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Tipos de Ossos, Fraturas, Consolidação Óssea,

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Tutorial 2: Um problema comum em mulheres de idade
1. Descrever os tipos de osso (longo, curto, chato) e suas características e os tipos de tecido ósseo (esponjoso e compacto) e suas características.
O tecido ósseo está continuamente em crescimento, em remodelagem e em autorreparação. Contribui para a homeostasia do corpo fornecendo suporte, proteção, produção de células sanguíneas e armazenamento para minerais e triglicerídeos. Um osso é composto de diversos tecidos diferentes trabalhando em conjunto: osso ou tecido ósseo, cartilagem, tecidos conjuntivos densos, epitélio, tecido adiposo e tecido nervoso. Por essa razão, cada osso individual, em nosso corpo, é considerado um órgão. O tecido ósseo é um tecido vivo dinâmico e complexo, participando continuamente em um processo chamado de remodelagem — a construção de um novo tecido ósseo e a degeneração do tecido ósseo velho. Todo o arcabouço dos ossos e suas cartilagens, junto com ligamentos e tendões, constitui o SISTEMA ESQUELÉTICO.
· CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS 
Os ossos são classificados de acordo com o formato e segundo a predominância de umas de suas dimensões (comprimento, largura ou espessura) sobre as outras duas.
Os OSSOS LONGOS possuem o comprimento é maior que a largura e espessura. São longos, espessos e tubulares e apresentam duas extremidades, denominadas epífise e um corpo, chamado de diáfise. Este possui em seu interior um canal medular onde aloja a medula óssea (p. ex., o úmero no braço).
Os OSSOS CURTOS apresentam equivalência nas três dimensões, são cuboides e encontrados apenas no tarso (tornozelo) e no carpo (punho).
Os OSSOS PLANOS possuem comprimento e largura iguais em relação à espessura e geralmente têm funções protetoras (p. ex., ossos planos do crânio protegem o encéfalo).
Os OSSOS IRREGULARES apresentam uma forma complexa, ou seja, possuem vários outros formatos em relação aos que já foram ditos aqui. Não corresponde a nenhuma forma geométrica conhecida (p. ex., ossos da face).
Os OSSOS PNEUMÁTICOS apresentam uma ou mais cavidades, de volume variável, revestida de mucosa e contendo ar. As cavidades são chamadas de seios ou sinus. Estes ossos se encontram no crânio (frontal, esfenóide, maxilar).
Os OSSOS SESAMOIDES (p. ex., patela) se desenvolvem em alguns tendões e são encontrados nos lugares onde os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros; eles protegem os tendões contra o desgaste excessivo e muitas vezes modificam o ângulo dos tendões em sua passagem até as inserções.
· TIPOS DE TECIDO ÓSSEO
· TECIDO COMPACTO
O tecido ósseo compacto contém poucos espaços e é a forma de tecido ósseo mais resistente. É encontrado abaixo do PERIÓSTEO (circunda a superfície externa do osso em quaisquer partes não recobertas pela cartilagem articular) de todos os ossos e forma a maior parte da DIÁFISE (a parte principal cilíndrica longa) do osso longo. O tecido ósseo compacto fornece proteção e suporte e resistência às forças produzidas pelo peso e movimento. Vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos provenientes do periósteo penetram no osso compacto por meio dos CANAIS PERFURANTES TRANSVERSOS (CANAIS DE VOLKMANN); os vasos e nervos dos canais perfurantes conectam-se com aqueles da cavidade medular, do periósteo e dos canais centrais. Os CANAIS CENTRAIS OU CANAIS DE HAVERS correm longitudinalmente pelo osso. 
Em volta dos canais estão as LAMELAS CONCÊNTRICAS — anéis de matriz extracelular calcificada, muito semelhantes aos anéis de um tronco de árvore. Entre as lamelas existem pequenos espaços chamados de LACUNAS que contêm OSTEÓCITOS (células ósseas maduras). Irradiando em todas as direções, a partir das lamelas, encontram-se CANALÍCULOS MINÚSCULOS preenchidos com líquido extracelular; os canalículos conectam as lacunas umas às outras e com os canais centrais, formando um intrincado sistema em miniatura de canais interligados por todo o osso. Esse sistema fornece muitas vias para que nutrientes e oxigênio cheguem aos osteócitos e os resíduos sejam removidos. Dentro dos canalículos encontram-se finos PROCESSOS DIGITIFORMES dos osteócitos. Osteócitos vizinhos comunicam-se via JUNÇÕES COMUNICANTES. 
