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Psicomotricidade - Resumo

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Psicomotricidade
Slide 1
Visão geral e História
Ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. 
Está relacionada ao processo de maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas (S.B.P.1999). 
É um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
QUEM O PSICOMOTRICISTA ? 
Profissional da área de saúde e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do Homem na aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios da integração somatopsíquica. 
QUAIS SÃO AS SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ? 
Educação, Clínica (Reeducação, Terapia), Consultoria e Supervisão. 
QUAL A CLIENTELA ATENDIDA PELO PSICOMOTRICISTA ? 
Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; pessoas que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e relacionais em consequência de lesões neurológicas; família e a 3ª idade. 
EM QUE MERCADO DE TRABALHO ATUA O PSICOMOTRICISTA ? 
Creches; escolas; escolas especiais; clínicas multidisciplinares; consultórios; clínicas geriátricas; postos de saúde; hospitais; empresas. 
É uma especialidade do campo de atuação do profissional da Psicologia, conforme resolução 013/2007. Por meio do qual atesta o reconhecimento da atuação do psicólogo(a) à determinada área da especialidade, qualificando a formação do profissional.
História 
“Abordar a origem e o conceito da Psicomotricidade é estudar a significação do corpo ao longo da civilização humana” (Fonseca, 2012, p.11)”.
A história da psicomotricidade é solidária à história do corpo. Ao longo dessa história foram registradas perguntas: 
Como explicar as emoções, as sensações do corpo e qual a relação entre corpo e alma; 
Por que diferenciá-los? (BARTHES apud LEVIN, 2003, p. 22.)
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA
“O corpo é, de certo modo, negligenciado em função do espírito”
Desde a Antiguidade, o corpo humano sempre foi valorizado através do culto excessivo do esplendor físico;
O cultivo de músculos bem desenvolvidos era considerado sinal de masculinidade. 
A Origem da palavra “corpo”
Provém, por um lado, do sânscrito garbhas, que significa embrião e, por outro lado, do grego karpós, que quer dizer fruto, semente, envoltura e, por último do latim corpus, que significa tecido de membros, envoltura da alma, embrião do espírito (LEVIN, 2003, p.22).
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA
Da civilização oriental à civilização ocidental, e dentro desta, desde a civilização grega, passando pela idade média, até os dias de hoje, o corpo sofreu uma série de transformações!
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA
Origem nas grandes cidades gregas. 
O primeiro elemento da educação do espírito e do corpo está em alimentá-lo e mexê-lo a cada momento (Platão)
Separação distinta entre corpo e alma, colocando o corpo apenas como lugar de transição da existência no mundo de uma alma imortal. 
O corpo é matéria moldada pela alma, essa que o põe em movimento, sendo ela a forma do corpo. 
Estabelece “princípios fundamentais” a partir dos quais se acentua a dicotomia corpo x alma: 
“O corpo,” que é apenas uma coisa externa que não pensa”, e a alma, substância pensante por excelência que “não participa de nada daquilo que pertence ao corpo”. 
Enunciava, um primórdio de pensamento psicomotor quando analisou a função da ginástica para melhorar o desenvolvimento do espírito. Afirmava que o homem era constituído de corpo e alma e valorizava bastante a ginástica, pois ela servia para “dar graça, vigor e educar o corpo”. 
Assim, a influência de seu pensamento na evolução científica, levou a considerar o corpo como objeto e fragmento do espaço visível separado do “sujeito conhecedor”
Dualismo 
Mente x Corpo
O dualismo corpo – alma marca, por um lado, a separação, mas, ao mesmo tempo e contraditoriamente, sua união. Separações e uniões que formam uma continuidade e articulação ao longo da história, tentando fornecer explicações do corpo e da “alma” do sujeito.
Só em pleno século XIX, o corpo passa a ser estudado, inicialmente, pelos neurologistas em razão da necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras que visavam a clarificação de fatores patológicos.
Uma série de estudiosos da neurologia e psiquiatria são pioneiros no campo neurológico, psiquiátrico e neuropsiquiátrico a conferirem ao corpo significações psicológica superiores, quer no âmbito do estudo das assomatognosias, anossognosias, apraxias ideatórias, ideomotoras, construtivas, apractognosias, etc... 
Assomatognosia: incapacidade que o indivíduo tem em reconhecer uma parte do seu próprio corpo;
Anosognosia: perda de consciência e negação da própria doença e de suas limitações
 
Apraxia ideatória: não consegue executar atos motores que tenham relação com o próprio corpo Ex: pentear o cabelo, escovar os dentes. 
Apraxia Ideomotora: não consegue executar gestos de significação simbólica tradicional. Ex: sinal da cruz, chamar alguém com a mão, gesto de despedida, fazer positivo com o polegar. 
Apraxia Construtiva: não consegue construir representações. Ex: desenhar uma casa, uma árvore, um quadrado. 
Apractognosia: Incapacidade de se servir de um objeto habitual (garfo, lápis) cuja natureza não é reconhecida.
No século XIX, com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, é possível constatar que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja localizada claramente. O “esquema estático anátomo-clínico” que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. 
Dupré em 1907, a partir de seus estudos clínicos, define a síndrome da debilidade motora, composta de sincinesias (movimentos involuntários que acompanham uma ação), paratomias (incapacidade para relaxar voluntariamente uma musculatura) e inabilidades, sem que lhes sejam atribuídos danos ou lesão extrapiramidal. 
Ernest Dupré (1862 – 1921)
Rompe com os pressupostos da correspondência biunívoca entre a localização neurológica e perturbações motoras da infância;
Formula a noção de psicomotricidade através de uma linha filosófica neurológica, evidenciando o paralelismo psicomotor (associação estreita entre o desenvolvimento da psicomotricidade, inteligência e afetividade).
Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962)
Considerado um grande pioneiro da psicomotricidade, vista como campo científico. 
Forneceu observações definitivas acerca de desenvolvimento neurológico do recém-nascido e da evolução psicomotora da criança. Afirmava: “o movimento é a única expressão e o primeiro instrumento do psiquismo”. O movimento (ação), pensamento e linguagem são unidades inseparáveis. O movimento é o pensamento em ato, e o pensamento é o movimento sem ato.
Estuda a relação entre motricidade e caráter, permitindo relacionar o movimento ao afeto, a emoção ao meio ambiente e aos hábitos da criança.
Assim, o conhecimento, a consciência e o desenvolvimento geral da personalidade não podem ser isolados das emoções. 
Ao trabalhar sobre os aspectos psicofisiológicos da vida afetiva, a consciência corporal, a relação intrínseca tônus – emoção, cria o conceito de diálogo tônico, assinalando que a atividade de relação e a atividade postural têm em sua origem, uma raiz comum. 
 
Edouard Guilman
Em 1935, Edouard Guilman (1901-1983) inicia a prática psicomotora;
Essa, por meio de diferentes técnicas provenientes da neuropsiquiatria infantil, estabelece a reeducação psicomotora;
Reeducação psicomotora: são exercícios para reeducar a atividade tônica, a atividade de relaçãoe controle motor. 
Esta primeira aproximação “prática” entre a conduta psicomotora e o caráter da criança foi utilizado posteriormente, como modelo para diferentes educadores pedagógicos e psicomotores como Costallat (Argentina). 
Seu trabalho foi dirigido a crianças que apresentavam déficit no funcionamento motor e não governavam bem o próprio corpo, o que ocasionava uma série de problemas em seu meio social. 
Kofka, Kohler
Na Alemanha, em 1942, Kofka, Kohler e os psicólogos da Gestalt interessaram se pelos mecanismos da percepção. 
Os trabalhos de Schultz ou de Jacobson que definiram os primeiros métodos de relaxação;
Os psicopedagogos que estudaram o desenvolvimento sensório-motor da criança, como Clapariede, Montessori e Piaget na área da Psicologia evolutiva, propiciaram uma melhor compreensão no desenvolvimento de criança.
Um dos autores que mais estudou as interrelações entre a psicomotricidade e a percepção;
Descreve a importância do período sensório-motor e da motricidade, principalmente antes da aquisição da linguagem, no desenvolvimento da inteligência. 
O desenvolvimento mental se constrói, paulatinamente. É uma equilibração progressiva, uma passagem contínua, de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior. 
A inteligência, portanto, é uma adaptação ao meio ambiente. 
Para que isso ocorrera é necessário, inicialmente, a manipulação dos objetos do meio com a modificação dos reflexos primários.
Julian de Ajuriaguerra
Em 1947-1948 Ajuriaguerra e Datkine provocaram uma mudança na história da psicomotricidade;
Redefinem o conceito de debilidade motora considerando-a como uma síndrome de propriedades particulares. 
Delimita com clareza os transtornos psicomotores “que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico”, sendo nesta oscilação que situa os transtornos propriamente psicomotores. 
Ajuriaguerra, Wallon e Piaget; influenciaram o curso de pensamento de outros autores como Diatkine, Buges, Jolivet e Leboaci.
Permitem-lhes redefinir os objetos da psicomotricidade, dando ênfase especial à relação, às emoções e ao movimento.
Essas redefinições também sofreram influência de conceitos psicanalíticos relativos ao campo de afetividade, destacando-se psicanalistas como S. Freud, M. Klein, J. Lacan, W. Reich, P. Schilder, F. Dolto, Samí Alí, D. Winnicott, Manoni, entre outros. 
Henri Paul Hyacinthe
Na década de 70, devido à influência dos trabalhos de Wallon, surgem os trabalhos na educação psicomotora, por Le Boulch.
Seu objetivo inicial sensibilizar os professores do primeiro grau, quanto ao problema da educação psicomotora na escola;
Somaram-se a estes, os trabalhos de L. Pick, P. Vayer, André Lapierre, Bernard Auconturier, Defontaine, J. C. Coste e outros;
Percebiam a educação psicomotora, enquanto maneira original de ajudar a criança inadaptada a desenvolver suas potencialidades e ter acesso ao mundo escolar. 
Trouxeram conhecimentos e soluções inspiradas na psicologia genética, que evidencia que a criança desenvolve o conhecimento de si mesma e do mundo que a cerca através de sua ação. 
Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas adquirindo sua própria especificidade e autonomia.
 
