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RESUMO INSTITUIÇÕES DE DIREITO DE FAMÍLIA - UPF

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INSTITUIÇÕES DE DIREITO DE FAMÍLIA – 1ª PROVA
DIREITO DE FAMÍLIA E A SOCIEDADE
→ PERÍODO ANTERIOR À ABERTURA POLÍTICA
	- A família era analisada sob um conceito fechado, sem possibilidades de mudanças
- Havia forte ligação entre Direito e religião
- O Código de Civil vigente e que regia as relações era o de 1916
Características: 
Casamento – forma legítima de constituir família, sendo indissolúvel. 
Patrimônio – o casamento possuía como finalidade a constituição de um patrimônio comum entre o casal, existindo diversos casamentos por conveniência. 
Filiação – os únicos filhos reconhecidos eram os provenientes do casamento. Filhos extraconjugais não podiam ser registrados, inclusive, havendo proibição legal. Essa medida tinha a finalidade de preservar o casamento e o “bom nome” da família, valores importantes na época. 
	Nesse contexto, a mulher era considerada inferior, obrigada a obedecer ao marido, cuidar da casa e dos filhos. Ao homem apenas incumbia a obrigação de sustentar a família. 
	No entanto, com o passar do tempo e, principalmente, após a 2ª Guerra Mundial, em que os homens iam para a guerra e, muitas vezes, não retornavam, a mulher começa a se impor, ingressar no mercado de trabalho e se desenvolver, ocasionando mudanças sociais e, consequentemente, jurídicas. 
→ CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O DIREITO DE FAMÍLIA
PERÍODO POSTERIOR À CF/88
Quando da promulgação da CF/88, ainda vigia o CC/1916. No entanto, a CF reconstruiu o conceito de família, sendo um divisor de águas do Direito de Família.
PERÍODO CONTEMPORÂNEO
Tripé constitucional
Pluralidade de maneiras de formação de família: 
	A CF possibilitou a constituição de família não só pelo casamento, mas pela união estável e pela monoparentalidade.
União estável: família que vive e convive junto, sem o documento formal do casamento
Monoparental: família formada apenas por um dos pais e o(s) filho(s)
Igualdade de filiação
	A CF acabou com a desigualdade entre os filhos nascidos dentro ou fora do casamento (legítimos e ilegítimos). Todos possuem os mesmos deveres e direitos, como, por exemplo, de serem reconhecidos como filhos pelos pais. 
OBS. A ação de investigação de paternidade se tornou comum. Antigamente se fazia um exame de sangue normal, que, em regra, não lograva êxito. Atualmente, com o teste de DNA, tal aferição se tornou mais fácil. 
	Hoje o conceito é apenas “filho”, não importando a forma pela qual foi concebido, não produzindo efeitos diversos.
Isonomia conjugal
	Antigamente o homem era o chefe da família, sendo considerado superior. No entanto, a CF estipulou a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres na relação.
Ex. CC/1916 – “Dos deveres das mulheres” “Dos direitos dos homens”.
CC/2002 – “Direitos e Deveres dos Cônjuges”.
MODALIDADES DE FAMÍLIA
Casamento: família formada em decorrência de ato de lei (certidão de casamento). Consiste em vida comum, com igualdade entre o casal, sendo dissolúvel. Uma vez casada, a pessoa nunca mais será solteira, visto que, caso se separe, se tornará separada/divorciada ou, se o cônjuge falecer, viúva. A certidão de casamento passa a valer como documento de identidade dos cônjuges, não sendo mais a de nascimento. Em caso de dissolução da união, é realizada a averbação na certidão, informando, conforme o caso, o divórcio ou o óbito. 
União estável: semelhante ao casamento, com a mesma finalidade, mas sem seguir os ditames legais para constituir o casamento, apesar de atualmente poder ser documentada. A diferença é que o casamento altera o estado civil, enquanto na união estável o estado civil da pessoa continua como solteira (ou outro anterior). 
Monoparental: formada apenas por um dos pais e os filhos. OBS. Está cada vez mais frequente a procura de adoção por uma única pessoa.
Anaparental: família composta por pessoas, parentes ou não, mas que não possui a presença do pai e mãe dos filhos. Ex. família entre avós e netos
Reconstituída (mosaico): união de parcelas de famílias anteriores, formando uma nova. É formada por filhos de outros casamentos que passam a conviver como irmãos.
Paralela (simultânea): é quando uma pessoa mantem duas famílias concomitantemente, sem uma saber da outra. A duplicidade de família é desconhecida por ambas. OBS. Antigamente, em caso de sucessão, somente a primeira família possuía direitos, de herança, por exemplo. Atualmente, se há boa-fé de ambas as famílias, as duas possuem direitos. OBS. Ainda que as famílias tiverem conhecimento uma da outra, mas sem contato, pode caracterizar essa espécie de família se houver boa-fé. 
Poliafetiva: é a relação com mais de uma pessoa, as quais convivem no mesmo ambiente. É uma relação em conjunto. Ex. um homem e duas mulheres. 
Substitutiva: família formada pelo processo de adoção. Adquire a identidade e os direitos da família adotiva (Lei de adoção nº 12010/09). OBS. A lei garante o direito de o filho adotado abrir os arquivos do processo aos 18 anos. No entanto, não há como retornar a família biológica, demandar direitos em face dela, etc., pois, para a relação jurídica, são tratados como desconhecidos. 
Homoafetiva: manutenção de uma vida comum entre pessoas do mesmo sexo, possuindo os mesmos direitos e deveres.
Coparental: pessoas que não mantém relações afetivas, que se juntam com a única finalidade de ter um filho em comum, por meio de inseminação artificial. OBS. Os dois pais mantêm contato com o filho, mas não entre eles. Novo conceito e modo de formação de família, com efeitos ainda desconhecidos. 
Atualmente, o direito de família se baseia na autonomia de vontade e liberdade individual. Assim, defende-se a opção individual de constituição de família.
