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A História do Vinho Enofilia e Práticas de Sommelier Profº Me. Wallace Batista Definições • Sommelier • Escanção em português • Especialista que aconselha os clientes na escolha dos vinhos e outros itens, garantindo seu serviço correto e que dependendo de sua responsabilidade e experiência compra, gerencia e promove as vendas de tais produtos • Aquele que sabe transformar qualquer ocasião à mesa em um acontecimento inesquecível. Giuseppe Vaccarini • Somme/Sommier --> Em provençal Saumalier Definições • Sommelier • Responsável pelos animais de carga que transportavam comida e vinho; responsável pelas provisões (bebidas e alimentos) dos nobres. • Provisões = saume ou somme (estoque) • 1º Sommelier de Corps Roi - Jacques Mercade 1378) • Com o tempo estendeu-se o termo ao criado que arrumava a mesa e servia o vinho (echanson) • Profissão como é conhecida hoje origina-se do surgimento dos grandes restaurantes e hotéis (séc. XIX) Sommelier • Origem - Vinho como bebida divina • Quem servia o vinho era quase um sacerdote diferenciado de quem servia comida AURA MÍSTICA FIGURA MISTERIOSA • Participação ativa na organização, motivação e treinamento da equipe --> LIDERANÇA • METAS • Satisfação do cliente • Preservar valores e nome da empresa Sommelier • Atualmente: Mantem-se como base o serviço do vinho + Conhecimentos mais amplos e profundos • Funções: • Gerenciar compra e venda de vinho, propondo estratégias adequadas para otimizar resultados • Promover os vinhos • Harmonizar vinho e comida • Compreender necessidades e estilos dos clientes • Criar e administrar uma carta de vinhos • Auxiliar o cliente a apurar sua sensibilidade, contribuindo para melhorar seu estilo de vida Enófilo x Sommelier x Enólogo • Enólogo: • É um misto de agrônomo e químico, formado em enologia, e que geralmente trabalha nas vinícolas. • É ele quem faz o vinho. • Conhece as técnicas para transformar a uva em vinho. • Sommelier: • Tem uma série de atribuições e conhecimentos, mas não faz vinho. • No geral ele trabalha no restaurante é o especialista em servir o vinho. • É ele que vai ajudar você a escolher o melhor vinho para acompanhar seu prato. • Enófilo: • É todo mundo que gosta de vinho. • Se interessa em conhecer um pouco sua origem. Definições • Viticultura: • É a ciência que estuda a produção da uva, que poderá ser destinada para o consumo in natura, para a produção de suco, para a vinificação ou para a produção de uva passa. • Vitivinicultura: • Quando a produção de uva é destinada exclusivamente à preparação de vinhos. • Vinificação: • Conjunto de operações técnicas que garantem a transformação de uvas em vinho; fabrico de vinho. Processo de tratar o vinho. Varietal x Corte • Um vinho varietal, ou monovarietal, é aquele produzido com uma única variedade de uva, ou com uma alta predominância de determinada uva. • Um vinho Merlot é produzido basicamente (ou exclusivamente) de uvas merlot. • Um vinho de corte, também chamado blend ou assemblage, é um vinho produzido a partir de diferentes cepas, ou variedades de uvas. • Um vinho de corte pode ser elaborado a partir de somente duas uvas diferentes, ou quem sabe com 13 a 14, como algumas versões do Châteauneuf-du-Pape. Varietal • VINHO CONSTITUIDO POR UMA UVA DOMINANTE. • ORIGEM - AMERINE (USA) -1950 • OBJETIVO- VALORIZAR CEPAS NOBRES CONTRA UVAS NÃO VINIFERAS • INICIO - 51 % • EUA • Lei Federal EUA(ATF) : 75% • Leis Estaduais - Oregon : 95% • Austrália, África Sul e Nova Zelândia : 75% • UE • 85 % mínimo variedade declarada • Alsácia • 100% variedade declarada • Brasil • 75 % mínimo variedade declarada Vinhos de Corte • Finalidade: • Diminuir sua vulnerabilidade • Prevenir variações ano após ano • Fazer vinhos mais reprodutíveis e consistentes • Maior complexidade • Melhor balanço • Maior atratividade • Fazer vinhos mais baratos • Fazer vinhos “novos” • Tipos de corte • Varias variedades • Vários Vinhedos • Várias Safras • Vinificações