Le Camus
Le Camus, em 1986, afirma os grandes eixos de psicomotricidade dos tempos modernos: 
coordenação estático-dinâmica e óculo-manual; 
organização espacial e temporal da gestualidade instrumental;
estrutura do esquema corporal, afirmação da lateralidade e domínio tônico. 
Nova definição a psicomotricidade: “uma motricidade em relação”, onde se opera uma passagem no enfoque do olhar do psicomotricista, não mais voltado ao plano motor, mas direcionado a um corpo em movimento. 
Le Camus, em 1986, afirma os grandes eixos de psicomotricidade dos tempos modernos: 
coordenação estático-dinâmica e óculo-manual; 
organização espacial e temporal da gestualidade instrumental;
estrutura do esquema corporal, afirmação da lateralidade e domínio tônico. 
Nova definição a psicomotricidade: “uma motricidade em relação”, onde se opera uma passagem no enfoque do olhar do psicomotricista, não mais voltado ao plano motor, mas direcionado a um corpo em movimento. 
Essa abordagem, com um enfoque “global” do corpo do sujeito, estaria determinada por três dimensões: 
uma dimensão instrumental; 
uma dimensão cognitiva e a, 
dimensão tônico-emocional.
 
Levin
Em 1995, o percurso da psicomotricidade é marcado profundamente pela teoria da psicanálise,
Levin demarca uma fase fundamental na concepção teórico prática do campo psicomotor, situada num sujeito desejante com seu corpo em movimento. 
No vínculo com o cliente, o psicomotricista leva em consideração não mais a relação empática, mas a relação transferencial, 
A ênfase sai da manifestação expressiva e recai na simbólica, delineando-se, assim, o campo da clínica psicomotora A Psicomotricidade Norte-americana
Estes insistem sobre a concepção perceptivo-motora e o papel do desenvolvimento motor no desenvolvimento perceptivo.;
Autores como Kephart, Cratty, Frostig e Barsch, aprofundaram os aspectos complementares dessa visão dominante em seu país. 
Kephart
Kephart considerou as experiências de espaço e tempo como fase da aquisição, bem como da generalização motora, e sugere um programa de exercícios de desenvolvimento perceptivo motor, de controle ocular de percepção de forma.
A Psicomotricidade Norteamericana
Cratty estuda o comportamento perceptivo motor numa visão global do movimento ligada ao desenvolvimento intelectual e esquematiza sua teoria na pirâmide do comportamento perceptivo motor. 
Frostig, autora conhecida no campo das dificuldades escolares pelo seu teste se percepção visual e seu Centro de Terapia Educacional, pesquisa a educação pelo movimento, através de investigações multidisciplinares. 
A psicomotricidade no Brasil
Ocorre de maneira semelhante à história mundial. 
Seu nascimento ocorre na década de 50, quando Gruspun, psiquiatra da infância, e Lefévre, neurologista, enfatizaram o movimento para os processos terapêuticos da criança excepcional, caracterizando distúrbios psiconeurológicos. 
Gruspun mencionava atividades psicomotoras indicadas no tratamento de distúrbios de aprendizagem. 
Nesse mesmo ano, em Porto Alegre/RS, foi criado serviço de Educação Especial, dentro da Secretaria de Educação do Estado, dirigido por Rosat, psicóloga, inserindo no atendimento a Ortopedia mental e a Educação Física para os excepcionais. 
Em 1951, no Rio de Janeiro/RJ, foi criado o primeiro curso de formação de professores para deficientes auditivos, em que as atividades de Educação Física com jogos, dramatizações, mímica, rítmica e dança eram incentivadas. 
Glorinha Bentannuller (1951) tentava inovar a educação do deficiente visual, associando o Ensino, Saúde e movimento e a expressão corporal à voz, e na deficiência mental exercícios de motricidade no esquema de reeducação psicomotora.
Lúcia Bentes (1960) introduziu exercícios de motricidade aos *logopedistas visando à orientação espacial, o ritmo e a coordenação motora.
* Como se designa o profissional da logopedia (parte da foniatria que se dedica ao estudo e tratamento dos distúrbios da fala)
Mais tarde foi introduzida a cadeia da psicomotricidade na Faculdade de Logopedia da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, por Maria Amélia Machado, com influência das escolas francesas e, posteriormente, argentinas. 
Em 1962, Maria Silvia Machado chegou a Belo Horizonte/MG, após um estágio em psicomotricidade no Hospital Henri Rouselle em Paris/França, iniciando seu trabalho nessa capital.
A partir de 1968, foi realmente difundida a psicomotricidade no Brasil, através de cursos e cadeiras de psicomotricidade em universidades de diversos estados brasileiros. 
A princípio, a psicomotricidade foi introduzida nas escolas especializadas como um recurso pedagógico que visava corrigir distúrbios e preencher lacunas de desenvolvimento das crianças excepcionais. 
A Educação Especial foi o elo de surgimento e ligação da psicomotricidade na Europa e no Brasil.
Em1970, a primeira formação acontece no Rio de Janeiro com a vinda, da França, de Mademoiselle Ramain Thiers e Germain Farjado. Posteriormente iniciaram se os cursos de formação pelos franceses André Lapierre e Francoise Desobeau. 
Lapierre trabalha o autoconhecimento, em vista de uma abordagem psicomotora relacional, que valorizava o movimento espontâneo e a parte fantasmática do mundo interno de cada indivíduo.
Desobeau, dentro de uma abordagem relativamente nova e revolucionária, a partir de atividade espontânea, acompanha o cliente em suas explorações, que vão lhe permitir perceber o mundo e colocar-se nele, vivenciando diferentemente os vários níveis de desenvolvimento: sensório-motor-psicomotor e tônico-emocional.
1977 - fundação do Grupo de Atividades Especializadas(GAE), responsável pela parte clínica, veio a promover O 1º Encontro Nacional de psicomotricidade em 1979. O Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação (ISPE), se dedica ao ensino de aplicações da psicomotricidade em áreas de saúde e educaçãoEm 1980 é fundada a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP), integrada a Sociedade Internacional de Psicomotricidade (SIP), promovendo congressos, encontros científicos, cursos, entre outros. Em 1982 organiza seu primeiro congresso no Rio de Janeiro.
Começam a surgir as primeiras publicações brasileiras na área, primeiramente pela publicação dos Anais do referido congresso e mais tarde, as monografias apresentadas à SBP, o primeiro exemplar do IPERA e a revista Corpo e Linguagem, dirigida por Sônia Pereira Nunes.
Em 2018, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 795/03 que regulamenta a profissão de psicomotricista. 
De acordo com o texto, poderão exercer a atividade, sem prejuízo ao uso do recurso pelos demais profissionais de saúde de profissões regulamentadas, os profissionais registrados nos conselhos regionais de Psicomotricidade e os portadores de diploma de curso superior na área e, em até quatro anos após a promulgação da lei, também poderão se habilitar à profissão os portadores de diploma de curso de pós-graduação nas áreas de saúde ou de educação, desde que, em quaisquer dos casos, com especialização em Psicomotricidade.
Slide 2
Conceituando a Psicomotricidade
CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE ALGUNS AUTORES AO LONGO DA HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE: 
“O soma e a Psique integram a unidade indivisível do homem. A Psicomotricidade, como ciência da educação, enfoca esta unidade, educando o movimento ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções intelectuais.” (COSTALLAT. 1971); 
“A psicomotricidade é a posição global do sujeito. Pode ser entendido como a função de ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de permitir ao indivíduo adaptar de maneira flexível e harmoniosa ao meio que o cerca (DE MEUR & STAES,1992). 
Pode ser entendido como um olhar globalizado que percebe a relação entre a motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo global e o mundo externo. Pode ser entendido como uma técnica cuja organização de atividades possibilite à pessoa conhecer de uma maneira concreta seu ser e seu ambiente de imediato para atuar de maneira adaptada” (DE MEUR & STAES,1992). 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE ALGUNS AUTORES AO LONGO DA HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE: 
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização”. (ABP, 2007). 
Elementos de base da Psicomotricidade
A função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo no indivíduo estão intimamente relacionados. 
A psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global do indivíduo por meio de uma técnica.
São várias as classificações e as terminologias utilizadas para denominar as funções psicomotoras. Desta forma, os conceitos são basicamente os mesmos; o que muda é a forma de classificar e agrupar estes conceitos. 
Assim, as terminologias mais utilizadas no Brasil e seus respectivos conceitos são os seguintes:
Esquema corporal – é o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaços, objetos e pessoas que o circundam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem este saber acerca do corpo e à medida que o corpo cresce, acontecem modificações e ajustes no esquema corporal. Exemplo: a criança sabe que a cabeça está em cima do pescoço e sabe que ambos fazem parte de um conjunto maior que é o corpo.
Esquema corporal - É a consciência do corpo como meio de comunicação consigo mesmo e com o meio. O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo (WALLON, 1981. p. 9).
