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Microeconomia 1: Rendimento da Firma e Concorrência Perfeita

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Aula 8:Rendimento Da Firma E Do Mercado De Concorrência Perfeita
Nesta aula, você irá:
1- Definir receita total e receita marginal.
2- Explicar quando se dá a maximização do lucro total.
3- Discutir as principais hipóteses de um mercado de concorrência perfeita.
4- Destacar as características de uma firma perfeitamente competitiva.
5- Apresentação gráfica do equilíbrio da firma em concorrência perfeita a curto e longo prazo.
Na aula 8, discute-se a respeito da chamada teoria neoclássica ou marginalista. Esta teoria tem como princípio básico o de que toda e qualquer empresa está condicionada a maximizar o seu lucro total, em um mercado perfeitamente competitivo. Este tipo de mercado apresenta-se como sendo livre, sem barreiras e totalmente transparente.
Pela chamada teoria marginalista (ou neoclássica), toda e qualquer empresa tem como objetivo (privado) principal obter o maior lucro possível, sabendo-se que este lucro (LT) é obtido em função da maior diferença entre a receita total (RT) com o custo total (CT), isto é: LT = RT – CT.
Nesse contexto, temos o esquema a seguir.
Empresas têm como objetivo
maior a maximização dos lucros
(a curto ou a longo prazo)
LT = RT – CT
Conforme veremos melhor no item seguinte desta aula, o empreendedor deverá escolher o nível de produção para o qual a diferença entre a receita total e custo total seja máxima. 
Por este contexto, vamos supor hipoteticamente a tabela I abaixo onde na coluna 1 nos dá a quantidade de produção (Q) que multiplicada pelo preço unitário (P) na coluna 2 gera como resultado o valor da receita total (RT) na coluna 3. A diferença entre RT e o custo total (CT), este com valores apresentados na coluna 4, origina o resultado do lucro (ou do prejuízo) total localizado na coluna 5. O lucro é máximo (R$ 280,00) quando a empresa tende a produzir (e a vender) 60 unidades do seu produto por período de tempo.
Como veremos melhor no próximo item desta aula, e tendo-se como base um mercado competitivo, na verdade analisa-se o equilíbrio (ou a maximização do lucro) da empresa na medida em que a receita marginal (RMg) é igual ao custo marginal (CMg) , ou seja:
 ∆RT = ∆CT
      ∆Q     ∆Q
Análise da maximização do lucro total: uma abordagem inicial
A receita marginal é definida como o acréscimo da receita total pela produção (e venda) de uma unidade a mais do produto. E o custo marginal, conforme já estudado por nós, é definido como sendo o acréscimo do custo total pela produção de uma unidade a mais do produto da empresa. Além disso, destaca-se que, pelos valores encontrados da receita total, se quisermos calcular os resultados da receita marginal, iremos constatar que para a empresa em concorrência perfeita, a RMg = P, e é com referência a este princípio que passaremos a discutir nas próximas linhas. Mas, antes disso, vamos entender melhor o que é o mercado (ou a estrutura) de concorrência perfeita.
Estrutura de concorrência perfeita e pressupostos iniciais: características da base da competição
Conforme já estudamos nas aulas 1 e 2, os conceitos de oferta e demanda se referem ao comportamento das pessoas quando interagem nos mercados. Um mercado é um grande grupo de compradores e vendedores de um dado bem ou serviço. Os compradores, em conjunto, determinam a demanda pelo produto, e os vendedores ou produtores em conjunto, determinam a oferta do produto. Neste sentido, chamamos de mercados competitivos aqueles mercados em que há muitos compradores e muitos vendedores, de modo que cada um deles exerce impactos “negligenciáveis” sobre os preços desses mercados.
Nos mercados competitivos, de concorrência perfeita, o funcionamento deles é completamente livre, sem barreiras e totalmente transparente, de modo que uma única empresa, isoladamente, não tem condições de afetar o preço de mercado. O preço de mercado é absorvido pelas empresas participantes dessa estrutura, bem como pelos consumidores individualmente.
As firmas (ou empresas) ofertam produtos semelhantes ou homogêneos, sendo que há completa mobilidade desses produtos em várias regiões, em vários lugares. Nesse mercado, há livres entradas e saídas de firmas e de consumidores, onde os empresários tendem a maximizar o lucro total e os consumidores a maximizar a sua satisfação ou utilidade. 
 Cabe destacar que os agentes econômicos (produtores e compradores) têm acesso a toda e qualquer informação importante, dentre elas os custos e as receitas dos concorrentes. Entretanto, supõe-se que nenhuma empresa influi no custo das demais, bem como nenhum consumidor afeta o consumo dos demais.
