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Febre Tifóide

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Febre Tifóide (Febre entérica)
	Doença sistêmica caracterizada por febre e dor abdominal, causada pela Salmonella typhi (sintomas mais graves) ou S. paratyphi. Associa-se a aumento das placas de Peyer e dos linfonodos mesentéricos. 
Epidemiologia: 
	A Salmonella tem como únicos hospedeiros os seres humanos. A transmissão via fecal-oral é muito rara, enquanto a maioria dos casos ocorre por ingestão de alimentos ou água contaminados. Profissionais de saúde e pesquisadores de laboratórios também têm chance à infecção. 
	Tornou-se rara em países desenvolvidos, mas ainda promove 600.000 mortes ao ano. Crianças <1ano são mais susceptíveis à infecção inicial e a doença grave. 
	É endêmica na Ásia, Índia e AM. do Sul e Central, relacionada a crescimento rápido e desordenado da população, tratamento inadequado ao lixo, sistema de saúde sobrecarregado, etc. 
	Cepas resistentes vêm surgindo, principalmente ao cloranfenicol, ampicilina, timetoprim, ciprofloxacino. 
Evolução clínica:
	A febre aparece em >75% dos casos, enquanto a dor abdominal em 20-40%. A doença é potencialmente letal e tem PI de 3-21 dias (variando por inoculo e sistema imune). O sintoma principal é a febre prolongada (38,4º - 40,1ºC). Os pródromos são calafrios, cefaléia, anorexia, tosse, fraqueza, incômodo na garganta, vertigem, dores musculares. Podem apresentar diarréias (AIDS, crianças <1ano) ou prisão de ventre.
	Os achados físicos são exantema (roséolas), hepatoesplenomegalia, epistaxe e bradicardia relativa. As roséolas são exantemas maculo-papulares, sutis, de cor de salmão, que empalidece à compressão, pp no tronco e tórax. É evidente em 30% dos pacientes, na 1ª semana, e desaparece após 2-5 dias, sem marcas. Podem ter 2-3 episódios de lesão (salmonella aparece na biópsia por punção da lesão). Podem haver sintomas neuropsiquiátricos (delírio murmurante ou coma vígil) em pacientes que permanecem tóxicos. 
	As complicações tardias (3ª e 4ª semanas) ocorrem em adultos não tratados e incluem perfuração intestinal e hemorragia GI. Resultam da necrose no local de infiltração da Salmonella nas placas de Peyer. Elas exigem intervenção com ATB (amplo espectro – peritonite polimicrobiana) e tto da hemorragia, incluindo ressecção abdominal. 
	Raras complicações: pancreatite, abscesso hepático ou esplênico, endocardite, pericardite, orquite, hepatite, meningite, nefrite, miocardite, pneumonia, artrite, osteomielite, parotidite. Mesmo com ATb, há 10% de reicidiva. 
	1-5% tornam-se portadores crônicos assintomáticos – eliminam S. typhi na urina ou fazes >1 ano. (aparece mais em mulheres, complicações biliares ou câncer GI) 
Diagnóstico:
Clínico: inespecífico – considerar em viajantes para áreas endêmicas
Cultura: padrão ouro – hemoculturas 90% na 1ª semana e 50% na 3ª. Caem no uso de ATB. 
		Cultura de fezes, urina, roséolas, medula óssea (mantém 90% msm em uso de ATB), secreções gástricas e intestinais (pose ser positiva, mesmo com a da MO negativa). 
		Se o sangue, MO e secreção intestinal – culturas positivas - >90%. 
		Coproculturas podem ser negativas (60-70%) na 1ª semana e tornarem-se positivas na 3ª semana (pacientes não tratados). 
Exames laboratoriais (nenhum é diagnóstico): Leucócitos normais (leucopenia e neutropenia em 15-25% dos casos; leucocitose em crianças ou por perfuração/infecção secundária), aminotransferases, FA e desidrogenase lácticas moderadamente elevados. 
Testes sorológicos – inúteis
Tratamento: 
	S. typhi RMF (resistente a múltiplos fármacos) – cloranfenicol, ampicilina, trimetoprim (essas 3 codificadas por plasmídeo), estreptomicina, sulfonamidas e tetraciclina. 
	Hoje, recomenda-se para tto empírico: Quinolonas ou Cefalosporinas de 3ª geração. 
Quinolonas: melhores que os beta-lactâmicos, mas resistência surgindo. VO. 
Ciprofloxacino – (500mg, VO, 2x/dia – 10dias)
Ofloxacino – (10-15mg/kg 2x/dia – 2 a 3 dias)
NARST (resistente ao ácido nalidíxico) – cipro (10mg/kg) ou ofloxacino (7-10dias) ou outros 
	 ATB – Azitromicina (1g/dia VO, 5 dias)
Ceftriaxona (1-2g IV ou IM) – 10-14dias 
Dexametasona (dose única 3mg/kg > 8 doses 1mg/kg – 6/6h) ( casos graves (estado alterado de consciência + febre + cultura positiva)
Amoxicilina VO, Ciprofloxacino, Norfloxacino, SMX/TMP – 6 semanas ( Portador crônico (quando não resolve, deve fazer correção cirúrgica de anormalidades anatômicas.

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