DIREITO DE FAMÍLIA, AFETO E PATRIMÔNIO - (O nó e o ninho) 
CONCEITO DE DIREITO DE FAMÍLIA
	Não existe conceito fechado, pois há elementos muitos subjetivos, inclusive, nas modalidades de formação de família. 
“Família é um grupo de pessoas que se ajudam diariamente, fazendo face (se apoiando), unidas as necessidades correntes da vida, comendo na mesma mesa e aquecendo-se na mesma lareira” (São Tomás de Aquino)
Família = união + afeto.
PRINCÍPIOS DE DIREITO DE FAMÍLIA
→ PRINCÍPIOS X REGRAS/NORMAS DE DIREITO
	Princípios: comandos jurídicos altamente subjetivos, de alcance amplo. Acompanham as mudanças no tempo e no espaço, se adequando às situações jurídicas. 
	Regras: leis positivadas. Podem ser comandos positivos ou negativos. São fundamentados em determinado tempo e espaço, de forma que se desatualizam mais facilmente de acordo com as modificações sociais.
→ PRINCÍPIOS E A CF/88
	Antes da CF/88 toda a fundamentação jurídica era pautada em regras positivadas. Se não houvesse um dispositivo legal que regulasse o caso em concreto, a ação, normalmente, era indeferida. No entanto, com o advento da CF/88 os princípios começaram a ser utilizados de forma abrangente. Os princípios são capazes de atualizar a aplicação das normas que possam se encontrar obsoletas no tempo e no espaço. Atualmente, decisões jurídicas podem ser fundamentadas apenas com base em princípios. 
→ O FENÔMENO DA CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA
Princípios como alicerces nas decisões (STF)
A partir da CF/88 os princípios começaram a ser utilizados de forma ampla nas decisões jurídicas, de maneira que surgiu o fenômeno da constitucionalização do direito, em especial, do Direito de Família. Antigamente, se o pedido da demanda não estivesse previsto em lei, não era objetivado. Hoje, no entanto, isso é suprido pelos princípios.
→ O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO MACROPRINCÍPIO
	Todo o ordenamento jurídico está fundamentado na dignidade da pessoa humana. O conceito é muito amplo e subjetivo, de forma que pode ser analisado em dois vieses. Positivamente, a amplitude e a subjetividade desse princípio faz com que abranjam muitos casos. No entanto, de igual forma, esses dois aspectos fazem com que necessitem ser sustentados e amparados por outros princípios específicos (subprincípios). 
Art. 1º, III,e art. 5º, da CF.
→ PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DE DIREITO DE FAMÍLIA
IGUALDADE 
Conjugal – igualdade garantida aos cônjuges ou companheiros na relação jurídica 
Art. 226, CF - § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
De filiação – igualdade entre os filhos, independente da origem do nascimento. Art. 227, CF
	Aplicação prática do princípio: 
Ex. Ação de divórcio pela desigualdade entre os cônjuges, ocasionada por violência doméstica.
Ex. Ação de reconhecimento de paternidade.
AUTONOMIA PRIVADA/LIBERDADE
Princípio analisado sob dois aspectos: 
Constituição de família – consiste na liberdade de escolha de constituição (e desconstituição) de família, a qual vai ser absorvida legalmente, independente de sua forma. 
Liberdade e garantias individuais – é o exercício de garantias e liberdades individuais no âmbito familiar. 
	- liberdade de expressão, liberdade de orientação sexual, liberdade de religião
No âmbito familiar não pode haver discriminação, de forma que cada indivíduo integrante da família possui liberdade e garantias individuais. 
SOLIDARIEDADE
Direito/dever de assistência: no campo jurídico, a solidariedade significa o direito-dever que todos possuem de prestar assistência material aos membros de sua família, com o fim de contribuir com a sua subsistência familiar. Esse dever de solidariedade nunca prescreve.
Aplicação prática do princípio: 
Ex. ação de alimentos 
Quem possui o direito e quem possui o dever de solidariedade varia de acordo com o tempo de vida da pessoa. Ex. 
- Crianças: em regra, são credoras de direitos, podendo pleitear alimentos.
- 30 a 60 anos: em regra, passam a ser devedoras de direitos.
- Idosos: em regra, retornam a serem credores de direitos. 
MONOGAMIA
	Monogamia significa possuir uma relação por vez
Ex. explícito – art. 1566, I, CC – fidelidade recíproca (OBS. discussão sobre o conceito de fidelidade), 
- Princípio ou norma de conduta
Antigamente, a monogamia era considerada um princípio máximo, em razão da importância que era dada ao casamento. Atualmente, esse princípio está sendo relativizado, para contemplar outras manifestações de família (ex. família simultânea e poliafetiva).
Dessa forma, alguns autores defendem que a monogamia é uma norma de conduta, não um princípio, de modo que a pessoa pode seguir essa norma ou não. Ora, se é assegurada a liberdade coletiva de constituição de família, independente de sua forma, não há como exigir a monogamia. No entanto, um elemento essencial deve estar sempre presente: a boa-fé. O direito à liberdade não pode ser utilizado como justificativa para prejudicar terceiros. 
Dessa forma, considera-se que a monogamia é um princípio relativizado, podendo, a depender do caso concreto, ser adequado ou descaracterizado. 
PROTEÇÃO À CRIANÇA, AO ADOLESCENTE E AO IDOSO
Crianças, adolescentes e idosos são sujeitos de direitos especiais
ECA: princípio do melhor interesse da criança e do adolescente
Estatuto do idoso: direito de convivência familiar 
PROTEÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Estatuto da pessoa com deficiência (2016): alterou toda a disposição sobre curatela no CC/2002. Considera as deficiências pelo nível de comprometimento e discernimento, o qual vai influenciar na determinação da capacidade das pessoas, ou seja, se são capazes, relativamente incapazes ou totalmente incapazes. 
Pessoa totalmente incapaz: é aquela que não possui TOTAL discernimento dos seus atos.