Curvas de demanda da firma individual e de mercado
Vamos imaginar o mercado de concorrência perfeita sendo uma molécula e cada firma que compõe este mercado sendo átomos. Pode-se informar que uma firma isoladamente não consegue alterar o preço de mercado do produto. Qualquer saída ou entrada de firmas neste mercado não iria alterar a estrutura desta molécula, pois suas participações isoladamente são “infinitesimais” no que diz respeito à formação da (curva de) oferta de mercado.
Como o preço do produto para uma determinada firma qualquer é o preço (de venda) que vem do mercado - se somente se - a curva de demanda para firma é horizontal, pois a firma (ou empresa) só pode vender a esse preço (Pm) , conforme podemos verificar pelo gráfico 1, Curva de demanda da firma individual em mercados competitivos, abaixo:
A inclinação é negativa da curva de demanda de mercado (D), com a qual se defrontam todas as firmas, supondo que todas elas são do setor indústria para a nossa análise. Entretanto, conforme estamos discutindo, a curva de demanda individual da firma é horizontal, é infinitamente elástica . Se ocorrer modificações do preço pelo mercado, a firma deve, automaticamente, ajustar a quantidade, pois é tomadora de preços.
Equilíbrio Competitivo da Firma em Curto Prazo
Apresentar o equilíbrio de curto prazo de uma empresa em um mercado competitivo requer uma maior discussão e complementação do que foi apresentado anteriormente. Para isso, nas linhas seguintes, iremos detalhar mais sobre receitas e custos para depois, então, nos dedicarmos a visualizar e entender esse equilíbrio.
É preciso não esquecer que tal equilíbrio advém da determinação da maximização do lucro total, obtido através da ótica da receita marginal e do custo marginal. Sabe-se que toda e qualquer firma ou empresa deseja uma dada receita total (RT). Esta é conseguida através do resultado: RT = P.Q; sendo P o preço unitário de venda, e Q a quantidade a ser vendida (e demandada). A partir da receita total, podemos obter dois outros tipos de receita: a média e a marginal.
Receita Média (RMe) >>> RMe = (RT/Q)
Porém, como RT = P.Q, substituímos e temos que: RMe = [(P.Q)/Q] = P = Pm Conforme o gráfico 1, Pm é a própria demanda da firma individual, que também é a RMe. Como Pm é dado (pelo mercado), a RMe é fixa.
Receita Marginal (RMg) >>> RMg = (ΔRT/ΔQ) = [Δ(P.Q)/ ΔQ] >>> como P = Pm = constante >>> então temos que RMg = [(P. ΔQ)/ ΔQ] = P = Pm, neste sentido, a RMg também é fixada.
A curva de demanda de uma firma industrial em concorrência perfeita é dada horizontalmente, sendo Pm = RMe = RMg
o caso dos custos, a curto prazo tem-se que CT = CVT + CFT , onde:
CT = custo total;
CVT = custo variável total (custo associado à utilização do fator de produção variável);
CFT = custo fixo total (custo associado à utilização do fator fixo de produção).
Se dividirmos o custo total (CT) pela quantidade (Q), temos o custo total médio (CMe), isto é: CMe = (CT/Q) >>> neste sentido, tem-se que: CT = CMe.Q
Por outro lado, se trabalharmos com a variação do custo total de produção, derivada da variação na quantidade produzida de um bem ou serviço, iremos conseguir o chamado custo marginal (CMg), apresentado através da seguinte expressão:
CMg = (ΔCT/ΔQ)
De acordo com as fórmulas desenvolvidas anteriormente, é apresentadoo gráfico 2: Equilíbrio competitivo de curto prazo, a seguir.
	
A tomada de decisão de uma empresa em concorrência perfeita diz respeito à quantidade que ela tende a produzir. Esta decisão é inerente ao seu desejo em obter lucros. Sendo que a fórmula do lucro total (LT) é definida como LT = RT – CT, se trabalharmos com a variação do lucro total resultante da variação na quantidade produzida de um bem ou serviço, iremos conseguir o chamado lucro marginal (LMg), apresentado pela expressão:
LMg = (ΔLT/ ΔQ) = (ΔRT/ ΔQ) – (ΔCT/ ΔQ)
Sabendo-se que:           
(ΔRT/ΔQ) = RMg}
                            
(ΔCT/ΔQ) = CMg}
Logo:
LMg = RMg – CMg
Como estamos supondo que a firma é racional na sua maneira de produzir e tenha como objetivo último a maximização do seu lucro total, iremos ver, ao longo destas linhas, que a quantidade ótima de produção da firma, que forma o seu equilíbrio competitivo, ocorre ao nível da quantidade q*, pois é com esta quantidade onde se tende a gerar essa maximização.