Os componentes do tecido ósseo compacto estão dispostos em unidades estruturais repetidas, chamadas de ÓSTEONS OU SISTEMAS DE HAVERS (canal de Havers + lamelas + lacunas + osteócitos + canalículos dispostos concentricamente). Os ósteons no tecido ósseo compacto estão alinhados na mesma direção, ao longo das linhas de tensão. Como resultado, o corpo de um osso longo resiste ao encurvamento ou fratura, mesmo quando uma força considerável é aplicada em qualquer uma de suas extremidades. 
As LINHAS DE TENSÃO em um osso alteram-se quando o bebê aprende a andar e em resposta à atividade física vigorosa e repetida, como no treinamento de levantamento de peso. As linhas de tensão em um osso também se alteram em resposta às fraturas ou à deformidade física. Assim, a organização dos ósteons não é estática, mas se altera com o tempo, em resposta às atividades físicas exigidas do esqueleto. As áreas entre os ósteons contêm LAMELAS INTERSTICIAIS, que também possuem lacunas com osteócitos e canalículos. As lamelas intersticiais são fragmentos de ósteons mais velhos que foram parcialmente destruídos durante a reconstrução ou o crescimento ósseo. As lamelas que circundam o osso logo abaixo do periósteo ou circundam a cavidade medular são chamadas de LAMELAS CIRCUNFERENCIAIS.
· TECIDO ÓSSEO ESPONJOSO 
Ao contrário do tecido ósseo compacto, o tecido ósseo esponjoso não contém ósteons. Apesar do que o nome parece sugerir, o termo “esponjoso” não se refere à textura do osso, apenas à sua aparência. O osso esponjoso consiste em LAMELAS que estão dispostas em uma treliça irregular de finas colunas de ossos, chamadas de TRABÉCULAS. Os espaços macroscópicos entre as trabéculas ajudam a tomar os ossos mais leves e, algumas vezes, são preenchidos com medula óssea vermelha, que contém numerosos vasos sanguíneos pequenos. Dentro de cada trabécula estão as LACUNAS, que contêm OSTEÓCITOS. Os CANALÍCULOS irradiam-se para fora a partir das lacunas. Os osteócitos recebem nutrientes do sangue circulante por meio dos vasos sanguíneos presentes nos espaços entre as trabéculas. 
O tecido ósseo esponjoso constitui a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, planos, formados irregularmente, e a maioria das epífises dos ossos longos. O tecido ósseo esponjoso também forma uma margem estreita em tomo da cavidade medular do corpo dos ossos longos, na qual é recoberto pelo ENDÓSTEO (membrana fina que reveste a superfície óssea interna orientada para a cavidade medular). 
O osso esponjoso é sempre recoberto por uma camada de osso compacto, para proteção. 
As trabéculas do tecido ósseo esponjoso estão, precisamente, orientadas ao longo das linhas de tensão. O tecido ósseo esponjoso tende a estar localizado no local em que os ossos não são submetidos a forças muito grandes, ou em locais em que as forças são aplicadas a partir de muitas direções. 
O tecido ósseo esponjoso é diferente do tecido ósseo compacto em dois aspectos: o tecido ósseo esponjoso é LEVE, o que reduz o peso total do osso, de modo que ele se movimenta mais facilmente quando tracionado pelo músculo esquelético; e as TRABÉCULAS do tecido ósseo esponjoso suportam e protegem a medula óssea vermelha. 
