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Política e Economia no Brasil durante o 
Regime Militar (1964-1985) 
A economia brasileira no início da década de 1960. 
Prof. Dr. Flávio Mesquita Saraiva 
1. Os principais problemas do Plano de Metas estavam na questão do 
financiamento e do setor externo. 
– Os investimentos públicos, na ausência de uma reforma fiscal condizente 
com as metas e os gastos, tiveram que ser financiados em parte pela 
emissão monetária. 
– Ocorre aceleração inflacionária no período do Plano de Metas. 
– Do ponto de vista do setor externo há uma deterioração do saldo em 
transações correntes (deterioração do balanço de comércio e ampliação 
do déficit em serviços), deficit no balanço de pagamentos o crescimento 
da dívida externa. Novamente o problema do estrangulamento externo. 
– O governo Kubitschek rompe com o FMI em 1959, mostrando disposição 
em não fazer o ajustamento solicitado pelo Fundo. 
– Do ponto de vista do passivo externo, o governo passa a lançar mão de 
swaps e outros empréstimo de curto prazo. 
– A questão do financiamento também está relacionada ao alargamento das 
funções de Estado ocorrida a partir do Plano de Metas (Lessa). 
– Comentário sobre a questão da concentração de renda. 
 
2. A questão dos movimentos sociais e a agenda de reformas. 
A Crise do início da década de 1960 - Referências 
1. Instabilidade do início dos anos 60 e desaceleração econômica: 
– O Presidente Jânio Quadros renuncia depois de 8 meses de mandato 
(janeiro a agosto de 1961) e o vice João Goulart enfrenta dificuldades 
para assumir. Durante o governo Jânio aplica-se a resolução 204 da 
SUMOC (o câmbio é aumentado de CR$100,00 para Cr$200,00 por 
dólar) e são obtidos novos empréstimos de EUA e Europa (liberação 
parcial). 
 
– João Goulart ou Jango assume em um período de grandes 
turbulências político militares. O Brasil passa para o regime 
parlamentarista, que dura apenas 16 meses (setembro de 1961 a 
janeiro de 1963). O Brasil teve 3 Primeiros ministros. 
 
 
Período Primeiro Ministro 
Setembro/1961 a Junho/1962 Tancredo de Almeida Neves 
Julho/1962 a Setembro/1962 Francisco de Paula Brochado da Rocha 
Setembro/1962 a Janeiro/1963 Hermes Lima 
A Crise do início da década de 1960 - Referências 
4 
As trocas de presidentes e ministérios impediram a adoção de uma política 
consistente, dificultando o cálculo econômico e criando um ambiente de 
incertezas para os investimentos no país. 
 
Em janeiro de 1963 João Goulart toma posse com o presidencialismo 
restaurado. Adota-se o Plano Trienal (Ministro Celso Furtado) de janeiro 
a junho de 1963. 
 
INÍCIO DA DÉCADA DE 1960 
1962-1967- pior fase do pós-guerra anterior a 1980. 
1. A economia brasileira atravessou sua “pior fase” do pós-guerra 
(antes da década de 1980) no período 1962-1967. As razões 
para a desaceleração econômicas estão sintetizadas a seguir: 
– Conclusão do pacote de investimentos do período 1956/1957. 
– A hipótese dos desequilíbrios do Plano de Metas do 
governo J.K. 
– Políticas de estabilização do Plano Trienal e do PAEG. 
– Efeito do superdimensionamento dos projetos de investimento. 
– Seca de 1963 e racionamento de energia no Centro-sul do 
Brasil. 
– Relação entre crise política e crise econômica (o caso do 
IED e a Lei de remessa de lucros de 03.09.1962) 
– Ausência de condições para manutenção da demanda efetiva: 
corrosão dos mecanismos de financiamento pela 
inflação;impossibilidade de ampliação da carga tributária e de 
reforma do sistema financeiro. 
 5 
6 
Dados sobre a economia brasileira no período 1956-1973
Período PIB Real (%) Crescimento Taxa de inflação Carga tributária/PIB
Industrial % IGP-DI %
1956 2,9 5,5 24,57 16,4
1957 7,7 5,4 6,95 16,7
1958 10,8 16,8 24,38 18,7
1959 9,8 12,9 39,44 17,9
1960 9,4 10,6 30,46 17,4
1961 8,6 11,1 47,79 16,4
1962 6,6 8,1 51,60 15,8
1963 0,6 -0,2 79,91 16,1
1964 3,4 5 92,12 17,0
1965 2,4 -4,7 34,22 19,0
1966 6,7 11,7 39,11 21,0
1967* 4,2 2,2 25,02 20,5
1968 9,8 14,2 25,50 23,3
1969 9,5 11,2 19,31 24,9
1970 10,4 11,9 19,27 26,0
1971 11,34 11,9 19,48 25,3
1972 11,94 14 15,73 26,0
1973 13,97 16,6 15,53 25,1
Fonte: IPEA e Banco Central
* Nesse ano ocorreu o corte de 3 zeros do cruzeiro
7 
8 
 