diferentes • Vinhos de barricas ou tanques diferentes Vinhos de Corte • Melhorar o balanço • Amaciar o vinho CS com Merlot • Alterar personalidade • Determinar o estilo de uma casa • Champagne • Modelos de Assemblage • Bordeaux: 5 uvas no mesmo vinhedo • Chianti: + de 6 uvas • Chateauneuf du Pape: 13 uvas Origem da Videira • A videira, vinha ou parreira é uma trepadeira da família das vitáceas, possui: • Tronco retorcido, • Ramos flexíveis • Folhas grandes e repartidas em cinco lóbulos pontiagudos, • Flores esverdeadas em ramos • Fruto (uva) Origem da Videira • É uma planta de cultura perene e ciclo anual, sendo conhecida e difundida pelo seu fruto, a uva. • Sua origem perde-se no tempos, consta até que precede a própria humanidade. • Data da Era Mesozoica (150 milhões de anos atrás), com seu aparecimento da família Vitacea. • Presume-se há 60 milhões de anos crescia de forma frondosa e em larga escala competindo com outras plantas. Origem da Videira • PERÍODO TERCEÁRIO (60 milhões de anos atrás), o continente Norte Atlântico se divide em: • América: Seleção natural e desenvolvimento do gênero Vitis genus: • V. labrusca (bagos grandes, comestíveis e resistência natural aos parasitas) • V. riparia • V. rupestris • Europa: Desenvolvimento da Vitis vinifera (bagos pequenos e crescimento em ambientes livres de parasitas) V. Labrusca x V. vinifera V. vinifera • Também conhecidas como as videiras europeias, foram as primeiras a serem cultivadas e vinificadas no mundo, sendo que os vestígios mais antigos datam de 3.500 a.C. na região do Cáucaso. • As espécies europeias produzem as denominadas uvas finas, que por sua vez dão origem aos vinhos finos e espumantes. Fazem parte desta espécie as variedades: • Tintas: • Cabernet Sauvignon • Merlot • Tannat • Pinot Noir • Brancas: • Chardonnay • Riesling • Moscato Giallo • Sauvignon Blanc V. vinifera • Cabernet Sauvignon • Merlot • Tannat • Pinot Noir • Chardonnay • Riesling • Moscato Giallo • Sauvignon Blanc V. labrusca • De origem americana, engloba as variedades utilizadas na elaboração do vinho de mesa e suco de uva. • As principais variedades usadas são: • Bordô • Isabel • Niágara • A principal característica desta espécie é o sabor silvestre das uvas, que se mantém nos vinhos e sucos, os quais criaram a identidade única no Brasil perante o restante do mundo. Uvas • As uvas crescem em cachos de 15 a 300 frutos, e podem ser vermelhas, pretas, azul-escuras, amarelas, verdes, laranjas e rosas. • "Uvas brancas" são naturalmente de cor verde, e são evolutivamente derivados da uva roxa. • Mutações em dois genes reguladores de uvas brancas desativam a produção de antocianinas, que são responsáveis pela cor púrpura das uvas. • As antocianinas e outros polifenóis são responsáveis pelo vários tons, que variam de roxo a vermelho. Produção Mundial de Uvas Significado Religioso • Na Bíblia, as uvas são mencionadas pela primeira vez quando Noé cultiva-as em sua fazenda. Gênesis 9:20-21 • Referências sobre o vinho são feitas no livro de: • Provérbios (20:1) • Isaías (5:1-25) • Deuteronômio (18:3-5, 14:22-27, 16:13-15) relata o uso do vinho durante festas judaicas. • Uvas também foram significativas para gregos e romanos, e seu deus da agricultura, Dionísio, estava ligado às uvas e do vinho, sendo frequentemente retratado com folhas de uva em sua cabeça. • Asuvas são especialmente simbólicas para os cristãos, que desde o início da Igreja faz o uso do vinho na celebração da Eucaristia. • Pontos de vista sobre o significado do vinho variam entre denominações. Na arte cristã, muitas vezes as uvas representam o sangue de Cristo. História • A videira instalou-se em definitivo após a última glaciação que foi mais moderada (tendo como base a análise de fósseis), nas margens do Mediterrâneo de onde partiu para zonas de condição climatérica mais favorável. E isto há 10.000 anos, período considerável como determinante para o ponto de viragem histórico do homem. Histórico • Nesta fase, o Homem passou de