1. Esquema corporal - resulta das experiências que possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. Não é um conceito aprendido e que depende de treinamento. Ele se organiza pela experienciação do corpo da criança. É uma construção mental que a criança realiza gradualmente, de acordo com o uso que faz de seu corpo. Segundo Le Boulch (1981. p. 74), o esquema corporal é dividido em etapas:
Esquema Corporal
1ª Etapa: Corpo vivido (até 3 anos de idade) - Corresponde à fase de inteligência sensório-motora de Piaget. O bebê sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesmo. À medida que cresce, com maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e passa, pouco a pouco a se diferenciar do meio ambiente. Nesse período a criança tem uma necessidade muito grande de movimentação e através desta vai enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo e ampliando a sua experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas. 
2ª Etapa: Corpo percebido ou Descoberto (3 a 7 anos) - Corresponde à organização do esquema corporal devido à maturação da "função de interiorização" que é definida como a possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu próprio corpo a fim de levar à tomada de consciência. A função de interiorização permite a passagem do ajustamento espontâneo a um ajustamento controlado que, propicia maior domínio do corpo, culminando em maior dissociação dos movimentos voluntários. 
2ª Etapa - A criança, passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Descobre sua dominância e com ela seu eixo corporal. O corpo passa a ser um ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço e tempo. Assimila conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda e adquire também noções temporais como a duração dos intervalos de tempo e de ordem e sucessão (primeiro e último). 
2ª Etapa - No final dessa fase, a criança pode ser caracterizada como pré-operatória, porque está submetida à percepção num espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o próprio corpo (egocentrismo).
3ª Etapa: Corpo representado (7 a 12 anos) - Nesta etapa observa-se a estruturação do esquema corporal. No início desta fase, a representação mental da imagem do corpo consiste numa simples imagem reprodutora, isto é, uma imagem de corpo estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu uma representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do fator temporal. 
3ª Etapa - Sua imagem de corpo passa a ser antecipatória, e não mais somente reprodutora revelando um verdadeiro trabalho mental devido à evoluçãodas funções cognitivas correspondentes ao estágio preconizado por Piaget de operações concretas. Os pontos de referência não estão mais centrados no próprio corpo, mas são exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo criar os pontos de referência que irão orientá-lo.
Imagem corporal – representação mental inconsciente que se faz do nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser desejado e, consequentemente a desejar e a ser marcado por uma história singular e pelas inscrições materna e paterna. Exemplo: Estágio do Espelho: Início aos 6-8 meses de idade: a criança já se reconhece no espelho, sabendo que o que vê é sua imagem refletida. A imagem, portanto, vem antes do esquema, portanto, sem imagem, não há esquema corporal.
Esquema corporal - É a consciência do corpo como meio de comunicação consigo mesmo e com o meio. O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo (WALLON, 1981. p. 9).
O esquema corporal resulta das experiências que possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos
Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja ele parado ou em movimento. Exemplo: a maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o que faz com que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição do equilíbrio, da postura e da coordenação.
Coordenação global ou motricidade ampla – é a ação simultânea de diferentes grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos. Exemplo: para caminhar utilizamos a coordenação motora ampla em que membros superiores e inferiores se alternam coordenadamente para que haja deslocamento.
Motricidade fina – é a capacidade de realizar movimentos coordenados utilizando pequenos grupos musculares das extremidades. Exemplo: escrever, costurar, digitar.
Organização espaço-temporal – é a capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter a noção de perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado de, antes, depois. Alguns autores estudam a organização espacial e a organização temporal separadamente. Exemplo: O relógio está antes ou depois do lápis?.
Ritmo – é a ordenação constante e periódica de um ato motor. Para ter ritmo é preciso ter organização espacial. Exemplo: pular corda.
Lateralidade – capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se, para isso, os dois lados do corpo (ora o lado direito, ora o lado esquerdo). Exemplo: a criança destra, mesmo tendo sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma porta com a mão esquerda. É diferente da dominância lateral que é a maior habilidade desenvolvida num dos lados do corpo devido à dominância cerebral. 
Equilíbrio – é a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares, parado ou em movimento. Um exemplo de equilíbrio dinâmico é caminhar sobre uma linha reta olhando para os lados e de equilíbrio estático é manter-se equilibrado sobre uma perna só.
Elementos de base da Psicomotricidade 
Transtornos Psicomotores
São distúrbios manifestados no corpo sem nenhuma relação com alterações neurológicas ou orgânicas aparentes. Nestes transtornos o esquema e a imagem corporal, bem, como o tônus muscular aparecem comprometidos, impedindo que o indivíduo tenha domínio de seu próprio corpo. Assim, ele apresentará dificuldades em todos os elementos psicomotores. Os principais transtornos são:
Instabilidade psicomotora
Instabilidade psicomotora – o indivíduo não consegue começar e terminar uma atividade e é assim com todas as suas produções corporais. Há uma dificuldade em inibir seus movimentos, provocando ações explosivas e agressivas. São indivíduos agitados, ansiosos e inquietos, pois possuem uma grande necessidade em movimentar-se. Encaixam-se nos diagnósticos de hiperatividade, precisando, em alguns casos com perturbações severas no sono e na
Instabilidade psicomotora – atenção, de medicamentos como anfetaminas e psicotônicos. As crianças com este transtorno podem ter uma grande tensão muscular e paratonias severas caracterizando uma instabilidade tensional, ou serem hipotônicas, elásticas e bastante flexíveis, o que chamamos de estado de deiscência. Em ambos os casos, a causa do transtorno é a falta de limite, a ausência de corte simbólico.
Inibição psicomotora
Inibição psicomotora – o indivíduo não usa seu corpo para relacionar-se com o mundo ou com os outros. É o oposto da instabilidade, pois também há uma falta de limite, mas esta falta barra o agir. Ele mostra-se então sempre cansado, demonstrando pouca expressão facial e corporal. Seu aspecto é de extrema fragilidade e debilidade e é nele que se reconhece e é reconhecido. 
Inibição psicomotora – No caso de crianças, essas são “quietinhas demais”. Segundo Levin, “a criança inibida, diferentemente da instável, possui outra estratégia para não se separar do OUTRO, ser o ‘objeto bom’ de seus pais, os quais usam expressar-se do seguinte modo: ‘É como se não estivesse’, ‘Nem dá para ouvir’, ‘Não briga com ninguém’, ‘Passa inadvertidamente”.
Debilidade
Debilidade - é caracterizada pela presença de paratonias e sincinesias. A paratonia é a persistência de uma rigidez muscular caracterizada por uma inadequada incontinência das reações tônicas. Pode aparecer nos quatro membros ou apenas em dois. Há uma instabilidade na posição estática ou quando a criança caminha ou corre devido à rigidez. 
3. Debilidade - A sincinesia é caracterizada pela ação de músculos que não atuam em determinado movimento. Um exemplo desta situação é a criança fechar também a mão esquerda quando pega um objeto com a mão direita. Isto a impede de realizar atos coordenados e com ritmo devido a sua descontinuidade nos gestos e imprecisão dos movimentos. 
3. Debilidade - Podem aparecer ainda outros sintomas como tremores na língua, lábios, pálpebras e dedos quando estes são solicitados para a execução de um determinado movimento. A afetividade e a intelectualidade também podem estar comprometidas. A criança geralmente demonstra uma certa apatia e tem sonolência maior que as outras crianças. Mantém por muitos anos a enurese noturna, e, às vezes, a diurna, podendo apresentar também a encoprese. A linguagem é atrasada e a atenção, prejudicada.
Dispraxia
Dispraxia – dificuldade de associar movimentos para realizar uma tarefa. Há um transtorno espacial (dificuldade de lateralizar, de nomear objetos, espelhamento de letras, assimetria nos movimentos – todos estes aparecendo persistentemente). Há também um fracasso nos jogos. 
4. Dispraxia - Há um desvio no desenvolvimento cognitivo no que diz respeito à distinção de aspectos figurativos, o que impede que a criança atinja a fase de operações concretas. Há uma perturbação do esquema corporal. Quando a dispraxia é no olhar, além das perturbações perceptivas, há dificuldades posturais e de equilíbrio. 