O osso esponjoso situado nos ossos do quadril, nas costelas, no esterno, na coluna vertebral e nas extremidades
 dos ossos longos é o local em que a medula óssea vermelha está armazenada e, portanto, local em que ocorre a HEMATOPOESE (produção de células sanguíneas), no adulto.CORRELAÇÃO CLÍNICA Cintilografia Óssea Uma cintilografia óssea é um procedimento diagnóstico em que uma pequena quantidade de um composto marcador radioativo, que é facilmente absorvido pelo osso, é injetada por via intravenosa. 0 grau de absorção do marcador está relacionado com a quantidade de fluxo de sangue para o osso. Um aparelho de cintilografia (câmera gama) mede a radiação emitida pelos ossos e a informação é convertida emfotografia, que pode ser lida como uma radiografia em um monitor. 0 tecido ósseo normal é identificado por uma cor cinza consistente, em toda a sua extensão, por causa de sua absorção uniforme do marcador radioativo. Áreas mais escuras ou mais claras, contudo, podem indicar anormalidades ósseas. Áreas mais escuras, chamadas de “áreas quentes”, são áreas de aumento de metabolismo, que absorvem mais do marcador radioativo, em razão do aumento do fluxo de sangue; as áreas quentes podem indicar câncer ósseo, cicatrização anormal de fraturas ou crescimento ósseo anormal. As áreas mais claras, chamadas de “áreas frias”, são áreas de redução de metabolismo, que absorvem menos do marcador radioativo, devido à redução do fluxo sanguíneo. As áreas frias podem indicar problemas, como doença óssea degenerativa, descalcificação óssea, fraturas, infecções ósseas, doença de Paget e artrite reumatoide. 
2. Conceituar fratura.
Uma fratura é definida como a perda de continuidade do osso. 
A substância óssea, embora possua certo grau de plasticidade, pode não resistir a forças tensionais de ANGULAÇÃO, TORÇÃO, TRAÇÃO OU COMPRESSÃO. São estes os mecanismos físicos das fraturas e podem determinar o tipo de fratura quanto à sua configuração geométrica:
Forças de angulação produzem fraturas transversas ou fraturas oblíquas; 
Forças de torção causam as fraturas espirais; 
Forças de tração, por intermédio de um tendão inserido no osso, podem ocasionar as fraturas por avulsão (principais exemplos: patela, maléolos, epicôndilo medial do úmero);
Forças compressivas provocam fraturas de compressão (fraturas impactadas). Este último tipo é característico do osso esponjoso, como por exemplo as fraturas compressivas do corpo.
Fraturas podem ocorrer aleatoriamente a todas as pessoas, mas há uma maior incidência em certos grupos específicos, tal como em mulheres após a menopausa, devido à osteoporose (diminuição da densidade do osso pela menor produção de hormônios estrogênicos) e em idosos, devido ao maior número de quedas e à fragilidade óssea e muscular.
As queixas mais comuns são dores, inchaço, incapacidade total ou parcial de movimentos, deformidades e posturas anormais, sinais do traumatismo, como hematomas, lesões cutâneas, etc.
3. Classificar as fraturas em traumática, patológica e por estresse.
Na maioria das vezes, é causada por um TRAUMA e são causadas pela aplicação sobre o osso de uma força maior que sua resistência. Podem ocorrer no local do impacto (por exemplo, uma fratura de úmero por uma pancada) ou à distância (por exemplo uma fratura da clavícula quando se apoia com a mão, após uma queda). 
A fratura PATOLÓGICA é aquela que ocorre em um osso enfraquecido por uma patologia prévia (ex.: osteoporose, mieloma múltiplo). Estas fraturas podem ocorrer após pequenos traumas, muitas vezes nem lembrados pelo paciente. 
TRATAMENTO: O tratamento das fraturas patológicas deve considerar não somente a lesão do tecido ósseo, mas também a patologia associada, havendo ainda outras implicações de ordem técnica. É por isso mais complexo e elaborado, quando comparado ao tratamento das fraturas que ocorrem em tecido ósseo sadio.
A fratura por ESTRESSE, ou fratura por fadiga, é aquela que ocorre como o resultado de um número repetitivo de movimentos (pequenos traumas repetidos) em determinada região que pode levar a fadiga e desbalanço da atuação dos osteoblastos e osteoclastos e favorecer a ruptura óssea. Todos os ossos do corpo humano estão sujeitos a fratura por estresse. Ela está intimamente relacionada com a prática diária do atleta. A predominância de fraturas por estresse nos membros inferiores sobre os membros superiores reflete as sobrecargas cíclicas tipicamente exercidas sobre ossos de sustentação do peso corporal comparadas com as dos ossos que não têm essa função. São mais comumente diagnosticadas fraturas por estresse na tíbia, seguida pelos metatarsos (segundo e terceiro principalmente) e pela fíbula. Fraturas por estresse no esqueleto axial são infrequentes, localizam-se principalmente nas costelas, vértebras lombares e na pelve.