OBS. TDA – tomada de decisão apoiada: possibilidade de a pessoa com deficiência “leve” ingressar com uma ação para solicitar o auxilio de um apoiador para tomar determinadas decisões. Assim, possui uma vida individualizada, mas é auxiliado/apoiado. 
AFETIVIDADE 
Forma natural de convivência familiar. É formador de decisões jurídicas. 
Ex. ação de reconhecimento ou de quebra de afeto; ação de indenização por abandono afetivo; ação de reconhecimento de paternidade socioafetiva. 
RELAÇÕES DE PARENTESCO 
→ CONCEITO
	Relação de parentesco é a relação que vincula pessoas que descendem umas das outras por um ancestral comum ou por ocorrência de vinculo civil. 
Início: registro civil da pessoa. 
Vínculo civil: por adoção. Entrada na família por um processo jurídico. É efetuado novo registro civil, com as partes adotivas, sendo o antigo arquivado. OBS. é proibida qualquer anotação referente à adoção. 
 
→ ESPÉCIES DE PARENTESCO
	Independe de origem para a formação de direitos e obrigações 
- Natural/consanguíneo: advém do relacionamento (ato sexual) entre os pais, que geram o filho. 
- Civil: decorre de uma relação jurídica pela qual se concretiza a adoção. O filho se desvincula da família biológica e passa a integrar a família adotiva. 
- Socioafetivo: começou a ser reconhecido a partir do CC/2002, mas, principalmente, a partir de 2008. É a relação de afeto que se possui com padrasto e madrasta, quando esses assumem o papel de mãe ou de pai. Assim, pode-se reconhecer a paternidade pela relação de afeto.
“Posse de estado de filho” – trato e fama (tratamento e relação entre as partes + reconhecimento da relação pelo meio em que se vive – ex. por meio de prova testemunhal)
OBS. Atualmente, a partir do reconhecimento de parentesco socioafetivo pode-se incluir o nome do pai/mãe afetivo juntamente com o do biológico. 
- Por inseminação artificial: 
	- Homóloga: usa-se o material genético do próprio casal (reprodução humana assistida). Quando, por alguma circunstância, não é possível a concepção natural ou quando se manipula o material genético. 
- Heteróloga: usa-se o material genético de terceiros. Ocorre, em regra, quando o pai ou a mãe não pode ter filhos. 
OBS. O consentimento deve ser expresso. A autorização se dá por meio de assinatura do termo de compromisso no laboratório em que é realizada. Depois de assinado, não pode desistir do procedimento, nem de reconhecer o filho como pai/mãe, pois se comprometeu à filiação. No entanto, se não se comprometeu expressamente, não há o dever de registro.
- Por gestação de substituição: conhecida popularmente como “barriga de aluguel”. Há três espécies de lei sobre esse tema no mundo:
1ª – autoriza a gestação por substituição, inclusive podendo essa ser negociada (R$)
2ª – é possível apenas se as pessoas possuírem relação de parentesco e com autorização judicial (com realização de estudo de viabilidade psicológica), não podendo ser negociada. É a adotada pelo BR. Quem registra o filho é o casal. A gestante, em regra, não possui esse direito. 
3ª – proíbe totalmente. Ex. Itália
OBS. BR – se for negociado ilegalmente, entende-se que o casal fez por auto-risco, ou seja, não pode reclamar eventual problema judicialmente. 
- Por afinidade: também chamados “parentes afins”. São os parentes que se adquire pelo casamento/união estável, provenientes da “escolha” da pessoa a tê-los como parentes.
1 – sogro	2 – sogra	3 – genro	4 – nora	5 – cunhados
OBS. Sogro, sogra, nora e genro possuem relação jurídica vitalícia, ou seja, para sempre, independente de posterior divórcio entre o casal, são considerados parentes. 
	Esses parentes possuem relação de IMPEDIMENTO MATRIMONIAL, com o objetivo de se evitar confusão de parentesco. 
	Apenas há a desvinculação da relação de parentesco com os cunhados, que se extingue se houver a separação entre o casal. 
→ GRAUS DE PARENTESCO 
EM LINHA RETA – parentesco infinito, primário, principal. 
	- Ascendente: linha juridicamente infinita de pessoas pelas quais um ser humano dependeu para existir
Ex. pais – OBS. anteriormente poderia ser apenas um ou dois o número de pais. No entanto, atualmente, pode-se ter mais do que dois ascendentes em linha reta de primeiro grau, bem como demais parentes que se adquiram em consequência. 
	- Descendente: surge dependendo da vontade da pessoa de possuir filhos.
 
Exemplificação gráfica 
	ASCENDENTES
	
	DESCENDENTES
	TRIAVÓS – BISAVÓS – AVÓS – PAIS
	X
	FILHOS – NETOS – BISNETOS – TRINETOS
	 4º grau3º grau 2º grau 1º grau
	
	 1º grau 2º grau 3º grau 4º grau
- Parentes em linha reta ascendentes/descendentes de X grau. 
EM LINHA COLATERAL – parentesco finito (até o 4º grau), secundário.
- Não há, entre esses parentes, dependência para existirem. 
Exemplificação gráfica 
	TIOS-AVÔS
	
	TIOS-AVÓS
	4º grau
	TIOS
	
	TIOS
	3º grau
	PRIMOS
	
	PRIMOS
	4º grau
	IRMÃOS
	X
	IRMÃOS
	2º grau
	SOBRINHOS
	
	SOBRINHOS
	3º grau
	SOBRINHOS-NETOS
	
	SOBRINHOS-NETOS
	4º grau
- Parentes em linha colateral de X grau. 
REGRA: para verificar o grau de parentesco da linha colateral, deve-se buscar o ascendente de origem comum entre as partes. 	
Ex. PAIS 1º grau
 EU IRMÃOS – 2º grau. 
	Dessa forma, constata-se que não há parentesco em linha colateral de 1º grau. Além disso, só é considerado parente até o 4º grau, sejam os primos, os tios-avôs ou os sobrinhos-netos. 