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Psicomotricidade um olhar descritivo das suas distintas vertentes
Reeducação Psicomotora:
Público alvo: Destina-se a crianças, até 8 anos de idade, que apresentam déficit em seu funcionamento motor;
Finalidade: Se propõe a ajudar a criança a reaprender como se executam ou se desenvolvem determinadas funções motoras;
Diagnóstico: Avalia o perfil psicomotor da criança, por meio da aplicação de baterias de testes psicomotores; 
Intervenção: a criança é submetida a um programa de sessões que tem como objetivo suprir as dificuldades aparentes;
Área de base: (biomédica) por meio dos estudos da neuropsiquiatria infantil, com abordagem centrada no desenvolvimento motor e entende o ser humano como um corpo instrumental, isto é, uma “máquina de movimento”, que, caso não estiver funcionando, deve ser reparada
O início dareeducação psicomotora esteve centrado em uma prática focada no desempenho da criança frente aos seus métodos. Tratava-se de uma prática diretiva, mecanicista e dualista, com controles em relação aos sentimentos e emoções da criança em suas ações. 
Autores de Base:
Ernest Dupré (1862 – 1921), neuropsiquiatria francês, que em 1909 afirma a independência da debilidade motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico.
Henry Wallon (1879 – 1962), filósofo, médico, psicólogo e político francês que em 1925 ocupou-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Relaciona o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. 
A Sessão de Reeducação Psicomotora: destina-se a três propósitos principais: 
reeducar a atividade tônica, por meio de exercícios de atitude, equilíbrio e de mímica; 
melhorar a atividade de relação, por intermédio de exercícios de dissociação e de coordenação motora com apoio lúdico; 
desenvolver o controle motor, através de exercícios de inibição para os instáveis e de desinibição para os emotivos;
Principais Características da Reeducação Psicomotora:
Relação adulto/criança: comando, sem interação;
Composição de Grupos: grupos pequenos ou individual;
Organização e Proposição da Prática: Programa de sessões de exercícios conforme a necessidade da criança;
Desenvolvimento das Rotinas: Método diretivo;
Avaliação e Acompanhamento: Bateria de testes que determinam o perfil psicomotor; 
Postura Corporal do Psicomotricista: Não ocorre contato corporal;
Reeducação Psicomotora:
Principais autores da abordagem: 
Edouard Guilmain (1901-1983) médico neurologista que preconizou o uso do movimento humano com fins reeducativos em 1935. 
Contribuição: 
Deu início à tentativa de acoplar a psicologia à educação física, devido ao fato de ter como base teórica os estudos de Wallon (1995), que relacionam motricidade e caráter. Com isso, surge um paralelismo entre fenômenos psicológicos e fenômenos motores. 
Evolução da Reeducação Psicomotora:
A principal mudança está na compreensão do corpo como uma unidade e cujo movimento possui significado. Com isso a postura do reeducador frente à criança toma outra direção: 
Ele passa a entendê-la como um ser de expressividade psicomotora. Sua relação com a criança passa a ser de empatia, de escuta, de interação e de ajustamento constante 
A Formação do Reeducador: 
É composta, nesta nova fase, pela formação pessoal, formação teórica e a formação prática. Todas completam-se e enriquecem-se umas às outras 
A formação pessoal: visa melhorar a disponibilidade corporal do adulto a partir de vivências corporais, mobilizando as áreas da afetividade, da sexualidade e dos “fantasmas”, proporcionando mudanças de atitude e de tomadas de consciência. 
A Formação do Reeducador: 
	A formação teórica: surge da necessidade que o psicomotricista tem em justificar, analisar e refletir sobre as principais teorias que baseiam seus procedimentos. 
 A formação prática: oportuniza a vivência concreta de seus estudos com as crianças (AUCOUTURIER, DARRAULT e EMPINET, 1986). 
A evolução que a reeducação psicomotora passou, constitui-se no primeiro passo de uma trajetória que a Psicomotricidade ainda percorre, isto é, o desenvolvimento de uma abordagem cada vez mais preocupada com o ser humano em sua totalidade inserido em um contexto sociocultural. 
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Psicomotricidade Relacional
Público alvo: As sessões são destinadas à crianças com ou sem problemas de aprendizagem ou controle psicomotor;
Finalidade: utiliza-se do brincar como um meio de ajudar na construção da personalidade integral da criança.;
Diagnóstico: A tarefa do psicomotricista é de descobrir o tema sobre o qual o corpo está espontaneamente expressando. Nesse sentido, a Psicomotricidade Relacional potencializa a comunicação do adulto com as crianças e entre elas.
Intervenção: engloba uma série de estratégias de intervenções e de ações pedagógicas que servem como meio de ajuda aos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança. 
Intervenção: Faz uso da ação do brincar como elemento motivador para provocar a exteriorização corporal da criança, pois entende que a ação de brincar impulsiona processos de desenvolvimento e de aprendizagem. Essas estratégias criam, também, condições favoráveis para a construção de um vocabulário psicomotor amplo e diversificado e servem como meio de melhora das relações da criança com o adulto, com os iguais, com os objetos e consigo mesma.
Área de Base: Psicopedagogia. Devido a influência da nossa linguagem corporal no processo de aprendizagem, pois as crianças desde cedo aprendem a se comunicar pelos gestos, a fala, no entanto, só é desenvolvida mais tarde. Sob esse ponto de vista é inegável que as crianças, em seus primeiros anos de vida, são muito mais familiarizadas com a linguagem corporal do que a linguagem através das palavras.
Autores de Base: 
· Donald Woods Winnicott (1896 – 1971), pediatra, psiquiatra, psicanalista britânico. Winnicott, como psicanalista infantil, através de suas vivências de consultório, construiu teorias sobre o espaço potencial criado entre a mãe e o bebê, o objeto transicional que faz a função de substituição da ausência da mãe e o brincar que através da simbolização expõe as frustrações das crianças. 
Autores de Base: 
		Contribuição: Para psicomotricidade relacional, as teorias de Winnicott contribuem significativamente, pois a mesma proporciona o espaço para o lúdico e para que assim o mundo simbólico da criança seja exposto e que seja possível para o bebê superar a separação de sua mãe.
A Sessão de Psicomotricidade Relacional: 
· Faz uso da ação do brincar como elemento motivador para provocar a exteriorização corporal da criança, entendendo que o brincar impulsiona processos de desenvolvimento e de aprendizagem.
· Essas estratégias de intervenções pedagógicas criam condições favoráveis para a construção de um vocabulário psicomotor amplo e diversificado, servindo como meio de melhora das relações da criança com o adulto, com os iguais, com os objetos e consigo mesma.
· Utiliza métodos não-diretivos, permitindo que a criança manifeste todo seu interesse, atitudes e valores que retratam as emoções e os sentimentos de cada momento vivido. 
· Assim, permite que o psicomotricista faça interpretações significativas das ações que a criança experimenta quando se exterioriza, através da mímica, dos gestos ou das produções plásticas. 
Principais Características da Psicomotricidade Relacional:
Relação adulto/criança: Ajuda, escuta, estímulo, interação e intervenção ; 
Composição de Grupos: Grupos de diferentes níveis de desenvolvimento ;
Organização e Proposição da Prática: Ritual de entrada, atividades livres de expressão, construção e comunicação, Ritual de saída;
Desenvolvimento das Rotinas: Método não diretivo;
Avaliação e Acompanhamento: Despertar de zonas proximais na criança; 
Postura Corporal do Psicomotricista: Ocorre contato corporal;
Principais autores:
Bernard Aucouturier (1934 - ), pedagogo francês, criador da prática psicomotriz. Foi professor e diretor do Centro de Educação Física Especializada da Cidade de Tours, França. É o fundador da Associação Europea de Escolas de Prática Psicomotriz. 
	Contribuições:
· Desenvolve os principais conceitos teóricos e práticos da PPA, destacando-se:
· A compreensão psicológica da motricidade da criança, ou seja, a compreensão de sua expressividade motora, tendo como referência o inconsciente; 
· A prática psicomotora educativa e preventiva, vista como um itinerário de maturação psicológica que permite a criança viver um percurso que vai do prazer de agir ao prazer de pensar; 
· A prática de ajuda psicomotora (terapêutica), vista como um percurso de reasseguramento psicológico em relação às angústias arcaicas; 
· Os princípios de ação do terapeuta e os fatores de mudança da criança, entre outros.
· Principais autores:
· André Lapierre, (1923 - 2008) francês, professor de educaçãofísica, desenvolveu o método intitulado Psicomotricidade Relacional, depois de várias publicações em conjunto com Aucouturier. Além da denominação de psicomotricidade relacional, desenvolveu também uma diferenciação entre o trabalho psicomotor educativo, da psicomotricidade relacional e o terapêutico, este intitulado como análise corporal da relação. 
Contribuições:
· Defendeu uma educação que considera além dos conteúdos do currículo formal: a atenção aos aspectos afetivos e emocionais e o desenvolvimento integral da criança. A Psicomotricidade Relacional prioriza o trabalho em grupo e enfatiza a importância da comunicação corporal e do jogo espontâneo.