uma vida nômade a outra mais sedentária, fixando-se em terrenos vocacionados para práticas agrícolas e pecuárias, recorrendo ao fabrico de utensílios e ferramentas. Histórico • A videira, passou a ser um elemento essencial de cultura e parte integrante das principais civilizações que começaram a surgir a partir da região da Mesopotâmia, nomeadamente a Civilização Suméria, associando a agricultura à atividade comercial, principalmente o vinho que era transportado em vasilhas de argila, devidamente identificadas com sinais gráficos gravados em cunha. Histórico • O vinho era consumido em grande escala, especialmente em épocas festivas, sendo, inclusive, símbolo de prosperidade. • Com base no Código de Hamurabi, dos mais conhecidos reis da Babilónia, os habitantes desta região eram verdadeiros apreciadores de vinho, estando até regulamentada punição para práticas de fraude. Histórico • No entanto, quem mais contribuiu para a difusão da plantação da vinha são os Fenícios! • Navegadores por excelência, levaram consigo pés de videira para zonas tão distantes como as Ilhas Britânicas. • No caso de Portugal, o cultivo da V. vinifera foi amplamente promovido na zona da bacia do Tejo, com plantas trazidas da atual Síria, sendo atribuída a esta civilização, a introdução da vinha no nosso território. História • O cultivo da uva começou cerca de 6.000 a 8.000 anos atrás, no Oriente Médio. • A levedura, um dos primeiros microrganismos conhecidos pelo homem, ocorre naturalmente nas suas cascas, levando a produção de bebidas alcoólicas, como o vinho. • Os primeiros vestígios de vinho tinto são vistos na Armênia antiga, onde foi encontrada a adega mais antiga do mundo, datando de cerca de 4.000 a.C.. • Por volta do Século IX, a cidade de Xiraz - Pérsia era conhecido por produzir um dos melhores vinhos do Oriente Médio. • Assim, tem sido proposto que o nome do vinho tinto de Syrah possui origens em Xiraz, onde a uva foi usada para fazer vinho Shirazi. • Hieróglifos no Antigo Egito recordam o cultivo de uvas, e a história atesta também que povos antigos da Grécia, Fenícia e Roma também cultivavam uvas para a alimentação e produção de vinho. • Mais tarde, o cultivo de uvas se espalhou pela Europa, norte da África e, finalmente, América do Norte. • Uvas pertencentes ao gênero Vitis proliferaram naturalmente nas selvas da América do Norte, e foram parte da dieta de muitos nativos americanos, mas foram considerados pelos colonizadores europeus como impróprio para a produção de vinho. Vinho • Sua história tem grande importância, pois o seu surgimento em tempos remotos tornou-o um produto que acompanhou grande parte da evolução econômica e sociocultural de várias civilizações ocidentais e orientais. • O vinho possui uma longínqua importância histórica e religiosa e remonta diversos períodos da humanidade. Cada cultura conta seu surgimento de uma forma diferente. • Os cristãos, embasados no Antigo Testamento, acreditam que foi Noé quem plantou um vinhedo e com ele produziu o primeiro vinho do mundo ("E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha." Gênesis, capítulo 9, versículo 20). • Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses. • Hititas, babilônicas, sumérias, as histórias foram adaptadas de acordo com a tradição e crença do povo sob perspectiva. Vinho • Do ponto de vista histórico, sua origem precisa é impossível, pois o vinho nasceu antes da escrita. • Os enólogos dizem que a bebida surgiu por acaso, talvez por um punhado de uvas amassadas esquecidas num recipiente, que sofreram posteriormente os efeitos da fermentação. • Mas o cultivo das videiras para a produção do vinho só foi possível quando os nômades se tornaram sedentários. • Existem referências que indicam a Geórgia como o local onde provavelmente se produziu vinho pela primeira vez, sendo que foram encontradas neste local grainhas datadas entre 8000 a.c. e 5000 a.c. Egito • Os egípcios foram os primeiros a registrar em pinturas e documentos (datados de 