis vinifera (ou seja, adequadas para a produção de vinho), oriundas de 
Portugal e da Espanha.
• No mesmo ano, o fundador da cidade de Santos, Brás Cubas, foi o primeiro a 
tentar cultivar videiras de forma mais ordenada. 
• No entanto, da mesma forma que a tentativa precedente, não obteve muito êxito. Em 
parte, o insucesso da produção de vinhos deu-se pelo protecionismo comercial exercido 
por Portugal, tendo a corte inclusive proibido o cultivo de uvas, em 1789.
• No Rio Grande do Sul, as primeiras videiras foram introduzidas pelos 
padres jesuítas aindaem 1626, posto que necessitavam do vinho para os 
rituais da missa católica. 
• A introdução de outras cultivares europeias no RS se deu com a chegada dos imigrantes 
alemães, que obtiveram bons resultados.
Brasil
Brasil
• As videiras americanas, especialmente das espécies V. labrusca e V. 
bourquina (variedades Isabel, Concord e outras) foram importadas 
em 1840 pelo comerciante Thomas Master, que as plantou na Ilha dos 
Marinheiros. 
• Estas uvas serviam basicamente para o consumo in natura, na forma da fruta fresca 
ou passas, mas se adaptaram tão bem ao clima local que logo começaram a ser 
utilizadas para a produção de vinho.
• A viniviticultura gaúcha teve um grande impulso a partir de 1875, com a 
chegada de imigrantes italianos, que aportaram com videiras trazidas 
principalmente da região do Vêneto - e uma forte cultura de produção e 
consumo de vinhos. 
• Apesar do sucesso inicial, as videiras finas não se adaptaram ao clima úmido tropical 
e foram dizimadas por doenças fúngicas. 
• Porém, com a adoção da variedade Isabel, então cultivada pelos colonos alemães 
no Vale do Rio dos Sinos e no Vale do Caí, deu-se continuidade à produção de vinhos 
que, embora de qualidade duvidosa, espalhou-se para outras regiões do país, 
tornando-se base do desenvolvimento da vitivinicultura no Rio Grande do Sul e em 
São Paulo.
Brasil
Brasil
• Mas foi somente a partir da década de 1990 que vinhos de maior 
qualidade passaram a ser produzidos, com crescente 
profissionalização e a adaptação de uvas finas (V. vinifera) ao clima 
peculiar da Serra Gaúcha. 
• A região produz hoje vinhos de qualidade bastante satisfatória e crescente.
• Outra região que está a crescer e a firmar-se como produtora de 
vinhos é o Vale do São Francisco, situado nos estados 
de Pernambuco e Bahia. 
• Como em todas as regiões, a viticultura é fundamental desempenhando aqui 
um fator primordial pois devido às características climáticas, esta região é a 
única do mundo a produzir vinhos de qualidade oriundos de duas colheitas por 
ano.
Brasil
• Destaca-se no Brasil a produção de espumantes, que se 
beneficiam de um clima bastante favorável. 
• Os espumantes brasileiros são hoje classificados como vinhos de boa 
qualidade, mas ainda carentes de distribuição mundial e reconhecimento.
• O consumo vinho no Brasil ainda é muito pequeno e restrito apesar 
do forte impulso que o mercado recebeu nos últimos 30 anos. 
• O hábito de beber vinho, sempre presente nas mesas mais abastadas e 
também dos imigrantes europeus, chegou ao brasileiro médio com o início 
da importação de vinhos europeus entre os anos 70 e 80 dos famosos 
rieslings de garrafa azul, de baixo custo e péssima qualidade, mas que caiu 
no gosto popular. 
• O tempo e a apuração do paladar fez com que o brasileiro 
passasse a exigir produtos melhores provocando a importação de 
novos rótulos e maiores cuidados com a produção nacional levando 
o vinho, de fato, a fazer parte da mesa brasileira.
Brasil
Estados Unidos
• Em 1976, um "julgamento" acontecido em Paris representou uma 
quebra de paradigma no mapa enólogo do globo terrestre. 
• No "Julgamento de Paris", uma degustação às cegas dos vinhos Norte 
Americanos, tintos e brancos californianos e dos famosos vinhos franceses 
resultou na vitória inusitada dos vinhos do Novo Mundo. 
• O julgamento tornou-se um marco na história do vinho, e aconteceu no 
dia 24 de maio de 1976.
• Em 2006, na mesma data, trinta anos depois, o mesmo evento foi 
repetido em Napa Valley e Londres, às cegas, e novamente 
mostrou que vinhos de boa qualidade também podem ser 
encontrados fora do Velho Mundo. 
• Neste ano, em degustação idêntica e com participação dos mesmos 12 
representantes americanos e 8 representantes franceses, os vinhos 
envelhecidos durante os 30 anos que passaram, dos EUA novamente 
levaram vantagens sobre Bordeaux e Borgonha.
Estados Unidos
Pesquisa da História
• Séculos X a XII 
• RENASCIMENTO DO VINHO GRAÇAS A UNIÃO DOS LORDES FEUDAIS COM A 
IGREJA 
• OS CISTERCIANOS 
• O CONCEITO DE TERROIR 
• Séculos XIII a XIV 
• FORTALECIMENTO DAS ROTAS DE VINHO: 
• BORDEAUX PARA O NORTE DA EUROPA 
• COLÔNIA , SENDO PARTE FLUVIAL E PARTE MARÍTIMA PARA O CENTRO DA 
EUROPA 
• ROTAS MENORES PARA ITALIA, ESPANHA 
• MUITAS GUERRAS E PRAGAS 
Pesquisa da História
• Séculos XV a XVI 
• VALORIZAÇÃO DOS MAIS IMPORTANTES TERROIRS E VINHEDOS 
• CLOS VOUGEOT (1120) CONSTROI SEU CHATEAU EM 1550 
• IDENTIFICAÇÃO DE GRAND CRUS PELO NOME: ROMANEE-CONTI, CLOS DE 
BEZE, CLOS DE TART 
• Séculos XVII a XVIII 
• PERIODO DE GRANDE EXPANSÃO DO CULTIVO DA VIDEIRA 
• MERCADO DO VINHO-> GRANDE LUCRATIVIDADE 
• PLANTAÇÕES EM MASSA DE VIDEIRAS 
• REVOLUCÃO FRANCESA 
Pesquisa da História
• SÉCULO XIX 
• MELHORES CONDIÇÕES DE VITICULTURA 
• 1866 - PASTEUR EXPLICA A FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA 
• 1870 - O DESASTRE DA PHYLLOXERA 
• SÉCULO XX 
• A NOVA VITIVINICULTURA 
• SURGIMENTO DAS AOC 
• SURGIMENTO DOS VINHOS DO “NOVO MUNDO” 
• A GLOBALIZAÇÃO DO VINHO 
Referências Básicas
Atlas Mundial do Vinho
Hugh Johnson e Jancis Robinson
O Grande Livro do Vinho
Diversos Autores
Referências Complementares
O Guia Essencial do Vinho: Wine Folly
Madeline Puckete e Justin Hammack
Comida e Vinho: Harmonização Essencial
José Ivan Santos e José Maria Santana
“Enólogo é quem diante do vinho 
toma decisões, e enófilo é quem 
diante de decisões toma vinho”.
LUIS GROOF

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