Buscar

O Físico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Curso: Psicologia
Disciplina: Psicologia da Personalidade III
Discente: Mariane M. de Oliveira
Relação do humanismo no filme “ O físico” 
Durante a Idade Média, o conhecimento científico desenvolvido na Grécia antiga, sobretudo a ciência médica é condenado pelo igreja como pecado. O conhecimento medicinal é visto e pregado por grande parte dos cristãos como feitiçaria. A prática de abrir cadáveres e dissecá-los será interpretada vista pela igreja como necromancia, suposta arte de adivinhar o futuro por meio de contato com os mortos, sendo sentenciado a morte aquele que o praticava. Na idade média, havia uma concepção hilemórfica, onde a alma era entendida como forma do corpo. O cristianismo influenciado por Aristóteles, considerava o corpo um santuário divino e condenava à morte qualquer ser mortal que tentasse dissecá-lo. Qualquer ser adoecido na idade média era visitado por uma entidade religiosa que intercederam junto à Deus pelo doente e este ficava largado à própria sorte Divina, em ser curado ou não. Acontecia assim, a “ vontade de Deus”, verbalização e prática muito vista em leitos de UTI até hoje no século XX. É muito comum pacientes que estão em estado grave, seus familiares buscarem refúgio na espiritualidade. O fato é que na idade média a intervenção humana sobre o doente, estaria interferindo diretamente na vontade de Deus e necessariamente o negando. 
Nesta época as ciências médicas estavam longe de chegar à população carente, os médicos eram exclusividade da realiza, somente os barbeiros, cuja suas atividades iam além dos cortes de cabelos e barbas, faziam também cirurgias, extração de dente, amputações e medicava através de plantas medicinais. Os barbeiros eram uma espécie de curandeiros e os seus conhecimentos eram baseados no “ senso- comum”, eram empiristas e utilizavam métodos de erros e acertos, curvam as pessoas com fórmula mágicas, mas não tinham evidências científicas sobre as suas práticas. Embora, assim como os sofistas, acusados por Aristóteles de pregoeiros de uma sabedoria aparente, os barbeiros também não visavam tratar de grandes massas, apesar de um preço mais acessível, vendiam a cura para aqueles que podiam pagar. 
No período histórico da idade média, as melhores escolas de medicina ficavam no Oriente Médio, sob o comando do povo judeu, e após um jovem cristão inglês, perder a sua mãe enferma que por intervenção do cristianismo, foi impedida de receber cuidados paliativos de um barbeiro que logo após ser tocada por ele em uma espécie de “premonição” acaba falecendo. Seus dois irmãos caçula são levados para serem criados por uma outra família e ele começa a seguir os passos do barbeiro da vila onde ele morava. Com o tempo o jovem cristão inglês, torna-se discípulo do barbeiro e o auxilia nas intervenções, porém seu mestre fica é acometido por uma catarata e fica cego, consagrando-o como um barbeiro. Após receberem uma visita de médicos vindos do oriente médio, seu mestre é submetido a uma cirurgia e volta a enxergar novamente, fato este que desperta a curiosidade do jovem e o desejo de ir em busca de um conhecimento científico, iniciando uma longa jornada de Londres até o oriente médio, buscando unir o seu “dom espiritual”, a vontade de ajudar o seu povo com os conhecimentos da medicina. 
O jovem se infiltra durante sua viagem ao oriente médio na cultura judaíca e aprende seus costumes e tradições, quase morre em meio a uma tempestade no deserto, mas consegue entrar na escola de medicina, em meio a inferiorização e dificuldades, sendo a medicina uma exclusividade da elite. Ganha o respeito de seu professor de medicina e exercendo a medicina juntamente com ele. Na idade média a medicina era estudada por meio da contemplação do corpo humano, não sabiam nada sobre a anatomia do corpo humano, se conheciam somente o funcionamento do corpo animal.
Contudo, o jovem inglês que consegue realizar grandes ações com seu conhecimento em medicina, desperta em si a método da dúvida de Descartes, e começa a questionar a sua experiência do real e tenta chegar a verdade sobre a natureza do corpo humano e faz a observação objetiva dos órgãos em um cadáver, porém é pego e assim como Sócrates é condenado à morte pelo pecado da necromancia e mesmo diante de sua execução não nega seu feito em nome do conhecimento e da medicina, não obstante, é inocentado para salvar o rei com uma cirurgia abdominal. Retorna a Londres trazendo consigo o pensamento de Demócrito, ao explicar o universo da medicina pela combinação dos fenômenos científicos e a combinação dos átomos, mas ao mesmo tempo parece respeitar a ética espiritual .
Durante a saga do jovem inglês, podemos perceber vários princípios educativos dos filósofos gregos, educação voltada para o humanismo dentro da escola de medicina, como por exemplo os ensinamentos de seu professor que se preocupou em passar uma formação humanista ao seu discipulado, como Protágoras que acreditava que a educação técnica sozinha era insuficiente, e que é necessário uma educação humanista para a convivência social, pois só a educação técnica formaria pessoas alienadas e só uma formação humanista encaminhará a sociedade à ruína. Os ensinamentos de Sócrates, ao agir com uma personalidade pensadora. Já ao dissecar o corpo de um cadáver, percebemos uma personalidade Platônica, acreditando que os ensinamentos dos livros de medicina poderia ser um mundo de aparências, de ideias. Todavia podemos concluir que a sua educação sobre a natureza humana partiu de fiel e verdadeira forma humana, respeitando o autêntico ser. Por meio dela ele conseguiu descobrir um corpo humano na sua ideia, no seu tipo, na sua validade universal e normativa. Toda sua história transmite um exemplo de dignidade com o que vivenciou dentro da escola, um ideal de grandeza e coragem, passou toda sua paixão pela verdade e virtude. Por isso foi considerado pelo seu professor de medicina o melhor aluno.

Continue navegando