3.000 a 1.000 a.C.) o processo da vinificação e o uso da bebida em celebrações: • Os faraós ofereciam vinhos e queimavam vinhedos aos deuses • Os sacerdotes usavam-nos em rituais • Os nobres, em festas de todos os tipos • As outras classes eram financeiramente impossibilitadas de sua compra. Egito • O consumo de vinho aumentou com o passar do tempo e, junto com o azeite de oliva, foi um grande impulso para o comércio egípcio, tanto o interno quanto externo. • Os primeiros enólogos foram egípcios. • A partir de 2500 a.C., os vinhos egípcios foram exportados para a Europa Mediterrânea, África Central e reinos asiáticos. • Os responsáveis por essa propagação foram os fenícios, povo oriundo da Ásia Antiga e natos comerciantes marítimos. • Em 2 mil a.C., chegaram à Grécia. Grécia • Cultivado ao longo da costa do Mediterrâneo, o vinho seria cultural e economicamente vital para o desenvolvimento grego. • No mundo mitológico, Dionísio, filho de Zeus e membro do 1º escalão do Olimpo, era o deus das belas artes, do teatro e do vinho. • A bebida tornou-se mais cultivada e cultuada do que jamais fora no Egito, sendo apreciada por todas as classes. • A partir de 1.000 a.C., os gregos começam, a plantar videiras em outras regiões europeias. Grécia • A bebida embriagou a Itália, Sicília, seguindo à Península Ibérica. • Os gregos fundaram Marselha e comercializaram o vinho com os nativos, sendo este o primeiro contato entre a bebida e a futura França. • Para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era bastante incomum. • Homero o descreveu delicado e suave, mas apesar do romantismo e das tradições festivas que a bebida evocou na época, o vinho da Antiguidade "era ingerido com água do mar e reduzido a um xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e dissolvido em água quente“. Hugh Johnson, A História do Vinho Roma • Fundada em 753 a.C., era inicialmente uma vila de pastores e agricultores. • A partir do século VI a.C., começou a se expandir e, já em 146 a.C., a península Itálica, o Mediterrâneo e a Grécia estavam anexados ao seu território. • Os vinhedos eram cultivados em áreas interioranas e regiões conquistadas. • Os romanos levavam o vinho quase como uma “demarcação de território”, uma forma de impor seus costumes e sua cultura nas áreas que conquistavam. • Dessa forma, o vinho terminou virando a bebida dos legionários, dos gladiadores, das tabernas enfurnadas de soldados. Roma • Junto com os romanos, os vinhedos chegaram à Grã- Bretanha, à Germânia e, por fim, à Gália ― que mais tarde viria se chamar França. • Roma não tardou em conquistar toda a região da Gália. Sob o comando do imperador Júlio César, enfrentaram os gauleses e, seguindo pelo vale do Rhône, chegaram até Bordeaux. • A disseminação das videiras pelas outras províncias gaulesas foi imediata, e pode ser considerada um dos mais importantes fatos na história do vinho. • Nos séculos seguintes, cidadescomo Borgonha e Tréveris surgiram como centros de exportação de vinhos, que inclusive eram superiores aos importados. • A predileção da época era pelo vinho doce. • Os romanos colhiam as uvas o mais tardar possível, ou adotavam um antigo método, colhendo-as imaturas e deixando-as no Sol para secar e concentrar o açúcar. Roma • Diferente dos gregos, que armazenavam a bebida em ânforas, o processo romano de envelhecimento era moderno. • O vinho era guardado em barris de madeira, o que aprimorava o seu sabor (o mesmo ainda é feito no cultivo das videiras ao sul da Itália e de Portugal). • Ao lado do Império, o vinho atingiu o apogeu nos séculos I e II. • Na mesma época, as hordas bárbaras que atacavam Roma aumentavam, e as guerras se tornaram incessantes, fazendo declinar o Império. • Sua divisão em duas partes, a Ocidental (sede em Roma) e Oriental (sede em Constantinopla) piorou o controle da situação políticoeconômica. • O vinho importado se tornou superior, diminuindo o lucro dos seus vinhedos tornando a vinicultura cara e fraca. • Em 476, o Império