· Objetivo: A Psicomotricidade Relacional prioriza o trabalho em grupo e enfatiza a importância da comunicação corporal e do jogo espontâneo. Sua finalidade é preventiva, dentro de uma perspectiva que visa potencializar o equilíbrio emocional, a socialização e o desenvolvimento cognitivo.
O que usa:
· São utilizados materiais clássicos: bolas de vinil infláveis, de cores e tamanhos distintos; bambolês de diferentes diâmetros e cores; cordas de espessuras, cores e tamanhos diversificados; tecidos de cores, texturas e padrões diversos bastões de espuma de cores e tamanhos diversificados; caixas de papelão de 	vários tamanhos; e jornais.
· Como é feito:
· É livre de objetivos pedagógicos diretos, no entanto ela se mostra essencial à consolidação e à descoberta de novas aprendizagens. 
· As sessões possuem estrutura própria e regras que modulam o seu desdobramento, elas também compreendem os espaços (físico e simbólico) e os tempos (cronológico e subjetivo) que cercam essa prática psicomotora. 
· Como é feito:
· Cada sessão segue uma organização composta por quatro momentos: ritual de entrada, jogo dinâmico e espontâneo, relaxamento e ritual de saída.
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Psicomotricidade um olhar descritivo das suas distintas vertentes
Terapia Psicomotora:
Público alvo: Destina-se a crianças com dificuldades de aprendizagem, pessoas com dificuldade a nível psicomotor, em situação de reabilitação, com pouca habilidade ao nível da coordenação, orientação, equilíbrio, controlo motor fino, lateralidade, entre outros;
Finalidade: Não visa desenvolver diretamente a eficiência motora ou aprendizagens precisas, mas tenta uma ação global utilizando todas as possibilidades de movimento do corpo, de expressão e de relação;
Diagnóstico: Numa primeira consulta, e no caso da intervenção ser com a criança, o terapeuta recolhe junto aos pais o historial e outras informações sobre a criança, que lhe permitirão completar o que será analisado em sessões de avaliação posteriores com a criança (o número de sessões de avaliação depende de cada caso). Será então feito um diagnóstico do perfil e desenvolvimento psicomotor da criança. No caso de jovens, adultos ou seniores, a avaliação tem inicio logo na primeira consulta e o número de sessões de avaliação dependerá, também aqui, de cada caso; 
Intervenção: Através de técnicas de consciencialização do esquema/imagem corporal, da consciencialização tónico-emocional, do relaxamento, da reeducação gnóso-práxica, da organização planificada da ação, da educação comportamental e de atividades expressivas. Centra-se na identificação de capacidades individuais para a promoção de competências acadêmicas, sociais, cognitivas, psicoemocionais e comportamentais. Ao longo do processo de intervenção, são realizadas reavaliações no sentido de recolher informação acerca do ritmo de desenvolvimento, acerca das áreas que ainda precisam de ser alvo de intervenção ou acerca da necessidade de continuar com a intervenção.
Área de base: Psicanálise, principalmente a psicomotricidade relacional, que se fundamentou particularmente nos aspectos psicanalíticos da relação do adulto com a criança. Tal fundamento se baseia na relação primária, da mãe com a criança, temática tão bem explorada pelos psicanalistas Winnicott, Dolto, Mahler, Klein, Spitz para citar aqueles que influenciaram esse tipo de psicomotricidade.
Autores de Base:
· Henry Wallon (1879 – 1962), filósofo, médico, psicólogo e político francês que em 1925 ocupou-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Relaciona o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. 
· Carl Rogers (1902 - 1987). Psicólogo americano, desenvolvedor da Abordagem Centrada na Pessoa. Sua abordagem recusa identificar a pessoa em terapia como paciente ou doente, apontando a importância da relação da pessoa e do terapeuta, que são iguais e não possuem posição de hierarquia.
A Sessão de Terapia Psicomotora:
· Não se restringe somente a modificar o tônus de base e as habilidades de posição e rapidez, mas modificar o corpo em seu conjunto, no modo de perceber e apreender as aferências emocionais;
· Cabe ao terapeuta reconhecer suas potencialidades e trabalhar com o que há de positivo na criança, partindo daquilo que ela faz espontaneamente, daquilo que sabe fazer, do que gosta de fazer. 
Principais Características da Terapia Psicomotora:
Relação adulto/criança: Escuta, ajuda, interação e disponibilidade corporal
Composição de Grupos: não há formação de grupos, é individual;
Organização e Proposição da Prática: Atividades em que objetos e o corpo do terapeuta se tornem o depósito das emoções da criança;
Desenvolvimento das Rotinas: Método não diretivo;
Avaliação e Acompanhamento: Avalia conforme a evolução da criança ; 
Postura Corporal do Psicomotricista: Ocorre contato corporal;
Terapia Psicomotora:
Principais autores da abordagem:
· Julian de Ajuriaguerra (1911 – 1993) foi um psiquiatra e professor francês de origem espanhola. Um dos mais extraordinários representantes da psiquiatria eclética, erudita, humanista, tendo contribuído para a criação da psiquiatria de setor. 
	Contribuição:
· Redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. Delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. 
Esteban Levin, Psicólogo, psicomotricista e professor de Educação Física. Orientador dos cursos de pós-graduação na Universidade de Psicologia de Buenos Aires, da Universidade de Lomas de Zamora, e da Universidade Federal de Fortaleza. 
	Contribuição: 
· Em sua visão, o corpo, os movimentos e a imagem que se tem desse corpo são fundamentais na aprendizagem e na formação geral do adulto.
Terapia psicomotora:
· Tem sua origem na compreensão de que o movimento é linguagem e, portanto, expressa os sentimentos, emoções, desejos e demandas do ser humano. 
· É destinada principalmente às crianças “normais” e com necessidades especiais que apresentam dificuldades de comunicação, de expressão corporal e de vivência simbólica;
Permite maior espaço à relação, à afetividade e ao emocional - Postura Terapêutica. 
· Realizada através de uma programação de exercícios que envolvem atividades motoras, viso-motoras e emocionais. 
· Visa melhorar o desenvolvimento corporal da criança, bem como a aprendizagem, afetividade, social, tornando-a estruturada para que possa se sentir segura e feliz.
· Através da avaliação, diagnóstico e tratamento, possibilita, por meio da relação terapêutica, a compreensão das patologias psicomotoras e suas consequências relacionais, afetivas e cognitivas, tendo sempre como referência o desenvolvimento psicodinâmico da motricidade da criança (CARNÉ, 2002).
· Expoentes desta vertente: Aucouturier, Lapierre e Vecchiatto que descreveu um processo original da terapia psicomotora com um menino com síndrome de Down. 
· Faz uso das contribuições da teoria psicanalítica. Nesta vertente os psicomotricistas estão atentos à vida emotiva de seus pacientes, delegando importância à emoção, à expressão e à afetividade. 
· O corpo, agora, é considerado como uma unidade que conjuga a emoção e a motricidade (LEVIN, 1995). 
· Ajuriaguerra (1984) explica que a terapia psicomotora não se restringe somente a modificar o tônus de base e ashabilidades de posição e rapidez, mas modificar o corpo em seu conjunto, no modo de perceber e apreender as aferências emocionais. 
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Simbolização do Corpo
Esquema Corporal e Imagem Corporal
Os conceitos de esquema corporal e imagem corporal há muito vêm sendo abordados pelo viés de diferentes áreas de conhecimento, com implicações tanto fisiológicas (neurologia), psicológicas quanto socioculturais (psicanálise). 
Estudado por vários estudiosos, dentre os quais se destacam: 
· Henri Wallon;
· Juan de Ajuriaguerra (psiquiatra)
· Paul Schilder (psicanalista)
· Françoise Dolto (psicanalista)* - cujo conceito de imagem inconsciente do corpo é central em sua teoria. 
Esquema Corporal
Dolto, define esquema corporal e imagem corporal:
O esquema corporal especifica o indivíduo enquanto representante da espécie, seja qual for o lugar, a época ou as condições em que vive. [...] A imagem do corpo, pelo contrário, é própria de cada um: está ligada ao sujeito e a sua história (DOLTO apud LEVIN, 2003, p. 72). 
· Esquema corporal é um dado fisiologicamente determinado
· Ledoux delinea melhor a Ideia de esquema corporal, ao afirmar que este:
· “especifica o indivíduo como representante da espécie. Mais ou menos idêntico em todas as crianças da mesma idade, ele é uma realidade de fato, esteio e intérprete da imagem do corpo. Graças a ele, o corpo atual fica referido no espaço à experiência imediata. Ele é inconsciente, pré-consciente e consciente (LEDOUX, 1991, p. 85). 
Assim, o esquema corporal pode ser definido como:
· uma estruturação cerebral, neuro-sensorial, que outorga ao sujeito o conhecimento gradativo das partes e funções do corpo, a partir de uma sucessão temporal determinada pela maturação neurocortical e pela relação do indivíduo com o outro e o mundo. 
· O esquema corporal está ligado à localização das sensações portanto, ao campo sensório perceptivo, constitui-se em um processo neurológico. 
· Tem a função de informar sobre o lugar de recepção de sensações e de permitir ao indivíduo noções de totalidade de si.
 