FISIOPATOLOGIA: Após seis a oito semanas do aumento súbito e não gradual da intensidade da atividade física do atleta ou do novo praticante, essa sobrecarga fisiológica cíclica e repetitiva pode levar ao surgimento de microfraturas e não permitir que o tecido ósseo tenha tempo suficiente para que sofra remodelação e se adapte à nova condição e repare a microlesão. A carga aplicada é considerada insuficiente para causar uma fratura aguda, mas a combinação de sobrecarga, movimentos repetitivos e um tempo de recuperação inadequado faz dessa uma lesão crônica.
EXAME FÍSICO: O exame físico da fratura por estresse é bastante sensível, porém pouco específico. O paciente apresenta-se com aumento da sensibilidade no local da lesão, dor e edema após aumento abrupto e/ou repetitivo da atividade física sem intervalos suficientes de descanso para recuperação fisiológica tecidual. Inicialmente a dor é reduzida e aliviada com o repouso e permite a atividade física sem prejuízo. Entretanto, com a manutenção do gesto agressor há progressão da lesão, que resulta em aumento da dor e limitação de sua prática. Exames de imagem são fundamentais para o diagnóstico, prognóstico e acompanhamento da fratura por estresse.
SUBCLASSIFICAÇÃO: Arendt e Griffiths apud Royer et al. usaram parâmetros da imagem obtida na RNM para dividir as fraturas por estresse em quatro estágios. O objetivo dessa classificação é definir o tempo de repouso necessário para retorno ao esporte de acordo com o estágio em que o paciente se encontra. Os estágios também podem ser usados para a reavaliação durante o acompanhamento da lesão. As lesões tratadas no estágio 1 precisam em média de 3,3 semanas de repouso, enquanto que no estágio 4 são necessárias 14,3 semanas.
4. Explicar a fisiologia da consolidação óssea.
O osso é um tecido com um enorme potencial de reparo. Após um período de 4-8 meses o osso fraturado se reconstitui sem deixar cicatriz, contanto que fatores essenciais estejam presentes, tais como uma boa vascularização dos fragmentos e a manutenção da estabilidade da fratura (evitar o movimento acentuado entre os fragmentos). 
Compreende as seguintes fases:
FORMAÇÃO DO HEMATOMA DE FRATURA. Os vasos sanguíneos que cruzam a linha da fratura são rompidos. Em consequência do extravasamento de sangue das extremidades rompidas dos vasos, se forma uma massa de sangue (normalmente coagulado) em tomo do local da fratura. Essa massa de sangue, chamada de hematoma de fratura, normalmente se forma entre 6 e 8 horas após a lesão. Como a circulação do sangue cessa no local em que o hematoma de fratura se forma, as células ósseas vizinhas morrem. Ocorrem tumefação e inflamação em resposta às células ósseas mortas, produzindo fragmentos celulares adicionais. Fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e osteoclastos começam a remover o tecido necrosado ou lesado dentro e em torno do hematoma de fratura. Esse estágio pode durar diversas semanas.
OBS: A resposta pró-inflamatória inicial é muito importante no processo e envolve a secreção do fator de necrose tumoral-α (TNF-α), IL-1, IL-6, por macrófagos, células inflamatórias e células de origem mesenquimais. Esses fatores recrutam células inflamatórias, aumentam a síntese da matriz extracelular e estimulam a angiogênese. Por exemplo, além de estimular a função dos osteoclastos, o TNF-α promove o recrutamento de células-tronco mesenquimais e induz a apoptose de condrócitos hipertróficos durante a formação óssea endocondral. Atrasos ou ausência da reabsorção da cartilagem mineralizada, consequentemente, impede a formação óssea. Em situações em que o TNF-α se expressa de forma mais abundante, como na cicatrização de diabéticos, ocorre uma remoção prematura da cartilagem que está associado a uma deficiência na cicatrização e formação óssea.
