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ARTIGO FINALIZADO (EMÍLIA ZAGO)

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O PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA E SEUS TIPOS
COM ESTUDO DE CASO NAS EMPRESAS CLARO E EMBRATEL
Emília das Chagas Zago Amorim[1: Graduando do curso de Bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio da Amazônia.]
Mariano Terço de Melo[2: Professor orientador do Centro Universitário Estácio da Amazônia.]
RESUMO
O Brasil e o mundo se deparam com uma forte crise econômica que afeta os negócios das empresas, governo e a sociedade. Tudo isso fruto de uma série de fatores que contribuíram para uma instabilidade financeira, que atingiu até mesmo as grandes potências mundiais. As empresas, principalmente as de grande porte estão em alerta diante deste cenário e como em qualquer situação de risco, juntas buscam uma solução para não serem “sufocadas” por esse colapso global. Foi na reorganização societária que elas encontraram uma forma de “driblar” a crise, buscando forças na união dos negócios para permanecerem no mercado. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral apresentar de que forma a incorporação deve ser feita, as vantagens que a mesma oferece as empresas que optam por esse tipo de processo, quais as necessidades atendidas, e os tipos de empresas que podem adotar este processo de forma que lhe tragam bons retornos. Dentro dessa perspectiva, será apresentado um estudo de caso com as Empresas Claro e Embratel para melhor esclarecimento do assunto.
Palavras Chaves: Crise Econômica, Reorganização Societária, Incorporação.
ABSTRACT
Brazil and the world are facing a strong economic crisis that affects the businesses of companies, government and society. All this was the result of a series of factors that contributed to financial instability, which affected even the great world powers. Companies, especially large ones, are alert to this scenario and, as in any situation of risk, together seek a solution so as not to be "suffocated" by this global collapse. It was in the corporate reorganization that they found a way to "dribble" the crisis, seeking forces in the union of businesses to stay in the market. In this context, the main objective of this paper is to present how the incorporation should be done, the advantages offered by the companies that opt ​​for this type of process, the needs met, and the types of companies that can adopt this process process that will bring you good returns. Within this perspective, a case study will be presented with Claro and Embratel Companies to better clarify the subject.
Key Words: Economic Crisis, Corporate Reorganization, Incorporation.
INTRODUÇÃO
A economia internacional enfrenta uma baixa taxa de crescimento e vive numa instabilidade financeira difícil de ser contornada. Segundo informações obtidas pelo Instituto de Finanças Internacionais, essa situação é fruto da queda nos preços das principais commodities, elevada volatilidade dos mercados financeiros, desvalorização das moedas, fuga de capitais desde a sinalização de alta da taxa de juros básica nos Estados Unidos, contração do crédito, entre outros fatores que fazem com que os países, principalmente os em desenvolvimento, vivam um momento de recessão econômica.[3: Informação obtida pelo Instituto de Finanças Internacionais, porém retirada do site disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-grri/a-crise-economica-mundial-e-a-quarta-revolucao-industrial> Acessado em 20 out 2017. ]
No Brasil a crise dura um pouco mais de dois anos e um dos principais motivos que fazem com que essa crise continue é a desestabilidade política, grande índice de corrupção e o pior, uma alta carga tributária que dificulta a continuidade de muitas empresas no país, que diante da situação, encontraram na reorganização societária, uma forma de “driblar” a crise e alavancar os negócios. 
Devido ao processo de globalização da economia, as organizações vêm sofrendo grandes mudanças e transformações dentro do contexto empresarial. Com advento e avanço da tecnologia, as empresas buscam renovar seus sistemas estruturais e tecnológicos, objetivando um novo modelo de gestão que possibilitem maior tranquilidade, segurança e eficiência em seu processo de tomada de decisão.
O processo de reorganização societária é a readaptação da empresa no mercado, um tipo de procedimento adotado para juntar forças com as de outras empresas, se desfazendo total ou parcialmente para manterem-se ativas nos negócios, reduzindo custos e ampliando mercados. Tendo como finalidade, dar condições necessárias para adaptar e evoluir seu negócio às novas necessidades que surgem no mercado, o Direito Empresarial coloca à disposição quatro formas de reorganização societária que atendem às necessidades das empresas dentro desse contexto e são elas: Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão. Este artigo tem por finalidade abordar com maior profundidade apenas o processo de incorporação. Sendo assim, questiona-se: Qual a relevância e as vantagens da reorganização societária, sobretudo no processo de incorporação, para as empresas que buscam esse tipo de processo?