Possibilita o sujeito se relacionar com os espaços, objetos e pessoas que o circundam. 
· Levin (2003), destaca que o esquema corporal é a representação que temos do nosso próprio corpo.
· Wallon tem contribuição fundamental para este conceito
· Noções de:
· Proprioceptividade: capaz de receber estímulos provenientes dos músculos, dos tendões e de outros tecidos internos.
· Interoceptividade: Relativo a sensibilidade a estímulos e variações no interior do corpo
· Exteroceptividade: capacidade através da qual o indivíduo entra em contato com estimulação presente no ambiente circundante. 
· O esquema corporal provém das relações que o indivíduo estabelece com seus pares. Explica Wallon:
· O esquema corporal não é “um dado inicial, nem uma entidade biológica ou psíquica”, mas uma construção [...] Estudar a gênese do esquema corporal na criança é indagar-se como a criança chega “à representação mais ou menos global, específica e diferenciada de seu corpo próprio” [...] Esta aquisição é importante. “É um elemento básico indispensável à construção da personalidade da criança [...] É o resultado e a condição de legítimas relações entre o indivíduo e o seu meio” (WALLON apud LE CAMUS, 1986, p. 37).
· As sensações interoceptivas, proprioceptivas e exteroceptivas não têm sentido fora da relação com o outro e o mundo. 
· O indivíduo, antes mesmo de ser capaz de representar o seu corpo, precisa que este seja nomeado como tal pelo Outro, para que ele passe a se constituir como sujeito e seu corpo assuma um estatuto simbólico. 
· Para Wallon, é muito importante o toque, o afeto na relação estabelecida com a criança, pois esta relação deixará marcas impressas no seu psiquismo. 
Imagem Corporal
Ledoux oferece a seguinte definição: 
[...] a imagem inconsciente do corpo não é o corpo fantasiado, mas um lugar inconsciente de emissão e recepção das emoções, inicialmente focalizado nas zonas erógenas de prazer. Ela se tece em torno do prazer e do desprazer de algumas zonas erógenas. [...] trata-se de uma memória inconsciente da vivência relacional, de uma encarnação do Eu em crescimento. 
Ledoux oferece a seguinte definição (continuação):
[...] a imagem do corpo, individual, está ligada à história pessoal, a uma relação libidinal marcada por sensações erógenas eletivas. Com vestígio estrutural da história emocional, e não como prolongamento psíquico do esquema corporal, ela se molda como elaboração das emoções precoces com os pais tutelares (LEDOUX, 1991, p. 84-85). 
Portanto, pode-se entender que a imagem do corpo nos é:
· Inconsciente, invisível, não sendo uma mentalização do corpo como a do esquema corporal, que especifica algumas características da espécie humana, permitindo uma comparação e mensuração, altura, peso e idade. 
· É singular, está ligada à história de vida do sujeito. Só se constitui e só continua a existir na relação com alguém. 
· É constituída das impressões resultantes das relações de prazer e desprazer estabelecidas entre o Eu-Outro, principalmente na primeira infância, com as figuras parentais. 
Assim, a imagem que temos do nosso corpo constitui-se:
· A partir do momento em que este corpo passa a ser desejado e, também, a desejar (antes da concepção e nascimento - já preexistimos nas fantasias e expectativas daqueles que nos geraram). 
· Na dialética, pois é constituída entre o próprio desejo e o desejo do outro, o que repercute diretamente nos modos de ser do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com o mundo.
A relação entre esquema corporal e imagem corporal
· Existe uma estreita relação entre esquema corporal e imagem corporal, segundo Ledoux:
[...] a comunicação sensorial (emocional) e a fala do outro aparecem como dois substratos dessa imagem do corpo. A simples experiência sensorial (corpo a corpo), sem um mediador humano, só instrui o esquema corporal e não estrutura a imagem do corpo [...] viver num esquema corporal, sem imagem do corpo, equivale ao ‘viver mudo’, solitário (LEDOUX, 1991, p. 89). 
· Imagem e esquema corporal constituem-se nas relações humanas, nas quais o corpo e a linguagem são elementos fundantes das relações e da estruturação do sujeito. 
· Dessa maneira, podemos dizer que a imagem corporal constitui-se no ser da linguagem. 
Levin (2003) afirma:
· Os desejos são construtores da imagem corporal. A díade mãe-bebê resulta da imperícia da criança. Devido a essa imperícia, a criança está fadada a se relacionar com os outros. 
· Por sua vez, a imagem do corpo está condenada à troca relacional sutil com os outros. A mãe quando toca, acaricia, olha e fala com a criança dá sentido para esta experiência corporal. 
A relação entre esquema e imagem corporal - conclusões
· Que o esquema corporal possui um lado generalizável, que permite especificar o sujeito como representante da espécie.
· Por outro lado, ao mesmo tempo, está vinculado à constituição histórica e subjetiva do indivíduo. 
· Portanto, há uma inter-relação entre esquema corporal e imagem corporal. 
· O esquema corporal se desenvolve sobre a base desta. O corpo, para humanizar-se, trilha um longo caminho constituído por proibições, leis, imagens e desejos. 
· A lei do desejo é o desejo da lei. Como aponta Levin: “a criança poderá espelhar-se nessas imagens (no olhar desejante), no outro que assim outorga a possibilidade de construir um esquema e uma imagem corporal” (LEVIN, 2003, p. 75). 
· A linguagem e os afetos, articulados à vivência corporal relacional, resultam em impressões somato-psíquicas, a partir das quais se constituem os primeiros referenciais, as primeiras imagens inconscientes do corpo. 
CARACTERÍSTICAS DO ESQUEMA E DA IMAGEM CORPORAL
ESQUEMA CORPORAL: As características são objetivas. 
· Ligado à integridade física e neurológica; 
· É uma estrutura neuromotora que favorece a tomada de consciência do próprio corpo; 
· Organiza-se no espaço e nas organizações corpóreas; 
· Constrói-se a partir da multiplicidade de sensações provindas dos sentidos internos e externos.Nasceu em 15 de junho de 1879. Morreu no dia 1.º de dezembro de 1962 Médico
Estudioso que se dedicou ao ENTENDIMENTO DO PSIQUISMO HUMANO, seus mecanismos e relações mútuas, a partir de uma perspectiva genética. - Apesar de NÃO TER PROPOSTO UM MÉTODO PEDAGÓGICO, participou ativamente de debates em torno do tema Educação, contribuindo com críticas à educação tradicional.
- Manteve INTERLOCUÇÃO com as teorias de PIAGET e FREUD
Wallon dedicou seus estudos a gênese da pessoa e Piaget a gênese da inteligência. Foi um dos pioneiros a relacionar a hierarquização do sistema nervoso central com a questão da inteligência
 A atividade da criança é essencialmente caracterizada por um conjunto de gestos com significados filogenéticos de sobrevivência. Entre o indivíduo e o meio há uma unidade indivisível. A sociedade é para o homem uma “necessidade orgânica” que determina o seu desenvolvimento e portanto a sua inteligência. Antes da aquisição da linguagem, a motricidade, é a característica existencial e essencial da criança
A função da motricidade
A motricidade ocupa lugar especial na teoria de Wallon. É a resposta preferencial e prioritária às necessidades básicas e aos seus estados (emocionais e relacionais). A motricidade na criança é a expressão do seu psiquismo prospectivo. A motricidade é simultânea e sequencialmente, a primeira estrutura de relação e correlação com o meio, com os outros e posteriormente com os objetos.
É a primeira forma de expressão emocional do comportamento Pela motricidade, a criança exprime as suas necessidades neurovegetativas de bem estar ou mal estar, que contém em si uma dimensão afetiva e interativa que se traduz em uma comunicação somática não-verbal. A motricidade contém uma dimensão psíquica, e é um deslocamento no espaço de uma totalidade motora, afetiva e cognitiva
Deslocamentos passivos ou exógenos
Indivíduo
Absoluta dependência social. Dependência de fatores externos. Simbiose fisiológica é compensada por uma simbiose afetiva segura. A evolução motora é importante para conquista tanto do mundo externo quanto do mundo interior.
Deslocamentos ativos ou autógenos
São as reações próprias do corpo ao mundo exterior. Integração e produção de posturas e movimentos do corpo no espaço (incluindo a interação com o mundo dos outros e dos objetos). A motricidade incoerente e pouco integrada emerge para uma motricidade mais coerente, produzindo sistemas mais fluentes e adaptados.
Deslocamentos práxicos
Concretizam as aquisições dos primeiros hábitos sociais e que permitem as funções construtivas e criadoras e das aprendizagens psicomotoras. A integração sensorial agora se projeta na exploração e no conhecimento do mundo exterior e não no mundo interior do eu corporal. O movimento de relação e de interação afetiva com o mundo exterior, que projeta a criança no contexto social.
Desenvolvimento Psicomotor
Como se dá, efetivamente, o desenvolvimento?
