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ANOMALIAS AULA 2 (1)

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Principais Anomalias e suas orientações
AZENIL DE CARVALHO FILHO
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Sistemas Estruturais
Sistema estrutural
As estruturas, em que pese a sua aparente rigidez (imobilidade), caracterizam sempre sistemas com certo grau de movimentação (deformabilidade).
Nesse sentido, os bens “imóveis” (simples coberturas, galpões, residências, ou edifícios) são, na realidade e internamente, parcialmente móveis, deformando-se dentro de um nível natural, devido às forças induzidas pela gravidade ou por outros elementos
da natureza.
As forças induzidas pela gravidade são verticais (ocorrem no sentido de cima para baixo), compreendendo o peso próprio das estruturas, das alvenarias, dos revestimentos e as cargas decorrentes do uso do imóvel, como os pesos dos móveis, dos
objetos, das pessoas, etc
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Já as forças produzidas pelos elementos da natureza, tais como os ventos, a terra e a água, são difusas (ocorrem em várias direções).
A atuação conjunta de todas as forças acima citadas introduz sempre, em maior ou menor extensão, deformações nos sistemas estruturais.
Os elementos responsáveis pela transmissão dos esforços ao solo (apoio) são chamados fundações.
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Fundações
As fundações, de acordo com o tipo de solo e o montante da carga que irão receber da estrutura, podem ser classificadas em duas categorias: diretas (ou rasas) e profundas.
As fundações diretas ou rasas são aquelas executadas mediatamente abaixo dos baldrames, aí compreendidas as sapatas, os radiers e também as “ brocas “ (reforços de natureza empírica feitos em baldrames)
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As fundações profundas são, em geral, executadas com intervenção de equipamento ou de equipes especializadas, aí compreendidos vários tipos de estacas e os tubulões.
As fundações são elementos de fundamental importância na estabilidade dos edifícios, respondendo por boa parte dos aspectos relacionados à solidez e segurança dos mesmos.
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Estruturas
Quanto às estruturas propriamente ditas, pode-se dizer que existem dois tipos de sistemas básicos: o sistema reticulado e o autoportante.
No sistema reticulado a transferência de todas as cargas atuantes para as fundações, quer através dos pisos, quer pelos painéis de alvenaria (paredes), é feita através de elementos denominados de vigas e pilares.
Viga é uma peça linear, cujo carregamento principal, advindo da laje, distribui-se, também igualmente, para os pilares.
Pilar é uma peça linear, carregamentos principais provenientes das vigas são nele concentrados e distribuídos para as fundações.
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Sistema Autoportante
No sistema autoportante uma parte ou toda a alvenaria transmite diretamente as cargas recebidas para as fundações. Qualquer modificação ou remoção de paredes nesse sistema precisa ser precedido de consulta ao construtor ou a projeto. Tenha cautela.
Em ambos os sistemas, o elemento estrutural que recebe a ação direta das cargas devidas ao uso são as lajes, definidas como peças planas, cujo carregamento principal é aplicado ao longo de sua superfície.
Edifícios de vários pavimentos são em geral mais freqüentemente construídos em sistemas reticulados, embora também existam, na prática brasileira, edifícios altos em sistema autoportante
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Autoportante
Por outro lado, casas e pequenos edifícios de até dois pavimentos, com muita freqüência, são construídos em sistema autoportante, embora também possam sê-lo em sistemas reticulados.
Em edifícios altos, em particular, é comum o aparecimento de fissuras e trincas nos andares mais altos devido à ação do vento sobre a estrutura.
É comum, também, em qualquer edificação, o aparecimento de fissuras e trincas associadas a problemas nas fundações ou nas contenções de confrontantes.
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Fissura
Fissura é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de ruptura sutil de parte de sua massa, com espessura de até 0,5 milímetro.
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Fissuras
São danos mais superficiais e não exigem muito investimento para seu reparo. Para eliminá-las, geralmente aplica-se massa acrílica na superfície afetada, depois vêm o lixamento e a pintura. Mas nem sempre essa correção elimina a possibilidade de a fissura surgir novamente. Neste caso, é preciso retirar e reaplicar o reboco. Isso porque o aparecimento de fissura muitas vezes é causado pela utilização de um cimento com baixa qualidade.
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Trincas
Trinca é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de evidente ruptura de parte de sua massa, com espessura de 0,5 milímetro até 1,0 milímetro.
Quando a flexibilidade do sistema reticulado, por problemas patológicos, apresenta riscos surgem as rachaduras e as fendas, ambas de maior gravidade, se comparadas às fissuras e trincas, recomendando-se uma consulta junto a um engenheiro ou arquiteto, especialistas e estudiosos da matéria.
Trincas são danos mais profundos e chegam a atravessar de um lado ao outro da estrutura, estando geralmente relacionadas a problemas estruturais. Neste caso, é fundamental a interferência de um profissional, porque a correção depende da retirada do reboco, limpeza e colocação de telamento (tela de poliéster ou de aço) ou grampeamento com ferro. A reparação deve criar uma ligação forte na estrutura da parede, eliminando a possibilidade de futuro aparecimento de trincas.