A ideia de se obter um maior lucro possível está em conseguir a maior diferença (positiva) entre a RT com o CT. Para isso acontecer, a regra é justamente a firma maximizar o lucro total obtendo a igualdade RMg = CMg, sendo o custo marginal crescente, como está indicando o ponto E. A empresa racional sempre aumentará a sua produção, quando isso efetivamente gerar maior lucro total. Neste sentido:
1- Qualquer nível de produção abaixo do ponto E, o acréscimo de receita derivado da produção de uma unidade adicional do produto (RMg) é superior ao acréscimo de custo, derivada da produção de uma unidade adicional de produto (CMg). Neste caso é interessante a firma aumentar sua produção até chegar ao ponto E, pois: LMg > 0 e o LT está aumentando.
2- Qualquer nível de produção acima do ponto E, o acréscimo de custo derivado do incremento de uma unidade de produção (CMg) é superior ao acréscimo de receita derivado deste aumento no produto (RMg), ou seja, LMg < 0 e o LT estará diminuindo. Neste caso, , então, é atraente para a empresa reduzir sua produção dirigindo-se para o ponto E.
3- Em qualquer ponto acima ou abaixo de E, a empresa não estará maximizando seu lucro total, portanto a quantidade q* é definida como a quantidade ótima de produção, pois é com esta quantidade que faz ocorrer a igualdade RMg = CMg , gerando o equilíbrio da firma a curto prazo, que, conforme o gráfico 2, ocorre no momento em que o CMg é crescente.
4- Pelo mesmo gráfico, discorre-se que a análise torna-se mais interessante ao agregarmos a curva de custo total médio (CMe). Note que a curva de CMg intercepta a curva de CMe no ponto de mínimo desta última e que, a partir daí, podemos visualizar determinadas áreas que serão agora objetos de estudo dentro desta nossa atual discussão. 
5- Observe que a área do quadrado 0q*PE corresponde à multiplicação 0q* (quantidade vendida) por 0P (nível de preço determinado pelo mercado), ou seja, a receita total (RT) da firma. Por outro lado, a área do retângulo 0q*CMeA corresponde à multiplicação de 0q* (quantidade vendida) por CMeA (custo total médio), isto é, ao custo total (CT).
6- A subtração de 0q*PE em relação a 0q*CMeA equivale à área do retângulo EPACMe, que corresponde ao lucro total da firma (LT), ou seja, a diferença entre receita total (RT) e custo total (CT), sendo este lucro total chamado de lucro econômico (ou lucro extra ou extraordinário). Cabe destacar que este tipo de lucro é obtido por uma firma de concorrência perfeita apenas no curto prazo. 
Vamos ver, a partir do próximo tópico, o que acontece a longo prazo, ou seja, quando outras empresas são introduzidas onde esteja vigorando o lucro extraordinário. Em outras palavras, vejamos o que ocorre quando há livre entrada e saída de firmas nesse mercado de concorrência perfeita.
Maximização do lucro de uma firma no longo prazo
Em longo prazo, o lucro extra irá atrair novas empresas no mercado. A maior quantidade de empresas aumentará a oferta de produtos no setor industrial, o que dada uma demanda constante, provocará uma redução dos preços de mercado, reduzindo o lucro extraordinário com o passar do tempo.
Este processo com entrada de novas firmas, aumento de oferta e redução de preço - e, portanto, de diminuição do lucro econômico total - somente irá cessar na medida em que seja eliminado totalmente este lucro econômico, só ficando o chamado lucro normal.
Isso é demonstrado no momento em que a receita marginal de longo prazo (RMgLP) igualar o custo marginal de longo prazo (CMgLP) e o custo médio de longo prazo (CMeLP), o que significa que a firma está atuando no ponto mínimo de CMeLP. Graficamente, esta situação é expressa pelo gráfico 3: Equilíbrio competitivo de longo prazo, a seguir:
Pela figura anterior, a entrada de mais firmas desloca a curva de oferta gradativamente para a direita, de S0 para S2, provocando uma queda no preço de mercado (po para p 2).
Quando o preço chega a P2, cessam os lucros extraordinários, pois, no ponto (p2, q2), RT = CT (ou RMe = CTMe) e LT = 0. Esse ponto corresponde ao mínimo da curva de custo médio de longo prazo (escala ou tamanho ótimo da empresa). Não há mais lucro extra (ou extraordinário), a firma somente obtém o lucro normal (ou extraordinário).	
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Microeconomia

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