1-Dois princípios fundamentais: alternância e integração funcional 1- Alternância: aprimoramento entre: - Sensibilidade introceptiva (viscerais); - Sensibilidade proprioceptiva (estimulação dos músculos e seus anexos); - Sensibilidade extereoceptiva: estimulada pelos agentes exteriores do organismo (visão, audição, olfato, etc...) e do córtex cerebral
2- Integração Funcional: a mudança de fase, assimilando o que já foi adquirido, não exclui o estágio precedente. Dá uma continuidade a tudo o que já foi adquirido. Obs: A alternância e a integração funcional ocorrem em um jogo dialético onde a maturação do sistema nervoso e as vivências socioculturais são de fundamental importância.
Conflitos propulsores do desenvolvimento:
Exógenos => desencontros entre as ações da criança e o ambiente exterior (adulto, cultura...)
Endógenos => gerados pelos efeitos da maturação nervosa
Esforço para superar as contradições das duas teorias anteriores muito em voga:
1) A teoria da criança como sendo miniatura do adulto 
2) A teoria das mentalidades distintas, que estabelecia um corte radical entre o mundo da criança e o mundo do adulto formando dois mundos à parte e, consequentemente, duas mentalidades totalmente diferentes e heterogêneas
Desenvolvimento Psicomotor de Wallon
A evolução
Wallon propõe uma série de estágios do desenvolvimento cognitivo. Não acreditava que os estágios de desenvolvimento formem uma sequência linear e fixa, ou que um estágio suprima o outro. Para Wallon, o estágio posterior amplia e reforma os anteriores. O desenvolvimento não seria, um fenômeno suave e contínuo; pelo contrário, o desenvolvimento seria permeado de conflitos internos e externos. É natural que, no desenvolvimento, ocorram rupturas, retrocessos e reviravoltas.
Os conflitos, mesmo os que resultem em retorno a estágios anteriores, são fenômenos geradores de evolução. A mudança de cada estágio se caracteriza um tipo diferenciado de comportamento, uma atividade predominante que será substituída no estágio seguinte, além de conferir ao ser humano: - novas formas de pensamento - de interação social - de emoções Que irão direcionar-se, ora para a construção do próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior.
Os estágios de desenvolvimento:
1)Impulsivo 
2)emocional (primeiro ano de vida)
3)Sensório-motor
4) projetivo( até os 3 anos)
5) Personalismo (três aos seis anos) = > 
6) Adolescência ==> Categorial =>
Estágio impulsivo-emocional
(Recém nascido)
É um estágio predominantemente afetivo, onde as emoções são o principal instrumento de interação com o meio. A relação com o ambiente desenvolve, na criança, sentimentos intraceptivos e fatores afetivos.
Estágio tônico-emocional 
(6 meses aos 12 meses)
O movimento, como campo funcional, ainda não está desenvolvido, a criança não possui perícia motora. Os movimentos infantis são um tanto quanto desorientados, mas a contínua resposta do ambiente ao movimento infantil permite que a criança passe da desordem gestual às emoções diferenciadas.
Estágio sensório-motor 
(12 meses aos 24 meses)
Dos três meses de idade até aproximadamente o terceiro ano de vida. É uma fase onde a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. A inteligência, nesse período, é tradicionalmente dividida entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem.
Estágio Projetivo 
(2 aos 3 anos)
Os pensamentos, muito comumente se projetam em atos motores. O movimento deixa de se relacionar exclusivamente com a percepção e manipulação de objetos. A expressão gestual e oral é caracterizada pelo pensamento como representação das imagens mentais por meio de ações, cedendo lugar à representação, que independe do movimento. A atividade projetiva produz representação e se opõe a ela, permitindo que a criança avance em relação ao pensamento presente e imediato. Wallon dá grande importância a imitação que considera imprescindíveis para novas aprendizagens. A partir deste estágio a criança é capaz de dar significado ao símbolo e ao signo.
Estágio do personalismo
(3 aos 6 anos)
 Ao estágio sensório-motor e projetivo sucede um momento com predominância afetiva sobre o indivíduo: o estágio do personalismo. Este estágio, é crucial para a formação da personalidade do indivíduo e da autoconsciência. Uma consequência do caráter auto afirmativo deste estágio é a crise negativista: a criança opõe-se sistematicamente ao adulto. Também se verifica uma fase de imitação motora e social.
Estágio categorial 
(6 aos 11 anos)
Iniciam-se as transformações físicas e psicológicas da adolescência. É um estágio caracterizadamente afetivo, onde passa por uma série de conflitos internos e externos. Os grandes marcos desse estágio são a busca de autoafirmação e o desenvolvimento da sexualidade. Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência, o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio.
Modificações corporais resultantesda ação hormonal; Nova definição dos contornos da personalidade; Questões pessoais, morais e existenciais São trazidas à tona
 O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem imperícia, sofre manifestações afetivas que levarão a um processo de adaptação. O resultado será a aquisição de perícia pelo indivíduo. O processo dialético de desenvolvimento jamais se encerra.
O estágio não tem uma base cronológica, mas baseia-se em uma sucessão funcional. Em cada estágio existe um "conflito" específico que a criança deve resolver. As respostas que a criança dispõe: motoras, intelectuais, afetivas, são inseparáveis, estão integradas em unidades dialéticas. Na sucessão de estágios há uma "alternância funcional", incorporação das conquistas realizadas nas fases => processo de integração e diferenciação.
Quatro grandes temas em sua teoria:
1) A questão da motricidade: Entende que a motricidade é a primeira forma de manifestação do ser humano. Mas desde suas primeiras manifestações a motricidade é AFETIVA.
 A afetividade, segundo WALLON, tem suas bases iniciais relacionadas ao fator orgânico e, posteriormente, sofre influências da ação do meio social
2- A questão da emoção: Para Wallon a emoção é orgânica e social. É através dela que o indivíduo se socializa. É pela comunicação afetiva que temos acesso ao mundo humano. "No primeiro ano de vida nutrir a inteligência é nutrir o afeto".
3- A questão da inteligência: Segundo o autor, a inteligência se desenvolve através de "saltos". Para que estes "saltos" ocorram é necessário o amadurecimento neurológico e também a influência da cultura.
4 - A formação do "eu": O "eu" se estrutura por um processo de alternância funcional entre etapas centrípetas e etapas centrífugas. Primeiramente o indivíduo está interessado em si mesmo. É uma fase predominantemente afetiva . O social aqui é sinônimo de inter-pessoal. Depois tem disponibilidade de exploração do real . É uma etapa em que seus interesses voltam-se para o meio, com a exploração do mundo real. É uma etapa mais objetiva, cognitiva. O social aqui é sinônimo de cultural.
A Educação para Wallon
É um fato social. O homem é um ser social e, mais ainda, membro de uma sociedade concreta, nela atuando, modificando-a e sendo por ela modificado. Quando se ignora a dimensão social e política da Educação, faz-se obra educativa artificial e limitada.
Entendia que a Escola Tradicional seleciona as atividades e conteúdos muito mais por uma opção ideológica do que por princípios psicológicos. O ensino deveria, então, levar em conta o papel que os comportamentos infantis e as aquisições cognitivas representam na vida deste aluno.
O processo intelectual da criança se faz graças a uma acumulação gradual de representações. A escola, segundo o autor, é um meio indispensável ao desenvolvimento da criança não devendo ficar restrita à ação do meio familiar. O grupo familiar lhe é imposto, o escolar ela pode eleger. A escola é um meio mais rico, mais diversificado e oferece à criança a oportunidade de conviver com seus pares.
Resumindo:
Gênese da inteligência => genética e organicamente social A teoria do desenvolvimento cognitivo => centrada na psicogênese da pessoa completa Estudo centrado na criança contextualizada => a passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança.
Materialismo => a natureza é anterior ao pensamento Dialética => não é a das palavras mas sim a da realidade: é uma disciplina da razão para apreender a realidade em seus eventuais conflitos e contradições. O comportamento e a conduta vão se organizando à medida que a criança vai passando das estruturas motoras até estruturas mais evoluídas - a cognição.
O Método:
O método adotado por Wallon é o da observação pura. Considera que esta metodologia permite conhecer a criança em seu contexto, “só podemos entender as atitudes da criança se entendermos a trama do ambiente no qual está inserida”. Buscou a base de seu método dialético no materialismo histórico por entender que a natureza, quer seja física ou mental, é uma realidade objetiva que existe fora e independente da consciência A dialética é o método que considera a natureza não como uma acumulação acidental de objetos.
Psicomotricidade
 