OBS. Primos – apenas são considerados primos os filhos dos tios e não os filhos dos primos. 
- Ordem de preferência em direitos e obrigações decorre dos graus de parentesco. 
Ex. alimentos, guarda, sucessão. 
- Sucessões: ordem da vocação hereditária
REGRA OBJETIVA: os parentes mais próximos excluem os mais remotos.
Preferência: 1º - LINHA RETA → 2º - LINHA COLATERAL 
	 1º - DESCENTENTES → 2º - ASCENDENTES 
Linha sucessória:
	Em linha reta: 
Descendentes: 1º- filhos; 2º- netos; 3º- bisnetos; 4º- trinetos; 
Ascendentes: 5º- pais; 6º- avós; 7º- bisavós; 8º- trisavós;
	
Em linha colateral:
 9º- irmãos; 10º- sobrinhos; 11º- tios; 12º - sobrinhos-netos; 13º- tios-avôs; 14º - primos 
OBS. Sobrinhos e tios são ambos de 3º grau. No entanto, entende-se que se equivalem, respectivamente, aos filhos e aos pais, de forma que os sobrinhos possuem ordem de preferencia assim como os filhos (descendentes). 
- Sobrinhos-netos = equivalem aos netos
- Tios-avôs = equivalem aos avós 
- Primos = equivalem aos irmãos (por isso são os últimos) 
CASAMENTO
DIREITO PATRIMONIAL – REGIME DE BENS
→ CONCEITO
	É o complexo de normas que disciplinam as relações econômicas entre as pessoas casadas e terceiros. 
→ HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA
	- por escolha dos nubentes -
	A autonomia da vontade é prerrogativa para escolher livremente o regime de bens. Dessa forma, em regra, os nubentes possuem liberdade quanto à escolha do regime que querem adotar para o seu casamento. Opções: 
- Comunhão parcial de bens – de 1977 até hoje é o regime legal 
- Comunhão universal de bens – até 1977 era o regime legal 
- Separação de bens 
- Participação final nos aquestos 
	- por imposição legal – restrição ao princípio da autonomia da vontade (obrigatoriedade do regime de separação de bens aos menores de 18 anos e aos maiores de 70 anos). Finalidade: evitar fraudes quanto ao patrimônio dos envolvidos
		Maiores de 16 e menores de 18 = separação obrigatória de bens
OBS. Súmula 377, STF No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. 
	Se o casamento envolver menores de 18 anos, casados pelo regime de separação obrigatória de bens, que não possuíam bens antes do casamento, e ficar comprovado que constituíram patrimônio juntos durante o casamento, em caso de divórcio/separação, utilizam-se as regras da separação parcial de bens
		Maiores de 70 anos = separação obrigatória de bens
→ PRINCÍPIO DA REVOGABILIDADE
	Até 2002, vigorava o princípio contrário, ou seja, da irrevogabilidade, de forma que não podia se alterar o regime de casamento. Hoje, no entanto, é possível. Assim, para que o regime de bens no casamento possa ser revogado, é necessário que o pedido seja formulado por ambos os cônjuges, motivado por razões relevantes, mediante autorização judicial, ressalvados os direitos de terceiros.
	- procedimento: por (e apenas) processo judicial, mediante ação de revogação/alteração de regime de bens. Precisa ser de forma bilateral e o pedido deve ser devidamente justificado e motivado. 
OBS. Deve-se comprovar que não possuiu dívidas pendentes com credores – evitar fraudes contra credores (terceiros de boa-fé)
	- efeitos: antes da alteração, a relação é regida palas normas do regime de bens até então escolhido. Posteriormente à alteração, é regido pelas regras do novo regime 
OBS. A alteração do regime de bens não possui efeito retroativo, só produzindo efeitos a partir de sua decisão. 
- motivos relevantes: são os motivos devidamente fundamentados, analisados judicialmente no caso concreto. Ex. por erro de registro (retificação), para constituir uma sociedade empresária (quando o regime de bens proíbe), quando o regime é imposto por lei quando envolve menores de 18 anos e posteriormente, quando capazes, decidem alterar. 
→RESTRIÇÕES À LIBERDADE PATRIMONIAL DOS CONJUGES 
	- outorga uxória/marital/conjugal: autorização do cônjuge para a realização de negócios envolvendo imóveis. 
		- necessidade: para negócios que envolvem imóveis 
		- suprimento por consentimento judicial – quando o cônjuge não concorda, o juiz pode suprir, consentindo. 
OBS. Endividamento familiar – ex. cheque especial, cartão de crédito, empréstimo consignado = negócios financeiros de pequeno porte – não necessitam de outorga uxória. 
	- atos que podem ser praticados livremente pelos cônjuges, independente de outorga uxória – Ex. movimentações financeiras de pequeno porte; compra e venda de bens móveis.
→ PACTO ANTENUPCIAL 
	- natureza jurídica – pública, só realizado no Tabelionato. 
	- forma de registro: é uma escritura pública, realizada no Tabelionato, antes do casamento, quando é escolhido o regime de bens (exceto para o regime parcial de bens, pois esse é o regime legal). Deve ser registrado em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges, para valer contra terceiros (art. 1.657, CC). O registro tem a finalidade de dar publicidade ao ato, alertando terceiros sobre a modificação no domínio do bem imóvel. Sem ele o regime escolhido só vale entre os nubentes.
	- objetivo: informar aos cônjuges as regras, direitos e deveres do regime de bens escolhido para casar
- necessidade: nos regimes de comunhão universal de bens, separação de bens, participação final nos aquestos –exceção: comunhão parcial de bens, pois é o regime legal do ordenamento jurídico. 
OBS. Antes de 1977 – comunhão universal – regime legal = não precisava de pacto 
			 comunhão parcial – não era o regime legal = precisava de pacto
	- condição suspensiva – é condicionado ‘a certidão de casamento válida, pois, enquanto o casamento não ocorrer, o pacto é ineficaz, não entre em vigor.