Planejar estratégias que possibilitam um retorno maior sobre o capital investido é direito de qualquer empresa. A elevada carga tributária continua sendo um grande obstáculo para o desenvolvimento saudável das empresas, ou seja, quanto maior for a carga tributária, menores serão as iniciativas dos empresários em relação aos seus investimentos. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral apresentar de que forma a incorporação deve ser feita, e as vantagens que a mesma oferece as empresas que optam por esse tipo de processo, quais as necessidades atendidas, e para qual tipo de empresa este processo melhor se encaixa. 
Assim, o processo para construção deste trabalho pautou-se por uma pesquisa descritiva, utilizando-se do método bibliográfico e estudo de caso documental com as empresas Claro e Embratel que recentemente adotaram o processo de Incorporação como forma de permanecerem no mercado. Desse modo, este artigo está estruturado em quatro capítulos, onde no primeiro a pesquisadora buscou um amplo aporte teórico sobre os processos de reorganização societária e as vantagens de optar pelo processo de incorporação. No segundo capítulo, encontra-se o estudo de caso objeto deste trabalho, no terceiro capítulo está a conclusão do assunto e no quarto as referências bibliográficas utilizadas para o desenvolvimento deste.
REFERÊNCIAL TEÓRICO
 A Reorganização Societária
Reorganização societária é qualquer mudança na estrutura de uma sociedade empresarial. E esse processo de reorganização tem sido bastante adotado nos dias atuais, principalmente, devido à forte crise econômica vivida no país, fazendo com que as empresas busquem na reorganização societária a solução para seus problemas. Tendo em vista que, além do crescimento, o mercado de aquisições ganha força por ter como objetivo uma ampliação de competitividade, e assim fortalecer as empresas para enfrentar a concorrência global ou interna. Para Benfica [s.d]:
A partir da Revolução Industrial, o movimento de concentração das empresas intensificou-se de forma considerável, atingindo em tempos atuais grandes proporções. A globalização acelera o processo de internacionalização das empresas brasileiras, exigindo-lhes maior qualidade e produtividade, para que possam competir, em condições de igualdade. 
A reorganização societária é de suma importância para a economia brasileira e mundial, mas deve-se trabalhar com cautela ao lidar com esses processos, por serem extremamente delicados e qualquer deslize pode acabar prejudicando a vida financeira da empresa e de seus acionistas. E segundo Glaser (2010) os tipos de reorganização societária só contribuem nos interesses econômicos, pois seus objetivos mercadológicos visam atender os entes econômicos que almejam adotar esses processos.
Segundo Young: 
[...] muitas vezes, as empresas não estão organizadas ou preparadas para enfrentar este novo mercado e para isso, recorrema reestruturações de suas empresas, juntando suas forças com as de outras empresas, ou até mesmo, desmembrando-se total ou parcialmente para poderem manter-se ativas, visando reduzir custos e, se possível, ampliar mercados. (YOUNG 2005, p.15)
Várias empresas estão se utilizando dos processos de fusão, cisão e incorporação visando obter vantagens tributárias com a redução ou não na incidência de tributos. É uma maneira de planejar a possibilidade de redução da alta carga tributária brasileira, o que reflete positivamente nos resultados da empresa e podendo assim, oferecer preços mais atrativos para o consumidor e ganhar destaque no mercado. Segundo Gouvêa (2017) diz que empresas que possuem créditos fiscais acumulados em virtude de pagarem mais impostos do que deveriam, podem requerer a devolução. No entanto, essa falha caracteriza-se falta de organização.
Complementando Glaser (2010) diz que:
A questão da produtividade compreende a eficiência e a eficácia, onde a primeira, significa a tentativa de fazer mais com menos recursos, ser mais dinâmica e prestar serviços ou vender produtos e mercadorias mais baratos. A segunda refere-se ao poder de produzir todos os efeitos esperados, planejados. Assim sendo, caso a empresa consiga conciliar ambas a figura estará sendo mais produtiva e, consequentemente, mais competitiva.
