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Conceito de Psicomotricidade

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Profa. Ms. Priscila Rímoli de Almeida 
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Definições:
 	O ISPE-GAE e a SBP definem respectivamente a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como:
 Psicomotricidade é uma neurociência que transforma o pensamento em ato motor harmônico. É a sintonia fina que coordena e organiza as ações gerenciadas pelo cérebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado.
 Psicomotricidade é a manifestação corporal do invisível de maneira visível.
 
 É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. 
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Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. 
É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. 
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		É o profissional da área de saúde e educação que pesquisa, avalia, previne e trata do Homem na aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somato-psíquica e da retrôgenese. Quais são suas áreas de atuação? Educação, Clínica, Consultoria, Supervisão, e Pesquisa. 
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Qual a clientela atendida? Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; família e a 3ª idade. Mercado de trabalho Creches; escolas; escolas especiais; clínicas multidisciplinares; consultórios; clínicas geriátricas; postos de saúde; hospitais; empresas. 
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Abordar a origem e a evolução da psicomotricidade é, antes de tudo, estudar a significação do corpo ao longo da civilização humana.
Corpo: objeto de estudo da Psicomotricidade
Grécia antiga: os poetas exaltavam o corpo físico, sua estética, seus detalhes (Homero)
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Pré-socráticos: se preocupavam mais com o próprio homem e seu comportamento, seu corpo e sua alma.
Sócrates (470-399 a.C): considerava o corpo como um lugar transitório da alma imortal. A alma é claramente superior ao corpo. Preocupação com a moral e com a ética.
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Platão afirmava haver um dualismo corpo e alma:
Corpo: “mundo das coisas”, no mundo visível, mundo da sensibilidade e da percepção.
Alma: “mundo das idéias”, do pensamento – no princípio de tudo.”
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Aristóteles: mais racionalista, dizia que o corpo é matéria, moldado pela alma. A alma é responsável por colocar o corpo em movimento: “A alma é a forma do corpo,...o corpo vivente o é por ter alma, por estar informado por ela..., é ela quem o fez ser atual e realmente corpo.
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Cristianismo (religião): corpo passa a ser visto como algo “não são”, seus prazeres vistos como pecado.
Religião e filosofia: alma superior ao corpo e abaixo dela estariam a matéria e a natureza.
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Descartes: retorno do dualismo corpo-mente
Corpo: só uma coisa externa que não pensa.
Alma: substância pensante que não participa de nada que pertence ao corpo.
Separação entre mente e corpo, mas ambos funcionam juntos em perfeita harmonia.
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	...eu e minha alma, pela qual sou o que sou é completa e verdadeiramente diferente do meu corpo, e pode ser ou existir sem ele.
							(Descartes)
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F. Maine de Biran difere de Descartes: a alma precisa do corpo para assumir sua intencionalidade; é o corpo que possibilita a alma tomar consciência de sua existência.
O movimento é um componente essencial na formação do Eu.
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Neurofisiologia 	Pavlov (1849-1936)
 
Modelo estímulo X resposta. 
Um determinado estímulo em organismos semelhantes, provocaria nestes a produção da mesma resposta.
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Neurofisiologia 	Sherrington (1907):
 
Um estímulo poderia chegar ao corpo e ser captado por diferentes canais sensoriais, percorrer diferentes caminhos no cérebro e, portanto ser exteriorizado de forma diferente em cada organismo humano.
Questionava Pavlov. 
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França: grande centro de estudos e pesquisas no avanço da Psicomotricidade.
Ernest Dupré, em 1907, deu partida à psicomotricidade, fazendo a correlação entre motricidade e inteligência.
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Descreveu a síndrome do movimento sem danos ou lesões localizadas no cérebro- o conceito de Debilidade Motora.
Caracterizada pela presença de sincinesias, paratonias e inabilidades. Surge o paralelismo psicomotor, uma tentativa de superação ao dualismo cartesiano – corpo e mente. 
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Henry Wallon(1925): há uma relação entre motricidade e caráter, onde o movimento está relacionado ao afeto, a emoção, ao meio ambiente e aos hábitos da criança.
Tônus: primeiro veículo de comunicação do bebê.
Diálogo Tônico: comunicação entre mãe e bebê “Hipertonia do desejo” e “hipotonia da satisfação”.
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Sigmund Freud (médico psicanalista) 
Valoriza o imaginário do homem e introduz o conceito de inconsciente.
 
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Edouard Guilmain: introduz o exame psicomotor como instrumento de diagnóstico, de indicação terapêutica e de prognóstico e não apenas simples estatuto de medida.
Concorda com o paralelismo psicomotor motricidade e caráter, onde os distúrbios e o comportamento infantil seriam, em parte, consequências do estado de suas funções de atividades motoras e que, melhorando seu desempenho estariam corrigindo seu caráter.
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Ajuriaguerra (1977):
redefinem o conceito de debilidade psicomotora, considerando-a como uma síndrome com características próprias
Delimita os transtornos psicomotores
Une o desenvolvimento psicológico infantil ao neurológico
 
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Ajuriaguerra (1977):
Retira o hífen e dá a palavra psicomotricidade uma unidade
Afasta a psicomotricidade do dualismo cartesiano.
Alerta que o corpo não é objeto (Descartes). “O homem é o seu corpo”
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No Brasil, a Psicomotricidade chega na década de 70 primeiramente com Simone Ramain(1969) e nos anos seguintes com Françoise Desobeau e André Lapierre.
Em 1980 a famosa reunião de Araruama fez surgir a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade 
( www.psicomotricidade.com) 
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Em 1987: chegada da Psicomotricidade ao Nordeste
Em 1990 é aberta a primeira graduação em Psicomotricidade no Brasil (RJ - IBMR)
Em 1998 a SBP dá entrada no pedido de legalização da profissão de psicomotricista
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A Psicomotricidade fundamenta-se em campos científicos como a Neurofisiologia, a Psiquiatria, a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia e a Educação.
É uma ciência interdisciplinar.
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Reeducação psicomotora
Educação psicomotora
Terapia psicomotora
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Imagem corporal
Esquema Corporal
Tônus/Tonicidade
Equilíbrio
Lateralidade
Organização espacial e temporal
Dissociação dos movimentos
Praxia global
Praxia fina
Ritmo
Relaxamento
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		“Ao nascer, se junta a imagem com o tônus e na passagem da sensação à percepção, do reflexo ao voluntário, chegamos ao esquema corporal, ao equilíbrio, à organização espaço-temporal, à lateralização, à dominância lateral, à dissociação de movimentos, à coordenação e ao ritmo, tudo isso mediatizado pelo adulto, com o adulto e principalmente sob o adulto, quando mais ou menos aos 6 ou 7 anos de vida esse ser humano já se percebe razoavelmente”.
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“Todo gesto possui uma história de vínculos ou rejeições, de insegurança ou confiança, de
possibilidades ou entraves, de sim e de não, cabe ao profissional que trabalha com o corpo do outro,
compreendê-lo”.

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