Romano Ocidental entrou em colapso. • Mas o vinho já não fazia parte de Roma. • Era maior, assumira vida própria. Idade Média • Sucedendo a queda romana, uma grande crise abateu a Europa. • Províncias foram reduzidas a reinos de futuro impreciso que se relacionavam mal, causando grande instabilidade econômica. • A produção do vinho sofreu então um retrocesso neste continente. • Já não envelhecia mais em barris de boa madeira, o que implica o aumento do tempo de oxidação da bebida. • Como consequência, seu consumo tinha que ser imediato, perdendo a áurea de fineza dos vinhos antigos. • A vinicultura somente voltaria a ser beneficiada com o surgimento de um grande poder religioso: a Igreja Católica. Idade Média • Desde o século IV, quando o imperador romano Constantino converteu-se ao cristianismo, a Igreja fortaleceu-se como instituição. • Foi considerada a detentora da verdade e da sabedoria. • O simbolismo do vinho na liturgia católica não poderia ser maior: era o sangue de Cristo. • A Igreja começou a se estabelecer como proprietária de extensos vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da Europa. • Os mosteiros eram recantos de paz, onde o vinho era produzido para o sacramento da eucaristia e para o próprio sustento dos monges. • Importantes mosteiros franceses se localizavam em Borgonha e Champagne, regiões que foram e são “nascentes” de vinhos de qualidade. Idade Média • A bebida também se sobressaiu no setor médico: • Acreditava-se que vinho aromatizado possuía propriedades curativas contra diversas doenças. • Com o aprimoramento das receitas, surgiram outros vinhos além do tinto, como os brancos, rosés e espumantes. • Por volta do século XIII, as cruzadas católicas livraram o Mar Mediterrâneo do monopólio árabe, possibilitando a exportação do vinho pelas vias marítimas. Idade Moderna • Com as grandes navegações, o continente americano recebeu os vinhedos durante o período de colonização espanhola. • Cristóvão Colombo trouxe uvas às Antilhas em 1493, e após a adaptação às terras tropicais, as videiras foram exportadas para o México, os Estados Unidos e as colônias espanholas na América do Sul. Idade Contemporânea • Já com a Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho perdeu muito em qualidade, porque passou a ser fabricado com técnicas bem menos rústicas, para possibilitar sua produção em massa e venda barata. • Embora as antigas tradições tentassem ser preservadas em regiões interioranas francesas, italianas e alemãs, a produção vinícola sofreu modificações irremediáveis para adaptar-se ao mundo industrializado. Idade Contemporânea • No século XX, a vitivinicultura evoluiu muito, acompanhando os avanços da tecnologia e da genética. • O cruzamento genético das cepas das uvas, a formação de leveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram substancialmente a qualidade e o sabor do vinho, feito sob medida para agradar os mais diversos paladares. Portugal • A introdução da produção vinícola em Portugal continua encoberta por questões ainda não resolvidas em termos de investigação. • A primeira referência existente ao consumo de esta bebida fermentada no território em que hoje está localizado Portugal é de Estrabão, que em sua obra, Geographia, observa que os habitantes do Noroeste da Península Ibérica já consumiam vinho, embora de forma bárbara (Livro III). • A primeira referência à produção vinícola em Portugal é de 989, provindo do Livro de Datas do Convento de Fiães, sendo a zona do Douro a mais antiga região demarcada no mundo. • A história do vinho em Portugal vai para além da fundação da nacionalidade. • Considera-se que a primeira vinha foi plantada na Península Ibérica (no vale do Tejo e no vale do Sado) cerca de 2000 a.C., pelos Tartessos. • Mais tarde, os Fenícios introduziram novas castas e tomaram conta do comércio do vinho. • No século VII a.C. os gregos instalaram-se na Península Ibérica, e também deram o seu contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, alcançando