	- fases: 1 – realização do pacto antenupcial no Tabelionato; 2 – validade quando ocorre o casamento; 3 – registro do Cartório de Registro de Imóveis para ter validade contra terceiros. 
	- diferença entre pacto antenupcial e contrato pré-nupcial 
Contrato pré-nupcial – contrato privado, nulo de pleno direito, sem obrigatoriedade jurídica. É o contrato pelo qual os nubentes determinam exigências e regras entre eles, de forma particular. Se for feito, é apenas uma obrigação moral, não podendo ser executado em juízo, pois não é permitido por lei. Não é valido juridicamente, pois é nulo de pleno direito. 
Pacto antenupcial: é uma escritura pública, de acordo com a lei e, portanto, válido, que especifica aos nubentes as diretrizes do regime de bens escolhido. É necessário para todas as espécies de regime, exceto a comunhão parcial de bens (regime legal). 
→ REGIMES EM ESPÉCIE
COMUNHAO PARCIAL DE BENS (CPB)
- Regime pelo qual os bens particulares não se comunicam com o casamento, apenas havendo a comunicabilidade entre bens adquiridos onerosamente durante a união (aquestos), ou seja, adquiridos pelo esforço financeiro do casal.
- Regime considerado como legal, desde a aprovação da Lei do Divórcio (6515/77). Em razão disso, não necessita de pacto antenupcial. 
OBS. Antes disso, o regime legal era o de comunhão universalde bens, de forma que casamentos anteriores a 1977 nesse regime não precisavam de pacto antenupcial, enquanto o de comunhão parcial necessitava.
	Se o regime escolhido não é o legal e não é feito o pacto antenupcial, não é valido e passa a ser regido pelas normas do regime legal. 
- Característica: ocorrência de três massas patrimoniais
BENS (PARTICULARES) DO MARIDO – BENS DA ESPOSA – BENS (COMUNS) DO CASAL
	BENS EXCLUSIVOS (NÃO SE COMUNICAM)
Bens particulares dos cônjuges
Bens que os cônjuges possuíam antes do casamento
Bens sub-rogados a bens particulares
É quando, em um negócio oneroso, é trocado/transferido um bem particular de um do cônjuge, por outro, de forma que esse novo continua sendo só bem particular e não do casal. O que for trocado por bem particular, continua sendo particular.
Ex. trocar um terreno particular por um apartamento – o apartamento, mesmo adquirido depois do casamento, é apenas do cônjuge possuidor do terreno, pois adveio de um bem particular anterior. 
OBS. Se o outro cônjuge contribui de alguma forma, o excedente é partilhável
Ex. apartamento: 250 mil – terreno: 100 mil + 150 mil do casal. O valor do terreno (100) fica isolado ao cônjuge que investiu, só se partilhando a parte em comum (150/2 = 75 cada)
Obrigações anteriores ao casamento
Dívidas particulares anteriores ao casamento não podem ser cobradas pelo credor ao seu cônjuge, mas apenas ao devedor. 
Bens de uso pessoal
São assim considerados os que envolvem questões relacionadas ao trabalho. Ex. táxi, caminhão, consultório, escritório (os bens de seu interior, não o imóvel) – utilizados pelo cônjuge para a subsistência – são isolados da partilha.
OBS. Há exceções quando se verifica esforço comum/participação direta na aquisição do bem. Em regra, faz-se um acordo para partilhar o patrimônio sem vender o bem em questão – ex. dar parte maior em outro bem ou indenizar o outro cônjuge. 
Doação e herança 
Não são partilháveis por não há esforço financeiro para serem adquiridos, já que o são de forma gratuita. 
BENS PARTILHÁVEIS (SE COMUNICAM)
Aquestos
São os bens adquiridos de forma onerosa durante o casamento. Independe de quem efetivamente pagou o bem. 
Bens adquiridos por fato eventual
Promoções: ex. rifa, loteria. É divido, pois importa esforço financeiro para adquirir.
Doação e herança em beneficio do casal
Deve constar expressamente em documento público.
Valores excedentes quando da negociação de bens particulares
Quando, em um negócio, um bem particular é sub-rogado, mas também há uma parte de esforço financeiro comum. O excedente de partilha 
OBS. Posterior valorização no mercado não pode ser alegada como argumento para o bem ser partilhado. 
OBS. Direito ao valor do financiamento pago durante a relação conjugal, mesmo que o bem tenha sido adquirido antes e o financiamento esteja no nome de só um deles. 
Ex. adquire imóvel em 2010 e financia em 240 parcelas, paga até 2014, ano que casa e continua pagando as parcelas ao longo do casamento, até 2017 quando há o divórcio. O cônjuge tem direito a metade do valor do financiamento de 2014 a 2017. 
Benfeitorias em bens particulares
Ex. construir uma casa em um terreno que pertencia somente a um deles. Divide-se a casa, isola-se o terreno. No entanto, podem acordar que um fica com a residência e o outro é indenizado. 
Frutos e juros de bens particulares 
Ex. Apartamentos particulares, mas que são alugados. A renda é bem partilhável. 
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS (CUB)
- Importa na comunhão de todo o patrimônio, tanto dos bens anteriores, quanto os posteriores ao casamento
- Há necessidade de pacto antenupcial (para casamentos após 1977)
- Característica: há a formação de uma massa patrimonial conjugal. 
BENS DO CASAL = BENS DA ESPOSA + BENS DO MARIDO
	BENS EXCLUIDOS DA COMUNHÃO
Bens dados ou herdados com cláusula expressa de incomunicabilidade
Deve conter cláusula expressa, caso contrário se comunica. 
Dividas anteriores ao casamento
Os credores só podem executar o cônjuge devedor. 
Bens de uso pessoal
Ex. bens de uso para atividades laborais. O cônjuge deve comprovar que adquiriu o bem sozinho.