 
Slide 1
 
Visão geral e História
 
Ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo 
interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo 
mesmo. 
 
Está relacionada ao processo de
 
maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e 
orgânicas (S.B.P.1999). 
 
É um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências 
vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua
 
individualidade, sua linguagem e sua socialização.
 
 
QUEM O PSICOMOTRICISTA ? 
 
Profissional da área de saúde e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do Homem na aquisição, no 
desenvolvimento e nos distúrbios da integração somatopsíquica. 
 
 
QUAIS SÃO
 
AS SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ? 
 
Educação, Clínica (Reeducação, Terapia), Consultoria e Supervisão. 
 
 
QUAL A CLIENTELA ATENDIDA PELO PSICOMOTRICISTA ? 
 
Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimen
to 
global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; pessoas 
que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e relacionais em consequência de lesões neurológicas; 
família e a 3ª idade. 
 
 
EM QUE MERCADO DE TRABALHO ATUA O PSICOMOTRICISTA ? 
 
Creches; escolas; escolas especiais; clínicas multidisciplinares; consultórios; clínicas geriátricas; postos de saúde; 
hospitais; empresas. 
 
É uma especialidade do campo de atuação do profissional da Ps
icologia, conforme resolução 013/2007. Por meio do 
qual atesta o reconhecimento da atuação do psicólogo(a) à determinada área da especialidade, qualificando a 
formação do profissional.
 
 
História 
 
“Abordar a origem e o conceito da Psicomotricidade é estudar
 
a significação do corpo ao longo da civilização 
humana” (Fonseca, 2012, p.11)”.
 
A história da psicomotricidade é solidária à história do corpo. Ao longo dessa história foram registradas perguntas: 
 
Como explicar as emoções, as sensações do corpo e qual a 
relação entre corpo e alma; 
 
Por que diferenciá
-
los? (BARTHES apud LEVIN, 2003, p. 22.)
 
 
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA
 
“O corpo é, de certo modo, negligenciado em função do espírito”
 
Desde a Antiguidade, o corpo humano sempre foi valo
rizado através do culto excessivo do esplendor físico;
 
O cultivo de músculos bem desenvolvidos era considerado sinal de masculinidade. 
 
A Origem da palavra “corpo”
 
Provém, por um lado, do sânscrito garbhas
, que significa embrião e, por outro lado, do grego karpós, que quer dizer 
fruto, semente, envoltura e, por último do latim corpus, que significa tecido de membros, envoltura da alma, 
embrião do espírito (LEVIN, 2003, p.22).
 
 
 
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO L
ONGO DA HISTÓRIA HUMANA
 
Da civilização oriental à civilização ocidental, e dentro desta, desde a civilização grega, passando pela idade média, 
até os dias de hoje, o corpo sofreu uma série de transformações!
 
 
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUM
ANA
 
Origem nas grandes cidades gregas. 
 
O primeiro elemento da educação do espírito e do corpo está em alimentá
-
lo e mexê
-
lo a cada momento (Platão)
 
Psicomotricidade 
 
Slide 1 
Visão geral e História 
Ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo 
interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro,com os objetos e consigo 
mesmo. 
Está relacionada ao processo de maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e 
orgânicas (S.B.P.1999). 
É um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências 
vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. 
 
QUEM O PSICOMOTRICISTA ? 
Profissional da área de saúde e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do Homem na aquisição, no 
desenvolvimento e nos distúrbios da integração somatopsíquica. 
 
QUAIS SÃO AS SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ? 
Educação, Clínica (Reeducação, Terapia), Consultoria e Supervisão. 
 
QUAL A CLIENTELA ATENDIDA PELO PSICOMOTRICISTA ? 
Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento 
global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; pessoas 
que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e relacionais em consequência de lesões neurológicas; 
família e a 3ª idade. 
 
EM QUE MERCADO DE TRABALHO ATUA O PSICOMOTRICISTA ? 
Creches; escolas; escolas especiais; clínicas multidisciplinares; consultórios; clínicas geriátricas; postos de saúde; 
hospitais; empresas. 
É uma especialidade do campo de atuação do profissional da Psicologia, conforme resolução 013/2007. Por meio do 
qual atesta o reconhecimento da atuação do psicólogo(a) à determinada área da especialidade, qualificando a 
formação do profissional. 
 
História 
“Abordar a origem e o conceito da Psicomotricidade é estudar a significação do corpo ao longo da civilização 
humana” (Fonseca, 2012, p.11)”. 
A história da psicomotricidade é solidária à história do corpo. Ao longo dessa história foram registradas perguntas: 
Como explicar as emoções, as sensações do corpo e qual a relação entre corpo e alma; 
Por que diferenciá-los? (BARTHES apud LEVIN, 2003, p. 22.) 
 
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA 
“O corpo é, de certo modo, negligenciado em função do espírito” 
Desde a Antiguidade, o corpo humano sempre foi valorizado através do culto excessivo do esplendor físico; 
O cultivo de músculos bem desenvolvidos era considerado sinal de masculinidade. 
A Origem da palavra “corpo” 
Provém, por um lado, do sânscrito garbhas, que significa embrião e, por outro lado, do grego karpós, que quer dizer 
fruto, semente, envoltura e, por último do latim corpus, que significa tecido de membros, envoltura da alma, 
embrião do espírito (LEVIN, 2003, p.22). 
 
 
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA 
Da civilização oriental à civilização ocidental, e dentro desta, desde a civilização grega, passando pela idade média, 
até os dias de hoje, o corpo sofreu uma série de transformações! 
 
A SIGNIFICAÇÃO DO CORPO AO LONGO DA HISTÓRIA HUMANA 
Origem nas grandes cidades gregas. 
O primeiro elemento da educação do espírito e do corpo está em alimentá-lo e mexê-lo a cada momento (Platão)

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