grandes progressos na forma de cultivar e produzir vinho. • Mais tarde, com a presença dos Romanos no século II a.C., o vinho tornou-se um símbolo cultural, sendo um dos ícones do poder e riqueza no Império Romano. Portugal • Com a fundação de Portugal, o vinho manteve a sua importância, enquanto produto base na alimentação diária e enquanto símbolo da cultura de um povo, sendo logo nesse tempo o produto mais exportado por Portugal. • Assim continuou ate à altura dos descobrimentos, pois as caravelas levavam sempre vinho, levando-o desta forma a locais distantes. • A vinha e o vinho foram introduzidos em diversos sítios do mundo através do Império Português. • Um momento chave para um incremento nunca visto no comércio e posteriormente na produção do vinho, foi a assinatura do Tratado de Methuen em 1703. • Com a sua assinatura, o comércio entre Portugal e Inglaterra ficou facilitado, ao abrigo de condições especiais para a entrada do vinho Português em Inglaterra. • Fruto deste aprofundamento comercial, em 1756 o Vinho do Porto já era tão famoso e importante no comércio entre os dois países, que foi criada a primeira região demarcada do mundo, a região Alto Douro. • Os vinhos portugueses sempre se caracterizaram por uma grande variedade de uvas regionais, o que dá um sabor especial ao produto de cada região. • Durante o governo de Salazar, foi incentivado o cultivo de uvas mais comerciais, sendo que, após a Revolução dos Cravos (1974) se voltou a incentivar o cultivo das variedades regionais. Brasil • A história do vinho aqui inicia-se com o descobrimento, em 1500, pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. • Relatos indicam que as treze caravelas que partiram de Portugal carregavam pelo menos 65 mil litros de vinho, para consumo dos marinheiros. • As primeiras videiras foram introduzidas no Brasil por Martim Afonso de Sousa, em 1532, na capitania de São Vicente. • As cultivares, que posteriormente se espalhariam por outras regiões do Brasil, eram da qualidade Vitis vinifera (ou seja, adequadas para a produção de vinho), oriundas de Portugal e da Espanha. • No mesmo ano, o fundador da cidade de Santos, Brás Cubas, foi o primeiro a tentar cultivar videiras de forma mais ordenada. • No entanto, da mesma forma que a tentativa precedente, não obteve muito êxito. Em parte, o insucesso da produção de vinhos deu-se pelo protecionismo comercial exercido por Portugal, tendo a corte inclusive proibido o cultivo de uvas, em 1789. • No Rio Grande do Sul, as primeiras videiras foram introduzidas pelos padres jesuítas aindaem 1626, posto que necessitavam do vinho para os rituais da missa católica. • A introdução de outras cultivares europeias no RS se deu com a chegada dos imigrantes alemães, que obtiveram bons resultados. Brasil Brasil • As videiras americanas, especialmente das espécies V. labrusca e V. bourquina (variedades Isabel, Concord e outras) foram importadas em 1840 pelo comerciante Thomas Master, que as plantou na Ilha dos Marinheiros. • Estas uvas serviam basicamente para o consumo in natura, na forma da fruta fresca ou passas, mas se adaptaram tão bem ao clima local que logo começaram a ser utilizadas para a produção de vinho. • A viniviticultura gaúcha teve um grande impulso a partir de 1875, com a chegada de imigrantes italianos, que aportaram com videiras trazidas principalmente da região do Vêneto - e uma forte cultura de produção e consumo de vinhos. • Apesar do sucesso inicial, as videiras finas não se adaptaram ao clima úmido tropical e foram dizimadas por doenças fúngicas. • Porém, com a adoção da variedade Isabel, então cultivada pelos colonos alemães no Vale do Rio dos Sinos e no Vale do Caí, deu-se continuidade à produção de vinhos que, embora de qualidade duvidosa, espalhou-se para outras regiões do país, tornando-se base do desenvolvimento da vitivinicultura no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Brasil Brasil • Mas foi somente a partir da década de 1990 