Bens gravados em fideicomisso
Fideicomisso: é um ato de disposição de vontade expressa em testamento, pelo qual uma pessoa pode deixar um bem imóvel para o sucessor do seu herdeiro. O herdeiro ou legatário que recebe em primeiro grau o imóvel denomina-se fiduciário, ficando ele com o encargo de transmitir a propriedade para aquele que será o proprietário final do bem, designado fideicomissário. 
	É a possibilidade de transmitir a um terceiro a “administração” de um bem por um tempo, que deverá ser repassado, posteriormente, para os reais proprietários. 
Ex. proprietário de um apartamento morre e nomeia um terceiro para administrar e usufruir o bem, enquanto seus filhos são incapazes (menores de idade)
	O fideicomissário pode usufruir o bem, mas não tem a propriedade dele. Dessa forma, em caso de partilha de bens, não é comunicável, pois não pertence ao casal. 
SEPARAÇÃO DE BENS (SB)
- Regime pelo qual cada cônjuge conserva o domínio exclusivo e pessoal do patrimônio. Assim, as partes possuem patrimônio de forma individualizada. Não há qualquer comunicação patrimonial. 
- Há necessidade de pacto antenupcial
- Não precisa de outorga marital para adquirir bens ou realizar negócios
- Característica: há a formação de duas massas patrimoniais
BENS DO MARIDO – BENS DA ESPOSA
Espécies:
	Separação de bens por escolha: maiores de 18 e menores de 70 anos
	Separação de bens obrigatória/legal: entre 16 e 18 anos e maiores de 70
OBS. Súmula 377, STF No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
Aplicável somente aos menores de 16 a 18 anos – se todos os bens do casal forem constituídos depois do casamento, partilha os bens de acordo com o regime de comunhão parcial, se for a vontade de ambos. Não se aplica aos maiores de 70 anos. 
OBS. Condomínio conjugal – hipóteses.
Quando os cônjuges querem adquirir um bem ou fazer um negócio em conjunto, fazem de forma igual a particulares sem relação conjugal, cada um possuindo uma percentagem sobre o bem/negócio. Quando se separa, cada um tem direito ao seu respectivo valor.
 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS (CC/2002)
Participação final = divisão do patrimônio, quando do término do casamento (divórcio)
Aquestos: bens adquiridos de forma onerosa durante o casamento
	É um regime híbrido:
1º momento – durante o casamento – aplicam-se as normas do regime de separação de bens. Ou seja, durante o casamento os patrimônios são separados, havendo bens individualizados do casal e a livre negociação. 
2º momento – no divórcio – aplicam-se as normas do regime de comunhão parcial de bens para dividir o patrimônio. 
Ex. M: 200 mil - H: 500 mil
2010: casamento – regime de separação de bens 
Ganhos de capital: M: +500 mil; H: +400 mil
2017: divórcio 
M: teria 700 mil e H: 900 mil de patrimônio individual 
No entanto, no momento do divórcio aplicam-se as regras da CPB: computam-se os ganhos de capital (aquestos) e divide pelo casal. Então: (500 +400)/2 = 450 mil cada. 
ANTES DO CASAMENTO
BENS DO CÔNJUGE 1 (C1) x BENS DO CÔNJUGE 2 (C2)
CASAMENTO – “regras do regime de separação de bens”
BENS DO CÔNJUGE 1 (C1) x BENS DO CÔNJUGE 2 (C2)
+					+
GANHOS DE CAPITAL (C1) x GANHOS DE CAPITAL (C2)
DIVÓRCIO – “regras do regime de comunhão parcial de bens”
Partilha de bens = GANHOS DE CAPITAL DE C1+ GANHOS DE CAPITAL C2 /2 (dividido pelos cônjuges de maneira igual)
Ex. empresário que quer ter disponibilidade patrimonial, liberdade para fazer negócios durante o casamento e apenas no divórcio dividir os bens. 
OBS. Possibilita que ocorram fraudes (partilhas fraudulentas), pois os cônjuges podem dispor de seu patrimônio livremente antes de iniciar o processo de divórcio, transferindo a terceiros, por exemplo, o que não será dividido. 
UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO
→ LINEAMENTO HISTÓRICO
CC/1916 – só tratava sobre o concubinato – relaçãofamiliar ilícita constituída fora do casamento. Não possuía proteção legal, pois era considerado ilegal
	OBS. Lei do Divórcio – começou a regulamentar novas formas de família – modificação social
CF/1988 – união estável – a Constituição deu um nome jurídico a nova situação social 
Lei 8.971/94 – revogada – previu o regime de CPB como sendo o aplicável à união estável, a possibilidade de registro de nome e de pleitear alimentos. Exigia, para ser reconhecida, o tempo de 5 anos de relação. 
Lei 9278/96 – revogada – previu direitos previdenciários – o prazo para ser possível a constituição de união estável era de 2 anos.
CC/2002 – estabeleceu a diferença entre concubinato e união estável e extinguiu a previsão de prazos para o seu reconhecimento
	- Concubinato = relação ilegal entre pessoas impedidas de casar (art. 1.521). Não possuem direitos familiares, apenas, em certos casos, efeitos indenizatórios e patrimoniais. 
	- União estável = relação entre pessoas desimpedidas para casar, que decidem, por livre vontade, manter uma união estável. Garante todos os direitos de família. 
Jurisprudência – união estável simultânea
	Não se deve confundir concubinato (em que uma das partes tem conhecimento e outra não – má-fé), com famílias simultâneas. É permitida a existência de união estável simultânea, ou seja, a constituição de duas famílias paralelas, desde que esteja presente a boa-fé de ambas, tanto pelo conhecimento uma da outra como pelo desconhecimento, não constituindo concubinato e garantindo direitos de família à ambas. 
→ CASAMENTO x UNIÃO ESTÁVEL x CONCUBINATO
Conceito
Casamento – formação de família conforme as leis de direito. Comprova-se com a certidão de casamento. 
União estável – decisão pessoal de formação de família por livre vontade das partes, sem passar pelo procedimento exigido para constituir um casamento. Comprova-se pela demonstração de seus elementos ou por escritura pública. 