O direito brasileiro autoriza esses procedimentos para pessoa jurídica e todos eles estão citados na Lei nº 6.404/1976, que fala sobre as sociedades por ações, podendo a empresa passar por essas transformações societárias de forma legal.
2.1.1. Transformação Societária
Transformação Societária é o processo pelo qual a sociedade passa de um tipo para outro, sem a necessidade de sua dissolução (Extinção da sociedade) ou liquidação (É o pagamento de todo o passivo e destina o saldo para à partilha imediata pelos os sócios). Ela tem o dever de transformar as características societárias, mas não extingue sua individualidade, porque permanece instável a pessoa jurídica, o quadro dos sócios e o patrimônio. 
Esses eventos podem também visar à concentração de poder econômico, razão pela qual alguns deles, principalmente a incorporação, fusão e aquisição, dependendo dos valores envolvidos na operação, necessitam passar pelo exame e aprovação dos órgãos públicos de defesa da ordem econômica. (LINK, 2006, p. 59)
Para que ocorra a transformação da sociedade é necessário o consentimento de todos os sócios, pois é um processo no qual uma sociedade empresária passa de uma sociedade a outra, como define o art. 220 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76): que diz “a transformação é a operação pela qual a sociedade passa independentemente da dissolução e liquidação, de um tipo para outro”.
Podemos citar um exemplo hipotético de uma sociedade constituída sob a forma de sociedade anônima e que visa se transformar em sociedades por cotas de responsabilidades limitadas.
O processo de transformação obedecerá sempre à constituição e o registro do novo tipo a ser adotado pela sociedade (Lei das S.A. – Lei 6.404 de 1976, art. 220, parágrafo único; Código Civil – Lei nº 10.406, de 2002, art. 1113).
No tocante aos contratos sociais a sociedade transformada deve publicá-los no Diário Oficial do Estado onde se encontra sua sede oficial. 
A transformação societária é um ato voluntário. As alterações dela podem ocorrer somente em relação à participação dos sócios, como observa Almeida (2004, p. 200):
“Na transformação a personalidade jurídica da sociedade subsiste, muito embora sob nova espécie societária, com a consequente alteração de toda a sua estrutura, com sensíveis reflexos na responsabilidade dos respectivos sócios”.
Corrêa-Lima (2003, p. 431-432) esclarece que: 
Quando o Código Civil atribui personalidade jurídica às sociedades, ele enxerga a “casca”, a “fôrma” ou a forma, ou ainda, em outras palavras, trata-se de uma sociedade anônima, uma sociedade por cotas, de responsabilidade limitada, etc. No entanto, a verdadeira pessoa jurídica continua viva, encontrando-se “escondida” por detrás dessas expressões.
 
É importante ressaltar que não existe transformação de empresa individual. E caso, essa atividade venha ganhar uma nova sociedade, é necessária que seja dada baixa na empresa individual e formar-se uma nova sociedade com um novo CNPJ.
Incorporação
Com avanços tecnológicos cada vez mais utilizados pelas instituições de diversas finalidades a fim de facilitar as rotinas de trabalho, passou-se a exigir alta qualificação da gestão, que precisa desenvolver dentro da empresa a habilidade de maximizar os resultados com poucos recursos, tem sido destaque nas empresas atuais quanto ao eficiente controle econômico. Tendo em vista, não sofrer demasiadamente pela forte crise no Brasil, que busca no aumento da carga tributária a solução para o aumento de suas receitas. Muitas empresas que correm o risco de terem suas portas fechadas optam pelo método da incorporação como forma de driblar a crise sem serem sufocadas. Conforme Pinto (2014) incorporação é a operação que uma ou mais sociedades são absolvidas ou ligadas por outras, que lhe dará os direitos e obrigações do patrimônio. A incorporação pode ser processada entre sociedades personificadas e tipos jurídicos diferentes e de tipos jurídicos iguais.