FORMAÇÃO DO CALO FIBROCARTILAGÍNEO. Ocorre a formação de um calo cartilaginoso, que posteriormente sofre mineralização, reabsorção e é então substituído por osso que éa característica principal deste processo. Após a formação do hematoma primário, é formado um tecido de granulação rico em fibrina pelos fibroblastos provenientes do periósteo. Dentro desses tecidos, ocorre a formação endocondral entre as extremidades da fratura e o periósteo. Além disso, as células provenientes do periósteo desenvolvem-se em condroblastos e ajudam a produzir fibrocartilagem nessa região. Essas regiões são mecanicamente menos estáveis e o tecido cartilaginoso forma um calo que promove maior estabilidade na região local da fratura. A formação do calo fibrocartilagíneo leva aproximadamente 3 semanas.
FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO. Para que a regeneração óssea progrida, o calo mole principal precisa ser reabsorvido e substituído por um calo ósseo. Esta etapa da consolidação da fratura, em certo ponto, lembra o desenvolvimento ósseo embriológico com uma combinação de proliferação e diferenciação celular, com aumento do volume celular e aumento da deposição de matriz. Em áreas mais próximas do tecido ósseo saudável e bem vascularizado, as células osteogênicas se desenvolvem em osteoblastos, que começam a produzir trabéculas de tecido ósseo esponjoso. As trabéculas se unem às partes moitas e vivas dos fragmentos do osso original. Com o tempo, a fibrocartilagem é convertida em osso esponjoso e o calo é, em seguida, referido como calo ósseo. O calo ósseo dura aproximadamente 3 a 4 meses.
REMODELAGEM ÓSSEA. A fase final do reparo da fratura é a remodelagem óssea do calo. As partes mortas dos fragmentos originais do osso rompido são gradualmente reabsorvidas pelos osteoclastos. O osso compacto substitui o osso esponjoso em torno da periferia da fratura. Algumas vezes, o processo de reparo é tão completo que a linha de fratura é imperceptível, mesmo em uma radiografia (raios X). Contudo, uma área espessa na superfície do osso permanece como evidência de uma fratura cicatrizada.
Embora o osso tenha irrigação sanguínea abundante, a cicatrização algumas vezes demora meses. O cálcio e o fósforo necessários para fortalecer e endurecer o novo osso são depositados gradualmente, e os osteócitos em geral crescem e reproduzem-se lentamente. A interrupção temporária na irrigação sanguínea também ajuda a explicar a morosidade da cicatrização de ossos gravemente fraturados.
Lembrando que para a consolidação é preciso um alinhamento mínimo após a fratura, já que sem ele ocorre problemas para a consolidação (instabilidade), para a função musculoesquelética e até mesmo estéticos.
Uma variedade de FATORES LOCAIS e SISTÊMICOS influencia a consolidação. As fraturas expostas e aquelas com grave lesão de partes moles possuem suprimento vascular deficiente e maior índice de retardo de consolidação e pseudoartrose (osso nunca se regenera; uma cicatriz de tecido fibroso se forma no meio do osso). Além disso, fatores como idade, diabetes, desnutrição, uso crônico de corticosteroides e deficiências de vitaminas contribuem para o atraso. 
5. Estudar a epidemiologia das fraturas do fêmur proximal (colo e região transtrocanteriana), inclusive sua forte associação com a osteoporose.
As mais relevantes fraturas do quadril estão as fraturas do fêmur, especificamente as proximais. Dentre as fraturas proximais estão dois tipos: INTRACAPSULARES (fraturas do colo femoral) e EXTRACAPSULARES (fraturas transtrocanterianas). 
As fraturas do quadril têm graves repercussões relacionadas ao paciente idoso, principalmente aos chamados grandes idosos (acima de 80 anos). A alta morbidade e mortalidade, o alto índice de incapacidade em pós-operatório e os custos crescentes para a sociedade com resultados pouco expressivos relacionados ao tratamento dão relevância ao tema. Essas fraturas são consideradas um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Segundo estatísticas americanas, mais de 250.000 fraturas de quadril ocorrem a cada ano com expectativa de aumento de 100% dos casos/ano em aproximadamente 30 anos. No Brasil, em 2010, a incidência era de 100.000 fraturas ao ano e a média de mortalidade, após um ano de fratura, de 30%. Mais de 4% dos pacientes com fratura 
na pelve morrem durante a hospitalização e 24% morrem dentro de um ano.