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Rachadura é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, podendo-se “ ver”
através dela e cuja espessura varia de 1,0 milímetro até 1,5 milímetro.
Fenda é uma abertura expressiva que aparece na superfície de qualquer material sólido, proveniente de acentuada ruptura de sua massa, causando sua divisão em partes separadas, com espessura superior de 1,5 milímetro.
Ao deparar-se com anomalias dessa natureza, deve o observador procurar investigá-las, visando a sua melhor caracterização.
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Rachadura ou Fenda?
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Providências
As principais providências podem ser assim relacionadas:
Identificar se as mesmas encontram-se em elementos estruturais (lajes, vigas, pilares ou alvenaria portante);
Verificar se a peça lesada está submetida, por algum agente externo (presença de água, por exemplo) a um processo de deterioração progressiva;
Verificar a estabilidade ou progresso da anomalia. Há diversos processos de controle, sendo os mais práticos e comuns:
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 Preenchimento da abertura com selo de gesso. O fissuramento do gesso indica a continuidade da movimentação;
 Fixação de plaqueta de vidro no local, com marcas de referências, observando-se o eventual deslocamento desta;
 Marcação dos limites da lesão com lápis grosso ou tinta, observando-se se estes se alteram com o correr do tempo.
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Verificar a magnitude da abertura. Recomenda-se que em qualquer caso onde sejam observadas mais largas do que a espessura de uma unha (0,5mm), recorra-se a um engenheiro ou arquiteto habilitado e qualificado. Embora as causas das anomalias estruturais nem sempre sejam evidentes, deve-se chamar a atenção para as seguintes origens:
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Acomodação da estrutura
Ausência de verga e contra verga
Esmagamento de elementos construtivos
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Rotação
Escorregamento de solo
 Erosão e descalçamento de fundações
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Cisalhamento: fadiga, efeitos térmicos, presença de vibrações,
Dano excepcional provocado pela natureza
Conservação de Estruturas de Concreto
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Concreto
O concreto após seu preparo, apresenta um Ph de 12,5 (Ph alcalino), com o decorrer do tempo, estando a estrutura exposta aos agentes da natureza existentes na atmosfera, tais como: poluição, sulfatos, maresia, gases, depósito de fuligens ácidas que atual diretamente sobre a superfície do concreto, paulatinamente vão neutralizando os componentes básicos do concreto (hidróxido de cálcio), transformando-se em componentes neutros (sulfato e carbonato de cálcio), reduzindo o Ph do concreto.
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Essa redução de Ph implica no ataque ácido às armaduras, dando origem a formação de óxido de ferro o queprovoca aumento na dimensão da secção do aço, expulsando a camada superficial do concreto (recobrimento), deixando exposta a armadura.
Em curto prazo, esse fenômeno pode provocar acidentes, no caso do desplacamento do concreto ocorrer em pontos altos da estrutura de um edifício, projetando porções de concreto na área adjacente. Nesse caso recomenda-se a remoção do material solto como providência imediata, evitando sua queda até que a estrutura venha a ser convenientemente reparada e protegida.
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Desplacamento de Concreto
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Em longo prazo, com o agravamento dos danos, pode-se chegar até ao comprometimento da estrutura e sua reparação será cada vez mais profunda e mais onerosa.
A infiltração acima descrita, é provocada pela capacidade de absorção capilar do concreto que quando funciona no sentido inverso carreia materiais finos devido à evaporação. Esse fluxo, com o passar dos anos, vai aumentando a porosidade do concreto e facilitando cada vez mais o ataque ácido ao concreto.
A absorção capilar pode ser controlada mediante tratamento superficial com hidrorepelentes, hidrofugantes e tamponamento de poros conforme o caso e necessidades. Esse tratamento forma uma barreira reduzindo a absorção e o
umedecimento do concreto, procurando:
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Controle absorção capilar
 Diminuir a circulação do vapor d´água
 Diminuir a taxa de absorção de água
 Não captar ou aderir sujeiras facilmente
 Não alterar suas características pela ação de raios solares durante sua vida útil projetada
 Prolongar a vida útil da estrutura
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Conclusão
Podemos concluir que o tratamento do concreto, além de cumprir o objetivo estético, atua como componente na durabilidade e proteção da estrutura.
Devemos considerar que cada sistema de proteção tem uma vida útil, a qual pode ser prolongada fazendo-se uma manutenção periódica a cada 2 anos. Essa manutenção consiste na hidrolavagem do concreto com saponáceos neutros, permitindo
uma análise localizada da superfície e eventuais pontos onde o sistema protetor que esteja comprometido possa ser restaurado.
Essa manutenção preventiva prolonga a vida útil do sistema protetor garantindo um benefício maior, a um custo menor, trazendo vantagens tanto sob o ponto de vista técnico, como econômico.
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