Durante o processo de incorporação, é necessária a contratação de um perito, para assim fazer a constatação de veracidade do capital social da sociedade. Devendo ser observados entre outros, as formalidades previstas no artigo 227 da Lei nº 6.404/76 que diz:
A assembleia-geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu Patrimônio Líquido (PL), e nomear os peritos que o avaliarão;
A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora;
Aprovados pela assembleia-geral da incorporadora o laudo de avaliação d. A incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.
	A fim de facilitar o entendimento do conceito de incorporação, abaixo será apresentado um esquema dessa forma de reorganização societária:
 Quadro 01: Processo de Incorporação
Fonte: Site Tax Contabilidade, 2017.
Neste esquema de incorporação, a sociedade incorporada (empresa "AB") é absorvida (incorporada) pela empresa incorporadora (empresa "C"). A nova empresa criada a partir desta incorporação (empresa "ABC") assumirá todos os deveres e obrigações da empresa incorporada (empresa "AB").
Existe uma finalidade para as empresas adotarem esse método que conforme Carvalhosa (1998. p. 256) constitui em:
A incorporação constitui negócio plurilateral que tem como finalidade a integração de patrimônios societários, através da agregação do patrimônio de uma sociedade em outra com a extinção de uma delas. A causa da incorporação é a intenção válida e eficaz dos sócios ou acionistas das sociedades envolvidas (arts. 224 e 225) de recolocarem seus recursos patrimoniais e empresariais através desse negócio que afeta a personalidade jurídica de uma delas.
Nesse processo duas ou mais sociedades são envolvidas, tendo como resultado, uma incorporadora absorvendo uma ou várias sociedades, denominadas incorporadas e que após o processo a incorporadora assume o Ativo e Passivo das que são extintas, respondendo em todos os direitos e obrigações.
Cisão (parcial e total)
É no cenário da economia atual que muitas empresas de grande porte, acabam se cindindo a outras. 
Shingaki (1994) conceitua a fusão como sendo, “divisão do patrimônio de uma sociedade em duas ou mais partes, para a constituição de nova ou novas sociedades, ou ainda para integrar patrimônio de sociedade já existente.”Ou seja, é feito uma transferência de parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades onde, a sociedade que absorve parcelas do patrimônio da sociedade cindida irá suceder-se a esta em todos os direitos e obrigações, caso venha ser uma cisão total.
Os procedimentos legalmente previstos para a cisão estão contemplados nos mesmos dispositivos que regulam a incorporação e a fusão, quais sejam os artigos 223 a 234 da Lei nº 6.404/1976.
É correto afirmar que a cisão, a exemplo da incorporação e da fusão pode ocorrer em qualquer tipo de sociedade, não se restringindo as sociedades por ações, embora em qualquer caso deva ser observada e estabelecida na Lei nº 6.404/1976.
A fim de facilitar o entendimento do conceito de cisão, abaixo será apresentado um esquema dessa forma de reorganização societária:
 Quadro 02: Processo de Cisão
 Fonte: Site Tax Contabilidade, 2017.
No quadro 02, pode-se observar, na cisão total, a sociedade cindida (empresa "ABC") se extingue, para dar lugar à formação de novas sociedades, ou seja, as empresas "A", "B" e "C". Na hipótese de cisão parcial, a sociedade cindida não é extinta, tendo de transferir apenas parte de seu patrimônio para a formação de nova sociedade.
Cisão parcial: Também conhecida como falsa cisão faz divisão do seu patrimônio, dividindo partes dele a uma ou mais sociedades existentes ou novas. Essa operação não se extingue, elas se mantêm inalteradas, sendo que apenas seu patrimônio é afetado. Todos os direitos, obrigações e responsabilidades referentes ao patrimônio transferido são assumidos pela sociedade beneficente. Complementa Shingaki (1994) que a entidade cindida parcialmente continua em movimento ("Goin Concern"). Todavia, em muitos processos de cisão parcial existem modificações significativas nas características da empresa inicial, como alteração nas atividades operacionais. 
Cisão total: A personalidade jurídica sofre alteração, porque ela se extingue.