que vinhos de maior qualidade passaram a ser produzidos, com crescente profissionalização e a adaptação de uvas finas (V. vinifera) ao clima peculiar da Serra Gaúcha. • A região produz hoje vinhos de qualidade bastante satisfatória e crescente. • Outra região que está a crescer e a firmar-se como produtora de vinhos é o Vale do São Francisco, situado nos estados de Pernambuco e Bahia. • Como em todas as regiões, a viticultura é fundamental desempenhando aqui um fator primordial pois devido às características climáticas, esta região é a única do mundo a produzir vinhos de qualidade oriundos de duas colheitas por ano. Brasil • Destaca-se no Brasil a produção de espumantes, que se beneficiam de um clima bastante favorável. • Os espumantes brasileiros são hoje classificados como vinhos de boa qualidade, mas ainda carentes de distribuição mundial e reconhecimento. • O consumo vinho no Brasil ainda é muito pequeno e restrito apesar do forte impulso que o mercado recebeu nos últimos 30 anos. • O hábito de beber vinho, sempre presente nas mesas mais abastadas e também dos imigrantes europeus, chegou ao brasileiro médio com o início da importação de vinhos europeus entre os anos 70 e 80 dos famosos rieslings de garrafa azul, de baixo custo e péssima qualidade, mas que caiu no gosto popular. • O tempo e a apuração do paladar fez com que o brasileiro passasse a exigir produtos melhores provocando a importação de novos rótulos e maiores cuidados com a produção nacional levando o vinho, de fato, a fazer parte da mesa brasileira. Brasil Estados Unidos • Em 1976, um "julgamento" acontecido em Paris representou uma quebra de paradigma no mapa enólogo do globo terrestre. • No "Julgamento de Paris", uma degustação às cegas dos vinhos Norte Americanos, tintos e brancos californianos e dos famosos vinhos franceses resultou na vitória inusitada dos vinhos do Novo Mundo. • O julgamento tornou-se um marco na história do vinho, e aconteceu no dia 24 de maio de 1976. • Em 2006, na mesma data, trinta anos depois, o mesmo evento foi repetido em Napa Valley e Londres, às cegas, e novamente mostrou que vinhos de boa qualidade também podem ser encontrados fora do Velho Mundo. • Neste ano, em degustação idêntica e com participação dos mesmos 12 representantes americanos e 8 representantes franceses, os vinhos envelhecidos durante os 30 anos que passaram, dos EUA novamente levaram vantagens sobre Bordeaux e Borgonha. Estados Unidos Pesquisa da História • Séculos X a XII • RENASCIMENTO DO VINHO GRAÇAS A UNIÃO DOS LORDES FEUDAIS COM A IGREJA • OS CISTERCIANOS • O CONCEITO DE TERROIR • Séculos XIII a XIV • FORTALECIMENTO DAS ROTAS DE VINHO: • BORDEAUX PARA O NORTE DA EUROPA • COLÔNIA , SENDO PARTE FLUVIAL E PARTE MARÍTIMA PARA O CENTRO DA EUROPA • ROTAS MENORES PARA ITALIA, ESPANHA • MUITAS GUERRAS E PRAGAS Pesquisa da História • Séculos XV a XVI • VALORIZAÇÃO DOS MAIS IMPORTANTES TERROIRS E VINHEDOS • CLOS VOUGEOT (1120) CONSTROI SEU CHATEAU EM 1550 • IDENTIFICAÇÃO DE GRAND CRUS PELO NOME: ROMANEE-CONTI, CLOS DE BEZE, CLOS DE TART • Séculos XVII a XVIII • PERIODO DE GRANDE EXPANSÃO DO CULTIVO DA VIDEIRA • MERCADO DO VINHO-> GRANDE LUCRATIVIDADE • PLANTAÇÕES EM MASSA DE VIDEIRAS • REVOLUCÃO FRANCESA Pesquisa da História • SÉCULO XIX • MELHORES CONDIÇÕES DE VITICULTURA • 1866 - PASTEUR EXPLICA A FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA • 1870 - O DESASTRE DA PHYLLOXERA • SÉCULO XX • A NOVA VITIVINICULTURA • SURGIMENTO DAS AOC • SURGIMENTO DOS VINHOS DO “NOVO MUNDO” • A GLOBALIZAÇÃO DO VINHO Referências Básicas Atlas Mundial do Vinho Hugh Johnson e Jancis Robinson O Grande Livro do Vinho Diversos Autores Referências Complementares O Guia Essencial do Vinho: Wine Folly Madeline Puckete e Justin Hammack Comida e Vinho: Harmonização Essencial José Ivan Santos e José Maria Santana “Enólogo é quem diante do vinho toma decisões, e enófilo é quem diante de decisões toma vinho”. LUIS GROOF
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