Concubinato – Relação afetiva ilícita, com efeitos meramente patrimoniais e não de direito de família. Não há meios legais de comprovação
Efeitos
Casamento e união estável – possuem as mesmas garantias legais atinentes ao direito de família. Ex. partilha de bens, pleitear alimentos, guarda ou direito de convivência, efeitos indenizatórios, etc. São formas de constituição de família diversas, mas que produzem os mesmos efeitos legais 
Concubinato – possui efeitos meramente patrimoniais, indenizatórios, não de direito de família
Procedimento
Casamento – habilitação 
União estável – por livre manifestação ou regulamentação por escritura pública
Concubinato – nenhum
OBS. - O casamento possui prova pré-constitutiva. 
 - A união estável possui prova pós-constitutiva.
→ UNIÃO ESTÁVEL
	Elementos de caracterização 
OBS. Precisam ser provados em caso de litígio, para reconhecimento, dissolução, etc. Se não houver conflito, a união estável não precisa ser comprovada. 
- Convivência pública – apresentação social como constituintes de uma união estável, comportando-se como companheiros. Em regra, a prova é feita por meio de prova testemunhal 
- Convivência contínua – estabilidade da relação. 
- Convivência com objetivo de constituir família – comportar-se como família, fazer projetos, etc. 
→ TEMPO x UNIÃO ESTÁVEL
	Atualmente, não é mais necessário um requisito temporal para o reconhecimento de união estável. Dessa forma, é importante para a produção de provas, mas não é imprescindível para que a união estável seja reconhecida. 
Ex. decisão que reconheceu união estável que durou 30 dias, em razão do falecimento do companheiro. 
→ FILIAÇÃO x UNIÃO ESTÁVEL
Desde a CF/88 todos possuem direito ao reconhecimento filial, não sendo diferente à união estável. 
OBS. A filiação, por si só, não é prova de união estável. 
Particularidades: 
- Se possui escritura pública de união estável: o pai sozinho pode fazer o registro no cartório
- Se não possui escritura pública da união estável: é necessário que ambos os pais estejam presentes para fazer o registro. 
→ CONTRATO DE CONVIVENCIA 
Características, efeitos e validade contra terceiros 
Fases de desenvolvimento da união estável: 
1ª – livre, sem documentação 
2ª – surgimento do contrato de convivência particular – inicio de prova documental da relação. OBS. Não vale contra terceiros, apenas entre os companheiros.
3ª – surgimento e difusão da escritura pública de reconhecimento de união estável. OBS. Quando a união acaba, deve ser feita a dissolução/distrato. Por si só não vale contra terceiros. 
4ª – registro da escritura pública – nova evolução, para que a escritura possua validade contra terceiros. 
→ ESTADO CIVIL NA UNIÃO ESTÁVEL
	Não existe, legalmente, estado civil específico da união estável. Dessa forma, a pessoa pode ser solteira, viúva, divorciada, etc., dependendo de seu estado civil antes da união estável.
OBS. Juridicamente e socialmente é aceito que se utilizem as expressões “companheiros”, “conviventes” ou em uma união estável, pois o estado civil jurídico não corresponde ao estado civil de fato. 
→ AÇÕES JUDICIAIS NA UNIÃO ESTÁVEL
	Em regra, a união estável é totalmente extrajudicial, mas pode haver ações judiciais quando existir litigio 
Ação de reconhecimento e dissolução da união estável 
Realizada quando possuem bens para partilhar e há conflito. Primeiro deve-se reconhecer a existência da união estável, para depois dissolvê-la
OBS. Se possuir escritura pública, precisa apenas dissolver. 
Ação de alimentos, guarda e convivência na união estável 
Se não tem para partilhar, mas outras questões para discutir. 
→ DISSOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL DA UNIÃO ESTÁVEL
	A dissolução extrajudicial da união estável pode ocorrer quando há consenso entre o casal. 
Exceções
Quando houver litígio
Quando houver filhos menores de idade ou incapazes, de forma que o MP sempre deve intervir. 
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO: SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
→ CONTEXTO HISTÓRICO
- CC/1916: Não havia divórcio, pois o casamento era indissolúvel. A única maneira de separação era por meio do desquite, ação judicial pela qual, por um motivo justificado e comprovado, as partes poderiam solicitar ao juiz o rompimento do casamento, que poderia deferir ou não o pedido. No entanto, não havia possibilidade de casar novamente e, consequentemente, constituir nova família. 
- Lei 6.517/77 – Lei do divórcio – houve bastante resistência para sua aprovação, principalmente por pressões religiosas. Assim, surgiram duas figuras: a separação e o divórcio. Pela separação, semelhante ao desquite, as partes se separavam, mas com a possibilidade de retomar o casamento, pois o vínculo permanecia intacto. Separava, na verdade, apenas a vida em comum do casal e era proibido casar-se de novo. As pessoas não podiam se divorciar antes de se separar, havendo prazos: para pedir a separação, deveria estar casado por, no mínimo, 2 anos, bem como ficar mais 2 anos separado judicialmente para, somente após, solicitar o divórcio. Posteriormente, ambos os prazos foram reduzidos para 1 ano. 
- CF/1988 – dispôs sobre a possibilidade do divórcio direto, sem ter que passar pelo processo de separação para depois se divorciar, se já estivesse separado de fato por mais de 2 anos. 
- CC/2002 – o projeto visava extinguir a separação. No entanto, manteve tanto a separação como o divórcio. 