Ambas têm o trauma de baixa energia como principal fator desencadeante e têm grande influência em patologias associadas, como, por exemplo, a osteoporose, que é a mais comum das doenças ósseas. 
Parece que existem outras variáveis relevantes que determinam as fraturas e principalmente seus tipos, como a anatomia óssea. A geometria óssea do fêmur proximal já foi estudada como um fator de risco potencial e somou positivamente na predição ao risco de fratura.
6. Caracterizar o quadro clínico das fraturas do colo e região transtrocanteriana do fêmur.
· FRATURA DO COLO DO FÊMUR
Ocorre predominantemente em mulheres idosas com osteoporose, em torno de 80 anos, normalmente decorrentes de traumas de baixa energia, como as quedas da própria altura. No adulto jovem, são raras e geralmente estão associadas a fraturas diafisárias em traumas de alta energia. 
Anatomicamente, as fraturas do colo podem ser intracapsular ou extracapsular. As intracapsulares apresentam particularidades que as distinguem das demais, principalmente pela decorrência da vascularização da extremidade proximal do fêmur, que em sua maior parte depende da irrigação pelos ramos epifisários da artéria circunflexa medial e que podem ser lesados em consequência da fratura desviada. 
A classificação de GARDENA, a mais utilizada, caracteriza a fratura quanto ao desvio e sua estabilidade:
 ESTÁGIO 1: fraturas incompletas ou impactadas em valgo;
ESTÁGIO 2: fraturas completas e sem desvio;
ESTÁGIO 3: fraturas desviadas e com desalinhamento entre as trabéculas ósseas do acetábulo e cabeça femoral;
ESTÁGIO 4: fraturas desviadas, mas com alinhamento das trabéculas ósseas entra a cabeça femoral e o acetábulo. 
O quadro clínico é intensa dor na região do quadril e da coxa, associada a incapacidade de mobilizar a perna. Se a fratura for completa e partir o osso em duas partes, o membro inferior acometido passa a ter menor comprimento que o membro sadio. A perna acometida também tende a fazer uma rotação externa (apresentação mais comum) ou interna.
· FRATURA TRANSTROCANTÉRICA
São fraturas extracapsulares e se localiza na região trocânter menor e maior do fêmur, região de inserções musculares e caracterizada pela presença de osso trabecular denso, adequado à transmissão de esforços mecânicos. 
São quatro vezes mais frequentes que as de colo e ocorrem principalmente em idosos e acometem aproximadamente 10 anos mais velhos do que os que fraturam o colo femoral. 
O mecanismo de lesão normalmente decorre de trauma de bauxa energia, como a queda da própria altura, e no jovem, um truama de alta energia, o que provoca uma fratura grave, normalmente associada a lesões musculoesqueléticas. 
Utiliza-se a classificação de TRONZO:
TIPO 1: fratura sem desvio e de traços simples;
TIPO 2: fratura de traço simples, mas com desvio dos fragmentos;
TIPO 3: fratura com desvio, com cominuição posterior. A ponta do calcar está impactada debtro do canal medular do fragmento distal. O fragmento distal está medializado.
TIPO 3 VARIANTE: O trocânter maior está fraturado.
TIPO 4: fratura com desvio, com cominuição posterior. O fragmento distal está lateralizadom e o fragmento proximal está medializado, com a ponta do calcar fora do canal medular.
TIPO 5: fratura com traço invertido, de medial proximal para lateral distal.
O quadro clínico é aumento de volume na região da coxa, dor local e impotência funcional, associado ao encurtamento do membro fraturado e em atitude de rotação externa, a deambulação, e até mesmo a posição ortostática não são possíveis. Em alguns casos, observa-se hematoma sobre o grande trocânter. 
7. Citar os principais exames complementares para o diagnóstico destas fraturas.
O Raio-X simples é o exame de escolha para o diagnóstico inicial das fraturas do quadril devendo o paciente ser avaliado na incidência antero-posterior com o posicionamento do membro inferiorcom uma pequena rotação interna (10º).