A economia brasileira no período 1962-1967 
 
Característica básica: forte desaceleração econômica e desenvolvimento de bases internas 
para recuperação. 
Presidentes: 
02.04.1964 a 15.04.1964 Ranieri Mazzili 
15.04.1964 a 15.03.1967 Humberto de Alencar Castelo Branco 
15.03.1967 a 31.08.1969 Artur da Costa e Silva. 
31.08.1969 a 30.10.1969 Junta Militar 
30.10.1969 a 15.03.1974 Emílio Garrastazu Médici 
 
Ato Institucional nº 1 – 09.04.1964. Suspensão da constituição e de direitos políticos por 10 
anos, com o fim das imunidades parlamentares. 
Ato Institucional nº 2 – 17.10.1965. Eleições indiretas para presidente e estabelecimento do 
bipartidarismo, com a extinção dos partidos existentes. 
Ato Institucional nº 3 – 05.02.1966. estendia as eleições indiretas para governadores e 
prefeitos. 
Ato Institucional nº 4 – 07.12. 1966. Convoca a Constituinte e “Faz aprovar” a nova 
Constituição em 24.01.1967. 
Ato Institucional nº 5 – 13.12.1968. Fecha o Congresso e e endurece o regime. 
1968-1973 – Os Anos de Chumbo 
 Ministros 
Fazenda Octávio Gouvêa de Bulhões (15.04.1964 a 16.03.1967). 
Planejamento Roberto do Oliveira Campos (15.04.1964 a 15.03.1967). 
 
O governo militar terminou em 15 de março de 1985. Eleito indiretamente vice-presidente 
na chapa de Tancredo de Almeida Neves, José Sarney assumiu a Presidência devido à 
doença e posterior falecimento de Tancredo. 
Cronologia política – ditadura militar 
S
C
X
 
A economia brasileira no período 1962-1967 
 
11 
1. Os planos de estabilização e desenvolvimento da década de 1960: 
• Plano Trienal (1963): foi elaborado por Celso Furtado (Ministro do 
Planejamento de João Goulart); envolvia políticas de estabilização de 
preços ( inflação em 1964 foi de 90% e em 1966 foi de 39,5%) e uma 
política de desenvolvimento. Nos primeiros meses do plano houve forte 
recessão. 
• Plano de Ação Econômica do Governo (1964-1966) - PAEG: atacava 
a inflação como fator de instabilidade e retração dos investimentos e 
atribuía a causa da inflação como inflação de custos e de demanda. 
Introduz-se o gradualismo como elemento direcionador da política 
econômica ao invés do tratamento de choque. O diagnóstico básico é de 
que o processo inflacionário é decorrente dos déficits públicos, do excesso 
de crédito e dos reajustes salariais superiores ao aumento de 
produtividade. Destaca-se a questão salarial (com mais ênfase do que no 
Plano Trienal). 
 
 
A economia brasileira no período 1962-1967 
 
12 
 
•As principais medidas aplicadas foram as seguintes: 
redução do gasto público; aumento da carga tributária; 
inflação corretiva para tarifas públicas, contenção do 
crédito; contenção dos salários (média de 24 meses de 
ICV) com forte arocho a partir de 1965; criação de um 
novo mecanismo de financiamento do gasto público: As 
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNs) 
indexadas (uma inovação a nível mundial); em 1964 foi 
criada a correção monetária. 
Os Governos Militares e o Plano de Ação 
Econômica do Governo - PAEG 
• O Golpe militar impõe de forma autoritáriauma solução 
para a crise política. 
• Castelo Branco lança o PAEG (Plano de Ação 
Econômica do Governo), tendo como ministros Roberto 
Campos e Octavio Gouvêa de Bulhões. O governo possui 
duas linhas de atuação: 
1. Políticas conjunturais de combate à inflação. 
2. Reformas estruturais. 
• O controle inflacionário e as formas de conviver com a 
inflação eram vistos como pré-condições para a 
retomada do desenvolvimento. 
13 
 