Fusão (direta e indireta)
A fusão tem como finalidade jurídica a integração de patrimônio societário em uma nova sociedade. Para Weber (2008) nesse tipo de operação, ocorre à transmissão total do patrimônio da empresa e a empresa fusionada será extinta. Sendo assim, a nova sociedade será composta pelos sócios e pelo patrimônio das empresas fusionadas. A consequência principal dessa operação é a extinção de todas as sociedades para que assim surja uma nova sociedade. Através da fusão, os sócios buscam somar seus recursos patrimoniais e empresariais, deixando de lado assim, a personalidade jurídica das empresas envolvidas. Essa mudança na personalidade jurídica da sociedade é justificada com a fusão o que torna a sociedade diferente das outras operações societárias. 
Muitos são os motivos dentre eles Júnior, Vasconcelos e Caldas (2004) ressaltam:
As razões mais frequentemente mencionadas para justificar a onda de fusões e aquisições incluem imperativos de crescimento, mudanças econômicas ou tecnológicas, necessidade de reunir recursos para pesquisa e desenvolvimento, potencial para ganhos de sinergias, corte de custos e economias de escala e escopo.
Já na fusão indireta não ocorre à extinção das sociedades e sim, a criação de uma sociedade holding controlada. Para que isso ocorra, são tomados os procedimentos a seguir:
Para as sociedades que não são regidas pela Lei nº 6.404/1976 valem as disposições dos artigos 1.120 a 1.122 do Código Civil/2002. 
A fim de facilitar o entendimento do conceito de fusão, abaixo será apresentado um esquema dessa forma de reorganização societária:
 
 Quadro 03: Processo de Fusão
Fonte: Site Tax Contabilidade, 2017
Conforme podemos observar, na fusão, todas as sociedades fusionadas se extinguem para dar lugar a uma nova sociedade com personalidade jurídica distinta daquelas, em outras palavras, as empresas "A" e "B" são extintas para a criação de uma nova sociedade (empresa "AB"). A nova empresa criada a partir desta fusão (empresa "AB") assumirá todos os deveres e obrigações das empresas fusionadas (empresas "A" e "B").
Dessa forma, na fusão direta, a sociedade original deixa de existir, formando-se uma nova sociedade, com mesma personalidade jurídica. A nova sociedade terá como capital integralizado, bens, direitos e obrigações que foi herdado das sociedades extintas.
Reorganização Societária como saída para crise financeira no Brasil
As notícias de crises se espelham por todo o mundo e no Brasil essa já é uma triste realidade, pois segundo dados do IBGE, em 2016 o Brasil registrou seu pior índice na economia e retração do PIB (Produto Interno Bruto) apenas 3,6% de recolhimento. Em 2010 ocorreu uma situação inversa onde se registrou 7,5%, momento este vivido pelo país na época chamado de “boom da economia”. Alguns especialistas na área de economia opinam sobre possíveis soluções para sair da crise no país. Segundo Filho (2017) em sua opinião diz que:[4: Informação retirada do site G1 Notícias disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/brasil-enfrenta-pior-crise-ja-registrada-poucos-anos-apos-um-boom-economico.ghtml> Acessado em: 24 out. 2017.]
Para tanto, precisamos primeiramente de políticas que permitam a recuperação do crescimento da produtividade no país. A redução do grau de intervenção na economia, tanto com empréstimos subsidiados para grupos específicos quanto com o fim do controle de preços, é medida que caminha nessa direção e permitirá uma melhor alocação do escasso capital de nossa economia.
Apesar da forte crise que se alastra no país afetando não somente o governo, a sociedade, mas inclusive o mercado das pequenas e grandes empresas, aquelas que não possuem um bom capital para investir ou se manter segura no mercado, acabam fechando as portas. Mas existem aquelas que resolveram ser absorvidas à outra para encarar a assustadora crise, com o processo de reestruturação que de acordo com Igor:
Reestruturações em momentos de crise são naturais, mas a conta de onde cortar nem sempre é simples. “Não dá para generalizar e dizer que uma empresa com oito líderes tem que cortar quatro. É preciso olhar caso a caso, não se pautar somente pelo custo, avaliar o posicionamento estratégico que se quer adotar neste momento de crise e olhar o futuro, onde se quer chegar, para saber o que priorizar”, (IGOR SCHULTZ apud Fonseca 2016) 
Para Silva, et al (2003) as empresas vivem em permanente busca na redução de custos e com isso encontrando alternativas que têm contribuído para essa finalidade, e umas delas se chama planejamento tributário, onde as empresas buscam nas reorganizações societárias, uma forma de reduzir a alta carga tributária. 
