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Características Biomecânicas Osso Funções do sistema esquelético • Alavancas • Suporte (manutenção da postura) • Proteção • Armazenamento • Formação de células sanguíneas (hematopoiese) Composição do tecido ósseo • Carbonato de cálcio • Fosfato de cálcio • Colágeno – PTN que fornece flexibilidade além de contribuir para sua rigidez a tensão; • Água – 25 a 30% do peso total - Minerais – conferem a rigidez do osso - 60-70% do peso do osso Água - contribui na capacidade de o osso resistir as sobrecargas; - Permite o transporte de nutrientes para o interior das células; - Transporte de produtos residuais para fora das células ósseas vivas; - Transporta íons de minerais do osso e para o osso, possibilitando assim seu armazenamento e uso subsequente pelos tecidos corporais quando necessário. Arquitetura do osso Osso Compacto - Superfície dos ossos -80% do peso corporal Esponjoso - Interior da maioria dos ossos Características Osso compacto/cortical - sistema de tubos ocos, colocados um dentro do outro; - colágeno fica disposto em camadas em várias direções ( longitudinais, circunferências e oblíquas) – isso oferece resistência as forças tensivas em diferentes direções; - muito denso e possui porosidade menor que 15% - proporcionam força e dureza; - locais de inserção - músculos, tendões, ligamentos; - as fibras de colágeno são dispostas paralelamente à inserção dos tecido moles, oferecendo maior força tensiva a essas inserções. Localização - Diáfise dos ossos longos = camada espessa (força necessária para responder as altas cargas impostas sobre a extensão do osso durante o apoio de peso ou em resposta a uma tensão muscular); - Epífises dos ossos longos - camada fina; - Ossos curtos e irregulares - camada fina Características Osso esponjoso ou trabecular - localizado no interior dos ossos (exceto no corpo dos ossos longos); - É semelhante a uma treliça com uma porosidade > 70%; - É mais fraco e menos rígido que o osso compacto (maior incidência de fraturas) - trabéculas = pequenas lascas de osso que constituem o osso esponjoso; - trabéculas se adaptam na direção do estresse imposto ao osso, provendo força e ao mesmo tempo mantendo baixo peso na estatura; Lei de Wolff A função de determinado tipo de osso define a sua estrutura. Lei de Wolff • O osso é um material altamente adaptável; • Muito sensível ao desuso, imobilização, atividade vigorosa e altos níveis de carga; • O tecido ósseo consegue auto-reparar-se e pode alterar suas propriedades e configurações em resposta à demanda mecânica. Lei de Wollf O osso tem habilidade de remodelar-se alterando seu tamanho, forma, e estrutura para suportar as demandas mecânicas impostas a ele. A remodelação do osso é influenciada e modulada pelo estresse mecânico. Características Biomecânicas do osso Características anisotrópicas Tecido ósseo é um material anisotrópico o comportamento do osso irá variar dependendo da direção da aplicação da carga Características anisotrópicas • Um material homogêneo responderá da mesma maneira, independentemente da direção da carga; • Em geral os tecidos biológicos não são homogêneos (sua estrutura varia entre os compartimentos) – e como resultado a resposta da carga depende da sua direção . “O sistema esquelético é sujeito a uma variedade de tipos diferentes de forças de modo que o osso recebe cargas em várias direções.” Cargas: - sustentação de peso - gravidade - forças musculares - forças externas As cargas aplicadas em direções diferentes produzem vários tipos de forças. Tipos de carga Tipos de forças • Compressão • Tração • Cisalhamento • Curvamento • Torção Cargas compressivas • Pressiona as pontas dos ossos uma contra a outra; • É produzida por músculos, apoio de peso, gravidade ou carga externa; • Estresse compressivo – causa encurtamento e alargamento; • As forças compressivas são necessárias para o desenvolvimento e crescimento do osso. Aplicação clínica • Se as forças compressivas ultrapassarem os limites de estresse da estrutura ocorre fratura por compressão; Exs; - fraturas corpos vertebrais (sujeitos à altas cargas compressivas) + frequentes em idosos com osteoporose; - fraturas colo femoral (fortes contrações dos músculos em volta do quadril podem comprimir a cabeça do fêmur sobre o acetábulo). • As fraturas agudas por compressão – são raras na ausência de osteoporose (pois os ossos resistem bem as forças de compressão) Cargas Tensivas • É geralmente aplicada na superfície óssea e traciona ou alonga o osso (osso tende a alongar-se e estreitar-se); • Estresse máximo de tensão ocorrem em um plano perpendicular ao da carga aplicada; • A fonte da força tensiva é geralmente o músculo; • O colágeno no tecido ósseo se arranja alinhando-se com a força tensiva do tendão Ex: tuberosidade anterior da tíbia; Aplicação clínica • Fraturas produzidas por cargas de tensão são mais frequentes em ossos com uma larga porção de tecido esponjoso; • O osso tende a falhar geralmente no local de inserção muscular = fraturas por avulsão Cargas de cisalhamento ou deslizamento • Os estresses de cisalhamento podem ser vistos como várias pequenas forças agindo na superfície da estrutura em um plano paralelo ao da carga aplicada; • Os estresses de cisalhamento são criados quando um osso é sujeito a forças compressivas, forças tensivas ou ambas; Aplicação clínica • O osso falha mais rapidamente quando exposto a uma força de cisalhamento do que a uma força compressiva ou tensiva; • As fraturas são mais frequentes em ossos esponjosos; Cargas de curvamento ou envergamento • Combinação de tensão e compressão ; • Um lado do osso formará uma convexidade em que estarão presentes as forças tensivas, e do outro lado irá formar uma concavidade que estarão presentes forças compressivas; Aplicação clínica • Fraturas são mais frequentes em ossos longos; • O osso irá falhar e fraturar-se no lado convexo em resposta as grandes forças tensivas já que o osso pode suportar maiores forças compressivas que tensivas; Durante o apoio do peso normal, ocorre um curvamento tanto no fêmur quanto na tíbia: -Fêmur : inclina-se anterior e lateralmente; -Tíbia: curvamento anterior. Cargas de torção • Força rotativa criando um estresse com cisalhamento sobre o todo o material • Uma força de torção também produz forças tensivas e compressivas; Aplicação clínica • A falha ocorre primeiramente, em tangente (deslizamento), com formação de uma fissura inicial paralela ao sei eixo; • Uma segunda fissura usualmente forma-se ao longo do plano de estresse de tensão máximo; • Fraturas em espiral. Cargas Combinadas Ossos corticais e trabeculares • Podem suportar maior estresse em compressão do que em tensão; • Suportam maior estresse em tensão do que em delizamento ; O tecido ósseo pode lidar com cargas maiores no sentido longitudinal; Porque está habituado a receber cargas nessa direção; OBS: suporta menos carga quando aplicado ao longo da superfície do osso. Consequência Biomecânica clínica • Fraturas estáveis – geradas por compressão. • Fraturas não estáveis - geradas por tensão ou deslizamento. FRATURA TRANSVERSA Instável FRATURA EM ESPIRAL Instável Influência da atividade muscular na distribuição de estresse no osso As contrações dos músculosalteram a distribuição de estresse no osso. As contrações musculares diminuem ou eliminam o estresse de tensão no osso pela produção do estresse compressivo que neutraliza o de tensão, parcialmente ou totalmente. Distribuição de estresse no colo femoral sujeito a envergamento: -a) glúteo médio relaxado; -b) glúteo médio contraído neutraliza o estresse de tensão. a) b) A) Distribuição de estresse compressivo e tensional na tíbia sujeita a envergamento; B) Contração do tríceps sural produzindo estresse compressivo (neutralizando o alto estresse de tensão). Características viscoelásticas O osso responde de forma diferente dependendo da velocidade e frequência com que a carga é aplicada. - Velocidades + rápidas: osso pode lidar com cargas maiores antes que frature; - Cargas lentas: fratura-se com uma carga que é aproximadamente a metade daquela que ele poderia suportar se a carga fosse aplicada + rapidamente. Cargas repetitivas Repetidas