- EC 66/2010 – alterou o parágrafo 6º do artigo 226, CF – a princípio, terminaria com a separação. No entanto, o dispositivo não revogou expressamente os dispositivos do CC que mantinham a separação, de forma que se iniciou uma discussão acerca da aplicabilidade do CC ou da CF, ou seja, se a Constituiçãp havia revogado tacitamente os aludidos artigos ou não. Além disso, retirou o prazo mínimo do divórcio
- Resolução do CNJ/2012 – Manutenção da separação X propositura de divórcio. A Resolução definiu ser válido tanto o dispositivo do CC que previa a separação, quanto a propositura do divórcio regulada pela CF. No entanto, quem decide qual procedimento irá adotar são as própriaspartes, não o juiz. Dessa forma, pode-se dissolver o casamento, tanto por separação, seguindo as regras do CC, como pelo divórcio, seguindo os ditames da CF. 
→ DIFERENCIAÇÃO TÉCNICA
- SEPARAÇÃO: extinção da sociedade conjugal – deveres do casamento. Ação de separação – se assemelha ao antigo desquite, sendo a separação física, rompendo com os deveres do casamento. O vinculo jurídico não é quebrado durante a separação, de forma que é uma causa suspensiva para casar. OBS. Se quiser casar novamente deve se divorciar. Todavia, pode permanecer separado se desejar, pois não é obrigatório que se divorcie depois. Pode, mesmo separado, manter união estável, sem ter que se divorciar. 
- DIVÓRCIO: extinção do vínculo conjugal – liame jurídico. 
→ DIVÓRCIO
REQUISITOS
- Tempo: a EC 66/2010 acabou com o prazo mínimo para o divórcio. No entanto, se for por separação, mantem-se os prazos de estar casado por, no mínimo, 01 ano, para se separar e, posteriormente, 01 ano separado para poder se divorciar. 
- Provas: apenas pelo desquite era necessário apresentar motivos e provas para poder dissolver a união. Atualmente, no entanto, não precisa mais de nenhuma prova, além de estar casado (certidão de casamento), para se divorciar/separar. Basta o pedido voluntário de um ou de ambos os cônjuges, pois vige a autonomia privada tanto para constituir o casamento, quanto para desconstitui-lo.
- Culpa: não se alega culpa de um dos cônjuges, pois ninguém é “culpado” pelo divórcio. Os direitos e deveres provenientes do casamento e de sua dissolução são iguais aos cônjuges, conforme o regime de bens adotado, independente do motivo do divórcio/separação 
FORMAS/MODALIDADES 
JUDICIAL – pode ocorrer de duas formas
Por pedido de homologação de acordo do divórcio, quando há consenso, mas envolve filhos menores/incapazes, de forma que o MP deve intervir para verificar as melhores condições aos filhos. Não ocorre audiência, nem há possibilidade de recurso
Por sentença judicial de divórcio, quando há litígio entre as partes, independentemente de ter filhos menores/incapazes ou não. OBS. Pode se transformar em consensual durante o prosseguimento do processo. 
EXTRAJUDICIAL – feito no Tabelionato, por meio de escritura pública de divórcio/separação averbada na certidão de casamento. Requisitos: assistência por advogado, ser consensual e não envolver filhos menores ou incapazes. 
OBS. Todas as modalidades, para terem validade, devem ser averbadas na certidão de casamento. 
ELEMENTOS DE DISCUSSÃO 
	A ação de divórcio é o nome genérico dado à petição, que pode englobar diversas matérias além da dissolução do casamento propriamente dita, que requerem atuação estatal. Exemplos: 
- Dissolução do vínculo – primeiramente pede-se a dissolução do vínculo, que desencadeia as demais matérias a serem discutidas
- Partilha de bens – procedida de acordo com o regime de bens adotado no casamento. Os bens envolvidos devem ser nomeados um por um, de forma individualizada, com a consequente comprovação de sua propriedade com documentos/certidões atualizadas (expedidas, no máximo, com 6 meses de antecedência à ação). Podem ser bens móveis, imóveis, dinheiro, ações, etc. Deve-se, também, descrever as dívidas e fazer um balanceamento, quando necessário. 
- Alimentos – entre o casal – quando um dos ex-cônjuges fornece ao outro. São determinados por certa quantia em um período de tempo específico; para os filhos – é dividido entre os ex-cônjuges, proporcionalmente à sua capacidade econômica, e são por prazo indeterminado. 
- Guarda – regra: guarda compartilhada (os filhos possuem residência fixa com um dos pais, mas a pensão é proporcional aos cônjuges, independente de com qual o filho resida; o acesso é livre, de forma que é possibilitado um contato permanente – exceção – guarda unilateral 
- Convivência – regra: convivência livre. Não se fala mais em direito de “visitas”
- Uso do nome de casado – é opcional manter ou não o nome de casado. Exemplo de motivos para permanecer: quando o cônjuge utiliza o sobrenome em seu trabalho, sendo conhecido por tal; quando os filhos só foram registrados com o sobrenome do pai. OBS. Pode, no entanto, fazer ação para incluir seu sobrenome no nome dos filhos.
- Elementos que fazem coisa julgada: dissolução do vínculo, partilha de bens e uso do nome de casado
- Elementos que não fazem coisa julgada (podem ser rediscutidos): alimentos, guarda e convivência 
ESTADO CIVIL NA DISSOLUÇÃO 
Separado – quando é feita ação de separação judicial. Não pode casar de novo se ficar apenas separado, mas não é obrigado a se divorciar se não quiser.
	Efeito: se o ex-cônjuge morre, seu estado civil passa a ser viúvo, para extinguir o vínculo do casamento, já que é impossível fazer posterior ação de divórcio. 
Divorciado – quando é feita ação de divórcio. Extingue totalmente o vínculo, podendo constituir novo casamento. 
	Efeito: se o ex-cônjuge morrer, seu estado civil continua sendo divorciada (pois o divórcio já extinguiu o vínculo)
Dessa forma, há três possibilidades:
Casado → separado → divorciado
Casado → separado
Casado → divorciado 
 
→ MEDIAÇÃO E DISSOLUÇÃO DE CASAMENTO NO CPC
	Com o NCPC, é obrigatória a realização de audiência de mediação, com o objetivo de tentar um acordo consensual entre as partes para a dissolução do casamento. 
Acadêmica: Rafaela Ferrarese.

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