Medidas de combate à inflação do PAEG 
 
• O diagnóstico da inflação: Excesso de demanda ocasionada 
por três elementos: 
• déficit público e problemas de financiamento dos 
gastos públicos, 
• política salarial frouxa, 
• falta de controle sobre a expansão do crédito. 
• As principais medidas estabilizadoras do PAEG: 
i. Redução do déficit público – novas formas de 
financiamento e aumento das tarifas públicas - inflação 
corretiva 
ii. Restrição do crédito e aperto monetário - aumento das 
taxas de juros, melhora dos mecanismos de controle 
iii. política salarial - Circular 10 leva ao arrocho salarial 
14 
As Reformas Monetária, Tributária e Financeira 
Objetivos: 
– criar condições de condução independente da política 
monetária e direcionar os recursos às atividades 
econômicas 
Esta reforma divide-se em 4 grupos de medidas 
1. Instituição da correção monetária (taxas de juros positivas) e 
das Obrigações Reajustáveis do Tesouro nacional - ORTN (Lei 
4357 de 16.07.1964). Em 1970 são criadas as Letras do 
Tesouro Nacional - LTNs. A medida busca desenvolver o 
mercado de títulos públicos e novos instrumentos de 
financiamento não inflacionários do déficit público 
 
15 
As Reformas Monetária, Tributária e Financeira 
2.Criação do Conselho Monetário Nacional - CMN e do 
Banco Central-Bacen 
 CMN: órgão normativo da política monetária 
 Bacen: órgão executor da política monetária, fiscalizador 
do sistema financeiro 
 
 Procurava-se criar condições de independência da política 
monetária, mas vários problemas permaneciam 
a. ingerência política na atuação do Bacen. 
b. “Conta Movimento” (criada em 29.03.1965), permitia 
ao BB expandir sem limites suas operações de 
crédito. 
c.“Orçamento Monetário” que passou a receber vários 
gastos de origem fiscal, com a criação de vários 
fundos e programas. 
16 
As Reformas Monetária, Tributária e Financeira 
3. Criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e do BNH 
(Banco Nacional da Habitação). 
 objetivo: eliminar déficit habitacional atribuído à falta de 
financiamento 
4. Reforma tributária e previdenciária : INPS (decreto-lei nº 
72 de 26.11.1966); criado o FGTS( Lei 5.107 de 19.06.1966 e 
entra em vigor em 19.09.1966); Reforma tributária de 
1967(Novo CTN de 27.10.1966): criação do IPI, ICM e ISS e 
redefinição do espaço tributário entre as três esferas de 
governo. 
5. Reforma do sistema financeiro nacional e do mercado de 
capitais. Reforma baseada no modelo financeiro norte-
americano caracterizado pela especialização e segmentação 
do mercado. 
17 
A Reforma do Setor Externo 
• Objetivos: 
– estimular o desenvolvimento evitando as pressões sobre o Balanço 
de Pagamentos. 
– Melhorar o comércio externo e atrair o capital estrangeiro. 
• Comércio externo. 
– Exportações: incentivos fiscais e modernização dos órgãos ligados 
ao comércio internacional (CACEX e CPA). 
– Importações: eliminar os limites quantitativos 
– Unificação do sistema cambial e adoção do sistema de 
minidesvalorizações cambiais (1968) 
• Atração do capital estrangeiro: 
– Renegociação da dívida externa e Acordo de Garantias para o 
capital estrangeiro. 
– Lei 4390 de 29.08.1964 e Resolução 63 do BACEN de 
21/08/1967 (Governo Costa e Silva) . 
• As reformas criaram as condições necessárias para o surgimento do 
Milagre Econômico com geração de capacidade ociosa e criação de 
fontes de financiamento. 
18 
Bibliografia 
• ABREU, M. P. (Org.) A ordem do progresso. Rio de Janeiro: Campus, 1990. 
• BAER, W. A economia brasileira, São Paulo, Nobel, 2002. 
• BELLUZZO, L. G. de M & COUTINHO, R. (Orgs.) Desenvolvimento 
capitalista no Brasil. Vols. I e II. São Paulo: Brasiliense, 1982. 
• CARNEIRO, R. Desenvolvimento em crise: a economia brasileira no último 
quarto do século XX, São Paulo, Editora da UNESP, 2007. 
• FURTADO,C. Formação econômica do Brasil, São Paulo, Companhia das 
Letras, 2007. 
• GREMAUD, A.P. ; SAES,F. A.M. ; TONETO JÚNIOR, R. Formação 
Econômica do Brasil, São Paulo, Atlas, 1997. 
• SKIDMORE, T. Brasil de Getúlio a Castelo, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 
1985. 
• VASCONCELOS, M.A.S. Economia brasileira contemporânea, São Paulo, 
Atlas, 2002. 
• VERSIANI, F.R. e MENDONÇA DE BARROS, J.R. (Orgs.) Formação 
econômica do Brasil: a experiência da industrialização. São Paulo, 
Saraiva, 1978. 
 
19

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