aplicações de uma carga de baixa ou alta magnitude. Fraturas de fadiga ou estresse Fatores que afetam o processo de fadiga: - quantidade de carga; - número de repetições; - frequência da carga (número de aplicações da carga dentro de um dado tempo); Fratura de fadiga ou estresse Quando o processo de remodelação é ultrapassado pelo processo de fadiga, isto é quando a carga é tão frequente que impeça a remodelação necessária para prevenir a falha. Fratura de fadiga ou estresse Atividades extenuantes e contínuas fadigam os músculos – reduzem suas habilidade de contração músculos tornam-se menos aptos a armazenar energia e também a neutralizar os estresses impostos aos ossos o osso pode falhar no lado tensionado ou comprimido ou ambos. Resposta Elástica Quando a carga é aplicada o osso deforma-se não mais que aproximadamente 3% Quando a carga é removida, o osso recupera- se e retorna ao comprimento original Resposta Plástica carga contínua sobre o tecido ósseo - atinge o seu ponto de deformação, após o qual as fibras externas do tecido ósseo começam a ceder microrrupturas e desconexão do material dentro do osso deformação permanentemente Caso a carga continue ocorre fratura. Com a remoção da carga o tecido não retorna ao comprimento original. Modelamento e Remodelamento ósseo Modelamento Termo utilizado para designar a formação de tecido ósseo novo que não é precedida pela reabsorção. É o processo pelo qual os ossos imaturos crescem. Remodelamento Reabsorção do osso mais antigo, danificado pela fadiga, e a subsequente formação do osso novo. O osso é um tecido muito dinâmico, cujos processos de modelamento e remodelamento ocorrem de forma contínua, aumentando, diminuindo ou alterando o formato do osso. Lei de Wolff A remodelação do osso é influenciada e modulada pelo estresse mecânico. Julius Wolff (primeiro anatomista alemão) Os ossos adultos ganham ou perdem massa de acordo com a Lei de Wolff. Os depósitos ósseos irão exceder a reabsorção óssea quando houver uma lesão ou quando for necessário maior força . Quando a deformação relativa excede determinado limiar, o osso novo é depositado, nas regiões de deformação, aumentando a massa total e a densidade óssea. Quando a magnitude da deformação relativa fica abaixo de um limiar mais inferior, ocorre remodelamento ósseo. Zona inativa Quando as magnitudes de deformação relativa ficam entre esses dois limiares (não incita adaptação óssea). Desuso ou inatividade • Repouso absoluto induz a um declínio de massa óssea de aproximadamente 1% por semana; • Quando o osso não está sujeito aos estresses mecânicos usuais ocorre a reabsorção do osso periósteo e subperiósteo e uma diminuição nas propriedades mecânicas do osso( resistência e rigidez); Desuso ou inatividade Perda de massa óssea Aumento da cavidade medular Diminuição do córtex Processos modelamento e remodelamento Osteócitos • células inseridas no osso; • sensíveis a alterações no fluxo dos fluidos intersticiais através dos poros resultantes das deformações relativas ás quais os ossos são submetidos; Alto nível de impacto alto grau de deformação Exsuda o fluido através da matriz óssea de maneira eficaz Maior formação de massa óssea Deslocamento do fluido Osteócitos estimulam a atividade dos osteoblastos e osteoclastos Osteoblastos Osteoclastos Formação óssea Reabsorção óssea Predomínio atividade osteoblástica Produz modelamento ósseo Ganho efetivo de massa óssea Remodelamento ósseo Equilíbrio das atividades osteoblástica e osteoclástica ou predomínio da atividade osteoclástica Resulta na manutenção ou perda de massa óssea associada Remodelamento • Cerca de 25 % dos ossos trabeculares do corpo humano são remodelados a cada ano por esse processo; • As deformações relativas resultantes de atividades como caminhadas são suficientes para provocar reposição e nova formação óssea. A mineralização e a força óssea Resultam dos estresses que produzem deformação relativa no esqueleto humano Fatores que influenciam a densidade óssea • Peso corporal; • Prática regular de exercícios; • Inatividade; • Hábitos alimentares; • Fatores genéticos; • Estilo