E ainda completa dizendo que: 
Assim, uma situação de aquisição de uma grande empresa pode envolver uma exorbitante quantia financeira, o que poderia consequentemente resultar numa alta tributação, a qual obviamente as empresas buscam evitar. (SILVA, ET AL, 2003). 
Existem muitos casos de empresas que utilizaram de um dos métodos de reorganização societária para manterem-se fortes no mercado. No estudo de caso que será apresentado com duas empresas de grande porte no Brasil que resolveram utilizar o processo de Incorporação para diminuir custos e melhorar os resultados, será possível observar os benefícios trazidos pela organização societária. 
ESTUDO DE CASO
3.1. Incorporação da Empresa Claro com Embratel, Embrapar e Net.
A Claro Telecom Participações S.A, foi constituída em 27 de setembro de 2004, de acordo com o artigo 189 da Lei nº 9.472/97 (Lei Geral das Telecomunicações), com sede na Cidade de São Paulo – SP, tem por objeto social exercer o controle de companhias exploradoras de serviços de telecomunicações, em especial do Serviço Móvel Pessoal (SMP). A Companhia tem como acionista controlador a América Móvil S.A.B. de C.V. (“América Móvil”), organizada e existente de acordo com as leis do México.[5: Informaçãoretirada do site da Claro. Disponível em: <http://www.claro.com.br/claropar/a-empresa/nossa-historia/> Acessado em 29 out. 2017.]
Embratel participações S.A., sociedade anônima de capital aberto com sede na Cidade do Rio de Janeiro - RJ, doravante designada, simplesmente, (“Embrapar”), que tem por objeto: exercer o controle da Empresa Brasileira de Telecomunicações S.A. - Embratel, bem como de suas demais controladas; com a finalidade de promover, realizar ou orientar a captação, em fontes internas e externas, de recursos a serem aplicados pela Embrapar ou pela Embratel ou suas demais controladas; no sentido de promover e estimular atividades de estudos e pesquisas visando ao desenvolvimento do setor de serviços de telecomunicações de longa distância em âmbito nacional e internacional, incluindo serviços de transmissão de voz, textos, dados, imagens e telemática; entre outros.
A América Móvil (controladora indireta da Embrapar, Claro e Embratel), decidiu em 2014 promover uma reorganização societária no Brasil, com a finalidade de reduzir custos administrativos, incrementar sua competitividade e eficiência, em especial na comunicação e respostas ao órgão regulador no sentido de aprimorar as práticas comerciais e aperfeiçoamento da rede e do atendimento aos clientes.
Em 2014, os acionistas da Claro, Embratel Participações S.A. (“Embrapar”), e Net Serviços de Comunicação S.A. (“Net”) aprovaram por meio de suas respectivas assembleias gerais extraordinária a incorporação da Embrapar, Embratel e Net pela Claro, consolidando suas estruturas e atividades destas empresas em uma única sociedade – chamada, Claro, tendo seu efeito a partir de 31 de dezembro de 2014.
O que motivou o processo societário foi a redução de valores para chamadas telefônicas objetivando assim, maior domínio sobre concorrentes e maior lucratividade da incorporadora que ao juntar suas operações, a companhia ganha eficiência e reduz custos, tanto administrativos quanto com pagamentos de tributos e impostos que segundo o protocolo de justificativa da Embratel, dentre tantos outros benefícios destaca:
Com efeito, a unificação das estruturas das Partes, da EMBRATEL e da NET permitirá não só um melhor desenvolvimento pelo lado da oferta de pacotes de serviços orientados a determinados segmentos (exemplo o Combo Multi/Pacote quadruple play) como na utilização das tecnologias mais modernas e eficientes. Os benefícios oriundos de tal unificação são necessários para a manutenção da competitividade das operações das Companhias, da EMBRATEL e da NET, uma vez que o grupo de companhias controladas pela AMX é o único grupo de telecomunicações de grande porte no Brasil que ainda não consolidou suas atividades de telecomunicações em uma única sociedade.[6: Informação retirada do site da Embratel disponível em: http://portal.embratel.com.br/embratel/ri/Embratel02/files/dc/04/11/EBP_Protocolo_FINAL.pdf]
E para tomar a decisão de fato, houveram estudos que constataram que todas as partes envolvidas seriam beneficiadas, já que com essa união, a possibilidade de oferecerem melhores serviços para o consumidor final seriam muitas, abrindo portas para ampliar o mercado.