Tomografia computadorizada deverá ser a imagem de escolha na ausência da ressonância magnética, nas primeiras 24 horas para se evitar o retardo da cirurgia e complicações clínicas para o paciente.
Ultrassonografia com Doppler pode ser útil na avaliação diagnóstica da suspeita de lesão vascular e pode ser complementada pela arteriografia.
A Ressonância magnética e o método de imagem de escolha para o diagnóstico da fratura oculta do colo de fêmur, que não foi diagnosticada nos raios-X simples, com uma sensibilidade de 100% e com especificidade entre 93% e 100% (dependendo da experiência do radiologista).
(8) Citar os tipos de tratamento das fraturas do colo e região transtrocanteriana do fêmur;
O tratamento das fraturas do COLO femoral é preferencialmente cirúrgico, com raras situações em que o tratamento conservador é aplicado, geralmente quando o paciente apresenta-se clinicamente instável, com elevado risco anestésico e cirúrgico. O tratamento ideal é aquele que promove preservação da vascularização, integridade da cabeça femoral e consolidação da fratura. 
Para os estágios Garden I e II o tratamento cirúrgico indicado são as osteossínteses com parafusos canulados, enquanto que III e IV tem um grau importante de fracasso associado a seu tratamento, sendo preconizadas às artroplastias total ou parcial (é um procedimento de cirurgia ortopédica no qual uma superfície articular artrítica ou disfuncional é substituída por uma prótese ortopédica), devido ao menor índice de reoperações. A total é indicada a paciente menos idosos e mais ativos.
O tratamento da região TRANSTROCANTERIANA também é cirúrgico e tem como objetivo a redução funcional e fixação estável para o alívio da dor e o retorno precoce da deambulação e independência prévia. A osteossíontese (haste intramedular e placa lateral com parafuso deslizante) constitui o principal método de tratamento cirúrgico, embora a substituição protética seja ocasionalmente indicada para pacientes com osteoartrose ipsilateral sintomática. 
9. Identificar as principais complicações deste tipo de fratura (colo e região transtrocanteriana) como
trombose venosa profunda, infecção urinária e pulmonar, atelectasia e escaras de decúbito.
As complicações das fraturas do colo femoral são:
PSEUDOARTROSE. É mais comum em fraturas de colo femoral com desvio; os fatores que predispõem a pseudoartrose são a redução inadequada, fixação interna instável, avascularidade da cabeça femoral e cominuição posterior no foco de fratura.
NECROSE ASSÉPTICA. A patologia é dividida em quatro fases: Fase I: pré-necrótica, com edema intersticial medular; Fase II: tecido medular necrótico; Fase III: tecido medular e trabéculas ósseas necróticas; Fase IV: necrose extensa e fibrose medular densa, com neoformação óssea (hiperdensidade óssea), pois o “tecido vascular de reparo” estimula a deposição de “ossso sobre osso”. Somente a Fase IV possui manifestação na radiografia simples. Após esta fase, o osso enfraquece e, quando submetido ao estresse, sofre uma fratura subcondral e começa a entrar em colapso, provocando deformidade e incongruência articular. Sem tratamento, a doença evolui com ostoartrose ou destruição completa da articulação ao longo dos próximos anos.
FENÔMENOS TROMBOEMBÓLICOS. É a principal causa de morte, e tem incidência de 40% e menos de ¼ destes pacientes relatam sintomas clínicos de trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
INFECÇÃO.
As complicações das fraturas transtrocanterianas são:
INFECÇÃO da ferida operatória.
FALHAS MECÂNICAS E TÉCNICAS. Desvio em varo, penetração do implante; deformidade rotacional; falta de consolidação; fratura por estresse do colo femoral.
PNEUMONIA.
DOENÇA TROMBOEMBÓLICA. A combinação de lesão venosa profunda pela própria fratura, associada à estase venosa, decorrente da imobilização, é perfeita para desencadear a formação de um trombo nas veias profundas, especialmente no território iliofemoral, poplíteo e pélvico.
ÚLCERAS DE DECÚBITO.

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