de vida; Aplicação clínica Osteossíntese (placa parafusada) Placa e o osso dividem carga Perda de massa óssea em resposta a carga diminuída. Placas ósseas • A placa e o osso juntos formam uma construção mecânica, com alguma carga suportada pela placa e alguma carga passando entre os fragmentos ósseos. • São fixadas por parafusos gerando uma compressão no local da fratura; Placas ósseas • É observado um osso poroso embaixo da placa devido a ruptura do suprimento sanguíneo no osso causada pelo contato entre o osso e a placa. A porose apresenta-se geralmente cerca de um mês após a cirurgia. • Consolidação óssea lenta – exige longo período de não sustentação de peso; Osteossíntese (haste intramedular) Haste intramedular • Visa estabilizar uma fratura atuando como uma tala interna, formando uma estrutura composta na qual o osso e a haste contribuem para a estabilidade da fratura. • Possui mecanismo de travamento proximal e distal (parafusos transversais). Haste intramedular • Permite que as articulações adjacentes permaneçam livres; • São utilizadas com maior freqüência – fraturas da diáfise do fêmur e da tíbia; Haste intramedular Consolidação • Permitem micromovimentos no local da fratura estimulando a formação do calo e união óssea. (formação de calo e consolidação óssea secundária razoavelmente rápida) * Sustentação de peso precoce Pesquisar Miosite ossificante ??? Lesões epifisárias • Lesões da placa epifisária cartilaginosa; • Cargas agudas ou repetitivas podem lesionar a placa de crescimento; • Resultando no fechamento prematuro da junção epifisária (interromper o crescimento). Apofisites Apófises • regiões de inserções dos tendões nos ossos; • Cartilagens epifisial de tração; • Locais comuns para ocorrência de apofisites (calcâneo e tuberosidade anterior da tíbia); Doença de Osgood-Schatter Doença de Server OSTEOPOROSE OSTEOPOROSE OSTEOPOROSE OSTEOPOROSE Incidência Classificação: • Primária = Idiopática I – Osteoporose Pós-Menopausa II – Osteoporose Senil OSTEOPOROSE • Secundária (distúrbios) Exs: -Ingestão corticosteróides - MenopausaCirúrgica - Tumores na medula óssea OSTEOPOROSE Fatores de Risco: • Genéticos e Biológicos: - História Familiar - Idade - Sexo - Menopausa precoce - Raça branca - Peso OSTEOPOROSE • Comportamentais e Ambientais: - Inatividade / Sedentarismo - Má Nutrição - Tabagismo - Amenorréia induzida por excesso de atividade física - Medicamentos OSTEOPOROSE Sinais e Sintomas: • Doença Insidiosa • Maior ocorrência de Fraturas: - Vértebras - Punho - Fêmur OSTEOPOROPSE OSTEOPOROSE OSTEOPOROSE Diagnóstico: - Exames Laboratoriais - Radiografias Convencionais - Densitometria Óssea OSTEOPOROSE Radiografia: • Radiotransparência Aumentada • Afinamento Cortical • Nas vértebras perde-se o “bojo” central • Deformidades Vertebrais (acunhamento anterior e colapso vertebral) OSTEOPOROSE OSTEOPOROSE OSTEOPOROSE Densitometria Óssea Método capaz de medir a quantidade de um osso em uma área ou volume definido calculando como resultado a densidade mineral óssea. OSTEOPOROSE Indicações: • Mulheres > 65 anos; • Mulheres com deficiência de estrogênio • Mulheres na peri e pós menopausa • Mulheres com amenorréia secundária • Indivíduos que sofreram fraturas com trauma mínimo • Fraturas Vertebrais OSTEOPOROSE • Evidências radiográficas de osteopenia • Homens > 65 anos • Perda de estatura > 2,5 cm • Cifose torácica > OSTEOPOROSE Medidas Preventivas: • Nutrição adequada • Atividade Física • Prevenção de quedas Medidas Farmacológicas: • Aumento da massa óssea • Diminuição do risco de fraturas Referências • Hall, S. J. Biomecânica Básica, 5ª ed. São Paulo: Manole, 2009. (capítulo 2) • Hamill, J.; Knutzen, K. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 1a ed. São Paulo: Manole,1999. (capítulo 1) • Nordin, M. & Frankel, V. H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético, 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. • Whiting, W.C. & Zernicke, R.F. Biomecânica da Lesão Muculoesqueléticas, Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2001
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