A Reorganização Societária apresenta benefícios não apenas para os acionistas das Partes, mas também para os usuários de seus serviços, uma vez que, nos termos do artigo 86, parágrafo único, I, da Lei 9.472/97, conforme alterada, parte dos ganhos advindos da racionalização decorrente da consolidação dos serviços de telecomunicações deverá ser compartilhada por meio do processo de revisão tarifária; e
A Reorganização Societária permitirá ainda a consolidação de diversas licenças regulatórias detidas pelas CLARO, pela EMBRATEL e pela NET. (PORTAL EMBRATEL, 2014)
E muitas são as perspectivas positivas com essa Incorporação, como por exemplo, aumento de Capital Social da Claro, que de acordo com o contrato assinado constante no Protocolo de Justificativa, diz que com a Incorporação, o patrimônio da Embrapar, será totalmente incorporado pela Claro, resultando em um aumento do capital social da Claro em R$ 345.494.367,07 (trezentos e quarenta e cinco milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil, trezentos e sessenta e sete reais e sete centavos).
CONCLUSÃO
A crise econômica veio como uma avalanche desmoronando as empresas e fazendo com que aquelas que não possuem uma base sólida no mercado, perdessem força. Segundo o Jornal ‘G1.Globo’, “o cenário é de queda nas vendas, na produção e demissões.” Uma pesquisa divulgada pelo SIMPI – Sindicato da Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo mostra que dentre os 316 empresários pesquisados, 26% consideram a situação atual ótima ou boa. Já em 36% a avaliação negativa é recorde. Os 38% restantes avaliam o momento como regular. O mais grave é que 77% dos entrevistados afirmam que a crise prejudicou os negócios e temem pelo futuro das empresas.[7: Informação retirada do portal G1.globo Disponível em: < http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/11/crise-economica-afeta-severamente-micro-e-pequenas-empresas.html>Acesso em: 29 out. 2017.]
Diante dos fatos e evidências mostrados neste trabalho, por meio de pesquisa descritiva e documental e de trabalhos já realizados, foi possível perceber que diante da crise econômica vivida no país e no mundo, as empresas podem contar com o auxílio legal da reorganização societária como forma de se manterem de pé, sem que suas portas sejam fechadas, levando seus negócios ao fracasso.
No estudo de caso apresentado, foi verificado que a Incorporação, método utilizado para se reorganizarem societariamente, foi eficiente, trazendo resultados satisfatórios e, sobretudo, um aumento no capital social entre outros benefícios, incluindo a redução de tributos, considerado como um dos grandes causadores de negócios irem ao fracasso. 
A incorporação diferente dos demais métodos de reorganização societária absorve a sociedade incorporada visando o aumento de seu patrimônio, com as concorrentes do mesmo ramo, fato comum nos dias atuais, que na reorganização societária encontraram uma forma de monopolizar o mercado, unindo-se com o mesmo objetivo.
A Empresa Claro ganhou força no mercado já que seu patrimônio agora é bem superior e sua identidade permanece intacta, garantindo maior celeridade e eficiência nos negócios e na sua continuidade, sem falar nas grandes possibilidades de oferecer melhores planos aos consumidores finais, e com isso garantir um maior número de clientes, transformando a empresa numa potência no ramo de serviço de telecomunicações.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA, Amador Paes de. Direito de empresa no Código Civil. 27. Ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
BENFICA, Christiana Caetano Guimarães. Reorganização Societária: Procedimentos societários, contábeis e fiscais a serem Adotados. 2011. 21 f. TCC (Graduação) - Curso de Ciências Contábeis, Portal de E- governo, Inclusão Digital e Sociedade do Conhecimento, Santa Catarina, 2009. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/reorganização-societária-procedimentos-societários-contábeis-e-fiscais-serem-adotados>. Acesso em: 20 out. 2017.
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